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NÚMEROS

Gerson Henrique

π = 3,1415926535897932384626433832795028841971693993751058209749445923078
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U≡R

I (irracionais)
Q Z N
Apresentação

Essa é uma apostila com conteúdo do ensino fundamental e médio voltado para o vestibular – foco
Vestibular universidade Federal de Minas Gerais. Foi idealizada com o intuito de fornecer um material
acessível a todos os estudantes de ensino médio e pré-vestibulares que almejam sucesso no vestibular.
Esta apostila, contém o assunto Conjuntos Numéricos. É formulada numa linguagem simples, mas
sem perda do rigor matemático.
Contém os seguintes tópicos: Um pouco de História; Números naturais; Trabalhando com os
Naturais: subconjuntos de N, divisão Euclidiana, divisores de um número; Múltiplos de um número,
Números primos e Números compostos, teorema fundamental da aritmética, como achar os divisores de um
número, m.m.c., m.d.c., primos entre si; Números simétricos; Números inteiros; subconjuntos de Z; módulo
ou valor absoluto; Números inversos ou recíprocos; Números Racionais; A dízima periódica; Números
Irracionais; Números Reais; A Reta Real; Intervalos Reais; Subconjuntos notáveis de R; União e Interseção
de intervalos.
É pré-requisito para o bom entendimento desta matéria o assunto teoria dos conjuntos.
Os tópicos da matéria são apresentados, em seguida há exercícios resolvidos que auxiliam a fixação
da matéria e por último vêm os exercícios para você resolver. Não deixe de resolvê-los, pois, é de
fundamental importância para a concretização de seu aprendizado.

Espero que este material o auxilie em sua caminhada rumo a universidade.

Bons estudos!

O Autor

Dedico este trabalho a minha mãe, Madalena e ao professor Dárcio Júnior que contribuiu com sugestões
valiosas.

Gerson Henrique -2-


SUMÁRIO

1) Um pouco de história pág. 1

2) Conjunto dos números naturais pág. 2

3) Trabalhando com os números naturais


3.1) O conjunto ΙΝ * pág. 2
3.2) Números pares pág. 2
3.3) Números ímpares pág. 2
3.4) Divisão Euclidiana pág. 2
3.5) Múltiplos de um número pág. 3
3.6) Divisores de um número pág. 4
3.7) Números primos e números compostos pág. 5
3.8) Teorema Fundamental da aritmética pág. 6
3.9) Como achar os divisores de um número pág. 6
3.10) Cálculo do m.m.c. pág. 7
3.11) Cálculo do m.d.c. pág. 10

4) Números simétricos pág. 12

5) Números inteiros pág. 12


5.1) Subconjuntos de Z pág. 13
5.2) Módulo ou valor absoluto pág. 13

6) Números inversos pág. 14

7) Números racionais pág. 14


7.1) Dízima periódica pág. 15

8) Números irracionais pág. 16


9) Números Reais pág. 18
10) A Reta Real pág. 20
11) Intervalos Reais
11.1) Intervalo Real finito pág. 22
11.2) Intervalo Real não-finito pág. 24

12) Subconjuntos notáveis de R pág. 25

13) União e interseção de intervalos


13.1) União de intervalos pág. 26
13.2) Interseção de intervalos pág. 27
Gerson Henrique -3-
NÚMEROS

1) Um pouco de história
Ao longo da história da humanidade, os homens vêm desenvolvendo vários instrumentos de comunicação e os
números constituem importante ferramenta nesse processo. Desde os primórdios já notamos formas intuitivas de
conjuntos números como forma de agrupamento e contagem de objetos. Analise o trecho abaixo:

“Grupos de pedras são demasiado efêmeros para conservar informação: por isso o homem pré-
histórico às vezes registrava um número fazendo marcas num bastão ou pedaço de osso. Pouco
desses registros existem hoje, mas na Tchescoslováquia foi achado um osso de lobo com
profundas incisões, em número de cinqüenta e cinco; com riscos dispostos em grupos de cinco.
Tais descobertas arqueológicas fornecem provas de que a idéia de número é muito mais antiga
que processos tecnológicos, como o uso de metais ou de veículos com rodas. Precede a
civilização e a escrita, no sentido usual da palavra, pois artefatos com significado numérico,
tais como o osso acima descrito, vêm de um período de cerca de trinta mil anos atrás”
História da matemática _ Carl B. Boyer _
Edgard Blucher _ 1974

Ao lermos a passagem podemos nos perguntar com qual finalidade aquele “matemático” primitivo registraria o
número 55 num osso? Não temos resposta a essa pergunta, no entanto, podemos elaborar suposições: poderia ser um
camponês contando suas ovelhas; um caçador registrando o número de animais que abatera; ou ainda uma espécie de
recenseador, registrando o número de pessoas de sua tribo. Qualquer que tenha sido o motivo é surpreendente que a
mais de trinta mil anos, o homem já lidava com números. E mais: essa peça nos leva a dizer que a contagem de
objetos, animais, pessoas, etc. e a noção de conjuntos é natural da espécie humana.
Assim ao passar dos anos e diante das inúmeras necessidades de uma linguagem matemática sólida para ajudar
o Homem a se comunicar, vários povos foram criando símbolos que remetiam a certa quantidade de algo. Os romanos,
por exemplo, utilizavam das letras do alfabeto latino como representação numérica:
I (Um) , V (cinco), X (Dez), L (Cinqüenta), C (Cem), D (quinhentos), M (Mil). Esses numerais são conhecidos como
Algarismos Romanos.

De olho no vestibular
Analise com atenção a questão abaixo:
(UNICAMP) Um determinado ano da última década do século XX é representado, na base 10, pelo número abba e um
outro, da primeira década do século XXI, é representado, também na base 10, pelo número cddc.
a) Escreva esses dois números.
b) A que século pertencerá o ano representado pela soma abba + cddc?

Resolução:
Note primeiramente que base 10 é o sistema numérico decimal, o qual utilizamos no nosso dia-a-dia.
a) Como o número abba representa um ano da última década do século vinte, vem abba = 1991.
Pelo mesmo raciocínio concluímos que cddc = 2002

b) abba + cddc = 1991 + 2002 = 3993. (século 40)


Resposta: A soma é igual a 3993, que representa um ano do século XL.

Agora observe o comentário da equipe de elaboração da prova sobre esta questão


Questão simples, cujo objetivo é saber representar um número e reconhecer o século ao qual um dado ano
pertenceu. Muitos candidatos não sabem escrever um número em algarismos romanos – esta forma ainda é usada em
situações específicas.
Realmente estes algarismos ainda são usados com freqüência. Para comprovar o que foi dito pelos professores
da Unicamp basta folhear a constituição federal de 1988 e perceber que parte de seus tópicos e subdivisões são
enumerados por Algarismos Romanos. Então se você ainda não tem intimidade com esses numerais não perca tempo,
revise logo esse assunto.

Gerson Henrique -4-


Já os Hindus criaram, dentre outros, o sistema decimal ou sistema de base 10, o qual manuseamos com
freqüência no nosso dia-a-dia. Contudo, esse sistema foi introduzido na Europa pelos árabes. Por esse motivo é
constituído por algarismos Hindu–arábicos. ( 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0) → algarismos Hindu-arábicos.
E é com esse sistema que daremos seguimento ao nosso estudo, porém, antes observe a diferença entre algarismos e
números:

Os algarismos 2 e 3 formam os números 23 e 32. Isoladamente Formam os números 2 e 3.


Os algarismos I e V formam os números IV e VI. Isoladamente formam os números I e V.
Assim, informalmente, concluímos que algarismos servem para formar números. Os algarismos Hindu-arábicos são
apenas 10 ( 1;2;3;4;5;6;7;8;9;0) e formam vários números, com certa facilidade. Daí a praticidade desses algarismos.

2) Conjunto dos Números Naturais


Esses números surgiram, como foi dito acima, da necessidade de contagem de objetos. Por isso mesmo
também são conhecidos como Números de Contagem. O conjunto dos números naturais é representado pelo símbolo
IN.

IN = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ..., 1000, ...}.

Esse conjunto permite a contagem de infinitos objetos. Repare que podemos agrupar algarismos infinitamente sem um
limite. Como existem infinitos números naturais representamos por (...) ou o símbolo ∞, que quer dizer tende ao
infinito..
Fique Ligado: Algebricamente representaremos um número natural pela letra n.

3) Trabalhando com os números naturais


Repare que ao agruparmos todos os naturais, podemos agora realizar novos agrupamentos conhecidos como
subconjuntos de IN, veja:

3.1) Criaremos a partir IN um subconjunto, o qual excluiremos o Zero. Esse Subconjunto será representado por IN*. O
(*) diz que excluímos o zero do conjunto dos naturais. Então:

IN* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,. ...}


3.2) Números Pares: são todos os números que são múltiplos de 2.
Pegue IN e multiplique todos os seus elementos por 2 e observe o resultado

IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, ...
x2 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30, 32, 34, 36, 38, 40, ...

