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1 - INTRODUÇÃO

O debate sobre o uso de biocombustíveis está cada vez mais em voga,


pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados,
são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação.
Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no
ambiente. Mas o que seriam os biocombustíveis? São materiais biológicos que,
quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar
trabalhos. É certo que praticamente todo material biológico gera energia, a fruta que
comemos, a planta que queima.
O biodiesel pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas,
tais como óleos vegetais, gorduras animais, óleos e gorduras residuais, por meio de
diversos processos. Pode também, ser usado puro ou em mistura de diversas
proporções com o diesel mineral.
A evolução tecnológica dos últimos anos mostra tendências para a
adoção da transesterificação com metanol e etanol como processo principal para o
uso em mistura com o diesel. Justifica-se pela possibilidade de introdução na frota
atual de veículos automotivos, sem nenhuma modificação dos motores.
A diversidade de matérias-primas, processos e usos é uma grande
vantagem, mas cada caso precisa ser analisado de acordo com as suas
especificidades. Não existem obstáculos técnicos ou normativos para o início da
utilização de biocombustíveis em adição ao diesel, mas sua utilização implica em
disponibilidade de insumos, segurança no abastecimento, capacidade de
abastecimento, capacidade de processamento pela indústria e integração final aos
circuitos de distribuição.
A utilização do novo combustível depende, entre outros fatores, de uma
relação positiva entre a energia consumida no processo de produção e a energia
disponibilizada pelo combustível produzido. Por exemplo, no caso do etanol
produzido a partir da cana-de-açúcar, essa relação é de 8,3 para um.
Comparativamente, nos EUA, o etanol tem uma relação de apenas 1,3. No Brasil,
alguns estudos efetuados para fins de biodiesel indicam uma relação de 1,4 no caso
da soja, de aproximadamente, 5,6 no caso do dendê, e de 4,2 para a macaúba, o
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que confirma o potencial das palmáceas como fonte de matéria-prima, ou seja,


maior produtividade e disponibilidade de resíduos de valor energético.
O uso do biodiesel reduz as emissões associadas ao diesel de base
fóssil. Trata-se de um produto não tóxico e biodegradável. Estudos europeus com o
diesel produzido da canola, concluíram que comparado ao diesel, o biodiesel puro
reduz as emissões de gases de efeito estufa em 40 – 60%. As reduções no Brasil, a
partir da soja, não seriam maiores.

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 – HISTÓRICO

Biocombustível é todo combustível derivado de fonte orgânica e não


fóssil, como por exemplo, o álcool etanol, a biomassa ou o biodiesel. Sua aplicação
é bastante antiga e extensa, ao contrário do que possa parecer devido à
supervalorização do biodiesel atualmente.
A partir dessa definição podemos concluir então, que o Biocombustível
sempre existiu. A lenha (biomassa) é utilizada como combustível desde que o
homem descobriu o fogo.
O que fez com que os biocombustíveis virassem moda nos últimos
anos foi, principalmente, uma melhora na tecnologia para utilização desses
combustíveis e o crescente aumento no preço do petróleo, além é claro do apelo
ambiental.
Henry Ford e Rudolf Diesel conceberam suas invenções (o automóvel
e o diesel respectivamente) visando à utilização de combustíveis derivados de fontes
vegetais. Entretanto, a tecnologia da época tornava a utilização do petróleo muito
mais fácil e barata do que de qualquer outra fonte de energia.
Desde o final do século XVIII quando James Watt melhorou o motor a
vapor que utilizava como combustível o carvão, as fontes renováveis de energia, que
até então eram nada mais do que a utilização da madeira como lenha e alguns
poucos e não muito eficientes mecanismos que utilizavam a água e o vento, foram
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sendo deixadas de lado. Com a Revolução Industrial a demanda pelo carvão


