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O carioca Edgar Diniz sempre gostou de esportes. Mas, como a maioria dos jovens aficionados,
sua vida profissional se desenvolveu bem longe dos campos de futebol e das quadras
esportivas. Bem, uma parte dela, pelo menos. Formado em economia, Diniz foi vice-presidente
de fusões e aquisições do banco Patrimônio, adquirido pelo Chase Manhattan. Lá, ajudou o
Vitória, time de futebol da Bahia, a encontrar um investidor. Também elaborou um relatório
para a TV Globo sobre o impacto do contrato do fundo de investimento americano Hicks,
Muse, Tate e Furst com o Corinthians, firmado em 1999. "Quando entendi a dinâmica do setor,
percebi uma oportunidade", afirma Diniz. Foi aí que o executivo decidiu unir o trabalho à sua
paixão. Juntou-se a dois sócios e fundou, no final daquele ano, a Esporte Interativo. No início, a
empresa prestava consultoria a grupos de mídia que queriam trabalhar com esporte. Os
primeiros seis anos de vida foram difíceis, e os lucros, inexistentes. Mas Diniz virou o jogo.
Hoje, a Esporte Interativo é uma companhia multimídia: oferece conteúdo de esportes na TV,
na internet e no celular. E, mais importante que isso, tem uma vida financeira saudável. As
receitas vêm crescendo cerca de 30% ao ano e a previsão é que a empresa feche 2010 com
faturamento de 60 milhões de reais. Com um modelo inovador, a Esporte Interativo vem
conseguindo sucesso em um negócio que costuma ser dominado por gente grande: o conteúdo
esportivo.
A EI divide suas atividades entre um canal de televisão aberta, transmitido para os cerca de 15
milhões de domicílios brasileiros com antena parabólica, um site, uma loja virtual de material
esportivo e serviços para celular. Um de seus maiores trunfos são os direitos de transmissão de
campeonatos de futebol europeu, que concentram os maiores craques do mundo. Essas
partidas costumam passar somente nos canais de TV paga, e muitas delas acontecem em dias
de semana, no meio da tarde aqui no Brasil. A EI transmite os jogos ao vivo na web e no canal
da parabólica. Jogos de destaque chegam a atrair uma audiência de 4 milhões de pessoas,
segundo Diniz. Hoje, a Esporte Interativo recebe a visita de quase 1% de todos os internautas
brasileiros. E esse número deve aumentar com o crescimento da banda larga e a mudança de
hábito dos fãs de futebol. "Existe uma tendência clara de que as pessoas assistam cada vez
mais esportes pela internet", diz José Calazans, analista de mídia do Ibope Nielsen Online,
instituto que faz as medições de audiência da internet no Brasil. "É uma cultura já enraizada
em países como Alemanha, Espanha e Suíça, mas uma novidade por aqui."
A empresa não vive só de futebol. Há transmissões de basquete e, depois que Diniz fechou um
acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro e com o Ministério dos Esportes, mais modalidades
ganham espaço. "Muitos eventos do interesse das pessoas não têm espaço na TV aberta", diz
ele. As receitas vêm da venda de publicidade e de serviços como o envio de notícias por SMS.
Em apenas seis meses, a EI já conta com quase 1 milhão de assinantes desses microboletins
por celular. As vendas de produtos esportivos contribuem com 20% do resultado. "A empresa
conseguiu o que muitos tentam, mas poucos conseguem: um tripé de publicidade, serviços e
comércio eletrônico", diz Marcelo Coutinho, professor da Fundação Getulio Vargas.
De goleada
Conheça alguns números da Esporte Interativo, empresa que ganha dinheiro com esportes na TV e na internet