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FÍSICA II PROFESSOR: GIL MARCOS JESS

Introdução à termometria

O termo termometria se refere ao estudo dos processos de medição de


temperatura dos corpos, e neste ínterim é razoável descrevermos o termo
termologia, que é o ramo da física que investiga os fenômenos relacionados
especificamente com a energia térmica. Faz-se importante, para seu estudo
definirmos alguns termos com os quais teremos convivência.Dentre eles calor,
temperatura, energia interna, fontes de calor e equilíbrio térmico.

ALGUNS CONCEITOS:

- Energia Interna: Todos os corpos possuem energia interna. Esta é uma


forma de energia que está de certa maneira "armazenada" nos corpos, e vem,
entre outras coisas, do movimento ou da vibração dos átomos e moléculas
que formam o corpo. Quanto maior for essa vibração, maior será a energia
interna contida no material, e maior será sua temperatura. Mas cuidado, se
um corpo tem maior temperatura que outro, não significa que sua energia
interna também seja maior. Para os gases monoatômicos a energia térmica
é a soma das energias cinéticas de translação de todas as suas moléculas. Para
os gases poliatômicos a energia térmica será a soma das energias cinéticas
de translação, rotação e das energias de vibração intramolecular, de todas as
suas moléculas.Para os sólidos, o movimento térmico se restringe ao
movimento de vibração em torno de posições de equilíbrio bem definidas,
como se os átomos ou moléculas estivessem ligados entre si por meio de
molas. Para os líquidos, o movimento térmico das moléculas tem um
comportamento intermediário ao dos sólidos e gases, sendo de natureza mais
complexa, como postulou o físico russo Yakov Frenkel (1894-1952): cada
molécula, durante um certo tempo, oscila em torno de uma posição de
equilíbrio (como nos sólidos). Por receber impactos aleatórios de outras
moléculas vizinhas, ganhando energia para escapar da atração intermolecular
e ocupar uma nova situação de equilíbrio, onde volta a ter o mesmo
comportamento anterior. Isto ocorre, em média, a cada 10-8s.

- Temperatura:
A temperatura, então, mede o nível de agitação térmica de um corpo, essa
medida é feita por comparação, pois avaliamos a variação que sofrem certas
grandezas de uma substância, como comprimento, volume, pressão para
podermos avaliar a temperatura de um corpo.
- Calor: forma de energia em trânsito entre corpos que apresentam diferentes
temperaturas, ou seja grau de agitação térmica diferenciado.

QUENTE CALOR FRIO

Podemos ainda dizer que calor é a forma de energia que transita de um corpo
quente a um corpo frio. Ou ainda que calor é o fluxo de energia térmica que é
perdida pelo corpo mais aquecido e resgatada pelo corpo menos aquecido. Mas
é importante ressaltar que este fluxo térmico só ocorre até que se atinja o
chamado equilíbrio térmico, momento em que os corpos possuem a mesma
temperatura.

Termômetros

Para sentirmos esta energia térmica, a natureza nos deu o sentido do t a t o .


Mas, as sensações nem sempre nos dão uma real medição do fato físico, pois
os nossos sentidos podem, muitas vezes, nos enganar. A sensação térmica
pelo tato não nos é exata o bastante para fazermos uso em experiências de
laboratório, onde é mister uma acurada medição. Por isso o engenho humano
inventou o termômetro, na pessoa de Galileu Galilei.

Parece ter sido o famoso médico grego GALENO, em 170 d.C., o primeiro a
propor uma escala de temperaturas, tomando como base a ebulição da água e
a fusão do gelo. Em suas notas médicas, ele sugeria, em torno dessas
temperaturas, quatro "graus de calor"acima e quatro "graus de frio" abaixo.
Entretanto, suas observações não são suficientemente claras e precisas para
dizermos que ele tinha criado uma escala de temperaturas.
Os primeiros equipamentos para avaliar temperaturas eram aparelhos
simples chamados termoscópios. Admite-se que GALILEU (1564-1642), em
1610, tenha concebido um dos primeiros termoscópios, utilizando vinho na sua
construção. Na verdade, esses aparelhos usam ar como substância
termométrica, pois é sua expansão ou contração que faz movimentar a coluna
líquida.os termoscópios sao aprelhos sem grande precisão, servindo mais para
verificar se a temperatura subiu ou desceu, ou para comparar corpos mais frios
ou mais quentes.
O TERMOSCÓPIO DE GALILEU:

Um dos primeiros dispositivos criados para avaliar a temperatura foi o


termoscópio a ar inventado por Galileu, do qua se vê uma réplica na foto
abaixo. Esse termoscópio não pode ser considerado propriamente um
termômetro, uma vez que não estabelece valores numéricos para a
temperatura, ou seja,apenas indica se o corpo está mais quente ou mais frio
que outro tomado como referência.
O termoscópio de Gaileu é constituído de um bulbo ligado a um tubo de
vidro que tem a extremidade inferior imersa em um líquido. Quando a
temperatura do ar contida no bulbo aumenta, a pressão do ar também
aumenta e o nível do líquido desce. Quando a temperatura do ar diminui, a
pressão do ar diminui e o nível do líquido sobe.
Consta que, originalmente, Galileu teria usado vinho no seu termoscópio,
para visualizar melhor o nível do líquido.

Em 1641, o grão-duque da Toscana, FERNANDO II, construiu o


primeiro termômetro selado, que usava líquido em vez de ar como substância
termométrica. Nesse termômetro usou-se álcool dentro de um recipiente de
vidro e forma marcados, em um tubo, 50 graus. Entretanto, como não foi
utilizado, nessa marcação, um ponto fixo como "zero"da escala, as indicações
careciam de precisão.
A primeira escala termométrica confiável é atribuída ao cientista inglês
ROBERT HOOKE (1635-1703),que, em 1664, a idealizou usando em seu
termômetro tinta vermelha em vez de álcool. Nessa escala cada grau
correspondia a um aumento de 1/500 no volume do líquido do termômetro,
tendo seu "zero"no ponto de congelamento da água. A escala de HOOKE foi
usada pela Sociedae Real Inglesa até 1709, e nela se fez o primeiro registro
metereológico de que se tem notícia.
O astrônomo dinamarquês OLAF ROEMER (1644-1710) criou, em 1702, a
priomeira escala com dois pontos fixos: adotou o "zero" para uma mistura de
gelo e água(ou de gelo e cloreto de amônia segundo alguns) e o valor 60 para
a água fervente. Com essa escala, ROEMER registrou a temperatura diára de
Copenhague durante os anos de 1708 e 1709.
Após uma visita a ROEMER, em 1708, o físico alemão DANIEL
FAHRENHEIT (1686-1736) começou a construir seus próprios termômetros e,
em 1714, passou a usar o mercúrio como substância termométrica. A escala
que leva seu nome foi criada em 1724, adotando como zero uma mistura de
sal de amônia, gelo e água e o valor 96 para a temperatura do corpo humano.
Após algum tempo fez ajustes em sua escala, atribuindo os valores 32 e 212,
respectivamente, para pontos de congelamento e ebulição da água.
Em 1742, o astrônomo e físico sueco ANDERS CELSIUS (1701-1744)
apresentou à Real Sociedade sueca sua escala, que adotava "zero"para ponto
de ebulição da água e 100 para seu ponto de congelamento. Foi o biólogo
sueco CARLOS LINEU (1707-1778) quem, em 1745, propôs a inversão dos
valores, estabelecendo a escala definitiva até hoje usada: zero para o ponto de
gelo e 100 para o ponto de ebulição da água. A substituição do nome da
unidade (de grau centígrado para grau Celsius) e a adoção do nome da escala
(escala Celsius) ocorreu apenas em 1948.

A temperatura dos corpos físicos é medida através do termômetro. Entretanto,


a base da termometria - ou seja, a medição da temperatura - está na chamada
"Lei Zero da Termodinâmica". Diz esta lei:

"Se um corpo A está em equilíbrio térmico com B, e B está em equilíbrio


térmico com C, então A também estará em equilíbrio térmico com C".

Esta relação aparentemente óbvia levou mais de 2000 anos para ser
concebida.
O conceito de temperatura veio da observação que uma mudança no estado
físico (como por exemplo, no volume) pode ocorrer quando dois objetos estão
em contato (como o que ocorre quando uma barra de ferro incandescente é
mergulhada na água). Esta mudança de estado físico é interpretada como a
transferência de energia na forma de calor de um corpo para o outro. A
temperatura é a propriedade que nos indica a direção do fluxo de energia.

Entretanto, devido ao fato dos líquidos expandirem de maneiras diferentes, e


nem sempre uniformemente em um intervalo de temperatura, os termômetros
construídos de materiais diversos forneciam valores numéricos de temperatura
bastante diferentes entre os pontos fixos.

A escolha do mercúrio como líquido de preenchimento dos termômetros não foi


arbitrária. Ele expandia de maneira razoável entre os pontos de congelamento
e ebulição da água, ou seja, a mudança era perceptível, porém a expansão
com a temperatura não era tão pronunciada, e assim a divisão da escala em
cem partes foi realizada de maneira satisfatória.

As escalas termométricas:

Quando se quer medir o tamanho de um objeto, por exemplo, temos que


decidir qual escala usar. Talvez usemos o metro, talvez o centímetro. Pois
bem, quando precisamos medir temperatura também teremos que escolher
uma escala. As três mais conhecidas e utilizadas são as escalas Celsius (ºC),
Fahrenheit (ºF) e Kelvin (K).

Escala Fahrenheit:

Esta escala foi criada pelo inventor do termômetro de mercúrio, Daniel Gabriel
Fahrenheit, lá pelos anos de 1724. Para isso ele escolheu dois pontos de
partida, chamados atualmente de pontos fixos. Inicialmente ele colocou seu
termômetro, ainda sem nenhuma escala, dentro de uma mistura de água, gelo
e sal de amônio. O mercúrio ficou estacionado em determinada posição, a
qual ele marcou e chamou de zero. Depois ele colocou este mesmo
termômetro para determinar um segundo ponto, a temperatura do corpo
humano. Quando o mercúrio novamente estacionou em determinada posição
ele a marcou e chamou de 100. Depois foi só dividir o espaço entre o zero e o
100 em cem partes iguais. Estava criada a escala Fahrenheit. Depois disso,
quando Fahrenheit colocou seu termômetro graduado numa mistura de água e
gelo, obteve o valor de 32ºF, e quando o colocou em água fervendo obteve o
valor de 212ºF. Portanto, na escala Fahrenheit a água vira gelo a 32ºF e
ferve a 212ºF. Esta escala é mais usada nos países de língua inglesa, com
exceção da Inglaterra, que já adotou o Celsius.

Escala Celsius

A escala Celsius foi criada por Anders Celsius, um astrônomo sueco. Ele
escolheu como pontos fixos, os quais a sua escala seria baseada, os pontos de
fusão do gelo (quando o gelo vira água) e de ebulição da água (quando a água
ferve). Ele colocou um termômetro dentro de uma mistura de água e gelo, em
equilíbrio térmico, e na posição onde o mercúrio estabilizou marcou o ponto
zero. Depois colocou o termômetro na água em ebulição e onde o mercúrio
estabilizou marcou o ponto 100. Estava criada a escala Celsius. Sua
vantagem era que ela poderia ser reproduzida em qualquer canto do planeta,
afinal, ao nível do mar, a água sempre vira gelo e ferve no mesmo ponto, e
agora também na mesma temperatura.A escala Celsius é a mais comum de
todas as escalas termométricas.

Escala Kelvin

O kelvin recebeu este nome em homenagem ao físico e engenheiro norte-irlandês William Thomson.
Conforme já citamos anteriormente a temperatura é uma grandeza que mede
o nível de agitação das moléculas de um corpo. Quanto maior a agitação
maior a temperatura, e quanto menor a agitação, menor a temperatura.

O que seria então lógico pensar a respeito da temperatura quando as


moléculas de um corpo qualquer não tivessem agitação nenhuma ???

A temperatura deveria ser igual a zero. Se não tem agitação não tem também
temperatura. Este estado de ausência de agitação é conhecido como zero
absoluto, e não pode ser experimentalmente alcançado, embora possa se
chegar muito próximo dele.

A escala Kelvin adota como ponto de partida (0 K) o zero absoluto, ou seja, o


ponto onde ocorre esta ausência total de vibração das moléculas.Nesta escala
o gelo se forma a 273K e a água ferve a 373K (ao nível do mar). Esta escala
é muito usada no meio científico, já que ela pertence ao Sistema Internacional
(SI).

Relação entre as escalas termométricas

Como é possível perceber, cada uma das três escalas foi definida de uma
maneira diferente. Nota-
se na figura ao lado qual a
relação existente entre
elas levando-se em conta
o ponto de ebulição da
água e fusão do gelo.
Nota-se que estes pontos
mudam dependendo da
escala adotada. Se nos
perguntarmos qual a
temperatura de fusão do
gelo podemos ter três
respostas: 0ºC, 32ºF ou 273K.Todas representam a mesma temperatura.
Seria mais ou menos se uma pessoa falasse que andou 2 metros enquanto
outra falasse que andou 200 centímetros. Embora os números sejam
diferentes, a distância é a mesma nos dois casos.

A Conversão entre as escalas::

Através do uso do teorema de Tales podemos estabelecer as relações entre as


escalas,sejam elas quais forem, criando assim uma função termométrica.Com
ela podemos transformar ºF em ºC, K em ºC e ºF em K, e também
qualquer uma delas em uma escala qualquer.Da relação estabelecida entre as
três escalas temos:
C F − 32 K − 273
= =
5 9 5

O Termômetro:

Basicamente um termômetro é constituído dos seguintes elementos,


representados na figura:

Pelo aquecimento da substância


termométrica esta se dilata e sobe
pela haste. Quando em equilíbrio
térmico com o corpo de que se deseja
medir a temperatura, cessa a
dilatação e pela medida da altura
temos uma medida da temperatura.
Claro que ocorre também nesse caso
uma dilatação do vidro, mas que pode
ser considerada desprezível.

Alguns tipos de termômetro:

O TERMÔMETRO CLÍNICO:
Para avaliar a temperatura corporal, determinando se uma pessoa está com
febre ou não, utilizam-se os termômetros clínicos.Um termômetro clínico de
uso bem difundido é um termômetro de mercúrio adaptado. Nele, junto ao
bulbo, no início do tubo capilar, há um estritamento, que não impede a
movimentação da coluna líquida quando a temperatura sobe e o mecúrio se
dilata. Entretando, se a temperatrua diminuir, o mercúrio não consegue voltar
para o bulbo, continuando a indicar a maior temperatura atingida. Portanto,
trata-se e um termômetro de máxima. Para ser usdao novamente, o
termômetro deve ser vigorosamente sacudido, para que o mercúrio retorne ao
bulbo.
O termômetro clínico da foto abaixo está graduado simultanemente nas
escalas Celsius ( entre 35oC e 42 oC) e Fahrenheit (entre 94oF e 108oF). A
graduação é feita apenas entre esse valores extremos porque eles
correspondem aos limites da temperatura do corpo humano.

O TERMÔMETRO DE MÁXIMA E MÍNIMA:

As temperaturas máxima e mínima de um ambiente, em dado intervalo de


tempo, são registrados por um tipo especial de termômetro: o termômetro de
máxima e mínima.
Ele é constituído de dois bulbos A e B, ligaods a um tubo em U de pequeno
diâmetro e que contém mercúrio na parte inferior. O bulbo A, a parte do tubo
a ele ligado e aparte do tubo ligado ao bulbo B estão completamente cheios de
álcool. O bulbo B, por usa vez, está parcialmente cheio de álcool. Nos ramos
do termômetro existem dois índices de ferro esmaltado a e b, banhados pelo
álcool e aderentes à parede interna do tubo. O índice a indica a menor
temperatura e o índice b indica a maior temperatura atingida num
determindao período.
Inicialmente os índices são colocados em contato com as superfícies livres
do mercúrio, nos dois ramos, através de um pequeno ímã.
Quando ocorre um aumento de temperatura o álcool de A se dilata, o nível
de mercúrio no ramo da esquerda desce sem arrastar o índice a. O nível do
mercúrio no ramo da direita sobe, arrastando o índice b para cima de modo a
indicar a máxima temperatura atingida.
Quando ocorre uma diminuição de temperatura o álcool de A se contrai, o
nível do mercúrio no ramo à direita desce sem arrastar o índice b. O nível do
mercúrio no ramo à esquerda sobe, arrastando o índice a para cima de modo a
indicar a mínima temperatura atingida.
Obaserva-se na figura qua temperatura máxima foi de 30oC, a mínima de
10oC e a temperatura num determinado momento era de 27oC ( indicada pelo
nível de mercúrio nos dois lados).

O termômetro de máxima e mínima é usado por fazendeiros para ver, por


exemplo, se geou numa certa noite, sem que haja necessidade de vigiar o
termômetro o tempo todo. O líquido que mede a temperatura é transparente e
fica num pequeno bulbo. Quando a temperatura sobe, ele expande e empurra
o mercúrio dentro de um capilar.O mercúrio pode empurrar pequenas barras
de ferro, mas não pode puxá-las. Assim, elas param toda vez que o mercúrio
volta: no ponto de temperatura máxima à direita e no de mínima à esquerda.
As barrinhas são mantidas em sua posição por um imã. Quando afastamos
este imã, apertando um botão, o peso da barrinha faz voltá-la junto ao
mercúrio.
Dilatação térmica

Dilatação dos sólidos:


Todos os corpos na natureza estão sujeitos a este fenômeno, uns mais outros
menos. Geralmente quando se esquenta algum corpo, ou alguma substância,
esta tende a aumentar seu volume (expansão térmica). E se for esfriado o
corpo ou substância tende a diminuir seu volume (contração térmica).

Existem alguns materiais que em condições especiais fazem o contrário, ou


seja, quando esquentam contraem e quando esfriam dilatam. É o caso da
água quando está na pressão atmosférica e entre 0ºC e 4ºC. Mas estes casos
são exceções e, embora tenham também sua importância, não serão
estudados aqui neste capítulo.

O motivo:

Quando esquenta-se alguma substância provoca-se um aumento na agitação


de suas moléculas, e isso faz com que elas se afastem umas das outras,
aumentando logicamente o espaço entre elas. Para uma molécula é mais fácil,
quando esta está vibrando com mais intensidade, afastar-se das suas vizinhas
do que aproximar-se delas. Isso acontece por causa da maneira como as
forças moleculares agem no interior da matéria.

" ...se o espaço entre elas aumenta, o volume final do corpo acaba
aumentando também"

Quando se esfria uma substância ocorre exatamente o inverso. Diminui a


agitação interna das mesmas o que faz com que o espaço entre as moléculas
diminua, ocasionando uma diminuição do volume do corpo.

"Se o espaço entre as moléculas diminui, o volume final do corpo acaba


diminuindo também"

O cálculo das dilatações:

Existem três equações simples para determinar o quanto um corpo varia de


tamanho, e cada uma delas deve ser usada em uma situação diferente.
1 - Dilatação térmica linear

É aquela em que predomina a variação no comprimento.

ΔL = L - L0

ΔL = L0. α . ΔT

L=L 0 (1+ α . ΔT)

ΔL = variação no comprimento

-1
α = coeficiente de dilatação linear (º C )

ΔT = variação da temperatura (º C)

Vale destacar que o coeficiente de dilatação linear (alfa) é um número


tabelado e depende de cada material e também da temperatura em que ele se
encontra. Com ele podemos comparar qual substância dilata ou contrai mais
do que outra. Quanto maior for o coeficiente de dilatação linear da substância
mais facilidade ela terá para aumentar seu tamanho, quando esquentada, ou
diminuir seu tamanho, quando esfriada.

