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CAMPO GRANDE - MS
2009
BANCA EXAMINADORA
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Professor Orientador Ricardo Souza Pereira
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Professor(a) Examidor(a)
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Professor(a) Examidor(a)
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho possui o objetivo de demonstrar como o idoso de atualmente leva a vida
com dignidade, ou em busca dela. Para garantir aos idosos sua integração na sociedade, que
nada mais é do que uma questão de justiça, pois envelhecer é um processo natural que todos
irão passar um dia, se chegarem até lá, em 1º de Outubro de 2003, através da Lei nº. 10.741,
foi sancionado pelo Presidente da República o Estatuto do Idoso, com fim de que seja
garantido a todos os idosos deste país, uma Terceira Idade (assim também conhecida) digna
de quem merece respeito e dignidade, num país com muitas desigualdades e preconceitos.O
Brasil, país que por décadas foi considerado um país de jovens, aos poucos vai enxergando
uma verdade mais madura à sua frente. A estimativa do IBGE é que em 2020 o país terá uma
população, com mais de 60 anos, de cerca de 30 milhões de pessoas. Isso, lógico, graças à
saúde que o brasileiro leva, com avanços significativos na medicina e com a melhoria das
qualidades de vida da população em geral. O que falta mesmo para os idosos, é somente a
questão do RESPEITO! E isso é que o Estatuto do Idoso está tentando resgatar. Necessário
enfatizar que foi preciso a instituição de uma Lei para que os idosos deixem de ser vítimas da
negligência, discriminação, exploração e violência. Isso significa que os valores de educação
e caráter de cada um, agora será fiscalizado por uma Lei, através do governo, sendo que
respeito aos mais velhos é uma obrigação de todos os cidadãos. Só se acredita que quando os
jovens de hoje chegarem até essa fase da maturidade, que tenham evoluído a tal ponto de não
precisarem de Lei para que lhes sejam garantido uma vida digna.
RESUMO
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO................................................................................................................
3 DO ESTATUTO DO IDOSO.......................................................................................
3.1 PRINCIPAIS GARANTIAS E MELHORIAS AO ESTATUTO DO IDOSO.....
3.2 DA PROTEÇAO JUDICIAL AOS IDOSOS........................................................
3.2.1 Das Inovações trazidas pelo Estatuto do Idoso.................................
3.3 CIDADANIA: UTOPIA X REALIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
INTRODUÇÃO
Envelhecer significa um processo natural pelo qual todos irão passar, o que se
preocupa atualmente é de como são as condições que essas pessoas passam por estarem nesse
estágio da vida. A busca pela cidadania, pelos direitos que todas as outras pessoas possuem se
não são idosos, e o mais importante, a busca pelo RESPEITO do próximo.
Um dos pontos mais significativos do trabalho está elencado no capítulo terceiro, que
trata do Estatuto do Idoso, com a Lei n. 10.741, de 1º de Outubro de 2003, que veio a melhorar
com essa norma, o que mudou na vida dos idosos no Brasil após essa legislação ser sancionada
pelo Presidente da República, suas garantias fundamentais, que também são amparadas na
Constituição Federal de 1988, e para fechar esse capítulo, o acesso a Justiça dessa classe
discriminada, seus amparos encontrados no Ministério Público.
O objetivo maior dentro deste trabalho além de frisar o desrespeito sofrido pelos
idosos é também de alertar para seus direitos, suas proteções, que são garantias Constitucionais.
Os idosos são vitoriosos pelas suas histórias de vida, pelas suas “rugas” de sabedoria adquiridas
com o tempo, devendo ter no mínimo das demais classes o respeito, respeito esse que, já que não
advindo voluntariamente é imposto por normas e Leis que asseguram para que os queridos
“velhinhos” tenham sim direito a um fim de vida digna.
1 HISTÓRICO DOS DIREITOS DOS IDOSOS
A questão é dificil de ser avaliada. Os valores que referendam esse juízo dependem
de características específicas das sociedades onde os indivíduos vivem, logo a definição de
idoso não diz respeito a um indivíduo isolado, mas à sociedade em que ele vive. Quando os
formuladores de políticas assumem que a idade cronológica é o critério universal de
classificação para a categoria de idoso, estão admitindo implicitamente que a idade é o
parâmetro único e intertemporal de distinção e, portanto, correm o risco de afirmar que
pessoas de locais e tempos diferentes são homogêneas. Quando se é estabelecida uma idade
concreta como fronteira, dar-se-á a homogeneidade de critérios às pessoas de idade em
diferentes grupos sociais1.
