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PETIÇÃO INICIAL
A primeira peça processual intentada pelo autor, é a Petição inicial, regulada nos
artigos 467.º ss CPC.
De acordo com o disposto neste artigo o autor deve:
a. Indicar o tribunal competente; identificar as partes, com o nome, domicílio
ou sede, e sempre que possível, os números de BI e NIF, profissões e locais
de trabalho;
b. Indicar o domicílio profissional do mandatário judicial;
c. Indicar a forma de processo;
d. Expor os factos e as razões de direito que servem de fundamento à acção;
e. Formular o pedido;
f. Declarar o valor da causa;
g. Juntar o documento comprovativo do prévio pagamento de taxa de justiça
inicial ou da concessão do benefício de apoio judiciário na modalidade de
dispensa total ou parcial do mesmo. Não tendo sido junto, a petição inicial
deve ser recusada pela secretaria, nos termos do artigo 474/f.
h. Procuração com podes forenses, gerais ou especiais, conforme regulado nos
artigos 32.º ss.
i. Documentos que faz referência no conteúdo da PI;
j. Duplicados legais.
Após ser intentada PI, o tribunal profere despacho que ordene a citação do réu, dando-
lhe a conhecer que contra ele foi intentada uma acção, remetendo para o efeito, uma
cópia da PI e de toda a documentação que a acompanha (cópia legal).
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CONTESTAÇÃO
DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR
Findo a fase dos articulados, o juiz profere, se for caso disso, o despacho pré-saneador,
nos termos do artigo 508.º destinado a providenciar pelo suprimento de excepções
dilatórias, ou a convidar as partes a aperfeiçoamento dos articulados.
Não sendo necessário proceder a nenhuma reparação, o juiz profere despacho a
convocar a audiência preliminar, artigo 508.º-A.
Com a convocação da audiência preliminar, deve o juiz indicar, para que efeito ela se
destina, nos termos do n.º 3 do artigo 508.º-A.
Da audiência preliminar, há-de ser redigida uma acta, donde constará, via regra, o
despacho saneador, cujo conteúdo consiste na selecção da matéria de facto assente e
a que constitui base instrutória da causa.
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Pode ainda ser indicado na audiência preliminar, nos termos do n.º 2 do artigo 508.º-A:
1. Os meios de prova, sem prejuízo de alguma das partes, com fundadas
razões, requerer a sua indicação ulterior, sendo de imediato fixado um
prazo.
2. Designação de data para a audiência de discussão e julgamento, nos termos
do artigo 155.º (sendo notificados na audiência preliminar para a audiência
de discussão e julgamento da causa, começa a correr o prazo de 10 dias
para o pagamento de taxa de justiça subsequente).
A audiência preliminar não é obrigatória, pode ser dispensada nos termos do artigo
508.º-B.
Nestes casos, a secretaria notifica as partes do despacho saneador, proferido nos
termos do artigo 510.º, donde constará
a. Excepções dilatórias, nulidades processuais que possam existir e que sejam
do conhecimento oficioso;
b. Conhecer do mérito da causa, sempre que o estado do processo o permitir.
c. Selecção da matéria de facto assente e da que constitui base instrutória;
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DO RECURSO
Uma vez notificados da sentença, a parte vencida, tem dez dias, para interpor
requerimento de admissibilidade de recurso, no tribunal onde foi proferida decisão,
indicado a espécie de recurso, os efeitos e o modo de subida.
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Nos casos em que, algumas das partes faleça, durante a duração do processo judicial,
é necessária proceder a uma habilitação de herdeiros, suspendendo-se para o efeito a
instância.
Qualquer uma das partes pode requerer o incidente de habilitação de herdeiros, que
correrá por apenso ao processo principal.
HABILITAÇÃO ESPONTÂNEA
Aula n.º 2
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Nos termos do artigo 17.º da LOFTJ, a organização judiciária é feita segundo diversos
critérios:
1. Matéria;
2. Hierarquia;
3. Valor e da forma de processo aplicável;
4. Território;
Competência Genérica
De acordo com o disposto no artigo 18.º LOFTJ e 66.º CPC, são da competência dos
tribunais judiciais, as causas que não sejam atribuídas a outra ordem jurisdicional.
Trata-se assim de uma competência genérica e residual, na medida, em que lhe cabe
conhecer de todas as causas não específicas que não caibam a outras ordens
jurisdicionais, delimitando-se, assim, a sua competência, pela negativa.
Competência Especializada
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Atendendo ao valor da acção e à forma de processo aplicável, podem ser criados, nos
termos do artigo 69.º CPC e 64.º n.º 2, 2.ª parte da LOFTJ, tribunais de competência
específica.
A competência dos tribunais de competência específica, é assim delimitada por dois
critérios diferenciados: pelo valor da acção e pela forma de processo aplicável.
Varas cíveis
Valor: acções declarativas cíveis de valor superior à alçada do tribunal
da relação, artigo 97/1/a LOFTJ;
Tipo de acção: processo ordinário, artigo 462.º CPC
Juízos cíveis
Valor: acções declarativas cíveis inferiores à alçada do tribunal da
relação, mas superiores à alçada dos tribunais de comarca.
Acções declarativas de valor inferior à alçada dos tribunais de comarca, sempre que a
acção não se destine ao cumprimento de obrigações pecuniárias, a indemnizações por
dano, e à entrega de coisas móveis, pois nesse caso, a forma de processo já é a
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JULGADOS DE PAZ
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De acordo com o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), tanto os julgados de paz como os
tribunais judiciais têm competência para julgar casos relativos à responsabilidade civil
contratual e extracontratual.
Ou seja, os julgados de paz têm um carácter facultativo, uma vez que a lei não lhes
confere competências exclusivas, o que significa que, nos casos que sejam da sua
competência, os interessados também podem recorrer aos tribunais judiciais que
também sejam competentes.
De acordo com este tribunal, os julgados de paz actuais são um meio alternativo à via
judicial para a resolução dos pequenos diferendos da vida quotidiana, com
procedimentos simplificados e informais, em quadro de justiça de proximidade,
economicamente acessível e de disponibilização de instrumentos de mediação.
Não são tribunais judiciais, uma vez que se encontram fora do patamar da organização
judiciária portuguesa tal como ela resulta da Constituição e da Lei de Organização e
Funcionamento dos Tribunais Judiciais.
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ou alternativa dos julgados de paz, tendo o STJ decidido que, no actual quadro jurídico,
é alternativa relativamente aos tribunais judiciais de competência territorial
concorrente a competência material dos julgados de paz para apreciar e decidir
as seguintes acções:
- acções destinadas a efectivar o cumprimento de obrigações, com excepção das que
tenham por objecto prestação pecuniária e de que seja ou tenha sido credor originário
uma pessoa colectiva;
- acções de entrega de coisas móveis;
- acções resultantes de direitos e deveres de condóminos, sempre que a respectiva
assembleia não tenha deliberado sobre a obrigatoriedade de compromisso arbitral
para a resolução de litígios entre condóminos ou entre condóminos e o administrador;
- acções de resolução de litígios entre proprietários de prédios relativos a passagem
forçada
momentânea, escoamento natural de águas, obras defensivas das águas, comunhão
de valas, regueiras e valados, sebes vivas; abertura de janelas, portas, varandas e
obras semelhantes, estilicídio, plantação de árvores e arbustos, paredes e muros
divisórios;
- acções possessórias, usucapião e acessão;
- acções que respeitem ao direito de uso e administração da compropriedade, da
superfície, do usufruto, de uso e habitação e ao direito real de habitação periódica;
- acções que digam respeito ao arrendamento urbano, excepto as acções de despejo;
- acções que respeitem à responsabilidade civil contratual e extracontratual;
- acções que respeitem a incumprimento contratual, excepto contrato de trabalho e
arrendamento rural;
- acções que respeitem à garantia geral das obrigações.
O caso
O cidadão tinha interposto contra a seguradora uma acção pedindo que esta fosse
condenada a pagar-lhe uma quantia com fundamento em danos patrimoniais
decorrentes de estragos no seu veículo automóvel.
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Referências
Acórdão nº 11/2007, do Supremo Tribunal de Justiça, de 25 de Julho
Lei nº 78/2001, de 13 de Julho
Casos práticos
José, residente em Braga, vê o seu automóvel ser embatido pelo automóvel de Luís da
cidade do Porto. A seguradora de Luís tem sede em Lisboa e não aceita a
responsabilidade de Luís no embate.
Qual o tribunal competente?
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Se os danos fossem de € 6.000, seria competente os juízos cíveis, artigo 99.º LOFTJ,
sendo aplicável o processo sumário, artigo 462 a contrario sensu.
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Paulo xxxxxx, réu, em acção ordinária, nos autos à margem referenciados, em que
autor a Sociedade yyyy, vem respeitosamente CONTESTAR, nos termos e com os
seguinte fundamentos:
A) Excepção de incompetência
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Um juiz diligente deveria notificar o autor, para que este pudesse optar pelo tribunal
onde pretende ver a acção instaurada. Caso contrário remete os autos para um dos
dois tribunais competentes.
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O código de processo civil, está estruturado, tendo por base, o princípio de conflito de
interesses, uma vez que, o interesse em agir, um pressuposto processual, condição
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necessária para que uma acção possa ser intentada, visa exactamente filtrar, as
causas, em que existe um conflito, duas partes com interesses opostos.
Ao lado destes processos típicos, existem os processos de jurisdição voluntária, onde
não existe um verdadeiro conflito, previstos nos artigos 1409.º e seguinte CPC.
Estamos perante processos que respeitam a determinados interesses, cuja regulação,
atendendo aos interesses em causa, deve ser feita em tribunal, não obstante de não
respeitarem a verdadeiros conflitos.
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Exemplo
1.º
Os requerentes contraíram matrimónio civil, sem convenção antenupcial, no dia
___________. (junta cópia de certidão de casamento).
2.º
Desse casamento nasceram dois filhos, Luís Filipe, nascido a __________________, e
Bruno, nascido a ___________________, conforme certidões que se juntam.
3.º
Com o intuito de ver decretado o divorcio.
Nota: havendo filhos menores tem que se regular o poder paternal ou propõe-se,
por acordo homologado pelo Tribunal de Família.
Tenha-se em atenção que nunca se pode prescindir do dever de alimentos do
cônjuge que não fique com os filhos em caso de filhos menores.
4.º
Que para o efeito se junta acordo relativo à regulação do poder paternal dos filhos
menores, à casa de morada de família e quanto ao dever de alimentos.
Assinatura
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Quando ao regime de visitas, se estivermos perante um casal com bom senso deve
decretar-se o regime livre. No entanto, quando à más relações entre os cônjuges isto
não é a melhor solução.
No regime de visitas que não seja livre tem que se decidir tudo, como por exemplo:
quem vai buscar o menor á escola.
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- Pedido de alimentos para filhos maiores: se, por exemplo, os filhos já têm 18
anos e estão a estudar. Aqui, são os próprios filhos que intentam uma acção
contra o pai para que este lhes custei os estudos.
O processo civil é uma sequência de actos que devem ser praticados segundo
uma determinada sequência prevista na lei, sob pena de estarmos perante nulidades
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processuais, previstas nos artigos artigo 201.º “ Fora dos casos previstos nos artigos
anteriores, a prática de um acto que a lei não admita, bem como a omissão de um
acto ou de uma formalidade que a lei prescreva, só produzem nulidade quando a lei o
declare ou quando a irregularidade cometida possa influir no exame ou na decisão da
causa.”
O processo civil, tem uma sequência e uma finalidade, por isso é importante
que todas as suas formalidades sejam cumpridas, pelo que faltando uma delas, todos
os actos praticados subsequentemente serão igualmente nulos.
A violação da tramitação processual apenas é relevante, nos casos em que a
mesma não influa sobre a finalidade do processo.
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Nos casos em que as peças processuais seja enviadas por e-mail, devem ser-lhe
apostas assinatura digital do advogado, com o MMA, (a obter nos correios), de modo a
comprovar-se a autenticidade da peça e a data em que a mesma deu entrada nos
correios.
3
O n.º de fax de onde é enviado, deve estar registado na OA ou então ser enviado dos
CTT. Depois, do envio por fax, o original, acompanhado dos respectivos documentos,
devem ser entregues no prazo máximo de 7 dias.
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Sem prejuízo do juiz requerer a junção dos documentos originais, nos termos do n.º 8
do artigo 150
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Prazo supletivo geral - art. 153º: Quando o prazo não é fixado pela lei ou pelo
juiz entende-se que é 10 dias.
Como vimos os prazos peremptórios, impedem que determinado acto processual seja
praticado uma vez decorrido o seu termo.
Mas a lei admite alguns desvios.
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a. A lei assim, o preveja, isto é, nos casos do artigo 486/5, sempre que
a complexidade da causa o exija, pode o mandatário do réu,
requerer que o prazo para apresentação de contestação seja
prorrogado por mais 30 dias. Não há contraditório. Neste caso não se
suspende o prazo em curso e o juiz tem que se pronunciar num
prazo máximo de 24 horas – nº6
b. Por acordo das partes, por uma única vez, e por iguais períodos,
artigo 147.º n.º2.
2. Artigo 145.º n.º 4 e 146.º: a lei permite, apesar de decorrido o prazo,
que o acto processual possa ser praticado fora do prazo, em caso de justo
impedimento, não imputável nem à parte nem aos mandatários.
3. Artigo 145.º n.º 5: Nos casos em que não haja justo impedimento, a acto
poderá ainda ser praticado nos três primeiros dias úteis subsequentes ao
termo do prazo, desde que até ao primeiro dia útil posterior ao da prática do
mesmo, seja pago de montante igual a ¼ da taxa de justiça inicial por cada
dia de atraso, não podendo a multa exceder 3 UC.
Neste caso, se o prazo terminar numa quinta-feira, o prazo pode ser praticado na
sexta, segunda ou na terça.
Se entregar a peça na sexta, tem de pagar até segunda-feira, ¼ da taxa de
justiça inicial.
Se entregar na segunda, tem de pagar até terça ½ da taxa de justiça inicial.
Se entregar na terça, tem de pagar até quarta, ¾ da taxa de justiça inicial
O juiz pode determinar, nos termos do artigo 145.º n.º 7 a redução ou dispensa
da multa nos casos de manifesta carência económica ou quando o respectivo
montante se revele manifestamente desproporcionado.
Caso de exame:
Suponhamos num caso concreto ocorreu a PI, seguida de Contestação e houve
Replica. Quid iuris se entendermos que a réplica é nula porque não havia razão de
existir?
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Mas tenha-se sempre a consciência que caso não tenhamos recebido a carta no
terceiro dia posterior ao registo, podemos sempre ilidir a presunção.
Veja-se que o nº1 do art. 254º já não contem nenhuma presunção, pelo que o
prazo começa a correr no dia seguinte.
