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Mais: Laura não quis guardar todas essas informações preciosas somente para ela e para
a própria família. Ela queria passar adiante, torná-las acessíveis para um número grande
de pessoas para que não enfrentassem a mesma falta de conhecimento que teve de
superar. Esse livro é fruto de um gesto muito digno, louvável, sobretudo generoso e
solidário.
No Brasil, segundo Laura nos informa, existem 16 milhões de pessoas com mais de
60 anos, sendo que 6% apresentam a doença de Alzheimer, quase 1 milhão de pessoas,
segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). E a carência de
informação é imensa. Famílias, médicos, advogados, enfim, a falta de conhecimento da
maioria quase absoluta da nossa sociedade é mesmo muito grande.
Em seu livro, Laura vai nos conscientizando de que é preciso ter paciência, esfriar
a cabeça, ausentar-se de quando em quando, e que o que está provocando aquilo tudo
não é o idoso, mas a doença de Alzheimer. Laura nos ensina como poupar os
chamados “cuidadores”, que são as pessoas que cuidam dos idosos, os “anjos da
guarda”.
Ela dá dicas abrangentes que vão da escolha de roupas de fácil manuseio para os
idosos, com velcro e elástico, até esclarecimentos sobre questões jurídicas, interdição
de pessoas com Alzheimer, aposentadoria por invalidez e a Lei do Idoso, passando por
uma lista de centros de referência em nosso País.
Mas seu livro é muito mais do que todas essas qualidades reunidas: é um libelo
contra a intolerância, respaldada pela falta de informação; uma fonte de solidariedade
para que as famílias possam se unir, se fortalecer e atenuar, às vezes com música, o
implacável avanço dos sintomas e suas complicações. Laura não perdeu as esperanças e
ainda vislumbra, num futuro não muito distante, uma vacina contra essa doença da alma,
como ela mesma diz.
Seu exemplo é uma prova de que nós, seres humanos, encontramos uma grandeza
infinita na dor, e justamente por isso nos tornamos pessoas melhores, mais depuradas,
mais solidárias. E isso nos caracteriza como seres humanos e nos diferencia dos outros
animais. Não estou pregando o culto da dor, mas ela nos melhora, com toda certeza, e
essa sensação de aprimoramento talvez possa ser um grande alívio para a nossa própria
dor de existir, principalmente em seus momentos de paroxismo mais difíceis e pungentes.
Há sempre esperança, momentos de alívio e de transcendência musical, e também é isso
que nos ensina esse necessário livro de Laura Botelho, um estudo sincero e tocante
sobre a condição humana.
Capítulos do livro
Prefácio...................
Notas da Autora.......
Índice..............
a) Respostas certas
b) Rotinas
c) Estrurure o ambiente
d) Banho e higiene
e) Incontinências
j) Alteraçôes do apetite
l) Sonolência e apatia
m) Palidez e Sudorese
n) Cianose
o) Pneumonia
q) Convulsões
Bilhete................
Bibliografia........