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Fundamentos Histórico-Filosóficos da
Educação
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MATERIAL DIDÁTICO
Revisão de Texto
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Márcio Magno Ribeiro de Melo
Equipe
André Pimenta, Antonio França Filho, Angélica de Fátima Jorge, Alexandre Ribeiro, Amanda Rodrigues, Bruno Benn,
Cefas Gomes, Clauder Frederico, Francisco França Júnior, Hermínio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais,
Lucas do Vale, Márcio Serafim, Mariucha Silveira Ponte e Ruberval da Fonseca
Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource
ANTIGUIDADE A CONTEMPORANEIDADE
É impossível pensar no Ocidente sem as contribuições dos gregos. Vejamos abaixo o que
esse povo da região sul da Europa, habitante de uma região ensolarada e banhada pelo mar
Mediterrâneo, legou à sociedade ocidental.
O ideal cívico - Embora não tivessem chegado à idéia de uma pátria unificada, os gregos amaram
ardentemente as suas cidades e chegaram a morrer por elas.
A influência literária - Os gregos criaram o teatro, a tragédia e a comédia. Criaram também uma
nova forma de ver a História, que até então não passava de uma lista de nomes e de datas
aproximadas.
A influência artística - A arte grega produziu monumentos cuja beleza nos emociona, mesmo
quando parcialmente em ruínas, como o Partenon da Acrópole de Atenas. O ideal de beleza dos
gregos ainda hoje é sinônimo de perfeição plástica.
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/
Porém, antes analisarmos a educação na Grécia, vejamos um pouco de sua história que,
por razões didáticas, costuma ser dividida nos seguintes períodos:
Homérico (1150-800 a.C.): chegada dos aqueus, dórios, eólios e jônios; formação dos génos;
ausência da escrita.
Arcaico (800-500 a.C.): formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético,
da arte e da literatura além de progresso econômico com a expanção da divisão do trabalho do
comércio, da indústria e proscesso de urbanização.
Clássico (500-338 a.C.): o período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas
cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso outras
cidades muito importantes foram, Tebas, Corinto e Siracusa.
Helenístico (338-146 a.C.): crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural
helenística, a civilização grega se espalha pelo mediterraneo e substituí e se funde a outras
culturas.
Todo o sistema da legislação dos lacedemônios visa uma parte das qualidades do homem - o
valor militar, por este ser útil nas conquistas; consequentemente a força dos lacedemônios foi
preservada enquanto eles tiveram em guerra , mas começou a declinar quando eles construíram
um império, porque não sabiam como viver em paz, e não foram preparados para qualquer
forma de atividade mais importante para eles do que a militar."
Aristóteles “Política”, 1271 b
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/antiga/2002/05/27/002.htm
A educação em Esparta era responsabilidade do Estado e uma palavra define bem o espírito da
educação em Esparta: agogê (agoge), “adestramento”, “treinamento”.
Dentro dessa mentalidade, os meninos espartanos eram preparados para defender o Estado e
morrer pela sua cidade. Seus valores mais importantes eram a disciplina, a obediência aos
superiores, o ódio à covardia, o antiindividualismo e a coragem extremada. Vejamos a seguir
algumas etapas da educação espartana:
Até os sete anos, os meninos eram educados em casa, com a família, aprendendo os valores de
sua classe e a história de seus antepassados;
A partir dos sete anos, os meninos começavam a ser educados pelo Estado nos ideais de civismo,
bravura, patriotismo, sacrifício. Também aprendiam cálculo e as primeiras letras.
A partir dos 12 anos começava a educação militar propriamente dita em grandes acampamentos
onde aprendiam a ser duros, resistentes, frios e corajosos. Começavam a participar de operações
militares, cultivando a força física e a coragem.
Finalmente aos 60 anos, os espartanos podiam entrar para a reserva. Era o fim do serviço militar
e o início da participação na Gerúsia, a assembléia dos anciãos.
Esparta admitia e fazia pleno uso dos castigos físicos quando seus meninos não cumpriam com
o que se esperava deles, sendo tristemente célebres os espetáculos de auto-flagelação pública.
Ao contrário de Atenas, a educação em Esparta estava voltada para a conservação da tradição.
Nesse sentido, podemos comparar Esparta com todos os regimes totalitários que lhe sucederam
e que buscaram utilizar a educação para incutir idéias refratárias a mudanças e ao novo, algo
bem distante do verdadeiro espírito da educação, não é?
E a educação das mulheres em Esparta? Bem, elas aprendiam a ler e escrever, ao contrário das
mulheres em Atenas. As tarefas domésticas, como tecer, costurar e cozinhar ficavam a cargo dos
hilotas, enquanto elas recebiam uma educação muitas vezes tão brutal quanto dos homens.
Afinal, as mulheres em Esparta tinham que saber se defender sozinhas. Para isso recebiam
treinamento militar e educação física. Participavam de eventos esportivos nos quais corriam,
atiravam peso e arco e praticavam luta livre.
Na verdade, o que os legisladores espartanos queriam formar eram mulheres fisicamente fortes
capazes de gerar os bravos guerreiros que a cidade tanto prezava e de zelar pelas suas
propriedades quando seus maridos ficavam longe nas longas campanhas militares promovidas
pelos espartanos. A necessidade de contar com o apoio das mulheres em caso de insurgência
numa sociedade altamente repressiva e conservadora fazia com que os homens espartanos
dessem a elas treinamento militar, participação em atividades políticas e maior liberdade para
participar das atividades do cotidiano da pólis (inclusive dos esportes).
A valorização da mulher em Esparta existia em linha direta com sua capacidade de gerar a prole
saudável e expulsar os invasores que porventura se aventurassem por suas terras, além de
reprimir as revoltas dos escravos, os hilotas.
VOCÊ SABIA QUE: a palavra lacônico significa “breve”, “conciso”, “algo que é dito em poucas
palavras”? Saiba também que a origem do termo é grega e vem da Lacônia, região onde ficava a
cidade de Esparta. Segundo autores da Antiguidade, os espartanos eram lacônicos não apenas
por terem nascido na Lacônia, mas também pelo caráter fechado e pouco afeito a debates
intelectuais, resultado de uma educação que privilegiava a obediência e o militarismo.
EDUCAÇÃO ATENIENSE
Vimos que Esparta tinha como filosofia educacional formar guerreiros dispostos a matar e
morrer pela sua cidade. Para isso, educava tanto homens e mulheres nas artes da guerra e
dentro do mais rigoroso patriotismo e espírito de sacrifício e obediência.
No caso de Atenas, a própria organização social da cidade exigia de seus cidadãos algo mais que
apenas obedecer e lutar.
Como berço da democracia, Atenas exigia de seus cidadãos o mínimo preparo necessário para
dar conta das demandas que um regime democrático impõe aos seus cidadãos, que é o debate
e a tomada de decisões.
Para isso, os atenienses davam aos seus filhos uma educação bem mais flexível que a espartana
na qual buscavam desenvolver nos seus cidadãos as mais diversas habilidades num conjunto
afinado de conhecimentos artísticos, intelectuais e sensoriais.
Até os sete anos, os meninos eram educados em casa na convivência dos seus. A partir daí,
começavam a receber educação elementar composta de música e alfabetização. Essa educação
era dada pelos tutores, mestres que transmitiam conhecimento aos filhos das famílias mais ricas.
A partir dos trezes anos, os mais rios começavam a ser educados em grandes ginásios, locais nos
quais os meninos eram reunidos para estudar, entre outras áreas, a matemática e a filosofia. Aí
também recebiam educação cívica e educação física. Para os menos abastados, a idade de treze
anos marca o início do aprendizado de uma profissão.
Dos dezesseis aos dezoito anos, os jovens atenienses recebiam treinamento militar.
Após o final do treinamento, a elite continuava seus estudos nas academias, como a de Platão, e
refinavam ainda mais seus conhecimentos em filosofia, oratória e política.
Elas deveriam se doar ao máximo a seus maridos e filhos e, dessa forma, abdicar quase que
totalmente de seus interesses e vontades. Cuidar do lar, monitorar o crescimento de seus filhos e
devotar integral fidelidade ao marido passava a ser a vida de qualquer mulher grega.
Divididas em três classes, a elas restavam as tarefas de escravas, esposas dos cidadãos e cortesãs.
As escravas eram as responsáveis pelas tarefas da casa de sua dona e ajudavam a cuidar das
crianças da casa. As esposas dos cidadãos repetiam após o casamento a mesma submissão ao
marido que dedicaram aos pais e irmãos. Deviam ser dóceis e humildes, sempre a disposição dos
seus esposos. Eram responsabilidades dessas esposas, além da criação de seus filhos, que
cuidassem da casa com o auxílio dos criados (para isso tinham que averiguar o serviço
No caso das famílias humildes, a diferença consistia na inexistência de criados para a execução
dos serviços domésticos, o que acarretava a necessidade de que esses trabalhos fossem
realizados pela própria esposa, inclusive cozinhar, lavar e limpar a casa.
Já as cortesãs aprendiam a ler e escrever e também podia freqüentar espaços públicos, algo
impensável para as esposas dos cidadãos, que viviam recolhidas em casa, no gineceu (parte da
casa destinada às mulheres), mas apenas porque tinham a função de entreter os poderosos.
“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas se perfumam, se banham com leite, se arrumam
Sua melenas
Quando fustigadas não choram,
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas,
Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas”
Holanda, Chico Buarque. Mulheres de Atenas. CD Meus Caros Amigos, 1976.
TEXTO COMPLEMENTAR:
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/grecia/patrick.
EDUCAÇÃO HELENÍSTICA
Imaginem se no mundo atual, o Brasil fosse conquistado por uma grande potência mundial (EUA
ou França, por exemplo). Com certeza a nossa cultura sofreria mudanças. Isso foi o que
aconteceu com a Grécia no período helenístico.
Alexandre Magno (Rei da Macedônia), dominou a Grécia no século IV a.C e colocou sob seu
governo a Grécia e a Pérsia, a partir daí a cultura grega se universalizou, ampliou-se e tornou-se
multicultural, sobretudo pela larga influência dos orientais. É dessa fase o chamado despotismo
que séculos mais tarde foi aplicado na Europa de maneira generalizada.Crença na autoridade
inquestionável do governante.Nessa época a paidéia transformou-se em enciclopédia. A
educação passou a valorizar o aspecto intelectual ao invés dos aspectos físicos e estéticos. A
leitura, o cálculo e a escrita experimentaram grande desenvolvimento, mas o método era de
memorização.
Se a memorização ainda era valorizada, a disciplina era bastante rigorosa e os castigos corporais
eram considerados como algo natural. A escola dos grammátikos foi a que mais cresceu, nela
estudava-se: literatura clássica, poesia e história. No ensino superior (Universidade de Atenas e
no Museu de Alexandria), as matérias de ensino dividiam-se em:
humanistas (gramática, retórica e filosofia ou dialética)
O ensino privado ainda existia, mas possuía uma dimensão bastante restrita, os pedagogos
passam a ser mais bem remunerados e ganham um certo prestígio social.No período helenistico
a Grécia teve a sua cultura tradicional modificada. No mundo atual, você considera isso um
aspecto positivo ou negativo?
São contraditórias. Acreditamos saber, mas precisamos descobrir que não sabemos. É
conhecido seu famoso método, sua arte de interrogar, sua "maiêutica" (Platão criou a palavra
maieutiké para referir-se ao "parto das idéias" ou "parto das almas"), que consiste em forçar o
interlocutor a desenvolver seu pensamento sobre a questão que ele pensa conhecer, para
conduzi-lo, de conseqüência em conseqüência, a contradizer-se, e, portanto, a confessar que
nada sabe.
A verdade, escondida em cada um de nós, só é visível aos olhos da razão. Deriva daí, a
célebre frase: "Só sei que nada sei". Acusado de introduzir novos deuses em Atenas e de
corromper a juventude, foi condenado pela cidade. Irritou seus juízes com sua mordaz ironia.
Morreu tomando cicuta.
Fonte: http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/socrates.htm
O método socrático
Sócrates comparava sua função com a profissão de sua mãe, parteira – que não dá à luz a
criança, apenas auxilia a parturiente. “O diálogo socrático tinha dois momentos”, diz Carlos
Roberto Jamil Cury, professor aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O processo de formar o indivíduo para ser cidadão e sábio devia começar pela educação do
corpo, que permite controlar o físico. Já para a educação do espírito, Sócrates colocava em
segundo plano os estudos científicos, por considerar que se baseavam em princípios
mutáveis. Inspirado no aforismo “conhece-te a ti mesmo”, do templo de Delfos, julgava mais
importantes os princípios universais, porque seriam eles que conduziriam à investigação das
coisas humanas.
Fonte:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0179/aberto/pensadores.shtml
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles (384-322 a.C.) foi o que mais
influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento
deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica e
suas conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17.
As principais obras de onde se pode tirar informações pedagógicas são as que tratam de
política e ética. "Em ambos os casos o objetivo final era obter a virtude", diz Carlota Boto,
professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. "Em suas reflexões
sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que ele
chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo vida 'do bem' e vida harmoniosa."
"A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública", prossegue Carlota. Cabe à
educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as
atitudes, buscar o "justo meio". A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo, ou
medida justa - "o que não é demais nem muito pouco", nas palavras do filósofo.
Fonte: ARISTÓTELES
Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo Sócrates (c. 470-
399 a.C.) e precedendo Aristóteles (384-332 a.C.), que foi seu discípulo. Como Sócrates,
Platão rejeitava a educação que se praticava na Grécia em sua época e que estava a cargo
dos sofistas, incumbidos de transmitir conhecimentos técnicos, sobretudo a oratória, aos
jovens da elite para torná-los aptos a ocupar as funções públicas. Baseado na idéia de que os
cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os melhores entre eles
serão os governantes, o filósofo defendia que toda educação era de responsabilidade estatal
— um princípio que só se difundiria no Ocidente muitos séculos depois. Igualmente
avançada, quase visionária, era a defesa da mesma instrução para meninos e meninas e do
acesso universal à educação.
Para pensar:
Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível controlar os instintos,
a ganância e a violência. Hoje poucos concordam com isso; a causa principal foram as
atrocidades cometidas pelos regimes totalitários do século 20, que prosperaram até em
países cultos e desenvolvidos, como a Alemanha.
Fonte:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0180/aberto/pensadores.shtml
ACESSE O LINK
http://www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/monografias/Educacao_Grecia.pdf
Na sua opinião, quais princípios educacionais da Grécia Antiga podem e devem ser
usados nos nossos dias?
A TRADIÇÃO ROMANA
Vamos refletir?
-Nas línguas latinas (o francês, o espanhol e o português são de origem latina e até o inglês tem
forte influencia do latim romano);
-Na organização da Igreja Católica (foi com a administração imperial que a nascente Igreja cristã
a prendeu a se organizar institucionalmente);
-Na economia (o sistema de cobrança de impostos romano serviu de base para a organização de
sistemas tributários ao longo da História).
Sobre o surgimento de Roma, temos duas versões: aquela do mito e aquela da História.
De acordo com a lenda, Roma teria sido fundada por Rômulo e Remo, gêmeos descendentes de
Enéias, herói da guerra de Tróia que, abandonados numa cesta no rio Tibre, foram encontrados e
criados por uma loba até serem resgatados por um casal de pastores. Já adultos, fundaram a
cidade por volta de 753 a.C. De acordo com as pesquisas históricas e arqueológicas, Roma foi
fundada na região do Lácio pelos latinos, povo que se estabeleceu às margens do rio Tibre numa
região já ocupada por diversos povos e governada pelos etruscos. Foram eles que governaram
os romanos no período monárquico, monarquia que corresponde ao primeiro período da
história romana e que termina justamente com a queda do último rei etrusco, Tarquínio, o
Soberbo.
Após 180 d. C, Roma entrou num ciclo de violência que resultou do controle de Roma por
parte dos militares que deixaram de ser leais ao Estado e e perderam o perderam o respeito pela
população civil, promovendo saques, confisco de propriedades e execuções sumárias de seus
adversários. É também nesse período que se intensificam as chamadas “invasões bárbaras”
A situação chegou a tão ponto que despertou nos romanos de todas as classes a
necessidade de reagir ao esfacelamento de Roma e de conservar as tradições latinas. Roma
estava perdendo sua identidade e era preciso reagir para salvar o que ainda fosse possível. A
medida mais radical foi a divisão do império em dois por Diocleciano. No século IV, o Imperador
Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que
passou a ser chamada de Constantinopla.
