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por
Richard W. Huffman – D.D.S.
John W. Regenos – D.D.S, F.I.C.D.
I-A-1
Seção I
Parte A
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
INTRODUÇÃO
F F
P P
Classe I Classe II Classe III
Tesoura Carrinho-de-mão Pinça
e e e
Pé-de-cabra Quebra nozes Ponte levadiça
Fig. A-1
I-A-3
II. AS ALAVANCAS DA MANDÍBULA
A. A alavanca normal Classe III
A mandíbula funciona como um sistema de alavanca. Idealmente, este sistema de
alavanca deveria ser a do tipo Classe III, uni e bi-lateral, no intuito de reduzir o stress causado
nos dentes.
P
ALAVANCA MANDIBULAR
UNILATERAL NORMAL
Vetor de
força
muscular
Fig. A-2
ALAVANCA MANDIBULAR
NORMAL NO PLANO
CORONÁRIO
Fig. A-3
A. Fulcro no molar devido a prematuridades
A figura A-2 demonstrou uma alavanca normal da mandíbula no plano sagital. Agora
vamos examinar o que acontece quando temos uma prematuridade na área de molares (ou de
pré-molares) e como isto modifica o sistema de alavancas e, conseqüentemente, coloca grande
stress sobre os dentes (Fig. A-4).
A cabeça da mandíbula se desloca para baixo
P F W ALAVANCA
CLASSE I
MÁ-OCLUSÃO DEFLECTIVA
INTERFERÊNCIA EM PROTRUSÃO
Prematuridade
no Molar
Fig. A-4
I-A-5
Em um movimento protrusivo da mandíbula, como para morder uma alface, etc., pode
se desenvolver um padrão de oclusão que resulte em um sistema de alavanca Classe I.
Quando a mandíbula abre, protrui, e tenta fechar com os incisivos de topo-a-topo, uma
prematuridade no molar (ou pré-molar) pode existir e, então, deslocar a cabeça da mandíbula
para baixo levando o contato prematuro no dente a se tornar o fulcro (F) do sistema de
alavanca. (Este tipo de prematuridade em protrusiva geralmente se encontra no contato de
uma vertente distal superior com uma vertente mesial inferior.) O vetor de força muscular no
fechamento (P) está agora posteriormente ao fulcro do dente, e o trabalho (W) é feito na área
dos dentes anteriores. Este posicionamento resulta em uma alavanca Classe I, que coloca
grande stress nos dentes anteriores, especialmente os dentes anteriores superiores, pois, não só
a força está aumentada devido à mudança no sistema de alavanca, como a direção da força
não está alinhada com o eixo destes dentes.
Semelhantemente, se temos uma prematuridade em um molar ou pré-molar quando a
mandíbula se fecha em oclusão de relação cêntrica criando um toque anterior e deslizando
para máxima intercuspidação (O.C.), desenvolve-se outro tipo de sistema de alavancas (Fig.
A-5).
F
W P
alavanca b: ALAVANCA CLASSE III
P W alavanca a:
ALAVANCA
F
CLASSE I
MÁ-OCLUSÃO DEFLECTIVA
Prematuridade
no Molar
Fig. A-5
F
W
Contato do lado
de balanceio
Fig. A-6
A Fig. A-3 mostrou a alavanca normal Classe III da mandíbula no plano coronal
durante a mastigação. Agora vamos examinar o que acontece quando é introduzido um
contato no lado de balanceio e como isto muda a alavanca normal da mandíbula de uma
alavanca Classe III para uma alavanca Classe II (Fig. A-6). Como exemplo, a boca é aberta e
a mandíbula é girada para a direita para mastigar o alimento deste lado. Neste momento, a
cabeça da mandíbula do lado esquerdo foi, progressivamente, levada para baixo, para frente e
para mesial, na eminência articular. A cabeça da mandíbula direita está assentada em sua
fossa e os músculos elevadores iniciam o fechamento da mandíbula. Se neste instante houver
um toque na vertente do molar do lado esquerdo (um contato prematuro no lado de
balanceio), o fulcro continua sendo a cabeça da mandíbula do lado direito (F), o trabalho
continua sendo feito nos dentes do lado direito (W), mas a prematuridade gera um fechamento
mais forçado por parte da musculatura do lado esquerdo devido ao contato no dente. Isto
resulta em uma alavanca Classe II como mostrado na Fig. A-6. No bruxismo, os músculos
elevadores esquerdos, definitivamente, iriam gerar a força para esta alavanca.
I-A-7
Caso o contato do molar esquerdo, neste exemplo, seja severo o suficiente, é possível
que este se torne o fulcro deste sistema de alavanca resultando em uma alavanca Classe I (Fig.
A-7, alavanca a).
W P
W alavanca a
F
alavanca b
P
F
ALAVANCAS CLASSE I
FULCRO
Fig. A-7
Fig. A-8
o o
s s
compressão s s tensão
o o
FULCRO
tensão compressão
Fig. A-9
Quando uma força lateral é exercida sobre um dente, ocorrem zonas de compressão e
de tensão nas fibras da membrana periodontal e no osso alveolar adjacente. Estas áreas são
opostas, abaixo e acima da área de fulcro na raiz do dente (Fig. A-9). A relação normal entre
coroa e raiz é de 1:2. Como exemplo, um dente com 10 mm de coroa terá, geralmente, 20 mm
I-A-9
de raiz, o que é favorável para resistir às forças de alavanca enquanto o osso de suporte está
em condições normais e cobre todo o comprimento da raiz.
Vamos comparar um dente com suporte ósseo normal versus um dente que perdeu
metade do osso de suporte alveolar por doença periodontal (Fig. A-10).
Coroa
10 mm
Raiz
Fulcro 20 mm
10 mm
Fulcro
5 mm
FxD=R FxD=R
100 lbs x 20 mm = 2000 lbs 100 lbs x 25 mm = 2500 lbs
de resistência de resistência
Fig. A-10
OCLUSÃO IDEAL
OCLUSÃO IDEAL
I. TIPOS DE OCLUSÃO
A. Oclusão balanceada bilateral
As primeiras pesquisas sobre oclusão foram feitas por protesistas para próteses totais.
Já que os dentes na dentadura total estão presos uns aos outros em uma unidade, é possível se
deslocar um lado da prótese se houver um contato pesado no lado oposto. Por este motivo,
estes protesistas formularam a oclusão do tipo balanceada bilateral. Já que a maioria das
pesquisas sobre oclusão foi orientada neste campo da odontologia, houve uma grande
influência sobre o tratamento da dentição natural. Portanto, a maioria dos conceitos e técnicas
iniciais de oclusão incorporaram o tipo de contato balanceado bilateral em suas filosofias para
I-A-17
a oclusão de dentes naturais. Como resultado, os conceitos mais antigos tinham muitas falhas,
pois eles reconstruíam a oclusão do paciente para este tipo de contato oclusal.