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Da leitura do nº1 do art. 229º A, a petição e a contestação apenas tem que ser
entregue no tribunal com as respectivas cópias. Mas quanto a todos os restantes
articulados, como réplica e tréplica, assim como todos os requerimentos autónomos já
é obrigatório notificar o mandatário da outra parte.
Sendo assim, temos sempre que juntar aos autos o documento comprovativo da
notificação ao mandatário das outras partes.
- Ora, este nº4 vem alterar as regras gerais, pois a regra geral era que o primeiro
dia do prazo era sábado, dia 21. Todavia, entre mandatários a intenção do
legislador era evitar que um advogado fosse notificado, por exemplo, sexta-
feira à noite para o seu escritório e, se não fosse trabalhar no fim-de-semana
encontra a notificação apenas passado 2 dias de prazo corrido.
Assim, neste caso, suponhamos que dia 4 de Janeiro era um domingo. Será que
o prazo começava a contar dia 4 ou dia 5?
- O que parece lógico é que, como sexta-feira não é um dia anterior a férias, mas
um dia anterior a sábado (as férias só se iniciam domingo), devemos ir para o
primeiro dia útil – dia 5. Mas repare-se que se o mandatário tivesse sido
notificado sábado, dia 21, como já era um dia anterior às férias, o prazo
terminaria dia 4, domingo.
Ou seja: o ridículo é que uma notificação feita depois começa a contar mais
cedo!
Note-se na previsão do artigo (...)”ou” (...) “ou”.
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A citação foi feita em férias judiciais. Logo o prazo para contestar de 30 dias não corre,
ou se já se tiver iniciado, suspende-se.
O prazo começa a correr, 1 de Setembro, que é sábado. Mas não tem importância,
ainda que fosse domingo, o prazo começa a correr no dia 1 Setembro.
O prazo para contestar termina dia 30 de Setembro, domingo, pelo que passa para o
dia útil seguinte, segunda-feira dia 1 de Outubro.
O acto pode ainda ser praticado até dia 4 de Outubro, quinta-feira, desde que se
proceda ao pagamento de multa. Para tal é necessário pedir as guias na secretaria.
Até ao dia 5 no máximo o pagamento tem de ser feito.
Como estamos no âmbito de uma acção sumária, o Autor tem 10 dias para replicar,
artigo 785. Se a data do registo é dia 3, o autor considera-se notificado 3 dias depois
ou seja, dia 6, o prazo começa a contar dia 7, termina dia 16, que é domingo, logo o
prazo termina apenas no dia útil seguinte, dia 17.
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L, autor nos autos à margem melhor identificados, de acção sumária, em que é réu, G,
respeitosamente, vem invocar justo impedimento, nos termos e com os seguintes
seguimentos:
1.º
O Autor, encontra-se hospitalizado desde o dia 30/04/2007.
2.º
Desde essa data, que o mesmo se encontra impossibilitado de comunicar com o seu
advogado.
3.º
Face ao teor da contestação, mostra-se necessário que o mandatário, conferencie com
o autor.
4.º
O que não foi possível, dado o acidente que o mesmo sofreu, ficando hospitalizado e
impossibilitado de falar com quem quer que seja.
P.E.D.
A Advogada
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O juiz, recebido o pedido de justo impedimento, tem de decidir, com respeito pelo
princípio do contraditório.
Nota: O justo impedimento, do artigo 146, que se aplica apenas ao casos de total
impossibilidade, distingue-se do artigo 485, que apenas se aplica nos casos de
dificuldade.
A parte poderá responder ao justo impedimento, no prazo supletivo de 10 dias.
G, réu nos autos à margem melhor identificados, de acção sumária, em que é autor, L,
respeitosamente, vem, responder ao justo impedimento, invocado pelo Autor, nos
termos e com os seguintes seguimentos:
1.º
Não se verifica justo impedimento nos termos invocados pelo autor.
2.º
Na verdade, o autor não esteve impedido de responder à contestação, pois o incidente
que alega ter sofrido, aconteceu no ano de 2005, e não no ano de 2006.
Termos em que se deve julgar não verificado o justo impedimento, não se devendo
admitir a resposta do Autor à contestação.
P.E.D.
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A advogada
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Nos termos do artigo 168.º o acesso aos autos é limitado, nos casos em que a
divulgação do seu conteúdo possa causar dano à dignidade das pessoas, à sua
intimidade da vida privada ou familiar, à moral pública ou sempre que se ponha em
causa a eficácia da decisão a proferir.
Pode ser limitados a publicidade do processo, designadamente nos seguintes
casos:
a) Os processos de anulação de casamento, divórcio, separação de pessoas e bens e
os que respeitem ao estabelecimento ou impugnação de paternidade, a que apenas
podem ter acesso as partes e os seus mandatários; assim apenas os mandatários com
procuração no processo podem ter acesso aos autos.
b) Os procedimentos cautelares pendentes, que só podem ser facultados aos
requerentes e seus mandatários e aos requeridos e respectivos mandatários, quando
devam ser ouvidos antes de ordenada a providência. Nos casos em que o contraditório
seja efectuado após o decretamento da providência, o mandatário também não pode
consultar os autos.
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que corra prazo para produção de prova, as partes apenas podem consultar o
processo durante 5 dias no máximo.
Havendo vários réus, por exemplo, a correndo prazo para todos, a secretaria
deve ter em atenção que todos tenham prazo para a consulta do mesmo.
Há dois casos específicos em que a consulta do processo está prevista:
Nos casos do artigo 657.º para que as partes possam fazer alegações de
direito.
Nos casos em que corra prazo efectuar recurso e as respectivas alegações
Nos processos findos: a confiança do processo pode ser requerida por
qualquer pessoa capaz de exercer o mandato judicial, a quem seja lícito examiná-los
na secretaria.
Falta de restituição do processo: de acordo com o artigo 170.º o
mandatário judicial que não entregar o processo dentro do prazo que lhe tiver sido
fixado, será notificado para, em dois dias, justificar o seu procedimento.
Não tendo justificado o seu comportamento, nem este constitua facto do
conhecimento pessoal do juiz ou justo impedimento, o mesmo será condenado no
máximo de multa. Se ainda assim, o processo não for entregue na secretaria, no
máximo de 5 dias, a multa será elevada ao dobro.
Se depois deste procedimento, o mandatário não entregar o processo, tal facto
será levado ao conhecimento do MP para que este promova contra ele, crime de
desobediência. É ainda dado conhecimento à OA ou à Câmara dos Solicitadores.
DISTRIBUIÇÃO DO PROCESSO
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As causas que por lei ou por despacho devam considerar-se dependentes de outras
são apensadas àquelas de que dependam.
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Nos termos do artigo 1.º do código das custas, todos os processos judiciais,
estão sujeitos a custas.
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TAXA DE JUSTIÇA :
De acordo com o artigo 305.º CC, a toda a causa, deve ser atribuído um valor certo. É
a este valor que se atenderá para determinar a competência do tribunal, a forma do
processo a relação da causa com a alçada do tribunal e o valor das custas, como
consta do artigo 13/1 “Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, a taxa de
justiça é, para cada parte, a constante da tabela do anexo I, sendo calculada sobre o
valor das acções, incidentes com a estrutura de acções, procedimentos cautelares ou
recursos.” “A taxa de justiça do processo corresponde ao somatório das taxas de
justiça inicial e subsequente de cada parte”
O valor da causa inclui não só capital, mas também os juros.
No caso em que haja durante o desenrolar do processo, redução do pedido, tal facto,
não conta para efeitos de custas.
Em sede de recurso, deve ser indicado com valor da sucumbência, (valor que o
réu foi condenado a pagar) para efeitos de determinação da taxa de justiça.
As custas são pagas através da taxa de justiça, pelo autor e pelo réu, de forma
progressiva, quer na primeira instância quer na Relação e no Supremo.
A taxa de justiça inicial é paga no momento em que dá corpo à acção,
devendo o autor pagar a mesma aquando da entrada da PI em tribunal, devendo o réu
pagar a mesma, aquando da apresentação da contestação. Em sede de recuso a taxa
de justiça inicial é paga aquando da entrega das alegações. Artigo 22 “A taxa de
justiça é paga gradualmente pelo autor, requerente, recorrente, exequente, réu,
requerido ou executado que deduza oposição e recorrido que alegue, nos termos dos
artigos 23.º a 29.º”
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Artigo 23.º
Taxa de justiça inicial
- Para promoção de acções e recursos, bem como nas situações previstas no artigo
14.º, é devido o pagamento da taxa de justiça inicial autoliquidada nos termos da
tabela do anexo I.
2 - Para promoção de execuções é devido o pagamento de uma taxa de justiça
correspondente a 1/4 UC ou 1/2 UC, consoante a execução tenha valor igual ou inferior
ao da alçada do tribunal da relação ou superior ao mesmo, aplicando-se, com as
devidas adaptações, o regime da taxa de justiça inicial.
Artigo 24.º
Pagamento prévio da taxa de justiça inicial
1 - O documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça referida no artigo
anterior é entregue ou remetido ao tribunal com a apresentação:
a) Da petição ou requerimento do autor, exequente ou requerente;
b) Da oposição do réu ou requerido;
c) Das alegações e contra-alegações de recurso e, nos casos de subida diferida, das
alegações no recurso que motivou a subida ou da declaração no interesse da subida.
2 - O documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça inicial perde a sua
validade no prazo de 90 dias a contar da data da respectiva emissão se não tiver sido,
entretanto, apresentado em juízo.
3 - Se o interessado não tiver utilizado o documento referido no número anterior,
pode, no prazo de 180 dias a contar da data da respectiva emissão, requerer ao
Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça o reembolso da quantia
despendida, mediante a entrega do seu original, ou de documento de igual valor
probatório, contendo obrigatoriamente os mesmos elementos daquele, sob pena de
esse montante reverter para o Cofre Geral dos Tribunais.
4 - Os prazos referidos nos números anteriores não se suspendem nos sábados,
domingos e feriados, bem como nas férias judiciais.
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Pode acontecer que: A interpôs a acção e paga a taxa de justiça inicial. Apesar
das tentativas, o réu não foi notificado, sendo julgado à revelia. Quando o
processo findar, na conta de custas, o réu vai ter de pagar a taxa que lhe cabe.
Artigo 25.º
Taxa de justiça subsequente
1 - O montante da taxa de justiça subsequente é igual ao da taxa de justiça inicial,
sendo autoliquidada nos termos da tabela do anexo I.
2 - Quando haja mais de um autor, requerente ou recorrente, ou mais de um réu,
requerido ou recorrido e o montante da taxa de justiça inicial paga se revelar
suficiente para assegurar o pagamento da taxa de justiça devida pela respectiva
parte, são aqueles dispensados do pagamento da taxa de justiça subsequente.
3 - As notificações referidas no artigo seguinte devem mencionar expressamente a
dispensa do pagamento da taxa de justiça subsequente, sem prejuízo de a mesma
poder ser invocada pelas partes.
Artigo 26.º
Prazo de pagamento da taxa de justiça subsequente
1 - O documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça subsequente referida
no artigo anterior é entregue ou remetido ao tribunal no prazo de 10 dias a contar:
a) Da notificação para a audiência final;
b) Nos recursos, da notificação do despacho que mande inscrever o processo em
tabela.
2 - É aplicável à taxa de justiça subsequente o disposto nos n.os 2 a 4 do artigo 24.º
Artigo 27.º
Limite da taxa de justiça inicial e subsequente
1 - Nas causas de valor superior a € 250000 não é considerado o excesso para efeito
do cálculo do montante da taxa de justiça inicial e subsequente.
2 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o remanescente é considerado na
conta a final.
3 - Se a especificidade da situação o justificar, pode o juiz, de forma fundamentada e
atendendo, designadamente, à complexidade da causa e à conduta processual das
partes, dispensar o pagamento do remanescente.
4 - Quando o processo termine antes de concluída a fase de discussão e
julgamento da causa não há lugar ao pagamento do remanescente
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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ENCARGOS PROCESSUAIS
Artigo 32.º
Encargos
1 - As custas compreendem os seguintes encargos:
a) Os reembolsos ao Cofre Geral dos Tribunais por despesas adiantadas, incluindo,
entre outras, as relativas à transcrição das provas produzidas oralmente;
b) Os pagamentos devidos ou adiantados a quaisquer entidades, nomeadamente
documentos, pareceres, plantas, outros elementos de informação ou de prova e
serviços que o tribunal tenha requisitado, excepto o custo de certidões extraídas
oficiosamente pelo tribunal;
c) As retribuições devidas a quem interveio acidentalmente no processo, incluindo as
compensações legalmente estabelecidas;
d) As despesas de transporte e ajudas de custo;
e) O reembolso ao Estado do dispêndio com o apoio judiciário, incluindo, entre outros,
o relativo a honorários pagos ou adiantados no âmbito do mesmo;
f) O custo da citação por funcionário judicial no caso de o autor declarar pretendê-la,
nos termos do n.º 8 do artigo 239.º do Código de Processo Civil.
2 - Sem prejuízo do disposto no artigo 4.º, o reembolso à parte vencedora das quantias
devidas a título de custas de parte e de procuradoria constitui encargo da parte
vencida, na medida em que seja condenada, nos termos dos artigos seguintes.
3 - Nos casos em que haja lugar à transcrição das provas produzidas oralmente, os
custos com a mesma são suportados pelo recorrente, mediante o pagamento de
preparo para despesas.
4 - Todas as despesas suportadas pelo Cofre Geral dos Tribunais ficam documentadas
no processo.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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CONTAS DE CUSTAS
De acordo com o artigo 446.º CPC, a decisão que julgue a acção ou algum dos
seus incidentes ou recursos, condenará em custas a parte que a elas houver dado
causa, ou havendo vencimento da acção, quem do processo tirou proveito.
Artigo 33.º
Custas de parte
1 - As custas de parte compreendem o que a parte haja despendido com o processo a
que se refere a condenação e de que tenha direito a ser compensada em virtude da
mesma, designadamente:
a) As custas adiantadas;
b) As taxas de justiça pagas;
c) A procuradoria;
d) Os preparos para despesas e gastos;
e) As remunerações pagas ao solicitador de execução, as despesas por ele efectuadas
e os demais encargos da execução.
2 - As quantias referidas no número anterior, bem como o restante dispêndio de que a
parte tenha direito a ser compensada, são objecto de nota discriminativa e
justificativa.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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Artigo 33.º-A
Pagamento das custas de parte
1 - Sem prejuízo da sua cobrança em execução de sentença, no prazo de 60 dias a
contar do trânsito em julgado da mesma, a parte que tenha direito a ser compensada
das custas de parte remete à parte responsável a respectiva nota discriminativa e
justificativa, para que esta proceda ao seu pagamento.
2 - Nos casos em que o pagamento deva ser efectuado por quantias depositadas à
ordem do processo, a nota discriminativa e justificativa referida no número anterior é
igualmente remetida ao tribunal, o qual, observado o disposto nos números seguintes,
procede ao respectivo pagamento.