Outra medida fundamental para o perfil da Europa após a queda de Roma foi o Edito de
Milão que em 313 que garantiu a liberdade religiosa, acabando com as perseguições aos
adeptos de outras religiões que não o credo oficial romano
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89dito_de_Mil%C3%A3o
Para os cristãos, isso significou o fim das perseguições. Para Roma, o apaziguar das
tensões entre a religião que mais crescia entre as classes mais baixas do império. Em 380 o
cristianismo se tornou a religião oficial do império graças a Teodódio I. Após sua morte em 395, a
divisão do império se consolidou mais ainda até que em 476 o último imperador do ocidente foi
deposto e chegou ao fim o maior império da História.
Vejamos a seguir aspectos da educação romana:
A partir do contato com a civilização helênica, a educação romana sofreu uma profunda
modificação. Primeiro foram traduzidas para o latim as obras literárias e poéticas gregas e
depois, na medida em que o grego passou a ser ensinado para a elite romana, os autores
começaram a ser lidos no original, influenciando enormemente a literatura nacional romana. As
famílias da elite começaram a hospedar professores gregos em suas casas e foram criadas
escolas - ludi - de instituição privada sem ingerência alguma do Estado.
Essas escolas eram de dois graus: elementares, onde se aprendia a ler, escrever e calcular;
médias, onde se ensinava a língua latina e a grega, se estudavam os autores das duas literaturas,
através das quais se aprendia a cultura helênica em geral. Um terceiro grau será, enfim,
constituído mediante as escolas de retórica, uma espécie de institutos universitários, que
surgem com uma diferenciação e uma especialização superior da escola de gramática.
Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/direito.htm#A
No caso das mulheres, na sociedade romana, elas ocupavam uma posição de maior
dignidade que na Grécia. A mulher, quando casada, era a verdadeira dona da casa, em vez de
permanecer reclusa nos aposentos das mulheres. Ela tomava conta dos escravos e fazia as
refeições com o marido, podia sair de casa e era tratada com profundo respeito, tendo acesso ao
teatro e aos tribunais. O casamento, sancionado pela lei e pela religião, era nos tempos mais
antigos uma cerimônia solene, e resultava da transferência da mulher do controle do pai para o
de seu marido.
EDUCAÇÃO HERÓICO-PATRÍCIA
“os pais são os artífices de seus filhos, aqueles que lhes dão as bases”
MOST Apud MANACORDA, 1999, p. 73
A educação heróico-patrícia ocorreu nos primeiros anos da República e era voltada para as
pessoas mais ricas, ou seja, aos patrícios. Este tipo de educação tinha como objetivo maior
Tribunato da Plebe- grupo de dez pessoas que representavam os plebeus na política romana.
Lei das Doze Tábuas- código Jurídico baseado em velhos costumes e em novas leis plebéias.
Toda a educação desse período valorizava a educação física, sobretudo as artes marciais, com o
intuito de preparar os soldados.
EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO
Durante o período imperial (27 a.C. a 476 d.C.) ocorreu uma enorme concentração de poder nas
mãos do imperador, as antigas instituições republicanas (Senado, Assembléia, etc.) tiveram seus
poderes limitados foi nessa época que ocorreu o expansionismo romano que acabou
proporcionando à Roma o controle de diversas regiões na Ásia, Europa e África.
O processo educativo desta época se distinguiu do anterior apenas pela maior organização e
converteu-se numa educação pública, com a criação das escolas municipais no século I a.C.
Vespasiano (Imperador Romano entre 69-74) libera os professores do ensino médio e superior
do pagamento de impostos.
Boa erudição para falar bem em público: o espírito dos educadores romanos
Marco Túlio Cícero, orador e político romano, defensor da idéia de que o direito individual está
acima do direito Estatal. Teve boa formação em literatura greco-latina e retórica, estudando com
os melhores mestres da época. Aprofundou-se no estudo das leis e das doutrinas filosóficas e
tornou-se um dos maiores legisladores em toda a Antigüidade.
Não só pela extensão, mas pela originalidade e variedade de sua obra, Cícero é considerado o
maior dos escritores romanos e o que mais influenciou os oradores modernos. Além de ser o
maior orador do seu tempo, foi também, o mestre das letras mais completo de toda a
Antigüidade ocidental.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/2004/09/30/000.htm
QUINTILIANO (35-96)
Por falar em melhoria educacional, um aspecto que não se pode esquecer é que ele também
defendia o lúdico no processo ensino-aprendizagem, dizendo que intercalando recreação com
as atividades didáticas, o ensino seria mais prazeroso.
http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno08-11.html
Compare a educação romana com a grega a partir do que foi visto nos textos acima e
responda: quais suas principais diferenças e qual deles, na sua opinião, era o mais
completo? Por quê?
TRADIÇÃO MEDIEVAL
Após a queda do Império Romano do Ocidente, a Europa mergulha na Idade Média, período
pejorativamente chamado de “Idade das Trevas”. Por que pejorativamente? Porque embora a
Idade Média tenha sido por séculos uma fase marcada pelo obscurantismo intelectual, artístico e
científico, as pesquisas históricas das últimas décadas demonstraram o quanto as inovações em
diversas áreas da atividade humana que se manifestaram com tanto vigor no Renascimento
foram gestadas no período medieval.
A Idade Média é resultante do encontro entre a cultura romana e a cultura dos chamados
“bárbaros”, tudo isso embasado pela força da religião cristã. Esse longo período, que vai da
queda de Roma em 476 até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, é
convencionalmente dividido em Alta Idade Média, do século V até o século XI e a Baixa Idade
Média, do século XII ao XV, também foi chamado de “noite de mil anos”. Entretanto, estudiosos
de diversas áreas contribuíram para a elaboração de novas perspectivas sobre o período
historiadores. Nada mais justo, visto que a Idade Média foi um momento intenso de germinação
da identidade européia. Afinal, é no período medieval que se desenvolve a Escolástica e a
Patrística, surgem as universidades, a burguesia e a Reforma Protestante. Muito para um período
de inatividade, não?
Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de inúmeros textos
sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística por
terem sido escritos principalmente pelos grandes Padres da Igreja.
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou
munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o
pensamento pagão teve como principal expoente o Santo Agostinho.
Na Alta Idade Média temos o apogeu do feudalismo, o sistema econômico e social que geriu a
vida dos medievos e consistia de características bem marcantes, tais como:
• Agricultura de subsistência;
• Sociedade hierarquizada;
• Quase inexistência de atividade comercial;
• Trabalho servil.
Ao final do Império Romano, a insegurança das cidades levou à fuga de famílias de patrícios para
os campos onde se refugiaram e suas vilas com seus escravos e seus protegidos. À medida que o
escravismo foi se tornando inviável, o regime do colonato foi a alternativa para manter a
atividade agrária. Os escravos e também os plebeus, agora transformados em colonos e logo
depois em servos, passaram a se constituir na mão-de-obra básica da nova economia.
Progressivamente, a relação entre o dono da terra e aquela que nela trabalha foi se tornando
cada vez mais regulada por leis que garantiam o direito do senhor e a exploração do servo. A
vilae transformou-se em feudo, propriedade fortificada dentro de cujas muralhas viviam,
produziam e morriam os medievos.
A Idade Média significou o apogeu da Igreja, a mais importante instituição medieval. O clero
detinha o poder psicológico, material e espiritual. Desde o final do Império Romano, quando o
cristianismo foi alçado à esfera de religião oficial de Roma e os cristãos começaram desvendar os
preâmbulos da organização administrativa romana, a Igreja cresceu em poder material ao
mesmo tempo em que preocupou-se em fortalece sua doutrina
para conquistar novos adeptos entre os novos donos do poder e resistir às criticas.
A estratégia deu certo: com a Patrística, a doutrina dos primeiros padres da Igreja, buscou-se
uma fundamentação mais densa e unitária para o cristianismo institucional, recorrendo à
filosofia grega e romana. Com um discurso coeso, a Igreja conquistou não apenas as classes mais
nobres quanto firmou alianças com os chefes germânicos e nórdicos que adentravam o
território antes dominado por Roma.
Até o século V, a hierarquia da Igreja Católica se define: na base de tudo os padres e suas
paróquias. Diretamente acima, os bispos das províncias; os arcebispos das capitais provinciais; os
patriarcas, bispos das principais cidades do Império Romano (Roma, Alexandria, Constantinopla
e Jerusalém) até que em 455, frente a decadência do Império, o bispo de Roma, assume a chefia
da cristandade e se proclama papa com o nome de Leão I.
A Baixa Idade Média corresponde ao período entre os séculos XII e meados do século XV nos
quais ocorreram inúmeras transformações no feudalismo:
• O fim do trabalho servil com a crise do feudalismo causada por revoltas dos servos;
• A centralização política nas mãos dos monarcas em contraste com os senhores feudais;
• As estradas mais seguras pela diminuição e/ou extinção das invasões levam à
urbanização e crescimento do comércio.
A passagem do século X ao XI foi um momento de mudanças na Europa feudal. Com o fim das
invasões bárbaras, o mundo medieval conheceu um período de paz, segurança e
desenvolvimento e a primeira conseqüência foi o aumento da população ocasionado pelo fim
das guerras contra os bárbaros e pelo recuo das epidemias, gerando uma queda da mortalidade.
Além disso, ocorreu uma suavização do clima, proporcionando mais terras férteis e colheitas
abundantes.
Obtida a liberdade, as cidades passavam a ser governadas pelos setores mais enriquecidos do
comércio e da manufatura, que organizavam seus setores e propiciavam o desenvolvimento
econômico dos centros urbanos.
Apesar de todas essas transformações, a sociedade na Baixa Idade Média continuava dividida em
nobres, clero e servo. Os burgueses só começavam a se constituir uma nova força na sociedade
medieval e a transformação que suas atividades causaria nesse mundo pouco a pouco
prenunciava as diversas mudanças que aconteceriam e mudariam para sempre a sociedade
européia.
Vejamos abaixo como se dava efetivamente essa influência analisando os tipos de escola na
Idade Média e também o surgimento das universidades:
ESCOLAS PAROQUIAIS
No quadro da cidade romana, cada comunidade cristã organiza-se tendo à sua cabeça um bispo
- episcopos, que quer dizer vigilante eleito pelos fiéis.
Com o número crescente de igrejas, os bispos localizam-se apenas nos centros mais
importantes, enquanto se desenvolve, nas outras cidades, o papel dos presbíteros – do grego
presbyteroi, os anciãos donde vem a palavra francesa “prêtre”, sacerdote. Foi nestas cidades que
surgiram as Escolas Paroquiais (ou Presbitérias).
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/paroquiais.htm
No século VI, S. Bento de Núrcia elabora, no Mosteiro de Monte Cassino, na Campânia (Itália), a
regra regula que tantos mosteiros viriam a adotar.
Esta regra recomenda que os monges permaneçam num mesmo lugar, façam voto de pobreza e
de castidade, prestem obediência ao abade do grego abbas, que significa pai pratiquem a
hospitalidade e a caridade para com os pobres, trabalhem manualmente de forma a garantir a
sua subsistência, rezem e,
mais importante do que tudo, se dedique ao estudo e ao ensino.
É nos mosteiros espalhados pela Europa, longe do rebuliço das novas cidades emergentes na
O programa de ensino, de início, muito elementar - aprender a ler, escrever, conhecer a bíblia (se
possível de cor), canto e um pouco de aritmética - vai-se enriquecendo de forma a incluir o
ensino do latim, gramática, retórica e dialética.
Paulatinamente, nas cidades, começam a surgir as Escolas Episcopais que funcionam numa
dependência da habitação do bispo. Estas escolas visavam, em especial, a formação
do clero secular (parte do clero que tinha contato direto com a comunidade) e também de
leigos instruídos que assim eram preparados para defender a doutrina da Igreja na vida civil.
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/episcopais.htm
ESCOLA PALATINA
Incrementando o número de escolas nos mosteiros, conventos e abadias, Carlos Magno criou
uma quase obrigatoriedade de fornecer instrução aos leigos por parte de uma Igreja.
Escolástica
"Os caminhos de inspiração aristotélica levam até Deus".
No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império e fundar escolas
ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada nos mosteiros até então,
voltou a ser divulgada, passando a Ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Era
a renascença carolíngia.
Tendo a educação romana como modelo, começaram a ser ensinadas as seguintes matérias:
gramática, retórica e dialética (o trivium) e geometria, aritmética, astronomia e música (o
quadrivium). Todas elas estavam, no entanto, submetidas à teologia.
A fundação dessas escolas e das primeiras universidades do século XI fez surgir uma produção
filosófico-teológica denominada escolástica (de escola).
Primeira fase - (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança na perfeita
harmonia entre fé e razão.
Segunda fase - (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela elaboração
de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras de Tomás de Aquino.
Nesta fase, considera-se que a harmonização entre fé e razão pôde ser parcialmente obtida.
Terceira fase - (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica, caracterizada pela
afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.
Fonte http://www.mundodosfilosofos.com.br/pencristao.htm#E
Carlos Magno funda ainda, junto da sua corte e no seu próprio palácio, a assim chamada Escola
Palatina que servirá de modelo a outras escolas que vão surgir, especialmente em França.
Para apoio do seu plano de desenvolvimento escolar, Carlos Magno chamou o monge inglês
Alcuíno. É sob a sua inspiração que, a partir do ano 787, foram emanados os decretos capitulares
para a organização das escolas e organizados os respectivos programas.
Estes incluíam as sete artes liberais, repartidas no trivium e no quadrivium. O trivium abraçava as
disciplinas formais: gramática, retórica, dialéctica, esta última desenvolvendo-se, mais tarde, na
filosofia; o quadrivium abraçava as disciplinas reais: aritmética, geometria, astronomia, música, e,
mais tarde, a medicina.
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/palatinas.htm
ESCOLAS CATEDRAIS
Se, até ao século XI, a vida intelectual era praticamente monopólio da Igreja, a partir do século
XII, inaugura-se uma nova fase. À margem da sociedade feudal, emerge um novo grupo social, a
burguesia, urbana, mercantil e manufatureira, dedicada às finanças, acumulando riquezas, poder
e importância cultural.
É com o seu apoio que se vai operar a renovação da idéia de escola, a sua abertura para além das
paredes dos mosteiros e abadias rurais.
A actividade intelectual abre-se ao exterior, ainda que de forma lenta, absorvendo elementos
das culturas judaica, árabe e persa, redescobrindo os autores clássicos, como Aristóteles e, em
menor escala, Platão.
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/catedrais.htm
Fruto da intensificação da vida urbana, as Universidades tiveram como ponto de partida uma
estrutura análoga às corporações de ofício (chamadas de universitas). Gradualmente assume o
papel de centralizadora do conhecimento, fórum de debate e difusão de idéias. Sua história aos
poucos confunde-se com a própria história do pensamento, passando a assumir um virtual
monopólio.
Até século XII o ensino era monopolizado pela igreja. Aos poucos, este poder é delegado ao
chanceler, cujo poder diminui com o tempo. Com o crescimento do número de alunos, surge a
licença para lecionar (licencia docendi) delegada a cidadãos leigos.
A Universidade de Paris foi fundada 1170 a partir da escola da catedral de Notre Dame. Oxford,
no mesmo período. Em 1219, o chanceler perde poder sobre a Universidade de Paris, que se
torna independente do clero. Rebeliões a afastam também do poder real, e a Universidade
conquista novos privilégios, essenciais de sua identidade:
- autonomia jurisdicional
As sete artes liberais seguiam a estrutura de organização do conhecimento proposta pelo filósofo
romano Boécio (480-524 d.C.):
Existiam, como até hoje, exames para a obtenção de grau. O candidato era apresentado ao
Reitor, ao qual jurava obedecer os estatutos e não tentar corromper os examinadores. Na manhã
do exame, depois de ouvida a missa, o candidato comparecia diante de um colegiado de
doutores que lhe entregavam dois trechos de textos para comentar. Depois, retirava-se para
preparar a exposição que faria em lugar público (normalmente a Catedral), diante de um júri de
doutores. Depois do comentário exigido, respondia a perguntas dos doutores, que se retiravam
para deliberar, voltando em seguida para proclamar os resultados.
Em seguida, vinha o exame público. Conduzido com pompa a Catedral, o licenciado fazia um
discurso e lia uma tese sobre um assunto de Direito que defendia contra estudantes que o
atacavam, representando pela primeira vez o papel de mestre numa disputa universitária.
Aprovado, recebia as insígnias de sua função: um anel de ouro, um gorro simbólico etc. Parte do
cerimonial deste doutoramento subsiste na Universidade até os dias de hoje.
Após o exame, havia uma comemoração coletiva (às expensas do recém laureado), selando a
comunhão espiritual da corporação' universitária e simbolizando a admissão do novo membro
em seu meio, ritual originário das atuais “calouradas”. Com o surgimento de novas demandas
associadas à crescente vida urbana, as Universidades incorporaram certo grau de especialização
no programa, que se volta às diversas Faculdades (Direito, Medicina, Teologia etc).