Nos ensinamentos do jurista Geertz, por exemplo, ele mostra que não faz sentido
distinguir entre aspectos estritamente biológicos e aspectos estritamente culturais em estudos
antropológicos, uma vez que na espécie humana ambos são profundamente inter-relacionados.
Deste modo, a analogia\comparação com outros animais, especificamente as referências ao
processo natural de envelhecimento dentro de estudos de seleção natural que remetem a uma
natureza que existe fora da cultura, não possui relevância no caso de humanos. Se não existe
“natureza” independente de “cultura”, e vice-versa, é de se esperar que não só os resultados
do processo biológico de senilidade sejam potencialmente diferentes entre culturas, mas que o
próprio envelhecimento seja também fruto de condições sociais que determinam alimentação,
trabalho, papel na sociedade e etc2.
No entanto, a questão levantada depende muito do tipo de vida que levam essa
população de idosos, a sociedade em que vive, o lugar, o ambiente em que são expostos, e é
claro a qualidade de vida. Importante ressaltar também que o termo idoso às vezes é dado não
só em relação à idade das pessoas. Em alguns países industrializados são julgados idosos
aquelas pessoas que já não encontram mais respaldo em condições orgânicas objetivas, o que
os classificam como um idoso arcaico.
Diante do citado acima, e válido ressaltar que em outros países, como o Japão, o idoso
é a figura viva do respeito e da experiência. Eles são vistos como verdadeiros sábios,
respeitados e elevados por toda uma sociedade.
Essa mudança pode ser melhor analisado, como por exemplo na cidade de Manaus. Os
chamados “office boys” estão sendo substituídos por “office vôs” devido a preferência nos
atendimentos que os idosos tem, tais como filas de banco, gratuidades de transportes e outros
fatores4.
Ademais, outra área que está em crescente ascensão é a do mercado consumidor pelo
idoso, sendo a mais notória a área do turismo, pois os idosos além de terem um poder
3
Loureiro, O Estudo da Evolução dos Idosos, 1998, p.12 e 13.
4
VHS Bioética, Ciência e cidadania, Envelhecimento da população
aquisitivo maior tem a segurança e a estabilidade financeira de aposentadorias e poupanças,
sendo que os gastos na maioria das vezes é única e exclusivamente consigo, pois os filhos já
estariam criados e não precisam mais da ajuda financeira paternal.
Fatos como estes, criam a necessidade de uma população criar um novo conceito a
respeito da velhice, dando uma melhor adequação a essa geração que está fadada a ser o maior
número de ocupantes do nosso planeta em breve.
A velhice bem sucedida é aquela que mantém o indivíduo com bem estar físico e
mental, além do emocional e espiritual. Seria a perfeita balança que equilibraria as
potencialidades e limitações da vida senil. Por isso tratar uma pessoa que se encontra na
terceira idade de forma negligente, tornando-a improdutiva e incapaz, dificulta a sua interação
social, apenas deteriorando um passado que corresponde a nossa história.
A questão era que, na Roma Antiga assim como na Grécia e em outras territorialidades
de países considerados a base das civilizações modernas, os idosos, eram considerados
pessoas da mais distinta importância, pois a população creditava que os deuses os honraram
com sabedoria para que estes permanecessem no meio deles repassando a sabedoria de uma
vida, pois nada substituiria a experiência tanto no campo de batalha, como eram as táticas de
guerra ordenados pelos generais romanos, ou em relação a sabedoria em materia científica,
5
Idosos na Roma Antiga. Disponível em : www.wikpedia.com.br. Acessado em 24/02/2009.
exemplificada por Platão, Sócrates e demais filósofos. Enquanto dos mais idosos se extraia a
pura experiência e sabedoria, dos jovens o interesse era simplesmente em sua força bruta.