3 - À nota discriminativa e justificativa referida nos números anteriores, aplica-se, com
as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 60.º a 62.º, 64.º e 66.º
4 - A admissão da reclamação e do recurso dependem do depósito prévio do montante
constante da nota discriminativa e justificativa, a efectuar nos termos do n.º 3 do
artigo 124.º
5 - A reclamação dá lugar ao pagamento de uma taxa de justiça, fixada nos termos do
artigo 16.º
6 - Em caso de falta de pagamento da nota discriminativa e justificativa, e quando a
parte interessada não requeira, por qualquer outro motivo, a execução da sentença,
pode a mesma requerer ao Ministério Público que instaure execução por custas, nos
termos do n.º 3 do artigo 116.º
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ISENÇÃO DE CUSTAS
REDUÇÃO DE CUSTAS
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Artigo 14.º
Redução a metade da taxa de justiça
1 - A taxa de justiça é reduzida a metade, não sendo devida taxa de justiça
subsequente nos seguintes casos:
a) Acções que não comportem citação do réu, oposição ou audiência de julgamento;
b) Acções que terminem antes de oferecida a oposição ou em que, devido à sua falta,
seja proferida sentença, ainda que precedida de alegações;
c) Acções que terminem antes da designação da audiência final;
d) Processos emergentes de acidente de trabalho ou de doença profissional
terminados na fase contenciosa por decisão condenatória imediata ao exame médico;
e) Inventários em que não haja operações de partilha ou que terminem antes da fase
da conferência de interessados;
f) Autorizações ou confirmações de actos de incapazes, autorizações para alienar ou
onerar bens do ausente, divisões de coisa comum, prestações de contas de cabeça-de-
casal e semelhantes processadas por dependência de processos de incapazes;
g) Acções de contribuição para as despesas domésticas;
h) Conversões de separação judicial de pessoas e bens em divórcio;
i) Oposições ao inventário;
j) Embargos e anulação de concordatas;
l) Oposições à penhora;
m) Concursos de credores;
n) Procedimentos cautelares e respectiva oposição;
o) Processos de jurisdição de menores;
p) Depósitos e levantamentos;
q) Acordos em matéria laboral homologados na fase conciliatória do processo, desde
que nessa fase lhe tenha sido posto termo, mesmo por sentença condenatória
imediata à diligência de conciliação;
r) Remição, caducidade e actualização de pensões;
s) Revisões de incapacidade ou de pensão;
t) Acções para convocação de assembleias gerais ou órgãos equivalentes e
impugnação das suas deliberações e reclamações de decisões disciplinares por
associados de instituições de previdência ou de organismos sindicais;
u) Acções de processo civil simplificado;
v) Incidentes de escolha da prestação na obrigação alternativa, de verificação da
condição ou da prestação e de liquidação de obrigação, nos casos previstos,
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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O artigo 15.º prevê ainda o caso de redução especial de custas, ficando a taxa
de justiça inicial e subsequente reduzida em 1/10 se os mandatários optarem pelo
envio de todos os articulados por via electrónica.
Artigo 15.º
Redução especial da taxa de justiça
1 - A taxa de justiça inicial e subsequente devida pelas partes cujos mandatários
optem pelo envio de todos os articulados, alegações, contra-alegações e
requerimentos de prova através de correio electrónico ou de outro meio de
transmissão electrónica de dados é reduzida em um décimo.
2 - A taxa de justiça da parte que opte pelo envio nos termos do número anterior e a
taxa de justiça do processo são reduzidas em conformidade com o disposto no mesmo.
3 - A opção prevista no n.º 1 deve ser expressamente efectuada no primeiro acto
processual praticado por escrito pela parte, o qual deve ser apresentado a juízo
através de um desses meios, produzindo efeitos até ao termo do processo.
4 - Quando ocorra, em momento posterior à opção pelo envio nos termos do n.º 1, a
apresentação em juízo através de qualquer outro meio legalmente admissível dos
actos processuais em causa, fica sujeita à aplicação das cominações previstas para a
omissão do pagamento das taxas de justiça inicial ou subsequente, consoante os
casos.
5 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, o montante da multa devida não
pode, em caso algum, ser inferior ao quádruplo do montante da redução da taxa de
justiça de que a parte tenha beneficiado nos termos do n.º 1.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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CASOS ANÓMALOS
No que se refere a casos anómalos, a taxa de justiça será fixada pelo juiz, nos
termos do artigo 16.º por exemplo, se o autor ou o réu fizerem um requerimento
autónomo antes dois dias do julgamento, para a substituição de testemunha, e a outra
parte vem arguir nulidade, sem fundamento, há pagamento de taxa de justiça ao
abrigo do artigo 16.
Artigo 16.º
Taxa de justiça noutras questões incidentais
1 - Nas ocorrências estranhas ao desenvolvimento normal da lide que devam ser
tributadas segundo os princípios que regem a condenação em custas e na
incompetência relativa, nos impedimentos, nas suspeições, na habilitação, na
falsidade, na produção antecipada de prova, no desentranhamento de documentos,
bem como noutras questões incidentais não referidas no artigo 14.º, a taxa de justiça
é fixada pelo juiz em função da sua complexidade, do valor da causa, do processado a
que deu causa ou da sua natureza manifestamente dilatória, entre 1 UC e 20 UC.
2 - Nos casos previstos no número anterior, se a especificidade da situação o justificar,
pode o juiz, de forma fundamentada, dispensar do pagamento de taxa de justiça.
3 - Sem prejuízo do disposto relativamente à litigância de má fé, se, até à elaboração
da conta, o juiz não fixar o valor da taxa de justiça ou não dispensar do seu
pagamento, o montante daquela será automaticamente fixado em metade do valor da
taxa de justiça do processo, não podendo, no entanto, exceder o valor de 2 UC.
Nos casos em que as partes sejam plurais, por exemplos, dois réus ou dois
autores, a taxa de justiça é uma só, artigo 13.
Artigo 13.º
Base de cálculo da taxa de justiça
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1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, a taxa de justiça é, para cada
parte, a constante da tabela do anexo I, sendo calculada sobre o valor das acções,
incidentes com a estrutura de acções, procedimentos cautelares ou recursos.
2 - A taxa de justiça do processo corresponde ao somatório das taxas de justiça inicial
e subsequente de cada parte.
3 - Em caso de pluralidade activa ou passiva de sujeitos processuais, cada conjunto
composto por mais de um autor, requerente ou recorrente ou mais de um réu,
requerido ou recorrido, é considerado, mesmo quando lhes correspondam petições,
oposições ou articulados distintos, como uma única parte para efeitos do disposto nos
números anteriores.
4 - Havendo, nos termos do número anterior, pluralidade subjectiva, os respectivos
sujeitos processuais são solidariamente responsáveis pelo pagamento da totalidade da
taxa de justiça da parte que integram.
Artigo 33.º-A
Pagamento das custas de parte
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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NORMAS DO CPC
O código de processo civil, tem normas importante no que se refere às custas.
O artigo 446.º estabelece que, a decisão que julgue a acção ou algum dos seus
incidentes ou recursos, condenará em custas a parte que a elas houver dado causa,
ou, não havendo vencimento da acção, quem do processo tirou proveito.
Para este efeito, entende-se que dá causa às custas do processo, a parte
vencida, na proporção em que o for.
Tendo ficado vendidos vários autores ou vários réus, respondem pelas partes
iguais, salvo se houver diferença sensível, quanto à participação de cada um deles na
acção, porque nesse caso, as custas serão distribuídas segundo a medida da sua
participação; no caso de condenação por obrigação solidária, a solidariedade estende-
se às custas.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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Nos termos do artigo 449.º se o réu não deu causa à acção nem contestar, as
custas do processo serão integralmente suportadas pelo autor.
A lei especifica os casos em que o réu não dá causa a acção:
1. Quando o autor se proponha a exercer um mero direito potestativo que não
tenha origem em qualquer facto ilícito praticado pelo réu;
2. Quando a obrigação do réu só se vença com a citação ou depois de proposta
a acção; se o autor intenta acção para incumprimento contratual em 12/12/2007, mas
a obrigação do réu apenas se vence em 20/12/2007. Se o réu não contestar é o autor
que tem de pagar as custas. Se o réu contestar é ele que paga, porque põe em causa
a posição do autor.
3. Quando o autor, munido de título com manifesta força executiva, use sem
necessidade, o processo de declaração.
4. Quando o autor, podendo logo interpor recurso de revisão, use sem
necessidade do processo de declaração.
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Caso prático
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MULTAS E LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ
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CONTEÚDO DA INDEMNIZAÇÃO
Ex: o autor propõe uma acção contra réu para efeitos de pagamento de dívida antiga e
intenta simultaneamente providencia cautelar de arresto sobre um prédio.
Se se provar que o réu já tinha pago o montante reclamado com a acção, pode o
mesmo requerer a condenação em litigância de má fé por parte do autor, podendo
inclusive, pedir uma indemnização pelos danos causados, com o arresto do prédio, que
não pode ser vendido, por causa do mesmo.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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conhecimento do facto à OA, para que esta possa aplicar sanção respectiva e
condenar o mandatário na quota-parte das custas, multa e indemnização, artigo 459.º.
1. A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus
direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por
insuficiência de meios económicos.
4. Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão
em prazo razoável e mediante processo equitativo.
5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, a lei assegura aos
cidadãos procedimentos judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo
a obter tutela efectiva e em tempo útil contra ameaças ou violações desses direitos.
Para dar cumprimento ao disposto na CRP, a lei 34/2004 alterada pela lei 47/2007,
estabelece de modo claro os direitos dos cidadãos no acesso à justiça, garantindo, o
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A INFORMAÇÃO JURÍDICA
A PROTECÇÃO JURÍDICA
ÂMBITO PESSOAL
Nos termos do artigo 7.º tem direito a protecção jurídica, os cidadãos nacionais e
da UE, os estrangeiros e apátridas com título de residência válido num estado da UE,
que demonstrem insuficiência económica.
Os estrangeiros sem título de residência válido num estado membro da UE, é
reconhecido o direito de protecção jurídica na medida em que ele seja atribuído aos
portugueses, pelas leis dos respectivos estados, ao abrigo do princípio da
reciprocidade.
As pessoas colectivas, com fins lucrativos e os estabelecimentos individuais de
responsabilidade limitada não tem direito a protecção jurídica.
5
No regime do Dl 387-B/87 a competência para concessão do apoio judiciário cabia
aos tribunais, a OA indicada o advogado, caso o patrocinado não o indicasse e todo o
processo era feito pelo tribunal. Com o DL 30-E/2000, a apreciação da insuficiência
passa a ser feita pela segurança social; parte deixa de poder indicar advogado.
Com o DL 34/2004, actualmente em vigor, embora com alterações, em processo civil,
o patrocinado deixou de poder indicar advogado, sendo tal apenas possível no
processo crime, sendo essa escolha feira com base em lista indicada pela OA.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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As pessoas colectivas sem fins lucrativos, têm apenas direito a protecção jurídica
na modalidade de apoio judiciário devendo para tal, fazer prova da insuficiência
económica.
Em qualquer dos casos, a protecção jurídica não pode ser concedida às pessoas
que alienaram ou oneraram parte dos seus bens, para se colocarem em condições de
o obter, nem tratando-se de apoio judiciário, aos cessionários do direito ou objecto
controvertido, quando a cessão tenha sido realizada com o propósito de obter aquele
benefício.
INSUFICIÊNCIA ECONÓMICA
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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A protecção jurídica caduca, nos termos do artigo 11, nos seguintes casos:
1. Pelo falecimento da pessoa singular, pela extinção dissolução da pessoa colectiva a
quem foi concedido, salvo se os sucessores na lide, no incidente da sua habilitação,
juntarem cópia do requerimento de apoio judiciário e os mesmos vierem a ser
deferidos.
2. Pelo decurso do prazo de um ano após a sua concessão sem que tenha sido
prestada consulta ou instaurada acção em juízo, por razão imputável ao requerente.
3. A protecção caduca nos casos em que é requerida e posteriormente o requerente é
representado pelo MP, o que normalmente é comum, nos processos de trabalho.
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CONSULTA JURÍDICA
APOIO JUDICIÁRIO
Nos casos em que exista pagamento faseado, cumpre referir que as prestações não
serão mais exigíveis após o decurso de quatro anos do trânsito em julgado da decisão.
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
O regime do apoio judiciário, aplica-se, em conformidade com o artigo 17.º, a todos
os tribunais, qualquer que seja a forma de processo, nos julgados de paz, noutras
estruturas alternativas de resolução de litígios, nas contra-ordenações e nos processos
que corram nas conservatórias.
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Em processo crime e no que se refere ao arguido, este pode requerer o apoio judiciário
antes do termo do prazo para intentar recurso da decisão do tribunal de primeira
instância.
O pedido de apoio mantém-se para efeitos de recurso, qualquer que seja a decisão
sobre a causa, e é extensivo a todos os processos que sigam por apenso àquele em
que essa concessão se verificar, sendo-o também no processo principal quando
concedido para qualquer apenso. O mesmo mantém-se ainda para as execuções
fundadas em sentença proferida em processo em que essa concessão se tenha
verificado.
O Requerimento para apoio judiciário, pode ser requerido, nos termos do artigo
19.º
a. Pelo Interessado na sua concessão.
b. Pelo MP em representação do interessado.
c. Por advogado, advogado estagiário, solicitador em representação do
interessado, bastando para comprovar essa representação as assinaturas conjuntas do
interessado e patrono.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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Se decorrido o prazo sem que tenha sido proferido uma decisão, considera-se
tacitamente deferido o pedido.
Nos casos em que o pedido seja indeferido, a segurança social, tem
necessariamente que ouvir o requerido, em cumprimento do direito de audiência
prévia, previsto no artigo 23. Se o requerente de protecção jurídica, devidamente
notificado para o exercício do direito de audiência prévia, não se pronunciar no prazo
que lhe for concedido, a proposta de decisão converte-se em definitiva, não havendo
lugar a nova notificação.
6
Nos casos em que a insuficiência económica seja superveniente e estejamos perante
um caso de processo civil, a apresentação do requerimento de apoio judiciário,
suspende os prazos que estejam a correr.
7
Este tipo de acções são comuns quando está correr prazo para prescrição. Como
sabemos a mesma só se interrompe no termo de 5 dias a contar da citação do réu, daí
que o autor tenha urgência na acção e não possa esperar pelos 30 dias da decisão da
segurança social. O mesmo se passa com o prazo de caducidade, que se interrompe
com a simples propositura da acção.
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Nos casos em que o processo já esteja acorrer, e uma das partes tenha ficado com
insuficiência económica no decorrer do processo, e seja necessário pagar por exemplo,
a taxa de justiça subsequente, deve requerer-se a suspensão do prazo para o seu
pagamento, até decisão da segurança social. Nos casos em que a decisão seja
negativa, a parte terá que pagar, sem prejuízo do seu reembolso posterior.