aumentou ainda mais declinando apenas com a descoberta do petróleo já no século
XX.
Foi nos anos 70 que o Clean Air Act (Ato Institucional do Ar Limpo) nos
EUA preparou o terreno para a discussão em torno de combustíveis que poluem
menos ao estabelecer padrões para aditivos de combustíveis automotivos. Mas, só
em 1973 com o “Embargo do Petróleo” que se começou a discutir a utilização de
outras fontes de energia.
Em 1982 foi realizada a primeira Conferência Internacional sobre Óleos
Vegetais em Dakota do Norte nos EUA. E em 1992 a Agência de Proteção
Ambiental dos EUA aprovou o EPATC – Ato Institucional de Política Energética
(Energy Policy Act) – fomentando o uso do biodiesel nas frotas do governo
americano.
A princípio o álcool é a melhor alternativa à gasolina, uma vez que ele
já é produzido e comercializado em muitos países e polui bem menos do que a
gasolina – a queima de 1 litro de gasolina pura, forma 2.382 gramas de CO 2, contra
1.520 gramas por litro de álcool hidratado. O grande problema apresentado por
muitos ambientalistas é o fato de que na grande maioria das plantações de cana-de-
açúcar, a principal cultura de onde se extrai o álcool, ainda é feita a queima do
canavial antes da colheita, liberando uma grande quantidade de material particulado
e CO2. O que acaba tornando o ciclo de produção do etanol mais poluente do que,
por exemplo, o biodiesel, que pode ser produzido inclusive a partir de óleo de
cozinha usado.
É justamente a possibilidade de se utilizar materiais que até então
eram considerados lixo como matéria-prima para biocombustíveis que atrai tantas
expectativas.
Além de diminuir os custos, essa medida ajuda a resolver o problema
do lixo nas grandes cidades como é o caso da biomassa. Alguns lugares utilizam o
metano (CH4) liberado nos lixões para através dele gerar eletricidade
(biodigestores).
Contudo, mesmo que se resolva o problema na produção do etanol,
ainda não poderemos nos esquecer que mesmo toda a produção mundial de álcool
não seria suficiente para substituir a gasolina utilizada atualmente no mundo todo.
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O que trouxe de volta toda essa discussão em torno de fontes de


energia limpa e biocombustíveis é a necessidade de se reduzir as emissões de
poluentes devido aos diversos problemas ambientais (como o Efeito Estufa) e de
saúde pública (como doenças provocadas pela poluição). Fato que só se
concretizará com uma mudança significativa nos padrões de consumo atuais e um
maior investimento no transporte público em detrimento do transporte individual.

2.2 – TIPOS MAIS COMUNS DE BIOCOMBUSTÍVEIS

Bioetanol: etanol produzido a partir de biomassa e ou da fração


biodegradável de resíduos para utilização como biocombustível;
Biodiesel: éster metílico produzido a partir de óleos vegetais ou
animais, com qualidade de combustível para motores diesel, para utilização como
biocombustível;
Biogás: gás combustível produzido a partir de biomassa e ou da fração
biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até a qualidade do gás natural,
para utilização como biocombustível, ou gás de madeira;
Biometanol: metanol produzido a partir de biomassa para utilização
como biocombustível;
Bioéter dimetílico: éter dimetílico produzido a partir de biomassa para
utilização como biocombustível;
Bio-ETBE (bioéter etil-ter-butílico): ETBE produzido a partir do
bioetanol, sendo a percentagem em volume de bio-ETBE considerada como
biocombustível igual a 47%;
Bio-MTBE (bioéter metil-ter-butílico): combustível produzido com base
no biometanol, sendo a percentagem em volume de bio-MTBE considerada como
biocombustível de 36%;
Biocombustíveis sintéticos: hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de
hidrocarbonetos sintéticos produzidos a partir de biomassa;
Biohidrogênio: hidrogênio produzido a partir de biomassa e ou da
fração biodegradável de resíduos para utilização como biocombustível;
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Óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas: óleo


produzido por pressão, extração ou processos comparáveis, a partir de plantas
oleaginosas, em bruto ou refinado, mas quimicamente inalterado, quando a sua
utilização for compatível com o tipo de motores e os respectivos requisitos relativos
a emissões.

