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Carla Ferraz
Carlos Jr.
Cíntia Lo Bianco
Joaquim
Josiane Telles
Ponciana Beserra
Sônia de Jesus
Rio de Janeiro
11/2009
Visita Técnica ao Centro Brasileiro de Cooperação e
Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS
Por Alcinéia Milanez, Carla Ferraz, Carlos Jr, Cíntia Lo Bianco, Joaquim,
Josiane Telles, Ponciana Beserra e Sônia de Jesus.
Rio de Janeiro
11/2009
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Seus grandes monumentos, sem dúvidas, são os textos dos seminários de Araxá
e de Teresópolis – revelar-se-à um eixo de extrema densidade no momento de reflexão
profissional: não só continuará mobilizando energias nos anos seguintes como,
especialmente, mostrar-se-á o vetor de renovação que mais precisamente marcou a
categoria profissional. A especificidade que historicamente caracteriza o serviço Social,
situa-se na demanda social que viabiliza e legitima a implantação e desenvolvimento da
instituição a partir do momento em que a secularização e o alargamento da base social
de recrutamento – o meio profissional – ultrapassa os limites do “bloco católico”. A
profissão não poderia deixar de ser profundamente marcada por aquela especificidade.
Situa-se aqui a questão da auto-justificação da atividade profissional dos
assistentes sociais e das estratégias de desenvolvimento do campo de ação profissional,
de reconhecimento e status. O Serviço Social não está isento da necessidade de
constantemente produzir sua própria justificação. Será necessário atualizar
constantemente um discurso que legitime o Serviço Social perante sua clientela. Por
outro lado, a contradição evidente entre o discurso institucional, seus objetivos e
pretensões e aquilo que realiza cotidianamente o assistente social , torna uma
confirmação constante de sua utilidade social e do caráter de seus objetivos: De que os
determinismos sociais - vistos como fatores que atuam de fora – são os principais
responsáveis pelas limitações e condicionamentos à prática profissional.
O lapso histórico que é coberto pela vigência da autocracia burguesa demarca
também uma quadra extremamente importante e significativa no desenvolvimento do
Serviço Social no Brasil.
Do ponto de vista profissional, o fenômeno mais característico relaciona-se à
renovação do Serviço Social. Sua natureza e funcionalidade constitutiva alteraram
muitas demandas práticas a ele colocadas e a sua inserção nas estruturas organizacional-
institucionais (a alteração das condições do seu exercício profissional).
A reprodução da categoria profissional – a formação dos seus quadros técnicos –
viu-se profundamente redimensionada (bem como os padrões da sua organização como
categoria) e seus referenciais teórico-culturais e ideológicos sofreram giros sensíveis
(assim como as suas auto-representações). Este rearranjo global indica que os
movimentos ocorridos neste marco configuram bem mais que a resultante do acúmulo
que a profissão vinha operando desde antes.
A contestação procede do exterior da profissão: indiretamente, parte da
movimentação social que caracteriza o período; diretamente, retira a intervenção
imediata dos assistentes sociais dos segmentos sociais que perecem. Sua conversão em
efervescência profissional interna deve-se à convergência de vetores que afetam a
reprodução da categoria profissional como tal: a revisão crítica que se processa na
fronteira das ciências sociais.
O insumo científico de que historicamente fornecia-se a credibilidade teórica do
fundamento do Serviço Social com o respaldo das disciplinas sociais acadêmicas via-se
questionado no seu próprio terreno de legitimação original. A impugnação do
funcionalismo, do quantitativismo e da superficialidade que impregnavam as ciências
sociais universitárias não provinha de protagonistas alheios à 'comunidade científica',
mas tinha seus centros dominantes no interior de respeitáveis instituições de que
socorria o Serviço Social.
Há também o deslocamento sociopolítico de outras instituições, cujas
vinculações com o Serviço Social são notórias: as igrejas – católica, em especial e
algumas protestantes.
A renovação está intimamente vinculada ao circuito sociopolítico latino-
americano da década de 1960: a questão que originalmente a comanda é a
funcionalidade profissional na superação do subdesenvolvimento. Indagava-se sobre o
papel dos profissionais em face de manifestações da questão social, a adequação dos
procedimentos profissionais consagrados às realidades regionais e nacionais, a eficácia
das ações profissionais e a eficiência e legitimidade de suas representações e inquietava-
se com o relacionamento da profissão com os novos atores que emergiam na cena
política (ligados às classes subalternas). Tudo sob o peso do colapso dos pactos
políticos que vinham da pós-guerra, do surgimento de novos protagonistas
sociopolíticos, da revolução cubana, do incipiente reformismo gênero aliança para o
progresso. Ao mover-se assim, através de seus segmentos de vanguarda, os assistentes
sociais latino-americanos estavam minando as bases tradicionais de sua profissão,
abrindo espaço para a renovação do Serviço Social. Isso é o ponto de partida para o
processo que se esboça em 1965 e tem por objetivo expresso adequar a profissão às
demandas de mudanças sociais registradas ou desejadas no marco continental.
A evolução do movimento de renovação se extingue por volta de 1975; vai
explicitar esta heterogeneidade – patente na sua elaboração e nos confrontos teóricos
que pôde propiciar – dissipando completamente a ilusão de unidade que marcou o seu
desenvolvimento.
Pela primeira vez de forma aberta, a elaboração do Serviço Social vai socorrer-
se da tradição marxista e o fato central é que o pensamento de raiz marxiana deixou de
ser estranho ao universo profissional dos assistentes sociais. A partir de então, criaram-
se as bases para pensar a profissão sob a lente de correntes marxistas. Seguindo essa
linha de raciocínio, a interlocução entre o Serviço Social e a tradição marxista
inscreveu-se como um dado da modernidade profissional.