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No caso em que o pedido de apoio judiciário seja apresentado por residentes noutro
estado membro da UE, em que sejam competentes os tribunais portugueses, a apoio
judiciário abrange:
1. Serviços prestados por intérprete;
2. Traduções de documentos exigidos pelo tribunal ou outras entidades
necessárias para a resolução dos litígios;
3. Despesas de deslocação a suportar pelo requerente, na medida em que a lei
ou o tribunal exijam a presença física, em audiência, das pessoas a ouvir e o
tribunal decida que estas não possam ser ouvidas satisfatoriamente por
quaisquer outros meios.
A CITAÇÃO
Depois do autor intentar acção contra o réu, o mesmo tem de ser citado para o
processo, para que tenha conhecimento que contra ele corre uma acção. Assim
estabelece o artigo 228/1 que a citação é o acto pelo qual se dá conhecimento ao réu
de que foi proposta contra ele determinada acção e se chama ao processo para se
defender. A citação emprega-se ainda, para chamar pela primeira vez, ao processo
alguma pessoa interessada na causa.
A NOTIFICAÇÃO
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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Diferente da citação é a notificação, que serve, nos termos do artigo 228/2 para,
em quaisquer actos, chamar alguém a juízo, ou dar conhecimento de um facto.
MODALIDADES DE CITAÇÃO
A citação edital não é automática, como decorre do artigo 244, trata-se antes da
última tentativa de citar o réu. “Quando seja impossível a realização da citação, por o
citando estar ausente em parte incerta, a secretaria diligencia obter informação sobre
o último paradeiro ou residência conhecida junto de quaisquer entidades ou serviços,
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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designadamente, mediante prévio despacho judicial, nas bases de dados dos serviços
de identificação civil, da segurança social, da Direcção-Geral dos Impostos e da
Direcção-Geral de Viação e, quando o juiz o considere absolutamente indispensável
para decidir da realização da citação edital, junto das autoridades policiais.”
Assim, primeiro é necessário que seja enviado ao réu, carta registada com aviso de
recepção. A mesma tem de ser devolvida, para se passar à citação através de
solicitador, para que este possa apurar sobre o paradeiro da pessoa. Só depois destes
procedimentos falharem é que se passa para a citação edital.
A regra segundo o disposto no artigo 234.º é que incumbe à secretaria oficiosamente e
sem necessidade de despacho prévio, efectuar todas as diligências que se mostrem
adequadas à efectivação da regular citação do réu. Mas na prática isto não acontece
assim, porque se se frustrara citação por via postal, a secretaria notifica logo o autor
para que este promova a citação, artigo 234/2.
Se o autor optar por citação edital ela é feita nos termos dos artigos 248.º ss:
Nos casos em que a citação seja determinada pela incerteza do lugar em que o
citando se encontra, a mesma é feita pela afixação de editais e pela publicação de
anuncias. Afixar-se-ão três editais, um na porta do tribunal, outro na porta da casa da
última residência que o citando teve no país e outro na porta da seda da respectiva
junta de freguesia. Para além disso, são ainda publicados os anúncios, em dois
números seguidos de um dos jornais de âmbito regional ou nacional, mais lidos na
localidade em que esteja a casa da última residência do citando.
Nos editais, e nos termos do artigo 249.º individualizar-se-á a acção, para a qual
o ausente é citado, indicando-se quem a propôs, e qual o pedido do autor. Designa-se
ainda o tribunal em que o processo corre, a vara juízo, a secção e a dilação, o prazo
para defesa e a cominação, explicando-se que o prazo para defesa só começa a correr
depois de finda a dilação e que esta se contra da publicação do último anúncio ou, não
havendo lugar a anúncios, de data da afixação dos editais que destes constará então.
A citação considera-se feita no dia em que se publique o último anúncio ou,
não havendo anúncios, no dia em que sejam afixados os editais, artigo 250. A partir da
data da citação conta-se o prazo da dilação; finda esta, começa a correr o prazo para o
oferecimento da defesa.
Nos casos em que a citação edital seja determinada pela incerteza das pessoas
e a citar, nos termos do artigo 251º a citação é feita nos termos referidos nos termos
anteriores, com as seguintes especificações:
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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CITAÇÃO PESSOAL
A citação pessoal, é feita de modo oficioso pela secretaria, esta é a regra, artigo
234.º n.º 1, ou seja, assim que uma PI chegue a tribunal a secretaria não a submete a
juiz, antes cita de imediato o réu, oficiosamente.
Há porém, casos excepcionais, em que a citação depende de prévio despacho
judicial, artigo 234.º n.º 4:
1. Nos casos expressamente previstos na lei;
2. Nos procedimentos cautelares e em todos os casos em que incumbe ao juiz
decidir da prévia audiência do requerido;
3. Nos casos em que a propositura da acção deva ser anunciada, nos termos da
lei;
4. Quando se trate de citação de terceiros, chamados a intervir na causa
pendente;
5. No processo executivo, nos termos do artigo 812/1 e do 812-A/2.
6. Quando se trate de citação urgente.
7. A secretaria, pode suscitar a intervenção do juiz, quando se lhe afigure
manifesta a falta de um pressuposto processual, insuprível de que o juiz deva
conhecer oficiosamente, artigo 234-A /5.
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ORDEM DOS ADVOGADOS – CONSELHO DISTRITAL DO PORTO
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para a acção a que o duplicado se refere, sendo lhe indicado o tribunal, juízo, vara e
secção onde corre o processo, se já tiver havido distribuição.
Será ainda indicado no acto de citação, o prazo dentro do qual ele pode
oferecer defesa, a necessidade de patrocínio judiciário e as cominações que corre em
caso de revelia.
CITAÇÃO POR VIA POSTAL, NOS CASOS EM QUE NÃO HÁ DOMICÍLIO CONVENCIONADO. ARTIGO 236.º
A citação por via postal faz-se por meio de carta registada com aviso de
recepção, de modelo oficialmente aprovado, dirigida ao citando e endereçada para a
sua residência ou local de trabalho ou, tratando-se de pessoa colectiva ou sociedade,
para a respectiva sede ou para o local onde funciona normalmente a administração,
incluindo todos os elementos supra referidos, e ainda a advertência, dirigida ao
terceiro que a receba, de que a não entrega ao citando, logo que possível, o fará
incorrer em responsabilidade, em termos equiparados aos da litigância de má fé.
No caso de citação de pessoa singular, a carta pode ser entregue, após
assinatura do aviso de recepção, ao citando ou a qualquer pessoa que se encontre na
sua residência ou local de trabalho e que declare encontrar-se em condições de a
entregar prontamente ao citando.
Antes da assinatura do aviso de recepção, o distribuidor do serviço postal
procede à identificação do citando ou do terceiro a quem a carta seja entregue,
anotando os elementos constantes do bilhete de identidade ou de outro documento
oficial que permita a identificação.
Quando a carta seja entregue a terceiro, cabe ao distribuidor do serviço postal
adverti-lo expressamente do dever de pronta entrega ao citando.
Não sendo possível a entrega da carta, será deixado aviso ao destinatário,
identificando-se o tribunal de onde provém e o processo a que respeita, averbando-se
os motivos da impossibilidade de entrega e permanecendo a carta durante oito dias à
sua disposição em estabelecimento postal devidamente identificado.
Se o citando ou qualquer das pessoas que se encontre na sua residência,
recusar a assinatura do aviso de recepção ou o recebimento da carta, o distribuidor do
serviço postal lavra nota do incidente, antes de a devolver.
CITAÇÃO POR VIA POSTAL, NOS CASOS EM QUE HÁ DOMICÍLIO CONVENCIONADO . ARTIGO 237- A
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encontrar, deixará nota com indicação de hora certa para a diligência na pessoa
encontrada que estiver em melhores condições de a transmitir ao citando ou, quando
tal for impossível, afixará o respectivo aviso no local mais indicado, tal como prevê o
artigo 240.
No dia e hora designados, o solicitador fará a citação na pessoa do citando, se
o encontrar; não o encontrando, a citação é feita na pessoa capaz que esteja em
melhores condições de a transmitir ao citando, incumbindo-a o solicitador ou o
funcionário de transmitir o acto ao destinatário e sendo a certidão assinada por quem
recebeu a citação; pode, neste caso, a citação ser feita por funcionário do solicitador
ou por outro solicitador.
Não sendo possível obter a colaboração de terceiros, a citação é feita mediante
afixação, no local mais adequado e na presença de duas testemunhas, da nota de
citação, com indicação dos elementos referidos no artigo 235.º, declarando-se que o
duplicado e os documentos anexos ficam à disposição do citando na secretaria judicial.
Constitui crime de desobediência a conduta de quem, tendo recebido a citação,
não entregue logo que possível ao citando os elementos deixados pelo funcionário, do
que será previamente advertido; tendo a citação sido efectuada em pessoa que não
viva em economia comum com o citando, cessa a responsabilidade se entregar tais
elementos a pessoa da casa, que deve transmiti-los ao citando.
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Nota: sempre que a citação seja efectuada em pessoa diversa do citando nos termos
do artigo 236/2, 240/2 e 3, será ainda enviada carta registada pela secretaria, ao
citando, no prazo de dois dias úteis, comunicando-lhe a data e o modo por que o acto
se considera realizado, o prazo para o oferecimento da defesa e as comunicações
aplicáveis à falta desta, o destino do duplicado e a identidade da pessoa em quem a
citação foi realizada, artigo 241.
A citação pode parecer de nulidade ou mesmo não se verificar, pelo que não
se deve confundir a nulidade de citação com a falta de citação.
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Foi publicado no jornal oficial em 10/12/2007 entrando em vigor 20 dias após a sua
publicação, mas a sua aplicação prática só se fará sentir a partir de Novembro de
2008.
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Se eventualmente existir diferendo conjugal, um dos cônjuges pode invocar que não
se considera citado, porque esta separado e não fala com o cônjuge. O regime falta de
citação não é aplicável à citação edital
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De acordo, com o artigo 254.º os mandatários são notificados por carta registada,
dirigida para o seu escritório ou para o domicílio escolhido, podendo ser também
notificados pessoalmente pelo funcionário quando se encontrem no edifício do
tribunal.
Podem ainda os mandatários optarem por serem notificados por forma
electrónica, nos termos do artigo 138.º – A.
A notificação postal presume-se feita no terceiro dia posterior ao do registo, ou
no primeiro dia útil seguinte a esse, quando o não seja.
A notificação não deixa de produzir efeito pelo facto de o expediente ser
devolvido, desde que a remessa tenha sido feita para o escritório do mandatário ou
para o domicílio por ele escolhido; nesse caso, ou no de a carta não ter sido entregue
por ausência do destinatário, juntar-se-á ao processo o sobrescrito, presumindo-se a
notificação feita no dia a que se refere o número anterior.
A notificação por transmissão electrónica de dados, presume-se feita da data da
sua expedição.
As presunções estabelecidas nos números anteriores só podem ser ilididas pelo
notificado provando que a notificação não foi efectuada ou ocorreu em data posterior
à presumida, por razoes que lhe não sejam imputáveis.
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Para além dos actos praticados judicialmente, o advogado pode ter que praticar
outros actos, como por exemplo negociar resoluções de contratos, onde, à cautela,
também deve ser pedida a procuração para que seja possível demonstrar
inequivocamente que foi mandatado para determinada actuação.
Procuração forense:
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Assinatura do cliente
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Nos termos do art. 300º CPC, a transacção pode ser feita por documento
público ou particular. Se é feita em Tribunal é ditada para a acta. E caso seja feita fora
daquele requer-se, de acordo com o colega, a transacção.
Procuração forense:
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Assinatura do cliente
Substabelecimento
Substabelecimento
Assinatura do mandatário
Regra: o mandatário não responde pelos actos praticados pela pessoa em relação à
qual substabeleceu, nos casos em que o mesmo tenha sido autorizado pelo cliente.
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Os efeitos da citação estão previstos no artigo 481.
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A reconvenção pode assim implicar uma alteração objectiva e subjectiva da
instância.
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31.º.
A improcedência da acção e a absolvição do réu da instância não obstam à
apreciação do pedido reconvencional regularmente deduzido, salvo quando este seja
dependente do formulado pelo autor. Assim se A pede a B a entrega de um prédio e
este requere o pagamento de benfeitorias, em sede de reconvenção, as mesmas não
serão pagas, se se provar que o prédio não é da propriedade de A.
Regras gerais
A parte que se opuser ao incidente, no prazo máximo de 10 dias, tem igualmente que
efectuar requerimento, oferecer rol de testemunhas e requerer meios de prova.
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1. Intervenção principal
a. Intervenção espontânea
b. Intervenção provocada
2. Intervenção acessória
a. Intervenção provocada
b. Intervenção do M.P.
c. Assistência
3. Oposição
a. Oposição espontânea
b. Oposição provocada
c. Embargos de terceiros
INTERVENÇÃO PRINCIPAL
Nos termos do artigo 320.º podem intervir a título principal, ao lado do autor ou do
réu, quem possa ocupar posições similares, mediante litisconsórcio ou coligação.
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INTERVENÇÃO ACESSÓRIA
Nos termos do artigo 330, o réu que tenha acção de regresso contra terceiro para ser
indemnizado do prejuízo que lhe cause a perda da demanda pode chamá-lo a intervir
como auxiliar na defesa, sempre que o terceiro careça de legitimidade para intervir
como parte principal.
A intervenção do chamado circunscreve-se à discussão das questões que tenham
repercussão na acção de regresso invocada como fundamento do chamamento.
A intervenção acessória destina-se ao réu.
Só pode ser chamado entidade que carece de legitimidade para intervir como parte
principal.
Sempre que o réu tenha direito de regresso contra terceiro.
A discussão cinge-se apenas a questões relacionadas com a acção de regresso.
ASSISTÊNCIA
De acordo com o disposto no artigo 334.º estando pendente uma causa entre duas ou
mais pessoas, pode intervir nela como assistente, para auxiliar qualquer das partes,
quem tiver interesse jurídico em que a decisão do pleito seja favorável a essa parte.
A assistência pode assim verificar-se quer do lado do réu, quer do lado do autor,
sempre que a terceira entidade tenha interesse jurídico na causa, sendo por isso mais
geral, mais vasta.
OPOSIÇÃO
A oposição tem como objectivo permitir que um terceiro, venha reclamar, um direito
próprio, total ou parcialmente incompatível com a pretensão deduzida pelo autor ou
pelo reconvinte, neste caso a oposição diz-se espontânea.
A oposição já será provocada, sempre que o réu, querendo satisfazer a pretensão,
tenha conhecimento que um terceiro se arroja da mesma pretensão que o autor.
EMBARGOS DE TERCEIROS
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CASOS PRÁTICOS
2091.º CC, todos os herdeiros têm de intervir, caso de litisconsórcio necessário activo.
Incidente de intervenção principal provocada, para chamar o terceiro herdeiro. O
herdeiro pode se quiser intervir espontaneamente.