Como acima representamos um elemento de IN como n, vem Número Par = 2n, com n ∈IN.
3.3) Números ímpares: são todos os números naturais que não são múltiplos de 2.
Pegue todos os números pares e adicione 1 e observe o resultado

P 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30, 32, 34, 36, 38, 40, ...
+ 1 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15., 17, 19, 21, 23, 25, 27, 29, 31, 33, 35, 37, 39, 41, ...

Como acima representamos um número par por 2n, vem Número Ímpar = 2n + 1, com n ∈ IN, ou ainda, 2n –1, com
n ∈ IN*.
3.4) Divisão Euclidiana ou algoritmo da divisão: Se você ainda não tem conhecimento desses nomes não se
preocupe, pois há anos já trabalha com essa divisão, repare:
Divisor (d)
Dividendo (D) 9 2
Gerson Henrique -5-
Resto (r) 1 4 Quociente (q)
que diz que 9 dividido por 2, resulta em 4 com resto 1.
É como se dividíssemos nove cadernos para dois estudantes. Cada um receberia quatro cadernos e ainda sobraria um
que não oferece condições para ser dividido.
Então essa divisão pode ser representada na forma

D d
r q

Vamos voltar ao exemplo dos cadernos, mas agora, analisando-o de outra forma. Suponha que você saiba que dois
alunos foram beneficiados, cada um recebeu quatro cadernos e que ainda restou um caderno que não foi dividido.
Com esses dados é possível saber o total de cadernos envolvidos na questão. Observe:

2 ( número de alunos beneficiados) x 4 ( número de cadernos distribuídos por aluno) + 1 (quantidade de cadernos
que restou) = 9 ( Quantidade total de cadernos envolvidos na questão).

Resumidamente fica: 2 • 4 +1 = 9 Da mesma forma concluímos que d • q + r = D

Agora repare a mesma divisão de 9 por 2:

9 2
3 3

Está divisão, apesar de 2 • 3 + 3 = 9, apresenta um erro, qual?


Repare que, apesar de o produto do quociente(q) com o divisor(d) somado com o resto(r) resultar no Dividendo(D),
esse modo de divisão não divide a maior quantidade de cadernos possíveis. Assim você deve ter em mente que nunca
o resto pode ser igual ou maior que o divisor. Logo,
r <d
E como 3 (resto) é maior do que 2 (divisor) , esta divisão não segue o algoritmo de Euclides. Está, portanto incorreta.
3.5) Múltiplos de um número:

A divisão Euclidiana nos auxiliara a reconhecermos os múltiplos de um número, repare:

8 4
0 2 Tabela 3.5.1
Nessa divisão o resto é
zero.

Em toda divisão que o resto resultar em zero, podemos fazer a seguinte consideração:
O Dividendo (8) é múltiplo do divisor (4). Assim um número é múltiplo de outro se, e somente se, ao ser
dividido por esse número obter-se resto zero.
Também podemos obter os múltiplos de um número agindo da seguinte forma. Consideremos um número
natural qualquer, por exemplo, 4 ou n. Pegamos esse número e o multiplicamos por todos os naturais, Assim fica:

IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 ...
• 4 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36, 40 ...
IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 . ..., k,...
• n 0, n, 2n, 3n, 4n, 5n, 6n, 7n, 8n, 9n, 10n,..., kn, ... em que k , n ∈ IN

Gerson Henrique -6-


Observação: O Zero é múltiplo de todo e qualquer número.
3.6) Divisores de um número

Vamos considerar, novamente, a divisão da tabela 3.5.1 do item anterior. Como o resto resultou em Zero, inferimos:

O número 4 é divisor de 8 já que na divisão obtivemos resto igual a Zero. Ao contrário, o número 3, por
exemplo, não é divisor de 8, pois efetuando a divisão de 8 por 3 obteremos resto diferente de Zero. Assim um número
é divisor de outro se, e somente se, esse número for múltiplo daquele. Veja

a é divisor de b, estão b é múltiplo de a.


y é divisor de x, então x é múltiplo de y.
4 é divisor de 40, então 40 é múltiplo de 4
.

b a x y 40 4
0 c 0 z 0 10

Importante: * Todo número natural (n) é divisor de si mesmo, menos o elemento Zero. Assim fica n/n = 1, com n ∈
IN*
* O número 1 é divisor de todo e qualquer número.

De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

1- (UFMG) A soma de três números ímpares consecutivos excede o maior deles em 24 unidades. O produto dos três
números ímpares é:
a) 225 b) 693 c)1287 d) 2145 e) 3315

Resolução:
Como são considerados três números ímpares consecutivos, tem-se:
1º número: 2n + 1 2º : 2n + 3 3º : 2n + 5

Dessa forma, se a soma dos três excede o maior deles em 24 unidades, significa dizer que a adição dos três
números é igual ao maior deles (2n + 5) mais 24, veja:

2n+1 + 2n+3 + 2n+5 = 2n+5 + 24


4n + 4 = 24
4n = 20 ∴ n = 5

Para n = 5, vem 2n + 1 = 11, 2n + 3 = 13, 2n + 5 = 15.

Finalmente, 11 . 13 . 15 = 2145. Portanto resposta letra D.

2) Todas as alternativas abaixo, em relação aos números naturais, são falsas, EXCETO:

a) Três números ímpares consecutivos podem ser representados por: n, n + 2, n + 3 respectivamente.


b) Todo número natural é divisor de si mesmo.
c) O número natural 1 admite dois divisores naturais.
d) Um número par é representado por 2n, enquanto que um número natural ímpar é por 2n +1, com n ∈ IN ou
também representado por 2n – 1 em que n ∈ IN*.

Resolução:
Como todas são falsas, exceto uma. Apenas uma é verdadeira e essa alternativa é a de letra d, pois como vimos
anteriormente, esta representação está perfeita.
Gerson Henrique -7-
Na letra a, o vício ocorre na representação do 3º ímpar, já que se considerarmos n = 1, o segundo n + 2 seria igual a 3 e o
terceiro n+ 3 seria igual a 4. O que não serve. Pior seria se considerássemos n como um número par (2).Aí teríamos os números 2,
4, 5, que também não servem .
A letra b também é inviável pelo motivo de afirmar que todo número natural é divisor de si mesmo. E sabemos que isso
não é verdade já que o Zero não é divisor de si mesmo.
Por último a letra c afirma que o número 1 possui dois divisores quando, na verdade, possui apenas um (ele mesmo).

3) (UFMG-adaptada) Na divisão de dois números naturais, o quociente é 16 e o resto é o menor possível. Se a soma do
dividendo e do divisor é 125, o resto é
a) 4 b) 5 c) 6 d) 7 e) 8

Resolução
Essa questão tem o objetivo avaliar a familiaridade do aluno com a divisão Euclidiana, bem como capacidade de desenvolver
sistemas e identificar múltiplos de um número. (Fique atento ao que se pede, para não se perder). Veja:

Se o quociente(q) é 16 e d • q + r = D, então: d •16 + r = D → 16•d + r = D ( I )

Também é dado que D + d = 125 (II) .Assim armando um sistema das equações (I) e (II), fica

16 •.d + r = D (I)
D + d = 125 (II)

De acordo com (I) D = 16•d + r, substituímos em D, na equação (II) o valor encontrado em (I), assim fica:

(II): (16d + r) + d = 125 → 17d + r = 125 → 17d = 125 – r ⇔ d = 125 – r


17

Como d( divisor) tem de ser um natural, 125 – r deve ser divisível por 17 (leia-se: múltiplo de 17). Para que isso ocorra r tem de
ser igual a 6, já que o termo se igualaria a 119 que é divisível por 17 e é o múltiplo mais próximo de 125. Assim, por esse
raciocínio, r será o menor possível. Portanto a alternativa correta será a de letra c.
3.7) Números Primos e números compostos

Números Primos são aqueles números naturais que apresentam exatos dois divisores. Veja alguns exemplos:

2 divisores: {1; 2} 7 D = {1;7} 17 D ={1;17} 29 D = {1;29}


3 divisores: {1; 3} 11 D = {1;11} 19 D ={1;19} 31 D = {1;31}
5 divisores: {1;5} 13 D ={1;13} 23 D = {1; 23} 37 D = {1;37}

Em outras palavras, números primos são aqueles que têm como divisores apenas 1 e ele mesmo.

Números compostos são aqueles que possuem mais de dois divisores. Veja alguns exemplos:

4 divisores: {1; 2; 4} 6 divisores: { 1; 2; 3; 6} 8 divisores: { 1; 2; 4; 8}

Fique ligado:
Considere como exemplo os divisores de 18.

Divisores próprios

D(18) = {1; 2; 3; 6 ; 9; 18}

Divisores triviais

Os números 1 e 18 são conhecidos como divisores triviais, enquanto que os números 2, 3, 6, 9 são chamados divisores
próprios. Então podemos inferir que os divisores de qualquer natural ( Menos 0 e 1) podem assim ser classificados:

O divisor 1 e o divisor ele mesmo (18) serão conhecidos como divisores triviais.
Gerson Henrique -8-
Os demais divisores, se houver, serão conhecidos como divisores próprios.