Fonte: http://plato.if.usp.br/1-2003/fmt0405d/apostila/mediev11/node4.html
ESCOLAS SECULARES
Ao final da Idade Média, a burguesia se fortaleceu cada vez mais e começou a exigir uma
educação menos retórica e reflexiva. Era preciso dar aos mais jovens uma formação mais prática,
voltada pra necessidades cotidianas e não absolutamente embebida na teologia e filosofia. Ao
mesmo tempo, com a Reforma Protestante de 1517, essa mesma burguesia adere em massa ao
movimento dos reformados, o que impossibilita a permanência dos seus filhos nos colégios
católicos.
Daí surgem as escolas seculares, instituições que buscavam uma educação mais afinada com os
novos tempos. Nessas instituições o ensino das operações matemáticas, da escrita e da leitura
era reforçado, assim como de operações contábeis básicas, uma necessidade fundamental para
que esses jovens pudessem gerir futuramente os negócios de seus pais.
E a situação das mulheres? Bom isso não variou muito, na época medieval a maior parte delas
continuou sem acesso à educação formal. Apesar de trabalharem arduamente ao lado do
marido, continuariam analfabetas. As meninas nobres aprendiam artes domésticas em seu
próprio castelo. Com o surgimento das escolas seculares, as meninas burguesas, começaram a
ter acesso à educação formal. Nos mosteiros (alunas internas) e nos educandários (alunas
externas) as meninas aprendiam a: ler, escrever, fazer artes da miniatura e a executarem cópias
de manuscritos
Durante a Idade Média, a força da Igreja Católica fez com que “clérigo” e “letrado” fossem
praticamente sinônimos. Quais foram as implicações para a sociedade medieval dessa
influência?
1. Sócrates era defensor do diálogo, do contato direto com o outro como método educacional,
como podemos ler no texto “Sócrates, o mestre que desafiou o homem a se conhecer,
disponível no endereço
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0179/aberto/pensadores.shtml
2. “O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais
poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação
geral em que se encontra a humanidade.” Dessa forma começa o texto “O mito da caverna”,
disponível em
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/caverna.htm e
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2006/05/17/000.htm
http://www.revistamirabilia.com/Numeros/
Num1/mulher.html sobre a mulher grega e estabeleça
um quadro comparativo entre a vida das mulheres
gregas em Esparta e Atenas.
http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno08-11.html e Cícero
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/2004/09/30/000.htm
http://www.mundodosfilosofos.com.br/escolastica.htm#B
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/new/colunas2.asp?id=128
No tema anterior, vimos que a educação estava voltada para valores do espírito e da religião. As
coisas iriam mudar: surgiu uma nova religião e nasce também uma nova visão de mundo.
O Renascimento foi uma nova visão de mundo estimulada pela burguesia em ascensão. Suas
principais características eram o racionalismo (em oposição à fé), o antropocentrismo (em
oposição ao teocentrismo) e o individualismo (em oposição ao coletivismo cristão).
A pesquisa científica evoluiu muito no período graças, entre outros, a figuras como: Leonardo
da Vinci, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, André Vesálio, Miguel de
Servet e William Harvey.
http://www.brasilescola.com/historiag/renascimento.htm
Alemão da região da Saxônia, se tornou mestre em Filosofia. Mais tarde, ingressou no convento
dos agostinianos, onde em 1507 ordenou-se sacerdote e posteriormente doutorou-se em
teologia.
O movimento de Reforma Religiosa inicia-se na Alemanha durante o século XVI e foi liderado por
Martinho Lutero. Esse movimento se estendeu não só pelo território alemão, mas por boa parte
da Europa central e do norte.
O século XVI foi marcado pela contestação dos dogmas católicos. Os reformistas passaram a
posicionar-se contrariamente à tradição e aos ensinamentos nos moldes tradicionais da Igreja,
pois alegavam que muitos deles iam de encontro à vontade divina. Martinho Lutero foi um dos
líderes que “protestou” contra a Igreja Católica na defesa dos interesses da classe burguesa e
conseguiu agregar um grande número de seguidores que formavam um grupo bastante
diversificado devido a motivos específicos:
- príncipes (queriam retomar terras doadas à Igreja);
Em resumo, Lutero queria fazer da educação uma forma de contestação ao poderio da Igreja
Católica. Na sua opinião, a educação deveria ficar a cargo do Estado, pois só assim poderia
atingir um grande número de pessoas (ricos, pobres, mulheres).
Apesar do discurso ser igualitário, na prática a educação luterana não deixou de ser elitista, pois
defendia educação diferenciada para a classe trabalhadora (bem mais superficial) e para a elite
econômica (mais complexa e profunda).
A educação encontrou local privilegiado na Reforma por ser utilizada como um importante
mecanismo para a divulgação da nova religião protestante. Tanto que um dos primeiros
pressupostos da Reforma é oferecer iguais condições para todos os homens lerem e
interpretarem a Bíblia. Podemos perceber a quebra de paradigmas e a tentativa de
enfraquecimento do poder do clero.
-Defendia a educação pública e universal, sugerindo ainda que as autoridades de cada cidade
assumissem tal tarefa;
Condenava a aplicação de castigos físicos e critica a erudição e a ênfase na retórica da
Escolástica;
- Propunha uma educação mais moderna e pragmática, incluindo no currículo: exercícios físicos,
jogos e canto.
A reação de Roma foi imediata. A Contra Reforma, criou novas ordens religiosas para fazer
frente aos protestantes. Uma das mais importantes foi a Companhia de Jesus, cuja
influencia não só na concepção da escola tradicional européia como também na
constituição do homem brasileiro foram fundamentais para a história da educação.
http://www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/nova_pagina_109.htm
A EDUCAÇÃO JESUÍTICA
A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola (1491-1556) em 1534. Foi a mais
poderosa organização da Igreja católica durante muitos séculos e ainda na atualidade ocupa
posição de destaque no Vaticano.
Na educação, exerceu grande influência, pois substituiu a ação de outras instituições católicas
que entraram em decadência por conta da Reforma Protestante, a exemplo das escolas
monásticas e catedralícias. De certa forma foram os colégios e as universidades dos jesuítas
que, nesta época, vão ser os mecanismos mais importantes para conter a saída de fiéis do
catolicismo.
A educação dos jesuítas é regida pelo Ratio Studiorum. Assim era a organização no campo
educacional. Para começar existia uma forte hierarquia nos colégios: cada estabelecimento era
dirigido por um Reitor, auxiliado por um Prefeito de estudos, que era quem dirigia a instituição e
fiscalizava os professores. Geralmente, os colégios dividiam-se em duas alas:
• estudos inferiores; latim e grego, gramática e matemática;
Ratio Studiorum - plano de estudos da Companhia de Jesus, aprovado em 1599, que ainda hoje
é o método ministrado nos colégios jesuítas.
Essa pedagogia vai reinar no Brasil Colônia por mais de 300 anos. O método de ensino consistia
no seguimento de alguns passos:
a) preleção;
b) explicação;
c) repetição;
d) composição.
O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico, convocado pelo
Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica. A sua convocação surge
no contexto da reação da Igreja Católica à divisão que se vive na Europa do século XVI quanto à
apreciação da Reforma Protestante. O Concílio de Trento foi o mais longo da história da Igreja: é
chamado Concílio da Contra-Reforma. Emitiu numerosos decretos disciplinares. O concílio
especificou claramente as doutrinas católicas quanto à salvação, os sacramentos e o cânon
bíblico, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa através da igreja católica,
abolindo largamente as variações locais. A nova missa estandardizada tornou-se conhecida
como a "Missa Tridentina", com base no nome da cidade de Trento, onde o concílio teve lugar.
Regula também as obrigações dos bispos e confirma a presença de Cristo na eucaristia. São
criados seminários como centros de formação sacerdotal e reconhece-se a superioridade do
papa sobre a assembléia conciliar. É instituído o índice de livros proibidos Index Librorum
Prohibitorum e reorganizada a Inquisição.
Celebrou-se em três períodos:
Na história de Portugal, o concílio teve grande influência, quer pela participação e apoio dos reis,
quer pela influência que os seus decretos tiveram na vida eclesiástica e social do país.
No 1º período participaram o bispo do Porto, Frei Baltazar Limpo, carmelita, e os teólogos
dominicanos Frei Jerónimo de Azambuja, também embaixador régio, Frei Jorge de Santiago, e o
franciscano Frei Francisco da Conceição. Logo que o bispo do Porto regressou de Trento,
mandou D. João III que se reunisse com letrados para estudarem o modo de pôr em prática os
decretos da reforma.
No fim do 2º período D. João III e o cardeal D. Henrique constituíram assembléias de peritos para
porem em ação um grande plano de reforma, completando com os decretos do V Concílio
Laterense aqueles pontos ainda não promulgados em Trento.
No 3º período, D. Fernando Martins de Mascarenhas e o Dr. André Velho não só actuaram como
hábeis embaixadores, mas também se portaram como grandes senhores. D. Frei João Soares,
agostiniano, bispo de Coimbra, levou uma comitiva de umas 30 pessoas, sendo conhecido o seu
teólogo António Leitão. A caminho do concílio morreu o teólogo dominicano Fr. João Pinheiro,
vice-reitor da Universidade de Coimbra. Acérrimo executor do Concílio foi o arcebispo de Braga
Frei Bartolomeu dos Mártires, promulgando-o para Braga no sínodo bracarense e adaptando-o a
toda a metrópole no IV Concílio Provincial Bracarense de 1566.
obs: de acordo com alguns historiadores, o Concilio de Trento não CRIA a Companhia de jesus,
Index, nem a inquisição
http://enciclopedia.tiosam.com/enciclopedia/enciclopedia.asp?title=Conc%C3%ADlio_de_Trent
o
Ratio Studiorum - plano de estudos da Companhia de Jesus, aprovado em 1599, que ainda
hoje é o método ministrado nos colégios jesuítas.
Leitura Complementar
Tudo isto deve ser assunto de um tratado à parte, a ser aprovado pelo Superior Geral da
Companhia. Mas tanto o método quanto o conteúdo devem adaptar-se às exigências da época,
do local e das pessoas em questão, o que também é grande inovação.
Diante da rápida expansão da rede de escolas sob a direção da Companhia, tornou-se
absolutamente necessária a elaboração desse plano, pois em 1586 já havia 162 colégios, dos
quais 147 eram abertos a alunos externos.
Em termos históricos, o reitor do Colégio de Messina, Jerônimo Nadal (1507-74), já tinha
elaborado um Programa de Estudos - (Ordo Studiorum) em 1551, modelo seguido por outras
escolas da Companhia de Jesus.
No mesmo ano em que Nadal elaborou seu Programa, fundou-se uma escola livre de Gramática,
Humanidades e Doutrina Cristã, em Roma: o Colégio Romano, que servirá de inspiração e
instrumento de coordenação do ensino, de acordo com os crescentes esforços dos jesuítas que
visam primeiro conter e depois combater o aumento de influência da Reforma.
A primeira notícia da escola será promulgada sob o seguinte dístico: Scuola di gramática,
d'umanità e di dottril1a christíana, grátis (Escola de gramática, de ciências humanas e de doutrina
cristã).
Em 1584, Cláudio Aquaviva, quinto Geral da Companhia, inicia a preparação de um plano
definitivo para aplicação em todos os colégios sob direção da Sociedade de Jesus. Porém, este
só será promulgado sob forma definitiva, ou seja, como Plano e Instituição de Estudos da
Companhia de Jesus (Ratio Atque Instituto Studiorum Societatis Jesu), em 1599, depois de duas
versões experimentais.
Neste documento, regulamenta-se o governo do colégio, o conteúdo dos estudos e o
procedimento a se seguir no processo educativo, inclusive o comportamento dos professores e
dos alunos, como também a formação dos próprios professores.
Quanto ao conteúdo, este seguirá o programa do humanismo cristão. O instrumento para sua
implantação será o colégio, e o único método para sua realização será a tríplice metodologia,
que consiste na preleção, no conserto e na repetição.
Imagine que você durante muitos anos vivesse preso em uma sala fechada, e agora tivesse a
oportunidade de viver em um campo aberto; provavelmente a sensação seria muito boa e as
possibilidades de experimentar coisas emocionantes também.
Essa analogia serve para explicar como o homem renascentista se sentia na área do
conhecimento; agora eles tinham um campo aberto para correr, investigar e chegar as suas
conclusões, sem o medo imposto pelos dogmas religiosos.
Essa nova maneira de encarar a doutrina religiosa auxiliou a evolução das ciências humanas.
Esse procedimento representa o Humanismo que se expressava a partir da tendência ao
antropocentrismo.
A partir do Renascimento, o espírito religioso medieval começou a cair, seu prestígio diminuiu, a
Igreja perdeu a sua função de explicar o mundo dos homens. Assim, o próprio homem
procurava explicar a realidade que o cercava, desenvolvendo o pensar crítico que substitui uma
visão direcionada pela impossibilidade da indagação.
Através da ciência moderna foram se constituindo uma nova teoria da mente, uma nova visão
do saber e uma nova imagem do mundo que causariam uma mudança radical no âmbito da
educação.
Hoje em dia é bastante comum nos perguntarmos qual o método utilizado por tal professor?
Sua didática é boa? Isso começou a se construir na idade moderna, ou seja, a ação científica e
pedagógica passou a contar com opções diferenciadas do modelo tradicional. Passaram então,
os pedagogos a se interessarem, cada vez mais, pelo método e realismo em educação.
A pedagogia moderna começa a exigir uma didática, que possa partir da compreensão das
coisas. Os educadores leigos (quando o educador não pertence mais ao clero nem a uma ordem
religiosa. Por isso chamado de educadores leigo ou laico) e religiosos se empenham na
organização da escola.
A escola moderna propunha o seguinte: descobrir uma forma de ensinar mais acelerada e mais
segura.
Apesar disso, a maioria das instituições educativas ainda permaneciam tradicionais, embora
assumissem uma nova feição.
O maior educador e pedagogo do século XVII produziu uma obra fecunda e sistemática, cujo
principal livro é Didática Magna. Destacou-se pela ousadia de suas propostas, é considerado por
muitos estudiosos como um revolucionário da educação,mas apesar disso ainda se utilizava de
algumas técnicas clássicas de ensino tais como o ensinamento religioso católico e da Ética.
Para ele o processo educativo teria as seguintes fases: Escola Materna cultivaria os sentidos e
ensinaria a criança a falar; a Escola Elementar desenvolveria a língua materna, a leitura e a escrita,
incentivando a imaginação e memória, além do canto, das ciências sociais e da aritmética. A
Escola latina se destinaria, sobretudo ao estudo das ciências.
Assim, Comênio deseja ensinar "tudo a todos". Atingir o ideal de uma educação ideal.
Com a Boêmia derrotada na Guerra dos Trinta Anos, o imperador Fernando reprime o
protestantismo com a máxima força e devolve todas as escolas dos grupos de dissidentes à
autoridade da Igreja Católica, mormente aos jesuítas. Diante dessa realidade, em 1627 Comenius
refugia-se na Polônia onde, com um grupo de correligionários, assume as funções de pastor e
reitor de uma escola de Latim, até 1641, quando viaja para a Inglaterra. Ali divulga suas novas
teorias sobre o processo educativo.
É nestas circunstâncias que elabora sua maior obra pedagógica, Didaktica (A Didática). Publicada
em tcheco entre 1627 e 1632 e depois traduzida para o Latim, resulta em seu reconhecimento e
fama universais. Será elaborada de novo entre 1633 e 1638, sob o título Didatica Magna (A
Grande Didática). Esta versão será publicada em Amsterdã em 1657, numa edição latina das suas
obras sobre a educação.
Para Comenius, existe uma unidade fundamental que subtende toda a experiência humana. A
realidade do mundo da percepção é axiomática, indubitável; o único problema consiste em
interpretar essa realidade.
O desacordo entre os homens, especificamente sobre a compreensão da natureza por parte dos
estudiosos, tem por resultado as mais trágicas conseqüências.
Ausente tal discórdia, como também a violência social e política, tudo correria bem. Uma vez
que essa falta de harmonia é resultado da compreensão faltosa, é preciso procurar soluções
através do processo educativo, pois só este poderá levar o aluno a uma progressiva iluminação,
mostrando-lhe a ordem intrínseca da realidade.
Entretanto, faltava tudo para a realização desse ideal: um projeto de estudos adequado, um
método que levasse em devida conta a revolução científica, sobretudo o empirismo de Bacon e
A primeira etapa empreendida por Comenius para remediar essa situação foi a publicação do
primeiro de uma série de textos pedagógicos, Janua Linguarum Reserata (A Porta das Línguas
Abertas, introdução ao estudo do Latim e de qualquer outra língua. O livro se tornou tão popular
que se espalhou por toda a Europa e foi publicado em todas as principais línguas do continente.