- o período adotado até hoje para definir a inserção das pessoas nas atividades
produtivas;
6
As gerontomotricidades e as condutas psicomotoras. Disponível em, WWW.geocities.com, acessado em
21/03/2009
- a organização dos espaços, dos equipamentos e dos materiais dentro das moradias
familiares, nas instituições sociais e nas ruas, para que os idosos possam viver protegidos,
minimizando-se os riscos evitáveis de queda e de outros agravos;
No Brasil, o preconceito existe até mesmo contra os homens acima dos 40 anos de
idade para ingressarem no mercado de trabalho, o que significa que para esse tipo de faixa
etária as condições de vida já começam a ficar ameaçadas. Além do que, sabe-se que a
tendência do problema é agravar, tendo em vista o crescimento da população gerontológica
que chaga a cera de 18 milhões em média no país.
Classifica a OMS como Etapas da Vida de ambos os sexos: (i) Meia Idade – período
que abrange o início dos 45 aos 64 anos de vida; (II) Pessoas Idosas dos 65 aos 79 anos; (III)
Velhice faixa etária dos 80 aos 90 anos e; (IV) GRANDE VELHICE - pessoas que
ultrapassem 90 anos8.
7
Minayo, Maria Cecícia. Violência Contra os Idosos, o Avesso do Respeito contra à Experiência e a Sabedoria,
pg. 9.
8
As gerontomotricidades e as condutas psicomotoras. Disponível em WWW. Geocities.com. Acessado em
21/03/2009.
aos seus anciãos é um misto que vai do respeito até a intolerância, e com isso acaba gerando o
rompimento do grupo familiar.
Envelhecer trata-se de uma fase natural da vida de todo ser humano, impossível evitar
esse processo, no entanto a população ciente disso deveria preocupar-se em estabelecer as
bases de um futuro melhor para seus idosos.
Com a chegada da Revolução Industrial nada mudou para os idosos, o crescimento das
indústrias aumentava, e com elas a substituição da mão-de-obra por maquinários. Quando
precisavam de pessoas qualificadas, a idade era um fator desfavorável para os idosos na nova
civilização, ou seja, a preferência era pela mão-de-obra jovem em detrimento dos mais idosos,
e essa tendência persiste até os dias atuais.
Essas são algumas maneiras encontradas por parte do Governo de mudar essa
realidade de preconceitos contra os idosos que já está obsoleta de mais. Com essas medidas
demonstradas pelo Governo de Mato Grosso do Sul, juntamente com a conscientização da
população do país todo, pode ser que essa realidade mude para uma bem melhor num futuro
próximo.
Outra questão de muita relevância a ser adentrada neste ponto trata-se da violência
contra os idosos. Este é um problema que não ocorre só com os idosos e só no Brasil, pois se
trata da violência em geral em que vivem todas as sociedades. A violência contra os idosos é
expressa nas formas da própria organização social, ou seja, começa na diferenciação entre
ricos e pobres, entre as raças e entre os grupos de idade.
9
Minayo, Maria Cecícia. Violência Contra os Idosos, o Avesso do Respeito contra à Experiência e a Sabedoria,
pg. 06 e 07.
2 DA PROTEÇAO CONSTITUCIONAL AO IDOSO
10
§ 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância , a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Ocorre que, brasileiros que por infortúnios da vida, especialmente em um
país subdesenvolvido, não tiveram acesso aos bancos escolares na idade apropriada,
encontrando-se ainda hoje marginalizados, postos tangencialmente à interação complexa
que essa era da informação e a própria sociedade moderna impõe. Como se houvesse
idade para aprender.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem (XXV 1) proclama o
direito à segurança na velhice. A Constituição-que se quer cidadã, democrática e
igualitária- de modo expresso, veda discriminação em razão da idade, bem como
assegura especial proteção ao idoso. Atribui à família, à sociedade e ao Estado o dever
de assegurar ao idoso participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar, bem como garantindo o direito à vida (CF 230). Não se refere tal preceito apenas à
assistência material ou econômica, mas também às necessidades afetivas e psíquicas dos
mais velhos. Igualmente, é determinada a adoção de políticas de amparo aos idosos,
devendo ser executados os programas, preferentemente, em seus lares. Também é
deferido em sede Constitucional, aos maiores de 65 anos, transporte gratuito nos
coletivos urbanos. A doutrina da proteção integral ao idoso é mais uma tentativa do
Estado de desonerar-se de seu dever de proteger seus cidadãos, como adverte Alice
Birchal: aliás, outra não pode ser a postura estatal, pois o acanhado e lastimável sistema
de previdência social, completamente desestruturado e injusto, não permite solução
diferente, senão repassar à família e à sociedade o encargo de cuidar dos idosos.11
11
Berenice, Maria Dias. Manual de Direito das Famílias, Editora Revista dos Tribunais 2009,pag. 421
12
Ramos, Diretos Fundamentais, 2003, p.221
objeto a ser aprofundado nos próximos capítulos, recebe uma crítica no sentido de que
ele considera idoso aquele que atingir os 60 anos, sendo que em pleno século XXI, onde
a expectativa de vida alcança os 71 anos de idade, aos 60 anos, o cidadão já é
considerado idoso por Lei.