2 - Dilatação térmica superficial

É aquela em que predomina a dilatação em duas dimensões.


ΔA = A - A0

ΔA = A0.. β. ΔT

A=A 0 (1+ β.ΔT)

ΔA = variação na área

-1
β = coeficiente de dilatação superficial (º C )

ΔT = variação da temperatura (º C)

• OBSERVAÇÃO: Quando se aquece uma chapa com um orifício, ela


se dilata como se fosse inteiriça, ou seja, o orifício se dilata como
se fosse constituído do mesmo material.

3 - Dilatação térmica volumétrica

ΔV = V - V0

ΔV = V0 .γ. ΔT

V = V0 (1+ γ .ΔT)

ΔV = variação do volume

-1
γ = coeficiente de dilatação volumétrica (º C )

ΔT = variação da temperatura (º C)

Obs: ΔL , ΔA ou ΔV positivos significa que a substância aumentou suas


dimensões.

ΔL , ΔA ou ΔV negativos significa que a substância diminuiu suas dimensões.


Aplicações práticas da dilatação térmica

Além da construção de termômetros, a dilatação térmica permite


outras inúmeras aplicações, entre as quais podemos citar a lâmina
bimetálica empregada em dispositivos de segurança contra incêndio e
em chaves automáticas (relé termostático) que desligam um circuito
elétrico quando ocorre uma elevação indesejável da temperatura.

Quando a temperatura se eleva, a lâmina


bimetálica se encurva, devido as Alarme contra incêndio
dilatações que ocorrem em suas faces,
constituídas por metais diferentes.

Uma outra aplicação é a rebitagem de chapas metálicas. As


experiências mostram que os orifícios das chapas aumentam quando
sofrem elevação de temperatura. Os orifícios, com diâmetro menor que
o dos rebites, são aquecidos e sofrem dilatação, permitindo assim os
encaixes. Quando as chapas se esfriam, os orifícios se contraem e se
prendem firmemente aos rebites.
São muito conhecidos também as “juntas de dilatação”, isto é,
pequenos espaços vazios entre os trilhos de uma estrada de ferro ou
entre peças de concreto de pontes e viadutos.

Tais juntas têm evidentemente a finalidade de


permitir que a dilatação térmica ocorra sem danificar as
estruturas da via férrea ou das pontes e dos viadutos.

Já em calçadas ou pisos feitos de cimento costuma-se colocar


ripas de madeira a intervalos regulares para evitar rachaduras
provocadas pela dilatação térmica.
Dilatação dos líquidos:

Os sólidos têm forma própria e volume definido, mas os líquidos têm somente
volume definido. Assim, o estudo da dilatação térmica dos líquidos é feita
somente em relação á dilatação volumétrica. Esta obedece a uma lei idêntica á
dilatação volumétrica de um sólido, ou seja, a dilatação volumétrica de um
líquido poderá ser calculada pelas mesmas equações da dilatação volumétrica
dos sólidos.

ΔV = V - V0

ΔV = V0 .γ. ΔT

V = V0 (1+ γ .ΔT)

ΔV = variação do volume
-1
γ = coeficiente de dilatação volumétrica (º C )

ΔT = variação da temperatura (º C)

No entanto é possível perceber facilmente ao observamos as tabelas que nos


mostram os coeficientes de dilatação dos sólidos e dos líquidos, que os líquidos
sempre dilatam muito mais do que os sólidos.
Porém quando promovemos um experimento no qual o objetivo é analisar a
dilatação de um líquido este estará acondicionado em um frasco e que também
sofrerá dilatação ao ser aquecido, o que resulta necessariamente em uma
dilatação aparente do líquido e conseqüentemente no aparecimento de um
coeficiente de dilatação aparente do mesmo.

Observando a figura abaixo:


Percebe-se facilmente que:

∆VR = ∆V AP + ∆V F onde ∆VR = variação de volume do frasco.

∆VAP = variação de volume aparente.

∆VF = variação de volume do frasco.

O que nos permite utilizar uma expressão para determinar cada um dos tipos
de dilatação, ou seja:

∆VR = V0 .γ R .∆T ; ∆V AP = V0 .γ AP .∆T e ∆VF = V0 .γ F .∆T

O que nos permite concluir que:

Se ∆VR = ∆V AP + ∆V F e ∆VR = V0 .γ R .∆T ; ∆V AP = V0 .γ AP .∆T e ∆VF = V0 .γ F .∆T

Então: V0 .γ R .∆T = V0 .γ AP .∆T + V0 .γ F .∆T e portanto:

γ R = γ AP + γ F ou ainda que γ AP = γ R − γ F

Comportamento anômalo da água


Em que consiste esse caráter anômalo da água frente ao fenômeno da
dilatação térmica?

Ao aquecermos a água desde os 0oC até os 4oC, sua densidade aumenta


(quando deveria diminuir) e somente quando aquecida acima dos 4oC é que
se observa a real dilatação.

E como se explica essa anomalia?

Para explicar essa particularidade da água, um paradoxo apenas aparente,


teremos que fazer um estudo de sua estrutura atômica. As moléculas de água
interagem entre si de uma forma ordenada, ou seja, cada uma delas pode
atrair somente a quatro outras moléculas vizinhas, cujos centros, como
resultado dessa união, formam um tetraedro. Ilustremos isso:
Como conseqüência disso se forma uma estrutura granulosa e organizada,
que dá testemunho ao caráter quasecristalino (pseudocristalino) da água.
Fica subentendido que ao falarmos da estrutura da água, como de qualquer
outro líquido, nos referimos unicamente á ordenação limitada (*).
À medida que cresce a distância com respeito á molécula considerada (centro
do tetraédro), se apreciará gradualmente a alteração dessa ordenação devido
á flexão e rompimento das ligações intermoleculares (rompimento de pacotes
d'água).

As ligações entre as moléculas dessa estrutura tetraédrica, á medida que


aumenta a temperatura, vai se rompendo paulatinamente e com isso cresce o
número de moléculas livres que passam a ocupar os espaços vazios dessa
estrutura, o que acarretará na diminuição do caráter quasecristalino da água.
A estrutura tetraédrica desses aglomerados na água, como substância
quasecristalina --- e o posterior empacotamento --- explica devidamente a
anomalia das propriedades físicas da água e, em particular, sua anomalia
frente a dilatação térmica.

Por um lado, o aumento da temperatura conduz ao aumento das distâncias


médias entre os átomos de cada molécula devido ao aumento das amplitudes
de oscilação deles no interior das moléculas e, por outro lado, o aumento de
temperatura provoca um rompimento da estrutura organizada dos
aglomerados, o que, naturalmente, conduz a um empacotamento mas
compacto das mesmas moléculas.

O primeiro efeito (efeito das oscilações) deve conduzir a uma diminuição da


densidade da água. Esse é o efeito corrente da dilatação térmica dos sólidos.
O segundo efeito (efeito do rompimento da estrutura), pelo contrário, deve
conduzir a um aumento da densidade da água á medida que é aquecida.
Ao aquecermos a água até os 4oC prevalece o segundo efeito
(empacotamento) e, por essa razão, sua densidade aumenta. acima dos 4oC
começa a prevalecer o efeito das oscilações (distanciamento), e por isso a
densidade da água diminui.

(*) Um líquido se assemelha mais a um cristal do que aos gases, e isso é


indicado pela similitude dos valores das densidades, dos calores específicos e
dos coeficientes de dilatação volumétrica dos líquidos e cristais. Também se
sabe que o calor de fusão é consideravelmente menor que o calor de
vaporização. Todos esses fatores testemunham a notável analogia das forças
de coesão das partículas nos cristais e nos líquidos. Uma conseqüência dessa
analogia é também a presença nos líquidos de certa ordenação na
distribuição de seus átomos comprovada nos experimentos da dispersão dos
raios-X, e que recebe o nome de "ordenação limitada".
Ordenação limitada quer dizer que existe uma distribuição ordenada ao redor
de um átomo (molécula) arbitrariamente escolhido com certo número de
outros átomos (moléculas) em sua proximidade. Ao contrário do que ocorre
nos cristais, esta distribuição ordenada com relação a um dado átomo
escolhido não se conserva a medida que nos afastamos dele e não conduz a
uma formação do retículo cristalino. Todavia, para distâncias pequenas é
bastante semelhante à disposição dos átomos da substância considerada no
estado sólido.

Abaixo se representa, em (a) uma ordenação ilimitada para uma cadeia de


átomos, a qual se compara com a ordenação limitada, em (b).

CURIOSIDADE – O CONGELAMENTO DE UM LAGO.

Visto que a água apresenta um comportamento anômalo em relação às


outras substâncias. De O°C a 4 °C, ao invés de se dilatar, ela se contrai, o que
provoca um aumento em sua densidade (D = m/v --> quando o volume
diminui para essa mesma quantidade de massa, a densidade aumenta.) O
fenômeno que faz com que a camada de água supercial se congele e a inferior
se mantenha no estado líquido é justamente esse (isso também faz com que a
fauna e a flora permaneçam vivas no interior do lago parcialmente
congelado.). A camada superior da água, em contato com o ambiente frio se
resfria, o que faz com que suas moléculas, mais pesadas desçam, e com que
as moléculas do fundo, relativamente mais "quentes" subam. Porém, quando a
camada inferior atinge uma temperatura entre 0°C e 4 °C, essas correntes de
convecção cessam, pois esta fica com uma densidade superior. Com as
correntes cessadas, a água da parte superior fica em contato constante com o
meio frio, o que provoca o seu congelamento. Como o gelo é um bom isolante
térmico, ele evita a perda de calor da camada inferior para o meio externo, o
que faz com que a água fique líquida e com temperatura entre 0°C e 4 °C.

Além do isolamento que essa camada na superfície da água "cria", outra


questão que merece destaque é a pressão. Quando há um aumento de volume
na mudança de fase, quanto maior for a pressão sobre um corpo, maior a
temperatura em que ocorrerá a mudança de estado físico. Assim, temos que
nas partes mais profundas de um lago, de um rio ou do mar a pressão será
maior, reduzindo a temperatura em que ocorrerá a solidificação da água e
como as partes mais profundas são as mais frias, é fisicamente impossível a
existência dessa substância na fase sólida sob essas condições. Atente para o
fato de que a água é uma substância que possui comportamento anômalo, já
que a sua fusão (passagem do estado sólido para o líquido) implica na redução
de volume, ao contrário da maioria das substâncias, em que o volume
aumenta conforme ocorre a mudança de fase na respectiva ordem: Sólido,
líquido e gasoso.

EXERCÍCIOS:

QUESTÕES DISCURSIVAS:

1. Como pode ser explicada a dilatação dos corpos ao serem aquecidos?


2. Que fatores influenciam na dilatação que um corpo irá sofrer ao ser aquecido?
3. Pode-se afirmar que uma barra metálica, ao ser aquecida, sofre apenas dilatação
linear? Justifique.
4. Pode-se afirmar que uma placa metálica, ao ser aquecida, sofre apenas dilatação
superficial? Justifique.
5. A variação do volume de um corpo, quando aquecido, depende de haver cavidades
nesse corpo? Explique.
6. Explique por que a dilatação aparente de um líquido, ao ser aquecido juntamente
com o recipiente onde está contido, não fornece a dilatação verdadeira do líquido.
7. Como se explica o comportamento anômalo da água ao ser aquecida de 0oC a 10 oC
?
8. Justifique, de modo sucinto, a afirmação: "Um corpo flutua em água a 20oC.
Quando a temperatura da água subir para 40oC , o volume submerso do corpo
aumentará".
Exercícios de Termologia

1. Uma escala termométrica X foi definida tomando-se o ponto de ebulição de uma substância,
cuja temperatura é 127 ºC, como 100 ºX, e o zero absoluto como – 100 ºX. Determine a que
temperatura na escala Kelvin corresponde a 20 ºX. Resposta: 240 K

2. No gráfico abaixo, apresentamos a curva de correspondência entre s escalas termométricas


Celsius (ºC) e uma outra arbitrária (ºS).
ºC

0 25 ºS

25
-
2

Qual é, nesta escala, a temperatura de vaporização da água à pressão normal ? Resposta: 225 ºS
3. Um termômetro é composto por um recipiente de volume variável, dentro do qual é colocado
um gás. Ao variar a temperatura (T) do gás, sua pressão (P) também varia. O ponto de gelo da
água corresponde uma pressão de 51,3 cmHg e o ponto de vapor corresponde uma pressão de
70,3 cmHg. Determine a temperatura na escala ºC que corresponde à pressão 80 cmHg.
Resposta: 151,1 ºC

4. O diagrama relaciona as escalas X e Y de temperatura. Que indicação na escala X


correspondente a 45 ºY ? Resposta: 15 ºX

ºX
45

0 90 ºY

- 15

5. O gráfico abaixo estabelece a relação entre uma escala arbitrária E de temperatura e a escala
Fahrenheit. Determine a temperatura de fusão do gelo, sob pressão normal, na escala E.
ºE
132

44

0 176 ºF

Resposta: TE = 60ºE
6. Um termômetro regular encontra-se primeiramente em equilíbrio térmico com gelo fundente
sob pressão normal e depois em equilíbrio térmico com vapor da água sob pressão normal. No
primeiro caso, a coluna de mercúrio tem altura H e, no segundo, tem altura 9H/2. Quando este
termômetro marcar 50 ºC, determine a altura da coluna de mercúrio.
Resposta: 11H/4

7. O diagrama mostra a relação entre duas escalas termométricas A e B.


ºB

20 ºA

- 15

Determine a função TA = f(TB).


Resposta: TA = 4TB/3 + 20

8. Dois termômetros, Z e W, marcam, nos pontos de ebulição do gelo e de vapor da água, os


seguintes valores:
Termômetro Fusão do gelo Ebulição da água
Z 4,00 28,0
W 2,00 66,0
Determine a temperatura em que as duas escalas apresentam a mesma leitura.
Resposta: 5,20
9. Numa escala termométrica X, a temperatura do gelo fundente corresponde a – 80 ºX e da
ebulição da água, a 120 ºX. Qual a temperatura absoluta que corresponde a 0 ºX ?
Resposta: 313 K

10. Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina criou sua própria escala linear de
temperaturas. Nessa nova escala, os valores de 0 (zero) e 10 (dez) correspondem respectivamente
a 37 ºC e 40 ºC. Determine a temperatura em que ambas as escalas apresentam o mesmo valor
numérico.
Resposta: 52,9

Dilatação de Sólidos e Líquidos

1. Um recipiente de vidro encontra-se completamente cheio de um líquido a 0 ºC . Quando o


conjunto é aquecido até 80 ºC, o volume do líquido que transborda corresponde a 4% do volume
que o líquido possuía a 0 ºC. Sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica do vidro é igual
a 27 . 10-6 ºC –1, determine o coeficiente de dilatação real do líquido.
Resposta: 527 . 10-6 ºC –1

2. O coeficiente de dilatação volumétrica do azeite é de 8 . 10-4 ºC –1. Determine a variação de


volume de 1 litro de azeite, quando este sofre um acréscimo de temperatura de 50 ºC, em cm3.
Resposta: 40 cm3

3. À temperatura de 0 ºC, os comprimentos de duas barras I e II são, respectivamente, Lo e o. Os


coeficientes de dilatação das barras I e II são, respectivamente, α1 e α2. Sabe-se que a diferença
de comprimento entre as barras independe da temperatura, desde que as barras estejam em
equilíbrio térmico. Nessas condições determine a relação entre Lo, o, α1 e α2.
Resposta: Loα1 = o α2

Lo

X II

o

4. Uma arruela de metal, de 2,0 cm de diâmetro externo e 1,0 cm de diâmetro interno, é aquecida
de modo que seu diâmetro externo aumente de ∆x. Nesse caso, determine o diâmetro interno.
Resposta: ∆x/2

5. Um copo de alumínio está cheio até a borda com um líquido, ambos em equilíbrio térmico à
temperatura ambiente. Eleva-se então, muito lentamente, a temperatura ambiente de 15 ºC para
35 ºC. Sabendo que os coeficientes volumétricos de dilatação térmica do líquido e do alumínio,
valem, respectivamente, 10,7 . 10-4 ºC-1 e 0,7 . 10-4 ºC-1, determine a fração do volume inicial do
líquido que transborda.
Resposta: 2,0%V0
6. Na figura abaixo, a barra metálica vertical, de 25 cm de comprimento, é iluminada pela fonte
pontual indicada. A sombra da barra é projetada na parede vertical. Aumentando se de 100 ºC a
temperatura da barra, observa-se que a sombra da extremidade superior da mesma se desloca de
dois milímetros. Qual o coeficiente de dilatação térmica do material que é feito a barra ?
Resposta: 2,0 . 10-5 ºC-1

Parede
Vertical
Barra
Fonte Metálica
Pontual

30,0 cm 90,0 cm

7. Um tubo em U, com ramos verticais, contém um líquido em equilíbrio. As temperaturas nos


dois ramos são desiguais: no ramo a 0 ºC, a altura da coluna de líquido é ho = 25 cm; no ramo a
80 ºC a altura é h = 30 cm. Determine o coeficiente de dilatação térmica do líquido.
Resposta: 2,5 . 10-3 ºC-1

h
ho

8. Um líquido tem massa específica de 0,795 g/cm3 a 15 ºC, e de 0,752 g/cm3 à temperatura de
45 ºC. Determine o coeficiente de dilatação volumétrica do líquido.
Resposta: 1,9 . 10-3 ºC-1

9. Um relógio é controlado por um pêndulo que marca corretamente os segundos a 20 ºC. O


pêndulo é feito de um material cujo coeficiente de dilatação linear é 16 . 10-6 ºC-1. Quando a
temperatura é mantida a 30 ºC, calcule o atraso de relógio em uma semana.
Resposta: 48 segundos

10. Uma placa metálica tem um orifício circular de 50,0 mm de diâmetro a 15 ºC. A que
temperatura deve ser aquecida à placa para que se possa ajustar no orifício um pino cilíndrico de
50,3 mm de diâmetro ? O coeficiente de dilatação linear do metal é 0,0000119 ºC-1.
Resposta: 520 ºC

11. Considerando a densidade como a razão entre a massa e o volume. Se o volume


V é dependente da temperatura, então, também o é a densidade ρ. Mostre que a
variação na densidade ∆ρ com a variação da temperatura ∆T é dada por ∆ρ= -
γ.ρ.∆T, onde γ é o coeficiente de dilatação volumétrica. Explique o sinal negativo.

12. Um tubo de vidro vertical de 1,28 m de comprimento é preenchido até a metade


com um líquido a 20ºC. De quanto a altura da coluna de líquido variará quando o
tubo for aquecido a 30ºC? Considerar αvidro= 1x 10-5/oC e γlíq = 4 x 10-5/0C. (0,1
mm).
13. Um bulbo de vidro γ = 2,2 x 10-5 oC-1 está completamente cheio com 176,2ml de
mercúrio γ = 18 x 10-5 oC-1 a 0oC. O bulbo é provido de um tubo de vidro de 2,5mm
de diâmetro interno a 0oC colocado em sua parte superior. Que altura o mercúrio
atinge no tubo se a temperatura do sistema é levada para 50oC? Pode-se
desprezar a variação no diâmetro do tubo de vidro. Por quê? h=283,45mm
14. Suponha o bulbo de vidro do exercício anterior cheio de um óleo, ocupando o
volume de 176,2ml a 0oC. À temperatura de 8oC, o óleo atingiu a altura de 190 mm
no tubo. Calcular o coeficiente de dilatação volumétrica para este líquido.
(0,683x10-5oC-1)
15. Justifique, de modo sucinto, a afirmação: "Um corpo flutua em água a 20oC.
Quando a temperatura da água subir para 40oC, o volume submerso do corpo
aumentará".