2.3 – BIOETANOL

Bio-etanol é todo etanol obtido através de processos em que a


biomassa seja a matéria-prima, por exemplo, a cana-de-açúcar, o milho e a celulose.
O bio-etanol, substituto da gasolina, permite uma redução de 12% na emissão de
gases poluentes.
O etanol é um composto orgânico oxigenado de fórmula química
C2H5OH. Em nosso país ele é utilizado como combustível automotivo em duas
versões: álcool hidratado (em carros a álcool ou flex fuel) e álcool anidro (adicionado
à gasolina na proporção de 25%). O primeiro tipo possui 7% de água na mistura,
enquanto o segundo no máximo 0,7%.
Aqui produzimos etanol através da fermentação do caldo da cana, via
ação de leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae. Em outros países se
utiliza milho (EUA e China), beterraba (União Européia), mandioca, trigo e uva como
matéria-prima.
A maioria desses vegetais, entretanto, possui uma desvantagem em
relação à cana. É que para produzir etanol a partir deles é preciso primeiro
transformar o amido em açúcar para depois fermentá-lo em etanol. Esta etapa
adicional diminui o rendimento do processo e aumenta os custos de produção. Para
se ter uma idéia, enquanto os EUA gastam 1 unidade de energia equivalente de
combustível fóssil para gerar 1,3 unidades de etanol, no Brasil, a mesma unidade
produz entre 8 e 9 unidades de etanol de caldo de cana.
Aliado à eficiência energética estão os aspectos ambientais. Análises
do engenheiro mecânico da Unicamp Isaías Macedo mostram que a substituição de
gasolina por etanol levaria a uma redução no total de emissões de GEE em torno de
2,6t CO2eq./m3 (etanol anidro) e 1,7t CO2eq./m3 (etanol hidratado). Isso demonstra a
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superioridade do etanol de cana-de-açúcar em relação as demais tecnologias


produtoras de biocombustível no que diz respeito à relação energia renovável
obtida/energia fóssil usada.
Aos argumentos apresentados em favor de etanol brasileiro podemos
somar o aumento da demanda mundial por energia ocorrido nas últimas décadas.
Isso fez com que países industrializados e emergentes iniciassem uma série de
pesquisas sobre novas fontes energéticas, principalmente de origem renovável.
Novamente o bioetanol de cana sai na frente, pois possui uma matéria-prima de
baixo custo e uma tecnologia de primeira geração renomada e bem estabelecida. O
que precisa ser feito agora é estudar formas de aproveitar industrialmente a
biomassa integral da cana-de-açúcar (e não apenas o caldo).
Além disso, ele entrega mais 25% de energia suplementar em relação
à quantidade de energia consumida no veículo. O Bio-etanol é utilizado no Brasil
principalmente como combustível nos motores no setor de transporte rodoviário.
Atualmente, o bio-etanol envolve polêmica, pelo fato de se utilizar, por
exemplo, o milho entre outros alimentos, visto que poderia ser utilizado para
alimentar pessoas.

2.4 – BIOGÁS

O biogás é um combustível gasoso com um conteúdo energético


elevado semelhante ao gás natural, composto, principalmente, por hidrocarbonetos
de cadeia curta e linear. Pode ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica
ou mecânica em uma propriedade rural, contribuindo para a redução dos custos de
produção. No Brasil, os biodigestores rurais vêm sendo utilizados, principalmente,
para saneamento rural, tendo como subprodutos o biogás e o biofertilizante.
O desenvolvimento de tecnologias para o tratamento e utilização dos
resíduos é o grande desafio para as regiões com alta concentração de produção
pecuária, em especial suínos e aves. De um lado a pressão pelo aumento do
numero de animais em pequenas áreas de produção, e pelo aumento da
produtividade e, do outro, que esse aumento não provoque a destruição do meio
ambiente. A restrição de espaço e a necessidade de atender cada vez mais as
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demandas de energia água de boa qualidade e alimentos, têm colocado alguns