2.2. DA FAMÍLIA
13
IBGE, Perfil dos idosos responsáveis pelo domicílio no Brasil 2000, Rio de Janeiro, 2002
14
Art. 229: Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Como desdobramento natural do Princípio da Solidariedade, a Carta Magna
ainda garante em seu artigo 230 a participação dos idosos na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar, além de garantir-lhes o direito a vida 15. Disse mais a Carta
Magna ao garantir vistas ao bem-estar daqueles que, como todos precisam (ou um dia
precisarão), que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente
em seus lares16, junto aqueles que lhes são mais caros.
2.3. DA SAÚDE
15
Art. 230: A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas , assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida.
16
Art. 230, §1º: Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
17
Grupo de Pesquisa Intervenções em Saúde.
doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem
acompanhamento médico e de equipes multidisciplinares permanentes e internações
freqüentes 18.
É devido a estes e outros fatos que aos idosos são garantidos algumas
garantias a mais, tais como: disponibilização pelo governo de medicamentos à classe
idosa, preferência em alguns lugares específicos, tais como em filas de qualquer espécie,
a vacinação direcionada aos idosos gratuita em todos os centros e postos de saúde.
A Proteção à saúde dos idosos não para por aí. O Estatuto do Idoso em seu
Capítulo IV, artigo 15 §2° dispõe que: “Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos,
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Diante
disso, pode-se entender que é dever do Estado garantir à saúde dos idosos,
principalmente em se tratando de medicamentos de alto custo e de uso contínuo, nesta
linha segue, inclusive o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça:
Acórdão:
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Egrégia
Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça acordam, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade,
dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise
Arruda e José Delgado votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão20.
É devido a estes fatores que a classe da terceira idade merece uma atenção
especial das autoridades públicas no que diz respeito à saúde, pois é de se notar que é a
classe mais precária, mais frágil à qualquer espécie de doenças. Sendo assim, o Governo
Federal instituiu o Benefício de Prestação Continuado da Assistência Social – BPC
integrante do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, na Proteção Social Básica,
assegurado por lei. Este programa permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência
às condições mínimas de uma vida digna.
22
RAZUK, Natália, Revista Total Saúde Ano 2 – Edição 15, Setembro/2008, pg. 20.
objetivos, dentre outros elencados, a proteção à velhice. Deste modo, a pessoa idosa,
independente de ter ou não contribuído para a previdência social, necessitando de
amparo, faz jus a um salário mínimo de benefício mensal, nos termos do artigo 203,
inciso V da CF.
3. DO ESTATUTO DO IDOSO
23
Berenice, Maria Dias, Manual de Direitos da Família, Editora Revista dos Tribunais 2009, pg. 422.
Indubitavelmente, a aprovação do Estatuto do Idoso foi um avanço para o
sistema legal brasileiro. A Constituição Federal em seu Capítulo VII, Título VIII, nos
artigos 229 e 230, versa sobre alguns princípios e direitos assegurados aos idosos. Os
artigos expõem que o filho tem o dever de ajudar e amparar o pai na velhice,
enfermidade ou carência e que é um direito do Idoso a participação na comunidade, a
dignidade humana e o bem-estar24.
24
ROCHA, E.G, Estatuto do Idoso: Um avanço legal. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003, on line.