A idéia fundamental da obra é que o pensamento e a linguagem se complementam. Nesse
contexto, Comenius elabora o Vestibulum (O Vestíbulo), livro de leitura elementar, composto de
427 frases curtas, tais como "Deus é eterno, a terra é apenas temporal"; "Os anjos são imortais, o
homem é mortal"; "O corpo é visível, a alma é invisível".
Em Escola da Infância, escrito em tcheco em 1630 e publicado em alemão em 1633, Comenius
elabora um método a ser seguido pelos pais, de modo especial pela mãe, para iniciar a educação
da criança nos primeiros anos de vida.
Este método consiste em exigir que a criança observe determinada realidade para depois repetir
a palavra apropriada. Considerando que conceitos abstratos e generalizações são verdades
evidentes por si, estes se alcançam por intuição lógica.
O conhecimento adequado do mundo depende da experiência pessoal, do cultivo dos sentidos
e da correlação acertada entre linguagem e experiência.
Em 1634-6, Comenius esboça o projeto em que elabora e justifica a idéia da unidade do
universo, quando afirma que a reforma da escola e da aprendizagem em geral é o instrumento
imprescindível para a realização dessa utopia. O título inicial desse ensaio é Pansophiae
Prodromos (Intimações de uma Ciência Universal), mais tarde modificado para A Reforma das
Escolas.
Comenius entende que não há divisões na natureza, pois a classificação é um artifício, uma
invenção que violenta a continuidade orgânica que pauta o mundo real. Uma vez que o mundo
é um só, também o conhecimento é um só. Alcançar o conhecimento é alcançar uma visão
unificada da existência, corpórea e espiritual, e assim o homem atinge seu fim natural. Nestas
condições, reinarão necessariamente a harmonia e a paz, eliminando-se a ignorância e o mal.
Esta concepção, sob o nome de "pansofismo", atraiu reformadores e estadistas de toda a Europa.
É este o ideal que Comenius elabora na Didaktika e depois na Didactica Magna, em que
apresenta a primeira sistemática dos seus projetos educacionais e prevê a reforma de toda a
civilização.
Indubitavelmente, este foi o tratado educacional mais importante do século. Nele, Comenius
apresenta um método que servirá para ensinar a qualquer criança, com rapidez e
agradavelmente, a soma de todo o conhecimento. Ao mesmo tempo, transmitirá aquelas
qualidades de caráter que são relevantes para este mundo e para o mundo vindouro. Trata-se de
um método baseado na maturação da mente da criança e nos princípios que governam a
evolução da mente humana. Estes princípios devem substituir a estrutura formal, lógica, por
uma configuração psicológica. Esta permitirá que a aprendizagem e o ensino progridam juntos
naturalmente, pois ambos derivam da percepção sensorial. Esta, por sua vez, integrar-se-á numa
série de conceitos cada vez mais abstratos e complexos. Por outro lado, corresponde, a cada
nível, um conjunto de categorias lingüísticas, desde simples substantivos até proposições
complexas. Compete ao educador identificar e colocar ordem nessas categorias.
A criança é dotada de potencialidades de capacitação para o desenvolvimento, pois tudo se
encontra naquele microcosmo que é o homem. Portanto, desde o nascimento até a maturidade,
cada pessoa deve seguir as leis do desenvolvimento interior, através de uma seqüência pautada
pelo crescente aumento na acuidade da percepção, por lima melhoria nas capacitações físicas te
mataras, como, igualmente, pela competência lingüística.
Todo o crescimento humano segue determinados padrões, distribuídos por etapas: a primeira
infância, a criança, o jovem, o adulto. Em cada etapa se desenvolvem padrões de
comportamento correspondentes.
GILES, Thomas Ransom. História da Educação. In: ______ A tradição moderna. São Paulo: EPU,
1987. p. 152-154.
Inglês que criticava em sua teoria pedagógica o racionalismo de Descartes, desenvolve uma
concepção da mente infantil e da educação. Para ele a finalidade da educação se concentrava no
caráter, muito mais importante que a formação intelectual. Enfim, propõe o tríplice
desenvolvimento: físico, moral e intelectual. Segundo Locke, devia-se evitar a escola, onde a
criança pudesse ser bem acompanhada ou vigiada.
A partir de seus estudos para desenvolver a individualidade humana, ele marcou o início do
Iluminismo que via na Razão o fio condutor do homem. Dessa forma a base de sua doutrina
educacional era a renúncia dos desejos se assim a razão não justificasse.
Locke valorizava:
• a educação física;
• o estudo da contabilidade e escrituração comercial;
• as línguas modernas e o cálculo.
Para Locke, a educação é um valor que todo cavalheiro deve desejar para seus filhos. Porém, não
se trata de limitar o aluno ao conhecimento livresco.
Diferente dos humanistas, Locke insiste em que a virtude, principal objetivo do processo
educativo, não depende tão-somente de um sistema de educação baseado em conceitos
religiosos, pois a virtude pode ser ensinada através de um sistema de educação secular e cívico.
Essencial para o cultivo da virtude é a consciência das tendências naturais da criança. Porém, há
limites no alcance da educação em termos de modificar essas tendências, pois Deus imprimiu
certos caracteres na mente do aluno. Estes, como também suas formas físicas, podem receber
algumas emendas, mas não podem ser totalmente alterados e transformados.
Locke distingue-se também dos seus contemporâneos quando insiste que a criança tem a
capacidade de raciocinar. Esboça uma teoria da evolução da capacidade de apreensão da
criança.
Quanto à disciplina, esta deve ser forte, a ponto de levar o aluno, a abnegar os próprios desejos,
a contrariar as próprias inclinações, para poder seguir aquilo que a razão dita, mesmo quando os
desejos atraem em sentido contrário. A criança deve habituar-se a essa disciplina através da
prática.
Em termos do programa de estudos, Locke propõe, além da alfabetização, a História e a Ciência,
e insiste sobretudo no valor do vernáculo. Também insiste que o menino se familiarize com
várias profissões e que aprenda ao menos uma profissão manual, de preferência, duas ou três.
Locke recomenda, no entanto, que o menino seja instruído em casa, sob as orientações de um
tutor, evitando portanto a escola, pois a qualidade desta é péssima, além de expor o menino ao
vício.
As idéias de Locke espalham-se pela Inglaterra, Escócia e França, onde tiveram incalculável
influência.
GILES, Thomas Ransom. História da Educação. In: ______ O Iluminismo. São Paulo: EPU, 1987. p.
175.
E surgem as luzes do conhecimento ocidental, será que realmente iluminava-se a vida das
pessoas de maneira igual?
A ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL
Os séculos XVI e XVII assistiram ao fortalecimento de uma nova classe social: a burguesia, cujos
interesses se opunham frontalmente ao modo de produção feudal. No final do século XVIII, a
educação começa a dar sinais de um direcionamento para a cidadania, mas era bastante
evidente ainda as diferenças de classe nessa educação: a classe dirigente receberia instrução
para governar e a classe trabalhadora seria educada o bastante para trabalhar, em outras
palavras o sistema educacional ainda não era democrático.
Essa escola em nível de infra-estrutura já começava a se parecer com as escolas que conhecemos
na atualidade: vão estar divididas em classes de pessoas mais ou menos da mesma faixa etária,
vai dispor as carteiras dos alunos em filas, vai contar com prédios próprios para a prática
pedagógica, as aulas vão ser ministradas por profissional qualificado e vai estar submetida a um
sistema nacional de ensino público.
A Organização Educacional
Apesar dos progressos evidentes que discutimos no conteúdo anterior com relação ao processo
educativo, é bom salientar que os mesmos ainda são limitados, pois não existia ainda um plano
global ou mesmo uma teoria educacional que realmente merecesse ser chamada de avançada.
A Pedagogia de Rousseau
Nesse sentido para ele o que regulava a igualdade entre as pessoas era o Contrato Social ou seja
a forma como os homens se organizavam socialmente.
Para ele o contrato social verdadeiro e legítimo seria o resultado de uma convenção entre todos,
de um consentimento amplo e justo que buscasse diminuir as desigualdades entre os seres
humanos.
-homem deve ser educado para si mesmo e não mais para Deus ou para a vida social;
-educação afastada do artificialismo das convenções sociais, espontânea original;
-recusa o intelectualismo;
-valoriza os sentidos, as emoções, os instintos e os sentimentos;
-valoriza a experiência, o ensino ativo voltado para a vida, para a ação;
-teme a educação que põe a criança em contato com os vícios e a hipocrisia.
-Reflexos do pensamento de Rousseau no processo educativo
Immanuel Kant (1724-1804), maior representante do Iluminismo alemão, realizou em suas obras
a análise das possibilidades do conhecimento da razão humana situando os limites e as
condições nas quais a razão pode conhecer o mundo.
Kant confere à educação uma importância que se encontra fundamentada nas obras mais
clássicas, a Crítica da razão pura, na qual desenvolve a crítica do conhecimento, e a Crítica da
razão prática, que faz o exame da moralidade.
O problema do conhecimento humano é uma das mais importantes questões que dominam o
pensamento de Kant.
Ele fundamentou a moral na autonomia da razão humana, isto é, na idéia de que as normas
morais devem brotar da razão humana.
Segundo ele, ao desenvolver a faculdade da razão, constituiríamos o caráter moral. Na medida
em que a criança começa a crescer, o processo de formação deve tornar-se mais formal e incluir:
- a paciência;
- a disciplina;
- o cultivo das dimensões cognitivas e morais.
O impacto de Kant sobre o processo educativo foi profundo, tanto que no século XX serão
reexaminados por vários autores na área da moral e da educação, entre eles estão Piaget e
Habermas.
Segundo ele, o conhecimento é uma súmula dos conteúdos particulares dados pela experiência
e da estrutura da razão. O conhecimento acontece na relação sujeito e objeto.
• A não probabilidade de conhecermos realidades que não passam pelo conhecimento sensível;
• Não ser possível dizer nada sobre a alma humana e sobre Deus, pois eles superam a nossa
capacidade de entendimento, e mesmo o nossa racionalidade;
• Ser impossível provar a existência de Deus.
[...]
Há uma lei moral que nos obriga a cumprir os deveres da nossa humanidade, sobretudo o
respeito pela humanidade em nossa própria pessoa, como também no outro, nunca utilizando e
tampouco permitindo que os outros nos utilizem para qualquer fim.
É dentro desse quadro que Kant elabora sua teoria da educação. As influências de Rousseau são
evidentes, sobretudo as idéias sobre o processo educativo expostas em Emílio.
Para o seminário sobre a Pedagogia, que dirige em 1776-7, Kant adota o livro de Basedow, Livro
Elementar, e intitula o seminário, Pedagogia Sobre o Livro Elementar de Basedow.
O texto desse seminário será publicado em 1803 pelo assistente de Kant, Theodor Rink.
Para Kant, trata-se de dar maior coerência filosófica às idéias de Rousseau, através de uma
apresentação mais lógica e não tanto psicológica.
O mais fundamental problema do processo educativo consiste em harmonizar a submissão às
necessárias restrições e à capacidade e ao livre-arbítrio da criança.
O termo "pedagogia" refere-se à intervenção controlada por parte do professor (pedagogo) no
processo educativo.
Kant está de acordo com a teoria orgânica da natureza da criança, mas procura outro caminho
mais ordenado e orientado para seu desenvolvimento. Ele argumenta que, uma vez que a
natureza funciona de acordo com objetivos, é necessário segui-la.
Nos primeiros anos da infância, a criança encontra-se na fase pré-moral. Portanto, deve-se evitar
qualquer esforço de inculcar-lhe a moral.
Porém, na medida em que a criança amadurece, o processo de formação deve tornar-se mais
formal. Este deve incluir a paciência, a disciplina e o cultivo das dimensões cognitivas e morais.
Todavia, Kant opõe-se à disciplina negativa, proposta por Rousseau, pois afirma que quando se
manda a criança para a escola, não é tanto para que aprenda algo, mas sim para que se
acostume a ficar quieta e seguir ordens. É assim que a criança aprende a não querer pôr
imediatamente em prática tudo o que passa pela sua cabeça. Portanto, trata-se de formar a
criança para aprender a disciplinar e controlar os impulsos, e mesmo adiar objetivos válidos e
honestos.
Dentro dessa perspectiva, mais uma vez Kant se distancia de Rousseau, pois apregoa o
continuado controle sobre às experiências da criança, porém continua dentro da tradição
rousseauniana, na medida em que aceita as etapas naturais da evolução dela. A criança brota
2. Por que durante os séculos XVI e XVII a religião influenciou de maneira efetiva os rumos
da educação, inclusive no Brasil? Explique e justifique sua reflexão.
1. “Ensinar tudo a todos”, esse era um dos lemas de Comênio, explique em que medida a
proposta dele se mostrava inovadora para a época. Mas, antes mesmo de refletirmos
sobre esse lema, devemos primeiro nos questionar o que ele quer dizer com “tudo a
todos”.
2. Reflitam sobre esse fragmento se posicionando e fazendo relação com a educação atual
“Locke recomenda, no entanto, que o menino seja instruído em casa, sob as orientações
de um tutor, evitando portanto a escola, pois a qualidade desta é péssima, além de expor
o menino ao vício” (GILES, 1987, p. 175)
.
3. Diante da reflexão anterior é possível colocarmos em prática esse pensamento de Locke,
nos dias atuais? E como seria a funcionabilidade dessa idéia?
2. Reflita sobre a proposta educacional de Rousseau fazendo uma relação com o que você
pensa como sendo uma educação ideal.
1. Reflita sobre as propostas educacionais de Kant e proponha a partir das idéias dele um
novo direcionamento para a educação.
2. Faça uma relação sobre a educação de Rousseau e Kant, pontuando os pontos comuns e
as divergências. E partindo dessas divergências, proponha um novo caminho para a
educação.
Por que no mundo atual é tão complicado ter uma vida moralmente positiva?
CONSCIÊNCIA
Neste segundo bloco temático, procuraremos aguçar a reflexão, essa que deve ser uma das
habilidades mais apuradas dos educadores. Passemos então a discutir o assunto.
Pensar de maneira organizada e racional numa sociedade capitalista e globalizada como a nossa
é algo que se torna cada vez mais difícil. Neste tema, convido você para tentar elaborar um
plano de ação que permita orientar nossos pensamentos de maneira mais segura.
O educador para se nortear na sua prática, deve, antes de mais nada, ter uma visão da totalidade
humana e a filosofia é muito importante nesse processo.
É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para
que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Para que história ou sociologia? Para
que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura,
música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?
Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de
Filosofia: “A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou
seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre
distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e
que são perfeitamente inúteis.
Essa pergunta, “Para que Filosofia?”, tem a sua razão de ser.
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o
direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.
Por isso, ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo imagina ver a utilidade das
ciências nos produtos da técnica, isto é, na aplicação científica à realidade.
Todo mundo também imagina ver a utilidade das artes, tanto por causa da compra e venda das
obras de arte, quanto porque nossa cultura vê os artistas como gênios que merecem ser
valorizados para o elogio da humanidade. Ninguém, todavia, consegue ver para que serviria a
Filosofia, donde dizer-se: não serve para coisa alguma.
Parece, porém, que o senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As
ciências pretendem ser conhecimentos verdadeiros, obtidos graças a procedimentos rigorosos
de pensamento; pretendem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos;
pretendem fazer progressos nos conhecimentos, corrigindo-os e aumentando-os.
Ora, todas essas pretensões das ciências pressupõem que elas acreditam na existência da
verdade, de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, na tecnologia como
aplicação prática de teorias, na racionalidade dos conhecimentos, porque podem ser corrigidos
e aperfeiçoados.
Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e
prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas.
O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca
respostas para elas.
Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o
cientista não seja filósofo. No entanto, como apenas os cientistas e filósofos sabem disso, o
senso comum continua afirmando que a Filosofia não serve para nada.
Para dar alguma utilidade à Filosofia, muitos consideram que, de fato, a Filosofia não serviria
para nada, se “servir” fosse entendido como a possibilidade de fazer usos técnicos dos produtos
filosóficos ou dar-lhes utilidade econômica, obtendo lucros com eles; consideram também que a
Filosofia nada teria a ver com a ciência e a técnica.
Para quem pensa dessa forma, o principal para a Filosofia não seriam os conhecimentos (que
ficam por conta da ciência), nem as aplicações de teorias (que ficam por conta da tecnologia),
mas o ensinamento moral ou ético.
A Filosofia seria a arte do bem viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a
vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limites aos nossos desejos e
paixões, ensinando-nos a viver de modo honesto e justo na companhia dos outros seres
humanos, a Filosofia teria como finalidade ensinar-nos a virtude, que é o princípio do bem-viver.