Artigo 1405/2 CC. Não é um caso de litisconsórcio necessário, mas pode ser voluntário.
A e B podem intervir voluntariamente no processo mediante intervenção principal.
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Nota: nos termos do artigo 269.º o chamamento ao processo pode ser feito até ao
trânsito em julgado.
Neste caso, é porque a decisão que absolve uma das partes não põe fim ao processo,
porque por exemplo, a acção continua contra outros réus.
Mas nos casos em que a decisão que julgue ilegítima alguma das partes, puser fim ao
processo, o chamamento pode ser feito até 30 dias
depois do trânsito em julgado.
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A B e C são comproprietários.
A instaura acção de reivindicação sozinho contra E.
Se B e C forem chamados ao processo depois da contestação de E, podem apresentar
o seu próprio articulado, isto é, nova PI, como podem se assim entenderem, aderir à PI
do autor inicial.
Neste caso estamos perante um listisconsórcio, e a intervenção é admitida, nos
termos do artigo 322 al. a) a todo o tempo, enquanto não estiver definitivamente
julgada a causa.
A intervenção pode dar-se até ao saneador, ou na sua falta, até designado dia para a
audiência de discussão e julgamento da causa, ou até ser proferida sentença em 1.ª
instância. artigo 323.
Mas por exemplo, nos casos em que estejamos perante coligação, a intervenção só é
admissível enquanto o interveniente possa deduzir a sua pretensão em articulado
próprio.
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Para além do incidente de habilitação de herdeiros, resultante do falecimento da
parte, pode ainda verificar-se habilitação sempre que na pendência da causa se
verificar a transmissão do direito em litígio.
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Assim por exemplo se A, antes de intentar a acção de condenação contra B, sabe que
este faleceu, deve intentar a acção contra os herdeiros, alegando na PI que o
falecimento do de cuius. Se pelo contrário A não sabe do falecimento do mesmo, tendo
intentado a acção contra o de cuius, sendo confrontado com a sua morte, pode depois
deduzir um incidente de habilitação de herdeiros.
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Nota: De acordo com o artigo 372/3, a improcedência da habilitação não obsta a que o
requerente deduza outra, com fundamento em factos diferentes ou em provas
diversas relativas ao mesmo facto. A nova habilitação, quando fundada nos mesmos
factos, pode ser deduzida no processo da primeira, pelo simples oferecimento de
outras provas, mas as custas da primeira habilitação não serão atendidas na acção
respectiva.
Nos termos do artigo 374/3, se for parte na causa uma pessoa colectiva ou
sociedade que se extinga, a habilitação dos sucessores faz-se em conformidade do
disposto neste artigo, com as necessárias adaptações e sem prejuízo do disposto no
artigo 162.º do Código das Sociedades Comerciais.
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1 - As acções em que a sociedade seja parte continuam após a extinção desta, que se
considera substituída pela generalidade dos sócios, representados pelos liquidatários,
nos termos dos artigos 163.º, n.os 2, 4 e 5, e 164.º, n.os 2 e 5.
2 - A instância não se suspende nem é necessária habilitação
Exemplo:
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A, autor na acção ordinária em que é Réu C, vem deduzir incidente de habilitação dos
herdeiros do falecido B, contra:
Nos termos dos artigos 317.º e seguintes do CPC e com os seguintes fundamentos:
1.º
Como resulta de fls…. dos autos principais, em 25.06.2007, faleceu o co-autor B, razão
pela qual foi suspensa a instância.
2.º
B é viúvo, faleceu sem deixar testamento, nem outra disposição de última vontade.
3.º
Sucedem-lhe como únicas e universais herdeiras D e E, ambas solteiras. Doc 1.
PARA TANTO
Requer que A, por apenso, se digne a ordenar a citação das requeridas, para
contestarem, querendo, a presente habilitação, no prazo e sob cominação
legal, seguindo-se os demais termos.
Testemunhas:
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A Advogada,
A instância inicia-se com PI e estabiliza-se quando o réu é citado para a acção, sendo
que apenas se estabiliza nos casos previstos no artigo 276.º:
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A suspensão cessa sempre que a parte contrária tiver conhecimento judicial de que
está constituído novo advogado, ou de que a parte já tem outro representante ou de
que cessou a impossibilidade que fizera suspender a instância, artigo 284.º nº. 1 b).
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No caso dos recursos o período de tempo é mais pequeno, eles considera-se desertos,
quando o recorrente não tenha apresentado alegações, ou quando por inércia sua,
estejam parados durante mais de um ano.
EXTINÇÃO DA INSTÂNCIA,
Nos termos do n.º 1 do artigo 264.º é às partes que cabe alegar os factos que
integram a causa de pedir, bem como aqueles em que se baseiam as excepções. Por
isso, e porque o processo é das partes, o juiz apenas pode fundar a decisão nos factos
alegados pelas partes.
Porém, actualmente, em sede de processo civil, o juiz tem mais podes e autonomia,
por isso, se estabelece no artigo 265.º, que tem como epigrafe “poder de direcção
do processo e princípio do inquisitório” que cumpre ao juiz, uma vez iniciada a
instância e sem prejuízo do ónus de impulso das partes, providenciar pelo andamento
regular e diligências necessárias ao normal prosseguimento da acção e recusando o
que for impertinente ou meramente dilatório.
O juiz pode, promover mesmo oficiosamente, pelo suprimento de pressupostos
processuais susceptíveis de sanação, determinar a prática de actos necessários à
regularização da instância ou convidar as partes a praticar actos necessários. O juiz
pode ainda, oficiosamente, efectuar todas as diligências necessárias ao apuramento
da verdade e à justa composição do litígio quando aos factos de que lhe é licito
conhecer.
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Apesar deste artigo, temos sempre que ter em atenção que, no processo civil o
processo é inteiramente das partes, e que isso assume importância grande
nomeadamente ao nível dos factos.
Em suma o juiz não pode de deixar de seleccionar os factos principais invocados pelas
partes, mas no que se refere aos instrumentais, o juiz pode abster-se de os
seleccionar, ou optar por soluciona-los.
Este é um poder arbitrário do juiz, e não deve a pare reclamar dele.
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Casos
Fase à defesa por excepção peremptória por parte da ré, que consubstancia a
invocação de um facto extintivo da pretensão do autor, o interesse do advogado do
autor, seria, alterar o pedido, e em vez que pedir o automóvel, requerer o pagamento
de uma indemnização pelo seu valor.
Isto consubstancia uma alteração do pedido.
A alteração do pedido apenas pode ser feita na réplica e, como tal, apenas nos casos
em que esta exista.
Estamos no caso, face ao valor da causa, perante uma acção sumária, artigo 146 e
462 CPC e 14 LOFTJ.
Nas acções sumárias, apensar de se admitir a resposta à excepção, isso não
consubstancia réplica, logo não pode haver alteração do pedido.
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Neste caso, não estamos perante uma alteração do pedido, mas um mero
desenvolvimento do pedido primitivo.
O desenvolvimento do pedido primitivo é admitido em qualquer forma do processo,
artigo 273/2.
A carta apresentada por uma testemunha é um facto instrumental porque não integra
nem fundamenta a causa de pedir, mas antes permite provar os factos principais
invocadas pelo autor.
Como o facto é instrumental, pode ser tomado em consideração pelo juiz,
oficiosamente, sem que tal seja requerido pela parte interessada, artigo 264/2/in fine.
Caso o juiz não seleccione para a base instrutória os factos instrumentais, tal facto é
irrecorrível, porque a decisão está no livre arbítrio do juiz.
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PROCEDIMENTOS CAUTELARES
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, ARTIGO 381
13
O procedimento diz respeito a todo o processo ao passo que a providência diz
respeito ao concretamente requerido ao juiz.
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Exemplo:
- “A” foi expropriada, sendo-lhe atribuído alguns lotes com capacidade
construtiva que funcionou como indemnização. Todavia, como a CM nunca mais
desbloqueava os terrenos “A” ficou quezilenta com aquela.
Perante isto, quando foi marcado o festival da TMN de 24 horas, “A” resolveu
intentar uma providência cautelar contra a CM para parar o espectáculo porque
como a sociedade protectora dos animais era ali perto e o barulho iria
prejudicá-los.
Perante esta pretensão de proteger os animais o juiz indeferiu liminarmente o
procedimento por falta de fundamento porque estavam em causa animais e
não pessoas.
Assim, tem que haver uma razão para se intentar um procedimento cautelar,
pois o fundamento que se pretende tem que ser alvo de tutela jurídica.
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Nos termos do n.º3, quando haja lugar a dilações nos termos do art. 252º A, esta
nunca pode exceder a duração de 10 dias.
Ora, é vulgar nos exames aparecer alguém, num procedimento cautelar, que tenha
que ser citado ou notificado no estrangeiro que tem uma dilação de 30 dias. Assim,
temos sempre que ter em atenção este n.º3 que reza que a dilação, num
procedimento cautelar, nunca pode ser superior a 10 dias. Então se a dilação fosse de
5 dias não varia qualquer problema, mas se fosse de 15 dias reduzia-se para 10 dias.
Nos termos do art. 304º, que se aplica aqui, o limite máximo de testemunhas é 3
para cada facto com o máximo de 8.
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Nos casos em que o requerido não seja previamente ouvido os depoimentos são
gravados para que depois possa exercer oposição.
Normalmente, à excepção do arresto, o tribunal houve o requerido a não ser que a
audição prejudique a providencia. Mas, o juiz, nos procedimentos cautelares normais
pode entender razoáveis as alegações do autor para não ouvir previamente a parte
contrária e decretar a providência sem ouvir o requerido, tendo, posteriormente,
possibilidade de oposição.
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Exemplo:
- Suponhamos que há um dano, intenta-se um procedimento cautelar com base
nisso mas não se argumenta que o dano se vai agravar. Se, por exemplo, o
dano era a construção de uma garagem no terreno de A.
Ora, neste caso, não há agravamento do dano. Assim, se o dano já está
consumado não faz sentido intentar uma providência cautelar. Nestes casos,
apenas se intenta a acção principal.
Exemplo:
- Suponhamos que uma acida do vizinho B está a estragar a plantação de
batatas de A. Mas, se esta água ácida se deve á construção de um prédio de
muitos milhares de contos, é possível que o juiz não decreta a providência
cautelar.
Assim, apesar de haver dano irreparável o juiz tem a possibilidade de, segundo
um juízo de razoabilidade pessoal, não decretar a providência cautelar.
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Por exemplo:
- A embargou uma obra e depois não intentou a acção principal. Neste caso,
poderia ser responsabilizado pelos danos que causou ao dono da obra com a
sua paralisação, pois entende-se que abusou.
Por outro lado, há ainda que dizer que podemos intentar um procedimento cautelar
especificado, não sendo o juiz obrigado a aceitar a nossa especificação, podendo
alterá-la.
Numa providência cautelar é perfeitamente possível haver coligação pois se, mais
tarde, vai haver coligação na acção principal faz todo o sentido que assim seja.
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“Em que casos tem lugar a restituição provisória da posse” – art. 393º:
Antes de mais, tem que haver um esbulho violento podendo o possuidor requerer
que lhe seja restituída a sua posse. Assim temos que alegar factos relativos:
a) Ao esbulho;
b) À violência;
c) À posse.
Nos casos em que não existam violência, podemos requerer um procedimento cautelar
comum
Caso:
“A” tem um jardim na sua casa sem vedações. Um ano vai de férias
durante 15 dias e quando volta encontra o vizinho B no seu jardim, tendo
montado nele um parque infantil para os seus netos. Podemos aqui intentar
uma restituição provisória da posse?
Aqui temos:
a) Dano;
b) Justo receio de que B se venha a apropriar do jardim;
c) Um bem susceptível de tutela que é o direito de propriedade.
Assim, temos os requisitos para o decretamento de uma providencia comum, mas
não para uma restituição provisória da posso porque não houve esbulho violento. B
não teve que violentar nada porque o jardim nem tinha vedações.
Caso:
Suponhamos agora que A tinha um muro que funcionava como vedação e
B tinha-o deitado abaixo para ocupar o seu terreno. Neste caso tínhamos um
procedimento comum ou uma restituição provisória da posse?
Agora já há esbulho violento pois foi danificado algo para se ter acesso ao terreno.
Assim, intentava-se, neste caso, uma restituição provisória da posse. A vantagem
desta em relação à comum é a possibilidade de se ordenar a restituição da posse sem
audiência prévia do esbulhador – art. 394º “in fine”.
Mas se não houvesse esbulho mas apenas a perturbação da posse já íamos para
um procedimento comum.
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Caso:
A, trabalhador, tem como regalia laboral um carro para utilizar nas horas
de trabalho. Sucede que, conheceu uma namorada e foi passar 15 dias de
férias com ela, levando o carro.
Entretanto, o trabalhador foi visto na posse do carro durante os dias em
que faltava ao trabalho.
Perante isto, o patrão da empresa pode intentar um procedimento
cautelar?
Ora, como a posse ficou no trabalhador e não do proprietário podia. Mas neste
caso, como ele tinha acesso às chaves não há violência, pelo que apenas podíamos
intentar um procedimento cautelar comum.
Tribunal ….
Processo n.º.......
1º
O requerido é trabalhador do requerente.
2.º
Para a execução dos seus deveres laborais o requerido tinha acesso a uma viatura de
marca X, com a matrícula X, propriedade da requerente, conforme documento 1 que
se junta.
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3.º
A viatura referida tem o valor comercial de X.
4.º
A utilização da viatura ocorria apenas durante o período e dentro do horário de
trabalho, conforme documento 2 que se junta.
5.º
Sucede que o trabalhador tem faltado ao seu posto de trabalho desde dia X.
6.º
E, além disso, não entregou a viatura ao requerente, tendo sido avistado na sua posse
no dia X na rua X.
7.º
Razão pela qual o requerente tem receio que o requerido se aproprie ilegitimamente
da referida viatura.
8.º
Lesando, daquela forma, o seu direito de propriedade.
9.º
Pelo que deve o requerido ser judicialmente obrigado a restituir, de imediato e sem
audição prévia, a posse da viatura.
10.º
Ademais, o requerente teve conhecimento que o requerido se vai ausentar para o
estrangeiro.
11.º
Havendo receio de que se for ouvido entre em fuga com a viatura.
Termos pelos quais e nos demais de direito aplicáveis deve ser julgado procedente,
por provados os factos, a presente providencia cautelar, sem audição prévia do
requerido, e, consequentemente, ordenada a restituição do veiculo ao requerente.
Valor:_______________
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JUNTA:
- Cópias;
- Procuração forense;
- Documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça;
- 2 Documentos.
Prova:
- Testemunhal:
A.,......
B,.....
C,....
A advogada
Caso:
Suponhamos que é decretada a providência sem a outra parte ser
ouvida, tendo a policia apreendido a referida viatura. Naquele momento é
citado o requerido. Que meios tem à sua disposição?