Obs.: 1) O número 1 não é considerado número primo nem mesmo número composto, já que para ser primo tem de
possuir exatos dois divisores ( o 1 não satisfaz, pois possui apenas um divisor natural – ele mesmo). Também não é
composto, uma vez que para tal é necessário possuir mais de dois divisores.

2) O número 0 (Zero) não é considerado um número primo, nem composto, já que possui infinitos divisores.

3) Um número primo não possui divisores próprios.

3.8)Teorema Fundamental da aritmética ou decomposição em fatores primos.

Este tópico é de extrema importância para o nosso estudo de números. Então, é importante que, após lido esse
assunto, você resolva um número considerável de exercícios de fixação.
Esse teorema, apesar do nome rebuscado, é relativamente simples. Ele nos mostra que qualquer número
natural maior do que 1 pode ser reescrito na forma de produto de números primos. Veja alguns exemplos:

a) 6 = 1 .2. 3 = 2 • 3 b) 12 = 1 • 2 • 2 • 3 = 22 • 3 c) 40 = 1 • 2 • 2 • 2 • 5 = 23 • 5

d) 124 = 1 • 2 • 2 • 31 = 22 • 31 e) 1080 = 1 . 2 . 2 . 2 . 3 . 3 . 3 . 5 = 23 . 33 .5 f) 646646 = 1 . 2 . 7 . 11 . 13 . 17 . 19

3.9) Como achar os divisores de um número

Vamos desenvolver esse item com o auxílio do número 120. Para achar os divisores de um número proceda da
seguinte forma:

1) Fatore em primos o número em questão 2)Acrescente o número 1 à direita e acima da coluna de


primos

1 Sempre adicionaremos o
120 2 120 2 1, já que ele é divisor de todo
2 2 e qualquer número.
2 2
3 3
5 5
Coluna de primos

3) Agora, multiplique cada fator primo por todos os números à direita e acima dele, veja
11 11 11 11 11
120 22 120 2 22 120 2 22 120 2 22 120 2 22
2 22 2 44 2 44 2 44
2 2 22 2 88 2 88
3 3 3 33 3 33,, 66,, 1122,, 2244
5 5 5 5 55

Repare que os divisores 2 e 4 repetiram, então foram cortados com um traço. Dessa maneira, os divisores de
120 são {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12,15, 20, 24, 30, 40, 60, 120}

Para você resolver

(UFMG) A soma de todos os divisores naturais do número 105 é:


a) 15 b) 16 c) 120 d) 192

Gerson Henrique -9-


3.10) Cálculo do m.m.c.

O m.m.c. menor dos múltiplos comuns ou mínimo múltiplo comum é calculado com o intuito de facilitar
problemas matemáticos e do cotidiano, os quais veremos adiante.

Para iniciarmos vamos encontrar os múltiplos (representaremos simplesmente por M) de 8 e 12. Veja:

M(8) = {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96, 104, 112, 120, 128, ...}

M(12)= {0, 12, 24, 36, 48, 60, 72, 84, 96, 108, 120, 132, 144, ...}

Como os múltiplos de cada número são infinitos, os múltiplos comuns também serão. Assim, com o raciocínio acima,
encontramos alguns dos múltiplos comuns. São eles {0, 24, 48, 72, 96, 120, ...} (estão indicados pelas setas), que são
elementos do conjunto M(8) ∩ M(12).
Como queremos o menor dos múltiplos comuns parece razoável que o menor deles seja o Zero, certo? No
entanto considerar o zero como o menor dos múltiplos comuns não traz nenhum beneficio prático, já que o zero é
múltiplo de todo e qualquer número. Então daqui em diante quando calcularmos o m.m.c. fica subentendido que
queremos o menor dos múltiplos comuns depois do Zero. Em se tratando do exemplo, o m.m.c de 8 e 12 será 24, já
que é o menor dos múltiplos comuns depois do zero. Simbolizamos assim m.m.c.(8, 12) = 24.

3,10.1) Outra forma de encontrar o m.m.c. de dois ou mais números

Para desenvolvermos esse item tomaremos os exemplos abaixo:

Ex. 1- Achar o m.m.c. de 8 e 12.

1º passo - Fatoramos em primos os números em questão ( 8 e 12)

8 = 2 . 2 . 2 = 23
12 = 2 . 2 . 3 = 22 . 3

2º passo - Tomamos o produto dos primos comuns e não comuns resultantes da fatoração, com os maiores expoentes.
23 é um primo comum com o maior expoente e 31 é o primo não comum com o maior expoente. Assim
obtemos
23 x 3 = 24. Portanto o m.m.c.(8,12) = 24

Ex. 2 – Calcular o m.m.c. de 24, 80 e 90

1º - Fatoramos os números dados 24, 80 e 90

24 = 2 . 2 . 2 . 3 = 23. 3
80 = 8 . 10 = 23. 2 . 5 = 24. 5
90 = 9 . 10 = 32. 2 . 5 = 2 . 32 . 5

2º - Tomamos o produto dos primos comuns e não comuns com os maiores expoentes.
Assim teremos: 24 x 32 x 5 = 720. Portanto m.m.c (24,80,90) = 720

Cuidado: O 51 é fator primo tanto de 80,como de 90. No entanto ele é tomado uma única vez. Pelo raciocínio anterior
tomar um primo comum com o maior expoente, significa que se algum fator aparecer com o mesmo expoente na
fatoração de dois, ou mais números, devemos tomar apenas um deles já que o fator primo com maior expoente é
qualquer um deles.

Gerson Henrique - 10 -
Ex.3) Achar o m.m.c. de 13 e 17.

Como os números dados já são primos, concluímos que o m.m.c. (13, 17) = 13 x 17 = 221. Que é o produto dos
primos não comuns com o maior expoente. Não há primos comuns nesse caso.

3.10.2) Casos práticos do uso de m.m.c.

Considere que você esta na rodoviária de Belo Horizonte e é informado de que às 7:00 h partem três ônibus,
um para cada cidade. O primeiro tem como destino Sabara, o segundo Sete Lagoas e o último Betim. Sabe ainda que
para Sabara partam ônibus de 15 em 15 minutos, para Sete lagoas de 20 em 20 minutos e para Betim de 10 em 10
minutos. Com esses dados você deseja saber a que horas partirão novamente juntos ônibus para as três cidades.
A solução para esta questão que você levantou é relativamente simples se considerarmos que as partidas dos
ônibus são dadas em intervalos múltiplos. Dessa maneira vamos desenvolver aqui o raciocínio utilizado no item 3.5
para achar os múltiplos de um número.

Para Sabará
IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, ...
x15 0, 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 120, 135, 150, 165, 180, 195, 210, 225, 240, 255, 270, 285, 300, ...

cada número obtido pela multiplicação dos IN com o 15 indica quantos minutos se passaram desde a primeira partida
às 7:00 horas. Por exemplo, o Zero (0) indica que se passaram 0 min., o 15 significa que passaram 15 minutos, o 60
que se passaram 60 min. que eqüivale a 1h. Da mesma forma, para Sete Lagoas, teremos:
IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, ...
x 20 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160, 180, 200, 220, 240, 260, 280, 300, 320, 340, 360, 380, 400, ...

Repare que as partidas são simbolizadas pelos naturais. O 5, por exemplo, indica a 5ª partida depois das 7 horas, que
se deu 120 minutos após às 7 horas, portanto às 9:00 horas

E, por último Betim:

IN 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, ...
x 10 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110, 120, 130, 140, 150, 160, 170, 180, 190, 200

Observe que o menor dos múltiplos comuns de 10, 15 e 20 é igual a 60. Isso quer dizer que os ônibus partirão
novamente juntos para as três cidades depois de 60 minutos, ou seja, às 8:00 h. Pelo método da fatoração podemos
encontrar esse resultado mais rapidamente:

10 = 2 . 5
15 = 3 . 5 m.m.c.(10, 15, 20) = 22. 3 . 5 = 60
20 = 22.5

Para finalizar, é interessante notar que o segundo múltiplo comum, ou seja, a segunda partida para as três cidades
depois das sete horas ocorrerá após 120 minutos, que é o dobro de 60. A terceira acontecerá depois de 180 minutos
que é o triplo de 60, e assim sucessivamente. É importante dizer que após encontrarmos o menor dos múltiplos
comuns , os demais múltiplos comuns serão também múltiplos do m.m.c como podemos notar acima nos números em
negrito.

3.10.3) Outro caso do uso do m.m.c.

(UFMG-2006) Considere o conjunto de números racionais Sejam x o menor elemento de M e y o maior


elemento de M.

Gerson Henrique - 11 -
Então, é CORRETO afirmar que
a) x = 5/11 , y = 4/7
b) x = 3/7 , y = 5/9
c) x = 3/7 , y = 4/7
d) x = 5/11, y = 5/9

Vamos resolver essa questão usando o m.m.c.