CALOR
CALOR:

Chama-se de calor ao processo de transferência de energia que ocorre


exclusivamente em função de diferença de temperaturas.
Quando dois corpos que não estão inicialmente em equilíbrio térmico são
colocados em contato ou são separados por uma parede diatérmica, suas
temperaturas variam até que eles atinjam o equilíbrio térmico. O que nos leva
necessariamente ao conceito de calor e à necessidade de quantificá-lo e
qualificá-lo.
CALORIA:

No século XVIII, a unidade caloria (cal) foi definida como a quantidade


de calor necessária para elevar de 1oC a temperatura de 1g de água,
verificando-se mais tarde que mais calor era necessário para, digamos elevar a
temperatura de 90oC para 91oC do que de 30oC para 31oC. A definição foi
então melhorada e a caloria escolhida tornou-se conhecida como a “caloria do
15º “, isto é, a quantidade de calor necessária para mudar a temperatura de
1g de água de 14,5ºC para 15,5ºC.

OUTRAS UNIDADES:

No sistema inglês a unidade é o Btu (British thermal unit), que por


definição é a quantidade de calor necessária para elevar uma libra(massa) de
água de 63ºF para 64ºF.
Deve-se também notar que a quantidade de calor é essencialmente uma
unidade de energia, existindo, assim, uma relação entre as suas unidades e as
unidades de energia mecânica, como o Joule (J).

Resumindo:

1 Btu = 252 cal = 0,252 Kcal

1 cal = 4,186 J

O Comitê Internacional de Pesos e Medidas não reconhece a caloria


como uma unidade fundamental e recomenda que o Joule seja usado para
quantidades de calor, assim como para todas a formas de energia.

CALOR ESPECÍFICO E CALOR LATENTE:

Supondo que uma pequena quantidade de calor, dQ, seja transferida


entre um sistema e sua vizinhança. Se o sistema sofrer uma mudança de
temperatura dT, o calor específico (c) do sistema será definido por:

1 dQ
c=
m dT
cal
portanto expresso em calorias por grama grau Celsius
g oC

E portanto: dQ = mcdT

Onde c é uma função da temperatura T, ou seja, c = f(T).


No caso em que c é constante, ou seja, não varia com a variação da
temperatura:
Tf

∫ dQ = ∫ mcdT
Ti

Tf

Q = mc ∫ dT Q = mc(T f − Ti )
Ti

O calor é qualificado de duas formas distintas:

- Calor sensível – quando ele provoca variação na temperatura do sistema


em análise.
- Calor latente – quando ele não provoca variação de temperatura, mas sim
mudança de fase do sistema em análise.

Resumindo:

- Toda vez que o calor servir para provocar variação da temperatura do


sistema ele será qualificado de sensível e será genericamente determinado
por:

dQ = mcdT
o que nos leva a:

Tf

Q = ∫ mcdT
Ti

- Toda vez que o calor servir para promover mudança de fase, ele será
qualificado como calor latente e genericamente determinado por:

Q = mL
onde o L representa o chamado calor latente de mudança de estado e tem
alguns de seus valores definidos para alguns elementos na tabela colocada ao
final do texto:
PRINCÍPIO DAS TROCAS DE CALOR:

ΣQ=0 ou Q cedido = Q recebido

Mudanças de estado físico

As substâncias podem mudar de estado físico (sólido, líquido, gasoso etc) e


isso depende principalmente das condições de pressão e temperatura a que
estão expostas.

Existem nomes que representam cada uma destas "passagens" entre estados
físicos (mudanças de fase):

OBS: cada substância possui


uma temperatura onde estas
mudanças de estado
costumam ocorrer (esta
temperatura depende da
pressão). A esta temperatura
damos o nome de ponto de
fusão, ponto de
vaporização, ponto de
liquefação, ponto de
solidificação ou ponto de
sublimação, dependendo do
fenômeno que estiver
ocorrendo.

Passagem de sólido para líquido (fusão)

Se as moléculas de gelo pudessem ser vistas (água no estado sólido)

No estado sólido as moléculas de H2O estão organizadas na forma de


cristais de gelo (as moléculas estão firmemente agrupadas). Vale
lembrar que quanto menor a temperatura, menos intensa é a agitação
molecular.De repente algo fornece calor a esta estrutura estável de gelo,
fazendo com que a agitação térmica das moléculas comece a aumentar
gradativamente. Aos poucos as estruturas que formam o cristal de gelo
(pontes de hidrogênio) vão se rompendo e o gelo (sólido) começa a
"virar" água (líquido). O que está ocorrendo nada mais é que uma
mudança de fase.

Com a pressão ambiente, que é de uma atmosfera (1 atm), a temperatura


onde o fenômeno acima ocorre é de 0ºC.
Mas este fato não ocorre somente com o gelo. Muitas outras substâncias
cristalinas e homogêneas passam por isso, só que não exatamente na mesma
temperaturas que a mostrada no exemplo acima. Sabe-se que quem faz a
vibração molecular (temperatura) aumentar é o calor recebido de alguma fonte
externa (Sol, fogo, resistência elétrica etc). Como então calcular a quantidade
de calor (Q) necessária para que estas mudanças de estado ocorram?

"Quando a temperatura de uma substância está mudando, ela não


pode estar ao mesmo tempo mudando de estado. Por outro lado,
quando uma substância está mudando de estado sua temperatura
sempre permanecerá constante"

A energia fornecida pela fonte de calor à substância servirá para "quebrar" as


ligações que mantinham as moléculas do sólido unidas, e não para aumentar a
agitação das mesmas. Abaixo vê-se o gráfico da temperatura (T) em função da
quantidade de calor (Q) fornecida à substância. Neste exemplo, um bloco de
gelo, com temperatura inicial de -5ºC, começou a receber calor de uma fonte
de calor.

Nota-se que o calor recebido pelo gelo inicialmente fez


com que sua temperatura aumentasse de -5ºC até 0ºC
(ponto de fusão do gelo). Isto está representado pela
parte A no gráfico. Depois que a temperatura chegou a
0ºC, todo calor recebido serviu para derreter a quantidade
de gelo em questão (mudança de fase), por isso a
temperatura manteve-se constante. Isto está
representado pela letra B no gráfico. Quando o gelo já
estava totalmente derretido, ou seja, havia virado água no
estado líquido, o calor recebido passou novamente a
aumentar sua temperatura, como está representado na
parte final do gráfico. Lembre-se: quando o calor
"quebra ligações" entre as moléculas, ocorre a mudança
de estado, quando o calor aumenta a agitação das
moléculas, ocorre um aumento de temperatura.

Cálculo da quantidade de calor necessária


para a mudança de estado

Experimentalmente descobriu-se que, na pressão ambiente, eram necessárias


80 calorias para que 1g de gelo derretesse. Ou seja, se eu quisesse que 1g de
gelo mudasse do estado sólido para o líquido eu deveria fornecer ao mesmo 80
calorias.

Deu-se para este número o nome de calor latente de fusão (Lf) do gelo, e
verificou-se que outras substâncias possuem valores diferentes para esta
grandeza.

"O calor latente de fusão (Lf) de uma substância qualquer é então a


quantidade de calor (Q) necessária para que 1g desta substância passe
do estado sólido para o estado líquido"
Unidades usadas

Duas unidades costumam ser usadas para representar esta grandeza: a


cal/g e o J/g. Esta última pertence ao Sistema Internacional de Unidades
(SI).

Como já citado anteriormente a equação usada para resolver problemas que


envolvam mudanças de estado é a seguinte:

Q = quantidade de calor perdida ou recebida pelo corpo.

m = massa do corpo

L = calor latente da substância

es sugeridas acima são as mais comuns.

Este é o caso da fusão. A solidificação, que é a passagem do estado líquido


para o sólido (processo inverso da fusão) ocorre nos mesmos valores da
temperaturas de fusão, uma vez que é o processo inverso, e o calor latente de
solidificação é igual ao calor latente de fusão, só que com o sinal trocado. Para
ocorrer a mudança do estado líquido para o sólido a substância precisa perder
calor, e por isso o calor latente de solidificação (Ls) recebe um sinal negativo.
( Lf = - Ls )

Passagem de líquido para gasoso (vaporização)

Tudo o que se viu para o caso da fusão, funciona mais ou menos da mesma
maneira para a vaporização. Existe uma temperatura certa onde as
substâncias começam a passar do estado líquido para o gasoso (esta
temperatura é chamada ponto de ebulição).

Tomando como exemplo o caso da água, precisamos de 540 calorias para


fazermos com que 1g desta substância passe do estado líquido para o estado
gasoso.

Este é o caso da vaporização. A liquefação, ou condensação,


que é a passagem do estado gasoso para o líquido (processo inverso da
vaporização) ocorre nos mesmos valores da temperaturas de vaporização, uma
vez que é o processo inverso, e o calor latente de liquefação é igual ao calor
latente de vaporização, só que com o sinal trocado. Para ocorrer a mudança
do estado gasoso para o líquido a substância precisa perder calor, e por isso o
calor latente de liquefação (Ll) recebe um sinal negativo. ( Lv = - Ll )

TABELA COM ALGUNS VALORES DE c:

Material Calor específico (J/goC) Intervalo de temperatura oC


Berílio 1,97 20-100
Alumínio 0,91 17-100
Ferro 0,47 18-100
Cobre 0,39 15-100
Prata 0,234 15-100
Mercúrio 0,138 0-100
Chumbo 0,130 20-100
Água 4,19 15

Tabela com alguns valores de L:

Substância Ponto de fusão Calor de Ponto de ebulição Calor de


fusão vaporização(J/g)
(J/g)

o o
K C K C

Hidrogênio 13,84 - 259,31 58,60 20,26 -252,89 452,00

Nitrogênio 63,18 - 209,97 25,50 77,34 -195,81 201,00

Oxigênio 54,36 - 218,79 13,80 90,18 -182,97 213,00

Álcool Et. 159,00 -114,00 104,20 351,00 78,00 854,00

Mercúrio 234,00 -39,00 11,80 630,00 357,00 272,00

Água 273,15 0,00 335,00 373,15 100,00 2256,00

Enxofre 392,00 119,00 38,10 717,15 444,60 326,00

Chumbo 600,50 327,30 24,50 2023,00 1750,00 871,00

Antimônio 903,65 630,50 165,00 1713,00 1440,00 561,00

Prata 1233,95 960,80 88,30 2466,00 2193 ,00 2336,00

Ouro 1336,15 1063,00 64,50 2933,00 2660,00 1578,00

Cobre 1356,00 1083,00 134,00 1460,00 1187,00 5069,00

EXEMPLOS

1) Um calorímetro contém 100g de água a 0oC. Colocam-se no calorímetro


dois cilindros de 1000g cada, um de cobre e outro de chumbo, ambos a
100oC. Achar a temperatura final se não houver perda para o meio
ambiente.
2) Uma panela de alumínio de 500 g de massa contém 117,5g de água à
temperatura de 20oC. Coloca-se na panela um bloco de ferro de 200g a
75oC. Achar a temperatura final, supondo que não haja perda para o
meio ambiente.

3) Um calorímetro de cobre de 300 g de massa contém 500g de água a


temperatura de 15oC. Coloca-se um bloco de 560g de cobre, a 100oC, no
calorímetro, e verifica-se que sua temperatura aumente para 22,5oC.
Desprezar perdas de calor para o meio ambiente e achar o calor
específico do cobre.

4) Um calorímetro de cobre de 100g de massa contém 150g de água e 8g


de gelo, em equilíbrio térmico a pressão atmosférica. Colocam-se no
calorímetro 100g de chumbo à temperatura de 200oC. Achar a
temperatura final se não houver perda de calor para o meio ambiente.

5) Um calorímetro de capacidade térmica 20 cal/oC contém 300 g de água.


A temperatura dos sistema calorímetro-água é de 40oC, inicialmente.
Adicionando-se à água 500 g de gelo fundente, qual será a massa de
gelo derretida até o estabelecimento do equilíbrio térmico?

CONCEITOS BÁSICOS TRANSMISSÃO DE CALOR:

Termodinâmica e Fluxo de Calor - estudo dos fenómenos físicos que envolvem


transferência de energia entre corpos (ou sistemas de corpos), do ponto de
vista macroscópico.

Sistema termodinâmico
Sistema - quantidade de matéria ou região do espaço em estudo.
Vizinhança – massa ou região exterior ao sistema.
Fronteira – superfície real ou virtual que separa o sistema da vizinhança; a
fronteira pode ser fixa ou móvel.

No caso geral, um sistema pode


trocar massa e energia com as
suas vizinhanças, e diz-se que o
sistema é aberto. Neste caso o
sistema é uma região do espaço
com volume fixo - volume de
controle.
Quando o sistema não troca
massa com as vizinhanças o
sistema é fechado. O sistema é
uma massa fixa.
Quando o sistema não troca
energia diz-se que o sistema é isolado.

Exemplo - foguete – sistema aberto (a cápsula do foguete constitui a fronteira


do sistema, que é fixa).

A combustão gera energia térmica produzindo o


aquecimento e expansão dos gases, que são expelidos do
foguete. De acordo com o princípio do impulso e quantidade
de movimento, a expulsão dos gases para baixo gera uma
força propulsora sobre o foguete,dirigida para cima.
Este sistema (foguete) perde massa e energia
térmica. O trabalho mecânico realizado pelas
vizinhanças sobre o sistema é igual ao ganho de energia
mecânica total (energia cinética e energia potencial
gravitacional). O trabalho mecânico realizado sobre o sistema
depende da taxa de expulsão de massa, que por sua vez
depende da taxa a que se gera energia térmica na
combustão.

Exemplo - frigorífico – sistema fechado

A energia térmica perdida pelo sistema


(frigorífico) para a vizinhança (o ar circundante)
produz o arrefecimento no interior do frigorífico.
Para que este fluxo se dê é necessário fornecer
energia elétrica ao sistema.
Não há neste caso fluxo de massa logo o sistema
diz-se fechado.

Exemplo - garrafa térmica – sistema isolado

Os líquidos
colocados dentro de uma garrafa térmica
mantêm-se mais frescos ou mais quentes
do que se fossem colocados numa
garrafa normal. O material que envolve a
garrafa impede que ocorram trocas de
energia térmica entre o sistema e as suas
vizinhanças. O sistema diz-se isolado.
A energia total de um sistema é a soma de várias formas de energia. As
formas macroscópicas (cinética, gravitacional, elétrica, magnética) estão
associadas ao movimento do sistema como um todo, ou à ação de campos
exteriores. As formas microscópicas de energia estão associadas à estrutura
molecular, atômica e nuclear da matéria. A parcela das formas microscópicas é
designada energia interna U.

E=U+Ec+Ep

A termodinâmica fornece informação acerca das variações de energia.


Neste contexto, o nível de referência ou zero da energia pode ser escolhido
num ponto conveniente.
Estas formas de energia podem ser consideradas contidas ou
armazenadas num sistema, e podem ser vistas como formas estáticas de
energia. As formas de energia não armazenadas podem ser vistas como
formas dinâmicas de energia, ou como interações energéticas. As formas
dinâmicas de energia atravessam a fronteira do sistema, e constituem os
ganhos e perdas energéticas do sistema durante um processo termodinâmico.
Para sistemas fechados, só calor e trabalho podem atravessar a fronteira do
sistema. O calor é um fluxo de energia e resulta de uma diferença de
temperatura. Em sistemas abertos, o fluxo de massa pode transportar outras
formas de energia.
Ou seja:

CALOR é a energia transferida entre um sistema e sua vizinhança,


devido exclusivamente a uma diferença de temperatura entre o
sistema e alguma parte de sua vizinhança.

FORMAS DE TRANSMISSÃO DE CALOR:

O calor pode se transmitido das seguintes formas:

Condução: No processo de condução, o calor é transferido entre dois sistemas


através de um meio que os une. Admitimos que nenhuma parte desse meio
esteja em movimento. Assim, o meio deve ser um sólido rígido ou, se um
fluido, não deve ter correntes circulantes.

Convecção: Este mecanismo não envolve transferência microscópica de calor,


por átomos ou moléculas, como descrito acima. Convecção é o fluxo de calor
devido a um movimento macroscópico, carregando partes da substância de
uma região quente para uma região fria. Este mecanismo possui dois aspectos,
um ligado ao princípio de Arquimedes e outro ligado à pressão.
Radiação: A terceira forma de transferência de calor é por radiação, que
freqüentemente chamamos de luz, visível ou não. Esta é a maneira, por
exemplo, do sol transferir energia para a terra através do espaço vazio.

MECÂNISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

O fluxo de calor trata do estudo da transferência de energia térmica


durante a evolução de um sistema termodinâmico.
O fluxo térmico (H) é quantidade de calor que atravessa uma
superfície na unidade de tempo, ou seja é a potência térmica que é
transferida, logo exprime-se em Watt no SI.
A densidade de fluxo térmico (F) é o fluxo térmico por unidade de
área, e exprime-se em W/m2 no SI.

Condução
Considere-se uma placa sólida de espessura dx e
área A. Se a temperatura da placa não for uniforme, vai
haver transferência de calor entre os diversos pontos da
placa, enquanto não for atingido o equilíbrio térmico. Se a
temperatura em cada face for uniforme e se a diferença
entre as duas faces for dT, o fluxo de calor dá-se na
direção perpendicular às faces e no sentido da face com
temperatura mais baixa. Por outro lado quanto maior for
a área da placa, maior será o calor transferido na unidade
de tempo.
Estas considerações podem ser sintetizadas na lei
de Fourier da transferência de calor unidimensional:
Ou seja, o fluxo térmico é proporcional à área e ao gradiente de temperatura
(variação da temperatura com a distância).

k – condutividade térmica do material (W/moC)


A – área da placa (m2)
H – fluxo térmico por condução (W)
dT
- gradiente de temperatura (oC/m)
dx

Os bons condutores de calor (geralmente também bons condutores de


corrente elétrica) têm condutividades térmicas elevadas, como por exemplo, os
metais. Os isolantes térmicos têm condutividades térmicas baixas, como por
exemplo, a madeira, a borracha ou o ar. O que significa que para a mesma
diferença de temperatura, área e espessura, obtém-se um valor muito mais
baixo de transferência de calor por condução nos materiais isolantes do que
nos materiais condutores.

Exemplo - Considerem-se dois reservatórios de calor, a temperaturas T1 e T2,


com T2 > T1, ligados por um bom condutor de calor de condutividade térmica
k. A distância entre os reservatórios é L e a área de contacto entre os
reservatórios e o condutor é A. Nesta situação gera-se um fluxo estacionário
de calor entre os reservatórios, de tal modo que os planos paralelos aos
reservatórios vão estar todos à mesma temperatura, ou seja, são planos
isotérmicos. Nestas condições o gradiente de temperatura é dado por:

E o luxo térmico será dado por:

Esta expressão pode ser usada para calcular o fluxo térmico, sempre
que o sistema esteja num estado estacionário (a temperatura em um ponto
arbitrário não está mais variando) e a condução de calor seja unidimensional.
Se colocarmos entre os reservatórios várias barras de comprimento Li
lado a lado, com condutividades térmicas ki, o fluxo térmico será dado pela
soma dos fluxos calculados individualmente em cada uma delas, ou seja:

H T = H1 + H 2 + ... + H N

Ou seja:
Se colocarmos entre os reservatórios várias placas de
comprimentos Li em contato lado a lado, com condutividades térmicas ki, o
fluxo térmico será dado por:
No caso das barras serem colocadas uma em seguida da outra com o
objetivo de ligar os reservatórios de calor o fluxo será o mesmo para todas
elas.