Agora ou recorre ou deduz oposição.
Se tiver factos novos o mais lógico é deduzir oposição e, como isto é um
processo urgente, o requerido em pouco tempo pode obter uma nova decisão.
Caso:
Numa acção já transitada em julgado ficou decidido que o muro de A
que entrava no terreno de B seria demolido e construído um novo.
Porém, outro vizinho, X, embargou porque estava a ser construído em
propriedade sua um alpendre com uma altura não permitida por lei. Perante
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Por exemplo:
- Numa determinada associação um associado intenta uma acção especial do
CPC para destituição dos órgãos sociais. Na sequência dessa acção, um sócio
foi mesmo destituído.
Suponhamos que os estatutos previam que quem perdesse o mandato seja de
que modo for, não podia ser eleito durante X anos.
Entretanto, na véspera de eleições, convoca-se uma assembleia geral cujo um
dos pontos era deliberar acerca da permissão de o sócio destituído se poder
candidatar, sendo tal candidatura aprovada.
Perante isto, um associado, como não tem tempo de lançar mão de uma acção
principal uma vez que as eleições estão “à porta”, tem sempre a possibilidade
de lançar mão de um procedimento cautelar nos termos do art. 396º com base
em violação dos estatutos.
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A partir da citação não é lícito à sociedade executar a deliberação – art. 397º n.º3.
Nos termos do n.º2 do art. 397º, ainda que a deliberação seja contrária à lei, aos
estatutos ou ao contrato, o juiz pode deixar de suspende-la desde que o prejuízo
resultante da suspensão seja superior ao que pode derivar da execução.
Ora, isto parece um pouco incongruente. Em todo o caso, o juiz tem sempre este
poder.
A doutrina é mais ou menos unânime no sentido de admitir, que juntamente com esta
providência se possa requerer, por exemplo a suspensão de gerente.
Este direito também dá lugar a uma acção principal, mas como a pessoa que está a
passar fome está numa situação de desespero, torna-se necessário acautelar isto
através deste procedimento.
Os alimentos são devidos desde a data da propositura da acção. Assim, quando houver
condenação tem que se pagar as prestações desde a data em que a acção entrou –
n.º1 do art. 401º.
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Tal como nos processo dos menores, também aqui há sempre uma tentativa de
consenso ou acordo homologado por sentença. Se houver acordo não vai haver
processo principal mas se, pelo contrário, não houver acordo, o processo segue para
julgamento.
Nota: O procedimento pode ser instaurado contra quem está obrigado a alimentos
nos termos dos arts.2009º e 2020º CC.
Isto implica que alguém tenha uma lesão corporal e tenha direito a uma indemnização.
Serve para os casos em que a pessoa que sofreu a lesão carece de um aditamento por
conta da indemnização.
Por exemplo:
- “A” tem um acidente de viação e está sem trabalhar. Perante isto, tem que
demonstrar que não tem dinheiro e que muito provavelmente irá ter êxito na
acção principal. Só assim, poderá pedir uma retribuição mensal até à sentença
definitiva que decreta a indemnização.
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Neste providencia, se por acaso vier a caducar a providencia, por exemplo, se não se
promove o andamento do processo principal, o requerente tem que restituir tudo o
que recebeu – art. 405º.
Caso:
contra,
1.º
No dia 7 de Janeiro de 2007 pelas 10 horas, o requerente circulava na Rua X, pela sua
mão, um veiculo motorizado.
2.º
E circulava no sentido norte-sul.
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3.º
Ao aproximar-se do cruzamento X, vê surgir o veiculo Y conduzido por W.
4.º
Que veio embater na motorizada do requerente provocando a sua queda, conforme
desenho feito pela policia que se junta em documento 1.
5.º
Tal acidente deveu-se ao facto de o veiculo automóvel não ter respeitado o sinal STOP,
bem visível, colocado á entrada do cruzamento.
6.º
Na sequência da queda o requerente embateu com a cabeça no passeio tendo ficado
em coma 2 dias e fracturou a perna direita, conforme relatório médico que se junta em
documento 2.
7.º
E, por causa dessas lesões, esteve internado 2 meses, conforme documento 3 que se
junta.
8.º
O requerente é estudante.
9.º
Mora na Rua __________, pela qual paga uma renda mensal de 400 euros.
10.º
Para além disso, tem ainda despejas de água e luz no valor de X.
11.º
Trabalhava em part-time na empresa X onde auferia de um rendimento mensal de
1.500 euros.
12.º
Dado que está impossibilitado de trabalhar necessita de 600 euros para pagar as suas
despesas pessoais.
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Nestes termos e nos demais de direito aplicáveis requer a Vossa Excelência digne a
decretar a providencia cautelar condenado o requerido a pagar ao requerente uma
retribuição mensal no valor de 600 euros.
VALOR: 7.200 euros (600 X 12 – isto nos termos do art. 313º n.º1 a))
JUNTA:
- cópias;
- documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça inicial;
- procuração forense;
- documentos.
PROVA:
- TESTEMUNHAL:
. F,_____________
. E,________________
A advogada
Nota: Na acção principal obviamente que vamos pedir os 1.500 euros/ mês pois vai
pedir o prejuízo que teve. No entanto, em sede cautelar, apenas vai ter direito ao
mínimo necessário para a sua subsistência. Daí que apenas peça 600 euros. Assim, é
obrigatório a alegação dos factos inerentes à necessidade dos 600 euros.
A decisão é imediatamente passível de execução.
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Fundamentos:
- Justo receio de perder a garantia patrimonial do seu crédito.
Por exemplo:
- O devedor só tem 50.000 euros e tem pendentes três casas que valem 100.00
euros cada. Ora, se vender uma, já há justo receio.
O arresto é uma apreensão judicial, pelo que há sempre um fiel depositário que fica
com o bem – art. 406º nº2.
Exemplo:
- A promete comprar a B um imóvel. Se B não celebra a escritura, A não pode
recorrer ao arresto para lhe apreender o bem, que se encontra em poder do
promitente-comprador, porque o arresto, apenas é decretado nos casos em que esteja
em causa a perda de garantia patrimonial.
Sempre que tal não se verifica, no máximo pode lançar-se mão de um procedimento
cautelar de natureza não especificada.
No entanto, o arrendatário nunca poderá ser privado dos bens essenciais aos seus
alimentos e da sua família – art. 408º n.º3.
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Note-se que é possível fazer um arresto contra bens que já tinham sido vendidos,
contra o adquirente, apenas tendo que se demonstrar que, provavelmente, a
impugnação do negócio vai proceder (estamos a falar da impugnação pauliana).
Não faz sentido que uma pessoa não possa dispor do seu bem se o arrestante não é
diligente e não promove a execução no prazo de 2 meses.
É obvio que se a obra se iniciou há menos de 30 dias isto já não tem que ser
alegado ou provado.
A obra vai ser suspendida até ao final da acção principal.
O embargo pode ser feito com ou sem audiência prévia, se se demonstrar que
o prévio conhecimento pode provocar prejuízos nos direitos do embargante.
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O art. 414º diz quais as obras que não podem ser embargadas.
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Pode incidir sobre bens móveis e imóveis mas sempre sobre uma pluralidade de bens,
em regra é usado quando está em causa uma universalidade.
Exemplo:
- “A” era proprietário de uns quadros e a certa altura empresta-os a um dono de
um estabelecimento comercial, tendo-se quedando lá por muito tempo.
A certa altura, a filha de “A” convence o pai a reclamar os quadros, pois teve
conhecimento que, entretanto, tinha havido um trepasse do estabelecimento.
Na altura da reclamação, o novo dono do estabelecimento veio defender-se
dizendo que os quadros faziam parte do recheio do estabelecimento.
Perante isto, intenta-se uma acção principal acompanhada de uma providência
de arrolamento.
Note-se que o arrolamento tem que vir junto a uma acção principal. Naquele caso, a
acção seria de reconhecimento do direito da propriedade dos quadros.
O tribunal decide sem ouvir o requerido; este opõe-se; o tribunal volta a tomar nova
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decisão. Esta segunda decisão, integra-se na primeira, sendo desta segunda decisão
que é possível recorrer, artigo 388/2.
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O Nrau estabelece como direito do locador, o exame da coisa locada. No caso como o
locatário não permite que tal aconteça, podemos lançar mão de um procedimento
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cautelar de natureza comum, alegando-se para tal que há fundado receio de lesão do
direito de propriedade sobre o bem, e que se tal não for feito de imediato, quando for
decretado muito provavelmente as obras já estarão terminadas.
Requeremos que o tribunal ordene a notificação do locatário para que o mesmo,
mostre a exame o prédio, ou que a notificação ao requerido seja feita pessoalmente,
sendo permitido ao locador acompanhar o agente de execução acompanhado de força
pública, caso tal seja necessário.
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Alimentos provisórios. O valor em princípio seria mais baixo do que os 600 euros.
Nos termos do artigo 460.º CPC o processo pode assumir forma de processo
comum ou especial. O processo especial aplica-se aos casos expressamente
designados na lei, ao passo que o processo comum é aplicável a todos os outros casos
a que não corresponda processo especial.
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CONTRATOS E INJUNÇÃO
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Há doutrina que entende que se deve aplicar na mesma esta acção especial,
com base no argumento supra referido, que lei geral derroga lei especial.
Há porém quem seja mais literal, dizendo que, nestes casos, se deve aplicar o
processo sumário, porque a letra do artigo 462.º apenas refere que a prevalência se
faz só quanto ao processo sumaríssimo e não face ao sumário.
Na prática, os tribunais têm aceitado as duas orientações, de maneira que o
autor deve escolher aquilo que mais lhe interessa.
Em regra, terá mais interesse na acção sumária, porque terá possibilidade de
resposta escrita à contestação apresentada pelo réu.
A vantagem da acção especial é que esta permite a injunção, que pode ser
efectuada, sem limite de valor, nos casos em que estejamos perante transacções
comerciais.
Esta acção especial, tem algumas especificidades:
1. Possibilidade de existência de domicilio convencionado;
2. Inexistência de obrigatoriedade da PI e contestação serem redigidas de
modo articulado;
3. Não é necessário indicar provas, as mesmas são oferecidas em audiência.
4. Possibilidades de depoimento escrito das testemunhas que tenham tido
conhecimento do facto, em virtude do exercício das suas funções.
5. Nas dívidas de valor inferior à alçada do tribunal de comarca, o prazo para a
contestação são 15 dias; não se aplica o artigo 155.º máximo de 3
testemunhas;
6. Nas dívidas de valor superior à alçada do tribunal de comarca o prazo para
a contestação é de 20 dias; aplica-se o artigo 155.º; máximo de 6
testemunhas;
7. Só existem estes dois articulados;
8. Não há em princípio saneamento do processo, já que findo os articulados
marca-se de imediato audiência de discussão e julgamento da causa.
9. Nos casos em que o réu não conteste a acção, o juiz confere força executiva
à PI, transformando-a em título executivo
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Este regime veio permitir, que, quanto a acção não tenha por objecto direitos
indisponíveis, as partes possam iniciar a instância com a apresentação de uma petição
inicial comum conjunta.
Nessa PI conjunta, é indicado as respectivas pretensões, os factos
relativamente aos quais há acordo e os factos controvertidos. As provas são indicadas
bem como a posição que as partes tenham em relação a questões de direito.
Este regime não tem sido muito aplicado na prática, apesar da simplicidade do
seu regime, previsto na íntegra do diploma supra referido.
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Nos casos em que o autor tenha pressa em intentar a acção, por exemplo, sempre que
esteja em perigo a possibilidade de caducar um determinado direito, deve requerer-se
a citação urgente, artigo 478.º e basta que seja apresentado apenas documento
comprovativo do pedido de apoio judiciário, artigo 467/5.
Este último artigo fala apenas da caducidade, embora a doutrina seja unânime que o
mesmo procedimento seja de aplicar quando estamos perante um caso de prescrição.
Nos casos em que secretaria recuse a Pi, cabe reclamação para o Juiz, e se este
confirmar, recurso até à relação, artigo 475.
Contudo, em caso de recusa, o artigo 467 permite que o autor apresente, nos
dez dias seguintes à recusa, outra PI, considerando-se a acção proposta na data em
que a primeira PI foi apresentada em juízo.
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Juntamente com PI, deve o autor juntar, nos termos do artigo 152, duplicados
legais. Da letra do artigo não se retira necessariamente a obrigatoriedade de envio das
cópias dos documentos, embora a regra seja o seu envio.
1. Revelia absoluta: artigo 483, sempre que o réu não deduza oposição nem
constitua mandatário, encontra-se em revelia absoluta, tendo o tribunal que
verificar se a citação foi bem feita. Nestes casos o réu será, apenas no fim,
notificado da sentença. O facto de se encontrar em revelia não retira ao réu
quaisquer direitos processuais, pode por exemplo, tal ser estratégico,
aparecendo por exemplo apenas no julgamento.
2. Revelia relativa: o réu encontra-se em revelia relativa, sempre que,
considerando-se regularmente citado ou tendo junto procuração aos autos, não
contesta os factos alegados pelo autor.
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Como já vimos, não existe para a contestação nenhuma norma que preveja
especificamente o seu conteúdo, apenas o artigo 488.º que estabelece de modo
genérico que na contestação deve o réu individualizar a acção e expor as razoes de
facto e de direito por que se opõe à pretensão do autor, especificando separadamente
excepções que deduza.
No que se refere ao pagamento da taxa de justiça, o artigo 486-A manda
aplicar, com as necessárias adaptações, o disposto no 467/3, embora se permita,
quanto ao réu, que junte apenas documento comprovativo do pedido de apoio
judiciário, não sendo necessário esperar pela decisão, “podendo o réu, se estiver a
aguardar decisão sobre a concessão do benefício de apoio judiciário na modalidade de
dispensa total ou parcial do prévio pagamento da taxa de justiça inicial, juntar apenas
o documento comprovativo da apresentação do respectivo requerimento.
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Se findo a fase dos articulados, o juiz constatar que não foi paga taxa de justiça
inicial bem como a multa por parte do réu, o juiz profere despacho nos termos da
alínea b) do n.º 1 do artigo 508.º, convidando novamente o réu a proceder, no prazo
de 10 dias, ao pagamento da taxa de justiça e da multa em falta, acrescida de multa
de valor igual ao da taxa de justiça inicial, com o limite mínimo de 10 UC.
Se findo essas dez dias, o réu persistir na omissão, o tribunal determina o
desentranhamento da contestação e, se for o caso, da tréplica.
Não sendo efectuado o pagamento omitido não é devida qualquer multa.
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I
Da impugnação
Impugnação directa
Impugnação Indirecta
II
Das excepções
Dilatórias
Da incompetência relativa
Da ilegitimidade
Peremptórias
Da excepção do não cumprimento
Da …
III
Do pedido reconvencional
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4. Nos termos do artigo489.º n.º 1 toda a defesa do réu deve ser deduzida na
contestação16, exceptuando-se os incidentes que a lei manda deduzir em
separado, como sucede, por exemplo, com o requerimento de suspeição do
juiz.
