Este trabalho traz como proposta temática a sexualidade e o
comportamento, onde veremos que a sexualidade é um aspecto central de ser humano durante a vida. Abrange sexo, identidade e papéis do género, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é experienciada e expressada em: pensamentos, fantasias, desejos, opiniões, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Quando a sexualidade inclui essas dimensões ela pode ser experienciada e expressada. A sexualidade é influenciada pela interacção de factores biológicos, psicológicos, sociais, económicos, políticos, cultural, éticos, legais, históricos e religiosos e espirituais. E no decorrer deste trabalho veremos mas detalhes sobre como a sociedade encara a sexualidade.
Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL:
perfect.human@hotmail.com 1 II.1 - A SEXUALIDADE E O COMPORTAMENTO
Sexualidade é um conceito muito mais abrangente do que a
simples atracção física entre indivíduos ou o aparelho genital de cada um e o seu engajamento no intercurso sexual com outra pessoa. No ser humano, a sexualidade possui componentes físicos, afectivos, intelectuais e socio-culturais que a distanciam imensamente de qualquer outro tipo de manifestação sexual dentro do reino animal. E, uma vez que cada pessoa é uma criatura humana é absolutamente única, não é possível afirmar categoricamente que exista uma sexualidade, ou mesmo uma actividade sexual, que possa ser considerada "normal", em detrimento de todas as outras formas existentes.
Inúmeros factores biológicos, sociais, políticos e psicológicos
influem directamente na formação e no direcionamento da nossa sexualidade, com destaque para o género, orientação sexual, níveis de hormónio no organismo, idade e perspectiva de vida, bem como as visões que os indivíduos possuem de sexo, baseadas em suas crenças religiosas e valores culturais.
Sexualidade é, dessa maneira, um termo composto por
elementos de diversas esferas, do biológico ao sociopolítico, do genético ao psicológico, onde a educação recebida desde o berço e ao longo de toda vida cumprirá sempre um papel preponderante. Lidando simultaneamente com tantas variáveis, a sexualidade humana é o resultado e, ao mesmo tempo, a consequência directa da personalidade e das relações interpessoais de cada indivíduo, incluindo sua auto-percepção, sua auto-estima, sua história pessoal, a imagem de corpo além, o amor, a intimidade, pensamentos, fantasias e desejos eróticos, etc.
A questão de género desempenha um papel crucial na
construção política da sexualidade, uma vez que a sociedade define, a priori, mediante o estabelecimento de normas rígidas e explícitas, qual deve ser o comportamento sexual de um homem e de uma mulher, independentemente do que esse homem ou essa mulher realmente sentem e desejam para si em termos de expressão da sua sexualidade. Diante dessa armadilha, configurada pela camisa de Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL: perfect.human@hotmail.com 2 força da normatização da sexualidade, é fundamental que cada pessoa aprenda a reconhecer o que é normal para ela mesma - o que a faz sentir-se cómoda, confortável e satisfeita em matéria de sexo - conforto e satisfação que pode ser bastante diferente e variar enormemente de pessoa para pessoa.
O filósofo Michel Foucault concebeu a sexualidade como uma
construção social basicamente criada para submeter o corpo individual ao controle colectivo da Sociedade. Segundo ele, o conceito de sexualidade não é uma categoria natural, mas uma construção social e como tal só pode existir no contexto social.
Teoricamente, a sexualidade assim como a conhecemos, inicia-
se juntamente à puberdade ou adolescência, o que deve ocorrer por volta dos 12 anos de idade (Art. 2º – Estatuto da Criança e do Adolescente). Entretanto, em prática, sabemos que não se configura exatamente desta forma.
O termo sexualidade nos remete a um universo onde tudo é
relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.
A noção de sexualidade como busca de prazer,
descoberta das sensações proporcionadas pelo contato ou toque, atração por outras pessoas (de sexo oposto e/ou mesmo sexo) com intuito de obter prazer pela satisfação dos desejos do corpo, entre outras características, é diretamente ligada e dependente de fatores genéticos e principalmente culturais. O contexto influi diretamente na sexualidade de cada um.
Muitas vezes se confunde o conceito de sexualidade com o do
sexo propriamente dito. É importante salientar que um não necessariamente precisa vir acompanhado do outro. Cabe a cada um decidir qual o momento propício para que esta sexualidade se manifeste de forma física e seja compartilhada com outro indivíduo através do sexo, que é apenas uma das suas formas de se chegar à satisfação desejada. Sexualidade é uma característica geral experimentada por todo o ser humano e não necessita de relação exacerbada com o sexo, uma vez que se define pela busca de prazeres, sendo estes não apenas os explicitamente sexuais. Pode-se
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Existem diferentes abordagens do tema que variam de acordo
com concepções e crenças convenientes a cada um. Em alguns lugares pode-se encontrar visões preconceituosas sobre o assunto. Em outros, é discutido de forma livre e com grande aceitação de diferentes olhares ao redor do termo. Algumas vertentes da psicologia, como a psicanálise Freudiana, consideram a existência de sexualidade na criança já quando nasce. Propõe a passagem por fases (oral ,anal, fálica) que contribuem ou definem a constituição da sexualidade adulta que virá a desenvolver-se posteriormente.