paradigmas a serem vencidos, os quais se relacionam principalmente à questão
ambiental e a disponibilidade de energia.
O aspecto energia é cada vez mais evidenciado pela interferência no
custo final de produção sendo, tanto para a suinocultura como para a avicultura,
uma vez que as oscilações de preço podem reduzir a competitividade do setor.
Ressalta-se que a recente crise energética e a alta dos preços do
petróleo tem determinado uma procura por alternativas energéticas no meio rural
(Lucas Junior, 1994).
O processo de digestão anaeróbia (biometanização) consiste de um
complexo de cultura mista de microorganismos, capazes de metabolizar materiais
orgânicos complexos, tais como carboidratos, lipídios e proteínas para produzir
metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) e material celular (Lucas Junior, 1994;
Santos, 2001). A digestão anaeróbia, em biodigestores, é o processo mais viável
para conversão dos resíduos de suínos e aves, em energia térmica ou elétrica.
A presença de vapor d’água, CO2 e gases corrosivos no biogás in
natura, constitui-se o principal problema na viabilização de seu armazenamento e na
produção de energia. Equipamentos mais sofisticados, a exemplo de motores a
combustão, geradores, bombas e compressores têm vida útil extremamente
reduzida. Também controladores como termostatos, pressostatos e medidores de
vazão são atacados reduzindo sua vida útil e não oferecendo segurança e
confiabilidade. A remoção de água, CO2, gás sulfídrico, enxofre e outros elementos
através de filtros e dispositivos de resfriamento, condensação e lavagem são
imprescindíveis para a confiabilidade e emprego do biogás.

2.5 – BIODIESEL

O Biodiesel é um combustível substituto para o óleo diesel de petróleo.


Ele é produzido a partir de fontes renováveis tais como óleos vegetais, gorduras
animais e ainda óleos residuais de fritura. Quimicamente, o biodiesel é definido
como ésteres monoalquílicos de ácidos carboxílicos de cadeia longa derivados de
fontes lipídicas renováveis.
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O Biodiesel é produzido através da reação química de um óleo vegetal


ou gordura animal com metanol ou etanol (álcool de cana) na presença de um
catalisador. Este processo é conhecido como transesterificação, sendo que a
catálise pode ser alcalina, ácida ou enzimática. Desse processo também se extrai a
glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos.
Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se podem produzir o biodiesel,
tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e
soja, dentre outras.
O Biodiesel pode ser usado em motores ciclo diesel automotivos
(caminhões, tratores, caminhonetes, automóveis, etc.) ou estacionários (geradores
de eletricidade, calor, etc.), na sua forma pura ou misturada com diesel de petróleo,
em diversas proporções, não sendo necessária nenhuma modificação nos motores

2.5.1 – Aspectos Ambientais

Proporcionalmente ao seu teor em uma mistura com diesel, o biodiesel


promove uma redução das principais emissões associadas ao derivado de petróleo,
com a exceção notável dos óxidos de nitrogênio (NOx). O incremento observado nas
emissões desse poluente, não é elevado, 2% a 4% para o B20, mas deve ser
considerado porque é um dos principais precursores do ozônio troposférico,
atualmente, o mais grave problema da qualidade do ar na maior cidade brasileira
(São Paulo/SP). O aumento das emissões de NOx associado ao biodiesel tem sido
confirmado por muitos estudos. Sua atenuação tem sido sugerida com o uso de
aditivos e alterações nos motores.
As emissões de gases do efeito estufa associadas ao biodiesel têm
sido avaliadas na última década, nas condições européias, considerando o uso de
colza e soja como matérias-primas e ésteres metílicos como o B10 e B20. Os
resultados, expressos em biodiesel puro (B100), indicam reduções de 40% a 60%
das emissões correspondentes ao diesel puro. Resultados mais recentes mostram
variação ainda maior para éster metílico de colza, em função das condições de
rotação de culturas, uso de fertilizantes e uso ou não da glicerina.
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A redução das emissões de gases de efeito estufa pode ser relevante,


contudo os valores monetários associados a possíveis créditos de carbono são
ainda pequenos. Para valores de crédito entre US$ 1 e 5/tonelada de carbono
avaliado, estes valores corresponderiam e cerca de 3% do custo da produção.