Primeiro note que para podermos identificar o menor e o maior número do conjunto M, devemos comparar os
números entre si. Uma boa maneira de estabelecer esta comparação é reescrevermos esses com o mesmo
denominador. E para fazer isso, sem alterar o valor de cada um, devemos achar o m.m.c. dos denominadores. Em
seguida reescrevemos esses números com o novo denominador, Observe:

1º passo: m.m.c. dos denominadores ( primos comuns e não comuns com os maiores expoentes)
2
9 =3
2
7 =7 m.m.c.(9,7,11,7) = 3 • 7 • 11 = 9 • 77 = 770 – 77 = 693
11 = 11
7 =7

2º passo: reescrever os denominadores como 693

5•77 3•99 5•63 4•99


9•77 7•99 11•63 7•99

385 297 315 396


693 693 693 693
Assim o menor deles será aquele de menor numerador 297/693 = 3/7 e o maior deles o de maior numerador 396/693 = 4/7.
Portanto a resposta será a de letra c.

Outro modo de resolver

Efetue a divisão de a por b em a/b

5/9 ≈ 0.55
3/7 ≈ 0.42 então x= 3/7, y = 4/7
5/11 ≈0,45
4/7 ≈ 0,57

De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

(UFMG-2005) No sítio de Paulo, a colheita de laranjas ficou entre 500 e 1500 unidade. Se essas laranjas fossem
colocadas em sacos com 50 unidades cada um, sobrariam 12 laranjas e, se fossem colocadas em sacos com 36
unidades cada um, também sobrariam 12 laranjas. Assim sendo, quantas laranjas sobrariam se elas fossem colocadas
em sacos com 35 unidades cada um?
a) 4 b) 6 c) 7 d) 2

Resolução:

Comecemos calculando o m.m.c. de 50 e 36.


50 = 2 . 52 m.m.c.( 36, 50) = 22. 32 52 = 900 Ao achar o m.m.c., que está entre 500 e 1500
2 2
36 = 2 . 3 (satisfazendo a condição) descobrimos a quantidade
de laranjas acomodadas dentro dos sacos.

Gerson Henrique - 12 -
Como ainda sobraram 12 laranjas não acomodadas, teremos, no total, 912 laranjas que Paulo produziu em seu
sítio. Resta agora dividir essas laranjas em sacos com 35 unidades cada um. Veja:

912 35 Com esse resultado inferimos que foram gastos 26 sacos e sobraram
2 laranjas não acomodadas. Portanto a resposta será a de letra D
2 26

3.11) Cálculo do m.d.c.

Para achar o m.d.c. (maior dos divisores comuns ou máximo divisor comum) de dois ou mais números
proceda da seguinte forma:
1º passo - Decomponha em primos os números em questão
2º passo - Tome apenas os primos comuns com os menores expoentes

Exemplos:
Calcule o M.D.C. dos números dados:

a) 8 , 12
1º) 8 = 1.23 e 12 = 1.22. 3
2º) Tome apenas os primos comuns com os menores expoentes: 1.22= 4 , eis o m..d.c. .

b) 12, 50, 72
1º) 12 = 1.22.3 ; 50 = 1.2.52 e 72 = 1.23.32
2º) Tome apenas os primos comuns (dos três) com os menores expoentes: 1.2 = 2 eis o m.d.c.

c) 12, 40 , 50, 240 , 336 e 9600


1º) 12 =1.22.3 ; 40 = 1.23.5 ; 240 = 1.24.3.5 ; 336 = 1.24.3 .7 ; 9600 = 27.3.52
. 2º) tome apenas os primos comuns (de todos) com os menores expoentes: 1.22 = 4 eis o m.d.c.

d) 13 ,14 e 15
1º) 13 = 1 • 13 ; 14 = 1 • 2 • 7 ; 15 = 1• 3 • 5
2º) tome apenas os primos comuns com os menores expoentes. ATENÇÃO!... Não há primos comuns, no entanto
o m.d.c. é conhecido, será o número 1, já que aparece nas três fatorações. Assim você deve ter em mente que quando a
fatoração não contiver primos comuns o m.d.c. será o número 1. Isso é perfeito uma vez que o 1 é divisor de todo e
qualquer número. Assim quando o processo de fatoração não apresentar primos comuns o único divisor comum desses
números será o 1. Se é único também será o maior divisor comum. Observe o raciocínio abaixo:

D(13) = { 1 ; 13}
D(14) = { 1 ; 2 ; 7 ; 14}
D(15) = { 1 ; 3 ; 5 ; 15}
Dito isso, podemos dispor o seguinte teorema.

Teorema - Primos entre si


Se dois ou mais números apresentam como divisor comum apenas o número 1, portanto o maior deles. Esses
números serão ditos primos entre si.

O m.d.c. é uma ferramenta poderosa quando se deseja dividir objetos em partes iguais e as maiores possíveis,
evitando assim possíveis injustiças em situações de partilha. Também é utilizado em diversos problemas matemáticos
Observe os exemplos:

De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

1) Dois terrenos com área de 480 ha e 672 ha devem ser divididos em lotes, os maiores possíveis, todos com as
mesmas dimensões. O número de lotes obtidos será:
Gerson Henrique - 13 -
Resolução:
Repare que neste exercício a intenção é de dividir os dois terrenos em lotes menores de dimensões iguais e as maiores possíveis. E
mais, os terrenos não podem ser divididos em dimensões aleatórias, já que poderia haver sobras indesejadas de terreno como
becos, por exemplo. Com isso devemos calcular o maior divisor comum de 480 ha e 672 ha para obter a maior área possível sem
sobra de terreno, observe:

Cálculo do M.D.C.
1º passo) Fatore os números em questão: 480 = 25.3.5 e 672 = 25.3.7
2ºpasso) Tome apenas os primos comuns com os menores expoentes. Assim M.D.C. de 480 e 672 será
25.3 que é igual a 96. Como a unidade de 480 e 672 é o ha, a resposta do M.D.C. será em ha. Simbolizamos assim
M.D.C.(480ha;672ha) = 96 ha.
O valor encontrado (96 ha) é a dimensão de cada lote. Resta agora dividir 480 ha por 96 ha para obter a quantidade de
lotes do primeiro terreno. E em seguida dividir 672 ha por 96 ha para obter a quantidade de lotes do segundo terreno. Ao final
basta somar o resultado das divisões e obter a quantidade total de lotes, observe:

480 96 672 96
0 5 0 7
Os resultados (quocientes) indicam que foram obtidos 5 + 7 = 12 lotes na divisão dos dois terrenos. Os restos 0 (zero) indicam que
não houve perda de área dos terrenos, o que ajuda a confirmar que realmente encontramos um divisor comum entre 480 e 672 e
que é o maior possível. Assim a resposta final será 12 lotes obtidos.

2-(UFMG) Entre algumas famílias de um bairro, foi distribuído um total de 144 cadernos, 192 lápis e 216 borrachas.
Essa distribuição foi feita de modo que o maior número possível de famílias fossem contempladas e todas recebessem
o mesmo número de cadernos, o mesmo número de lápis e o mesmo número de borrachas, sem haver sobra de
qualquer material. Nesse caso, o número de cadernos que cada família ganhou foi
a) 4 b) 6 c) 8 d) 9

Resolução:

Para iniciar a resolução desta questão você deve notar que, neste caso, fazer uma distribuição é o mesmo que realizar uma
divisão. Se não pode haver sobra de material devemos achar um divisor comum e ele deve ser o maior deles, já que o maior
número possível de famílias deve ser contemplada. Assim primeiro devemos calcular o m.d.c. de 144, 192 e 216 . O m.d.c. obtido
será o número de famílias contempladas. Finalmente, basta dividir 144 pelo m.d.c.. Assim você terá o número de cadernos que
cada família recebeu, observe com atenção:

144 = 24 • 32 192 = 26 • 3 216 = 23 • 33 , assim o m.d.c.(144;192;216) será igual a 23 • 3 = 24

Como queremos a quantidade de cadernos de cada família tomamos o total de cadernos (144) dividido pelo total de famílias (24),
repare
144 24 Assim o número de cadernos que cada família ganhou foi 6. Que eqüivale a resposta de letra b.
0 6
3-(UNICAMP) Sejam a e b dois números inteiros positivos tais que m.d.c.(a;b) = 5 e m.m.c.(a;b) = 105.

a) Qual é o valor de b se a = 35?


b) Encontre todos os valores possíveis para (a,b).

