Conversa de Qualidade

Lutar até atingir o objetivo. E depois?

Oswaldo da Cruz (*)

É muito comum o profissional conseguir atingir seu

objetivo e achar que o campeonato está ganho. Ele costuma
se tornar arrogante, achando que já viu tudo e que já conhece
tudo.
Não percebe que à sua volta o mundo está mudando
e que novos jogadores estão se capacitando para ocupar o
seu lugar.
Quando ocorre a primeira derrota, esse profissional é
surpreendido e muitas vezes não consegue mais se recuperar.
Roberto Shinyashike

Infelizmente, tenho visto muitas vezes acontecer o que o Roberto afirma acima.

E, muitas vezes, nem é com pessoas que atingiram um alto posto. Às vezes até uma
pequena promoção ou um bônus no salário já é visto como uma vitória definitiva.

Que engano!

Sempre digo a meus alunos que resistam à ansiedade de seus familiares em relação a
um novo emprego. Afinal, eles estão sendo preparados para SEREM
PROFISSIONAIS, não para serem ACOMODADOS.

O CAMPSV os encaminha para o PRIMEIRO TRABALHO, como aprendizes, não

pode e NÃO DEVE ser encarado como o ÚNICO, o ÚLTIMO e o MELHOR emprego
que terá.

Já está longe o tempo dos “Empregos para a vida toda” com os quais os mais velhos
tanto sonhavam. Ainda me lembro da frustração do meu pai quando lhe comuniquei
que deixaria a COMPANHIA DOCAS (que depois mudou para CODESP) e iria para
outra empresa onde aproveitaria melhor minha formação em Eletrônica.

Daqui a pouco nem os empregos públicos poderão ser considerados assim. Basta que
a administração pública comece a praticar técnicas de gestão mais modernas, que
visem metas, resultados e produtividade. E isso está mais próximo do que
imaginamos.

Tenho visto aprendizes que, pelo simples fato de terem sido efetivados numa
empresa, já se acham “donos” da verdade, desprezam todos os valores absorvidos ao
longo de seu aprendizado, deixam de se esforçar e evoluir e passam a “se achar”,
como se diz popularmente.

Que engano!

Com efeito, tenho recebido a visita de muitos desses ex-aprendizes me procurando

para ajudar a montar currículo porque foram dispensados da empresa onde
acreditavam que estavam “garantidos” e da qual já “conheciam tudo”.