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TRABALHO DE CARMOPOLIS-SERGIPE
PROCESSO Nº 0000542-56.2010.5.20.0011
PRELIMINARMENTE.
Av. Pedro Calazans – nº 1098 – Sala 01 – Bairro Cirurgia – Aracaju/SE – CEP: 49055-520
Tel.: 3044-4656 – Email: fevadvocacia@gmail.com
NO MÉRITO.
DOS FATOS
Aviso prévio acrescido em 1/3 sob todo o pacto laboral; horas extras devidas
com acréscimo de 50%; férias em dobro acrescida de 1/3, 13º salário, dobras de
domingo e feriados trabalhados, indenização por tempo de serviço, dobrada, até
05/05/2010; diferença salarial em dobro, em decorrência da retenção, posto que sempre
recebeu abaixo do salário mínimo legal, honorários advocatícios no patamar de 20% sob
o valor da condenação; juros e atualização monetária; FGTS ou indenização
equivalente, Seguro desemprego ou entrega das guias ou indenização equivalente;
salário família; Que seja oficiado o INSS para efetuar o pagamento do Auxilio Doença;
indenização equivalente em decorrência da estabilidade provisória adquirida,
incorporada ao tempo de serviço; concessão da gratuidade de justiça, arbitramento de
danos morais no valor R$ 10.200,00(dez mil e duzentos reais) e que o empregador seja
condenado ao pagamento de todas as custas processuais, honorários periciais e
advocatícios.
Dá valor à causa de R$ 21.653,70(vinte e um mil, seiscentos e cinqüenta e três
reais e setenta centavos).
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CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
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DA FUNÇÃO EXERCIDA
PELO RECLAMANTE
O caseiro se encaixa como uma espécie do gênero domestico, que estende não só
ao âmbito residencial, ou seja, será caseiro os domésticos que trabalham em sítios ou
casas de campo utilizados especificamente para fins de lazer, sem nenhuma finalidade
lucrativa, e onde não se vende nenhum produto, seja ele hortifrutigranjeiro ou de
qualquer outra espécie.
Como se detecta pelas cópias dos recibos juntados e como restará comprovado
pelo depoimento das testemunhas do reclamado, o reclamante trabalhava na chácara
União como caseiro, sendo o responsável pela limpeza e manutenção da mesma. Quanto
as produção de frutas, essa até os dias atuais, é única e exclusivamente para utilização
do proprietário, não sendo tais frutas comercializadas de forma alguma.
Alega o reclamante que um dos seus serviços era manusear gado, sempre no
horário das 05 às 19h, o que mais impressiona é que a supracitada chácara nunca teve
criação alguma de gado, que seja época em que o reclamante trabalhou lá, quer seja em
tempos passados, quer seja nos dias atuais.
Por fim, a CTPS do reclamante está anotada como caseiro, e em momento algum
o reclamante fez menção a retificação da CTPS no tocante a função exercida, tendo
somente questionado quanto a data da sua entrada, corroborando ainda mais a função
que exercia durante o tempo em que laborou para o reclamado.
Esclarecida a questão e tendo sido definida a real função do reclamante,
passemos a analise pormenorizada das verbas pleiteadas pelo mesmo.
RETIFICAÇÃO
DA CTPS
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assinatura da carteira com a data de admissão que alega ser a devidamente correta, sob
pena de não fazendo, que tal procedimento seja feito pela Secretaria.
Ora Exa. Conforme se atesta pelas cópias dos recibos e dos pagamentos a
previdência em anexo, que compreendem todo o período em que o reclamante trabalhou
para o reclamado, fica claro o período em que o mesmo começou a trabalhar, que fora o
que foi anotado na CTPS.
Desta forma, pede-se a total improcedência do pedido da exordial referente a
esta questão.
AVISO PREVIO
DA JORNADA DE TRABALHO
E DAS HORAS EXTRAS
Alega o reclamante que durante todo seu contrato de trabalho, prestava suas
atividades das 5:00hs. às 19:00 hs, sem qualquer intervalo para refeições.
Assim, em seu entendimento faz jus a horas extras durante todo o pacto laboral,
com acréscimo de 50%, porém não fez referência alguma ao suposto nº de horas extras
trabalhadas, o que gerou um montante equivalente a R$ 2.550,00(dois mil e quinhentos
e cinqüenta e cinco reais).
Ocorre Exa. que conforme já explicitado e também será comprovado em
audiência, o reclamante é doméstico, sendo que tal categoria não possui jornada de
trabalho definida, quer seja em decorrência da função exercida, quer seja pela não
previsão legal de tal exigência. Assim, não tendo sua jornada especificada, tal não pode
ser quantificada, não cabendo então o pagamento das horas extras alegadas
Importante ressaltar que o horário de trabalho do reclamante , normalmente, era
estabelecido por ele mesmo, posto que o reclamado não mora na chácara, tendo-a como
um ponto de lazer, e se o reclamante alguma vez ficou sem se alimentar por conta do
trabalho, o fez por escolha própria e não em virtude do empregador.