Resolução
De início você deve ter em mente que o m.m.c. é o produto das bases primas comuns e não comuns com os maiores
expoentes e o m.d.c. o produto das bases primas comuns com os menores expoentes (somente as bases primas comuns).
Acompanhe o raciocínio para a resolução da letra b:

Se o m.d.c.(a;b) = 5, por implicação podemos dizer que tanto a como b tem no mínimo 5 em seus valores já que o 5 é um
primo comum.
a = 5____ b = 5____

Gerson Henrique - 14 -
Sabemos também que o m.m.c.(a;b) = 105 = 5 x 3 x 7 . Não se esqueça de que se o 3 e o 7 apareceram apenas no m.m.c. isso
indica que eles são primos não comuns e que podem estar apenas em a ou em b, mas nunca nos dois ao mesmo tempo. Assim
teremos as seguintes possibilidades:

a= 5 b = 5 x 3 x 7 = 105 (5 ; 105)
a = 5 x 3 = 15 b = 5 x 7 = 35 (15 ; 35)
a = 5 x 3 x7 = 105 b=5=5 (105 ; 5)
a = 5 x 7 = 35 b = 5 x 3 = 15 (35 ; 15)

Acabamos por encontrar também a resposta para o item a que é o quarto par ordenado. Desse modo quando a for igual a 35 b será
igual a 15.

4- Números simétricos ou opostos

Os números simétricos são uma importante ferramenta para a criação do conjunto dos números inteiros.
Para obter o simétrico de um número basta tomarmos esse número e mudarmos seu sinal. Observe:

0 = +0 → simétrico = -0 3 = +3 → simétrico = -3 -7 → simétrico = +7 = 7


1 = +1 → simétrico = -1 4 = +4 → simétrico = - 4 -10 → simétrico = +10 = 10
2 = +2 → simétrico = - 2 23 = +23 → simétrico = -23 -3 → simétrico = +3 = 3
Com isso você já sabe como encontrar o simétrico de um número. No entanto esse não é a definição de número
simétrico, é apenas a forma de encontrá-lo. Vamos a definição:

Primeiro imagine os números naturais situados em pontos de uma reta ( a qual denominaremos Reta dos inteiros)
todos a uma mesma distancia entre eles.

+0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -0

Observe que no sentido da seta estão sendo gerados os simétricos dos naturais, em sentido contrário teríamos os
simétricos dos negativos. O +0 e –0 estão geometricamente na mesma posição. Com isso podemos dizer que o zero é
elemento neutro. Isso é: o sinal + e – não altera a nulidade desse elemento.

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

5- Números inteiros

Acabamos de expor todos os naturais mais os seus simétricos. Com esse processo, criamos um novo conjunto
conhecido como conjunto dos números inteiros. Simbolizaremos assim:

inteiros = Ζ = {... –10, -9, –8, -7, - 6, -5,–4; -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ... }

Gerson Henrique - 15 -
5.1 –Subconjuntos de Ζ

A partir dos inteiros, as vezes é interessante tomar esse conjunto por partes, o que chamamos de subconjunto
dos inteiros. Veja quais são eles:

5.1.1 - Conjunto dos inteiros não-negativos Ζ+ = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; ...}. Note que esse subconjunto é igual ao
conjunto dos naturais. Fique atento para o fato de que apesar do símbolo Ζ+ , esse conjunto não pode ser considerado
como os inteiros positivos, já que o 0 (Zero), presente neste conjunto é neutro, isto é: não tem sinal.

5.1.2 – Conjunto dos inteiros positivos Ζ+* = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; ...} . Repare o asterisco (*) sinaliza que
excluímos o zero e o sinal + que tomamos os inteiros não negativos. Dessa forma teremos somente os inteiros
positivos.

5.1.3 – Conjunto dos inteiros não-positivos Ζ - = {0; - 1; - 2; - 3; - 4; - 5;- 6; - 7; - 8; - 9; - 10; ...}

5.1.4 – Conjunto dos inteiros negativos Z-* = {-1; - 2; - 3, - 4; - 5; - 6; - 7; - 8; - 9; - 10; ...}

5.2 – Módulo ou valor absoluto

Definição
Chama-se módulo de um número, a distância do ponto na reta dos inteiros que representa esse número a origem dessa
reta que representa o elemento zero.
O módulo de x é representado por | x |

Veja esses exemplos:


a) | 3 | = 3

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

DISTÂNCIA IGUAL A 3 UNIDADES

b) | 6 | = 6

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

DISTÂNCIA IGUAL A 6 UNIDADES

c) | -4 | = 4

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 + 9 +10

DISTÂNCIA IGUAL A 4 UNIDADES

d) | -5 | = 5

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

DISTÂNCIA IGUAL A 5 UNIDADES

e) | 0 | = 0
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

Gerson Henrique DISTÂNCIA IGUAL A 0 UNIDADES - 16 -


de modo diferente é fácil perceber que se queremos encontrar qual(is) número(s) tem uma distância de três unidades
da origem encontraremos sempre dois números. 3 e –3, já que | 3 | = 3 e | -3 | = 3. Se indagarmos quais são os valores
de | x | = 3, teremos que x = 3 ou x = -3.

Assim concluímos que:

O módulo de um número positivo é o próprio número.


O modulo de um número negativo é o próprio número com o sinal trocado.
O módulo de 0 é 0 .

Outros exemplos:
a) | x | = 5. Esse exemplo nos pergunta qual (is) os números que seu módulo é igual a 5. De outra forma indaga quais
números estão situados a uma distancia de 5 unidades da origem (Zero). Veja a reta:

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10

5 unidades 5 unidades

Por essa análise geométrica, vemos que 5 e -5 possuem o mesmo módulo, isto é, estão a uma mesma distância da
origem.

Finalmente, de modo formal, temos a definição:

x, se x ≥ 0 . (O módulo de um número positivo é o próprio número.)


|x|=
- x, se x < 0 (O modulo de um número negativo é o próprio número com o sinal trocado. )

6 - Números Inversos ou recíprocos

Daqui em diante teremos que considerar os denominadores até aqui ignorados. Assim, os inteiros ficarão com essa
forma:

Z= {... –5/ 1 , -4/ 1 , -3/ 1 , -2/ 1 , -1/ 1 , 0/ 1 , 1/ 1 , 2/ 1 , 3/ 1 , 4/ 1 , 5/ 1 ...}

Agora, se trocarmos o numerador pelo denominador e vice e versa, teremos:

... -1/ 5 , -1/ 4 , -1/ 3 , -1/ 2 , -1/ 1 , 0 /1 , 1/ 1 , 1/ 2 ; 1/ 3 , 1 / 4 , 1 / 5 ...

Acabamos de encontrar os inversos dos inteiros, contudo podermos obter também o inverso de, por exemplo, 3/2 →
2/3. Generalizando, se temos a/b o inverso será b / a com a ≠ 0, b ≠ 0.

OBS: Cuidado!... Se tivermos 0 / 1 o inverso não é permitido, uma vez que teríamos 1/ 0 que não é definido.

7 - Números Racionais
Os números racionais são aqueles que denotam partes de um todo. Por exemplo, 1/3 significa que dividimos um objeto
qualquer em três partes iguais tomando uma parte, assim obtemos 1/3 de um objeto. Note que 3/3 tem sentido já que
dividimos o objeto em 3 partes iguais (denominador), e tomamos três partes (numerador). Desse modo tomamos todo
o objeto. Assim 3/3 =1

Gerson Henrique - 17 -
Formalmente números racionais são aqueles que podem ser escritos na forma a / b com a, b ∈ Z e b ≠ 0.
Simbolizaremos o conjunto dos racionais pela letra Q.

Veja alguns exemplos de números racionais

Q = { ...- 2/3, -1 ,... 0 , ...√ 9..., ... 0, 333 ... 0,12....}

Você pode se perguntar que os números 0,333... e 0,12 não estão na forma a / b (seriam esses números não
racionais ?)
Apesar de não estarem na forma a / b, com poucas manobras podemos coloca-los na forma a / b:
0,12 vira 12 / 100 simplificando por 4 vem 3 / 25 . Podemos também escrever esse número em notação
científica 1,2 x 10-1.
0,333... vira 3/9 simplificando por 3 vira. 1 / 3.

O primeiro é conhecido como número decimal finito e o segundo é conhecido como dízima periódica. Se fizermos o
contrário, dividirmos 3 por 9 obteremos 0,333...
7.1 - A dízima periódica

Podemos denotar um número decimal periódico não finito assim 0,333... ou assim 0, 3 .Esse números pode ser
transformado numa fração chamada fração geratriz. .Observe

0,111... = 1 / 9
0,222... = 2 / 9
0,444... = 4 / 9
0,1212... = 12/ 99
0,123123123... = 123 / 999
3,2121... = 3 + 0,2121 = 3 + 21 / 99

Você deve ter notado que quando um (alguns) algarismo(s) aparece(m) repetido(s) um número infinito de vezes nas
casas decimais basta trocar esse número por [ o(s) algarismo(s) do número / dividido por nove(s) ], desde que esses
algarismos sejam os únicos nas casas decimais. Veja mais alguns exemplos:

1) 3,123444... (repare os algarismos 1,2 e 3 estão nas casas decimais além do 4 que repete um número infinito de
vezes). Isso cria uma dificuldade para aplicarmos nossa regra. Para contornar essa situação utilizamos uma
interessante manobra matemática.
Imagine-se diante do número quatro. De quantas maneiras você imagina esse elemento? Se Sua resposta é: de infinitas
formas, parabéns você tem grande habilidade matemática. Se você o imagina apenas dessa forma 4 também merece
meus comprimentos, foi objetivo. Essa brincadeira serve para mostrar que não devemos, em matemática, ter uma visão
fechada de algo. O número quatro, por exemplo, pode ser escrito assim:

4 = 1.4 = 8/2 = 10 . 4 / 10 = 8000 / 2000 = ...