25
Ramayana, Marco, O Estatuto do Idoso Comentado, Ed. Roma Victor, 2007, p. 33.
sustento dos seus idosos, essa responsabilidade recairá então para o Estado. Em relação
à Saúde dos Idosos, garante o Estatuto em seu Capítulo IV, artigo 15 que é assegurado
pelo Sistema Único de Saúde – SUS a atenção especial e integral à saúde do idoso,
garantindo acesso universal e igualitário.
26
MORAES, Novas garantias asseguradas pelo Estatuto do Idoso, 2004, p. 709.
severas a quem vier a praticar algum tipo de abuso contra os pertencentes da classe a
terceira idade.
Este título a ser explanado agora, engloba vários tipos de proteção judicial
aos idosos, ou melhor dizendo, em várias áreas judiciais. Começando pelos Juizados
Especiais Federais, estes foram criados para facilitar o acesso do cidadão à Justiça
Federal que recebe, entre outras, ações previdenciárias. Em algumas cidades, há o
Juizado Especial Previdenciário, que atende apenas ações contra o Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS. Entre as vantagens estão o fato de a pessoa não precisar de
advogado, as soluções dos casos serem mais rápidas e de as ações aceitas serem de até
60 (sessenta) salários mínimos.
27
DE LUCA, Elcio Aníbal, Série Serasa Cidadania, 2003, p. 82.
28
MARTINS, Vinícios. Apontamentos sobre o Estatuto do Idoso. Acessado em WWW.jusnavigandi.com.br
Disponível em 18/04/09.
- Possibilidade de criação de varas especializadas na proteção do Direito
dos Idosos (Art. 70);
- Prioridade na tramitação de processos e diligências judiciais em que o
idoso figure como parte ou interveniente (art. 71).
Essa Delação trata-se de que todo e qualquer ser humano que presenciar
algum tipo de violação à Lei 10741/03, tem o dever de comunicar à autoridade
competente o que testemunhou. Este Princípio da Delação Impositiva ainda é objeto de
discussão e debates, devido seu caráter funcional. Trata-se esse Princípio de
fortalecimento ao Estado e à sociedade, de um engajamento social por parte daquele que
vier a presenciar algo acontecido.
Ademais, deixa claro o artigo em tela que não é necessário que o cidadão
tenha presenciado ou testemunhado a referida violação aos preceitos legais do idoso,
bastando, portanto, para utilizar seu ônus delatório, que tenha tomado conhecimento da
respectiva violação até mesmo pelos meios de comunicação, que presume-se, neste caso,
que outras pessoas já tenham também incidido no dever de delação29.
29
RODRIGUES FILHO, José Moaceny Félix, Princípio da Delação Impositiva, disponível em WWW.
Jusnavigandi.com.br. Acessado em 18.08.09
30
Estatuto do Idoso. Direito de Cidadania. Disponível em WWW.faeces.com.br. Acessado em 10/05/09
- Pessoas com mais de 65 anos de idade não podem ser discriminadas por
qualquer entidade na prática de esportes e lazer e poderão participar da vida política do
país, tanto candidatando-se a cargos eletivos, quanto votando;
- O direito ao voto, no entanto, é opcional a partir dos 70 anos de idade;
- Qualquer tipo de discriminação ao idoso constitui crime, com pena de
reclusão que variam de 6 (seis) meses a 1 (um) ano;
- Pessoas da terceira idade que não tenham condições de se auto-sustentar
tem direito a escolher um familiar para prestar-lhe sustento;
- O artigo 183, inciso III do Código Penal também trás uma grande
inovação no sentido de que não serão isentos de pena e não se procederão mediante
representação o crime praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos.
32
Repercussões Penais do Estatuto do Idoso. Disponível em WWW.viannajr.edu.br. Acessado em 12/05/09.
33
JESUS, Damásio E. Revista Jurídica Justilex. Brasília: Justilex, 2004, Ano III, n. 26, edição fevereiro/2004, p.
20.
34
Estatuto do Idoso. Direito de Cidadania. Disponível em WWW.faeces.com.br. Acessado em 18/05/09.
legislador quis somente dar maior celeridade aos processos instaurados para proteção
dos idosos, e não confundir o conceito de Crimes de Menor Potencial Ofensivo já
atribuído pela Lei 9.099/95.