Seja qual for a sua visão íntima sobre o assunto, é interessante
que se possa manter uma relação de compreensão e aceitação de sua própria sexualidade. O esclarecimento de dúvidas e a capacidade de se sentir vontade com seus desejos e sensações, colabora imensamente ao amadurecimento desta, o que gera sensação de conforto e evita conflitos internos provenientes de dúvidas e medos, gerando uma experiência positiva e saudável.
II.1.1 – COMPORTAMENTOS SEXUAIS
Quando o rapaz ou a rapariga atinge a puberdade, sente
de forma acentuada a necessidade de obter satisfações sexuais e sente-se fortemente atraído por inúmeros estímulos sexuais, de acordo com os seus gostos e preferências pessoais.
A satisfação destas necessidades implica sempre
um determinado comportamento, o comportamento sexual. Pelo facto de as pessoas não vivenciarem as suas experiências sexuais da mesma forma, não significa que sejam anormais, antes pelo contrário, significa apenas que não existem duas pessoas iguais e que Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL: perfect.human@hotmail.com 4 portanto também ao nível do comportamento sexual as diferenças existem.
O que importa realmente é que permitas a ti próprio não
ser exactamente igual a toda a gente e compreender que é sempre possível imaginar uma experiência sexual ainda mais gratificante do que a anterior.
Os comportamentos sexuais são também
comportamentos sociais porque, quase sempre, implicam outras pessoas. Deste ponto de vista, os comportamentos sexuais acabam por ser regulados, em algum grau, pela sociedade e pela cultura. Existindo comportamentos considerados mais adequados e bem aceites que outros. Para entender o comportamento sexual individual é necessário, além disso, ter em conta os processos implicados na sequência que vai desde o estímulo sexual até aos comportamentos da pessoa. Perante o mesmo estímulo cada pessoa vai processar esse facto de forma diferente devido às suas características físicas, aos seus afectos e à maneira de pensar, dando origem consequentemente a comportamentos sexuais diferentes. Se reparares, o que para ti pode ser erótico, para outro colega teu não terá o mesmo significado. Também os afectos relacionais como o desejo, atracção e enamoramento, influenciam os teus comportamentos sexuais. Todos estes factores se misturam e fazem com que os comportamentos sexuais que as pessoas têm perante determinados estímulos sejamos mais variados possíveis.
II.1.2 - DIFERENÇA ENTRE A SEXUALIDADE E O SEXO
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perfect.human@hotmail.com 5 É claro que sim. No entanto esses dois temas podem nos levar a destinos muito diferentes. Quando falamos ou tratamos de sexualidade estaremos pensando nas energias que são canalizadas no nosso corpo dessa maneira, isto é, na forma de sexualidade. Estaremos portanto falando, de nossos desejos, de nossas sensações prazerosas, de nossa compreensão sobre a maneira como sentimos e lidamos com as questões que envolvem essas energias. Estamos falando, por exemplo, de como nos relacionamos sexualmente, de como controlamos os nossos impulsos relativos ao sexo, de como podemos expressar a nossa sexualidade publicamente ou intimamente, de como estas manifestações alteram e interferem nas nossas vidas, de como sentimos tais energias nos nossos corpos e de como essa energia pode ser usada bem ou mau, construtiva ou de maneira desastrosa.
Já quando estamos falando do sexo, já estamos falando da
prática do sexo exclusivamente. Aí então, falamos de sexo bom ou ruim, de sexo moralmente aprovado ou desaprovado, estamos falando da prática sexual simplesmente ainda que não tenha finalidades mais elevadas, falamos de sexo seguro, de sexo arriscado, de sexo depravado ou patológico e assim por diante.
II.1.3 - VARIAÇÕES SEXUAIS
O comportamento sexual humano difere em cada ser humano.