Todas essas formas denotam quatro sem perda de precisão. Dito isso temos elemento para resolver o exemplo
proposto.

3,123444... pode ser reescrito dessa forma 3,123444... x 1000/1000 sem alterar o número, já que 1000/1000 é igual a
1 e qualquer número vezes um é igual a ele mesmo. Agora multiplicamos 3,123444... por 1000 do numerador. Com
isso obtemos 3123,444.../1000 repare que com esse processo deixamos apenas o algarismo que repete nas casas
decimais, condição para reescrevermos a dízima periódica na forma a/b. Finalizando as contas obteremos.
3123,444... /1000 = (3123 + 0,444...) /1000 = (3123 + 4/9) / 1000 = [(3123x9 + 4)/9] / 1000 = 28111/9000
Pronto você acaba de transformar um número na forma c,deffff... para a forma a/b, com a,b,c,d,e,f Є N e a ≠ 0 b ≠.0.

Gerson Henrique - 18 -
Para você resolver:

1) Reescreva os números na forma de fração

a) 0,121212... e) 43,12555... i) 4,253535353...


b) 0,163 f) 3,54777... j) 0,125125...
c) 1,555... g) 0,888... k) 1234,56343434...
d) 32,414141... h) 1,81 l) 0,333...

2) 0,999.... e 1,000... tem o mesmo valor?

8 – Números Irracionais
Esses números são aqueles que não podem ser escrito na forma a/b, isto é, não podem ser escritos na forma de
fração. Simbolizamos o conjunto dos números irracionais pela letra I. Também podemos representar por (Q’). O
número π (pi), por exemplo, não tem valor igual a 3,14. Esse é um valor aproximado. Através de recursos
computacionais conseguem-se aproximar esse número com dezenas, centenas ou até milhares de casas decimais, no
entanto, sempre encontramos diferentes algarismos e nunca nenhum deles ou um conjunto deles se repetem
consecutivamente um número infinito de vezes. Condição essa para que o número seja um decimal infinito periódico,
quero dizer: uma dízima periódica. Veja essa aproximação de π com 574 casas decimais, e observe que nenhum
algarismo ou um conjunto de algarismos se repetem consecutivamente um número infinito de vezes.

3,141592653589793238462643383279502884197169399375105820974944592307816406286208998628034825342
11706798218065128230647093844609550582231725359408128481174502841027019385211055596446229489549
30381964428810975665933446128475648233786783165271201909145648566923460348610454326648213393607
26024914127372458700660631558817488152092096282925409171536436789259036001133053054882046652138
41469519415l15094330572703657595919530921861173819326117931051185480744623799627495673518857527
2489122793818301194913...

Diante disso você deve ter em mente que um número será irracional quando não for racional, quero dizer: não
puder ser escrito como uma dízima periódica.
Tome como exemplo esses números:

3/1 = 3,00000000000000000000000... (pode ser escrito na forma de uma dízima periódica, portanto racional);
0 repete
4/9 = 0,44444444444444444444444... (pode ser escrito na forma de uma dízima periódica, portanto racional);
4 repete
√2 = 1,414213562373095... (não pode ser escrito na forma de uma dízima periódica, portanto irracional);
Nenhum algarismo ou conjunto deles repetem consecutivamente

Outros exemplos de irracionais:

e* = 2,718281...
√3 = 1,732051...
√5 = 2,236068...
√10 = 3,162278...
√12 = 3,464102...

Cuidado!... Apesar de os irracionais não poderem ser escritos na forma de fração não é correto dizer que eles não têm
valor exato. Esse assunto foi objeto de preocupação entre os matemáticos da Escola pitagórica, por volta séc. V a. C.
Conta-se que Hippaso de Metaponto, filósofo grego, em uma embarcação marítima, comprovou, geometricamente,
que os números irracionais tinham um valor exato, contradizendo a idéias dos pitagóricos fanáticos da época. Por esse
motivo foi lançado ao mar.
Gerson Henrique - 19 -
Impossível de se verificar algebricamente, é verdade, mas de fácil visualização geométrica. Tome um triângulo
retângulo e isósceles cujo os catetos medem 1 unidade;
A

√2
1


C B
1

O tamanho da hipotenusa ( segmento AB) fornece o valor exato de √2. ( Nesse caso não consideramos imprecisões nos
aparelhos de medida que dispomos). Devemos considerar réguas Ideais, embora não existam de fato. Eis o valor exato
de √2 = m (AB).
De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

1)Todas as afirmações sobre os números irracionais estão falsas, exceto:

a) Um irracional por ser escrito na forma de uma dízima periódica.


b) Um racional somado com um irracional resulta em um número racional.
c) A divisão de dois irracionais sempre resulta em um racional.
d) Um racional multiplicado por um irracional resulta em um racional.
e) A diferença entre dois irracionais pode resultar em um racional

Resolução

Essa questão nos remete a seguinte consideração:

1º) Racional + Irracional = Irracional (sempre)


2º) Racional – Irracional = Irracional (sempre)
3º) Racional ( ≠0) • Irracional = Irracional (sempre)
4º)
Racional (≠0) = Irracional (sempre)
irracional
5º)
Irracional = Irracional (sempre)
Racional (≠0)
5º) Irracional + Irracional = (pode resultar em Racional ou Irracional)
6º) Irracional - Irracional = (pode resultar em Racional ou Irracional)
7º) Irracional • Irracional = (pode resultar em Racional ou Irracional)
8º) Irracional = (pode resultar em Racional ou Irracional)
Irracional

Como vimos anteriormente a letra a está incorreta, já que um irracional não pode ser escrito na forma de uma dízima
periódica.
A letra b está viciada pelo fato de afirmar que a soma de um racional com um irracional resulta em um racional. E
sabemos que sempre essa soma resultará em um irracional ( primeira consideração).
Na letra c o vício está na palavra “sempre”. Sabemos, de acordo com a consideração oitava, que a divisão de dois
irracionais pode resultar tanto num racional quanto em um irracional. Portanto incorreta.
A letra d também está incorreta, já que afirma que produto de um racional com um irracional resulta em um racional, e
sabemos pela terceira consideração a não verificação desse fato.
Finalmente, a letra e está perfeita. A expressão “pode resultar em um racional” não exclui o fato da diferença entre dois
irracionais fornecer como resultado um irracional. Portanto a resposta será de letra e

2) Mostre que o número x = √ (19 + 8√3) + √ (19 - 8√3) é racional.

Resolução:

Gerson Henrique - 20 -
A primeira vista parece impossível mostrar que x é racional, pelo modo que está escrito. Porém com poucas manobras
podemos reescrevê-lo de forma simples. Observe:

Inicialmente é crucial notar que 19 + 8√3 pode ser reescrito como (4 + √3)2 = 42 + 2 • 4 • √3 = 19 + 8√3 e que 19 - 8√3 assume a
forma de (4 - √3)2 .

Desse modo reescrevemos x como √ (4 + √3)2 + √ (4 - √3)2

= (4 + √3) + (4 - √3)

= 4 + √3 + 4 - √3 = 4 + 4 = 8

Para você resolver


1) (F.G.V.) Quaisquer que sejam o racional x e o irracional y, pode se dizer que:

A) x • y é irracional;
B) y • y é irracional;
C) x + y é racional;
D) x - y + √2 é irracional;
E) x + 2y é irracional.

2) Classifique as sentenças em verdadeiras ou falsas e apresente um exemplo que confirme sua afirmação..

a) O produto de dois números irracional pode ser um racional.


b) A soma de um racional com um irracional é sempre um irracional
c) A soma de dois irracionais é sempre um número irracional.
d) Se x e y são racionas, então x + y é sempre racional
e) √5 • x, se x é racional, esse número pode ser racional
f) y3, se y é irracional, esse número pode ser racional.

3) Mostre que x = √ (12 + 6√3) + √ (12 - 6√3) é racional.

4) Está dito, no papiro de Rhind (fragmento matemático egípcio de cerca de 1650 a.C.), que a relação entre a área A do
círculo e o seu diâmetro D é dada por A =( 89 D)2 . Qual a aproximação para π os egípcios usaram? ( Esse papiro é um
dos mais antigos escritos matemáticos que se tem notícia).

9 - Números Reais

Depois de todas as inferências reunimos os números racionais com os irracionais em um único conjunto chamado
conjunto dos números reais. Simbolizaremos por (R) o conjunto dos números reais. Assim em linguagem de conjunto
dizemos que o conjunto dos números Reais é a união dos conjuntos dos Racionais com os Irracionais. Formalmente
fica:
R = {x / x Є Q U I}
Em um diagrama temos a seguinte representação
Conjunto universo = conjunto dos números reais ⇒ U≡R

Gerson Henrique - 21 -
U≡R

I (irracionais)
Q Z N

Repare que os reais constituem-se de racionais + irracionais, os racionais estão situados no conjunto em forma de circulo e os
irracionais estão no espaço interior ao retângulo e exterior ao círculo maior.Dessa forma escrevemos:

N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R
Que diz: o conjunto dos naturais está contido (⊂
⊂) no conjunto dos inteiros, que por sua vez está contido no conjunto dos
racionais, que está contido no conjunto dos números reais. E,

I⊂R
O conjunto dos irracionais está contido no conjunto dos números reais.