Essa definição da Filosofia, porém, não nos ajuda muito. De fato, mesmo para ser uma arte moral
ou ética, ou uma arte do bem-viver, a Filosofia continua fazendo suas perguntas
desconcertantes e embaraçosas: O que é o homem? O que é a vontade? O que é a paixão? O que
é a razão? O que é o vício? O que é a virtude? O que é a liberdade? Como nos tornamos livres,
racionais e virtuosos? Por que a liberdade e a virtude são valores para os seres humanos? O que é
Extraído de: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
É bem verdade que a análise etimológica da palavra Filosofia, não representa o conceito de
Filosofia. O que faz com que a pergunta “O que é Filosofia?” continue em aberto... Segundo
Maura Iglesias “se perguntarmos a dez físicos ‘o que é física’, eles responderão provavelmente,
de maneira parecida. O mesmo se passará, provavelmente, se perguntar a dez químicos ‘o que é
química’. Mas, se perguntarmos a dez filósofos ‘o que é filosofia’, ouso dizer que três ficarão em
silêncio, três darão respostas pela tangente, e as respostas dos outros quatro vão ser tão
desencontradas que só mesmo outro filósofo para entender que o silêncio de uns e as respostas
dos outros são todas abordagens possíveis à questão proposta”. De fato existe uma
impossibilidade de consenso a respeito da definição de Filosofia, afinal conceituar Filosofia, já
seria uma atitude anti-filosófica, pois ao invés de convidar ao debate isto simplesmente
encerraria a questão.
A Filosofia na verdade traduz o pensar, o sentir e o agir da vida humana na sua mais alta
expressão (LUCKESI, 2000), ela não é de maneira nenhuma algo morto e, que não serve para
nada e nem pura abstração vazia de sentido. Pode-se afirmar que os filósofos, refletem
também sobre o cotidiano dos seres humanos e podem organizar um quadro coerente e
organizado para o entendimento da realidade que nos cerca.
Filosofia- surgiu procurando desenvolver o logos (saber racional) em contraste com o mito
(saber alegórico). Ela é um corpo de conhecimento, constituído a partir do esforço do ser
humano para compreender o mundo e dar-lhe um significado compreensivo [...] é um
instrumento de ação.
LUCKESI, 2000, p.22.
Período Pré-socrático
(sécs. VII e VI a.C.);
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/presocraticos.htm
Após o período pré-socrático seguiu-se uma nova fase filosófica, caracterizada pelo interesse no
próprio homem e nas relações do homem com a sociedade. O Período socrático ou
antropológico, (final do século V e todo o século IV a.C.) foi marcado pelo desenvolvimento das
cidades gregas, do comércio, do artesanato e das artes militares.
Atenas tornou-se o centro da vida social, política e cultural da Grécia, vivendo o Século de
Péricles, seu período de esplendor e florescimento da democracia.
Devemos observar, entretanto, que estavam excluídos da cidadania o que os gregos chamavam
de dependentes: mulheres, escravos, crianças e velhos, além dos estrangeiros. Foi neste
contexto que surgiram os sofistas, filósofos que ensinavam aos homens jovens como discutir e
defender as suas próprias idéias.
SÓCRATES
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC, e tornou-se um dos principais
pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje
por filosofia ocidental. Não se sabe ao certo quem foram seus professores de Filosofia. Embora,
pelo que se supõe, não tenha sido discípulo de nenhuma escola filosófica específica, Sócrates
certamente sabia de sua existência e compreendia o alcance de suas doutrinas.
Sócrates não deixou nada escrito; o que conhecemos sobre seus pensamentos e idéias é através
das obras de seus discípulos, pricipalmente Platão e Xenofontes.
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia, pois defendia algumas idéias
contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega,
afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no
desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos.
Em função de suas idéias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos
jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o
aumento de sua popularidade.
Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a
encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de
pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião
grega. Em sua cela, foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399
AC.
O método socrático, como desde antigamente se observou, tinha um pouco das qualidades das
profissões de seus pais (seu pai era escultor e sua mãe, parteira). Sócrates não impunha o
conhecimento, mas à maneira da profissão materna, ajudava para que ele viesse à tona de
dentro do discípulo, que o produzia por si mesmo. Sua arte de dialogar, conhecida como
maiêutica, provocava aquilo que ficou conhecido como "a parturição das idéias". Por outro lado,
sua intenção era a formação autônoma da pessoa. Era converter, à maneira da profissão paterna,
uma massa natural e sem forma em uma bela representação individual do espírito. Daí resultava
que o conhecimento primordial do homem deve ser o conhecimento de si mesmo.
Leitura Complementar
A ARTE DO DIÁLOGO
O ponto central de toda a atuação de Sócrates como filósofo estava no fato de que ele não
queria propriamente ensinar as pessoas. Para tanto, em suas conversas, Sócrates dava a
impressão de ele próprio querer aprender com seu interlocutor. Ao “ensinar”, ele não assumia a
posição de um professor tradicional. Ao contrário, ele dialogava, discutia.
Mas Sócrates não teria se tornado um filósofo famoso se apenas tivesse prestado atenção ao que
os outros diziam. E é claro que também não teria sido condenado à morte por causa disso.
Geralmente, no começo de uma conversa, Sócrates só fazia perguntas, como se não soubesse de
nada. Durante a conversa, freqüentemente conseguia levar seu interlocutor a ver os pontos
fracos de suas próprias reflexões. Uma vez pressionado contra a parede, o interlocutor acabava
reconhecendo o que estava certo e o que estava errado.
Dizem que a mãe de Sócrates era parteira, e o próprio Sócrates costumava comparar a atividade
que exercia com a de uma parteira. Não é a parteira quem dá à luz o bebê. Ela só fica por perto
para ajudar durante o parto. Sócrates achava, portanto, que sua tarefa era ajudar as pessoas a
“parir” uma opinião própria, mais acertada, pois o verdadeiro conhecimento tem de vir de
dentro e não pode ser obtido “espremendo-se” os outros. Só o conhecimento que vem de
dentro é capaz de revelar o verdadeiro discernimento.
Deixe-me explicar melhor: a capacidade de dar à luz é uma característica natural. Da mesma
forma, todas as pessoas podem entender as verdades filosóficas, bastando para isto usar a sua
razão. Quando uma pessoa “toma juízo”, ela simplesmente traz para fora algo que já está dentro
de si.
E justamente porque fingia que não sabia de nada, Sócrates forçava as pessoas a usar a razão.
Sócrates era capaz de se fingir ignorante, ou de mostrar-se mais tolo do que realmente era.
Chamamos a isto de ironia socrática. Foi assim que ele conseguiu expor as fraquezas do
pensamento dos atenienses. E isto podia acontecer bem no meio da praça do mercado, no meio
de toda a gente. Um encontro com Sócrates podia significar expor-se ao ridículo, ao riso do
grande público.
Não é de espantar, portanto, que ele incomodasse e irritasse muitas pessoas, sobretudo os que
detinham poder na sociedade. Sócrates dizia que Atenas era como uma égua preguiçosa e ele
um mosquito que lhe picava o flanco para mostrar-lhe que ela ainda estava viva.
In: GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Cia. das Letras, São Paulo: 1998. p. 80-81.
PLATÃO
Platão (c. 427 - 347 a.C.) foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo
Sócrates e precedendo Aristóteles, que foi seu discípulo. Como Sócrates, Platão rejeitava a
educação que se praticava na Grécia em sua época e que estava a cargo dos sofistas, incumbidos
Para Platão, "toda virtude é conhecimento". Ao homem virtuoso, segundo ele, é dado conhecer
o bem e o belo. A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira.
Platão tornou-se aprendiz de Sócrates por volta dos vinte anos. Descobre nele e sua dialética um
prazer, e se torna um "amante da sabedoria". Acompanhou de perto todos os passos do
julgamento de seu mestre, e o seu fim trágico marcou-o profundamente, deixando seqüelas
para o resto de sua vida. Depois da morte por envenenamento de Sócrates, desiludiu-se de vez
com a democracia ateniense e partiu em peregrinação pelo mundo.
Ao voltar para Atenas, passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no
estudo e na pesquisa em diversas áreas do conhecimento: ciências, matemática, retórica (arte de
falar em público), além da filosofia. Suas obras mais importantes e conhecidas são: Apologia de
Sócrates, em que valoriza os pensamentos do mestre; O Banquete, fala sobre o amor de uma
forma dialética; e A República, em que analisa a política grega, a ética, o funcionamento das
cidades, a cidadania e questões sobre a imortalidade da alma.
O projeto filosófico de Platão é baseado no seu interesse pelo que é eterno e imutável tanto no
que se refere à natureza, quanto à moral e à sociedade. Platão acreditava numa realidade
autônoma por trás do mundo dos sentidos a qual denominou de mundo das idéias que, a seu
ver, continha as coisas primordiais e imagens padrão referentes a tudo existente.
Para ele, todas as coisas que existiam eram efêmeras como uma bolha de sabão e, deste modo,
nada podia ser verdadeiramente conhecido. O que se percebe e o que se sente nos dá opiniões
incertas e só é possível possuir conhecimento seguro sobre algo através da razão.
Platão acreditava na dualidade humana: o homem possui um corpo (que flui) e uma alma
imortal (a morada da razão). Ele também achava que a alma já existia antes de vir habitar nosso
corpo (ela ficava no mundo das idéias) e que quando passava a habitá-lo, esquecia-se das idéias
perfeitas. Também pensava que a alma desejava se libertar do homem e isso propiciava um
anseio, uma saudade, que chamou de Eros (amor).
ARISTÓTELES
Aristóteles (384-322 a.C.) foi aluno da Academia de Platão. Era natural da Macedônia e filho de
um médico famoso. Seu projeto filosófico está no interesse da natureza viva. Ele foi o último
grande filósofo grego e também o primeiro grande biólogo da Europa. Utilizava-se da razão e
também dos sentidos em seus estudos. Criou uma linguagem técnica usada ainda hoje pela
ciência e formulou sua própria filosofia natural.
Aristóteles discordava em alguns pontos de Platão. Não acreditava que existisse um mundo das
idéias abrangedor de tudo existente; achava que a realidade está no que percebemos e
sentimos com os sentidos, que todas as nossas idéias e pensamentos tinham entrado em nossa
consciência através do que víamos e ouvíamos e que o homem possuía uma razão inata, mas
não idéias inatas.
Para Atistóteles, tudo na natureza possuía a probabilidade de se concretizar numa realidade que
lhe fosse inerente. Assim, uma pedra de granito poderia se transformar numa estátua desde que
um escultor se dispusesse a escupi-la. Da mesma forma, de um ovo de galinha jamais poderia
nascer um ganso, pois essa característica não lhe é inerente.
Aristóteles acreditava que na natureza havia uma relação de causa e efeito e também acreditava
na causa da finalidade. Deste modo, não queria saber apenas o porquê das coisas, mas também
a intenção, o propósito e a finalidade que estavam por trás delas. Para ele, quando
reconhecemos as coisas, as ordenamos em diferentes grupos ou categorias e tudo na natureza
pertence a grupos e subgrupos. Ele foi um organizador e um homem extremamente meticuloso.
Sobre a ética, Aristóteles pregava a moderação para que se pudesse ter uma vida equilibrada e
harmônica. Achava que a felicidade real era a integração de três fatores: prazer, ser cidadão livre
e responsável e viver como pesquisador e filósofo. Cria também que devemos ser corajosos e
generosos, sem aumentar ou diminuir a dosagem desses dois itens. Aristóteles chamava o
homem de ser político. Citava formas de governo consideradas boas como a monarquia, a
aristocracia e a democracia. Acreditava que sem a sociedade ao nosso redor não éramos pessoas
no verdadeiro sentido do termo.
Disponível em:
http://www.ime.usp.br/~cesar/projects/lowtech/mundodesofia/aristoteles.html
Período Pós-socrático
(sécs. III e II a.C.)
Trata-se do último período da Filosofia antiga, quando a polis grega desapareceu como centro
político, deixando de ser referência principal dos filósofos, uma vez que a Grécia encontra-se
primeiro sob o domínio da Macedônia e depois do poderio do Império Romano. Os filósofos
dizem, agora, que o mundo é sua cidade e que são cidadãos do mundo. Em grego, mundo se diz
cosmos e esse período é chamado o da Filosofia cosmopolita, onde os valores gregos mesclam-
se com as mais diversas tradições culturais.
Essa época da Filosofia é constituída por grandes sistemas ou doutrinas, isto é, explicações
totalizantes sobre a Natureza, o homem, as relações entre ambos e deles com a divindade (esta,
em geral, pensada como Providência divina que instaura e conserva a ordem universal).
Predominam preocupações com a ética - pois os filósofos já não podem ocupar-se diretamente
com a política -, a física, a teologia e a religião.
Entre as novas tendências que surgiram, devemos registrar a fundação de escolas filosóficas
como: O estoicismo e o epicurismo.
Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de inúmeros textos
sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística por
terem sido escritos principalmente pelos grandes Padres da Igreja.
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou
munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o
pensamento pagão teve como principal expoente Santo Agostinho (354-430).
Seu pensamento, reativa no cristianismo os princípios da clássica filosofia platônica, mas salva
guardando as características originais da teologia e da moral cristã.
A Escolástica, estudo obrigatório dos teólogos. Nela a razão encontra-se a serviço da fé. Seu
principal representante é o dominicano Santo Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da
Escolástica que fez da filosofia de Aristóteles um instrumento a serviço da fé cristã.
Era a Filosofia lecionada nas escolas Medievais. Os teólogos da Escolástica procuram amparar a fé
na razão, com o fim de melhor justificar as crenças, converter os não crentes e ainda combater os
infiéis. Acompanhe abaixo um quadro comparativo entre a Escolástica e a Patrística:
Corrente Principais características
Defesa dos dogmas católicos, luta no combate às heresias e na conversão dos considerados
Patrística
povos pagãos, filosofia dos padres.
Adaptação do pensamento aristotélico aos interesses da religião, tinha Jesus como o modelo
Escolástica de mestre e educador, o objetivo mais importante seria formar o homem na Fé, essa filosofia
era usada nos colégios e universidades católicas (modelo tomista/aristotélico).
Leitura complementar
Filosofia da Renascença
(do século XIV ao século XVI)
É marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na Idade Média, de novas obras de
Aristóteles, bem como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e
romanos.
São três as grandes linhas de pensamento que predominavam na Renascença:
2. Aquela originária dos pensadores florentinos, que valorizava a vida ativa, isto é, a política, e
defendia os ideais republicanos das cidades italianas contra o Império Romano-Germânico, isto
é, contra o poderio dos papas e dos imperadores. Na defesa do ideal republicano, os escritores
resgataram autores políticos da Antigüidade, historiadores e juristas, e propuseram a “imitação
dos antigos” ou o renascimento da liberdade política, anterior ao surgimento do império
eclesiástico.
3. Aquela que propunha o ideal do homem como artífice de seu próprio destino, tanto através
dos conhecimentos (astrologia, magia, alquimia), quanto através da política (o ideal
republicano), das técnicas (medicina, arquitetura, engenharia, navegação) e das artes (pintura,
escultura, literatura, teatro).
A efervescência teórica e prática foi alimentada com as grandes descobertas marítimas, que
garantiam ao homem o conhecimento de novos mares, novos céus, novas terras e novas gentes,
permitindo-lhe ter uma visão crítica de sua própria sociedade.
Essa efervescência cultural e política levou a críticas profundas à Igreja Romana, culminando na
Reforma Protestante, baseada na idéia de liberdade de crença e de pensamento. À Reforma a
Igreja respondeu com a Contra-Reforma e com o recrudescimento do poder da Inquisição.
Os nomes mais importantes desse período são: Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno,
Campannella, Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Tomás Morus, Jean Bodin, Kepler e Nicolau de
Cusa.
Extraído de: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
http://br.geocities.com/mcrost02/convite_a_filosofia_05.htm
Já no Iluminismo, os filósofos buscaram sedimentar o papel da Razão, assim as luzes do saber
“iluminariam” as “trevas” da ignorância, ela (a razão) seria o único caminho para uma sociedade
mais justa e igualitária com base em duas vertentes: a prática de uma filosofia realmente crítica e
o apoio e orientação da ciência pura.
Leitura complementar
Esse período também crê nos poderes da razão, chamada de As Luzes (por isso, o nome
Iluminismo). O Iluminismo afirma que:
● pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e política (a Filosofia da
Ilustração foi decisiva para as idéias da Revolução Francesa de 1789);
● o aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações, que vão das mais
atrasadas (também chamadas de “primitivas” ou “selvagens”) às mais adiantadas e perfeitas (as
da Europa Ocidental);
● há diferença entre Natureza e civilização, isto é, a Natureza é o reino das relações necessárias
de causa e efeito ou das leis naturais universais e imutáveis, enquanto a civilização é o reino da
liberdade e da finalidade proposta pela vontade livre dos próprios homens, em seu
aperfeiçoamento moral, técnico e político.