5. O réu deve tomar posição definida perante os factos articulados na PI, pois,
nos termos do artigo 490.º n.º 2, consideram-se admitidos por acordo, os
factos que não forem impugnados, salvo se estiverem em oposição com a
defesa considerada no seu conjunto, se não for admissível a confissão sobre
eles ou se só puderem ser provados por documento escrito.
6. Sempre que o réu não saiba se determinado facto é ou não verdade, deve
declarar isso na contestação pois isso equivale a impugnação do mesmo, a
não ser nos casos em que se trate de facto pessoal ou que o réu deva ter
conhecimento, em que se considera confessado.
7. Esta regre não é contudo, aplicável à defesa dos incapazes, ausentes e
incertos representados pelo MP ou por advogado oficioso.
8. A apresentação da contestação é notificada ao autor, artigo 492.º, mas nos
casos em que haja pluralidade de réus, havendo lugar a várias
contestações, a notificação só se faz depois de apresentada a última ou de
haver decorrido o prazo do seu oferecimento. Nos casos em que o tribunal
não respeite esta regra, o prazo para a réplica apenas começa a contar da
notificação do último réu.
Admissibilidade da reconveção
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Se B réu não invocou excepção dilatória a seu favor, isso não significa que o juiz não
possa reconhecer tal facto, pode e deve, sempre que as excepções sejam de
conhecimento oficioso. Por exemplo, o abuso de direito é uma excepção peremptória
de conhecimento oficioso, podendo ser reconhecido pelo juiz, a todo tempo, inclusive,
em sede se recurso, mesmo que tal não tenha sido invocado pela parte. Há contudo,
doutrina que defende que o abuso de direito apenas é de conhecimento ofícios,
quando estamos perante direitos indisponíveis, não o sendo nos casos de direitos
disponíveis.
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A tréplica é o último articulado, pelo que se pergunta, se o réu, pode aqui alterar o
pedido ou a causa de pedir? Há doutrina que entende que sim, porque, em último
recurso o autor poderia responder a ela nos termos do artigo ¾ realizando assim o
contraditório.
Há quem entenda que não, porque este artigo não está pensado para responder a
alterações de pedido nem causas de pedir, mas para questões menos importantes.
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depois desta, os factos devem ser apresentados nos 10 dias posteriores ao despacho
da notificação da data designada para a realização da audiência de discussão e
julgamento. Depois do despacho, há apenas dez dias para apresentar os factos.
c) Se os factos forem conhecidos depois de decorrido os dez dias da notificação
da data da audiência de discussão e julgamento, o articulado deve ser deduzido, na
audiência de discussão e julgamento.
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Depois da fase dos articulados, o processo vai ser concluso ao juiz, nos termos
do artigo 508 e 265.º, para que este profira despacho pré-saneador, destinado a:
a) Providenciar pelo suprimento de excepções dilatórias, nos termos do nº 2 do artigo
265.º, onde se estabelece que o juiz providenciará mesmo oficiosamente, pelo
suprimento da falta de pressupostos processuais susceptíveis de sanação,
determinando a realização dos actos necessários à regularização da instância ou,
quando estiver em causa alguma modificação subjectiva da instância, convidando as
partes a praticá-los.
b) Convidar as partes ao aperfeiçoamento dos articulados, nos termos dos números
seguintes. É aqui que lhe cabe, por exemplo, verificar os requisitos internos da PI e da
contestação.
N.º 2: O juiz convidará as partes a suprir as irregularidades dos articulados,
fixando prazo para o suprimento ou correcção do vício, designadamente quando
careçam de requisitos legais ou a parte não haja apresentado documento essencial ou
de que a lei faça depender o prosseguimento da causa.
N.º 3: Pode ainda o juiz convidar qualquer das partes a suprir as insuficiências
ou imprecisões na exposição ou concretização da matéria de facto alegada, fixando
prazo para a apresentação de articulado em que se complete ou corrija o inicialmente
produzido. Isto não significa que o juiz possa autorizar as partes a trazer factos que
alterem o pedido ou a causa de pedir, pois é necessário o respeito pelo n.º 5 do artigo
508.
Se a parte corresponder ao convite a que se refere o número anterior, os factos
objecto de esclarecimento, aditamento ou correcção ficam sujeitos às regras gerais
sobre contraditoriedade e prova.
As alterações à matéria de facto alegada, previstas nos pontos anteriores,
devem conformar-se com os limites estabelecidos no art. 273.º, se forem introduzidas
pelo autor, e nos arts. 489.º e 490.º, quando o sejam pelo réu.
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posição das partes, quando isso não decorra directamente dos articulados.
d) Proferir despacho saneador, nos termos do artigo 510.º que é ditado para a
acta, podendo ser proferido mais tarde nos casos de especial complexidade.
e) Quando a acção tenha sido contestada, seleccionar, após debate, a matéria
de facto relevante que se considera assente e a que constitui a base instrutória da
causa, nos termos do artigo 511.º, decidindo as reclamações deduzidas pelas partes.
Se a acção não foi contestada não há lugar a selecção da matéria de facto.
E na audiência que o juiz selecciona a matéria de facto assente e os factos que vão ser
levados à base instrutória, isto é, aqueles que carecem de prova. Caso não se
concorde com a selecção feita na audiência, tem de se reclamar na hora, para que
depois se possa recorrer.
Esta selecção não constitui caso julgado formal e pode o juiz acrescentar novos
factos na audiência de discussão e julgamento da causa.
2. Quando haja lugar à realização de audiência preliminar, ela destinar-se-á
complementarmente a:
a) Indicar os meios de prova e decidir sobre a admissão e a preparação das
diligências probatórias, requeridas pelas partes ou oficiosamente determinadas, salvo
se alguma das partes, com fundadas razões, requerer a sua indicação ulterior, fixando-
se logo o prazo; assim nos casos em que o juiz refira no seu despacho que se va
indicar os meios de prova, devemos ter os mesmos preparados antes da audiência. A
entrega de provas depois pode ser permitida pelo juiz mas apenas em casos
devidamente fundamentados. “Atenta à complexidade da base instrutória, (explicar os
motivos) Requer-se a V. Exa. que a apresentação dos meios provatórios possa ser feita
no prazo de 10 dais a contar da presente data”
b) Estando o processo em condições de prosseguir, designar, sempre que
possível, a data para a realização da audiência final, tendo em conta a duração
provável das diligências probatórias a realizar antes do julgamento;
c) Requerer a gravação da audiência final ou a intervenção do colectivo.
3. O despacho que marque a audiência preliminar indica o seu objecto e
finalidade, mas não constitui caso julgado sobre a possibilidade de apreciação
imediata do mérito da causa.
4 - Não constitui motivo de adiamento a falta das partes ou dos seus
mandatários; se algum destes não houver comparecido, pode ainda apresentar o
respectivo requerimento probatório nos cinco dias subsequentes àquele em que se
realizou a audiência preliminar, bem como, no mesmo prazo, requerer a gravação
da audiência final ou a intervenção do colectivo.
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Quer haja ou não haja audiência preliminar o juiz tem sempre de emitir um
despacho, ou que marque a audiência e indique as suas finalidades, ou então que, a
dispense de modo fundamentado.
Artigo 512.º
N.º 1” Quando o processo houver de prosseguir e se não tiver realizado a
audiência preliminar, a secretaria notifica as partes do despacho saneador e para, em
15 dias, apresentarem o rol de testemunhas, requererem outras provas ou alterarem
os requerimentos probatórios que hajam feito nos articulados e requererem a
gravação da audiência final ou a intervenção do colectivo.”
N.º 2 Findo o prazo a que alude o número anterior sem que haja reclamações
contra a selecção da matéria de facto, ou decididas estas, o juiz designa logo dia para
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Na fixação da matéria de facto o juiz deve apenas fixar factos e não direito, sendo que
essa selecção deve ser feita de modo abstracto, deve o juiz não ter em conta a sua
posição e a sua apreciação de direito, mas antes seleccionar tendo em aberto todas as
possibilidades.
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À prova que for produzida pela parte sobre quem recaia ónus probatório pode a
parte contrária opor contraprova a respeito dos mesmos factos, destinados a torná-los
duvidosos; se o conseguir, é a questão decidida contra a parte onerada com a prova.
A contraprova funciona nestes moldes para todo o tipo de prova, o que significa
que, se a parte contrária tornar duvidoso a prova apresentada pela parte onerada com
o ónus, a decisão é a favor da segunda.
A única excepção prende-se com a prova legal plena, nos termos do artigo
347.º, pois esta só pode ser contrariada por meio de prova que mostre não ser
verdadeiro o facto que dela for objecto, sem prejuízo de outras restrições
especialmente determinadas na lei.
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Todas as pessoas, mesmo que não sejam partes na causa, têm o dever de
prestar a sua colaboração para a descoberta da verdade, respondendo ao que lhes for
perguntado, submetendo-se às inspecções necessárias, facultando o que for
requisitado e praticando os actos que forem determinados.
Aqueles que recusem a colaboração devida (caso não sejam parte) serão
condenados em multa, sem prejuízo dos meios coercitivos que forem possíveis;
Se o recusante for parte, o tribunal apreciará livremente o valor da recusa para
efeitos probatórios, sem prejuízo da inversão do ónus da prova decorrente do
preceituado no nº 2 do art. 344.º do Código Civil.
A recusa é, porém, legítima se a obediência importar:
a) Violação da integridade física ou moral das pessoas;
b) Intromissão na vida privada ou familiar, no domicílio, na correspondência ou nas
telecomunicações;
c) Violação do sigilo profissional ou de funcionários públicos, ou do segredo de Estado,
sem prejuízo do disposto no nº 4.
Deduzida escusa com fundamento na alíena c) do número anterior, é aplicável,
com as adaptações impostas pela natureza dos interesses em causa, o disposto no
processo penal acerca da verificação da legitimidade da escusa e da dispensa do
dever de sigilo invocado.
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A confissão só é eficaz quanto feita por pessoa com capacidade e poder para
dispor do direito a que o facto confessado se refira.
A confissão feita por litisconsórcio é eficaz, se o litisconsórcio for voluntário,
embora o seu efeito se restrinja ao interesse do confitente; mas não o é, se o
litisconsórcio for necessário.
A confissão feita por um substituto processual não é eficaz contra o substituído.
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rectificações necessárias.
A confissão é irretractável.
Porém, as confissões expressas de factos, feitas nos articulados, podem ser
retiradas, enquanto a parte contrária as não tiver aceitado especificadamente.
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A força probatória dos documentos autênticos só pode ser ilidida com base na
sua falsidade.
Nota: sempre que um documento seja apresentado por uma das partes e o
mesmo não seja impugnado pela outra parte, o mesmo faz prova plena dos factos a
que respeita, ou seja, a não pronuncia sobre o mesmo equivale a confissão.
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do recorrido.
No mesmo prazo deverá ser feito o pedido de confronto da certidão ou da cópia
com o original ou com a certidão de que foi extraída.
A prova pericial tem por fim a percepção ou apreciação de factos por meios de peritos,
quando sejam necessários conhecimentos especiais que os julgadores não possuem,
ou quando os factos, relativos a pessoas, não devam ser objecto de inspecção judicial.
A força probatória das respostas dos peritos é fixada livremente pelo tribunal.
A parte que requereu a perícia não pode desistir dela sem anuência da parte
contrária, artigo 576. Nestes casos, estabelece o artigo 577.º que ao requerer a
perícia, a parte indicará logo, sob pena de rejeição, o respectivo objecto, enunciando
as questões de facto que pretende ver esclarecidas através da diligência. A perícia
pode reportar-se, quer aos factos articulados pelo requerente, quer aos alegados pela
parte contrária. Isto significa que a perícia pode ser favorável ou desfavorável a quem
a pediu, faz simultaneamente prova e contraprova.
A perícia é paga pela parte que a requere. Contudo, a lei permite que a
contraparte peça a ampliação do objecto da perícia, e nestes casos, é a parte que a
requere que a paga, não é a dividir pelas partes.
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Do relatório cabe reclamação escrita nos termos do artigo, 587, podendo estas
requerer segunda perícia.
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De acordo com o artigo 390.º CC a prova por inspecção destina-se a por fim a
percepção directa de factos pelo tribunal.
De acordo com o artigo 612.º CPC, a prova por inspecção pode ser requerida
pelo tribunal, sempre que o julgue conveniente, ou pode ser feita a requerimento das
partes. Com ressalva da intimidade da vida privada e familiar e da dignidade humana,
podem ser inspeccionadas coisas ou pessoas, a fim de se esclarecer sobre qualquer
facto que interesse à decisão da causa, podendo o tribunal deslocar-se ao local da
questão ou mandar proceder à reconstituição dos factos, quando a entender
necessária.
Incumbe à parte que requerer a diligência fornecer ao tribunal os meios
adequados à sua realização, salvo se estiver isenta ou dispensada do pagamento de
custas.
As partes são notificadas do dia e hora da inspecção e podem, por si ou por
seus advogados, prestar ao tribunal os esclarecimentos de que ele carecer, assim
como chamar a sua atenção para os factos que reputem de interesse para a resolução
da causa, artigo 613.º CPC.
Conforme dispõe o artigo 614, é permitido ao tribunal fazer-se acompanhar de
técnico que tenha competência para o elucidar sobre a averiguação e interpretação
dos factos que se propõe observar.
O técnico será nomeado no despacho que ordenar a diligência e, quando a
inspecção não for feita pelo tribunal colectivo, deve comparecer na audiência de
discussão e julgamento.
Da diligência é lavrado auto em que se registem todos os elementos úteis para
o exame e decisão da causa, podendo o juiz determinar que se tirem fotografias para
serem juntas ao processo, artigo 615.
O resultado da inspecção é livremente apreciado pelo tribunal, artigo 391.º CC.
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1. Têm capacidade para depor como testemunhas todos aqueles que, não
estando interditos por anomalia psíquica, tiverem aptidão física e mental para depor
sobre os factos que constituam objecto da prova.
2. Incumbe ao juiz verificar a capacidade natural das pessoas arroladas como
testemunhas, com vista a avaliar da admissibilidade e da credibilidade do respectivo
depoimento.
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Isto significa que um menor pode depor ou mesmo um interdito, desde que não
o seja por anomalia psíquica.
Estão impedidos de depor como testemunhas os que na causa possam depor como
partes.
1. Podem recusar-se a depor como testemunhas, salvo nas acções que tenham
como objecto verificar o nascimento ou o óbito dos filhos:
a) Os ascendentes nas causas dos descendentes e os adoptantes nas dos
adoptados, e vice-versa;
b) O sogro ou a sogra nas causas do genro ou da nora, e vice-versa;
c) Qualquer dos cônjuges, ou ex-cônjuges, nas causas em que seja parte o
outro cônjuge ou ex-cônjuge;
d) Quem conviver, ou tiver convivido, em união de facto em condições análogas
às dos cônjuges com alguma das partes na causa.