De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

1) Em Qual das regiões, A, B, C ou D, da figura, localizam-se os pontos que representam cada um dos seguintes números?

a) 3,93 d) 51 g) - √3 / 2
b) -6 e) 5,111... h) 3/7
c) √31 f) 0,000... i) - √144

R D

Q
A B C
Z

Resolução:

a) O número 3,93 é um número racional, isto é pode ser escrito como 393/100. Por isso o ponto que o representa está
situado na região C.
b) -6 é um inteiro. Portanto região B
c) √31 é irracional. Região D
Gerson Henrique - 22 -
d) 51 é um número de contagem ou natural. Região A
e) 5,111... é uma dízima periódica portanto pode ser reescrito como 5,111... = 5 + 0,111... = 5 + 1/9 = 5•9 + 1 = 46
que é um número racional. Portanto região C. 9 9
f) 0,000.... = 0.Número natural. Região A
g) - √3 / 2 como dito anteriormente no exercício resolvido número 1 da seção 7 um irracional dividido por um racional é
sempre um irracional. Portanto - √3 / 2 é representado por um ponto na região D.
h) 3/7 é da forma a/b, portanto Região C.
i) - √144 = - √ 122 = - 12 . Número inteiro. Região B.

Para você resolver


1) Cada uma das letras minúsculas da figura seguinte representa um único destes números: -12 , -4 , -√8 , 0,444... , √5 /2 ,
7/3 , 3 e 2. Descubra qual é o número representado pela respectiva letra, sabendo que:

a) a – b = 1 b) c = 3d c) e > f d) | g | > | h |

R
•g
Q
•c •e
•a
Z •b •d
•h
•f
N

2) Como se lê o símbolo 1/x?

3) Por qual x a divisão 1/x é impossível?

2 2
4) (Puc - MG) Considere os números reais A = 1 + 1 , B = √ (1/2) + (1/3) e C = (0,2)2 + (0.3)2 .
É correto afirmar que: 2 3

a) A=B<C
b) C<A<B
c) B<A<C
d) C<A=B
e) C<B<A

10 - A Reta Real ou Eixo Real

Com os números reais em mãos, situaremos cada um deles sobre uma reta, de modo que cada ponto da reta
representará um número real. Esse ponto será chamado imagem do número. Reciprocamente o número será chamado
de abscissa do ponto.
Para construí-la procedemos da seguinte forma:

1º passo: tome uma reta e escolha um de seus pontos para ser imagem do Zero, esse ponto será chamado origem.
-∞ • +∞
0

Gerson Henrique - 23 -
2º passo: A direita ou a esquerda da origem escolha um outro ponto para o número 1. É muito freqüente que
escolhamos esse ponto a direita da origem, aliás quase não se vê o contrário.
• •
0 1

unidade

Repare que com esse processo, fixamos a unidade dessa reta. De agora em diante, se quisermos escolher um ponto
para representarmos um número, por exemplo, o dois, já não podemos escolher qualquer ponto. O ponto deve ser
aquele que está à direita e a uma distância de duas unidades da origem.
A partir desse passo podemos colocar todos os números reais sobre essa reta. Por conseguinte, cada ponto dela
representa um número real. Não há espaço entre um ponto e outro. Dessa forma diremos que a Reta Real é contínua.
Veja algumas imagens dos números reais:
√3

• • • • • •
-11/2 -3 0 1

√2

Parece estranho o fato de que √2 tenha uma imagem na reta, uma vez que √2=1,414213... . Os algarismos das casas
decimais não se repetem periodicamente. No entanto, com um simples processo, podemos encontrar um ponto da reta
que seja imagem de √2.

Procedemos da seguinte forma:


1º passo: Marcamos, no eixo real, dois pontos para serem imagem de 0 e 1 respectivamente. Note que AB = 1

A B

0 1

2º passo: Construímos um segmento BC, congruente a BA, com origem em B e que forma um ângulo reto com o eixo.
Observe:
C

A
B
1
0 1

3º passo: Ligamos os pontos A e C para formar o segmento AC. Pelo teorema de Pitágoras, descobrimos que AC tem
medida igual a √2.
C

√2
1

A
B
Gerson Henrique 1
- 24 -
0 1
4º passo: Giramos no sentido horário o segmento AC, em torno do ponto A, com o auxílio de um compasso, até se
sobrepor ao eixo. Pronto! O local onde o ponto C tocou o eixo ( C` ) é a imagem de √2. Observe:

√2
1

A C´
B
1
0 1 √2

Esse processo é válido para qualquer número irracional. Com esse raciocínio fica provado que, ao contrário do que
parece, os irracionais têm valor exato. Embora números desse tipo possuam infinitas casas decimais com algarismos
que nunca repetem ( indicio de não possuir valor exato), podemos visualizar geometricamente (através de uma figura)
que há um “tamanho” bem determinado para √2, é igual a medida do segmento AC´. Esse um valor exato. Como
todos os irracionais têm segmentos cujo tamanho é igual ao seu valor, fica provado que qualquer número irracional
tem valor exato, embora a primeira vista pareça o contrário.

11 - Intervalos reais

11.1 - Intervalo real finito

Em muitas situações estaremos interessados em tomar partes da Reta Real. A essas partes denominaremos Intervalos
Reais ou simplesmente Intervalos.
Por exemplo, se quisermos tomar um intervalo da reta que esteja entre -3 e 1, teremos
√3

-11/2 -3 0 1

√2

Nesse caso diremos que o intervalo é finito, isto é, possui dois extremos (os pontos que representam -3 e 1).
11.1.1 – Intervalo Real finito fechado em ambos os extremos

As imagens de -3 e 1, do exemplo anterior, são chamadas de extremos do intervalo. Esses extremos pertencem ao
intervalo, por isso o chamaremos de intervalo fechado em ambos os extremos. Podemos identificar, na Reta Real, se
um intervalo é fechado ou não, de ambos os lados, quando as imagens dos extremos estiverem coloridas. Além de usar
pontos coloridos nos extremos do intervalo para indicar que eles pertencem a esse intervalo, podemos usar colchetes
voltados para dentro, observe:
√3

[ ]
-11/2 -3 0 1

Gerson Henrique - 25 -
√2
Com essa simbologia diremos que foi tomado o intervalo da Reta Real compreendido entre -3 e 1, com esses dois
extremos incluídos. Como se não bastasse, podemos representar esse intervalo de duas outras maneiras.

1ª maneira: [-3,1] . Representa todos os números entre -3 e 1 com esses dois incluídos. Chamada forma intervalar.

2ª maneira: {x∈R / -3 ≤ x ≤ 1}. Representa o intervalo em questão na linguagem de conjuntos. Nada mais justo, pois
tomamos um conjunto de números reais maiores do que -3, menores do que 1 e os números -3 e 1.

Formalizando, quando desejamos tomar um conjunto de números de um intervalo, inclusive os extremos, com esses
extremos nos números a e b, de forma que a < b, temos:

[ ]
a b

ou assim, [ a , b ] ou ainda {x∈R / a ≤ x ≤ b}. Dessa forma diremos que o intervalo é fechado nos extremos.

11.1.2 - Intervalo Finito aberto em um dos extremos

Vamos considerar agora um intervalo o qual tomaremos apenas um dos extremos, observe:

] ]
a b

Simbolicamente fica: ] a,b ] ou {x∈R / a < x ≤ b}.


O colchete voltado para fora indica que o extremo a não pertencerá ao intervalo em questão. Na terceira representação
o sinal (<) indica que queremos os números maiores que a, mas não igual a a. Utilizamos desse artifício uma vez que
não queremos o número a, queremos sim o próximo número maior do que ele. Mas é impossível identifica-lo já que o
intervalo é real e a reta contínua. Desse modo você deve ter em mente que queremos os números maiores do que a,
mas não igual a a. Na Reta Real, se omitirmos algum colchete ou colocarmos um ponto sem preenchimento também
indicamos que o extremo não pertence ao intervalo. Repare:

1 10

1 10

Isso é ]1,10] ou {x∈R / 1 < x ≤ 10}. Então, diremos que o intervalo é aberto no extremo 1 e fechado em 10.
Neste outro caso, o intervalo é fechado em 1 e aberto em 10.Observe

1 10

1 10

Gerson Henrique - 26 -
Simbolicamente fica: [1,10[ ou ainda {x∈R / 1 ≤ x < 10}.
11.1. 3 - Intervalo finito aberto nos dois extremos.