Nesse período há grande interesse pelas ciências que se relacionam com a idéia de evolução e,
por isso, a biologia terá um lugar central no pensamento ilustrado, pertencendo ao campo da
filosofia da vida. Há igualmente grande interesse e preocupação com as artes, na medida em
que elas são as expressões por excelência do grau de progresso de uma civilização.
Data também desse período o interesse pela compreensão das bases econômicas da vida social
e política, surgindo uma reflexão sobre a origem e a forma das riquezas das nações, com uma
controvérsia sobre a importância maior ou menor da agricultura e do comércio, controvérsia
que se exprime em duas correntes do pensamento econômico: a corrente fisiocrata (a
agricultura é a fonte principal das riquezas) e a mercantilista (o comércio é a fonte principal da
riqueza das nações).
Filosofia contemporânea
Abrange o pensamento filosófico que vai de meados do século XIX e chega aos nossos dias. Esse
período, por ser o mais próximo de nós, parece ser o mais complexo e o mais difícil de definir,
pois as diferenças entre as várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem muito grandes
Para facilitar uma visão mais geral do período, faremos, no próximo capítulo, uma contraposição
entre as principais idéias do século XIX e as principais correntes de pensamento do século XX.
Extraído de: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
http://br.geocities.com/mcrost02/convite_a_filosofia_05.htm
Na sua opinião o homem do mundo atual deve da ênfase à sua natureza interna como
forma de construir um mundo melhor?
A principal tarefa do filósofo é refletir sobre a realidade, qualquer que seja ela, descortinando
seus significados mais profundos, ou seja, descobrindo o que está por trás das aparências. Para o
filósofo, refletir significa pensar de maneira organizada, sistemática e a partir de uma
metodologia, o que já foi pensado. Neste sentido, refletir, seria fazer o próprio pensamento
retornar, para assim termos uma melhor compreensão, um maior entendimento de
determinado assunto que se apresenta.
A reflexão só é considerada uma atitude própria da Filosofia, quando é feita de forma radical,
rigorosa e de conjunto. Assim, a filosofia é considerada radical porque investiga um problema
até as suas raízes, quando investiga um problema não se preocupa apenas em entender
somente o efeito, mas sim as causas, isto é as origens, a raiz que originaram aquele efeito. Daí
conclui-se que a filosofia é radical quando explicita os fundamentos do pensar e do agir.
Tendo em vista que a filosofia é um modo de pensar, um posicionamento frente às questões que
o mundo nos apresenta, ela não pode ser considerada como um conjunto de saberes pronto e
acabado, muito menos fechado em si mesmo. Desta forma o ato de filosofar começa por
inventário dos valores (éticos, estéticos e morais) que dão rumo à nossa vida. Depois dessa
primeira etapa é preciso criticar tais valores sob todos os ângulos, ou seja, a sua base de
sustentação, descobrir a sua essência. Na terceira etapa é necessário reconstruir os valores, ou
seja, construí-los criticamente para a orientação de nossas vidas em sociedade.
Entendemos, então, que não é possível desunir filosofia de filosofar pois os dois são uma mesma
coisa. O filosofar é uma disciplina no pensamento que ao ser operada vai produzindo filosofia e a
filosofia é a própria matéria que gera o filosofar. São indissociáveis. A matéria filosofia separada
do ato de filosofar é matéria morta, recheio de livro de estante. Para ser filosofia ela tem que ser
reativada, reoperada, assim reaparecendo a cada vez. Como a malha tricotada que só aparece se
houver o ato do tricotar. O leigo desavisado não vê o tricotar na malha e não saberia refazer seu
caminho.
A tricoteira sabe cada passo dos pontos e ao ver o tricô pode ver o tricotar, pode, a partir do
tricô, reativar o tricotar que vai produzir tricô e assim sucessivamente. O movimento da razão a
que chamamos filosofar se dá por intermédio de conceitos filosóficos e estes só são criados e
recriados por meio do filosofar. Não há como ficar com uma coisa e dispensar a outra já que não
são duas coisas e sim uma só. Não há o dilema filosofia ou filosofar. Filosofia é filosofar e filosofar
é filosofia.
http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v24n64/22832.pdf
O CONHECIMENTO
Por que será que algumas pessoas ou grupos se estabelecem no poder? Uma das respostas é
porque elas dominam conhecimentos diversos, vejamos então o que vem a ser esse conceito e
como ele se constrói.
Por que será que algumas pessoas ou grupos se estabelecem no poder? Uma das respostas é
porque elas dominam conhecimentos diversos, vejamos então o que vem a ser esse conceito e
como ele se constrói.
O que é conhecimento? Como podemos conhecer as coisas? Essas perguntas vêm perseguindo o
homem há muitos anos, aliás há séculos. Desde os primórdios histórico-filosóficos do homem e do
mundo.
É importante compreendermos que dependendo da cultura, do momento histórico, do próprio saber
acumulado, da estrutura socioeconômica, política e social, ou até mesmo em decorrência da
evolução tecnológica, teremos as mais diversas respostas.
Assim, refletir acerca do conhecimento é uma das tarefas filosóficas mais centrais. O conhecimento
pode ser compreendido como um problema de caráter filosófico que busca a compreensão de si e do
mundo, e para tanto, necessário se faz entender a própria capacidade de apreensão ou compreensão.
Uma vez que para tratar de tal reflexão temos a disciplina denominada de Teoria do conhecimento
ou epistemologia, crítica do conhecimento, que consiste em refletir criticamente sobre as
possibilidades do sujeito cognoscente (aquele que conhece, o investigador, pesquisador) apreender
o objeto cognoscível (o que é conhecido, investigado, apreendido), estabelecendo assim uma
Teoria do Conhecimento – disciplina filosófica que busca refletir sobre o conhecimento, tendo
como objeto investigatório suas origens, seus fundamentos, sua extensão e seu valor.
Ao falarmos em conhecimento, estamos designando o ato de conhecer como uma relação que
se estabelece entre a consciência que conhece e o objeto conhecido. Portanto há dois
elementos no ato de conhecer: o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido. Porém
de acordo com a concepção crítico-social é preciso refletir de que o conhecimento se processa
quando o sujeito conhecedor consegue apreender, refletir e, sobretudo resignificar no mundo o
seu objeto de investigação levando em consideração o contexto histórico e social dessa reflexão,
uma vez que a forma de apreensão de um determinado objeto pode sofrer influências do meio
cultural em que o sujeito está inserido.
Descartes insere uma ampla mudança no pensamento moderno, segundo a qual o sujeito tem a
função ordenadora do conhecimento: O pensamento, sistematicamente dirigido, encontra
inicialmente em si os critérios que permitirão estabelecer algo como verdadeiro.
Por conseguinte, a ciência na era moderna deixa de ser um saber contemplativo e passa a se
afirmar como sinônimo de verdade e também de progresso.
Segundo o mesmo as idéias superiores derivam não do geral, mas do particular, ou seja, elas já
se encontram no espírito e são comuns a uma natureza humana. O critério proposto para saber
se tais idéias eram verdadeiras ou não seria um critério seguro do nosso espírito.
John Locke
Sujeito e objeto situam-se por assim dizer numa nova relação entre si, na qual nenhum dos dois
prevalece, um dependendo do outro, só existindo enquanto pólo da relação.
INATISMO OU EMPIRISMO
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou
conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
O inatismo afirma que nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais,
mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas.
O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas
idéias, é adquirida por nós através da experiência. Em grego, experiência se diz: empeiria -
donde, empirismo, conhecimento empírico, isto é, conhecimento adquirido por meio da
experiência.
http://www.discursus.hpg.ig.com.br/javanes/inadqui.html
http://www.geocities.com/discursus/javanes/solucoes.html
OS PROBLEMAS DO INATISMO E DO EMPIRISMO: SOLUÇÕES FILOSÓFICAS
Jean Piaget
O sujeito se dá conta de que, embora condicionante da posição do objeto não pode integrá-lo; o
objeto, por sua vez, por mais autônomo que seja não mais se impõe dogmaticamente ao sujeito
como pura positividade.
AS FORMAS DE CONHECIMENTO
Inatista Empirista Interacionista
• Supremacia do objeto (do
meio); • Não há contradição
• Supremacia do sujeito;
• Sujeito: tábula rasa sujeito/objeto homem/mundo;
• Sujeito: idéias inatas é a
(passivo); • O conhecimento renova-se
condição do conhecimento.
• Conhecimento sempre.
transmitido e recebido.
O suíço Jean Piaget (1896-1980), pai da psicologia da inteligência, estava interessado em saber
como nós podemos aprender algo. Mais do que a psicologia e as características de cada
indivíduo, o que o preocupava era a construção de uma teoria do conhecimento. Como
chegamos a saber algo que não sabíamos? Como o conhecimento evolui?
Depois de escrever uma série de livros sobre suas conversas com crianças de quatro anos em
diante, Piaget estudou incessantemente o crescimento de seus três filhos, escrevendo, entre
1925 e 1931, três livros clássicos. Nessas obras, apresenta suas dúvidas sobre o papel do
pensamento verbal na gênese da inteligência e afirma que, nos primeiros anos de vida, a
inteligência é uma conseqüência das ações, da atividade da criança, e não de sua linguagem.
Era o início de uma obra enorme e de difícil leitura, porém fascinante e única. Opondo-se tanto
às teorias que acreditavam no caráter inato do conhecimento quanto às que viam as crianças
como "tábuas rasas" sobre as quais o conhecimento se inscrevia, Piaget definiu uma nova
concepção: o construtivismo, segundo o qual o conhecimento é construído ativamente pelo
sujeito, é uma conseqüência de suas interações com o mundo e de suas reflexões sobre essas
experiências, de tudo aquilo que pode abstrair delas.
Para Piaget, as crianças são como "pequenos cientistas", pois fazem experiências com o mundo
ativamente. A construção do conhecimento é um processo biológico de assimilação do novo ao
que já existe, comparável, de certa forma, à digestão. Isso porque, ao ser "assimilado" pelo
sujeito, o alimento se transforma. O mesmo acontece com o conhecimento, que é "assimilado"
aos esquemas e estruturas do indivíduo. (Ver item Pós-piagetianos.)
Na área da educação, sua influência é enorme, embora Piaget fizesse questão de deixar claro
que não era pedagogo. Conhecedor e defensor assumido das práticas da Escola Nova e da
pedagogia praticada por Freinet, Piaget escreveu pouco sobre pedagogia e nunca desenvolveu
nenhum método.
http://www.educacional.com.br/pais/glossario_pedagogico/piaget.asp
É impressionante que a educação que visa a transmitir conhecimentos seja cega ao que é
conhecimento humano, seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e à
ilusão e não se preocupe em fazer conhecer o que é conhecer.
De fato, o conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta "ready made", que pode ser
utilizada sem que sua natureza seja examinada. Da mesma forma, o conhecimento do
conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de preparação para
enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente
humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez.
É necessário introduzir e desenvolver na educação estudo das características cerebrais, mentais,
culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e modalidades, das disposições tanto
psíquicas quanto culturais que o conduzem ao erro ou à ilusão.
Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em
estímulos ou sinais captados pelos sentidos. Resultam, daí, os inúmeros erros de percepção que
nos vêm de nosso sentido mais confiável, a visão.
No seu entender, o estudo científico para ter validade precisa negar a religião?
São várias as formas pelas quais o homem entra em relação com o mundo que o rodeia, a
depender das circunstâncias e necessidades, bem como do tipo de cultura em que ele está
inserido.
O homem, ao longo de sua existência na Terra, tem procurado conhecer o mundo através de
várias formas: a mais antiga é a que ficou conhecida como consciência mítica,
predominantemente religiosa e ligada a rituais mágicos, buscando soluções para os problemas
concretos da humanidade geralmente a partir de apelos às divindades.
Quando entramos em contato com os mitos, podemos usar a reflexão para entendermos os
valores, a "moral da história" que existe em cada um deles e que fundamenta o mesmo, para, a
partir daí, construirmos um determinado juízo de valor.
O ser humano constrói o seu lastro cultural a partir do trabalho (através do qual transforma a
natureza e a si mesmo) e dos aspectos culturais (danças, jogos, relações familiares, etc.). O
aperfeiçoamento de suas atividades só é possível através da educação. Assim sendo a mesma é
um fator importantíssimo para a socialização e humanização dos Homens.
Educação - prática social cujo o fim é o desenvolvimento humano [..] de acordo com as
necessidades e exigências de determinada sociedade em determinado tempo/espaço.
CAVALCANTI, 2004, p. 93
Encerramos aqui este breve histórico do pensamento filosófico ocidental, estudaremos, a seguir,
um outro aspecto importante da filosofia: o próprio ato de filosofar.
A educação pode ser formal ou informal. Aquela que acontece no cotidiano, que é realizada
através do aprendizado empírico das tarefas, ou seja, construída no dia-a-dia é considerada a
educação informal. Essa categoria é construída, sobretudo, pela observação e convivência entre
os membros de uma sociedade, sem um planejamento prévio, sem local ou mesma hora
determinada. Já a educação formal acontece através de pessoas especializada, procura
selecionar os elementos essenciais para a sua transmissão, geralmente acontece com
planejamento prévio e em local e hora definidos.
É bom que se tenha em mente que educação é algo diferente do trabalho enquanto este
transforma a natureza em cultura para um determinado fim, aquela não se preocupa apenas
com uma finalidade, mas em instrumentalizar o homem para a vida como um todo.
Essas Pedagogias e várias outras que passaram a vigorar a partir da década de 1980 serão
largamente discutidas na disciplina Didática.
É bom que se diga que não queremos que você veja com preconceito nenhuma dessas
pedagogias. Devemos, entretanto, refletir para encontrar uma forma de atuar na prática que
verdadeiramente forme para a cidadania.
Esta é uma pergunta complexa, pois a finalidade pode variar bastante ao longo do tempo e a
depender da cultura e da sociedade na qual se dá o processo educativo. Isso é o que tem
mostrado a História da Educação: por exemplo, na Grécia dos tempos heróicos, a finalidade era
formar guerreiros, na Grécia da época das cidades-estado, almejava-se formar cidadãos.
Bom, responder a esta pergunta é um exercício bastante interessante. Num mundo globalizado
é extremante difícil ponderarmos a finalidade exata da educação, pois as realidades de cada
sociedade são distintas.
Assim os objetivos educacionais em um país desenvolvido pode ter pontos em comum com os
de um país em desenvolvimento, mas certamente não serão iguais e daí por diante. Portanto os
fins da educação baseiam-se em valores permanentes (ética, estética, moral, conhecimento, etc)
e em valores provisórios (necessidades humanas concretas).
Estes valores provisórios se alteram conforme vamos alcançando os objetivos imediatos;
enquanto nossa realidade concreta vai se modificando e as etapas vão avançando.
A educação é um processo que dura a vida toda, não tendo idade para se iniciar e nem terminar,
ela não pode se limitar à mera continuidade da tradição, pois ela supõe a possibilidade de
rupturas, pelas quais a cultura se renova e o homem se aperfeiçoa, construindo assim a sua
história.
Não é a prática educacional quem estabelece os seus fins. Quem o faz é a reflexão filosófica que
permeia a educação, dentro de uma dada sociedade. As relações entre educação e filosofia
parecem ser quase "naturais". Enquanto a primeira trabalha com o desenvolvimento do Ser
Humano e sobretudo das novas gerações, a segunda é a reflexão sobre o que e como devem ser
estes Seres Humanos e a própria sociedade.
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Enquanto reflexão filosófica, a Filosofia da Educação tem como tarefa básica buscar o sentido
mais profundo do próprio sujeito no processo educacional, ou seja, de construir a imagem do
Homem em seu papel de sujeito/educando, nesse sentido
deve ser uma disciplina que busque integrar as várias
contribuições das ciências humanas.
A partir dessas três dimensões é possível fazer da filosofia um dos instrumentos mais eficazes
para se pensar na educação, pois educar envolve a análise do contexto em que se dá o processo,
valores, conhecimento e método. A filosofia da educação, a despeito do desenvolvimento de
outras ciências humanas, tais como psicologia e sociologia, ainda possui relevância na medida
em que possui tarefas específicas, pois é ela talvez a melhor área do conhecimento para mediar
a interdisciplinaridade.