2.5.2 – Aspectos Econômicos

Para que seja possível estabelecer comparações, as alternativas de


custo do biodiesel e do diesel mineral devem considerar os dois combustíveis sem
impostos. Essas comparações devem, ainda, no caso do biodiesel, incluir todos os
custos da produção agrícola e industrial. Não apenas custos operacionais, mas
também, os custos relativos ao capital, custos da terra e, se for o caso, o custo dos
assentamentos e suas benfeitorias. Em casos em que haja outras culturas
consorciadas com a mamona, tipicamente da agricultura familiar, devem-se
considerar todos os custos associados e seus retornos. Só assim é possível avaliar
corretamente o valor do subsídio alocado ao diesel.
Os custos de produção do biodiesel dependem essencialmente do
custo da matéria-prima, do óleo vegetal ou outra substancia graxa, e dos custos de
processamento industrial, podendo subtrair-se os créditos de correntes da
comercialização do glicerol.
Em geral, o custo do óleo vegetal corresponde à cerca de 85% do
custo do biodiesel, quando este é produzido em plantas de alta capacidade. Há,
portanto, interesse em reduzir os custos da matéria-prima e eventualmente, obter o
material graxo a partir de rejeitos industriais: óleo de fritura usado, sebo e águas
servidas.

2.5.3 – Aspectos Tecnológicos

Para converter óleos vegetais em combustíveis adequados, o processo


predominante é a transesterificação em meio alcalino, onde se fazem reagir
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triglicérides com um álcool, etanol ou metanol, produzindo glicerina e ésteres dos


ácidos graxos componentes do óleo vegetal. A diversidade de matérias-primas,
óleos, e as alternativas de processo levam a diversos programas de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico.
A especificação do biodiesel para uso comercial é considerada uma
etapa essencial para o desenvolvimento de programas de biodiesel, como atestam
experiências européias e americanas. Nestas condições, mesclas de diesel com
biodiesel adequadamente especificado, em teores até 20%, podem ser empregadas
sem problemas operacionais ou de desempenhos em motores convencionais, sem
qualquer ajuste ou modificação. Poucas exceções, limitam o emprego do biodiesel
ao B5 (diesel mineral com teor de biodiesel de 5%), praticamente todos os
fabricantes de motores matem a garantia de seus equipamentos quando operam
com o B20 (diesel mineral com teor de biodiesel de 20%). Tais condições
pressupõem sempre o atendimento da especificação do combustível. Cabe observar
que a determinação dos teores de biodiesel no diesel ainda requer métodos
laboratoriais sofisticados, ao contrário da avaliação dos teores de etanol na gasolina,
que pode ser efetuada em campo com relativa facilidade.
No Brasil, a Portaria 255/2003 da Agência Nacional de Petróleo (ANP)
estabeleceu uma especificação preliminar do biodiesel com algumas premissas
considerando o uso em misturas até 20% (B20). São especificações similares à
européia e a americana, com alguma flexibilização para atender as características
das matérias-primas nacionais.

2.6 – PRÓS E CONTRAS

Os prós
O biodiesel possui diversas vantagens principais:
• é ecologicamente correto;
• ajuda a lubrificar o próprio motor, diminuindo seu desgaste;
• pode ser usado praticamente em qualquer diesel com pouca ou quase
nenhuma modificação no motor;
• é mais seguro do que o diesel convencional.
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Um dos principais argumentos de venda do biodiesel é o fato de ser