Hoje já é aceito que a oclusão balanceada bilateral só pode ser usada para oclusão de
prótese total. Nem mesmo os protesistas ainda aderem estritamente à teoria de que é
necessário ter todos os dentes no lado de balanceio mantendo contato, usualmente apenas um
molar é considerado suficiente.
Estudos posteriores, conduzidos principalmente por periodontistas, têm mostrado que
os contados dentais no lado de balanceio são extremamente destrutivos para as estruturas de
suporte. Como resultado disto, como também de outros estudos e observações, a oclusão
balanceada bilateral não é mais recomendada para a oclusão de dentes naturais.
Pré-requisitos para a Oclusão Balanceada Bilateral
a. Posição Cêntrica: todos os dentes posteriores devem estar em contato,
mesmo quando a mandíbula está fechada em relação cêntrica (O.R.C.). Os
dentes anteriores devem ter uma folga mínima. Uma exceção é a relação de
Classe III esquelética, onde os dentes anteriores devem tocar junto com os
posteriores em O.R.C.
b. Posições excêntricas:
(1) Laterotrusão
(a) Posição de teste do lado de trabalho deve ter as vertentes
das cúspides vestibulares dos dentes superiores em contato
íntimo com as vertentes das cúspides vestibulares dos dentes
inferiores no lado de trabalho. O lado de trabalho é o lado em
que a cabeça da mandíbula rotaciona.
(b) Posição de teste do lado de balanceio. Os dentes do lado
oposto ao lado de trabalho devem ter um contato de balanceio
entre a cúspide lingual dos dentes superiores e a cúspide
vestibular dos dentes inferiores. O lado de balanceio é o lado
oposto ao lado de trabalho, ou o lado da cabeça da mandíbula
orbitante.
(2) Posição de teste protrusivo é a posição em que a incisal dos seis
dentes anteriores maxilares estão em contato com a incisal dos oito
dentes mais anteriores da mandíbula. Esta posição de teste deve ter
um contato de balanceio no último molar; usualmente, a cúspide
mesio-lingual do último molar da maxila toca a crista marginal distal
do último molar inferior.
B. Oclusão Balanceada Unilateral
Depois que os estudos estabeleceram que os contatos do lado de balanceio eram
destrutivos para a dentição natural, a idéia do balanceio bilateral foi abandonada para bocas
dentadas. Muitos dentistas naquele tempo, simplesmente eliminaram os conceitos de contato
em balanceio da velha teoria e mantiveram o restante da teoria de oclusão balanceada
bilateral. Nasceu então a teoria da oclusão balanceada unilateral.
Pré-requisitos para a Oclusão Balanceada Unilateral
a. Posição Cêntrica: todos os dentes posteriores devem estar em contato,
mesmo quando a mandíbula está fechada em relação cêntrica (O.R.C.). Os
dentes anteriores podem ou não tocar nesta posição.
b. Posições excêntricas:
(1) Laterotrusão
I-A-18
(a) Posição de teste do lado de trabalho
deve ter as vertentes das cúspides vestibulares dos dentes
superiores em contato íntimo com as vertentes das cúspides
vestibulares dos dentes inferiores no lado de trabalho. O lado
de trabalho, novamente, é o lado em que a cabeça da
mandíbula rotaciona.
(b) Posição de teste do lado de balanceio.
Não deverá haver qualquer tipo de contato no lado oposto, ou
lado de balanceio.
(2) Posição de teste protrusivo. Não deverá haver nenhum tipo de
contato nos dentes posteriores quando os seis dentes anteriores
superiores estiverem em contato com os oitos dentes inferiores mais
anteriores, topo-a-topo, na posição de teste protrusivo.
C. Desoclusão
Quando a oclusão balanceada bilateral foi abandonada para os dentes naturais, um
outro grupo de dentistas veio com um ideal totalmente diferente para a oclusão de dentes
naturais. Eles notaram a proeminência do dente canino em animais carnívoros (inclusive no
homem) e concluíram que um dos propósitos deste dente era o de desocluir, ou separar, todos
os dentes posteriores durante os movimentos excêntricos. Como resultado destas observações,
um terceiro tipo de relação de contatos dentais foi formulado e nomeado de “desoclusão”. As
razões para esta oclusão serão discutidas em detalhes mais tarde.
Pré-requisitos para a Desoclusão
a. Posição Cêntrica: todos os dentes posteriores devem estar em contato,
mesmo quando a mandíbula está fechada em relação cêntrica ou oclusão de
relação cêntrica. Os dentes anteriores devem quase tocar.
b. Posições excêntricas:
(1) Laterotrusão
(a) Posição de teste do lado de trabalho
deve ter, sempre que possível, o canino superior em contato
com a cúspide do canino inferior, ponta a ponta. É permissível
que se tenham outros dentes anteriores em contato quando
nesta posição. Não deverá ter qualquer contato em dentes
posteriores, uma vez que a mandíbula deixe a posição de
relação cêntrica.
(b) Posição de teste do lado de balanceio.
Não deverá haver qualquer tipo de contato no lado de
balanceio, ou lado em que a cabeça da mandíbula realiza
movimento de órbita.
(2) Posição de teste protrusivo. Não deverá haver nenhum tipo de contato
nos dentes posteriores quando qualquer um dos seis dentes anteriores
superiores estiver em contato com qualquer um dos oitos dentes
inferiores mais anteriores, em qualquer grau do movimento de
protrusão.
II. TIPOS DE POSICIONAMENTOS DE CÚSPIDES
D. Cúspide – Ameia
Este é o tipo de posicionamento de cúspide estabelecido na velha montagem de
prótese total ideal; variações desta relação são frequentemente vistas na dentição normal. É
basicamente a relação entre um dente com dois dentes, encontrada em todos os dentes exceto
I-A-19
o incisivo central inferior e o último molar superior. Cada dente do maxilar está distal e
vestibularmente relacionado a seu correspondente inferior.
E. Posições Cêntricas:
CÚSPIDE VESTIBULAR ÁREA DE CONTATO
INFERIOR NO DENTES SUPERIORES
(Fig. A-11)
1° pré-molar ameia entre canino e 1° pré superiores
2° pré-molar ameia entre 1° e 2° pré superiores
1° molar (cúspide M-V) ameia entre 2° pré e 1° molar superiores
1° molar (cúspide D-V) fossa central do 1° molar superior
1° molar (cúspide Distal) fossa distal do 1° molar superior
2° molar (cúspide M-V) ameia entre 1° e 2° molar superiores
2° molar (cúspide D-V) fossa central do 2° molar superior
Fig. A-11
A partir disto, podemos ver que todas as cúspides vestibulares dos dentes inferiores
estão em uma relação de contato com uma ameia entre dentes superiores, exceto:
a. A cúspide Disto-Vestibular do 1° molar inferior, que toca a fossa central do
1° molar superior.
b. A cúspide Distal do 1° molar inferior que toca a fossa distal do 1° molar
superior.
c. A cúspide Disto-Vestibular do 2° molar inferior que toca a fossa central do
2° molar superior.