Nesses intervalos queremos todos os números reais entre os extremos a e b, mas não os extremos. De acordo com as
formas de representação vistas até agora temos:

1 10

1 10

] [
1 10

11. 2 - Intervalo não finito

Os intervalos não finitos são aqueles que não possuem um dos extremos ou ambos.
11. 2 . 1 - Intervalo não finito com um extremo.

O único extremo existente pode ocorrer a direita ou a esquerda e pode ser aberto ou fechado. Observe:

10

]
a
[
b

• O primeiro intervalo é não finito para a direita e aberto no extremo 1.


• Pode ser representado simbolicamente por ]1, +∞[ .O símbolo +∞ quer dizer que o intervalo tende ao infinito para direita.
• Intervalos com extremo no infinito sempre são abertos. Assim é equivocado escrever ]1, +∞]. De outra forma temos, {x
∈ R / x > 1}.

• O segundo intervalo é não finito para esquerda e aberto no extremo 10. Assim fica: ]-∞ , 10[ ou ainda
x∈R/x<10 .

• Como são os demais intervalos?

Gerson Henrique - 27 -
11.2.2 - Intervalo não finito sem extremos ou com extremos no infinito

É um intervalo que possui todos os pontos do eixo real. Dessa forma toma todos o conjunto dos números reais. Pode
ser simbolizado assim: ]-∞, +∞[ ou assim: x ∈ R, isto é x é qualquer real. Toma toda a reta real. É o próprio eixo.

+∞ -∞

A seguir uma tabela resumo dos principais intervalos

Intervalo no eixo real Notação Intervalo em Leitura


intervalar linguagem de
conjunto
Intervalo de extremos a e b, com a<b,
a b [a,b]
[ ]
x∈R/a≤x≤b fechado em ambos.

Intervalo de extremos a e b, com a<b,


a b ]a,b]
] ] x∈R/a<x≤b aberto em a e fechado em b.

Intervalo de extremos a e b, com a<b,


a b
[ [ [a,b[ x∈R/a≤x<b fechado em a e aberto em b.

Intervalo de extremos a e b, com a<b,


a b
] [ ]a,b[ x∈R/a<x<b aberto em ambos..

a [a,+∞[
Intervalo infinito à direita de extremo
x∈R/a≤x<+∞
[ fechado em a (chamado origem).

a ]a,+∞[
Intervalo infinito à direita de extremo
]
x∈R/a<x<+∞
aberto em a (chamado origem).

b ]+∞,b[
Intervalo infinito à esquerda de
x∈R/- ∞<x<+∞
[ extremo aberto em b (chamado
origem).
b ]+∞,b]
Intervalo infinito à esquerda de
] x∈R/- ∞≤x<b
extremo fechado em b (chamado
origem).

]-∞,+∞[
Intervalo infinito de ambos os lados
x∈R/- ∞≤x<+∞
São tomados todas as imagens dos
números reais

12 - Subconjuntos notáveis de R

Se tomarmos partes do conjunto dos números reais obtêm-se subconjuntos de R. Os mais comuns são:

R* = x ∈ R / x ≠ 0 Reais diferente de Zero 0

Gerson Henrique - 28 -
R+ = x ∈ R / x ≠ 0 Reais não negativos 0

R*+ = x ∈ R / x ≠ 0 Reais positivos 0

R-=x∈R/x≠0 Reais não positivos 0

R*- = x ∈ R / x ≠ 0 Reais negativos


0

13 - União e interseção de intervalos

13.1 - União de intervalos

13 . 1. 1 - União de dois intervalos

Tomaremos como união de dois intervalos, digamos os intervalos A e B, um novo intervalo, com os elementos que
pertencem a A ou a B.
Fique ligado no termo ou. Esse termo tem o significado inclusivo em matemática. Assim se queremos os elementos de
A ou de B, devemos tomar os elementos que só aparecem em A, só em B e os elementos que aparecem em ambos. Daí
o ou ser inclusivo, isto é, exerce o significado de e e de ou ao mesmo tempo.Dessa forma seja A = [-3 , 4] e B = [0 ; 6],
teremos como união de A e B, simbolizado por A U B, o intervalo [-3,6]. Escrevemos assim: A U B = [-3 , 6]. Observe
a representação gráfica:

-3 4
A [ ]
0 6
B [ ]
-3
AUB 6
[ ]

Só Elementos Só
elementos de ambos elementos
de A de B

13 . 1 . 2 - União de dois ou mais intervalos

O processo que realizamos para dois intervalos se aplica a um número qualquer de intervalos. Assim se queremos a
união dos intervalos A = [ -3 , 0[ , B = ] 1, 5[ , C = [ 3 , 7] . Obteremos como união dos três intervalos, simbolizado
assim: A U B U C , a solução [ -3, 0[ ∪ ]1, 7]. Dessa forma A U B U C = [ -3, 0[ ∪ ]1, 7]
Observe graficamente:
-3 0
A [ [
1 5
B [ [
3 7
C [ [
-3 0 1 3 5 7
AUBUC [ [ [ [

Gerson Henrique Elementos Elementos Elementos Elementos - 29 -


só só de B e de C só
de A de B de C
Portanto A U B U C = [-3 , 0[ U [1 , 7[ , ou ainda A U B U C = { x ∈ R / -3 ≤ x < 0 ou 1 ≤ x < 7} .

13 . 2 - Interseção de intervalos

13 . 2. 1 - Interseção de dois intervalos

Se queremos a interseção entre dois intervalos A e B devemos tomar os elementos que pertencem a A e a B
simultaneamente, isto é, elementos que estão nos dois intervalos. São apenas os elementos comuns entre A e B.
Simbolizaremos a interseção de A e B assim: A ∩ B. Observe a interpretação geométrica:

-3 4
A [ ]
0 6
B ] ]
0 4
A∩B ] ]

Elementos de ambos.
Comuns de A e B

Dessa forma a interseção entre os intervalo A = [ -3 , 4] e B = ] 0 , 6 ] é o intervalo A ∩ B = ] 0 , 4 ].


13 . 2. 2 - Interseção entre dois ou mais intervalos

Tomar a interseção de mais de dois intervalos se processa de forma idêntica a de dois intervalos. Basta observar que
devem ser tomados apenas os elementos comuns de todos os intervalos. Se queremos tomar a interseção de três
intervalos A, B e C , devemos simbolizar a interseção desse modo A ∩ B ∩ C . Da mesma forma para quatro intervalo
A, B, C e D, teremos A ∩ B ∩ C ∩ D.
Como exemplo encontraremos a interseção dos intervalos A = [ 0 , +∞ [ , B = [ 2 , + ∞[ e C = ] -∞ , 7] .

0
A
2
B
7
C
2 7
A∩B∩C

Interseção = elementos comuns


dos três intervalos

Assim A ∩ B ∩ C = [ 2 , 7] ou em linguagem de conjuntos A ∩ B ∩ C = { x ∈ R / 2 ≤ x ≤ 7} .

De olho no vestibular – Exercícios resolvidos

1) De a intersecção e união dos intervalos A = (-10, 20) e [30,50].

Resolução:

Gerson Henrique - 30 -
Como podemos notar não há nenhum elemento comum dos dois intervalos. Desse modo a intersecção será
vazia. Já a união consiste nos elementos que pertencem só a A, só a B, e a ambos. Como não existem elementos
comuns a ambos, a união desses intervalos serão os próprios intervalos. Observe graficamente:
-10 20
A
30 50
B

A∩B
-10 20 30 50
AUB

Dessa Forma A ∩ B = Ø (Vazio). e A U B = (-10 , 20) ∪ [30 , 50] ou A U B = { x ∈ R | -10 < x < 20 ou 30 ≤ x ≤ 50}.

Para você resolver

1) Ache a intersecção e a união dos intervalos abaixo:


De a resposta utilizando as três notações conhecidas

a) A = ] -3 , 0] e B = [-1 , 4 ]
b) A = [ -7 , 9] e B = [-3 , 18[
c) A = (-15 , 3] , [3 , 9)
d) A = (0 , 5), B = (3 , 12) e C = [4, 20]
e) A = (-3 , 10), B = (4 , 15) e C = [5, 15]
f) A= (- ∝ , + ∝ ) e B = [4 , + ∝[
g) A= (- ∝ , + ∝ ) , B = [4 , + ∝[ e C = (3, 10)
h) A= (- ∝ , 10,5 ) , B = [4 , + ∝[ e C = (3, +∝)
i) A= (5 , + ∝ ) e B = [4 , 5]
j) A= [5, + ∝ ) e B = [4 , 5]
k) A= (- ∝ , 10 ) e B = (10 , + ∝[ e C = [10 , 40,5]
l) P = (a , b] , Q = [ c , d], com a < c < b < d.

2) Sejam A = {x ∈ R | 2 < x < √11} e B = {x ∈ R | √2 < x < √3}. Obtenha A ∪ B e A ∩ B.

3) Sejam os intervalos A = [-1 , 2], B = [-2 , 4] e C = ]-5 , 0[. Obtenha (A ∩ B) – (A ∪ B).

Gerson Henrique - 31 -

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