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CULTURA ORGANIZACIONAL
RIBEIRÃO PRETO
2010
1.INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os trabalhos sobre a cultura organizacional tem avançado graças às pesquisas em
sociologia e pesquisas ligadas à psicologia. As mudanças acontecem cada vez mais rápidas nesta era
high tec graças ao avanço da informática, internet, globalização. As organizações não podem mais
esperar por décadas para implementar mudanças em seu interior, mas também não podem fazer
mudanças internas sem planejamento sob risco de perder recursos importantes como tempo e
dinheiro, o que pode impactar na sua competitividade. Este artigo busca conceituar a cultura
organizacional e sugerir algumas formas de atuação sobre ela.
Cultura organizacional pode ser entendido como um conjunto de premissas que um grupo aprendeu
a aceitar, como resultado da solução de problemas de adaptação ao ambiente e de integração
interna. Essas premissas funcionam suficientemente bem para serem consideradas válidas e podem
ser ensinadas a novos integrantes como sendo a forma correta de perceber, pensar e sentir-se em
relação a esses problemas de adaptação externa e integração interna.
Todas as organizações desenvolvem uma cultura própria, inerente aos seus processos e
hábitos internos. Muitas vezes os administradores entendem o termo cultura como sendo um
sistema de representações simbólicas que expressam formas de interpretar o mundo, possibilitando
a comunicação entre os membros do grupo. Neste sentido, cada profissional traz em si sua própria
cultura e estas devem ser amalgamadas por meio de uma cultura maior (a da empresa) que
possibilitará que diferentes pessoas (com diferentes experiências e expectativas) possam trabalhar
em equipe.
Quando um grupo social tem que transmitir a uma nova geração a sua visão do mundo,
surge a necessidade de legitimação. A legitimação consiste em um processo de explicar e justificar a
ordem institucional, prescrevendo validade cognitiva aos seus significados objetivados, ou seja, usa-
se elementos cognitivos para fundamentar as explicações a respeito dos processos institucionais,
mas estes elementos não precisam necessariamente ser novos, podem ser elementos já conhecidos
mas que passem por um novo significado, uma nova interpretação ou podemos dizer
reinterpretação. Esses elementos vão sendo difundidos dentro da organização e são repassados
através de histórias (verdadeiras ou falsas), através de instruções, memorandos, etc. O importante é
que existam elementos que justifiquem os comportamentos e processos, e estes elementos acabam
mudando com o passar do tempo, seja pela forma como são repassados ou por novas experiências
no dia-a-dia.
Com relação aos elementos em si, podemos afirmar que há vários componentes que formam
a cultura organizacional e alguns autores estabelecem algumas relações entre esses componentes em
termos de importância. De acordo com Maximiano:
Os artefatos são os aspectos visíveis de uma cultura organizacional que possuem algum
significado para as pessoas. A maneira como as pessoas se vestem, por exemplo, no ambiente de
trabalho está diretamente relacionada com a cultura da empresa. O ambiente de trabalho, a
disposição de móveis, a limpeza do lugar, enfim, todo o aparato físico está relacionado com os
artefatos. A informação que os artefatos transmitem irão influenciar o comportamento dos
integrantes da empresa e do público que busca a empresa. Por exemplo, uma pessoa que valoriza
muito a limpeza poderia ficar desmotivada em trabalhar em um lugar sujo, assim como um cliente
que está muito preocupado com a saúde e a higiene dificilmente vai aceitar comer em um
restaurante de aspecto sujo, ainda que os alimentos sejam preparados com o mais alto nível de
higiene. O lugar, as roupas, os móveis transmitem informações (reais ou não) baseados nas
expectativas e experiências de vida das pessoas.
A tecnologia também tem sua parte na cultura organizacional. Pode-se definir tecnologia
como o conjunto de conhecimentos utilizados pelas pessoas e organizações para resolver
problemas. Algumas empresas fazem mais uso da tecnologia e outras menos. Algumas empresas
usam emails e intranets para se comunicar com seus funcionários, outras não utilizam nem o
telefone ainda. A forma como o conhecimento é transmitido e a necessidade de usar mais ou menos
conhecimentos influencia a maneira como os grupo reagem a mudanças. Com certeza, uma empresa
em que as pessoas não estão acostumadas a lidar com a informática apresentaria uma certa e
justificada dificuldade se de repente todos os informes e comunicados da administração passarem a
ser repassados via informática, por email, por exemplo. Seria da mesma forma inconcebível para
um vendedor que está acostumado a receber informações e catálogos por email ter de viajar para a
sede da empresa toda vez que for feito um novo lançamento. Haveria com certeza, em ambos os
casos, dificuldade de adaptação a métodos de trabalho diferentes. Assim, a tecnologia se destaca
como mais um dos componentes que faz parte da cultura organizacional de qualquer empresa.
Alguns autores resumem todos esses fatores e componentes dizendo que cultura é definida
como um sistema de conhecimento e crenças compartilhados. Para Edgar Schein, cultura é o
conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender
como lidar com problemas de adaptação externa e integração interna que funcionaram bem o
suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de
perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas (Fleury, 1987)
Há várias formas de atuar numa empresa para mudar sua cultura de modo que os exemplos
que serão citados a seguir não são exaustivos, são apenas algumas idéias que podem ser colocadas
em prática ao tentar mudar a cultura de determinada organização. Algumas empresas usam
mecanismos de socialização que consiste basicamente em um processo de aquisição de
comportamentos e regras de conduta, baseados em recompensas ou punições (coerção). A atitude
desejada é estimulada e a indesejada punida. Pode ser, por exemplo, dando prêmios e incentivos, ou
promoções para aqueles que mais se destacam na empresa. Por outro lado, as empresas podem punir
aqueles que deixam de agir da maneira esperada através de advertências, suspensões, demissão.
Algumas empresas comunicam aos empregados recém-chegados como devem agir através de
manuais, código de ética ou cursos. Outras empresas estimulam determinado comportamento
através de treinamentos, outras contratam consultores para atuar junto dos empregados, outras
contratam estagiários que podem trazer novidades do meio acadêmico e assim por diante. Algumas
empresas fazem mudanças na estrutura física (layout, fachada, uniformes, etc), outras estimulam
seus colaboradores através de valores, disseminando esses valores dentro e fora da empresa (a
empresa é uma grande família, enquanto a empresa for bem todos estarão seguros financeiramente,
através de festas de confraternização).
O importante não é tentar ter uma fórmula que se encaixe a toda organização, mas saber que
a cultura organizacional é importante e influencia as atitudes das pessoas. Tendo em mente este
ponto, o administrador pode estudar a fundo como os componentes da cultura organizacional estão
influindo as pessoas que estão sob seu comando e a partir daí tentar estudar a melhor estratégia para
atingir os objetivos organizacionais. Pode ser interessante nesta fase possuir indicadores para
mensurar como cada componente ou sub-componente influencia a maneira como as pessoas agem.
Isto sem dúvida é um desafio, tentar mensura algo que num primeiro instante é subjetivo, mas
somente a partir dessa mensuração será possível acompanhar os resultados das ações, para saber se
as mudanças estão ocorrendo da forma e magnitude desejada.
3.BIBLIOGRÁFIA
Bernardes, C. & Marcondes, R.C. Sociologia aplicada à administração. São Paulo: Saraiva, 1999.
Fleury, M. Tereza Leme. Estórias, mitos, heróis – cultura organizacional e relações do trabalho.
Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, 27, out/dez. 1987