ecologicamente correto. O biodiesel emite menos gases que o diesel tradicional, é
biodegradável e é uma fonte renovável de energia.
O controle de emissões é um argumento central do biodiesel,
especialmente em matéria de legislação. Existem alguns componentes das
emissões que são especialmente prejudiciais e causam preocupação entre
cientistas, legisladores e consumidores. O enxofre, e compostos a ele relacionados,
contribuem para a formação da chuva ácida; o monóxido de carbono é tóxico; e o
dióxido de carbono (CO2) contribui para o efeito estufa. Há também alguns
compostos menos conhecidos que causam preocupação, tais como hidrocarbonetos
cíclicos aromáticos (HPAs) e os compostos cíclicos, que estão ligados à formação
de determinados tipos de câncer. Os aerossóis têm efeitos nocivos à saúde, e os
hidrocarbonetos não queimados contribuem para a formação de poluição e
destruição da camada de ozônio.
O biodiesel reduz, sim, emissões perigosas. Dos biocombustíveis
atuais, o biodiesel é o único a ter concluído com sucesso testes de emissão de
acordo com o Ato Institucional do Ar Limpo.

Emissões médias de biodiesel comparadas ao


diesel convencional
Componente de emissão B100 B20
Total de hidrocarbonetos não queimados -67% -20%
Monóxido de carbono -48% -12%
Aerossol -47% -12%
NOx +10% +2%
Sulfatos -100% -20%
HPA -80% -13%
Fonte: National Biodiesel Board

Além disso, o B100 pode reduzir emissões de CO2 em 78% e diminuir


as propriedades carcinogênicas do combustível diesel em 94% (National Biodiesel
Board, U.S. DOE Office of Transportation Technology - Escritório de Tecnologia do
Transporte do Departamento de Energia dos Estados Unidos).
Uma outra característica do biodiesel é ser biodegradável, o que
significa que pode ser decomposto como resultado de agentes naturais como as
bactérias. De acordo com o EPA, o biodiesel degrada-se a uma taxa quatro vezes
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mais alta que o diesel convencional. Desta maneira, no caso de um derramamento,


a limpeza seria mais fácil, e as conseqüências não seriam tão assustadoras, o que
vale também para misturas de biodiesel.
O biodiesel poderia diminuir também a dependência dos Estados
Unidos na importação de petróleo e aumentar sua segurança energética. A maior
parte do biodiesel nos Estados Unidos é feito do óleo de soja, que é uma das
principais colheitas domésticas. Com a demanda americana por petróleo
aumentando e o fornecimento mundial diminuindo, um combustível renovável como
o biodiesel, se implementado corretamente, poderia aliviar algumas das demandas
de energia dos Estados Unidos.
O biodiesel contribui também na lubrificação de um motor. O biodiesel
age como um solvente que ajuda a desprender resíduos e outras substâncias
viscosas do interior do motor que potencialmente poderiam causar obstruções.
Como o biodiesel puro não deixa nenhum resíduo próprio, isso resulta na vida
prolongada do motor. Estima-se que uma mistura de biodiesel de apenas 1%
poderia aumentar a lubrificação do combustível em até 65% (National Biodiesel
Board, U.S. DOE Office of Transportation Technologies).
O biodiesel é também mais seguro. Ele é atóxico (o sal de mesa é
cerca de dez vezes mais tóxico que ele) e possui um ponto de fulgor mais elevado
que o diesel convencional. Como ele queima a uma temperatura mais alta, é menos
passível de sofrer uma combustão acidental, o que torna mais seguros o
armazenamento e o transporte. Em seguida, veremos os contras e o futuro do
biodiesel.
Os contras
Contra a lei: Atualmente é proibido o uso de motor diesel em carros de
passeio, se você está pensando em ajudar a saúde do planeta, vá com calma. Em
breve essa lei não fará mais sentido.
Cristalização em baixas temperaturas: Em regiões de clima muito frio, a
viscosidade do biodiesel aumenta bastante. Assim como o diesel, podem ocorrer
formações de pequenos cristais, que se unem e impedem o bom funcionamento do
motor. Porém, existem diversas precauções que podem ser tomadas para contornar
este problema.
Emissões de NOx: De todas as partículas prejudiciais esta é a única
que com biodiesel apresenta ligeiro aumento. O óxido de nitrogênio pode aumentar
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até 15% no uso de B100. O NOx é um grande responsável pela baixa qualidade do
ar em São Paulo. A boa notícia é que com o uso de aditivos ou alteração nos
motores as emissões diminuem consideravelmente.
Limpeza do bicos injetores: Nos motores que sempre usaram diesel,
pode ocorrer, nos primeiros abastecimentos com biodiesel, a liberação de sujeiras e
resíduos acumulados no tanque. Assim, é recomendada uma limpeza do tanque de
combustível a troca do filtro quando iniciar o uso de biodiesel e quando completar
100 horas uma nova troca do filtro de óleo. Embora esta seja a princípio uma
desvantagem, se deve ao fato das melhores características químicas do biodiesel.
Troca de peças: Nos motores de ciclo diesel fabricados até 2002/2003
poderá ser necessário a troca de alguns retentores da bomba injetora, pois o
biodiesel é bastante agressivo sobre essas borrachas. A mudança no motor é
simples e barata. Moores fabricados após esta data provavelmente não seja
necessária qualquer adaptação. Para aqueles mais assustados que tem um carro
antigo, não se preocupem, o código de trânsito brasileiro proíbe que os
consumidores sejam obrigados a adaptarem seus veículos (e ainda vai muito tempo
até o B100).
Somente B2 por enquanto: É relativamente fácil encontrar biodiesel nos
postos brasileiros, mas somente o B2 (2% de biodiesel e 98% de diesel). O que é
considerado mais um aditivo de lubricidade para o diesel que propriamente um novo
combustível.
3 – CONCLUSÃO