Exemplo - Duas chapas de espessuras L1 e L2 e


condutividades térmicas k1 e k2 estão em contacto
térmico uma com a outra. As temperaturas das faces
externas são T1 e T2, com T2>T1. Determine a
temperatura da interface e o fluxo térmico através das
chapas.

O fluxo de calor dá-se da esquerda para a direita,


visto que T2>T1.
O fluxo térmico em cada uma das chapas é dado por:

Note-se que T deve ser maior do que T1 e menor do que T2. Como se supõe
que o regime é estacionário as duas taxas de transferência de calor devem ser
iguais, de modo a que T se mantenha constante:

E resolvendo a equação em ordem a T obtém-se a temperatura da interface:

Substituindo esta expressão numa das equações de condução de calor através


das chapas, obtém-se o fluxo térmico em função das temperaturas dadas:

Convecção

O mecanismo de transferência de calor por convecção é


particularmente importante quando existe um fluido em movimento nas
vizinhanças de uma superfície sólida. Este processo de transferência de
calor inclui os efeitos combinados da condução e do movimento do fluido. A
transferência por convecção é tanto mais elevada quanto mais rapidamente o
fluido se desloca. Na ausência de movimento do fluido a transferência de calor
entre a superfície do sólido e o fluido adjacente é condução pura.

A convecção é designada convecção forçada quando o fluido é forçado


a fluir sobre a superfície sólida através de meios externos, como uma
ventoinha, uma bomba ou o vento. A convecção é natural ou livre se o
movimento do fluido é causado por diferenças de densidade, resultantes das
diferenças de temperatura. Por exemplo, quando se retira um assado do forno,
o ar adjacente se aquece se expande e sobe, visto que a sua densidade é mais
baixa do que a do ar envolvente, e o ar vizinho mais frio se desloca para
ocupar este lugar. Este processo estabelece correntes de convecção
naturais. Outro exemplo de
correntes de convecção naturais é a
chamada brisa marítima que se
estabelece ao entardecer nas regiões
costeiras, originada por um
gradiente de temperatura entre o
mar e a terra. Quando a diferença de
temperatura entre o sólido e o fluido
não é suficiente para vencer a
viscosidade do fluido, não se
estabelecem correntes de convecção
e neste caso a transferência de calor
processa-se por condução.
Na figura representa-se o
mecanismo de transferência
convectiva de calor do bloco quente para o ar frio que se desloca sobre a
superfície da placa.
As regiões do fluido em que a velocidade varia de zero a v∞ e em que T
varia de TS (temperatura da superfície) a T∞ (temperatura do fluido em regime
livre), caracterizam a transferência convectiva de calor.
Quando examinamos o fluxo laminar a transferência por convecção de
calor é menor do que em fluxo turbulento.
Verifica-se experimentalmente que o fluxo térmico por convecção é
proporcional à diferença de temperatura TS - T∞ e à área da superfície de
contacto:

em que h é o coeficiente de transferência convectiva de calor (W/m2 oC). Note-


se que h não é uma propriedade térmica, é um coeficiente que tem que ser
estimado para cada caso. Esta relação é designada por Lei de Newton do
arrefecimento.

Problema - Uma corrente de ar a 5oC flui sobre uma placa de área 2,5 m2. A
superfície da placa é mantida a 45oC.
Sabendo que o coeficiente de transferência de calor neste processo é
18W/m2K, determine a potência térmica transferida para o ar.

Solução:
De acordo com a Lei de Newton do arrefecimento, tem-se:

Radiação:

A energia emitida pela matéria sob a forma de ondas eletromagnéticas


designa-se radiação. A transferência de energia por radiação ocorre através
do vácuo ou de um meio transparente. Não é necessário existir um meio
material entre dois corpos para que a energia seja transferida de um para
outro. Este processo de transferência de energia é efetivamente o mais rápido,
no vácuo a energia é transferida à velocidade da luz (c = 3.108 m/s).
A radiação que está relacionada com a temperatura designa-se
radiação térmica. O comprimento de onda da radiação térmica varia entre
10-1 e 102 mm e inclui parte do ultravioleta, o visível e o infravermelho. A
radiação térmica emitida por um corpo inclui vários comprimentos de onda,
mas a potência máxima de emissão desloca-se para o visível e ultravioleta nas
temperaturas mais elevadas. Por exemplo, a temperatura da superfície do Sol
é cerca de 5800 K e a respectiva radiação atinge o máximo de potência na
banda visível, enquanto que os planetas, cujas superfícies têm temperaturas
inferiores a 800 K emitem na banda dos infravermelhos.
Em geral todos os corpos sólidos, líquidos ou gasosos emitem, absorvem
e transmitem radiação. No caso dos sólidos opacos o fenômeno é praticamente
superficial, visto que toda a radiação emitida no interior não atinge a superfície
e a radiação é absorvida em escassos microns da superfície.

Considerando que o sólido opaco está no vácuo (não há fluxo de calor


por condução nem por convecção), da primeira lei da termodinâmica
(conservação da energia) resulta que o incremento da energia interna e
temperatura do sólido, está relacionado com a diferença entre a radiação
absorvida e emitida:

Se o sólido estiver em equilíbrio térmico (T=cte,U=cte) a equação de


balanço energético anterior indica que a radiação emitida deve igualar a
radiação absorvida.
De fato a cor que o olho humano detecta é a cor da radiação refletida
e/ou emitida pela superfície. Se a superfície reflete o vermelho e absorve todas
as outras cores, ele apresenta-se vermelho. Se a radiação incidente só contiver
azul,o corpo apresenta-se negro, visto que vai absorver o azul. Se a
temperatura do corpo for elevada, a cor será dada pela combinação das cores
refletida e emitida.
Uma superfície branca é uma superfície que reflete toda a banda do
visível.

Lei de Stefan-Boltzman

A taxa máxima de radiação que pode ser emitida por uma superfície à
temperatura absoluta T é proporcional à área da superfície e à quarta potência
da sua temperatura.

em que s=5,669x10-8 W/m2K4 é a constante de Stefan-Boltzman.


A superfície idealizada que emite radiação a esta taxa máxima é
designada corpo negro, e a respectiva radiação é designada radiação do
corpo negro.
As superfícies reais emitem sempre a uma taxa inferior. A razão entre a taxa
de emissão de um corpo real e de um corpo negro à mesma temperatura
designa-se emissividade e.
A taxa de emissão de radiação de um corpo real pode ser expressa:

Assim a lei de Setefan-Boltzman para um corpo real pode ser escrita na forma:

A razão entre a energia absorvida e a energia incidente numa superfície designa-se fator
de absorção a. Tal como a emissividade, este coeficiente varia entre 0 e 1. Em geral
estes coeficientes dependem da temperatura da superfície e do comprimento de onda da
radiação.
Um corpo negro é definido como um emissor e absorsor perfeito. Para uma
dada temperatura o corpo negro emite o máximo de radiação possível e absorve toda a
energia radiante que sobre ele incide (não reflete nem transmite radiação)
independentemente da direção (radiação difusa).

Uma cavidade isotérmica T com um pequeno orifício de área A é uma


boa aproximação de corpo negro à temperatura T e com superfície A. Na
verdade a radiação que entra no orifício sofre sucessivas reflexões no interior
da cavidade, vai sendo absorvida pela superfície da cavidade antes que
qualquer pequena porção possa escapar pelo orifício. Por outro lado se a
superfície é isotérmica, a radiação emitida é do mesmo tipo em todos os
pontos, escapando do orifício em todas as direções, após reflexões múltiplas.
Assim este corpo é um emissor perfeito e absorsor perfeito, logo tem
comportamento de corpo negro.
Todos os corpos emitem radiação, visto que estão a temperaturas
superiores ao zero absoluto. Assim, se um corpo se encontra rodeado por
outros corpos, ele vai emitir radiação a uma taxa que depende da sua
temperatura e vai receber radiação a uma taxa que depende da temperatura
do meio que o rodeia. A temperatura de equilíbrio de um corpo é alcançada
quando ele absorve radiação à mesma taxa que emite.
Consideremos um corpo de pequenas dimensões, de área A, emissividade e e
fator de absorção α dentro de uma grande cavidade isotérmica à mesma
temperatura T. A radiação absorvida pelo corpo é dada por e a
radiação emitida é dada por Como o corpo está em equilíbrio
térmico com a cavidade deve ter-se Habs =Hemit, ou seja . Esta conclusão
é a lei de Kirchoff da radiação que estabelece que a emissividade e fator de
absorção de uma superfície são iguais, à mesma temperatura e para o mesmo
comprimento de onda. Na maior parte das aplicações (pequenas variações de
temperatura) a emissividade e o fator de absorção podem ser considerados
independentes da temperatura e do comprimento de onda.

Este resultado é particularmente útil na determinação da taxa liquida de


transferência de calor entre um corpo de pequenas dimensões, área A,
emissividade e, temperatura T e uma grande cavidade à temperatura Tviz. A
radiação emitida é dada por a absorvida é dada por
viz. Se a diferença entre T e Tviz for pequena (da ordem das
dezenas de Kelvin) a lei de Kirchoff da radiação é aplicável e resulta que a taxa
liquida de transferência de calor entre o corpo e as suas vizinhanças
é dada por:

Esta relação é válida no vácuo ou quando a cavidade está preenchida


por um gás (como o ar) que não interfere com a radiação (os seus efeitos são
desprezáveis).

Problema - Ao meio dia o Sol fornece energia à taxa de 758W/m2 à superfície


de uma estrada. Qual a temperatura de equilíbrio do asfalto?

Considerando que o asfalto está em equilíbrio térmico e desprezando a


convecção e condução, deve ter-se:

O asfalto tem uma emissividade de 0,90 e fator de absorção solar próximo


deste valor. A radiação absorvida é assim dada por:

E a radiação emitida é dada por:


Igualando estas expressões obtém-se:

Modos mistos de transferência de calor:

Na maior parte das situações a transferência de calor processa-se de vários


modos em simultâneo. No interior de um sólido opaco a transferência de calor
processa-se por condução, mas num sólido semitransparente existe condução
e
radiação. Em qualquer dos casos não existe convecção. Na superfície de
contacto entre um sólido e um fluido ocorre transferência de calor por radiação
e/ou convecção.
Num fluido em repouso a transferência de calor pode ocorrer por
condução e possivelmente por radiação, enquanto que num fluido em
movimento existe também convecção. Em geral os gases são transparentes à
radiação, ou seja, absorvem quantidades desprezáveis de radiação, enquanto
que os líquidos absorvem radiação.
No vácuo a única forma de transferência de calor é a radiação, visto que
qualquer outra forma de transferência necessita de um meio material.

Exemplo - Considere-se uma placa de pedra de área A e emissividade e, que


foi aquecida numa chama, ficando a uma temperatura T2 superior à do ar
envolvente T1. Através da superfície da placa existe transferência de calor quer
por convecção, de coeficiente h, quer por radiação. Na maior parte das
situações um dos modos de transferência de energia prevalece em relação ao
outro, ou seja, a taxa de transferência de energia por um dos processos é
muito superior à taxa
de transferência de energia pelo outro processo. Se a diferença de temperatura
entre a placa e o ar envolvente não for muito elevada, a energia liquida
transferida por radiação pode desprezar-se face à energia transferida por
convecção.
Problema – Uma pessoa está numa sala arejada a 20oC. Determinar o fluxo
térmico total da pessoa sabendo que a superfície exposta é 1,6m2 e a
respectiva temperatura é 29oC. Considere um coeficiente de transferência
convectiva de 6W/m2 oC.

O aquecimento do ar em torno da pessoa vai induzir o aparecimento de


correntes de convecção naturais, assim o fluxo térmico entre a pessoa e o ar
vizinho é dado por:

A pessoa vai também perder calor por radiação para as paredes da


sala.Supondo que as paredes estão em equilíbrio térmico com o ar da sala, ou
seja, que a temperatura das paredes é uniforme e igual a 20oC, e desprezando
a radiação absorvida pelo ar, tem-se:

A taxa total de transferência de calor será dada por:

Problema - Considere uma placa de espessura 50cm que conduz calor em


regime estacionário. A condutividade térmica da placa é 3,10 W/moC e o
coeficiente de transferência convectiva de calor para esta situação é 15
W/m2K. Sabendo que a temperatura na face esquerda da placa é 40oC e a
temperatura do fluido é 15oC, determine a temperatura na face direita da
placa.
Em regime estacionário o fluxo térmico por condução através da placa
deve ser igual ao fluxo térmico para o gás por convecção (desprezando a
transferência por radiação), caso contrário a temperatura em cada ponto da
placa seria função do tempo, e o regime não seria estacionário, ou seja:

Resposta: a temperatura da face direita da placa é de 22,3oC.

Radiação solar e atmosférica

O Sol é a nossa fonte primária de energia e a sua radiação desempenha um


papel fundamental no estudo do fluxo de calor em edifícios. A atmosfera gera
também radiação por efeito da sua interação com a radiação solar. O Sol é
basicamente um grande reator nuclear, que atinge temperaturas da ordem de
40.106 K no seu interior e cerca de 6000K na superfície. Verifica-se
experimentalmente que o espectro de radiação solar é muito próximo do
espectro de um corpo negro à mesma temperatura que a superfície solar.
O fluxo médio de energia solar que atinge o topo da atmosfera terrestre
designa-se constante solar:

Parte desta energia é absorvida, difratada e refletida pelos gases atmosféricos


e poeiras de modo que a radiação solar é consideravelmente atenuada ao
atravessar a atmosfera. A energia solar que atinge a superfície terrestre é
cerca de 950 W/m2 num dia de céu limpo.
A radiação solar incidente numa superfície é constituída por radiação
solar direta GD, que não foi absorvida nem difratada, e radiação solar
difusa Gd, que atinge a superfície uniformemente em todas as direções. Assim
o fluxo total de energia solar que incide numa superfície horizontal é dada por:

Em que Ө é o ângulo de incidência da radiação solar direta (ângulo entre


a direção dos raios solares e a normal à superfície). A radiação solar difusa
pode constituir de 10% da radiação total incidente num dia de céu limpo a
100% num dia de céu encoberto.

Neste caso a temperatura da fonte de radiação (Sol, T=6000K) é muito


superior à temperatura das superfícies, assim o fator de absorção solar αS
destas não pode ser considerada igual à emissividade. O fluxo de radiação
absorvido pela superfície é expresso por:

A radiação atmosférica resulta principalmente da emissão de radiação


pelas moléculas de água e de dióxido de carbono.
O espectro deste tipo de emissão não é semelhante ao de um corpo
negro, no entanto é habitual tratar a atmosfera como um corpo negro a uma
temperatura mais baixa, designada temperatura efetiva do céu Tcéu, que
emite uma quantidade equivalente de energia radiante. Nestas condições a
radiação emitida pela atmosfera é dada por:
O valor de Tcéu varia de 230K para dias frios de céu limpo a 285K em
dias quentes de céu encoberto. Tendo em conta que estes valores são
próximos da temperatura ambiente, a lei de Kirchoff da radiação é válida, ou
seja, a emissividade e fator de absorção das superfícies são iguais. O fluxo de
radiação atmosférica absorvida é dado por:

O balanço de energia de uma superfície exposta à radiação solar e atmosférica


é então dado por:

onde T é a temperatura da superfície e e a respectiva emissividade à


temperatura ambiente. Um resultado positivo de Φ liq/rad indica ganho de
energia radiante para a superfície e um resultado negativo indica perda de
calor.

Problema – Considere uma superfície exposta à radiação solar. Cerca do meio-


dia o ângulo de incidência dos raios solares na superfície é 20o e as
componentes direta e difusa são respectivamente GD=400 W/m2 e Gd=300
W/m2. Verifica-se que a temperatura da superfície é 320K. Supondo uma
temperatura efetiva do céu de 260K, determine o fluxo liquido de calor por
radiação para a superfície nos seguintes casos:
a) αS=0,9; e=0,9;
b) αS=0,1; e=0,1;
c) αS=0,9;e=0,1;
d) αS=0,1; e=0,9.
A energia solar total incidente na superfície é dada por:

Para cada um dos casos a determinação da densidade de fluxo térmico é dada


pela equação:

com a substituição dos coeficientes dados:

a) superfície que absorve indiferentemente 90% da radiação, e emite também


90% da radiação do corpo negro (infravermelha - grande comprimento de
onda) (Exemplo - pavimento asfáltico)

b) superfície que absorve e emite indiferentemente 10% da radiação (Exemplo


- alumínio polido)

c) superfície que absorve 90% da radiação solar (pequeno comprimento de


onda), mas só emite 10% da radiação do corpo negro (coberturas de óxido de
niquel ou cromo negros).

d) superfície que absorve 10% da radiação solar, mas emite 90% da radiação
do corpo negro (Exemplo - tinta branca, neve, alumínio anodizado).

Comentário – A superfície (a) de elevado fator de absorção ganha calor a uma


taxa de 306,5 W/m2. Este valor salta para 574,8W/m2 quando a superfície é
coberta de um material seletivo que tem o mesmo fator de absorção para a
radiação solar, mas uma emissividade baixa para a radiação infravermelha (c).
Mesmo um material refletor vulgar continua a ganhar calor a uma taxa de
34,1W/m2 (b). Quando é usado um material com a mesma refletividade, mas
elevada emissividade nos infravermelhos, a superfície perde calor a uma taxa
de 234,3W/m2 (d). Neste caso a temperatura da superfície baixa quando é
usado um material refletor seletivo.
Aplicações ao isolamento térmico, aquecimento e arrefecimento de
edifícios

No passado as casas eram construídas fundamentalmente para proteger


da chuva e da neve, sem atenção especial ao isolamento térmico. No decurso
do século XX consciência da limitação dos recursos energéticos, o aumento do
preço da energia, bem como uma procura cada vez mais acentuada de
conforto térmico levou à implementação de códigos que especificam níveis
mínimos de isolamento térmico em paredes, telhados e janelas.
Vejamos alguns exemplos de aplicação do que foi exposto sobre fluxo de
calor. As janelas são os elementos de um edifício que oferecem menos
resistência ao fluxo de calor. Numa casa comum, cerca de um terço do calor
total perdido durante o inverno ocorre através das janelas. Por outro lado, no
verão o fluxo de radiação solar para o interior aquece indesejavelmente as
casas. Embora seja fundamental considerar todos os constituintes das janelas,
neste texto vamos focar a atenção exclusivamente no vidro. O vidro simples
oferece pouca resistência à condução do calor, no entanto se for utilizado vidro
duplo, a resistência térmica aumenta significativamente. A condutividade
térmica do vidro comum é 0,92 W/mK e a do ar é de 0,026 W/mK. Assim o
vidro duplo com 6mm de espessura de ar e vidro de 3mm de espessura tem
uma resistência térmica de:

Considerando uma diferença de temperatura entre o exterior e o interior de


10oC, no caso do vidro duplo tem-se uma densidade de fluxo térmico de:

E no caso do vidro simples:

Ou seja a utilização de vidro duplo no caso considerado reduz as perdas de


calor por condução em cerca de

Por outro lado, as janelas são elementos transparentes para a radiação


solar, pelo que é necessário ter em conta o fluxo de radiação que se processa
através destes elementos. Na figura ao lado representa-se a relação entre a
energia refletida, absorvida e transmitida através da janela. Cerca de 80% da
radiação incidente atravessa o vidro. Por exemplo, para uma quantidade de
energia solar incidente de 700W/m2, 0,8.700=560W/m2 é transmitida através
do vidro. A condução de calor através de paredes e telhados depende da
respectiva constituição. Tal como no caso das janelas, podem utilizar-se
elementos com elevada resistência térmica de modo a diminuir o fluxo de calor
do interior dos edifícios para o exterior e vice-versa. Neste caso existem
diversos materiais que podem ser utilizados como a fibra de vidro, o
poliuretano expandido, etc, que têm resistência térmica elevada.

