Está ao alcance do mais comum dos mortais
Há um mito que quero ajudar a combater e que se relaciona
com a profética ideia de que as actividades de montanha se
destinam a uma suposta elite de indivíduos macambúzios
que obcecadamente fazem muitos quilómetros para ir a um
pico onde, alegadamente só conseguem ir os mais aptos.
NÃO !!!!!
Não quero especular sobre as necessidades individuais que
levam os conhecedores dos ambientes de montanha a per-
petuarem esta imagem nem quero especular sobre as cara-
cterísticas de um povo, a que pertenço, que levam a acreditar
nestas ideias.
Tal como em outras áreas há níveis para tudo.
Há montanhas que nesta altura do ano se cobrem com o
manto branco da neve e que permitem ao mais comum dos
mortais desfrutar das suas paisagens, descobrir cascatas e
riachos gelados de imensa beleza.
É possível ao mais comum dos mortais aceder a certos picos
de onde se podem ver montes e vales que de outra maneira
não estariam ao nosso alcance.
Não quero com isto dizer que não sejam necessários con-
hecimentos específicos para tais actividades, antes pelo con-
trário.
É certo que sim. É necessário encontrar alguém que nos in-
icie devidamente nestes ambientes que nos ajude a saber
como fazer e o que não fazer e, acima de tudo, a conhecer
os nossos limites de modo a que possamos fazer todas essas
actividades com a segurança adequada.
Montes e Vales é uma marca registada da Nómadas, Turismo de Aventura, Lda Alvará 66/2003 DGT
Também é aconselhável encontrar quem vá para a montanha
na “nossa onda”, ou seja:
- se queremos ir passear, contemplar a paisagem e tirar fo-
tografias, então devemos encontrar companheiros que tam-
bém o queiram fazer
- mas se queremos ir colocar à prova os nossos limites, quer
físicos, quer técnicos, então o melhor é encontrarmos outro
tipo de pessoas para quem seja esse o seu objectivo.
Qualquer um destes objectivos é saudável para quem o per-
siga.
Desengane-se também quem acha que ir passear numa mon-
tanha nevada é passar frio e privações que só alguns “mais
aptos” conseguem.
Por muito que estas actividades sejam raras no nosso país,
quando nos deslocamos à vizinha Espanha, para não falar no
resto da Europa, vemos famílias inteiras do avô ao neto a pas-
sear alegremente por vertentes nevadas.
Gente normal que na segunda-feira seguinte retoma a sua
vida habitual mas que nesses dias passam excelentes mo-
mentos em família ou com amigos. São essas as pessoas que
no final do dia vemos alegremente sentados à volta de uma
mesa, com sorrisos de orelha a orelha a contar as suas aven-
turas.
São histórias que levam para contar, são momentos que os
unem de forma indelével.
Um bem haja.
David Monteiro
www.montesevales.com