O uso do biodiesel reduz as principais emissões locais associadas ao


diesel, de material particulado, monóxido de carbono, hidrocarbonetos, Sox - óxido
de enxofre, exceto dos NOx – óxidos de nitrogênio (+2 a 4%, com o B20). É não-
tóxico e biodegradável, que são características muito importantes para os centros
urbanos no Brasil.
No Brasil há um grande número de oleaginosas que poderiam ser
usadas para produzir biodiesel. Considerando áreas a cultivar para suprir 5% da
demanda de diesel (B5), com oleaginosas locais, de acordo com o zoneamento da
EMBRAPA, e tomando simplificadamente, apenas a soja, dendê e mamona, estima-
se uma necessidade de 3 milhões de hectares. A área de expansão possível para
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grãos é de 90 milhões de hectares. As áreas aptas para o dendê atingem, na


Amazônia, cerca de 70 milhões de hectares, dos quais, cerca de 40% com alta
aptidão.
O biodiesel pode cumprir um papel importante no fortalecimento da
base agroindustrial brasileira e no incremento da sustentabilidade da matriz
energética nacional com geração de empregos e benefícios ambientais relevantes. É
sempre útil lembrar a experiência do etanol, evoluindo de uma situação de
necessidade de grandes subsídios em 1975, para uma forte posição competitiva
hoje. Há disponibilidade de terras, clima adequado e tecnologia agronômica, mas
não há competitividade, no sentido convencional. É necessário um reforço da base
de variedades e cultivares, exceto para a soja, e algum aperfeiçoamento dos
processos produtivos, principalmente da rota etílica. O planejamento para
implementação do biodiesel requer ações de curto prazo, com a introdução
cuidadosa deste biocombustível no mercado, para poder induzir a progressiva
superação das dificuldades apontadas.

4 – BIBLIOGRAFIA

AMBIENTE Brasil. Disponível em <http://www.ambientebrasil.com.br> Acesso


em 18 de abr de 2010.
BIOCOMBUSTÍVEIS. Disponível em
<http://www.infoescola.com/geografia/biocombustiveis/> Acesso em 18 de abr de
2010.
BIOETANOL. Disponível em
<http://www.bioetanol.org.br/interna/index.php?chave=bioetanol> Acesso em
18 de abr de 2010.
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<http://www.brasilescola.com/geografia/bioetanol.htm> Acesso em 18 de abr de
2010.
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2010.
TIPOS de biocombustíveis. Disponível em <http://www.portal-
energia.com/tipos-de-biocombustiveis/> Acesso em 18 de abr de 2010.

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