Fig. A-12
A partir disto, podemos ver que todas as cúspides palatinas dos dentes superiores estão
em uma relação de contato com uma fossa, exceto:
a. A cúspide Disto-Palatina do 1° molar superior toca na ameia entre o 1° e 2°
molares inferiores.
b. A cúspide Disto-Palatina do 2° molar superior não está realmente em
contato, mas há uma relação dele com a borda distal do 2° molar inferior.
F. Posições Excêntricas:
a. Laterotrusão
(1) Posição de teste do lado de trabalho: Cúspides vestibulares (Fig. A-13)
A posição de teste do lado de trabalho mostra que todas as
inclinações mesiais e distais das cúspides vestibulares estão em uma
relação de interdigitação com o dente correspondente, no arco oposto.
Todas as pontas de cúspide vestibulares dos dentes superiores estão em
uma relação com uma ameia, exceto:
(a) A ponta da cúspide Mésio-Vestibular do 1° molar superior está no
sulco vestibular do 1° molar inferior.
(b) A cúspide Disto-Vestibular do 1° molar superior está no sulco disto-
vestibular do 1° molar inferior.
(c) A cúspide Mésio-Vestibular do 2° molar superior está no sulco
Vestibular do 2° molar inferior.
Todas as cúspides vestibulares dos dentes inferiores estão em uma
relação com uma ameia, exceto:
(a) A ponta de cúspide Disto-Vestibular do 1° molar inferior está no
sulco vestibular do 1° molar superior.
(b) A ponta de cúspide distal do 1° molar inferior toca a vertente distal
da cúspide disto-vestibular do 1° molar superior.
(c) A ponta de cúspide Disto-Vestibular do 2° molar inferior está no
sulco vestibular do 2° molar superior.
I-A-21
Fig. A-13
Fig. A-14
I-A-22
G. Cúspide - Fossa
Este tipo de posicionamento de cúspide leva as cúspides vestibulares dos dentes
inferiores para as fossas de seus antagonistas superiores. As cúspides palatinas dos superiores
são posicionadas na fossa de seus antagonistas inferiores.
A relação de cúspide-fossa direciona melhor as forças no longo eixo dos dentes. Isto
tende a estabilizar as posições individuais dos dentes e mantêm os dentes em suas respectivas
posições no arco dental. Isto também tende a prevenir a impactação de alimentos entre os
dentes, já que não há pontas de cúspides tocando no espaço interdental, forçando os dentes a
se separarem e impactando comida na gengiva papilar. Há uma menor tendência de desgaste
da ponta de cúspide, que também tende a melhorar a estabilidade dos dentes no arco dental.
Idealmente, a relação de cúspide fossa é o contato de um dente com um dente, e não
de um dente com um arranjo de dois dentes. Obviamente isto pode também ser uma relação
entre um dente e dois dentes.
H. Posição Cêntrica:
CÚSPIDE VESTIBULARES ÁREA DE CONTATO
INFERIORES NO DENTES SUPERIORES
(Fig. A-15)
1° pré-molar fossa mesial do 1° pré superior
2° pré-molar fossa mesial do 2° pré superior
1° molar (cúspide M-V) fossa mesial do 1° molar superior
1° molar (cúspide D-V) fossa central do 1° molar superior
1° molar (cúspide Distal) fossa distal do 1° molar superior
2° molar (cúspide M-V) fossa mesial do 2° molar superior
2° molar (cúspide D-V) fossa central do 2° molar superior
Fig. A-15
Fig. A-16
I. Posições Excêntricas:
a. Laterotrusão
(1) Posição de teste do lado de trabalho: Cúspides vestibulares (Fig. A-17)
A posição de teste do lado de trabalho mostra uma interdigitação
entre as vertentes distais e mesiais das cúspides vestibulares, no entanto,
elas não estão tocando a área interdental. Os pré-molares tendem a passar
por notches (corte em V) conhecidos como “Thomas Notch” (em
homenagem ao Dr. Peter K. Thomas que originou o enceramento funcional
cúspide-fossa). Estes notches dos pré-molares estão localizados nas
vertentes mesiais das cúspides vestibulares dos dentes superiores, e nas
vertentes distais das cúspides vestibulares inferiores. As pontas de cúspide
dos molares superiores passam pelos sulcos dos dentes inferiores. As
cúspides vestibulares dos dentes inferiores passam pelos sulcos acessórios
ou suplementares nas cúspides vestibulares dos molares superiores.
Fig. A-17
Fig. A-18
CONCEITO DE PANKEY-MANN-SCHUYLER
Este conceito foi desenvolvido sob a supervisão do Dr. L.D.Pankey, de Coral Gables,
Flórida; Dr. Arvin W. Mann, de Fort Lauderdale, Flórida; e Dr. Clyde H. Schuyler, de Upper
Montclair, Nova Jersey. Dois destes homens, que deram o nome a este conceito, formaram o
núcleo do grupo de seminário em Reabilitação Oral de Miami.
Em 1928, Dr. Harry Morton, de Milwaukee, Wisconsin, deu um curso ao Clube de
Estudos de Miami sobre Reconstrução Oclusal. O curso do Dr. Morton defendia a Teoria
Monson da Oclusão Esférica (Spherical Occlusion) e utilizava o articulador de Monson.
Em 1932, o Dr. Frederick S. Meyer, de Minneapolis, Minnesota, deu um curso para o
mesmo grupo sobre Construção de Prótese Total utilizando sua técnica “chew in” - de
mastigação (que hoje é chamada de functionally generated path – ? trajetória gerada
funcionalmente ? ).
Mais tarde, o trabalho do Dr. Clyde Schuyler sobre guia incisiva, relação cêntrica e
interferências deflectivas, foi incorporado para formar o conceito atual. O nome do Dr.
Schuyler foi então adicionado ao conceito Pankey-Mann original.
Em sua essência, este conceito é baseado no seguinte: O plano de oclusão é
estabelecido incorporando-se uma curva de Spee que é, aproximadamente, o arco de um
círculo de 4 polegadas (+/- 10 cm) de raio. A guia incisal é colocada idealmente a 30°
lateralmente e 40° de protrusão, sempre que possível e praticável. Esta guia anterior se torna o
fator guia principal que pode sobrepor a influência da articulação temporomandibular que, por
sua vez, se torna um fator guia secundário.
As restaurações de dentes posteriores inferiores são feitas de acordo com o plano de
oclusão pré-determinado. Depois, os dentes anteriores superiores são restaurados para
estabelecer a guia anterior pré-determinada, sempre que necessária. As restaurações
posteriores superiores são então feitas utilizando um método funcional, na boca do paciente.