Tal como no caso das janelas, a densidade de fluxo térmico resultante


da incidência de radiação solar nas paredes e telhados pode ser calculada com
base no que se expôs anteriormente.

Problema – Numa tarde de verão a temperatura do ar é de T∞ = 38 oC, a


radiação solar tem componentes direta e difusa respectivamente de GD =400
W/m2 e Gd=300 W/m2 e a temperatura efetiva do céu é Tcéu = 300K. Pretende-
se saber qual a densidade de fluxo térmico através da parede e do telhado
expostos à radiação solar. A radiação incide perpendicularmente ao telhado,
que tem uma inclinação de 30o. A parede pintada de branco (αS=0,14;
e=0,90) está a uma temperatura de 35oC. O telhado é de telha vermelha
(αS=0,63; e=0,95) e está a uma temperatura de 50oC. Admita que o
coeficiente de transferência de calor por convecção é h=2W/m2 oC para a
parede e h=20W/m2 oC para o telhado.
O ângulo de incidência da radiação solar na parede é 90o- 30o=60o e o fluxo de
radiação solar incidente é dado por:

Para o telhado a incidência é perpendicular e tem-se:

Quer no caso da parede quer no caso do telhado, o fluxo liquido de calor é


dado pela soma dos termos liq/rad e liq/conv:

No caso da parede tem-se:

A parede ganha calor por radiação e convecção:

Para o telhado tem-se:

E o fluxo liquido através do telhado é dado por:


Ou seja, a parede ganha calor à taxa de 20,1 W/m2 e o telhado absorve calor à
taxa de 51W/m2.

Problema - A secção de uma parede de alvenaria é constituída por quatro


camadas como mostra a figura ao lado. As resistência térmicas dos
materiais são:

No cálculo da resistência térmica da parede inclui-se o efeito da


convecção no interior e exterior, de acordo com as resistências
térmicas:

A resistência térmica total é dada pela soma das resistências térmicas


de cada um dos componentes:

Assim no inverno a resistência térmica é de cerca de 1,38 m2.oC/W e no


verão de cerca de 1,36 m2.oC/W. Se a diferença média de temperatura entre o
interior e o exterior for de 5oC no inverno e 10oC no verão, a densidade de
fluxo térmico média através da parede é dada por :
Em que o sinal menos no caso do verão significa que a densidade de
fluxo térmico é do exterior para o interior.
A transferência de calor entre o interior e exterior dos edifícios processa-
se ainda través das paredes e chão, chaminés, caixilharias e portas, que não
foram considerados neste texto. Por outro lado, existem fontes de calor no
interior dos edifícios, nomeadamente máquinas, iluminação e pessoas, que
devem ser tidos em conta quando se pretende projetar o isolamento térmico,
e/ou sistemas de aquecimento e arrefecimento.

Exemplos envolvendo a condução de calor.


∆T
Para lembrar : H = K . A.
l

1) Uma caixa de isopor é usada para manter geladas as bebidas para um


piquenique. A área total das paredes(incluindo a tampa) é de 0,8m2 e a
espessura das paredes e de 0,02 m. A condutibilidade térmica do isopor
é de 0,01J/m.soC. A caixa está cheia de gelo e bebidas a 0oC. Qual a
taxa de fluxo de calor para dentro da caixa se a temperatura exterior é
de 30oC? Que quantia de gelo derrete em um dia?

2) Uma barra de aço de 10 cm de comprimento está soldada por sua


extremidade a uma barra de cobre de 20 cm de comprimento. Cada
barra tem uma seção transversal quadrada de 2 cm de lado. O lado livre
da barra de aço está em contato com vapor a 100oC e o lado livre do
cobre com gelo a 0oC. Determinar a temperatura de junção das duas
barras e o fluxo total de calor, quando o sistema estiver em estado
estacionário.

3) No caso do exemplo anterior supondo que as barras estejam separadas,


e que cada uma das extremidades de cada barra seja posta em contato
com o vapor a 100oCe com o gelo a 0oC. Qual o fluxo total de calor nas
duas barras?
Dica importante:
Quando não há nenhuma referência contrária no enunciado considera-se o
sistema em estado estacionário. Caso haja algum tipo de citação a expressão a
ser usada para efetuar os cálculos é :

dT
H = − KA
dx

EXERCÍCIOS :

CALORIMETRIA PRINCÍPIO DAS TROCAS DE CALOR; CALOR SENSÍVEL E CALOR LATENTE

1. Temos inicialmente 200 gramas de gelo a –10oC. Determinar a


quantidade de calor que essa massa de gelo deve receber para se
transformar em 200g de água líquida a 20oC. (21.000 calorias 87990
Joules)

2. Fez-se uma cavidade num grande bloco de gelo a 0oC e no seu interior
colocou-se um corpo sólido de massa 16g a 100oC. Estando o sistema
isolado termicamente do meio exterior, verificou-se, após o equilíbrio
térmico, que se formaram 2,5 g de água líquida. Determinar o calor
específico do material que constitui o corpo.(0,125 cal/g ou 5,2 x10-4
J/Kg)

3. Uma pedra de gelo a 0oC é colocada em 200 g de água a 30oC, num


recipiente de capacidade térmica desprezível e isolado termicamente. O
equilíbrio térmico se estabelece em 20oC. Qual a massa da pedra de
gelo?(20 gramas)

4. Colocam-se 40 g de gelo a 0oC em 100 g de água a 20oC contidos num


calorímetro de capacidade térmica desprezível. Ao ser atingido o
equilíbrio térmico:
1. Qual a temperatura?( 0oC)
2. Qual a massa de água existente no calorímetro?(125 gramas)

5. Um calorímetro de capacidade térmica 20cal/oC contém 300 g de água.


A temperatura dos sistema calorímetro-água é de 40oC, inicialmente.
Adicionando-se à água 500 g de gelo fundente, qual será a massa de
gelo derretida até o estabelecimento do equilíbrio térmico?(160 gramas)

6. Coloca-se uma amostra de 50 g de uma substância, a temperatura de


100oC, num calorímetro contendo 200g de água, inicialmente a 20oC. O
calorímetro é de cobre e sua massa de 100g. Sua temperatura final é de
22oC. Calcular o calor específico da amostra.( 0,45 J/goC)
7. Dentro de um recipiente adiabático existem 2 kg de uma mistura de gelo
e água. Em seguida é introduzido um cubo de 4 kg de cobre a 460 ºC.
Alcançado o equilíbrio térmico, a temperatura do sistema é de 40 ºC.
Determinar a massa de gelo que continha a mistura antes da introdução
do cobre. (1026 g).

8. Um grama de água a 0ºC é misturado com 10 g de água a 40 ºC.


Determinar a temperatura final do sistema. (36,36 ºC).

9. Um calorímetro de cobre (c = 0,096 cal/g ºC) tem una massa de 20,0


g. São introduzidos no calorímetro 50 g de água a 30 ºC e 80 g de certo
metal. Em seguida são derramados dentro do calorímetro 100 g de água
a 70 ºC e uma vez estabelecido o equilíbrio térmico, a temperatura do
sistema é de 52 ºC. Calcular o calor específico do metal desconhecido.
(0,3742 cal/g ºC).

10.Um recipiente adiabático contem uma mistura de gelo e água a 0 ºC.


São acrescentados a ele, um bloco de 3,0 kg de cobre a 460 ºC e
quando é alcançado o equilíbrio térmico a temperatura do bloco de cobre
é de 0 ºC. Calcular a massa de gelo que fundiu. (1621,5 g)

TESTES

01) Misturam-se 200g de água a 0ºC com 250g de um determinado líquido a


40ºC, obtendo-se o equilíbrio térmico a 20ºC. Adotando o calor específico da
água como sendo igual a 1 cal/g.ºC e desprezando trocas de calor com o
ambiente, pergunta-se:
Qual o calor específico do líquido em J/g.ºC?
a) 1,0465 b) 2,093 c) 3,3488 d) 4,186 e) 5,2325

02)Um recipiente de paredes termicamente isolantes ("calorímetro") contém


no seu interior 80g de água a 20ºC. Um corpo de massa 50g, a 100ºC, é
colocado a seguir no interior deste calorímetro. Sabendo que o calor específico
da água é de 1 cal/g.ºC e que o equilíbrio térmico ocorre a 30ºC, pode-se
afirmar que o valor do calor específico do material que constitui o corpo é, em
J/g.ºC, aproximadamente:
a) 0,4186 b) 0,6279 c) 0,96278 d) 1,75812 e) 2,093

03)Uma barra de chumbo, de 340g de massa, é aquecida até a temperatura


de 90ºC e em seguida mergulhada em 300g de água existente num recipiente
de alumínio de paredes termicamente isoladas ("calorímetro"). Sabendo-se
que os calores específicos da água, do chumbo e do alumínio são
respectivamente iguais a 1,000 cal/g.ºC, 0,030 cal/g.ºC e cal/g.ºC, sabendo-
se mais, que a temperatura inicial da água era de 24ºC e que a temperatura
final de equilíbrio do conjunto foi de 26ºC, pode-se concluir que a massa do
calorímetro, em gramas era de:
a) 100 b) 120 c) 140 d) 160 e) n.r.a.

04)Em 200g de água a 20ºC (C=1cal/g.ºC), mergulha-se um bloco metálico


de 400g, a 50ºC. O equilíbrio térmico entre esses dois corpos ocorre a 30ºC. O
calor específico do metal é, em J/g.ºC de:
a) 3,3488 b) 16,744 c) 8,372 d) 2,093 e) 1,0465

05)Um pedaço de metal, à temperatura de 100ºC, é mergulhado num


calorímetro que contém uma massa de água, a 20ºC, igual à massa do metal.
A temperatura de equilíbrio é 30ºC. O valor do calor específico do metal é
aproximadamente de:
a) 0,4186 J/g.ºC d) 4,6046 J/g.ºC
b) 0,58604 J/g.ºC e) 29,302 J/g.ºC
c) 3,68368 J/g.ºC

06)Um bloco de massa 2,0 kg, ao receber toda a energia térmica liberada por
1000g de água que diminuem sua temperatura de 1ºC, sofre um acréscimo de
temperatura de 10ºC. O calor específico do material que constitui o corpo, em
J/g.ºC, é:
a) 0,8372 b) 0,4186 c) 0,6279 d) 0,2093 e) 0,04186

07)Um litro (1000g) de água, à temperatura de 20ºC é misturado com dois


litros (2000g) de água que estavam inicialmente à temperatura de 50ºC.
Supondo que as trocas de calor ocorram apenas entre estas massas de água,
qual será a sua temperatura de equilíbrio térmico?
a) 30ºC b) 35ºC c) 40ºC d) 43ºC e) 45ºC

08)Misturam-se 120g de um líquido a 100ºC com 40g do mesmo líquido a


20ºC. Supondo que só houve troca de calor entre as duas porções do líquido, a
temperatura de equilíbrio térmico, em graus Celsius, é igual a:
a) 40 b) 50 c) 60 d) 80 e) 84

09)Pedrinho coloca dentro de uma caixa de isopor 0,8 kg de gelo a 0ºC. Após
5 horas, observa que metade do gelo derreteu. O calor específico latente de
fusão do gelo é de 80 cal/g. A quantidade de calor recebida pelo gelo, em
Joules, nesse período, foi portanto de:
a) 13,3952 b) 26,7904 c) 13395,2 d) 133952 e) 267904

10)Uma porção de gelo a 0ºC é colocada no interior de um recipiente de


paredes isolantes, que continha inicialmente 200g de água a 10ºC no seu
interior. Ao final de algum tempo verifica-se que no recipiente existe apenas
água a 0ºC. Sendo o calor latente de fusão do gelo de 80 cal/g e o calor
específico de 1 cal/g.ºC, concluímos que a massa de gelo utilizada na
experiência foi de:
a) 25g b) 40g c) 50g d) 75g e) n.r.a.
11)Um cubo de gelo com massa de 30g, à temperatura de 0,0ºC é colocado
num copo contendo 70g de água a 20,0ºC.
A temperatura final do sistema será de aproximadamente (desprezar perdas
de calor para o copo e para o ambiente).
a) 0,0ºC b) 10ºC c) -10ºC d) 4,0ºC e) 20º

12)O calor de fusão do gelo é 335 J/g e o calor específico da água é 4,186
J/g.ºC. Se forem misturados em um recipiente isolante térmico, 200g de água
a 60ºC e 200g de gelo a 0ºC, resultará, após ter atingido o equilíbrio térmico:
a) água a 30ºC d) gelo a 0ºC
b) água a 15ºC e) água e gelo a 0ºC
c) água líquida a 0ºC

13)Que massa de água a 40ºC deve ser misturada a 100g de água a 20ºC,
para se obter uma temperatura de equilíbrio térmico de 32ºC?
a) 40g b) 50g c) 100g d) 150g e) 200g

TRANSMISSÃO DE CALOR:

TESTES

01) Dos processos a seguir, o único onde praticamente todo o calor se


propaga por condução é quando ele se transfere:
a) Do Sol para a Terra.
b) Da chama de um gás para a superfície livre de um líquido contido num bule
que está sobre ela.
c) Do fundo de um copo de água para um cubo de gelo que nela flutua.
d) De uma lâmpada acesa para o ar que a cerca.
e) De um soldador para o metal que está sendo soldado.

02) A irradiação é o único processo de transferência de energia térmica no


caso:
a) Da chama do fogão para a panela.
b) Do Sol para um satélite de Júpiter.
c) Do ferro de soldar para a solta.
d) Da água para um cubo de gelo flutuando nela.
e) De um mamífero para o meio ambiente.

03) Uma panela com água está sendo aquecida num fogão. O calor se
transmite através da parede do fundo da panela para a água que está em
contato com essa parede e daí para o restante da água. Na ordem desta
descrição, o calor se transmitiu predominantemente por:
a) irradiação e convecção. d) condução e convecção.
b) irradiação e condução. e) condução e irradiação.
c) convecção e irradiação.
04) Quando há diferença de temperatura entre dois pontos, o calor pode fluir
entre eles por condução, convecção ou radiação, do ponto de temperatura
mais alta ao de temperatura mais baixa. O "transporte" de calor se dá
juntamente com o transporte de massa no caso da:
a) condução somente. d) radiação somente.
b) convecção somente. e) condução e radiação.
c) radiação e convecção.

05) Considere as três situações seguintes:


I - Circulação de ar numa geladeira.
II - Aquecimento de uma barra de ferro.
III - Bronzeamento da pele num "Banho de Sol".
Associe, nesta mesma ordem, o principal tipo de transferência de calor que
ocorre em cada uma:
a) convecção, condução, irradiação.
b) convecção, irradiação, condução.
c) condução, convecção, irradiação.
d) irradiação, convecção, condução.
e) condução, irradiação, convecção.

06) Uma garrafa térmica, devido às paredes espelhadas, impede trocas de


calor por:
a) condução. d) reflexão.
b) irradiação. e) n.r.a.
c) convecção.

07) A transferência de calor de um corpo para outro pode se dar por


condução, convecção e radiação:
a) condução e convecção não exigem contato entre os corpos.
b) convecção e radiação não exigem contato entre os corpos.
c) somente a radiação não exige contato entre os corpos.
d) somente condução não exige contato entre os corpos.
e) condução, convecção e radiação exigem contato.

08) Assinale a alternativa correta:


a) A condução e a convecção térmica só ocorrem no vácuo.
b) A radiação é um processo de transmissão de calor que só se verifica em
meios materiais.
c) A condução térmica só ocorre no vácuo, no entanto a convecção térmica se
verifica inclusive em materiais no estado sólido.
d) No vácuo a única forma de transmissão de calor é por condução.
e) A convecção térmica só ocorre nos fluídos, ou seja, não se verifica no vácuo
e tão pouco em materiais no estado sólido.

09) Uma garrafa térmica impede, devido ao vácuo entre as paredes duplas,
trovas de calor por:
a) condução apenas. d) condução e convecção.
b) radiação. e) n.r.a.
c) convecção apenas.

10) Nas garrafas térmicas, usa-se uma parede dupla de vidro. As paredes são
espelhadas e entre elas há vácuo. Assinalar a alternativa correta:
a) O vácuo entre as paredes evita perdas de calor por radiação.
b) As paredes são espelhadas para evitar perdas de calor por condução.
c) As paredes são espelhadas para evitar perdas de calor por radiação.
d) O vácuo entre as paredes acelera o processo de convecção.
e) As paredes são espelhadas para evitar perdas de calor por convecção.

QUESTÕES

1) Uma barra longa, isolada para evitar perda de calor, tem uma de suas
extremidades imersa em água em ebulição (à pressão atmosférica) e a
outra numa mistura gelo-água. A barra é constituída de duas partes,
uma de cobre medindo 100 cm (a extremidade no vapor) e a outra de
comprimento L2, de aço (a extremidade no gelo). A seção transversal de
ambas mede 5 cm2. A temperatura no ponto de junção das barras é de
60oC, depois de atingido o estado estacionário.
a) Quantas calorias por segundo escoam do banho de vapor para a
mistura gelo-água? (7,7W)
b) Quanto vale L2?(19,5cm)

2) A parede externa de uma casa tem uma camada de 3cm de madeira por
fora e uma camada isolante de isopor também de 3cm por dentro. Se a
madeira tem K=0,04 J/s.m.oC, a temperatura interior for de 20oC e a
exterior for -10oC. Determinar:
a) A temperatura no plano em que a madeira toca o isopor.(-4oC)
b) Qual o fluxo de calor por metro quadrado através da
parede?(96W)

3) Soldam-se as extremidades de três barras de latão, aço e cobre,


formando um objeto com a forma de Y. A área da seção reta de cada
barra é de 2 cm2. A extremidade livre da barra de cobre é mantida a
100oC e as de latão e aço a 0oC. Supondo que não haja perda de calor
pelas superfícies das barras, cujos comprimentos são: cobre, 46cm;
latão, 13cm e aço 12 cm. Determinar:
a) Qual a temperatura do ponto de junção da três barras? (39,97oC)
b) Qual a corrente de calor na barra de cobre?(50242,5W)

4) Uma barra composta, de 2m de comprimento, consiste num núcleo


sólido de aço de 1cm de diâmetro envolvido por uma luva de cobre cujo
diâmetro externo mede 2 cm. A superfície exterior da barra está
termicamente isolada e uma extremidade é mantida a 100oC, enquanto
a outra fica a 0oC. Determinar:
a) A corrente térmica total na barra.(4,7324W)
b) Que fração e transportada por cada material. (aproximadamente
95% pelo Cu e 5% pelo Aço)

5) Uma Panela com fundo de aço de espessura igual a 8,5 mm está em


repouso sobre um fogão quente. A área da base da panela é igual a
0,150 m2. A água no interior da panela está a 100 oC. São vaporizadas
0,390 Kg de água a cada 3 minutos. Determinar a temperatura da
superfície interior da panela que está em contato com o fogão.

TABELAS PARA TRANSMISSÃO DE CALOR


TERMODINÂMICA
Propriedades de um sistema

Qualquer característica de um sistema é designada propriedade. Algumas propriedades


comuns são: a pressão p, a temperatura T, o volume V, a densidade ρ e a massa m. Mas existem
outras propriedades como a viscosidade η, a condutividade térmica K, os módulos de
elasticidade, o coeficiente de dilatação térmica α, a resistividade elétrica ou a velocidade v.
As propriedades intensivas são independentes das dimensões do sistema e são geralmente
representadas por letras minúsculas. As propriedades extensivas são proporcionais às dimensões
do sistema e geralmente usa-se letra maiúscula para representá-las. Designa-se propriedade
específica uma propriedade extensiva por unidade de massa e representa-se com letra minúscula
visto que é intensiva.