35
Violência contra Idosos, o Avesso à Experiência e à Sabedoria, Maria Cecília de Souza Minayo – Brasília:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.
É devido a essa realidade encontrada hoje no Brasil que é necessário que o
país se mobilize, ou seja, é necessária a implantação de programas pelo governo
brasileiro no sentido de proporcionar aos idosos seu bem estar social, de maneira que
melhore a qualidade de vida deles. Só assim os idosos brasileiros poderão ser
equiparados aos europeus, pelo menos no que diz respeito a bem estar social.
Outro ponto relevante para maior parte da população idosa é que atualmente
essa classe não tem conseguido acompanhar a globalização, a sociedade globalizada em
que eles vivem o que lhes causam um grande aumento na exclusão social, que acaba
sendo representada de diversas maneiras pela sociedade.
No entanto, o que se pode perceber foi o avesso dos direitos aos idosos. A real
intenção não foi a de demonstrar as atitudes e os sentimentos negativos das pessoas para
com esta classe. Buscou-se enfatizar que para melhorar essa realidade deparada, é
necessário investir e muito na efetivação da consciência social das pessoas a cima de 60
anos de idade que vivem no Brasil, porém não se pode duvidar de que o Estatuto do
Idoso foi um marco decisivo de reconhecimento dos direitos dos idosos, entretanto
necessita sair do papel as garantias por ele asseguradas e começar a enfrentar a
realidade.
Torna-se necessário buscar soluções aos problemas deparados pela classe dos
idosos. Uma das maneiras encontradas são alguns Cursos de Capacitação objetivando
fortalecer as instituições que atuam na política do idoso, com ações de formação de
agentes sociais para atuarem como multiplicadores de informações voltadas para o
atendimento de demandas concernentes ao serviço de prevenção e apoio em casos de
abuso e maus-tratos contra a pessoa idosa.
As pessoas devem entender que a violência contra os idosos, seja ela física,
psicológica ou moral, deve ser encarada como uma violação dos Direitos Humanos.
Devem ser desenvolvidos pelos núcleos de Assistência Social metodologias e
mecanismos de atendimento psicossocial às vítimas e agressores, bem como instituir
estratégias operacionais de acompanhamento técnico à vítima nos processos judiciais.
Por fim o principal objetivo desse trabalho foi de conscientizar a todos do papel
dos idosos na sociedade, de como eles podem contribuir para a cultura deste país através
de suas sabedorias milenares. Além disso, conscientizar população de que independente
da idade, todos os seres humanos são merecedores de respeito, principalmente os idosos.
O Brasil só tende a ganhar com o respeito aos mais velhos e garantir-lhes uma vida
digna é um dever de todos os cidadãos.
Saber envelhecer é uma arte. E como toda arte, requer aprendizagem. O idoso
precisa cultivar esta nobreza arte que é “saber envelhecer seguindo uma série de
ensinamentos que nada mais são do que uma autêntica psicologia do otimismo”. A arte
de envelhecer é viver sem se sentir velho, é sentir-se seguro e ativo diante da vida; deve-
se conservar a esperança sempre viva; deve-se enfrentar todos os obstáculos e reveses;
buscar sempre uma atividade, o ócio pelas suas conseqüências promove a depressão e o
envelhecimento precoce. Os anos se contam pelo calendário da alegria de viver e nunca
atingem as pessoas serenas e alegres.36
37
“Nascer é uma probabilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio”
36
PENAFORTE, Wellington, Revista Total Saúde, Ano 2 – Edição 15, Setembro/2008, pg. 24 e 25.
37
Marcelo Salgado, Programa de Assessoria à Gestão da Política do Idoso. Somente constam esses dados do
autor da frase.
REFERÊNCIAS
GOLDMAN, Sara. Velhice e Direitos Sociais. PAZ, Serafim Fortes (org.). Envelhecer
com cidadania: quem sabe um dia? Rio de Janeiro: CBCISS; ANG/Seção Rio de
Janeiro, 2000.
PAZ, Serafim Fortes (org.). Envelhecer com cidadania: quem sabe um dia? Espelho... espelho
meu: imagens que provocam o imaginário social sobre a velhice e o idoso.Rio de Janeiro:
CBCISS; ANG/Seção Rio de Janeiro, 2000.