A oclusão resultante é construída na oclusão de relação cêntrica com uma oclusão
cêntrica arbitrária também presente. No entanto, nenhuma deflecção é permitida entre a
O.R.C. e a O.C. (chamada de cêntrica longa). Recentemente foi introduzida também uma
“cêntrica larga” para acomodar os movimentos de Bennett. Uma oclusão balanceada
unilateral é desejável e desenvolvida através da functionally generated path. Esta oclusão
balanceada unilateral específica é conhecida como “função em grupo”. Uma relação de
cúspide-fossa na O.R.C. é desejável, sempre que possível. Este contato é um ponto único de
contato entre a ponta de cúspide vestibular inferior e o centro da fossa do dente antagonista.
I-B-2
Inicialmente, este grupo usava um articulador especial conhecido como “Instrumento
P.M.”, para realizar a análise de casos e para fazer as restaurações dos dentes inferiores.
Atualmente este dispositivo foi descartado e substituído pelo articulador Hanau com um
acessório “flag”.
GNATOLOGIA
O conceito gnatológico foi formulado sob a direção do Dr. Beverly B. McCollum, de
Los Angeles, Califórnia; Dr. Harvey Stallard, de San Diego, Califórnia; e Dr. Charles E.
Stuart, de Ventura, Califórnia.
Em 1921, Dr. McCollum descobriu a primeira forma para se localizar o eixo de
rotação da mandíbula. Em conjunto com o Dr. Harvey Stallard, ele criou a palavra
“Gnatologia” para descrever o estudo e tratamento de todo o mecanismo oral como uma
unidade funcional. Gnatologia, por definição, é a ciência que lida com os aspectos biológicos,
fisiológicos e mecânicos do sistema estomatognático e sua relação vital com o corpo humano.
Em 1926, a Sociedade Gnatológica da Califórnia foi organizada com o propósito de
conduzir pesquisas sobre os movimentos e relações dos maxilares. Além dos previamente
mencionados, outros três dentistas (Dr. Ernest R. Granger, Dr. Everitt V. Payne, Dr. Peter K.
Thomas) e muitos outros se afiliaram ao grupo.
Nos anos 30, os Drs. McCollum e Stuart desenvolveram o primeiro instrumento capaz
de reproduzir com exatidão os movimentos mandibulares. Este dispositivo de reprodução
mandibular foi chamado de “Gnatógrafo” (Gnathografh), significando “escritor da
mandíbula”. Dr. McCollum, baseado em pesquisas coordenadas do grupo de estudo
Gnatológico, redesenhou seu articulador para duplicar estes movimentos mandibulares
registrados pelo “Gnatógrafo”. Este instrumento, ou articulador, foi conhecido como
“Gnatoscópio” (Gnathoscope).
Outros articuladores foram introduzidos pelo Dr. Granger, Drs. Swanson e Wipf, e Dr.
DePietro. Nos anos cinqüenta, o Dr. Stuart introduziu seu articulador, conhecido como
“Instrumento Stuart”, que é provavelmente o mais comumente utilizado hoje. O instrumento
mais recente é o articulador do Dr. Niles Guinchet, o Denar D4-A.
A Sociedade Gnatológica estudou os requerimentos funcionais dos dentes de animais
carnívoros, incluindo, é claro, o homem. Os resultados destes estudos, brevemente, foram de
que os incisivos são usados para morder alimentos bem finos, os dentes posteriores para
amassar e macerar alimentos, e os caninos para segurar e rasgar alimentos. Concluíram mais
tarde que cada um destes três grupos de dentes deveria ter o privilégio de funcionar
independente dos outros grupos. Estas observações foram então confirmadas por estudos
analíticos extensos sobre os movimentos mandibulares em vários voluntários humanos. Estes
estudos permitiram que desenvolvessem as bases da anatomia e fisiologia orientada sobre a
importância do posicionamento das cúspides. A partir disto, eles desenvolveram as
determinantes da morfologia oclusal, que são os posicionamentos e direções das vertentes e
sulcos, altura de cúspide e profundidade das fossas, e o grau e magnitude das concavidades
palatinas dos dentes anteriores superiores e sua relação com os dentes anteriores inferiores.
Também concluíram que, devido ao design arquitetônico e o posicionamento anatômico do
dente canino, este deve ser o mecanismo pelo qual os três grupos de dentes poderiam
funcionar independentemente. Foi então formulado o termo “desoclusão pelo canino”.
O conceito Gnatológico de oclusão diz que a O.R.C. e a O.C. devem coincidir. Todos
os dentes posteriores devem tocar igualmente e exatamente ao mesmo tempo, na dimensão
vertical estabelecida, quando os maxilares estão fechados na posição de rotação terminal da
mandíbula ou relação cêntrica. Este deve ser um contato de três pontos entre a cúspide e a
fossa (nas vertentes, no perímetro da fossa); a ponta de cúspide, por si só, nunca deve tocar
nada, em nenhum momento. Este tipo de contato dentário é conhecido como “tripodismo”. O
I-B-3
dente canino, sempre que possível, deve desocluir ou separar os dentes posteriores em todos
os movimentos excêntricos laterais. Os dentes anteriores devem, similarmente, desocluir os
dentes posteriores nos movimentos de protrusão. Então, nenhum dente posterior deve tocar,
exceto na O.R.C.; este tipo de oclusão é conhecido como “desoclusão”. Esta desoclusão deve
estar em harmonia com a articulação temporomandibular e com os movimentos mandibulares.
Nem os dentes nem a articulação devem ditar um o outro.
O.C.
Guia
incisal Maloclusão deflectiva
O.R.C.
Arco de Rotação
Terminal
(Rotação)
Abertura adicional
(translação)
Fig. B-1
Dr. Ulf Posselt foi o primeiro a desenhar o envelope de movimentos no plano sagital,
como visualizado na Fig.B-1. Este material é apresentado no texto do Dr. Posselt, “Fisiologia
da Oclusão e Reabilitação” (Physiology of Occlusion and Rehabilitation), listado e nossa
seção de referências. Seu estudo foi feito colocando-se um dispositivo apoiado no arco
maxilar de voluntários, no qual foi anexado um plano vertical para traçado. Similarmente,
outro dispositivo foi apoiado no arco mandibular e a ele anexado um lápis, no plano
horizontal. Estes dispositivos permitiam a oclusão dentária sem qualquer interferência. Os
movimentos bordejantes da mandíbula puderam ser desenhados pelo lápis no plano, além de
atividades funcionais como mastigar alimentos diversos e deglutir, sem interferência dos
dispositivos.
O trabalho original de Posselt tem sido verificado por dispositivos eletrônicos
(Messerman’s Gnathic Replicator e Knapp’s G.E. Simulator), numerosos estudos
I-B-5
eletromiográficos, transmissores de rádio anexados aos dentes (Glickman e outros), além dos
estudos de Hickey, Woelfel e Allison utilizando pinos direcionados para as cabeças da
mandíbula, anexados a lâmpadas, fotografando os movimentos com um fundo quadriculado.