Densidade
A densidade de um corpo num ponto P define-se como a razão entre massa elementar dm e o
volume elementar dV ocupado por essa massa:

dm
ρ=
dV

Se o corpo é homogêneo, então a densidade é igual em


todos os pontos, logo:

m
ρ=
V

Em geral a densidade depende da temperatura e da pressão. Quando a temperatura é


uniforme e o corpo é homogêneo, a densidade é igual em todos os pontos do corpo. Quando se dá
uma densidade temos que ter referências sobre quais são as condições de pressão e temperatura.

Pressão
Define-se a pressão no ponto P de um corpo como a razão entre a força normal dF que atua na
superfície de área dA:

∆F dF
p = lim =
∆ A→ 0 ∆A dA

Se a distribuição da componente normal da força for uniforme em toda a superfície, a pressão é


constante e é igual à razão entre a componente normal da força total F e a área da superfície:
F
p=
A
Estados da matéria

À pressão e temperatura ambiente, os corpos apresentam-se em três estados distintos, o


estado sólido, liquido e gasoso. Cada um destes estados pode ser caracterizado pelo
comportamento dos corpos quando sujeitos a ações exteriores.
Embora a matéria seja intrinsecamente descontínua, do ponto de vista macroscópico
podemos tratar os corpos como um meio contínuo, desde que cada elemento de volume dV,
contenha um número muito grande de partículas.
As ações ou esforços a que pretendemos sujeitar os corpos, de modo a caracterizar o seu estado são
a compressão, a tração e o cisalhamento ou corte:

Define-se tensão mecânica σ como a razão entre a força aplicada F e a área A da superfície
sobre a qual atua.

Um sólido resiste a esforços de corte e de compressão. Um sólido ideal perfeitamente


rígido não se deforma quando sujeito a qualquer um destes esforços, ou seja, é indeformável. Um
sólido é um corpo que tem volume e forma definidos.
Um líquido resiste a esforços de compressão, mas não resiste a esforços de corte. Um
líquido ideal é incompressível e invíscido, ou seja, quando sujeito a esforços de compressão o seu
volume não varia, e a aplicação de tensões de corte não altera o seu estado de repouso ou
movimento (a sua viscosidade é nula). Diz-se em linguagem corrente que tem volume constante e
forma variável.
Um gás não resiste a esforços de compressão nem a esforços de corte. Num gás os
esforços de compressão traduzem-se numa variação significativa do volume, e os esforços de corte
não produzem efeito. Um gás não tem forma nem volume definidos. Do ponto de vista da
resistência à compressão, podem agrupar-se os corpos em duas categorias, corpos compressíveis
(gases) ou incompressíveis (sólidos e líquidos). Do ponto de vista da resistência ao corte, é habitual
referir os líquidos e os gases como fluidos. Os corpos reais têm comportamentos mecânicos que se
aproximam dos modelos atrás expostos.
No entanto, não há verdadeiramente sólidos indeformáveis, líquidos incompressíveis e
invíscidos. Dependendo das aplicações, assim se devem desprezar ou não os desvios dos corpos
reais relativamente aos modelos ideais.
Estados de equilíbrio

Num sistema que não sofre transformações, todas as propriedades podem ser medidas ou
calculadas, por todo o sistema, descrevendo completamente as condições físicas em que se
encontra, ou seja, o estado do sistema.
Num determinado estado, todas as propriedades têm valores fixos. Num sistema em estado
de equilíbrio as propriedades não variam no tempo.
Um sistema está em equilíbrio mecânico quando a soma de todas as forças em cada
elemento de massa ou volume do sistema é zero. Um sistema está em equilíbrio térmico quando o
campo de temperatura é uniforme, ou seja, quando a temperatura é igual em todos os pontos do
sistema.
Para que um sistema esteja num estado de equilíbrio é necessário que se tenha atingido o
equilíbrio mecânico, térmico, e ainda equilíbrio de fase (a massa de cada fase mantém-se
constante) e químico (a composição química mantém-se constante).

Exemplo - O gás no interior do cilindro foi comprimido pela


aplicação de uma força constante (F) no êmbolo. Como o
sistema está isolado, a temperatura e a pressão do gás
aumentaram, enquanto que o seu volume diminuiu. Se a
pressão e a temperatura do gás forem uniformes, o sistema
atingiu um estado de equilíbrio, no qual permanecerá,
enquanto a força F se mantiver aplicada no êmbolo e o
isolamento térmico existir. Variando-se a intensidade da
força F, atingir-se-á outro estado de equilíbrio quando a
pressão e a temperatura se uniformizarem de novo.

Processos e ciclos

Quando um sistema em equilíbrio sofre uma transformação infinitesimal, as suas


propriedades variam de quantidades infinitesimais, e o sistema está muito próximo do estado de
equilíbrio inicial.
Quando um sistema sofre sucessivas transformações infinitesimais, de tal modo que esteja
sempre em estados muito próximos de estados de equilíbrio, diz-se que realizou um processo quase
estático.
A descrição completa de um processo inclui a especificação dos estados de equilíbrio,
inicial, final, e de todos os estados intermédios, bem como as interações com as vizinhanças. Um
processo deste tipo pode ser visto como um processo suficientemente lento para que o sistema tenha
tempo de se reajustar internamente, ou seja, as propriedades em todas as partes do sistema variem
do mesmo modo.

É habitual representar os sucessivos estados de equilíbrio de um sistema em diagramas, sendo o


mais usual o diagrama pV. A curva dos sucessivos estados designa-se caminho do processo. Se no
exemplo anterior a força F variar de tal modo que a compressão do gás seja muito lenta, o diagrama
pV desse processo pode ser representado como na figura abaixo.
Na realidade não existem processos deste tipo, no entanto, muitos
processos reais podem ser modelados como quase estáticos, com erros
desprezáveis.
Em vários processos freqüentes uma das propriedades do sistema
mantém-se constante, e nesse caso junta-se o prefixo iso ao nome do
processo:

isotérmico (T=cte); isobárico (p=cte); isocórico (V=cte).

Diz-se que um sistema sofre uma compressão quando a


pressão aumenta ou o volume diminui ou ambas.
Numa expansão, o volume aumenta ou a pressão diminui
ou ambas.
Quando um sistema retoma o estado inicial o processo
diz-se cíclico, ou diz-se que o sistema executou um ciclo.
Ao fim de cada ciclo as propriedades do sistema
assumem o mesmo valor que tinham no início. A representação
de um processo cíclico num diagrama pV é uma curva fechada.
No exemplo ao lado o sistema sofre uma expansão de O para A,
uma compressão isocórica de A para B, uma compressão de B
para C e finalmente uma compressão isobárica.

Postulado de estado

Não é necessário especificar todas as propriedades de um sistema para caracterizar o seu


estado, ou seja, se fixarmos algumas das propriedades, as restantes assumem valores determinados.
O número de propriedades necessárias para fixar o estado de um sistema é dado pelo postulado de
estado:

O estado de um sistema compressível simples é completamente especificado por duas


propriedades intensivas independentes.

Um sistema é considerado compressível simples na ausência de efeitos gravitacionais,


elétricos, magnéticos, movimento e tensões superficiais. Se algum destes campos externos é
relevante para a especificação do estado do sistema, a respectiva propriedade intensiva deve ser
acrescentada. Por exemplo, no caso de se estudar um sistema de fluido compressível com grande
extensão vertical, a cota (h) deve ser considerada, já que a gravidade não é uniforme em toda a
extensão da coluna.
Duas propriedades dizem-se independentes se uma delas puder variar enquanto a outra se
mantém constante. Num sistema monofásico (uma única fase) a temperatura e a pressão são
independentes.
As propriedades que caracterizam o estado de um sistema designam-se variáveis de estado.

Exemplo - No exemplo anterior, a pressão (p), a temperatura (T) e o volume (V) do gás são
variáveis de estado do sistema. Tratando-se de um gás ideal, só duas destas variáveis são
necessárias para descrever completamente o estado do gás, visto que a terceira pode ser calculada a
partir da equação de estado dos gases perfeitos (pV=nRT).
Temperatura e lei zero

-Contato térmico – dois corpos estão em contato térmico, se for possível a troca de energia entre
eles, na ausência de trabalho macroscópico de um sobre o outro.

-Equilíbrio térmico – dois corpos dizem-se em equilíbrio térmico se estiverem em contato térmico
e não efetuarem trocas de energia entre eles, ou seja, se as respectivas temperaturas forem iguais.

Exemplo - Se existe contacto térmico e uma diferença de temperatura entre os corpos, existe
também um fluxo de energia entre eles – fluxo de calor. Ao cabo de algum tempo atinge-se o
equilíbrio térmico e o fluxo de calor cessa: a temperatura dos dois corpos é igual.

Lei zero da termodinâmica - Se dois corpos A e B estão em equilíbrio térmico com um


terceiro corpo, C, então estão também em equilíbrio térmico mútuo. Se o corpo C for um
termômetro (dispositivo para medir a temperatura), a lei zero pode ser enunciada do seguinte modo:
dois corpos estão em equilíbrio térmico se estiverem à mesma temperatura, estando ou não em
contacto térmico.
A escala de temperatura termodinâmica baseia-se na segunda lei da termodinâmica. Para
valores afastados dos extremos (0, ∞) coincide com a escala de temperatura dos termômetros de
gás, designada escala de temperatura absoluta. No SI a escala de temperatura termodinâmica é a
escala Kelvin (K). Pode-se relacionar a escala de temperatura termodinâmica com as propriedades
físicas da água e dos gases rarefeitos. O ponto triplo da água (coexistência das três fases sólida,
liquida e vapor) ocorre à pressão 0,61 kPa e à temperatura 276,16 K. A temperatura limite dos gases
rarefeitos, quando a pressão respectiva tende para zero (vácuo) é 0 K, designado zero absoluto.

Equação de estado dos gases perfeitos

Uma equação que relacione a pressão, a temperatura e o volume de uma substância é designada
uma equação de estado. Em geral uma relação entre propriedades de uma substância em estados de
equilíbrio pode ainda designar-se equação de estado.
Os gases rarefeitos comportam-se aproximadamente como gases perfeitos, cuja equação de
estado é:

pV = nRT

em que n é o número de moles e R é a constante universal dos gases perfeitos R=8,314 J/mol K.
Num sistema fechado, o produto nR é constante, portanto, para dois estados de equilíbrio do sistema
pode escrever-se:
p1V1 p2V2
=
T1 T2

Esta relação pode ainda ser simplificada nos processos isotérmicos, isobáricos e isocóricos:

Processo isotérmico:
p1V1 = p2V2
Processo isobárico:
V1 V2
=
T1 T2
Processo isocórico:
p1 p2
=
T1 T2

Exemplo – O sistema cilindro-êmbolo representado na figura está à pressão atmosférica a à


temperatura ambiente de 25 oC. Nestas condições o volume de ar é de 1,0m3. Determine o volume
do ar quando a sua temperatura passa para
55oC, num processo isobárico.

V1 V2
Supondo que se trata de um gás ideal é válida a relação = ,e
T1 T2
podemos exprimir o volume final em termos do volume inicial, e das
temperaturas inicial e final:

T2 55 + 273
V2 = .V1 = .1 = 1,1m3
T1 25 + 273

Ou seja, para uma variação de 30oC, o volume aumentou cerca de 10%. Se compararmos este valor
com os que encontramos para os sólidos ou os líquidos, confirmamos que nos gases a expansão
térmica é substancialmente mais elevada.

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

A primeira lei da termodinâmica estabelece simplesmente a conservação da energia


como lei universal. A energia não pode ser criada nem destruída, ela pode apenas mudar de forma.
Numa interação de um sistema com a sua vizinhança, a energia absorvida ou ganha pelo sistema é
igual á energia perdida ou cedida pela vizinhança. A energia apenas pode atravessar a fronteira de
um sistema fechado por calor ou trabalho. Estas duas formas de energia em trânsito são distintas,
pelo que é importante caracterizar cada uma delas.
Calor e trabalho em processos termodinâmicos

O calor é definido como a energia transferida entre dois sistemas


(ou entre um sistema e a vizinhança) devido a diferenças de
temperatura. Qualquer outra forma de transferência de energia
tem que ser trabalho. Quer o calor quer o trabalho são grandezas
direcionais, pelo que é necessário especificar e sua intensidade e
o seu sentido. Usa-se habitualmente a convenção: o calor
absorvido e o trabalho realizado pelo sistema são positivos; o
calor cedido e o trabalho absorvido são negativos.

Note-se que uma quantidade que é transferida para ou do sistema numa interação não é uma
propriedade, visto que não depende exclusivamente do estado do sistema. Trabalho e calor são
mecanismos de transferência de energia entre o sistema e a vizinhança. De fato há uma série de
semelhanças entre ambos:

• São ambos reconhecidos na fronteira do sistema quando a atravessam. Calor e trabalho são
fenômenos de fronteira.
• O sistema possui energia, mas não calor ou trabalho.
• Ambos estão associados a um processo e não a um estado. Se não houver alteração do estado, não
há calor nem trabalho.
• São ambos funções do caminho, ou seja, as respectivas intensidades dependem dos estados
sucessivos do sistema durante o processo, bem como dos estados inicial e final.

Como se viu anteriormente (mecânica), o trabalho


elementar de uma força no deslocamento elementar de
um corpo é definido pelo produto entre a componente
tangencial da força (FT) e o deslocamento elementar
(dx), ou seja:

∂w = FT .dx

Diz-se que um sistema termodinâmico sofre uma


transformação elementar quando passa de um
estado de equilíbrio a outro estado de equilíbrio
através de variações elementares das variáveis de
estado. Numa expansão elementar o volume do
sistema aumenta de dV. O trabalho (δW) realizado
pelo sistema termodinâmico sobre as vizinhanças,
numa expansão elementar é dado pelo produto da
pressão (p) pela variação volume (dV).

∂w = p.dV

Exemplo - Um balão cheio de ar de raio R expande de dR. Qual o trabalho realizado pelo ar dentro
do balão?

4 
∂w = pdV = pd  π R3  = 4π R 2 pdR = pAdR = Fdr
3 
Em que F = pA representa a força de pressão total que se exerce no balão.

Quando um sistema termodinâmico sofre sucessivas expansões elementares, num processo quase
estático através de uma sucessão de estados de equilíbrio, o trabalho realizado pelo sistema é
determinado por:

V1

W= ∫ p.dV
V0

É habitual representar os sucessivos estados de equilíbrio de um


sistema em diagramas, sendo o mais usual o diagrama (p,V). O
trabalho realizado pelo sistema é a área subtendida pela curva p=p(V).

Exemplo - Um cilindro tem ar em equilíbrio térmico com o exterior, à pressão p0 com volume V0. A
aproximação de uma frente faz cair lentamente a pressão no exterior para p1. Como as forças de
pressão que se exercem no êmbolo devem ser iguais e opostas dos dois lados, o ar contido no
cilindro vai sofrer sucessivas expansões elementares até que no final, quando a pressão atingir o
valor p1, o volume do ar dentro do cilindro será V1. Nestas condições pode considerar-se que todos
os estados intermediários do sistema, são estados de equilíbrio (p e T são uniformes no ar dentro do
cilindro).

O trabalho realizado pela força de pressão (F = p.A) para cada deslocamento elementar do êmbolo
(dx) é dado por:

∂W = Fdx = p. A.dx = p.dV


O trabalho realizado pelas forças de pressão entre os dois estados, inicial e final, pode ser obtido por
qualquer uma das expressões:

x x V1

W = ∫ F .dx = ∫ p. A.dx = ∫ p.dV


0 0 V0

Processo isocórico (V=cte)


Num processo isocórico o trabalho é nulo, visto que não há variação do volume (dV=0).

dV = 0 ⇒ ∂W = p.dV = 0

Exemplo - Aquecimento lento de um gás num


recipiente fechado.

Processo isobárico (p=cte)

Num processo isobárico, o trabalho é dado pelo produto da pressão pela variação de volume do
sistema, visto que p=cte.

V1

W= ∫ p.dV = p(V − V )
V0
1 0

Exemplo - aquecimento lento de um gás num


cilindro com êmbolo, de tal modo que a pressão
no gás se mantenha igual à pressão atmosférica.
Processo isotérmico (T=cte)

Num processo isotérmico a pressão é função


do volume e neste caso tem que se determinar
essa relação. Para a expansão isotérmica de um
gás perfeito, a relação entre a pressão e o
volume pode determinar-se pela equação de
estado:

nRT
p.V = nRT ⇒ p =
V

O trabalho numa expansão isotérmica de um


gás perfeito é dado por:

V1 V1 1 V
nRT dV V
W=∫ p.dV = ∫ dV = nRT ∫ = nRT ln 1
V0 V0
V V0
V V0

Exemplo - Expansão lenta de um gás perfeito em contacto térmico com um reservatório de calor
(T=cte). A aplicação de uma força exterior ao êmbolo obriga o gás a expandir. A temperatura
mantém-se constante devido ao fluxo de calor que é fornecido ao sistema pelo reservatório de calor.
Os processos termodinâmicos podem ser uma sucessão de processos dos tipos vistos
anteriormente. Em geral o trabalho realizado pelo sistema depende da curva pV do respectivo
processo.

Exemplo - (A) - expansão isocórica, seguida de expansão isobárica; (B) - expansão isobárica
seguida de expansão isocórica; tem-se WA<WB, embora os estados de equilíbrio inicial e final
sejam os mesmos.

A Primeira lei da termodinâmica propriamente dita:

O princípio de conservação da energia significa que, num processo, a variação da energia total de
um sistema deve ser igual à diferença entre a energia absorvida (que entra) pelo sistema e a energia
rejeitada (que sai) pelo sistema:

∆E = Eabs − Erej

Esta relação é a equação de balanço de energia, que é válida para qualquer sistema que
sofra um processo de transformação.
Resta analisar o significado de cada um dos membros. O primeiro membro da equação
inclui a variação de todas as formas de energia armazenadas no sistema, macroscópicas e
microscópicas. As primeiras são as formas já conhecidas de energia que estão associadas ao sistema
como um todo e que resultam de interações com sistemas ou corpos exteriores. Neste tipo de
energia incluem-se a energia cinética Ec, a energia potencial gravitacional Epg, a energia
potencial elétrica Epel ou magnética Epm, e ainda eventualmente energia potencial elástica se o
sistema estiver ligado a uma mola. As formas microscópicas de energia relacionam-se com a
estrutura molecular e a sua soma é designada energia interna U. Assim a variação da energia total
de um sistema, entre o estado de equilíbrio 1 e o estado de equilíbrio 2, é a soma da variação de
todas as formas de energia nele armazenadas:

∆E = E2 − E1 = ∆Ec + ∆E pg + ∆E pe + ∆E pm + ∆U
Como visto anteriormente as únicas formas de energia em transito para sistemas fechados, aquelas
que atravessam a fronteira do sistema, são o trabalho W e o calor Q, ou seja:

Eabs = Qabs + Wabs


Erej = Qrej + Wrej
⇒ Eabs − Erej = (Qabs + Wabs ) − (Qrej + Wrej ) = (Qabs − Qrej ) + (Wabs − Wrej )

A primeira parcela da soma é o calor liquido absorvido Q pelo sistema através da fronteira:

Q = Qabs − Qrej

A segunda parcela é o trabalho liquido absorvido pelo sistema através da fronteira. De acordo com a
convenção dos sentidos de trabalho e calor, deve usar-se o trabalho liquido rejeitado W pelo
sistema:

W = Wrej − Wabs
Assim o segundo membro da equação de balanço de energia pode ser escrito na forma:

Eabs − Erej = Q − W
E substituindo na equação de balanço de energia, obtém-se:

∆E = Q − W ⇔ E2 − E1 = Q − W
Que traduz a primeira lei da termodinâmica no caso mais geral, em que:

∆E = ∆Ec + ∆E pg + ∆E pe + ∆E pm + ∆U
Para sistemas estacionários, ou seja, sistemas em que todas as formas macroscópicas de energia são
constantes, tem-se:

∆U = Q − W ⇔ U 2 − U 1 = Q − W
Que constitui a forma mais habitual da primeira lei, e que se ilustra na figura abaixo:

O sistema inicialmente no estado de equilíbrio 1, com energia interna U1, recebe calor Q, fornece
trabalho W e passa ao estado de equilíbrio 2 com energia interna U2. A diferença entre a energia que
o sistema recebeu e forneceu é igual à variação da sua energia interna.
Em sistemas estacionários pode enunciar-se a primeira lei da termodinâmica do seguinte
modo: a variação da energia interna de um sistema num processo termodinâmico é igual à
diferença entre o calor absorvido e o trabalho realizado pelo sistema. Note-se que U caracteriza
o estado do sistema, logo U é uma variável de estado. Em termos de uma transformação elementar,
a 1ª lei escreve-se:

dU = ∂Q − ∂W
Aplicações da primeira lei da termodinâmica

Processo isocórico (V=cte)

Num processo isocórico não há realização de trabalho (porque o volume do sistema não varia),
então a variação da energia interna do sistema é igual ao calor absorvido por ele. Como visto
anteriormente, o calor absorvido pode ser expresso em função do calor específico e da variação de
temperatura, ou seja:

∆V = 0 ⇒ W = 0 ⇒ ∆U = Q

e como: Q = mcv ∆T teremos:

dU = mcv dT ou ∆U = mcv ∆T
Num processo isocórico a variação da energia interna é proporcional à variação de
temperatura (se cv for cte).