AS CONCEPÇÕES DE HOMEM
Essencialista Naturalista Histórico-social
• Homem compreendido a partir de • Homem entendido enquanto
• Homem enquanto uma
uma natureza imutável; organismo vivo, regido pelas leis
entidade natural e histórica;
da natureza;
• A perfeição de cada ser dependeria • A natureza humana
da realização plena das • Homem compreendido a partir
determinada pelas condições
potencialidades internas. do dualismo mente e corpo;
objetivas de sua existência;
• A supremacia seria do corpo,
• O ser humano seria resultado
organismo vivo regido por leis
de um processo de vir-a-ser.
da natureza.
Por que isso é importante? Na nossa concepção todos os “ismos” se não forem devidamente
analisados e ponderados, acabam por escravizar o pensamento humano, tornando o educador
apenas um defensor ou um crítico feroz de determinada ciência, não fornecendo ao educando
uma visão mais ampla da vida.
Desde o seu nascimento, o Homem estabelece uma relação com as coisas do mundo: pessoas,
valores, objetos, etc., assim sendo a filosofia da educação ocupa lugar central para a prática
pedagógica, pois é somente a partir do pensamento crítico-reflexivo que a educação se tornará
mais eficaz, clara e coerente.
A educação, quando imbuída dos ideais filosóficos não se ocupa em “formatar” os seres
humanos de maneira homogênea, mais sim oferecer condições ideais para que o educando
caminhe com as suas próprias pernas e encontre assim o seu próprio caminho que certamente
não serão iguais, pois cada aluno tem o seu tempo, aspirações, valores e inteligências múltiplas.
É justamente nesse ponto que reside a beleza da educação.
Assim a filosofia da educação auxilia muito a pedagogia, mas não se deve confundir uma com a
outra. Enquanto a pedagogia pode ser compreendida como uma teoria geral da educação que
se preocupa com a eficácia e a intencionalidade da práxis pedagógica; a filosofia acompanha
reflexivamente os problema ligados à educação, mediando a contribuição que as outras ciências
podem fornecer para que o processo de ensino/aprendizagem se torne mais reflexivo e ao
mesmo tempo mais objetivo. Em resumo a filosofia da educação busca a compreensão profunda
de determinada realidade educacional de maneira vigorosa e integral.
A reflexão sobre os problemas referentes à transmissão e construção do conhecimento é uma
tarefa fundamental para a filosofia da educação.
Aliás, pelo que pudemos perceber em nossa atividade de docente de filosofia, as questões
filosóficas normalmente nos deixam incomodados, mal humorados, ansiosos. Isso porque
dentre outros motivos, como normalmente ocorre, ao tentar resolvê-las, deparamo-nos com
outros problemas que até então não havíamos considerado. Assim, a filosofia parece ser não
apenas desnecessária para o bem viver, como incompatível com a idéia de uma vida tranqüila.
A atividade filosófica lida com problemas aparentemente distantes da vida comum, o filósofo é
visto como um sonhador de sonhos inefáveis, ou ainda, como uma pessoa que está sempre
envolvida com assuntos que a grande maioria das pessoas não dá a menor importância.
A filosofia e os filósofos, parecem ser vistos pela sociedade, pelo senso comum, como uma
chatice, algo sem nenhuma utilidade. E na sala de aula a situação é a mesma, ou talvez pior, pelo
fato de ser uma disciplina geralmente aplicada no primeiro período dos cursos superiores,
quando os alunos chegam com toda a carga valorativa do senso comum sobre a filosofia, ou
com uma visão deturpada da matéria que viram por outros meios e nada entenderam.
Não gostamos do que não conhecemos, a idéia do pré-conceito Mas essa visão negativa da
filosofia não se restringe ao senso comum. “Vários pensadores adotaram uma postura destrutiva
com relação à filosofia, ou pelo menos com relação ao que eles concebiam como sendo
filosofia.”
MOREIRA, Kênia Hilda. In.: Filosofia na Sala de Aula: Qual é a utilidade da filosofia na sala de
aula?. Disponível em:
http://www.unb.br/fe/tef/filoesco/resafe/numero002/textos/comunicacao_keniahildamoreira.ht
m
Acesso em: 11/12/2006.
Com base no texto reflita sobre a (in)utilidade da Filosofia e discuta sobre sua aplicação e
necessidade no trabalho docente.
O filósofo:
Uma vez aceito o principio de que todos os homens são “filósofos”, isto é, que entre os
filósofos profissionais ou técnicos e os outros homens não há diferença qualitativa, mas apenas
quantitativa (e neste caso quantidade tem um significado particular que não pode ser
confundido com soma aritmética, já que indica maior ou menor homogeneidade. Coerência e
logicidade, etc. [...])
O filósofo profissional ou técnico não só pensa com maior rigor lógico, com maior
coerência, com maior espírito de sistema do que os outros homens, mas conhece toda a história
do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que o pensamento teve até ele e é capaz de
retomar os problemas a partir do ponto em que se encontram, depois de terem sofrido as mais
variadas tentativas de solução, etc. Tem, no campo do pensamento a mesma função que os
especialistas nos diversos campos científicos.
GRAMSCI apud ARANHA 2002, p. 109
a) De acordo com o texto qual é a diferença básica entre o filósofo profissional e o não
profissional?
6 - Segundo nossa LDB (lei 9394/96) - Título II “Dos princípios e fins da educação nacional” Art. 2º
- a educação tem por finalidade “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.”. Como podemos verificar a
educação no Brasil tem finalidades bem complexas, e reflete uma tendência mundial de
enxergar a educação numa perspectiva integral e planetária, que começou a se delinear
principalmente a partir da década de 90 com a Conferência Mundial de Educação para Todos.
Em sua opinião a educação na atualidade tem cumprido essa missão? Como, na condição de
educadores, podemos contribuir para mudar estruturalmente o nosso projeto educacional?
Um famoso filósofo alemão do século passado, Frederico Nietzsche, tece uma crítica radical à
civilização ocidental, dizendo que ela educa os homens para desenvolverem apenas o instinto
da tartaruga. O que quer dizer isso? A tartaruga é o animal que diante do perigo, da surpresa,
recolhe a cabeça para dentro da sua casca. Anula, assim, todos os seus sentidos e esconde,
também na casca, os membros, tentando proteger-se contra o desconhecido [...].
Formar boas tartarugas parece ter sido o objetivo dos processos educacionais e políticos da
educação desenvolvidos no mundo ocidental nos últimos anos. Temos educado os homens para
aprenderem a se defender contra todas as ameaças externas, sendo apenas reativos [...].
Precisamos assumir o desafio de educar o homem para desenvolver o instinto da águia. A águia
Com base no texto faça um comentário sobre que tipo de educação (métodos, pedagogia,
objetivos, etc.) deve ser desenvolvido para formar “águias”:
9 - “(...) a filosofia da educação parte do conhecimento do contexto vivido, a fim de fazer a crítica
dos valores decadentes, bem como a dos novos valores, indagando a respeito de que homem se
quer formar naquela determinada sociedade e naquele tempo específico”. (ARANHA, 2005, p.
17)
Com base na citação de Maria Lúcia de Arruda Aranha, discuta qual a importância da filosofia
para a teoria da educação?
ÉTICA E DO EDUCADOR
Em face da crescente preocupação que nos cerca, no que diz respeito ao alto índice de inversão
de valores que permeiam o agir humano no meio social, a presente temática tem como um dos
princípios norteadores buscar refletir sobre a possibilidade de contribuir com os estudantes em
formação, futuros profissionais da educação, buscando subsídios valorativos e formativos
relacionados aos saberes pedagógicos que levem em consideração as novas concepções
educacionais e pautadas em posturas éticas, responsáveis e dinâmicas, frente às necessárias
transformações sociais bem como o exercício crítico e criativo, tendo em vista os professores
que se pretende formar para atuarem no contexto da sociedade contemporânea, marcada por
determinações histórico-filosóficas e sociais.
Aristóteles pensava que um dos objetivos principais da educação era produzir pessoas de
virtude. Acreditava que a educação não deveria estar limitada à sala de aula, mas também ser
uma função do Estado. Seu enfoque à sabedoria era “prático”, usando não só o método
científico como também a filosofia. Uma importante preocupação era moldar o entendimento e
a “precisão do pensamento”. As obras educacionais de Aristóteles têm tido um impacto
significativo no desenvolvimento da educação ocidental. Seu pensamento tem influenciado
muito nossas concepções em educação nas ciências humanas e exatas, e suas idéias têm
encontrado predileção com pensamentos religiosos e seculares em educação. (OZMON e
CRAVER 2004: 89).
Assim como os grandes ícones da sabedoria clássica, que refletiu sobre os aspectos éticos e
políticos educacionais, acreditamos que se faz necessário empreendermos esforços para a
promoção e valoração da formação do educador que é de suma importância para o
desenvolvimento humano e responsabilidade social da nação brasileira.
[...] Devemos ter atenção exclusiva na formação de professores [...] A formação de mestres
depende de mobilização social. O resgate da figura do professor significa valorizar o motor da
transformação da realidade nacional.
((*) Resolução CNE/CP 1/2006. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de maio de 2006, Seção 1, p.
11).
Fernando Haddad
Ministro da Educação
Será que no dia-a-dia somos seres humanos conscientes do nosso papel na sociedade? Será que
os nossos valores nos permitem construir um mundo melhor? É isso que procuraremos elucidar
neste tema.
O mundo, entre outras coisas é constituído por valores materiais (bens de consumo, dinheiro,
propriedades recursos naturais, dentre outros.) e por valores imateriais ou simbólicos
(conhecimento, educação, sentimentos, postura, e outros. ) A educação é constituída não só de
prática técnica e política, mas também de prática simbolizadora, suas ferramentas são
essencialmente símbolos, que desenvolve sua ação.
A educação é uma prática cujos utensílios técnicos são especificamente simbólicos. Ela atua
sobre o conjunto das demais mediações da existência, a partir dessa sua especificidade.
Enquanto prática que lida com instrumentos simbólicos, a educação ainda atua nas dimensões
individual e coletiva, correndo um duplo risco de se envolver nesse processo ideologizador.
Assim, é pela educação, mesmo quando informal, que o indivíduo se apropria dos conteúdos
culturais de seu grupo. Ela amplia seu trabalho empregando essencialmente esses conceitos e
valores presentes na cultura em que se processa.
Por outro lado, para manter sua ideologia, uma sociedade necessita reproduzi-la, e a educação é
comumente considerada como uma das mais adequadas mediações para garantir essa
reprodução. Existem vários Aparelhos ideológicos os mais poderosos são:
• religião;
• partidos Políticos;
• forças Armadas ;
• escola.
Desses todos a escola ao lado da Religião, dos Partidos Políticos e das Forças Armadas é
talvez o mais sutil e o mais eficiente de todos os aparelhos ideológicos, pois a mesma trabalha
de maneira eficaz e sorrateira, através da inculcação de valores e interesses de classe nos
educandos. Assim, ficam evidente que as instituições educacionais constituem perfeitos
aparelhos ideológicos para agirem em função do Estado.
A ideologia num sentido mais amplo é o conjunto de idéias ou concepções a respeito de algum
aspecto sujeito à discussão. Para o filósofo Karl Marx ( 1818-1883), a ideologia seria uma forma de
conhecimento ilusório que serviria para o mascaramento dos conflitos sociais, adquirindo assim um
sentido negativo como um instrumento de dominação que exerce uma grande influência no jogo de
poder. Enquanto que para o filósofo Antonio Gramsci (1891-1937) será preciso distinguir entre as
ideologias orgânicas e ideologias arbitrárias, donde as primeiras são historicamente necessárias por
organizarem as massas humanas formando o terreno por onde os homens se movimentam, ou seja
servem como alicerce conservando assim a unidade do bloco social, já as ideologias arbitrárias serve
como um subsídio de dominação social.
Marilena Chauí
Marx afirma que a consciência humana é sempre social e histórica, isto é, determinada pelas
condições concretas de nossa existência.
Isso não significa, porém, que nossas idéias representem a realidade tal como esta é em si
mesmo. Se assim fosse, seria incompreensível que os seres humanos, conhecendo as causas da
exploração, da dominação, da miséria e da injustiça nada fizessem conta elas. Nossas idéias,
historicamente determinadas, têm a peculiaridade de nascer a partir de nossa experiência social
direta. A marca da experiência social é oferecer-se como uma explicação da aparência das coisas
como se esta fosse à essência das próprias coisas.
Essenciais Acessórios
País- território fixo determinado Pátria
População- povo Nação
Governo- poder- soberania Autoridade- legitimidade- eleições
Ordem- mínima essencial Reconhecimento – Constituição
A política queiramos ou não, permeia a maior parte das atividades humanas, o tempo todo. O
homem mal informado, que se diz apolítico é facilmente manipulado e influenciado pelos donos
do poder.
Poder - ação ou relação que gera efeitos na vida de outras pessoas, fazendo com que o seu
detentor domine pessoas ou mesmo grupos humanos.
A própria classe dominante sofre também a influência de sua própria ideologia na medida em
que ele (o dominador) considera o seu papel de explorador como algo natural.
Assim sendo a escola não é encarada como uma instituição realmente democrática, pois existiria
uma escola para formar as elites econômicas (de qualidade, com estrutura pedagógica,
profissionais bem pagos etc.) e outra para formar as classes menos favorecidas (geralmente em
condições inferiores).
Para exercitar a nossa formação crítica, problematizemos com base no texto abaixo:
O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve,
não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio,
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que
da sua ignorância política
nasce a prostituta,
o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
pilantra e corrupto
e lacaio dos exploradores do povo.
Na sua opinião a maior parte das pessoas pensa de forma clara e organizada no dia-a-dia?
Saiba mais
http://www.espacoacademico.com.br/012/12mt_1976.htm
COMIDA
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
A partir da letra da música dos Titãs (comida) qual relação você pode fazer com a educação, o
poder e a ideologia?
Ao lermos um jornal ou assistirmos a TV, ficamos chocados com o número de notícias que
aparecem sobre corrupção, violência deturpação de valores morais, etc. Portanto o educador
deve investigar a raiz desses problemas: a falta de Ética.
Na nossa vida cotidiana, encontramos freqüentemente situações nas quais a nossa decisão
depende daquilo que consideramos justo, boas ou moralmente corretas. Assim, toda vez que
isso ocorre, estamos diante de uma decisão que envolve um julgamento moral da realidade, a
partir do qual vamos nos guiar.
Portanto, a ação humana é uma ação carregada de valores, pois para o homem, as coisas do
mundo e as ações sobre o mundo não são indiferentes. O homem analisa a validade e
legitimidade das suas ações. Esses valores são orientados pela moral.
Moral - conjunto de regras que regula o comportamento do homem na vida em sociedade.
Embora seja um termo bastante amplo, podemos conceituar Ética como uma área do saber à
qual corresponde o estudo dos juízos de valor referentes à conduta humana, seja tomando por
referência as regras de conduta vigentes numa determinada sociedade,seja tomada de modo
absoluto para qualquer tempo ou lugar. Assim, a Ética em sua acepção mais usual pode ser
entendida como relativa à moralidade, como avaliação dos costumes, deveres e modos de
proceder dos homens para com os seus semelhantes.
Mas além desta perspectiva quase instrumental, de avaliar e considerar se os atos praticados
estão conformes a determinadas regras vigentes na sociedade, a Ética tem também,
fundamentalmente, um outro papel: o de buscar refletir sobre estas regras e ações a partir de
valores absolutos (válidos em qualquer contexto); reflexão esta que poderia ter como resultado
o estabelecimento de novos parâmetros de ação, fundando, assim, novas práticas sociais que
tivessem como valor referencial o homem, pois este como observa Mondin (1998: 43) é "Antes
de tudo, um valor absoluto, não um valor instrumental: ele pertence à ordem dos fins e não à
dos meios (...) cada homem possui uma dignidade real (...) e inviolável".
Ética - qualidade da ação fundada em valores morais; pode também significar a área da Filosofia
que trata da moralidade da ação humana e ainda pode ser considerada como a ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade.
SEVERINO. 1999, p.138 e NALINI, 1999, p. 34.
Na atualidade existe uma crise sem precedentes quanto aos valores que orientam a vida em
sociedade e nesse sentido alguns conceitos têm sido esvaziados do seu real valor. Qualquer
vocábulo quando exageradamente utilizado faz com que seu sentido original perca a força.
Assim tem acontecido com alguns conceitos importantes, tais como Justiça, Liberdade,
Fraternidade e a Ética, que atualmente têm sido confundidos quanto aos seus verdadeiros
significados.
Por que isso tem ocorrido? Ora de tanto se ouvir falar de tais conceitos, as pessoas passam a ter
uma falsa impressão de já tê-los compreendido em sua verdadeira essência
Para o homem atual, os valores não estão pré-definidos e não são descobertos pelo acaso, mas
vão sendo construídos ao longo de suas vidas tanto de forma coletiva como de forma individual,
ou seja, o Homem educa-se pelo exemplo dos outros e pela suas próprias inclinações.