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O artigo 7º da Constituição Federal, em seu parágrafo único, não assegurou aos
trabalhadores domésticos o resguardo dos incisos XIII e XVI, e desta forma, não lhes
assegurou o direito à jornada limitada e às horas extras.
Mesmo porque, também não há previsão na legislação ordinária, ou seja, a Lei nº
5.859/72, neste sentido.
Desta forma, o empregado doméstico não tem direito a horas extras, porque
sequer tem direito a uma jornada de trabalho definida.
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impossível, por falta de previsão legal (artigo 7º, parágrafo único, da
Constituição Federal).
Assim, conforme já demonstrado o reclamante atuava como caseiro, posto que a
chácara do reclamante não possui nenhuma finalidade lucrativa, assim a jornada de
trabalho especificada na exordial deve ser desconsiderada, posto que o doméstico
(situação no qual se enquadra o caseiro), não possui jornada de trabalho definida, e
principalmente, o reclamado em momento algum estabeleceu tal jornada citada como
sendo o horário de serviço do reclamante.
Pede-se assim, a improcedência do pedido referente ao item “b”, pois amparado
pela lei, o reclamante não possuía uma jornada de trabalho definida, dessa forma nada
deve o reclamado, em razão de horas extras ou intra-jornadas ao reclamante.
FÉRIAS
Assim, para que o empregado possa gozar as férias pro completo acrescidas de
1/3 o mesmo terá que passar pelo período aquisitivo de 12 meses. Não passando tal
período aquisitivo o mesmo terá direito ao pagamento das férias proporcionais.
Ora Exa. o reclamante nunca gozou férias porque não atingiu o período
aquisitivo necessário para tal beneficio, pois trabalhou para o reclamado por 9 meses
somente, tendo sido por isso pagas as férias proporcionais equivalente a esse período
que trabalhou, conforme pode-se atestar do termo de rescisão de contrato em anexo.
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DO 13º SALARIO
DOBRA DE DOMINGO
E FERIADOS
MULTA DO
ARTIGO 477 DA CLT
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Totalmente, descabida, data vênia, tal pretensão, vez que o pagamento das
parcelas provenientes ao acerto rescisório foi efetuado no dia 28/02/2006, ou seja, no
dia da rescisão do seu contrato de trabalho.
Inclusive, deve ser ressaltado que mesmo que assim não tivesse ocorrido, os
ditames contidos no artigo 477 da CLT não se aplicam a categoria dos empregados
domésticos.
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relacionadas, dentre elas, as multas dos artigos 467 e 477, § 8º, da
CLT a empregado doméstico. Recurso de revista conhecido e não
provido.( Processo: RR - 792500-81.2003.5.12.0001 Data de
Julgamento: 12/08/2009, Relator Ministro: Emmanoel Pereira, 5ª
Turma, Data de Divulgação: DEJT 21/08/2009.)
Portanto, juridicamente impossível o pedido de multa prevista no art. 477 da
CLT, haja vista que inaplicável à espécie referido texto legal, pois como já referido o
empregado doméstico não se enquadra na categoria dos empregados abrangidos pela
CLT.
DA REMUNERAÇÂO
PERCEBIDA
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DOS HONORARIOS
ADVOCATÍCIOS
DO FGTS E DO
SEGURO DESEMPREGO
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Assim, como vemos, o reclamante não tem também direito ao seguro
desemprego, e conseqüentemente a entrega das guias referentes a este, ou até mesmo a
uma indenização equivalente ao seguro, posto que não preenche os requisitos acima
elencados, pois ó trabalhou durante 8 meses, não tendo sido optado pelo seu contratante
o recolhimento ao FGTS.
SALARIO FAMILIA
DO AUXILIO DOENÇA E
DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA E
DA INDENIZAÇÃO EQUIVALENTE
O auxilio doença é regulado pelo art. 60 da lei 8.213/91, que traz que “o auxílio-
doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do
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afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início
da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz”.
Porém o auxilio doença que trata tal artigo é o auxilio doença previdenciário,
que é aquele que é devido ao segurado empregado doméstico que ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, por motivo de doença ou acidente
de qualquer natureza ou causa, não decorrente de sua atividade no trabalho.
Ocorre, que conforme alega o reclamante, através da juntada dos receituários,
que sofreu a lesão na coluna lombar-sacra em serviço, caracterizando assim o acidente
de trabalho.
O auxilio doença acidentário não se aplica ao empregado domestico, o site da
previdência ao explicar tal benefício o faz da seguinte forma:
Benefício concedido ao segurado incapacitado para o trabalho
em decorrência de acidente de trabalho ou de doença profissional.