Até hoje, todos os estudos basicamente confirmaram o trabalho original de Posselt, e este tem
sido aceito por literalmente todos.
I. Arco de Rotação Terminal da Mandíbula (Arco de Relação Cêntrica)
O arco “H” a partir da posição nº 1 (Oclusão de Relação Cêntrica) para a posição nº 8
(abertura máxima de rotação pura) representa o arco de rotação terminal da mandíbula de
abertura ou fechamento mandibular. As seguintes afirmações podem ser feitas sobre este arco:
A. Terminologia: Este arco de rotação terminal da mandíbula é também denominado
Arco de Relação Cêntrica e também representado pelo Arco Esquelético, referido
na página I-A-12 deste manual.
B. Comprimento: A maioria das pessoas é capaz de abrir a mandíbula
aproximadamente uma polegada (25 mm) (medido na área incisal) de abertura
com rotação pura com as cabeças da mandíbula assentadas em suas respectivas
fossas articulares. O movimento rotacional ocorre no compartimento inferior da
articulação com a cabeça da mandíbula rotacionando e o disco permanecendo
relativamente parado. Qualquer abertura além desta envolve movimento de
translação ou de corpo das cabeças da mandíbula para fora de suas fossas. A
translação ocorre no compartimento superior da articulação com as duas cabeças
da mandíbula e discos se movendo.
C. Anatomia: Este arco é baseado no fato de as cabeças da mandíbula estarem
assentadas em suas respectivas fossas articulares em posição mais superior,
posterior e medial. O movimento é de pura rotação, que ocorre entre o
compartimento inferior do disco e a cabeça da mandíbula.
1. Já que representa rotação pura, o arco pode ser desenhado com um
compasso posicionado no centro rotacional das cabeças da mandíbula.
2. Representa um movimento bordejante ou um limite posterior de
fechamento e abertura da mandíbula.
3. Já que é um movimento puro (de rotação), o arco é reproduzível.
4. Está sob controle das estruturas esqueléticas e da neuro-musculatura.
5. É controlado pelos centros encefálicos superiores (higher brain centers) e
não é, por tanto, proprioceptivo naturalmente.
D. Na prática: Este é o arco de abertura e fechamento que a mandíbula gostaria de
realizar, caso não houvessem dentes no caminho para interferir.
1. Qualquer dimensão vertical de oclusão selecionada neste arco é
dependente de pura rotação mandibular.
2. Este é o arco utilizado na mastigação (estágio inicial de maceração) para
alimentos duros e resistentes.
3. De acordo com estudos mais recentes de Lundeen, Gibbs e Mahan, este
arco pode ser usado no lado de trabalho com contatos dentários (estágio
de trituração da mastigação) em O.R.C. por alguns indivíduos.
4. Este é o arco de abertura e fechamento utilizado na localização do eixo
de rotação terminal da mandíbula durante os procedimentos
Gnatológicos.
I-B-6
II. Arco de Translação
Qualquer movimento adicional de abertura a partir da posição nº 8 (abertura máxima
de pura rotação), para a posição nº7 (abertura total máxima), chamado de arco de translação,
representa a capacidade adicional de abertura dos maxilares. As seguintes afirmações podem
ser feitas sobre este arco:
A. Terminologia: Este arco é chamado de Arco de Translação, Arco Translatório ou
simplesmente de arco de abertura adicional do movimento mandibular. Poucos
sinônimos têm sido usados com este arco.
B. Comprimento: A maioria das pessoas é capaz de uma abertura mandibular
adicional de aproximadamente uma polegada (medida na área incisal) neste arco,
somando uma abertura total máxima de aproximadamente duas polegadas, ou 50
mm.
C. Anatomia: Este arco de abertura é baseado na translação das cabeças da
mandíbula ou o movimento de corpo das cabeças da mandíbula e discos, juntos,
envolvendo o compartimento superior da articulação, como já dito.
1. Já que este arco envolve translação ou movimento de corpo da mandíbula
(cabeças da mandíbula e discos), ele varia consideravelmente
dependendo do gral de movimento de cada cabeça da mandíbula e a
sincronia entre os seus movimentos, bem como dos contornos e
configurações dos componentes ósseos.
2. Este é um movimento bordejante, como desenhado neste plano, que
somente ocorre quando ambas as cabeças da mandíbula assumem suas
posições mais posterior e superior, sem qualquer componente lateral no
movimento de abertura maxila rotacional (na posição nº8). Normalmente,
já que a sincronia deste movimento adicional varia e graus variáveis de
translação ocorrem, este arco geralmente não é considerado como um
arco reproduzível, como o arco de abertura de rotação terminal da
mandíbula. No entanto, desvios laterais não são visualizados facilmente
neste plano.
3. Este arco também tem um controle duplo da estrutura esquelética com
uma grande influência da neuro-musculatura.
4. É também considerado sob controle dos centros encefálicos superiores
(higher brain centers), então não é totalmente proprioceptivo
naturalmente.
D. Na prática: Este arco de fechamento não é considerado de grande significância
clínica, como o arco de rotação terminal da mandíbula, já que tem pequena
aplicação clínica.
1. A mensuração da abertura máxima neste arco é de valia para o
diagnóstico quando estudando disfunção e síndromes da A.T.M..
Qualquer abertura total de 45 mm a 55 mm (aproximadamente duas
polegadas) é considerada normal. Pacientes com problemas agudos de
D.T.M são capazes de apenas 15 a 20 mm de abertura total ou menos,
que é de valor para o diagnóstico.
2. Desvios laterais de abertura e fechamento são também significantes
clinicamente quando avaliando um paciente com disfunção
estomatognática. No entanto, isto não é facilmente visualizado nesta
visão sagital do Envelope de Movimentos de Posselt.
I-B-7
3. Ao paciente apresentando sons na articulação, como “clique e
crepitação”, mas sem queixa de dor, deve ser mostrado que estes sons
não ocorrem quando eles abrem a boca até o limite do arco de rotação
terminal da mandíbula. Eles devem então protruir ou abrir mais no arco
translatório para iniciar estes sons na articulação. Isto se torna
clinicamente significante quando indicamos exercícios de incoordenação
articular para este paciente ou quando explicando ao paciente o problema
dos sons na síndrome da disfunção de A.T.M..
X. Protrusão Máxima
O trajeto da posição de teste de protrusão incisal de topo-a-topo (n° 3) para frente,
passando pela posição n° 5, para a posição n° 6, representando a protrusão máxima, é descrita
como um movimento bordejante no envelope de movimentos de Posselt (Fig. B-1).
A. Todo este trajeto bordejante da posição n° 3 para frente, para a posição n° 6, é
ditada pela relação dos dentes posteriores em oclusão e a separação vertical
permitida pelo ângulo da eminência quando as cabeças da mandíbula vão para
baixo em seu trajeto de protrusão. Portanto, este trajeto terá variações de pessoa
para pessoa.