Exemplo - aquecimento lento de um gás num recipiente fechado

No caso dos gases, o calor específico depende do processo de aquecimento. Em processos


isocóricos o calor absorvido pelo sistema relaciona-se com o calor específico a volume constante
(cV) e tem-se:

∆U = Q − W = mcV ∆T
O sistema absorve calor, usando-o exclusivamente para elevar sua temperatura e portanto, não
realiza trabalho. A variação da energia interna é então igual ao calor absorvido.

Processo isobárico (p=cte)

Num processo isobárico o trabalho realizado pelo sistema é o produto da pressão pela variação de
volume (porque a pressão é constante durante o processo). A variação da energia interna do sistema
é neste caso dada pelo balanço dos dois termos de fluxo de energia, calor e trabalho:

Como p=cte. W = p.∆V e Q = mc p ∆T teremos: ∆U = Q − W = mc p ∆T − p∆V

Exemplo - aquecimento lento de um gás num cilindro com êmbolo, de tal modo que a pressão no
gás se mantenha igual à pressão atmosférica (neste caso o calor específico é a pressão cte, c p).

Q = mc p ∆T e W = p.∆V logo ∆U = mc p ∆T − p∆V

Processo isotérmico (T=cte)

Expansão lenta de um gás perfeito em


contacto térmico com um reservatório de
calor (T=cte). A aplicação de uma força
exterior ao êmbolo obriga o gás a expandir.
A temperatura mantém-se constante devido
ao fluxo de calor que é fornecido ao sistema
pelo reservatório de calor. A energia interna mantém-se constante, visto que não há variação de
temperatura.
Todo o calor absorvido pelo sistema foi transformado em trabalho realizado sobre as vizinhanças.

V1 V
∆U = 0 ⇒ W = 0 W = nRT ln logo: Q = nRT ln 1
V0 V0

Processo adiabático (Q=0)

Num processo adiabático não há transferência de calor entre o sistema e as suas


vizinhanças, logo o aumento da energia interna do sistema deve-se ao trabalho realizado pelas
vizinhanças sobre o sistema.

Q = 0 ⇒ ∆U = −W ou ∂Q = 0 ⇒ dU = −∂W = − pdV

O sinal menos indica que quando o trabalho realizado pelo sistema sobre as vizinhanças é positivo
(expansão), a energia interna do sistema diminui, e vice-versa.
Um corolário importante da primeira lei da termodinâmica, que resulta do atrás exposto, diz que:

Num sistema isolado a energia interna mantém-se constante desde que o sistema não troque
trabalho com as suas vizinhanças.

Em geral quando um sistema sofre um processo termodinâmico muito rápido não há troca de calor
com a vizinhança. Como visto no assunto “transferência de calor”, a transferência de calor entre o
sistema e as suas vizinhanças não é instantânea, ou seja, num intervalo de tempo elementar só pode
ser transferida uma quantidade de calor elementar. Para os sistemas em estado estacionário a
quantidade de calor transferido é proporcional ao intervalo de tempo considerado.

Exemplo - expansão adiabática de um gás perfeito. O gás está contido num recipiente isolado,
ocupando metade do volume interno do recipiente, devido à existência de uma membrana
impermeável. Quando a membrana rompe, o gás expande para o dobro do volume inicial, no
entanto não realiza trabalho, visto que a metade superior do recipiente está em vácuo
( p ≅ 0) ⇒ W = 0 .

Como o recipiente é isolado, não há trocas de calor com o exterior Q = 0, portanto o gás expandiu
num processo adiabático. Verifica-se que se o gás for rarefeito a sua temperatura não varia. Tendo
em conta que o volume do gás duplicou e a pressão se reduziu para metade (pV = nRT) conclui-se
que: A energia interna dos gases perfeitos é exclusivamente função da sua temperatura
U=U(T).

Processo cíclico ( ∆U=0)

Num ciclo todas as variáveis de estado do sistema retomam o valor inicial no final do ciclo, logo o
mesmo acontece à energia interna.

∆U = 0 ⇒ Q = W ou dU = 0 ⇒ ∂Q = ∂W = pdV

Num processo cíclico, o trabalho realizado é igual ao calor absorvido pelo sistema.

Na figura ao lado, o sistema executa um ciclo – curva OABCO –


no sentido indicado pelas setas. No fim de cada ciclo o sistema
retoma o estado inicial. A variação da energia interna no final de
cada ciclo é zero, o calor absorvido pelo sistema é igual ao
trabalho realizado em cada ciclo. O trabalho total realizado pelo
sistema no final de cada ciclo é a soma do trabalho em cada
trecho:
Wciclo = WOA + WAB + WBC + WCO

No primeiro trecho do ciclo de O para A o sistema expande e


WOA > 0 .De A para B o sistema executa um processo isocórico,
logo WAB = 0 . De B para C e de C para O o sistema contrai logo
WBC + WCO = 0 . Como a área subtendida pela curva OA é
menor do que a área subtendida pelas curvas BC e CO, resulta
que:
WOA < WBC + WCO ⇒ Wciclo < 0 ⇒ Q < 0

Assim de acordo com o sentido indicado na figura, o trabalho realizado pelo sistema em cada ciclo
é negativo bem como o calor. Então, de acordo com a convenção adotada o sistema absorve
trabalho cede calor às suas vizinhanças.

Quando a curva representativa de um processo cíclico num diagrama pV é descrita no


sentido direto (anti - horário) o trabalho e o calor são negativos: o sistema recebe trabalho e
cede calor.
Quando a curva representativa de um processo cíclico num diagrama pV é descrita no
sentido inverso (horário) o trabalho e o calor são positivos: o sistema realiza trabalho e
absorve calor.

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

A segunda lei da termodinâmica estabelece o sentido em que os processos termodinâmicos podem


ocorrer e relaciona-se com a qualidade da energia. Qualquer processo só pode ocorrer se satisfizer
simultaneamente a primeira e a segunda lei da termodinâmica. Quando se liga um aquecedor de
resistência numa sala, a energia elétrica dissipada na resistência por efeito de Joule vai ser
transferida para o ar da sala sob a forma de calor. Como resultado, a temperatura da sala aumenta.
Neste processo há conservação da energia, visto que a energia elétrica é convertida em energia
interna do ar da sala. No entanto, se transferirmos certa quantidade de calor para o fio, não obtemos
a mesma quantidade de energia elétrica, embora isto não viole a primeira lei. Este processo violaria
a segunda lei da termodinâmica e como tal é um processo impossível. A conversão integral de
trabalho em calor é possível, mas não o contrário.

Reservatórios de calor

Um corpo com uma grande capacidade calorífica, capaz de absorver ou fornecer


quantidades finitas de calor sem sofrer variações de temperatura é designado um reservatório de
calor. O oceano, o ar atmosférico e os lagos são reservatórios. Para que um corpo possa ser
considerado um reservatório basta que a sua capacidade calorífica seja suficientemente elevada de
tal forma que a quantidade de energia com ele trocada não afete a sua temperatura. A água liquida é
muito adequada para construir reservatórios, visto que tem um calor específico elevado.
Os reservatórios designam-se fontes quentes quando cedem energia e fontes frias quando
absorvem energia.

Máquinas térmicas – enunciado de Kelvin-Plank

Uma máquina térmica é um dispositivo que (1) recebe calor Qq de uma fonte quente, (2)
converte parte desta energia em trabalho W, (3) rejeita o restante Qf para uma fonte fria e (4)
reinicia o processo, ou seja trabalha em ciclos.

Para um ciclo completo da máquina térmica, a


primeira lei escreve-se:

∆U = 0 ⇔ W = Q ⇔ w = QQ − QF

Há diversos dispositivos que funcionam aproximadamente


deste modo, como os motores de combustão interna
(gasolina ou diesel) ou as centrais térmicas de produção de
energia.
O desempenho da máquina térmica do ponto de vista da
fração de energia absorvida que é convertida em trabalho, é
medido através do rendimento térmico:

W QQ − QF Q
η= = = 1− F
QQ Qq QQ

Como o trabalho W realizado e o calor absorvido Qq são ambos positivos, o rendimento térmico η é
sempre maior do que zero.
A segunda lei da termodinâmica estabelece que não se pode eliminar a fase (3) acima referida, ou
seja, a rejeição de calor para a fonte fria está sempre presente numa máquina térmica que produza
trabalho. O enunciado de Kelvin-Plank diz que é impossível construir uma máquina térmica
que opere por ciclos e tenha como único efeito a absorção de calor de um único reservatório e
a realização de uma quantidade equivalente de trabalho. Ou seja,Qf não pode ser nulo, logo o
rendimento da máquina térmica é sempre menor do que a unidade, o que constitui outra forma
de enunciar a segunda lei da termodinâmica.
Então pode concluir-se a desigualdade 0 < η < 1 para o rendimento da máquina térmica. Os
rendimentos térmicos dos motores são sempre razoavelmente baixos, por exemplo, um motor a
gasolina tem um rendimento da ordem de 25%, o que significa que 75% da energia química contida
no combustível é rejeitada para o ambiente sob a forma de calor. Um motor diesel tem um
rendimento térmico ligeiramente superior, cerca de 35%. Mesmo máquinas térmicas de concepção
recente e mais eficientes rejeitam cerca de 50% da energia que absorvem.

Motores perpétuos

Qualquer dispositivo que viole a primeira ou a segunda lei da termodinâmica designa-se


motor perpétuo. Um dispositivo que viole a primeira lei, ou seja, que crie energia, designa-se
motor perpétuo de primeira espécie. Um dispositivo que viole a segunda lei, ou seja, que absorva
calor de uma única fonte e o transforme integralmente em trabalho, designa-se motor perpétuo de
segunda espécie. As leis da termodinâmica estabelecem que é impossível construir motores
perpétuos, de primeira ou segunda espécie.

Reversibilidade e irreversibilidade

Como visto anteriormente através de alguns exemplos há processos que só ocorrem


espontaneamente num dos sentidos. Tal é o caso do aquecimento através de uma resistência elétrica.
À passagem de corrente elétrica no fio é transferido calor para o ar por efeito de Joule. No entanto
não é possível realizar o processo no sentido contrário, ou seja fornecer calor ao fio e produzir
corrente elétrica.
Um processo reversível é aquele que pode ser invertido, sem deixar vestígios nas
vizinhanças, ou seja, o sistema e a vizinhança retomam o estado inicial no final do processo inverso.
Isto só é possível quando o trabalho e o calor líquidos trocados entre o sistema e as vizinhanças são
ambos nulos nos dois processos, o direto e o inverso. Um processo que não é reversível designa-se
irreversível.
Um processo reversível é constituído por uma seqüência de estados de equilíbrio, assim a
sua representação em um diagrama p-V é uma curva, que pode ser descrita nos dois sentidos. Os
processos irreversíveis não podem ser representados por curvas em diagramas p-V, visto que os
estados intermédios não são estados de equilíbrio, logo não há uma correspondência biunívoca entre
o estado do sistema e um ponto no espaço p-V.

Ciclo de Carnot

Um ciclo de Carnot é constituído por duas isotérmicas e duas


adiabáticas reversíveis, como indicado no diagrama p-V ao lado. De A
para B o sistema sofre uma expansão isotérmica, absorvendo calor Qq
de um reservatório à temperatura Tq. Isola-se termicamente o sistema e
provoca-se uma expansão adiabática, de B para C, em que a
temperatura desce de Tq para T f. Nestes dois processos o sistema
realiza trabalho sobre a sua vizinhança. Coloca-se o sistema em
contacto com um reservatório à temperatura Tf e produz-se uma
compressão isotérmica, de C para D, à temperatura Tf. O sistema rejeita calor Qf. Finalmente, de D
para A, o sistema sofre uma compressão adiabática. Como se viu no ponto anterior, um ciclo
completamente reversível não é realizável por nenhuma máquina real. No entanto o estudo do ciclo
reversível de Carnot é importante porque permite encontrar um limite teórico para o rendimento
térmico das máquinas reais.
Uma máquina térmica que opere num ciclo de Carnot designa-se máquina de Carnot. De
acordo com a definição, o respectivo rendimento térmico é dado por:

QF
η = 1−
QQ
Prova-se que na máquina de Carnot, como em qualquer máquina reversível, o rendimento térmico
pode ser expresso em função das temperaturas da fonte quente e da fonte fria, ou seja:

TF
η = 1−
TQ

O Teorema de Carnot estabelece que (a) o rendimento de uma máquina real (irreversível) é
sempre menor do que o rendimento de uma máquina teórica reversível operando entre os mesmos
reservatórios de calor; (b) todas as máquinas reversíveis que operem entre as mesmas temperaturas
têm o mesmo rendimento.

EXERCÍCIOS :

1) Um gás ideal passa por um processo em que a temperatura é duplicada e a pressão


triplicada.Qual o fator de variação de volume? Exiba os estados inicial e final e um
diagrama pressão (P) pro volume (V).

2) Um cilindro com um pistão móvel contém 96 gramas de O2 inicialmente à pressão de 150


KPa e a 290K.

a) Determinar o volume ocupado pelo gás.


b) O gás se expande à pressão constante, realizando 7,2 KJ de trabalho no processo.
Qual o volume do estado final?
c) Aumenta-se a pressão isocoricamente para 300Kpa. Quanto trabalho é realizado
pelo gás em todo o processo?

3) Um sistema passa por um processo em que 27J de calor lhe são acrescentados enquanto ele
realiza 8J de trabalho.

a) Qual é a variação da energia interna do sistema?


b) Se a energia interna do estado inicial é 304 J, qual é a energia interna do estado
final?
c) Supondo que o sistema seja levado do mesmo estado inicial para o mesmo estado
final por um processo diferente, em que o sistema realize 12 J de trabalho. Qual é
a energia interna do estado final e quanto calor foi acrescentado?
4) Coloca-se um prego em uma banheira d’água, ambos inicialmente a 20 oC. A água e o prego
se aquecem gradativamente até 90oC. A energia interna do prego aumenta de 45 J. Um
prego idêntico, inicialmente a 20oC, é retirado rapidamente com um martelo de um pedaço
de madeira. Como resultado, a temperatura do prego atinge 90oC. Indicar, para cada um dos
dois processos, se foi acrescentado calor ou se houve realização de trabalho. De quanto
variou a energia interna do prego no segundo processo?

5) Durante uma expansão adiabática, a temperatura de 0,1 mol de oxigênio cai de 30oC para
10oC. Que trabalho foi realizado pelo gás? Que quantidade de calor foi fornecida?

6) Dois moles de um gás ideal são aquecidos à pressão constante de T=300K até 380 K.

a) Desenhar um diagrama P x V para este processo.


b) Calcular o trabalho realizado pelo gás.

7) Um gás realiza dois processos. No primeiro, o volume permanece constante a 0,200 m3 e a


pressão cresce de 2x105 Pa até 5x105 Pa. O segundo processo é uma compressão até o
volume 0,120 m3 sob pressão constante de 5x105Pa.
a) Desenhe um diagrama P x V mostrando estes dois processos.
b) Calcule o trabalho total realizado pelo gás nos dois processos.

8) Em certo processo químico, um técnico de laboratório fornece 254J de calor a um sistema.


Simultaneamente, 73 J de trabalho são realizados pelas vizinhanças sobre o sistema. Qual é
o aumento da energia interna do sistema?
9) Um sistema evolui do estado a até o estado b ao longo dos três caminhos indicados na
figura abaixo.
a) Ao longo de qual caminho o trabalho realizado é maior? Em qual caminho é
menor?
b) Sabendo que Ub>Ua, ao longo de qual caminho o valor absoluto do calor trocado
com as vizinhanças é maior? Para este caminho, o calor é liberado ou absorvido
pelo sistema?

10) A temperatura de 0,150 mol de um gás ideal é mantida constante em 77 oC enquanto seu
volume é reduzido para 25% do volume inicial. A pressão inicial do gás é igual a 1,25 atm.
a) Calcular o trabalho realizado pelo gás.
b) Qual é a variação da sua energia interna?
c) O gás troca calor com suas vizinhanças? Quanto? Ele é absorvido ou liberado?

11) Durante a compressão isotérmica de um gás ideal, é necessário remover do gás 335 J de
calor para manter sua temperatura constante. Qual é o trabalho realizado pelo gás neste
processo?