Assim, como exigir de uma criança que ela não minta se alguém (que eu não quero falar naquele
momento) ligar para a minha residência e aí eu orientar a criança a dizer que eu não estou em
casa, quando na verdade estou? Como exigir de uma criança que ela não ache a corrupção algo
comum se no meu relacionamento cotidiano com ela, repito uma frase mágica do tipo: se você
passar de ano vai ganhar uma bicicleta? Não seria mais correto orientá-la a passar de ano porque
é o certo e não para que ela se acostume a cumprir o seu dever esperando sempre receber algo
em troca? Mais uma vez cabe-nos a reflexão.
No processo educacional, o resgate da ética é de fundamental importância uma vez que antes
de tudo a verdadeira educação é um compromisso ético, ou seja, é preciso que a relação
professor-aluno seja calcada em valores positivos e verdadeiros, estes que constroem a
dignidade humana. Na atualidade vivemos num intenso relativismo a questão dos limites está
sendo esquecida ou negligenciada o limite entre o legal e o ilegal está se confundindo.
A escola é uma das instituições mais complexas de nossa sociedade, tendo em vista que as
forças de dominação, degradação, alienação estão se consolidando em nossa sociedade de
maneira alarmante e somente a partir de uma (re) educação da humanidade podemos aspirar a
dias melhores.
A formação crítica do educador requer uma ação educativa pautada em valores que ultrapassem
o espaço da “sala de aula” enquanto espaço físico, estático e momentâneo fazendo-a
transcender e se inserir nos aspectos culturais, históricos, morais subjacentes ao meio social do
qual se encontra inserida frente aos diversos desafios que se apresentam na nossa atualidade,
pois os padrões educacionais tradicionais e metafísicos e/ou meramente tecnicista, já não
atendem mais as exigências constituídas na atualidade, devido aos inúmeros avanços
alcançados pela sociedade contemporânea exigindo cada vez mais o desenvolvimento da
consciência crítica e posturas éticas e bioéticas na atuação e desempenho do seu papel
enquanto construtor e formador de outros sujeitos cognoscentes, cidadãos no exercício dos
seus deveres e na busca dos seus direitos constitucionais, políticos para cada vez mais se
alcançar o avanço da sociedade como um todo.
Assim, a postura crítica e ética do educador, torna-se uma exigência frente às novas
necessidades sociais contemporâneas, sobretudo porque já não cabe mais alimentarmos a
fragmentação dos conhecimentos vivenciados em nossas práticas educativas que repercutem
também na dimensão humana culminando na fragmentação dos sujeitos e influenciando-os a
agir passivamente e egoisticamente numa sociedade que consegue conviver imersa na inversão
da escala de valores e considerando utópica toda e qualquer tentativa de reinvenção dessa
pseudo-realidade, acreditando que “uma andorinha só não faz verão” e que “não se deve remar
contra a maré” e que os valores morais e éticos já não podem servir como parâmetros para uma
real vida social.
Cabe ao educador quando da sua atuação e prática docente buscarem oportunizar aos seus
educandos, a construção do conhecimento e formação crítico-reflexivo e ética, ou seja,
formação humanística e profissional dos estudantes para que sejam capazes de intervir e
transformar-se enquanto seres que se autoproduzem e que atuam no mundo tornarem-se
cidadãos com aptidões de reunir e transferir os recursos e procedimentos necessários, que lhes
permitam auxiliar e criar as suas próprias saídas aos desafios enfrentados no dia-a-dia das suas
vidas no âmbito sócia e profissional das suas atuações.
Sabemos que as condições de trabalho, ainda são muito degradantes, as relações de poder
estão desvirtuadas e a distribuição dos bens materiais e simbólicos extremamente desiguais,
nesse sentido se torna necessário um verdadeiro pacto social entre os educadores para o
resgate da verdadeira cidadania, inclusive a partir de uma postura crítica em relação a sua
própria atuação, e da direção da instituição de ensino na qual trabalha e da postura de seus
alunos em sala de aula.
Muitos podem se perguntar o que a educação tem a ver com a ética? A resposta mais razoável é
tudo, uma vez que apenas um ser humano educado pode educar outro e para se educar uma
sociedade inteira é necessário termos a moralidade positiva denunciada em nosso agir cotidiano
em quaisquer que sejam as condições materiais e imateriais que constituam a nossa realidade
social.
Os sistemas e códigos morais podem até variar, mas não a moralidade em si e nem a
sensibilidade humana.
A educação se tornará mais coerente e eficaz a partir do momento que estivermos capacitados
para explicitar esses valores, ou seja, se desenvolvermos um trabalho reflexivo que esclareça as
bases axiologia educacional.
Na busca de garantir sua missão educacional pautada em valores éticos se faz necessários ao
educador pesquisar alguns dos indicadores educacionais que possam orientar uma ação
educativa possível de auxiliar as metas de qualidade humana e social que se quer alcançar, como
“Aprender a viver junto” - Sendo o homem um ser de relações, constitui-se num grande
desafio para a educação, tendo em vista que trata de ajudar os alunos no processo de
aprendizagem para a participação, a cooperação e, sobretudo, para a busca coletiva de soluções
para os problemas contemporâneos. Isto implica no desenvolvimento de competências
interpessoal e intrapessoal;
Na sua opinião qual deve ser o maior compromisso do educador o compromisso político
ou o compromisso ético?
Busquemos pesquisar e refletir aceca da formação crítica e da postura ética do educador, como
uma das contribuições significativas de transformação mundial.
Acabar com a extrema pobreza e a fome, promover a igualdade entre os sexos, erradicar
doenças que matam milhões e fomentar novas bases para o desenvolvimento sustentável dos
povos são algumas das oito metas da ONU apresentadas na Declaração do Milênio, e que se
pretendem alcançar até 2015.
http://www.pnud.org.br/hdr/hdr2003/docs/hdr2003_01.doc
Nós poderíamos começar apresentando a disciplina e dar a você um programa cujos conteúdos,
proposições e fatos se identificassem apenas com as abordagens.
Estes aspectos certamente são importantes, mas o elemento básico de nosso curso é,
particularmente, você, sua existência e seu ser.
O propósito deste envolvimento é testemunhar sua existência, ser você não precisa
impressionar ninguém ou ser algo que você não é. (...) Ser, existir, manifestar. É o que esperamos
de você. Nossa intenção é a de criar um clima no qual você possa expressar-se livremente,
estamos falando de uma liberdade que significa algo interior, subjetivo, existencial.
Pode ser você mesmo, como você é, sendo aceito pelos outros nessa dimensão.
Pretendemos que você encontre condições para poder ser ouvido pelos outros e também
para ouvir os outros.
Esperamos criar um clima de confiança mútua onde seus sentimentos reais, positivos ou
negativos se manifestem numa autêntica relação interpessoal.
Você, neste curso aprenderá a identificar suas potencialidades e desenvolvê-las a partir de você
mesmo, segundo sua própria lei interior.
Por isto este curso começa com você: compreensão, colaboração, responsabilidade, respeito,
participação e amizade...
OBS.: Idéia extraída do livro Liberdade para aprender, de Carl Rogers. Adaptação Maria Celi do
Amparo Nunes Kramm.
Chegamos ao fim dos nossos estudos. Esperamos que a História e a Filosofia da Educação
tenham ajudado a nos tornar seres humanos mais conscientes do processo educativo da
humanidade e a partir daí construirmos um mundo melhor.
1. “A função da ideologia é camuflar a divisão social entre as classes.” Você concorda com tal
afirmação? Justifique a sua resposta
2. Como nos disse Caetano Veloso “Navegar é preciso”... Que tal investigarmos mais sobre a
ideologia?
b) Vamos construir um Quadro Conceitual sobre ideologia, com pelo menos quatro autores
distintos?
O Quadro Conceitual deverá ser construído livremente e criativamente. Por exemplo; utilizando
tabelas, gráficos, poderá ser um quadro que também contenha ilustrações! Mãos a obra!
c) Com base na música de Caetano Veloso, abaixo identificada, desenvolva uma pesquisa sobre
o, poder ideológico que imperou no Brasil nas décadas de 1960/70.
O barco Navegar...
Noite no teu tão bonito
04) Com as palavras-chaves, abaixo destacadas, busque realizar as atividades solicitadas abaixo:
Palavras-Chaves:
a) Elaborar um texto, contendo as palavras chaves destacadas, como eixos norteadores da sua
reflexão crítica;
b) Agora, pesquise ou desenvolva alguma Ilustração, poesia, música, dentre outros, que possa
indicar uma interpretação para o seu texto;
05) [...] Dificuldades constantes põem em risco a conduta ética do professor. A primeira e mais
fundamental destas dificuldades é a perda do espaço ético, a perda do juízo prudencial [...] o
dito sistema que não é ninguém concreto e sim, pura abstração, ou algo impessoal, usurpou a
possibilidade de o professor decidir sobre a conduta do aluno. Cabe ao professor cumprir
normas e regulamentos [...] deste modo a burocracia transforma o professor num mero
instrumento de aparente ordenamento neutro.”
PAVIANI, J. Problemas de filosofia da educação. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 116.
a) De acordo com o texto acima, qual a principal dificuldade ética enfrentada pelo professor na
atualidade?
b) Por que a burocracia do sistema pode levar o professor a se afastar de uma postura ética?
06) Agora é Hora de “pesquisar, analisar para compreender e praticar para transformar”:
Tema 01
Filme Ano Diretor (a) Sinopse
A epopéia de um mercador judeu que
é escravizado por seu amigo de
Ben-Hur 1959 William Wyler
infância e que consegue uma chance
única para se vingar.
O gladiador Spartacus, em 73 a.C.,
comanda célebre rebelião de escravos
Stanley
Spartacus 1960 contra a classe dominante de Roma.
Kubrick
Filme baseado no romance histórico de
Howard Fast.
Joseph L. A história da ascensão e declínio de
Cleópatra 1963
Mankiewicz Cleópatra, rainha do Egito.
A luta pelo poder entre as classes
Jerzy
Faraó 1964 dirigentes no Egito Antigo.
Kawalerowicz
Competente reconstituição de época.
A Queda do
Anthony O tema é o final do Império, assolado
Império 1964
Mann pelos bárbaros.
Romano
Apresenta os antecedentes de Roma,
Federico revelando com um frescor intenso o
Satyricon 1969
Fellini cotidiano da grande civilização que
sucumbiu aos próprios vícios.
Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi
Bruce sucedido por David em 1006 a. C. que
Rei David 1986
Beresford destacou-se por derrotar o gigante
filisteu, Golias.
O filme é uma ficção, porém retrata
Gladiador 2000 Ridley Scott aspectos importantes da vida cotidiana
do Império Romano.
Crimes misteriosos abalam a rotina de
uma abadia da Itália medieval. Um
sagaz monge franciscano é chamado
O Nome da Jean Jacques
1986 para resolver o mistério. Baseado no
Rosa Annaud
romance, de mesmo nome, do
pensador Umberto Eco. Ótima
reconstituição de época.
Narra a história verídica do amor entre
o filósofo cristão Abelardo e a
Em Nome inteligente Heloísa, na França do século
1988 Clive Donner
de Deus II. Transmite o peso das pressões
religiosas medievais sobre a vida das
pessoas.
Tema 03
Filme Ano Diretor (a) Sinopse
Adaptação do mito grego de Perseus, o
filho de Zeus, e sua aventura para
Fúria de
1981 Desmond Davis destruir Medusa e o monstro Kraken, a
Titãs
fim de salvar a Princesa Andrômeda, sua
noiva.
As aventuras de Odisseu com os mitos e
A Andrei
1997 lendas característicos da Grécia
Odisséia Konchalovsky
Homérica
Baseado em uma história real, o filme
retrata a luta dos pais de Lorenzo,
O Óleo Augusto e Michaela Odone, para salvar o
de 1992 George Miller filho de uma doença terminal;
Lorenzo enfrentando médicos, cientistas e
grupos de apoio que relutam em
incentivar o casal na busca de uma cura.
Em um futuro próximo, Thomas
Anderson, um jovem programador de
Andy
computador que mora em um cubículo
Wachowski /
Matrix 1999 escuro, é atormentado por estranhos
Larry
pesadelos nos quais encontra-se
Waschowski
conectado por cabos e contra sua
vontade, em um imenso sistema de
Tema 04
Filme Ano Diretor (a) Sinopse
Desde menina, Ellie buscou indícios de
outras vidas no universo. Quando recebe
Robert uma mensagem com uma máquina capaz
Contato 1997
Zemeckis de levar um ser humano e fazer contato
com extraterrestres, reinvidica o direito de
ser escolhida para a missão.
Eugene Simonet, um professor de Estudos
Sociais, faz um desafio aos seus alunos em
uma de suas aulas: que eles criem algo que
possa mudar o mundo. Trevor McKinney,
um de seus alunos e incentivado pelo
desafio do professor, cria um novo jogo,
A Corrente
2000 Mimi Leder chamado "corrente do bem", em que a
do Bem
cada favor que recebe você retribui a três
outras pessoas. Surpreendentemente, a
idéia funciona, ajudando o próprio Eugene
a se desvencilhar de segredos do passado
e também a mãe de Trevor, Arlene, a
encontrar um novo sentido em sua vida.
Yuri Orlov é um traficante de armas que
realiza negócios nos mais variados locais
do planeta. Estando constantemente em
O Senhor Andrew
2005 perigosas zonas de guerra, Yuri tenta
das Armas Niccol
sempre se manter um passo a frente de
Jack Valentine, um agente da Interpol, e
também de seus concorrentes e até
mesmo clientes, entre os quais estão
alguns dos mais famosos ditadores do
planeta.
Adaptado de um romance, que é a
novelização de um caso real, conta a
história da alemã Olga Benário, comunista
que acabou se envolvendo com o grande
Jayme
Olga 2004 líder também comunista Luís Carlos
Monjardim
Prestes. Durante o governo de Getúlio
Vargas, Olga foi presa e deportada para
sua terra natal, indo parar na mão dos
nazistas.
A luta guerrilheira contra a ditadura militar
nos anos 60 e início dos anos 70, a partir
do ponto de vista de seus integrantes na
Tempo de André
2004 época. Uma avaliação real do que foi a
Resistência Ristum
resistência armada no Brasil em seu
período mais crítico, com todos seus erros
e acertos.
Glossário
CLERO: Classe social formada por aqueles que receberam ordens sacras, religiosos.
CRíTICO-REPRODUTIVISTA: Teoria pedagógica difundida nos anos 70 que critica a ilusão liberal
da Escola como instância de democratização, concluindo que ela reproduz as diferenças sociais.
ARANHA, 2002, p. 236
EDUCAÇÃO: Prático socila cujo fim é o desenvolvimento humano [..] de acordo com as
necessidades e exigências de determinada sociedade em determinado tempo/espaço.
CAVALCANTI, 2004, p.93
ESCOLAS SECULARES: Escolas do século, do mundo, abertas a qualquer atividade não religiosa.
ÉTICA: Qualidade da ação fundada em valores morais; pode também significar a área da
Filosofia que trata da moralidade da ação humana e ainda pode ser considerada como a ciência
do comportamento moral dos homens em sociedade.
SEVERINO. 1999, p.138 e NALlNI, 1999, p. 34
FEUDO: Unidade produtiva da época Medieval, grande extensão de terra que pertencia a um
senhor feudal.
FILOSOFIA: Surgiu procurando desenvolver o logos (saber racional) em contraste com o mito
(saber alegórico). Ela é um corpo de conhecimento, constituído a partir do esforço do ser
humano para compreender o mundo e dar-lhe um significado compreensivo [n.] é um
instrumento de ação.
LUCKESI, 2000, p.22.
HERESIA: Toda doutrina que fosse contrária aos dogmas da Igreja católica; crimes contra a fé
católica
LEI DAS DOZE TÁBUAS: Código Jurídico baseado em velhos costumes e em novas leis plebéias.
NOBRE: Classe social que possuía privilégios de nascimento, geralmente eram proprietários de
terras.
RATIO STUDIORUM: Plano de estudos da Companhia de Jesus, aprovado em 1599, que ainda
hoje é o método ministrado nos colégios jesuítas.
LUZURIAGA, 2001, p. 118.
SERVOS: Classe social que prestava serviços à nobreza e ao clero, não eram proprietários.
SÍMBOLO: Um elemento adotado de forma convencional como representação de um outro
elemento, ou seja, são mediações de que nos servimos para lidar com os objetos, com as
circunstâncias e até mesmo com outros símbolos.
TOTALITÁRIO: É a ação que centraliza todas as decisões e poderes em uma pessoa ou grupo de
pessoas. Na educação isso se refletia na autoridade total e incontestável do mestre.
Referências
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Links
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