Considera-se acidente de trabalho aquele ocorrido no exercício
de atividades profissionais a serviço da empresa (típico) ou
ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa (de trajeto).
Têm direito ao auxílio-doença acidentário o empregado, o
trabalhador avulso, o médico-residente e o segurado especial. A
concessão do auxílio-doença acidentário não exige tempo mínimo de
contribuição.
(http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_06_01.
asp)
Assim, Como o empregado doméstico não faz jus ao benefício previdenciário de
auxílio doença acidentário, conseqüentemente não terá estabilidade por este motivo.
Diante disto, não sendo o auxilio doença acidentário um direito do domestico, e não
tendo este o direito a estabilidade provisória em virtude dos fatores já elencados, não há
que se falar em indenização equivalente a ser paga, muito menos em incorporação ao
tempo de serviço.
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Alega somente ter sofrido uma lesão de natureza grave em dias de trabalho,
durante o seu pacto laboral, e que em virtude do descaso do reclamante, que não lhe
prestou a assistência necessária para a sua recuperação, tendo que procurar diversos
hospitais para se tratar, haja vista que o reclamado não procedeu com o recolhimento do
INSS que lhe faz jus em caso de emergência.
Ora Exa. é de grande importância destacar inicialmente que o reclamante nunca
informou ao reclamado de tal lesão, tendo este tomado conhecimento de tal problema
nos autos desta ação, até porque o reclamante nunca se afastou da sua atividade, e se
caso realmente tivesse sofrido uma lesão grave, como alega ter sofrido, não teria
condições de continuar trabalhando até a data da sua dispensa, que foi no dia
08/03/2010.
Quanto ao fato do reclamado não proceder com o recolhimento do INSS que lhe
fazia jus, tais alegações não procedem, pois conforme cópias das guias da previdência
social pagas, o demandado nunca se escusou de nenhum pagamento das verbas
previdenciárias devidas, não tendo o mesmo direito algum em virtude da não previsão
de auxilio doença acidentário e estabilidade provisória para a sua categoria, qual seja,
domestico.
Assim não se configura o dano moral, posto que o reclamante não sofreu lesão
alguma, situação esta que será ratificada pela pericia medica a ser realizada, que já
fica desde já requerida.
IMPUGNAÇÃO DO PEDIDO
DA JUSTIÇA GRATUITA.
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RESPONSABILIDADE CRIMINAL DELA DECORRENTE, NÃO
AUTORIZA A ISENÇÃO (TRT/SP 02940310666 – AC. 8ª T.
1.333/95 – REL. RENATO DE LACERDA PAIVA – DOE
19.01.95).
A ASSISTÊNCIA JURÍDICA AOS NECESSITADOS DE QUE
TRATA A LEI Nº 1.060/50 SERÁ PRESTADA ÀQUELE QUE
SE ENQUADRAR NAS DISPOSIÇÕES DA LEI Nº 5.584/70
(ART. 14 E PARÁGRAFOS), MEDIANTE SIMPLES
REQUERIMENTO BASEADO EM DECLARAÇÃO EXPEDIDA
NOS EXATOS TERMOS DA LEI Nº 7.115/83. TRT/SP
02940481193 – AC. 3ª T. 10.500/95 0 RE. MIGUEL PARENTE
DIAS – DOE 28.03.95).
Em assim sendo, pelas razões acima, entendemos que o pedido deve ser
indeferido.
ISTO POSTO, improcedem os pedidos dos pagamentos das seguintes verbas: Aviso
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Seguro desemprego ou entrega das guias ou indenização equivalente; salário família;
Que seja oficiado o INSS para efetuar o pagamento do Auxilio Doença; indenização
equivalente em decorrência da estabilidade provisória adquirida, incorporada ao tempo
de serviço; concessão da gratuidade de justiça, arbitramento de danos morais no valor
R$ 10.200,00(dez mil e duzentos reais), que o empregador seja condenado ao
pagamento de todas as custas processuais, honorários periciais e advocatícios.
A AÇÃO deve ser julgada totalmente improcedente, condenando-se o Autor nas
custas processuais.
PROTESTA PROVAR o alegado com documentos, testemunhas, pela
realização de pericia médica, visando averiguar a suposta lesão sofrida pelo autor,
bem como o nexo causal entre tal lesão e o trabalho exercido, e pelo depoimento
pessoal do Demandante, sob pena de confissão ficta quanto à matéria de fato e pelos
demais meios de provas em Direito permitidos, de logo requeridos.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Diogo Dória Pinto Arthur Moureira Fontes Lima Jomar Lamartine Bastos Veiga
OAB/SE 4071 OAB/SE 5022 OAB/SE 4947
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