2. Incumbe ao juiz advertir as pessoas referidas no número anterior da
faculdade que lhes assiste de se recusarem a depor. (logo no início depois de
identificar a testemunha bem como as suas relações com as partes na causa o juiz
adverte do direito de recusa legítima).
3. Devem escusar-se a depor os que estejam adstritos ao segredo profissional,
ao segredo de funcionários públicos e ao segredo de Estado, relativamente aos factos
abrangidos pelo sigilo, aplicando-se neste caso o disposto no nº 4 do artigo 519.º.
(abrange advogados). (excepção ao princípio da cooperação previsto no artigo 519).
A ratio deste artigo é evitar que pessoas próximas possam com o seu
depoimento, possam lesar interesses de parentes próximos, já que os mesmos, sendo
testemunhas estão obrigados à verdade, procedendo a juramento.
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Salvo acordo das partes, não pode haver segundo adiamento da inquirição de
testemunha faltosa.
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Sobre cada um dos factos que se propõe provar, não pode a parte produzir
mais de cinco testemunhas, não se contando as que tenham declarado nada saber.
( não se contam as testemunhas que digam nada saber, mas apenas aquelas que
possuem conhecimento sobre os factos).
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Nota: O juiz pode considerar como provado um determinado facto com base
num depoimento de um testemunha que nem sequer depor concretamente quanto a
esse facto, desde que do seu depoimento isso se possa concluir.
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A testemunha que haja sido notificada para comparecer, resida ou não na sede
do tribunal e tenha ou não prestado o depoimento, pode requerer, até ao
encerramento da audiência, o pagamento das despesas de deslocação e a fixação de
uma indemnização equitativa.
Quando a parte pretenda utilizar, como meio de prova, uma coisa móvel que
possa, sem inconveniente, ser posta à disposição do tribunal, entregá-la-á na
secretaria dentro do prazo fixado para a apresentação de documentos; a parte
contrária pode examinar a coisa na secretaria e colher a fotografia dela.
Se a parte pretender utilizar imóveis, ou móveis que não possam ser
depositados na secretaria, fará notificar a parte contrária para exercer as faculdades a
que se refere o número anterior, devendo a notificação ser requerida dentro do prazo
em que pode ser oferecido o rol de testemunhas.
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A e B propuseram uma acção declarativa soba forma ordinária contra uma companhia
de seguros, pedindo, cada um deles, uma indemnização, decorrente de um acidente
de viação que alegaram ter ficado a dever-se a culpa de um dos segurados da ré. Esta
defendeu-se por impugnação e só foram seleccionados para a base instrutória, os
factos alegados pelos autores que descreveram a trajectória das viaturas, a
velocidade, o embatem a incúria do segurado da Ré, o tempo que se fazia sentir, os
danos sofridos pela viatura de A (que era o condutor) e lesões sofridas por B
(passageiro) no tórax e numa perna.
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motivo de doença, o juiz pode verificar por médico de sua confiança a veracidade das
alegações, e em caso afirmativo, autorizar a produção antecipada de prova, nos
termos do artigo 521.
Fase de julgamento
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As partes podem reclamar da matéria de facto com base nos seguintes fundamentos:
Alegar deficiências sobre a decisão, nomeadamente porque não foram decididos todos
os pontos da base instrutória.
Alegar a obscuridade da decisão, sendo a mesma incompreensível no seu todo ou em
determinados pontos.
Contradição entre a decisão considerada no seu todo.
Falta de motivação da decisão por ausência de fundamentação dos factos provados ou
não provados.
A reclamação deve ser feita logo de imediato quando as partes são notificadas da
matéria de facto, não tendo reclamado na audiência, a reclamação posterior
consubstanciará uma nulidade processual.
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B réu, arrola duas testemunhas a seu favor, mas como se apercebe que o autor
não tem provas, prescinde das testemunhas e não se fazendo prova, o réu é absolvido
do pedido.
Não foi requerida a gravação da audiência.
No recurso para a Relação, à luz dos documentos mostrados por A, pode esta
entender que os memos são suficientes para julgar procedente a acção.
Mas por exemplo, se já tivesse sido ouvida uma testemunha, não tendo sido gravado o
seu depoimento, a Relação já não pode alterar a matéria de facto.
A sentença
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N.B. o julgador está sempre limitado pelas questões formuladas pelas partes e apenas
pode condenar no sentido pedido pelo autor ou reconvindo do réu.
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abuso de direito, sempre que esteja em causa direitos indisponíveis). O juiz não pode
condenar em mais do que tenha sido pedido, limitação essa que já não existe no
âmbito do direito do trabalho.
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Esta questão aplica-se, até onde seja possível, aos próprios despachos
É nula a sentença:
a) Quando não contenha a assinatura do juiz;
b) Quando não especifique os fundamentos de facto e de direito que justificam
a decisão;
c) Quando os fundamentos estejam em oposição com a decisão;
d) Quando o juiz deixe de pronunciar-se sobre questões que devesse apreciar
ou conheça de questões de que não podia tomar conhecimento;
e) Quando condene em quantidade superior ou em objecto diverso do pedido.
A omissão prevista na alínea a) do número anterior pode ser suprida
oficiosamente ou a requerimento de qualquer das partes, enquanto for possível colher
a assinatura do juiz que proferiu a sentença.
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reforma não cabe recurso. A decisão que deferir considera-se complemento e parte
integrante da sentença.
Se alguma das partes tiver requerido a rectificação ou aclaração da sentença, o
prazo para arguir nulidades ou pedir a reforma só começa a correr depois de notificada
a decisão proferida sobre esse requerimento.
No caso a que se refere o nº 2 do artigo anterior, a parte prejudicada com a
alteração da decisão pode recorrer, mesmo que a causa esteja compreendida na
alçada do tribunal; neste caso, o recurso não suspende a exequibilidade da sentença.
Artigo 672.º, estabelece a diferença entre caso julgado material, que incide sobre o
fundo da questão, e o caso julgado formal, que incide apenas sobre a relação
processual.
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Note-se a este respeito que o caso julgado material, abrange apenas a parte decisória
e já não a parte argumentativa e de fundamentação.
O artigo 674-A tem relevo sobretudo nos acidentes de viação, sempre que esteja em
causa homicídio por negligência. Pode extrair-se sentença para depois ser usada como
presunção ilidível.
1. Ana instaurou contra Bernardo uma acção, nas Varas cíveis do Porto, pedindo a
sua condenação na entrega de um imóvel avaliado em € 50.00,00. Bernardo
pessoalmente citado, não contestou a acção. Na sentença, depois da identificação das
partes lê-se apenas: “o réu regularmente citado, não contestou, pelo que, aderindo
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formaria já, caso julgado material, nos termos do artigo 672/1, desde que os
pressupostos do artigo 498 estivessem preenchidos o que não é o caso.
5. António instaurou contra Luís, pedindo a sua condenação no pagamento da
quantia de € 55.000,00 que lhe emprestou. Luís não contestou e veio a ser
condenado, mas o juiz, muito embora dando como assente que António entregou a
Luís o montante em causa, a título de empréstimo, condenou-o apenas no
pagamento de € 5.500,00. A sentença em causa parece de erro de escrita, sendo
possível, a sua correcção nos termos do artigo 667.º por simples despacho
elaborado oficiosamente ou a pedido das partes.
6. Cláudi a, advogada, contestou uma acção instaurada por Joana, que pedia a
condenação de Humberto no pagamento de um mútuo de € 60.000,00. Cláudia
juntou com a contestação 5 recibos correspondentes a pagamentos parciais
efectuados por Humberto, que perfazem € 24.000,00. Contudo, por lapso,
apenas alegou o pagamento de € 22.000,00. É possível efectuar um requerimento,
nos termos do artigo 249 para correcção de lapso ou erro de escrita.
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Se ambas as partes ficarem vencidas, cada uma delas pode recorrer na parte
que lhe seja desfavorável, podendo o recurso, nesse caso, ser independente ou
subordinado.
O prazo de interposição do recurso subordinado conta -se a partir da
notificação da interposição do recurso da parte contrária
Se o primeiro recorrente desistir do recurso ou este ficar sem efeito ou o
tribunal não tomar conhecimento dele, caduca o recurso subordinado, sendo todas as
custas da responsabilidade do recorrente principal.
Salvo declaração expressa em contrário, a renúncia ao direito de recorrer ou a
aceitação, expressa ou tácita, da decisão por parte de um dos litigantes não obsta à
interposição do recurso subordinado, desde que a parte contrária recorra da decisão.
Se o recurso independente for admissível, o recurso subordinado também o
será, ainda que a decisão impugnada seja desfavorável para o respectivo recorrente
em valor igual ou inferior a metade da alçada do tribunal de que se recorre.
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aos outros:
a) Se estes, na parte em que o interesse seja comum, derem a sua adesão ao
recurso;
b) Se tiverem um interesse que dependa essencialmente do interesse do
recorrente;
c) Se tiverem sido condenados como devedores solidários, a não ser que o
recurso, pelos seus fundamentos, respeite unicamente à pessoa do recorrente.
A adesão ao recurso pode ter lugar, por meio de requerimento ou de subscrição
das alegações do recorrente, até ao início do prazo referido no n.º 1 do artigo 707.º
Com o acto de adesão, o interessado faz sua a actividade já exercida pelo
recorrente e a que este vier a exercer. Mas é lícito ao aderente passar, em qualquer
momento, à posição de recorrente principal, mediante o exercício de actividade
própria; e se o recorrente desistir, deve ser notificado da desistência para que possa
seguir com o recurso como recorrente principal.
O litisconsorte necessário, bem como o comparte que se encontre na situação
das alíneas b) ou c) do nº 2, podem assumir em qualquer momento a posição de
recorrente principal
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5.ª Secção
Tribunal da Relação do Porto
N.º Proc. ……/07-05 (4)
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Recurso de revista
P.E.D
O advogado
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que tenha sido notificado correctamente, o prazo começa a correr logo no dia em que
foi proferido.
Quando, fora dos casos previstos nos números anteriores, não tenha de fazer-
se a notificação, o prazo corre desde o dia em que o interessado teve conhecimento
da decisão
Em prazo idêntico ao da interposição, pode o recorrido responder à alegação do
recorrente. (contra alegações)
Na sua alegação o recorrido pode, ter como fundamento, a impugnação a
admissibilidade ou a tempestividade do recurso, bem como a legitimidade do
recorrente. Note-se que nas contra alegações não há conclusões, mas apenas
fundamentação.
Se o recurso tiver por objecto a reapreciação da prova gravada, ao prazo de
interposição e de resposta acrescem 10 dias. Este prazo acresce quer para o
recorrente quer para o recorrido, trata-se de um prazo adicional que a lei entende ser
necessário, porque o recurso sobre a matéria de facto, será em princípio mais
trabalhoso, decorrente da necessidade de ouvir cassetes etc.
Sendo requerida pelo recorrido a ampliação do objecto do recurso, nos termos
do artigo 684.º -A, pode o recorrente responder à matéria da ampliação, nos 15 dias
posteriores à notificação do requerimento.
Estamos aqui perante a seguinte situação: o Autor ganha a acção, mas o réu
recorre da mesma. O autor, apensar de ter ganho a mesma, pode em sede de recurso,
requerer que o tribunal amplie o seu objecto, pois apesar de ter ganho, pode o tribunal
não ter reconhecido determinados factos que o autor alegou.
Ora, nestes casos o réu tem direito a responder nos 15 dias posteriores à
notificação do requerimento de pedido de ampliação do objecto de recurso.
Havendo vários recorrentes ou vários recorridos, ainda que representados por
advogados diferentes, o prazo das respectivas alegações é único, incumbindo à
secretaria providenciar para que todos possam proceder
ao exame do processo durante o prazo de que beneficiam.
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disposto no n.º 2 do artigo 522.º -C, incumbe ao recorrente, sob pena de imediata
rejeição do recurso no que se refere à impugnação da matéria de facto, indicar com
exactidão as passagens da gravação em que se funda, sem prejuízo da possibilidade
de, por sua iniciativa, proceder à respectiva transcrição. (indicar o nome das
testemunhas, indicar concretamente as cassetes e as voltas em que o mesmo se
encontra gravado).
Na hipótese prevista no número anterior, incumbe ao recorrido, sem prejuízo
dos poderes de investigação oficiosa do tribunal, proceder, na contra –alegação que
apresente, à indicação dos depoimentos gravados que infirmem as conclusões do
recorrente, podendo, por sua iniciativa, proceder à respectiva transcrição.
Quando a gravação da audiência for efectuada através de meio que não
permita a identificação precisa e separada dos depoimentos, as partes devem
proceder às transcrições previstas nos números anteriores.
O disposto nos n.os 1 e 2 é aplicável ao caso de o recorrido pretender alargar o
âmbito do recurso, nos termos do n.º 2 do artigo 684.º -A. Portanto, a solução é igual
para os casos em que o recurso versa sobre matéria de direito.
Note-se que as contra alegações apenas têm conclusões nos casos em que nas
mesmas existe alargamento do objecto de recurso, quer no âmbito da matéria de
direito quer de facto.
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Depois de subir para o tribunal que vai julgar o recurso, em regra a relação, o
processo será distribuído a um relator, que fica com o processo a ser cargo, e com as
funções previstas no artigo 700.
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O recurso de revista
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expressa de lei que exija certa espécie de prova para a existência do facto ou que fixe
a força de determinado meio de prova.
Por exemplo se a relação considerou provado que entre o autor e o réu foi
celebrado um contrato de compra e venda por documento particular, o STJ pode
apreciar esta questão, porque a lei exige, para essa prova, documento particular.
Termos em que STJ julga a revista:
Modo de subida
Efeitos do recurso
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Requisitos
Tanto pode ser pedido pelo requerido como pelo requerente, sendo processado como
revista, salvo no que se refere aos efeitos.
O processo chega ao STJ e é distribuído a um relator, que vai decidir se os
requisitos do recurso per saltum estão ou não preenchidos.
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Injunção, Dl 268/98
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Transacções comerciais são definidas para este efeito, nos termos do DL 32/2003.
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para pagar o valor da dívida ou deduzir oposição, sob pena de lhe ser aposta forma
executiva, artigo 14.
A oposição não carece de ser feita de forma articulada.
Sempre que o requerido deduzir oposição, ao requerimento de injunção não é aposta
fórmula executória, pelo que temos de atender ao disposto no artigo 17.
Neste caso, se o processo tiver valor até € 15.000,00, o processo segue a forma
de acção especial para o cumprimento de obrigações pecuniárias.
Contudo, se o processo tiver valor superior já seguirá a forma de processo comum
ordinário ou sumários dependendo do valor concreto da causa.
Em qualquer dos casos o requerimento de injunção vale como PI, por isso, deve haver
o juiz convidar ao aperfeiçoamento.
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