B. Usualmente, da posição n° 3 para a posição n° 5, encontramos um trajeto
relativamente reto, ditado pela guia das cúspides dos dentes posteriores.
C. O leve arco com fechamento vertical do trajeto da posição n° 5 para a protrusão
máxima (n° 6) é criado pelo fato de que as cabeças da mandíbula vão para baixo
em suas respectivas eminências até uma posição em que há toque em apenas um
dente posterior, o que atua como um fulcro permitindo à mandíbula ir para cima,
para uma dimensão vertical um pouco mais fechada.
D. O comprimento dos ligamentos e da musculatura limita os movimentos
bordejantes da mandíbula mais para frente e mais fechado, demonstrado pela
posição n° 6.
XII. Sumário
I-B-13
A. O envelope de movimentos de Posselt no plano sagital, como demonstrado na
Fig. B-1, representa as bordas ou limites do movimento mandibular para anterior,
posterior, inferior e superior, para a média da população dentada.
B. É difícil, se não impossível, registrar o envelope de movimentos para um
paciente com disfunção estomatognática ou apresentando síndrome da disfunção
da ATM aguda.
C. Para desenhar as bordas do envelope de movimentos de Posselt realmente
reproduzível, devemos ter um paciente assintomático e com a neuro-musculatura
relaxada.
D. Mudanças críticas no envelope de movimentos podem ser visualizadas antes e
depois do tratamento oclusal, como demonstrado na Fig. B-2 a seguir.
CÊNTRICA LONCA
O.R.C. e O.C.
C
Fig. B-2
I-B-14
Sumário
Já que dois dos maiores objetivos do tratamento oclusal são de eliminar a má-oclusão
deflectiva e harmonizar a guia anterior com o movimento das cabeças da mandíbula, fica
claro entender porque as duas filosofias ou conceitos de oclusão se desenvolveram.
O conceito Pankey-Mann-Schuyler elimina a má-oclusão deflectiva estabelecendo
uma O.R.C. e uma O.C. em uma mesma dimensão vertical de oclusão e permite a organização
da guia incisal para iniciar no limite anterior da cêntrica longa (Fig. B-2-B).
O conceito Gnatológico elimina a má-oclusão deflectiva tendo uma máxima
intercuspidação dos dentes (O.C.) coincidente com a O.R.C.. A desoclusão anterior é
realizada sem interferência e em harmonia com os fatores da guia esquelética.
Também deveria ser óbvio que a odontologia convencional pode ser aplicada apenas
em pacientes que não apresentam nenhum sinal ou sintoma de doença oclusal. Até mesmo
então, a odontologia convencional deve ser acompanhada com extremo cuidado para que não
se altere a posição em O.C. existente nem se introduza novos contatos prematuros em O.R.C.,
nem novas interferências em nenhuma posição entre a O.R.C. existente e a posição de O.C.
nem novas interferências excêntricas (Fig. B-2-A).
I-C-1
Seção I
Parte C
UM ESTUDO DOS DETERMINANTES
DA MORFOLOGIA OCLUSAL
estudante que utilize esta seção como uma máquina de aprendizado. Selecione o desenho
método de ensino passado a nós originalmente pelo Dr. Charles Stuard, Dr. Harry Lundee e
Fig. C-1
I-C-4
b. Análise dos Efeitos nos
Dentes Mandibulares
Coloque a ponta de um compasso no ponto representando o centro de rotação da
cabeça da mandíbula do lado direito (Fig. C-2). Coloque a ponta de grafite do compasso na
fossa central do primeiro molar direito inferior. Segurando o compasso firmemente, rotacione
a página do manual para a direita, desenhando um arco. Repita o mesmo procedimento
utilizando o centro de rotação indicado na cabeça esquerda da mandíbula, mas colocando a
ponta de grafite novamente na fossa central do primeiro molar direito inferior. Rotacione a
página para a esquerda, desenhando outro arco. Se assumirmos que a ponta de grafite
representa a ponta da cúspide lingual do primeiro molar superior, teremos então desenhado o
trajeto de sua função. A exemplo do exercício anterior e responda às mesmas perguntas.
Fig. C-2
I-C-6
II. GEOMETRIA DE COMO A DISTÂNCIA ENTRE AS CABEÇAS
DA MANDÍBULA IRÁ INFLUENCIAR AS DIREÇÕES DOS SULCOS E
VERTENTES.
A. Análise dos Efeitos nos Dentes Maxilares
Posicione a ponta do compasso nos centros de rotação projetados de várias cabeças da
mandíbula, A, B e C (Fig. C-3). Posicione a ponta de grafite do compasso na fossa central de
um molar superior e desenhe os arcos de trabalho e balanceio, conforme descrito
anteriormente. Estes arcos mostram o trajeto das cúspides vestibulares inferiores à medida
que se movem em função pelos dentes maxilares.
Fig. C-3
Como uma maior distância entre as cabeças da mandíbula afeta a posição dos sulcos
de trabalho?
______________________________________________________________________
Fig. C-4
Em relação a suas posições mesiais e distais, qual é a diferença entre os efeitos de uma
maior distância entre as cabeças da mandíbula na direção de sulcos e vertentes nos dentes
superiores e inferiores?
______________________________________________________________________
Fig. C-5
I-C-9
Estamos demonstrando a geometria simples das direções dos sulcos e vertentes. Você
poderia agora imaginar como a posição dos sulcos e vertentes realmente ditam a posição das
cúspides? Retorne para os desenhos que você completou e visualize como as cúspides devem
estar orientadas para permitir suas desoclusões.
Observe a intercuspidação necessária para as cúspides deslizarem entre si em função e
não colidirem umas com as outras.
Demonstramos as quantidades geométricas básicas que governam a localização de
cúspides e determinam as direções dos sulcos e vertentes, como vistos no plano horizontal.
Tenha certeza de que você compreendeu completamente estes fatores antes de continuar.
REVEJA AS PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES E REGRAS
1. Os sulcos de trabalho tendem a se localizar em uma direção transversa.
2. Os sulcos de balanceio estão geralmente em direção oblíqua.
3. As pontas das setas formadas apontam distalmente, ou para dentro da boca, nos
dentes superiores e mesialmente, ou para fora da boca, nos dentes inferiores.
4. A direção das vertentes acompanha a direção do sulco entre elas.
5. Quanto mais perto um dente está do centro de rotação, no sentido antero-posterior
(molar versus pré-molar), mais agudo serão os ângulos entre os sulcos de trabalho
e balanceio.
6. Quanto maior a distância entre as cabeças da mandíbula, mais mesial estarão os
sulcos de trabalho e balanceio nos dentes superiores e mais distal eles estarão nos
dentes inferiores.
7. Quanto menor a distância entre as cabeças da mandíbula, mais distal estarão os
sulcos de trabalho e balanceio nos dentes superiores e mais mesial eles estarão nos
dentes inferiores.