Os valores sociais tendem a dividir em blocos determinados padrões de conduta sexual. Entende-se como sexualidade o conjunto de variações do comportamento referentes aos desdobramentos dos estímulos sexuais em relação ao prazer e perpetuação da espécie na caracterização da forma actos sexuais. As principais variações do comportamento observadas são: heterossexual, homossexual, bissexual, trissexual, pansexual, transexual, transgêneros, pedofilia, programado, sadomasoquismo, naturismo, crossdresser, celibato, kama sutra, monogâmico, poligâmico, abstinência, assexual, zoofilia, metrossexual, fetichismo, exibicionismo, virtual, platônico, grupal, geriátrico, pedólatria, hermafrodita, transcendental, casual, imaginário, supra-sexo, psicodependências e comportamentos sexuais alterados:
- A heterossexualidade é o comportamento sexual onde
existe uma combinação binária no relacionamento macho-fêmea. Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL: perfect.human@hotmail.com 6 Neste caso há uma clara associação de libido, sentimentos e desejos pelo sexo oposto. Este comportamento pode assumir um padrão monogâmico ou poligâmico. Também pode estar envolvido de fetichismo, exibicionismo, grupal, geriátrico e por pedofilia. O heterossexual não admite praticar o bissexualismo, a trissexualidade, a transexualidade, o relacionamento com transgêneros, o estilo crossdresser e zoofilia.
Os heterossexuais são as bases de todas as sociedades
modernas. Em muitos países a noção de família é reservada exclusivamente a eles. Embora não seja o único padrão de comportamento responsável pela procriação da espécie é a classe de referência como modelo social. Na relação afectiva, alguns heterossexuais admitem o sexo grupal, mas apenas na troca de parceiros do sexo oposto, não admitindo a troca de carícias entre indivíduos do mesmo sexo. Os casais conservadores não admitem o sexo fora do relacionamento e possuem uma tendência a orientar o sexo com o parceiro segundo preceitos existenciais: religiosos, biológicos e de costume. Muitas das vezes, essa variação da heterossexualidade restringe as formas de prazer sexual e canaliza esforços para a manutenção da prole.
- A homossexualidade é o comportamento sexual no qual o
indivíduo sente atracção pelo mesmo sexo. Quando indivíduos de comportamentos sexuais diferentes deste têm uma reacção contrária a este comportamento surge a homofobia, que é a aversão ao comportamento homossexual. Existem três grandes variações no comportamento homossexual: indivíduos classificados como passivos, activos e versáteis. Os indivíduos passivos são aqueles que fazem a função de fêmea numa relação, eles gostam apenas de demonstrar o seu lado feminino e inibem o seu lado masculino. Os indivíduos activos gostam de fazer apenas o papel de macho na relação. Este comportamento sexual é válido tanto para pessoas do sexo masculino como femininos que têm características similares. Já os indivíduos versáteis são aqueles que não têm restrição de gosto sexual e fazem o papel de macho e fêmea de acordo com sua vontade própria ou do parceiro.
- Bissexualidade é um comportamento sexual onde o
indivíduo sente atração tanto pelo sexo masculino como feminino. Há uma combinação de heterossexualidade com homossexualidade. Que pode tanto ocorrer em paralelo, em relacionamentos extraconjugais,
Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL:
perfect.human@hotmail.com 7 ou por fases, onde há momentos de homossexualismos e alternados com momentos de heterossexualismo. Tanto na homossexualidade como na bissexualidade estão presentes dois tipos de sub- comportamentos: indivíduos enrustidos e indivíduos liberais. Os indivíduos enrustidos são aqueles que praticam o comportamento sexual homossexual e escondem para a sociedade, negando muitas vezes até de si mesmos. O indivíduos liberais assumem a homossexualidade ou bissexualidade sem entrar em conflito com a sociedade e suas ideias de forma natural. Os comportamentos presentes neste parágrafo remotam desde a origem do homem e eram bem aceitos por diversas sociedades até a idade média. No mundo contemporâneo, após um grande período de perseguição, com o movimento de liberdades sociais está permitindo uma maior compreensão do fenómeno sexual melhorando o nível de tolerância entre os diversos comportamentos sexuais entrando até, em muitos países, como a noção de unidade familiar, que por convenção era fornecida para uniões estáveis entre heterossexuais.
III – CONCLUSÃO
Após uma analise acerca da sexualidade, chagamos a seguinte
conclusão:
Entendemos que a sexualidade é uma energia que nos motiva a
procurar amor, contacto, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, e ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções, e por isso influencia também a nossa saúde física e mental.
Concluímos também que, a necessidade de estarmos perto das
pessoas continua por toda o que muda são as formas de estar próximo dos outros, de dar e receber. A sexualidade vai aparecendo na adolescência e não é só a mudança do nosso corpo, mudança física e na necessidade de nos reproduzirmos, ou seja de termos Por OSWALDO MENDES – TELEFONE: 925177980 EMAIL: perfect.human@hotmail.com 8 filhos, ou a necessidade biológica, é também e sobre tudo uma forma de estar próximo de alguém que escolhemos pelas suas qualidades e com quem queremos estar, aquém queremos proteger, cuidar e amar, e queremos ser protegidos e amado ou seja com quem temos uma relação romântica.
Concluindo, se a sexualidade varia ao longo da vida e se
as pessoas são diferentes, então os comportamentos e desejos sexuais são também eles diferentes.