Outro elemento importante introduzido no curso do processo de renovação foi
uma nova relação dos profissionais no marco continental.
No que toca à distribuição diacrônica da elaboração profissional, é sugerido um
cenário em que se registram três momentos privilegiados de condensação da reflexão: o
primeiro cobre a segunda metade dos anos de 1960, o segundo é constatado um decênio
depois e o terceiro localiza-se na abertura do ano de 1980. Esta distribuição, de alguma
maneira se relaciona com os organismos que sustentam o processo de renovação.
No primeiro momento, o impulso organizador é praticamente monopolizado
pelas iniciativas do CBCISS, que então abre a série dos seus importantes seminários de
teorização. No segundo, além da presença dessa entidade, verifica-se especialmente a
objetivação das inquietudes sistematizadas no âmbito dos cursos de pós-graduação,
inaugurados pouco antes. No terceiro, acresce-se a estas duas fontes alimentadoras a
intervenção de organismos ligados à agências de formação (ABESS) ou diretamente à
categoria profissional (como as associações profissionais, sindicatos, entre outros).
Esta diversidade de organismos tem conexões com proposições profissionais
diferentes; o movimento global desses momentos parciais oferece um desenho nítido: a
renovação inicia-se mediante a ação organizadora de uma entidade que aglutina
profissionais e docentes, em seguida tem o seu centro de gravitação transferido para o
interior das agências de formação e, enfim, espraia-se desses núcleos para organismos
de clara funcionalidade na imediata representação da categoria profissional. Esta é a
evolução que leva da ação quase exclusiva do CBCISS ao debate nas escolas
(principalmente nos cursos de pós-graduação) e, posteriormente, à conjunção desses
dois espaços com aqueles de organizações estritamente profissionais.
Neste processo rebatem tanto o peso novo que vão adquirindo as agências de
formação (postas a sua ampliação e a sua inserção acadêmica) quanto as implicações da
organização da categoria (posto o mercado nacional do trabalho).
No mesmo movimento, dois dados são significativos: o alargamento do elenco
de interlocutores, em função da pluralidade dos organismos envolvidos e da ampliação
da categoria profissional e a modalidade de difusão dos conteúdos da renovação. A
decorrência do primeiro compreende o relevo das personalidades profissionais –
gradualmente, o grupo restrito de pessoas consagradas da profissão que vai sendo
deslocado por um segmento cada vez maior de profissionais (inclusive com uma
localização geográfica menos concentrada no país) que participa dos debates que dão o
tom da polêmica profissional. No segundo, o que se observa é a emergência de condutas
mais eficazes para divulgar os eixos temáticos da renovação.
A primeira direção conforma uma perspectiva modernizadora para as
concepções profissionais, ou seja, um esforço no sentido de adequar o Serviço Social.
Enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser
operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências
postas pelos processos sociopolíticos emergentes no pós-64. Trata-se de uma linha de
desenvolvimento profissional que se encontra no auge de sua formulação, exatamente
na segunda metade dos anos 1960.
Seus grandes monumentos, sem dúvidas, são os textos dos seminários de Araxá
e de Teresópolis – revelar-se-à um eixo de extrema densidade no momento de reflexão
profissional: não só continuará mobilizando energias nos anos seguintes como,
especialmente, mostrar-se-á o vetor de renovação que mais precisamente marcou a
categoria profissional.
DOCUMENTO DE TERESÓPOLIS
2.2- Apreciação dos critérios e das tendências que vêm orientando a formulação da
metodologia do serviço social.
- Teoria Metodológica do Serviço Social, uma Abordagem Sistemática, por José Lucena
Dantas.
- Bases para Reformulação da Metodologia do Serviço Serviço Social, por Tecla
Machado Soeiro.
DOCUMENTO DE ARAXÁ
O Serviço Social não alcançou uma definição única, tem uma corrente que
define como ciência social aplicada, por se utilizar do conhecimento de outras áreas
como: Sociologia, antropologia, Psicologia, Economia, Política, etc., para intervir na
realidade social. Outros defendem posições de independência para o serviço Social, no
quadro das ciências, afirmando possuir um sistema de conhecimentos científicos,
normativos e transmissíveis, em torno de um objetivo comum. Há, ainda, os que
asseveram que o Serviço Social é uma ciência quando sintetiza as ciências
psicossociais.
Quanto ao componente arte, originariamente incluído nas definições de Serviço
Social, verificam-se divergências, ficando, por este motivo, a questão em aberto.
A evolução dos conceitos de Serviço Social e sua sistematização como disciplina
permitem afirmar a existência de componentes essenciais e que podem ser
sistematizados como instrumento de intervenção na realidade social.
Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela atuação
junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais.
A evolução do Serviço Social no Brasil caracterizou-se por ser um Estado
paternalista, por essa razão surgiram instituições sociais com interesse de solucionar os
problemas através de programas assistenciais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
______________________________________________________________ . Debates
Sociais. Desafios - Araxá 30 anos depois. cópia mimo.
IAMAMOTO, Marilda. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil; Ed. Cortez. cópia
mimeo.
NETTO, José P. Ditadura e Serviço Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil;
Ed. Cortez; 2004. cópia mimeo.
Fomos recebidos pela Sra. Telma Telles de Freitas (bibliotecária), onde nos foi
apresentada a biblioteca do CBCISS. Sra. Telma trabalha no CBCISS desde 1976.