8. Quanto mais perto estiver o dente, relativamente, ao plano sagital central (arco
dentário mais estreito), mais agudo serão os ângulos entre os sulcos de trabalho e
balanceio.
Fig. C-6
I-C-11
b. Análise do Efeito na
Morfologia dos Dentes Mandibulares
Centralize a transparência da Maxila sobre a mandíbula impressa (Fig. C-7). Posicione
a ponta de um lápis no furo representando a cúspide mesio-lingual do primeiro molar direito.
A ponta do lápis assume então o trajeto da cúspide lingual mesial se movendo para fora da
fossa central do primeiro molar direito inferior. TENTE NÃO FICAR CONFUSO. Na
realidade, o ponto da cúspide superior não se move. No entanto, com o propósito de ilustração
precisamos fazer este movimento em ordem reversa para estudarmos o trajeto que ele toma
em uma folha de papel. Infelizmente, é assim que todos os articuladores funcionam devido à
necessidade gravitacional. Já que nas montagens em articuladores, ao invés de movermos a
mandíbula para baixo, para frente e para medial, nós movemos a maxila para cima, para trás e
lateralmente. Em essência, é o que estamos fazendo neste exercício. À medida que você
rotaciona a cabeça esquerda da mandíbula (A) pela linha (A) com o lápis na posição descrita e
você permite que a cabeça direita da mandíbula (B) translade seguindo as linhas (a) e (a’),
você está realmente desenhando os trajetos de balanceio da cúspide mesio-lingual do molar
direito superior no molar direito inferior. A linha (a) representa o movimento sem movimento
medial enquanto a linha (a’) introduz um movimento medial. Desenhe estes dois trajetos de
balanceio. Similarmente, à medida que você rotaciona a cabeça direita da mandíbula (B) pela
linha (B) com o lápis novamente posicionado sobre a fossa central e você permite que a
cabeça esquerda da mandíbula (A) siga as linhas (b) e (b’), você desenha os trajetos de
trabalho. A linha (b) representa o movimento sem movimento medial enquanto a linha (b’)
introduz o efeito do movimento medial. Agora desenhe estes dois trajetos de trabalho.
Fig. C-7
I-C-13
II. ASPECTO LATERAL DA PAREDE POSTERIOR DA FOSSA
ARTICULAR
A. Análise dos Efeitos na Morfologia dos Dentes Maxilares
O ingrediente final do movimento mandibular no plano horizontal é o efeito da
inclinação lateral da parede posterior da fossa articular. Esta inclinação póstero-lateral pode
ser formada de forma que, junto com o movimento medial, a cabeça da mandíbula em rotação
pode se mover para fora e para frente (latero-protrusão), direto para fora ou para fora e para
trás (latero-retrusão). Estes fatores específicos são revelados pela linha “W” no plano
horizontal do traçado pantográfico. Na Fig. C-8 você notará que a fossa foi desenhada em três
partes. Uma parte vai para trás (A), uma direto para fora (B), e a terceira para frente (C). Use
um lápis vermelho para desenhar o arco formado quando a transparência da Mandíbula
rotaciona, translada e segue a linha de rotação direto para fora (B). Use um lápis preto para
desenhar os arcos formados quando a mandíbula segue os trajetos para frente (C) e para trás
(A). Oriente a mandíbula em relação cêntrica e faça com que siga os vários trajetos das fossas,
desenhando assim os trajetos de trabalho e balanceio. (Fig. C-8). O lápis é colocado no furo
representando a cúspide disto-vestibular do primeiro molar inferior, que se encaixa na fossa
central o primeiro molar superior.
Em relação a suas posições, complete as sentenças seguintes inserindo as palavras
mesial ou distal.
Quanto mais latero-retrusão estiver presente, mais ________________ estarão os
sulcos de trabalho e balanceio nos dentes superiores.
Quanto mais latero-protrusão estiver presente, mais ________________ estarão os
sulcos de trabalho e balanceio nos dentes superiores.
pro --
direto
re --
Fig. C-8
---- re ----
direto
Fig. C-8A
I-C-15
A. Sumário
Analisamos agora os componentes horizontais do movimento mandibular e como estes
fatores influenciam o posicionamento das cúspides e direções dos sulcos e vertentes.
Em resumo, os fatores que influenciam no plano horizontal são:
1. Centros de rotação
2. Distância entre as cabeças da mandíbula
3. Largura do arco dentário
4. Movimento medial (direção da cabeça da mandíbula do lado de balanceio)
5. Direção da cabeça da mandíbula em rotação
Fig. C-9
Fig. C-10
Fig. C-11
Complete a REGRA:
QUANTO MAIOR A SOBREPOSIÇÃO HORISONTAL DOS DENTES
ANTERIORES SUPERIORES, MAIS ___________________ DEVEM
SER AS CÚSPIDES DOS DENTES POSTERIORES.
Fig. C-12
Qual é a relação entre as cúspides dos dentes posteriores nesta situação e onde existe
uma relativa grande quantidade de sobreposição vertical anterior?
______________________________________________________________________
Fig. C-13
O que tende a acontecer com as cúspides dos dentes posteriores nesta situação onde há
somente uma pequena quantidade de sobreposição vertical anterior?
______________________________________________________________________
Fig. C-14
Raio de
(5,1 cm)
Raio de
(7,6 cm)
Raio de
(10,2 cm)
Fig. C-15
O contorno da fossa no plano frontal tem muito efeito sobre a cúspide do lado de
balanceio?
______________________________________________________________________
Não conseguimos montar uma escala para ensino tridimensional que possa ilustrar os
efeitos do movimento das cabeças da mandíbula nos dentes anteriores. Podemos ilustrar os
efeitos nos molares e pré-molares pois eles se relacionam com os mesmos planos que as
cabeças da mandíbula em seus vários movimentos. No entanto, os dentes anteriores se
relacionam nos três planos. Talvez se você colocar suas mãos de modo que seus dedos
assumam a posição dos dentes anteriores e superiores, e mover sua mão inferior em um plano
de rotação, indo para cima ou para baixo como a cabeça da mandíbula deve se mover, você
possa visualizar a verdade dita na seguinte regra.
I-C-24
Fig. C-16
Fig. C-17
Pode ser dito que há três dimensões no espaço: comprimento (para traz e para frente),
largura (para direita e para esquerda) e altura (para cima e para baixo).
Já vimos que o movimento mandibular ocorre em três planos. Estes três planos do
movimento mandibular ocorrem nas três dimensões correspondentes do espaço. O
comprimento é representado no plano horizontal ou orbital axial. A altura é representada no
plano sagital e a largura é mostrada no plano coronal ou frontal.
O movimento de rotação pura da mandíbula em qualquer um destes planos deve
resultar em uma linha (ou eixo) imaginária ao redor do qual ocorre a rotação em cada plano.
