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Greg L. Bahnsen
A Mulher Tomada em Adultério. A coisa primária que deve ser dita sobre João
7:53-8:11 é que sua autenticidade é muito duvidosa. A passagem é omitida
pela maioria dos manuscritos gregos antigos e pelos representantes mais
antigos de cada tipo de evidência; testemunhas notáveis contra sua inclusão no
evangelho de João são p66, p75, B, ),, Q, os unciais2 N e W, e vários códices e
Pais antigos. Vários manuscritos daqueles que incluem essa passagem trazem
asteriscos ou obeliscos, indicando certa dúvida sobre a passagem. Ela aparece
em pelo menos três outras posições: após Lucas 21:28, após João 7:36, e após
João 21:24. A passagem em si contém várias leituras variantes, seu estilo não é
caracteristicamente Joanino, e mesmo informação esticométrica 3 sobre o
evangelho de João implica sua ausência. Cada linha de pensamento lança grave
dúvida sobre a autenticidade e, por conseguinte, autoridade da passagem.
Portanto, esta tese não tem a obrigação de explicar João 7:53-8:11. Contudo,
mesmo que essa passagem seja considerada como parte do autógrafo infalível do
evangelho de João,4 ao invés de enfraquecer a presente tese, ela a confirma
fortemente! Cristo demanda que os próprios detalhes da lei Mosaica sejam
seguidos em João 8:7. Os fariseus que trouxeram a adúltera diante de Jesus
estavam mais preocupados em pegar Jesus num dilema legal, do que com a
inviolabilidade da lei moral de Deus; eles queriam encurralá-lo entre sustentar
a lei do Antigo Testamento e se submeter à lei Romana que reservava para si o
direito único de aplicar a pena de morte. Contudo, os escribas foram os que
terminaram sendo pegos pela lastimável ignorância sobre a lei de Deus que
tinham. Eles vieram para testar a Jesus, mas como em outras ocasiões, eles não
1
E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em março/2008.
2
Os manuscritos unciais (escritos em grego maiúsculo) destacam-se em relação aos manuscritos cursivos
(escritos em minúsculo) devido principalmente ao fato de serem mais antigos, portanto mais próximos
dos originais “autógrafos”. Estes manuscritos vão do século IV ao século X e suas letras eram bem juntas
umas das outras a fim de economizar espaço no pergaminho. Há pelo menos 170 unciais de porções do
Novo Testamento, sendo 44 deles escritos em folhas de pergaminho e não em rolos de papiro. (N. do T.)
3
A esticometria era o sistema de escrever por esticos de modo que cada linha devia ter tantas sílabas
como um hexâmetro (estico) isto é de 15 a 16 sílabas com 36 letras por linha. Neste sistema não se tem
em conta o sentido, mas o número de sílabas, com o fim de pagar os copistas ou calígrafos, Esta forma foi
comum nos copista bíblicos desde o século VI. Nos códices antigos encontram-se muitas abreviaturas,
especialmente nos nomes sagrados. Exemplo: IC por Jesus Cristo. (N. do T.)
4
Veja o excelente artigo do autor:
http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/inerrancia-autografos_bahnsen.pdf (N. do T.)
Portanto, vemos agora que aquelas passagens e assuntos7 aos quais se apela
mais comumente para nulificar a responsabilidade do cristão para com a lei de
Deus, desacreditam a validade da lei de Deus somente na aparência. O que Cristo
afirmou em Mateus 5:17-20 não é contradito em nenhum outro lugar no
Novo Testamento. A verdade de Deus é uma!
5
“Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado,
seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se
estabelecerá o fato”.
6
“As mãos das testemunhas serão primeiro contra ele, para matá-lo; e depois as mãos de todo o povo;
assim tirarás o mal do meio de ti”.
7
Entre as passagens e assuntos discutidos pelo autor no capítulo do qual retiramos esse trecho, podemos
citar: a teologia paulina, as declarações em Gálatas, Romanos 3:27, Romanos 6:14, Romanos 7:4,
Romanos 10:4, 2 Coríntios 3, Tito 3:9, Atos 15 e 21:19-26, Hebreus 7:11-12, João 1:17, Lucas 16:16,
Marco 7:1-23, o sábado, etc. (N. do T.)