12) O desenho mostra um cilindro de metal dotado de um êmbolo móvel em cujo interior se
encontra um gás ideal em equilíbrio termodinâmico.
Em dado instante uma força de módulo F age sobre o êmbolo que comprime o gás rapidamente.
Durante a compressão:
I - ocorre um aumento de energia interna do gás.
II - o trabalho realizado pela força de módulo F produz uma elevação da temperatura do gás.
III - o trabalho realizado pela força de módulo F é igual a quantidade de calor que se transmite
para o
meio externo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
LISTAS ADICIONAIS

LISTA DE EXERCÍCIOS TROCA DE CALOR

1. Um calorímetro sofre um acréscimo de temperatura de 20 °C quando absorve 100 kcal


de uma fonte de calor. Determine a capacidade térmica do calorímetro e seu calor
específico, sabendo que sua massa é de 0,5 kg.
Resposta: 5000 cal/°C e 10 cal/g°C

2. Um bico de gás, de fogão de cozinha, aquece 500 g de água de 20 °C a 30 °C em 20 s.


Sabendo que o calor específico da água é 1,0 cal/g°C e considerando 1 cal = 4 J, determine
a potência térmica desenvolvida pelo bico de gás.
Resposta: 1 kw

3. O calor específico de um material é constante e igual a c. Uma quantidade desse


material, de massa igual a 1 kg e á temperatura de 10 °C, é posta em contato com outra
quantidade do mesmo material, a uma temperatura de 40 °C, com massa de 2 kg.
Determine a temperatura final de equilíbrio térmico dos corpos.
Resposta: 30 °C

4. Um certo calorímetro contém 80 g de água à temperatura de 15 °C. Adicionando à água


do calorímetro 40 g de água a 50 °C, observa-se que a temperatura do sistema, ao ser
atingido o equilíbrio térmico, é de 25 °C. calcule a capacidade térmica do calorímetro?
Resposta: 20 cal/°C

5. A quantidade de calor recebida por um corpo de 200 g em função do tempo é dada pelo
gráfico abaixo.

Q(cal)

120

0 80 t(s)

Após 30 s de aquecimento a temperatura se eleva de 5 °C sem mudar o seu estado de


agregação molecular. Determine o calor específico da substância que constitui este corpo,
nesse intervalo de temperatura.
Resposta: 0,045 cal/g°C
6. No inverno, a temperatura média no interior de uma residência é de 18 °C, enquanto que
a média da temperatura exterior é de 10 °C. A parede externa da casa é feita com tijolos de
20 cm de espessura e suas dimensões são 10 x 4 metros. Se o fluxo d calor através da
parede é de 240 cal/s, determine o coeficiente de condutibilidade térmica do tijolo.
Resposta: 15 x 10-4 cal/cm.s.°C

7. Uma das extremidades de um bastão de cobre de 18 cm de comprimento está situada em


um banho de vapor de água sob pressão normal. A outra extremidade está imersa em uma
mistura de gelo fundente e água. Sabendo que a secção transversal do bastão é de 4 cm2 e
que o coeficiente de condutibilidade térmica do cobre é 920 cal/cm.s.°C, determine:
a) Qual o fluxo de calor na barra?
b) Qual a temperatura num ponto a 4 cm da extremidade fria?
Resposta: a) 20,4 cal/s e b) 22,2 °C

8. Uma roupa de lã tem 5 mm de espessura. Supondo-a totalmente em contato com a pele


de uma pessoa, a 36 °C, num meio ambiente a 10 °C, determine:
a) O fluxo de calor por cm2 através da roupa.
b) A quantidade de calor perdida por cm2 pela pele em 1 minuto.
Dado: Klã = 9,0 x 10-5 cal/s.cm.°C
Resposta: a)468 x 10-5 cal/s e b) 0,2808 cal

9. Um corpo de 400 g absorve calor de uma fonte térmica de potência constante, à razão de
600 calorias por minuto. Observando o gráfico que mostra a variação da temperatura em
função do tempo, determine o calor específico da substância que constitui o corpo.
Resposta: 0,5 cal/g°C

10.Um fogão a gás possui um queimador que fornece um fluxo de calor constante de 1440
kcal/h. Em quanto tempo o queimador aquece meio litro de água, de 20 °C para 100 °C,
sabendo que, durante o processo, há uma perda de 20% de calor para o ambiente?
Resposta: 125 segundos
Balanço Energético
1. O calor específico de um material é constante e igual a c. Uma quantidade de material, de massa 1
kg e à temperatura de 10 °C, é posta em contato com o mesmo material, a uma temperatura de 40 °C,
com massa de 2 kg. Encontre a temperatura final de equilíbrio térmico dos dois corpos.
Resposta: 30 °C

2. Em 200 g de água a 20 °C mergulha-se um bloco metálico de calor específico igual a 0,25 cal/g°C.
Determine a massa do bloco metálico, sabendo que inicialmente o bloco estava à temperatura de 50 °C
e que a temperatura final da mistura água-bloco é 30 °C.
Resposta: 200 g

3. Uma barra metálica à temperatura de 100 °C é colocada dentro de um recipiente termicamente


isolado contendo 1 litro de água à temperatura de 20 °C. O equilíbrio se estabelece então a 60 °C. Qual
seria a temperatura de equilíbrio se o volume de água fosse de 3 litros, mantendo-se as outras
condições?
Resposta: 40 °C

4. As temperaturas de 3 porções, A, B e C, de um líquido contido em três frascos são mantidas a 15 °C,


20 °C e 25 °C, respectivamente. Quando A e B são misturados, a temperatura de equilíbrio é 18 °C, e
quando B e C são misturados, a temperatura final de equilíbrio é 24 °C. Que temperatura final é
esperada quando se mistura a porção A com a porção C? Suponha desprezíveis as trocas de calor com
o mundo exterior.
Resposta: 23,57 °C
5. Tem-se um calorímetro de capacidade térmica 40 cal/°C, com 8oo g de água, a 20 °C. Introduz-se
nesse calorímetro um pedaço de ferro de massa 1600 g, a 300 °C. Determine o calor especifico do
ferro, sabendo que a temperatura final da mistura água-ferro-calorímetro é 64,8 °C.
Resposta: 0,1 cal/g °C

6. Um calorímetro de massa 400 g é constituído de m material de calor específico 0,5 cal/g°C. Este
calorímetro está em equilíbrio térmico com 300 g de água a 20 °C em seu interior, quando é
introduzido um sólido de massa 100 g a uma temperatura de 650 °C. Após o conjunto entrar em
equilíbrio térmico, verificou-se que a temperatura final era de 50 °C. Supondo desprezíveis as perdas
de calor, determine o calor específico do corpo sólido.
Resposta: 0,25 cal/g°C

7. Os itens abaixo se referem aos estados de agregação da matéria: sólido, líquido e gasoso. Assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01 – No estado sólido, forma e volume são bem definidos.
02 – O esquema abaixo mostra a mudança entre os estados líquido e gasoso.
Condensação
Estado Líquido Estado Gasoso
Vaporização

04 – Fusão é um fenômeno que ocorre com a absorção de calor pela substância e, conseqüente
mudança de estado físico.
08 – A transformação que leva uma substância diretamente do estado sólido para o estado de vapor,
sem passar pelo estado líquido, denomina-se sublimação.
16 – Ao aquecer um líquido na panela de pressão, usa-se o seguinte princípio: o aumento da pressão
sobre o líquido dificulta sua vaporização, aumentando assim sua temperatura de ebulição, facilitando o
cozimento.
32 – O volume da massa d´água aumenta quando ela se transforma em gelo. Por este motivo, uma
garrafa cheia d´água colocada em um congelador parte-se quando a água se solidifica.
Resposta: 61
8. Analise os dados da tabela abaixo referentes à pressão e à temperatura.

P (cmHg) 150 76 72 67 64 60 56
T (°C) 120 100 98 67 95 93 92

Considere as seguintes informações:


1° - A tabela fornece a temperatura T, na qual a água entra em ebulição em função da pressão p, que é
exercida sobre ela.
2° - A cada 100 m de elevação na atmosfera terrestre corresponde à diminuição de, aproximadamente,
1 cmHg na pressão atmosférica, para altitudes não muito grandes.
3° - Em uma certa cidade, um estudante verificou que a água, em uma panela aberta, entra em ebulição
a 95 °C.
Com base nestas informações, determine, aproximadamente, qual a altitude da cidade, em que o
estudante realizou sua experiência, em relação ao nível do mar.
Resposta: 1200 m

9. A figura abaixo representa o diagrama de fase de uma substância simples.

B
A

Se a substância for expandida isotermicamente a partir do estado B, determine o processo de mudança


de fase que ocorrerá.
Resposta:Vaporização
Calor Latente, Potência e Curva de Aquecimeto

1. Misturam-se 200 g de água a 20 °C com 800 g de gelo a 0 °C. Admitindo que as trocas de
calor apenas aconteçam entre o gelo e a água, determine qual será a temperatura final da mistura
e qual a massa final de líquido.
Resposta: 0°C e 250 g de líquido

2. Um bloco de gelo, de calor específico 0,5 cal/g°C, e de 3,0 kg de massa está a uma
temperatura de – 10 °C. É colocado em um calorímetro ideal que contém 5,0 kg de água a 40 °C.
Sabendo que o calor latente de fusão do gelo é 80 cal/g, determine a massa de gelo que não irá
derreter.
Resposta: 687,5 g

3. Um bloco de gelo de 200 g de massa recebe calor à razão constante de 50,0 cal/s (fluxo de
calor fornecido ao gelo). Estando o gelo inicialmente à temperatura de – 10 °C, determine quanto
tempo levará para o gelo se transformar em água a 40 °C.
Resposta: 8 minutos e 20 segundos

4. O aquecimento de uma amostra m de água da fase sólida a – 20 °C para a fase líquida a 20 °C


é demonstrado no gráfico abaixo.
T(°C)

20

500 4500 5500 Q(cal)

- 20

Considerando o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g, determine o valor de m, em


gramas.
Resposta: 50 g

5. O gráfico mostra a quantidade de calor , Q, absorvida por um corpo de 20,0 g de massa,


inicialmente no estado sólido, em função da temperatura T.

Q(cal)
500

400

200

0 20 40 T(°C)

Observando o gráfico, determine:


a) A capacidade térmica do corpo, no estado sólido.
b) O calor específico da substância que compõe o corpo, no estado líquido.
c)As temperaturas de fusão da substância que compõe o corpo.
Resposta: a) 10 cal/°C, b) 0,5 cal/g, c) 20 °C
6. Um recipiente de capacidade térmica 200 cal/°C, que tem volume de 1,0 litro, contém 500 g
de água a 0°C (d = 1,00g/cm3 e c = 1,00 cal/g°C). Introduzindo nesse recipiente um corpo
maciço de certo material (d = 3,00 g/cm3 e c = 0,20 cal/g°C) a 100 °C, ele fica completamente
cheio. Sendo o sistema termicamente isolado, deter mine a temperatura de equilíbrio térmico.

7. O gráfico representa a variação de temperatura de uma amostra de 20,0 g de um líquido, a


partir de 0 °C, em função do calor por ela absorvido. Determine a relação entre o calor especifico
cL do líquido e o seu calor específico cG na fase gasosa.
Resposta: cL = cG/2

T (°C)
120

80

0 1000 3000 4000 Q(cal)

8. O calor específico da água é 1,0 cal/g°C e o seu calor latente de vaporização é 540 cal/g. Sob
pressão normal, uma chama constante gasta 1 minuto para elevar a temperatura de certa massa
de água de 40 °C a 100 °C. Determine o tempo decorrido desde o início da vaporização até o seu
final.
Resposta: 9 minutos

9. Coloca-se m gramas de gelo em fusão num calorímetro de capacidade térmica 100 cal/°C, que
contém 400 g de água a 30 °C. Determine o valor de m, para que o equilíbrio térmico ocorra a
10 °C.
Resposta: 11,1 g

10.Um bloco de gelo de 200 g a 0 °C foi colocado num calorímetro ideal, que contém 400 g de
água líquida a 100 °C. O gráfico abaixo representa a temperatura T em função da variação da
quantidade de calor ∆Q sofrida pelo gelo e pela água.Nesse caso, determine os valores de X e Y.
Resposta: 24 kcal e 40 °C
T(°C)

X ∆Q(kcal)
Estudo dos Gases

1. Um homem verificou a pressão e a temperatura dos pneus de seu carro de manha. Obteve
pressão igual à po e temperatura igual a 27 °C. Após rodar bastante, a medida da temperatura
passou para 57 °C. Determine a pressão dos pneus nesta temperatura.
Resposta: 1,1 po

2. A densidade do nitrogênio, nas condições normais de temperatura e pressão é de 1,25 kg/m3.


Qual será a massa de 10 litros de nitrogênio à pressão de 700 mmHg e 40 °C?
Resposta: 10 g

3. Uma certa quantidade de gás ideal ocupa um volume Vo quando sua temperatura é To e sua
pressão é po. Expande-se, então, o gás, isotérmicamente, até duplicar seu volume. A seguir,
mantendo o seu volume constante, sua pressão é restabelecida ao valor original. Qual a
temperatura do gás neste último estado térmico?
Resposta: 2 To

4. Dois gases perfeitos G1 eG2, estão contidos em recipientes rígidos, ligados por um tubo
longo, de secção reta igual a 1,0 cm2, conforme o esquema.

G1 G2

Êmbolo
Os gases que inicialmente tem volumes iguais a 1,00 x 103 cm3 e temperaturas iguais a 27
°C, são separados por um êmbolo que pode mover-se sem atrito. O êmbolo permanece no
interior do tubo longo, durante a transformação em que a temperatura de G1 aumenta 100 °C e a
temperatura de G2 diminui 100 °C. Calcule, em cm, o deslocamento que o êmbolo sofre.
Resposta: aproximadamente 3,33 x 102 cm

5. Na figura 1, mostra-se um manômetro de Hg, graduado em cm, que aprisiona uma certa massa
de gás em equilíbrio. Adiciona-se uma nova quantidade de Hg pela extremidade aberta do
manômetro, e após um novo equilíbrio, obtém-se a figura 2. Sabe-se que a temperatura ambiente
manteve-se constante; desprezando-se qualquer vazamento do gás e sendo de 70 cmHg a pressão
atmosférica, determine o valor do nível x.

50 50
x
10
5 7

figura 1 figura 2
Resposta: 21
6. Um recipiente de capacidade 2 litros contém 0,02 mol de um gás perfeito a 27 °C. Mantendo o
volume constante e aquecendo-se o gás até 227 °C, determine as pressões inicial e final do gás.
Resposta: 0,246 atm e 0,41 atm

7. Observe o gráfico abaixo:

p (N/m2)

pA A

pC C
T3
PB B T2
T1
VA VB=VC V (m3)

A figura representa hipérboles eqüiláteras, diagramas pV = constantes, de um gás perfeito.


Ele sofre as transformações AB e Bc indicadas. Sabe-se que: VB = 2VA e T3 = 1,5 T1. Sendo
VA = 1,00 m3; pA = 2,00 x 103 N/m2 e TA = 200 K, determine pressões, volumes e temperaturas
do gás nos estados B e C.
Resposta: Estado B: 2 m3, 200 K, 1,00 x 103 N/m2
Estado C: 2 m3, 300 K, 1,5 x 103 N/m2

8. Um litro de ar nas CNTP tem massa de 1.293 g. Qual a massa deste ar sob pressão de
770 mmHg e 0 °C de temperatura?
Resposta: 1.310 g

9. Um recipiente está totalmente cheio de gás atmosférico nas CNTP. Sabendo que o recipiente
possui uma válvula de segurança cuja área da secção é de 5 cm2, sobre a qual descansa um
contrapeso de massa 9,81 kg, determine a temperatura que abrirá a válvula.
Resposta: aproximadamente 808 K

10. Da teoria cinética dos gases sabemos que: a temperatura absoluta de uma massa gasosa
corresponde à velocidade quadrática média das moléculas do gás. Se uma molécula de O2, de
massa 5,3 x 10-26 kg, está na superfície da Terra, com energia cinética correspondente a 0 °C, e
sendo a sua velocidade dirigida para cima, sem que colida com outras partículas durante a
subida, a que altitude ela chegará?
Resposta: aproximadamente 11 km
Termodinâmica

1. A temperatura de ebulição da água sob pressão de 1,0 atmosfera é 100°C. Nestas condições, 1,0g de água ocupa
1,0 cm3; 1,0g de vapor ocupa 1671 cm3 e o calor de vaporização é 540 cal/g.
Calcule:
I) o trabalho executado pelo vapor sobre o exterior, durante a formação de 1,0g desse vapor à temperatura de 100°C.
II) o aumento na energia interna (∆U) do sistema.
Resposta: I) τ = 1,67.102 J
II) ∆U = 5,0.102 cal

2. Um mol de um gás ideal sofre a transformação indicada no gráfico abaixo:


p(atm)
2 A

1 B

1 VB V(L)

a) Determine o volume VB.


b)Sabendo que o gás efetuou um trabalho de 5,7 J, qual a quantidade de calor que ele recebeu?
Resposta: 2L, 5,7 J

3. O bico de uma seringa de injeção é completamente vedado, de modo a encerrar 1,0 cm3 de ar no interior da
mesma, nas condições ambientais de temperatura e pressão. A seguir, puxa-se lentamente para fora o êmbolo. O
gráfico abaixo representa a variação da pressão p do ar em função do seu volume V. Sendo isotérmica a
transformação e desprezando os atritos:

p (x 105 N/m2)

1,0 A

pB B

1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 V (cm3)

a) calcule a pressão do gás no estado B;


b) aproximando a curva AB por uma reta, calcule o trabalho realizado pelo gás no processo.
Resposta: a) 2,5. 104 Pa;
b) 1,875 J.

4. De que altura deveria cair uma determinada massa de água para que a sua energia final, convertida em calor,
aumentasse a temperatura dessa massa de 1°C? Admita não haver perdas. Dados: 1 cal = 4,18J; g = 9,8 m/s2 e
c = 1cal/g°C.
Resposta: 427 m

5. Um cilindro, de secção reta 100 cm2 e eixo vertical, é vedado por um pistão leve, móvel, sem atrito. O sistema
encerra um gás e está em equilíbrio térmico e mecânico com a atmosfera ambiente, à temperatura de 20°C e à
pressão constante de 10 N/cm2. Fornecendo-se ao gás calor igual a 200cal, ele se aquece a 270°C, e o pistão sobe
8,36 cm. Calcule o trabalho τ efetuado pelo gás.
Resposta: 3,6J.
6. Um certo número de pequenas esferas de chumbo é colocado no interior de um tubo vertical de PVC com 60 m
de altura.

60 cm

O calor específico do chumbo é de 0,03 kcal/kg.°C, g = 10 m/s2 e 1 cal = 4,2J. Sabendo-se que o tubo é virado de
cabeça para baixo 21 vezes sucessivas, determinar o aumento da temperatura das esferas.
Resposta: 1°C.

7. Um projétil de chumbo está à temperatura de 215°C quando atinge uma parede e nela se aloja. Metade da energia
cinética que o projétil possuía, imediatamente antes da colisão, nele permanece como energia interna, quantidade
essa que é justamente a suficiente para que ocorra a fusão do chumbo. Dados para o chumbo: c = 1,25.102 J/kg.°C,
calor latente de fusão = 2,60.104 J/kg e temperatura de fusão = 327°C.
Calcule a velocidade do projétil imediatamente antes da colisão.
Resposta: 400m/s.

8. Um refrigerador retira calor da água a 0°C e transfere para o meio ambiente a 17 °C, operando segundo o ciclo de
Carnot. Após certo tempo forma-se 2 kg de gelo a 0°C. Sendo o calor latente de solidificação da água –80 cal/g,
determine:
a) A quantidade de calor retirada da água.
b) O trabalho fornecido ao sistema.
Resposta: 160 kcal, 41,8 kJ

9. Numa piscina com 10 m de comprimento, 5 m de largura e 2 m de profundidade, 7 nadadores disputam uma


competição, nadando vigorosamente com potencial individual P = 500W. Durante 12 minutos de competição, qual o
trabalho total produzido pelos nadadores e qual a elevação de temperatura da piscina, supondo que nenhum calor da
água é perdido? Adote: 1 cal = 4,2 J; calor específico da água = 1,0 cal/g°C; densidade da água = 1,0 g/cm3.
Resposta: 2,52.106J e 0,006°C.

10. Um sistema termodinâmico constituído por m=64g de um gás ideal, de massa molecular M=32 e calor específico
sob pressão constante cp=9,0.10-3 atm. L/g.K, sofre as transformações indicadas na figura. Sabe-se que a temperatura
do gás no estado (1) é T1 = 300K e que a constante universal dos gases vale R =0,082 atm.L/mol.K.
p (atm)

4,0 (3)

(1)
2,0 (2)

0 24,6 49,2 V(L)

a) Determine a temperatura T2 do gás no estado (2);


b) Calcule a quantidade de calor Q trocada na transformação (2) para (3).
c) Se 66,2% do calor liberado pelo gás em cada ciclo de transformações [(1) → (2) → (3) → (1)] é utilizado para
fundir o gelo, quantos ciclos serão necessários para a fusão de m´ = 492g de gelo a 0°C? o calor latente de fusão da
água é Lf = 3,31 atm.L/g.
Resposta: a) 600K
b) aproximadamente 2,5.104 cal
c) aproximadamente 50 ciclos.

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