Portanto, temos três linhas imaginárias nos respectivos planos do espaço ao redor dos quais
cada movimento rotacional ocorre. Estas linhas imaginárias têm sido referenciadas como
eixos de rotação. Isto significa que temos três eixos de rotação, denominados: transverso, eixo
horizontal; eixo horizontal antero-posterior, algumas vezes chamado de “eixo sagital”; e eixo
vertical. Em algum ponto em cada cabeça da mandíbula, estes três eixos de rotação se unem
em um ponto comum, que pode ser chamado de “centro comum de rotação”. Este centro
comum de rotação é usualmente chamado simplesmente de “centro de rotação”.
Conectando o centro de rotação da cabeça direita da mandíbula com o centro de
rotação da cabeça esquerda da mandíbula com uma linha imaginária, teremos representado o
“eixo de rotação da mandíbula” ou o eixo rotacional de abertura da mandíbula.
Se ambas as cabeças da mandíbula estiverem localizadas na posição mais posterior,
superior e medial em suas respectivas fossas articulares quando este movimento rotacional de
abertura ocorrer, iremos realizar o “eixo de rotação terminal da mandíbula”. Na nomenclatura
dental comum, este eixo de rotação terminal é frequentemente chamado simplesmente de
“eixo de rotação”.
Foi estabelecido que este eixo de rotação terminal pode ser reproduzido repetidamente
através de condução cuidadosa da mandíbula do paciente em um movimento de abertura e
fechamento em relação cêntrica ou posição de rotação terminal.
Este eixo de rotação mandibular é análogo ao eixo rotacional da terra que é descrito
como uma linha imaginária que passa pelos pólos norte e sul. Para localizar um corpo nas três
dimensões do espaço é necessário ter um terceiro ponto positivo de referência. Em medidas
do planeta terra, este terceiro ponto de referência foi estabelecido em Greenwich, Inglaterra.
O terceiro ponto de referência poderia ser localizado arbitrariamente em qualquer ponto da
superfície da terra. O fato importante é que deve permanecer constante em relação aos demais
pontos de referência uma vez estabelecido.
Falando comparativamente, em medições dentárias, estabelecemos nosso terceiro
ponto de referência no lado direito do nariz, aproximadamente 2-1/8’’ (54 mm) acima da
borda incisal do incisivo central superior direito. Este ponto, como Greenwich, poderia ser
localizado em qualquer lugar da face, contanto que permanecesse constante. A posição 2-1/8’’
foi selecionada pois os modelos de gesso das arcadas dentárias dos pacientes serão orientados
em distâncias aproximadamente iguais dos componentes inferior e superior do articulador.
Também, esta medida se aproxima do plano axial orbital de referência.
Um estudo acurado da relação funcional e parafuncional dos dentes para um dado
paciente (análise oclusal funcional) necessita da transferência de dados específicos do
paciente para um instrumento de diagnóstico anatomicamente desenhado. Para se valer, estes
I-D-2
dados devem ser registrados precisamente, transferidos com precisão e orientados respeitando
todos os planos de referência (paciente versus articulador).
Para cumprir estes requerimentos, três grupos de registros são indicados:
I. O arco de transferência facial, que orienta o modelo de gesso
superior em relação ao eixo de abertura do instrumento na mesma relação que o arco
superior dentários está para o eixo de rotação terminal da mandíbula do paciente, ou eixo
de abertura.
II. Um registro de relação cêntrica interoclusal. Este registro é essencial
para articular o modelo de gesso inferior em relação com o modelo superior no
instrumento na mesma relação em que as arcadas dentárias do paciente se relacionam na
boca.
III. Um traçado pantográfico dos movimentos mandibulares é essencial
para programar com precisão o instrumento.
REGISTRO INTEROCLUSAL
Fig. IV-A-2
Coloque uma ponta de lápis no furo representando o eixo de rotação. Assuma que
tenha montado o modelo de gesso inferior em um articulador usando este registro e que
removeu o registro interoclusal; agora rotacione a mandíbula para cima até ocluir. Você irá
notar que temos uma relação aceitável ou que os modelos de gesso fecham da mesma forma
no articulador como a oclusão na boca do paciente. Repita o exercício acima, mas desta vez
assuma que você selecionou arbitrariamente um eixo de rotação, o que é um erro, e está distal
ou posteriormente localizado em relação ao verdadeiro eixo; coloque o lápis a ½’’ (1,3 cm)
distalmente ao centro de rotação e rotacione a mandíbula para cima até ocluir, como antes.
Nesta situação, quando ocluímos nosso articulador, observamos contatos pesados na região de
__________________ e nenhum contato na região de ___________________ . Repita o
exercício acima usando um erro arbitrário de localização do eixo de rotação para mesial,
superior e inferior. Registre os resultados destes erros respondendo às seguintes perguntas.
Quando o eixo de rotação arbitrário está localizado mesialmente, observamos contatos
pesados na região de ____________________ e nenhum contato na região de
___________________ .
I-D-4
Quando o eixo de rotação arbitrário está localizado mais superiormente, os dentes
mandibulares se fecham: ( ) mesialmente ( ) distalmente em relação a seus
antagonistas superiores. Este erro resulta em contatos prematuros nas vertentes dos
____________________ superiores com as vertentes dos ____________________ inferiores.
Quando o eixo de rotação arbitrário está localizado mais inferiormente, os dentes
mandibulares se fecham: ( ) mesialmente ( ) distalmente em relação a seus
antagonistas superiores. Este erro resulta em contatos prematuros nas vertentes dos
____________________ superiores com as vertentes dos ____________________ inferiores.
A partir de suas respostas a estas questões você deveria confirmar a afirmação de que
erros abaixo ou acima da localização verdadeira do eixo de rotação são mais críticos do que
os erros para anterior ou posterior.
Quando utilizamos um eixo de rotação arbitrário e tentamos transferir os modelos de
gesso para o articulador utilizando um registro interoclusal com uma dimensão vertical
aumentada, a relação oclusal certamente estará errada. A partir deste exercício você pode ver
que não podemos mudar a dimensão vertical no articulador, a não ser que tenhamos
localizado precisamente o eixo de rotação.
SUMÁRIO
A localização precisa do eixo de rotação terminal nos dá dois dos três pontos de
referência necessários para relacionar a mandíbula com a maxila em sua única posição
reproduzível. Estes pontos de referência são então utilizados nos procedimentos de
transferência do arco de rotação e para registros pantográficos precisos. Permitem ainda
fazermos registros de transferência em uma posição vertical aberta e ainda mantermos uma
relação oclusal adequada.
Anexo - Transparências
MANDÍBULA
PLANO SAGITAL
MANDÍBULA
PLANO HORIZONTAL
Anexo - Transparências
MANDÍBULA
PLANO FRONTAL
MAXILA
PARA USAR COM AS FIGS. C-7 E C-8A