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PATENTES

Leandro Sanches Sampaio

SJS Serviços Ltda, Rio de Janeiro, Brasil, leandro.sampaio@sjsservicos.com.br

Resumo: A busca por patente é um recurso amplamente utilizado há muito tempo pelas pessoas como forma de
proteger sua invenção, ora impulsionadas pelo governo que visa não só o lucro, mas também a inserção de novas
tecnologias e a inserção de novos processos fabris, juntamente com desenvolvimento do país, ou ora impulsionadas
por empresas particulares ou iniciativas próprias, geralmente tendo em vista o reconhecimento pelo esforço e
desenvolvimento intelectual, proteção do produto e maior possibilidade de retorno financeiro, podendo vender ou
licenciar a invenção. Para o país e para a população, de uma forma geral, quanto maior for o número de patentes
depositadas, maior será o número de informações inovadoras disponíveis. Isso se explica porque com a divulgação
da invenção pelo documento de patente, a sociedade se beneficia com o conhecimento de uma tecnologia que de
outra forma permaneceria como segredo comercial. De outra forma, a patente também serve como estímulo as
empresas concorrentes desenvolverem novas tecnologias ou aperfeiçoar as existentes.

Palavras chaves: Patente, invenção, proteção e tecnologia.

1. CONTEXTO HISTÓRICO
Desde a idade média os inventores se preocupam em proteger suas idéias. Como nesta época não havia meios legais
para tal proteção e direito a exclusividade, os inventores preferiam manter o conhecimento intelectual de suas
invenções em segredo para poder usufruir delas durante a sua vida inteira. Em muitos casos quando falecia, como
eram os únicos detentores das informações tecnológicas e não repassavam a outras pessoas, obrigava que tudo fosse
reinventado.
A idéia de conceder a inventores o direito a exclusividade temporária sobre a comercialização de suas criações é
mais antiga do que se imagina. Existem alguns exemplos que podem ser citados para exemplificar tal afirmação,
como registros de que em 1331 o Rei Eduardo III concedeu ao tecelão John Kempe uma patente para que ele
introduzisse a indústria tecelã na Inglaterra, em 1421 em Florença na Itália foi concedida uma patente à Felippo
Brunelleschi com seu dispositivo para transportar mármore e em 1449 na Inglaterra o Rei Henrique VI concedeu ao
imigrante John of Utynam, a exclusividade de 20 anos para a fabricação de um tipo de vitral colorido por ele
inventado, nesta ocasião o inventor teve a incumbência de ensinar aos fabricantes ingleses o processo de fabricação
de vitrais.
Em 1474 os assopradores de cristal de Veneza criaram a primeira lei de patentes com o intuito de proteger seus
conhecimentos, dando exclusividade do invento ao inventor, sendo concedido desta forma o direito a exploração
sobre o produto, os direitos autorais e sugerindo regras para aplicações industriais.
A primeira tentativa para uma harmonização internacional relativo à Propriedade Intelectual ocorreu em 1883 com a
Convenção da União de Paris (CUP), onde o Brasil foi um dos 14 países signatários originais. O foco principal foi
criar um "território da União", constituído pelos países contratantes, onde se aplicam os princípios gerais de
proteção aos Direitos de Propriedade Industrial. A CUP sofreu algumas revisões periódicas como em Bruxelas
(1900), Washington (1911), Haia (1925), Londres (1934), Lisboa (1958) e Estocolmo (1967). Até abril de 2007
existem 171 países signatários [1].
1.1 A introdução no Brasil
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi criado em 11 de dezembro de 1970, com uma competência
limitada de conceder marcas e patentes e controlar a importação de novas tecnologias, impulsionado pelo esforço de
industrialização do país. Com o grande aumento da demanda de processos houve a necessidade de modernizar os
procedimentos administrativos e as áreas de atendimento, principalmente as relacionadas às marcas e patentes.
Atualmente o INPI tem responsabilidade por registros de marcas, concessão de patentes, averbação de contratos de
transferência de tecnologia e de franquia empresarial, e por registros de programas de computador, desenho
industrial e indicações geográficas, de acordo com a Lei da Propriedade Industrial (Lei n° 9.279/96) e a Lei de
Software (Lei n° 9.609/98).
Com o grande desenvolvimento do país, o INPI concentra esforços para utilizar o sistema de propriedade industrial
não somente em sua função de proteção intelectual, mas sim desde 2004, tem como objetivo utilizar este sistema
como instrumento de capacitação e competitividade, alavancando o desenvolvimento tecnológico e econômico do
Brasil. Além disso, algumas iniciativas foram criadas para otimizar prazos que anteriormente eram longos, como o
de concessão de marcas que foi reduzido em 80 % com o grande avanço no processo de informatização, permitindo
que os pedidos de marca possam ser feitos e enviados via internet.
Os reflexos dessa nova visão do INPI, mais moderna e atuante, são perceptíveis com a mudança nas posturas dos
agentes econômicos do país. Este movimento é acompanhado, também, por uma participação ativa do Instituto nos
debates e negociações em foros internacionais, buscando ampliar o conceito de propriedade intelectual de forma a
promover condições de desenvolvimento para todos os países [1].

2. O QUE É PATENTE
É o título de propriedade concedido pelo Estado ao depositante de um pedido, para que este exclua terceiros da
produção, uso ou importação, sem sua autorização da matéria reivindicada [2]. Essa proteção visa estimular a
criação de novas invenções, em troca da revelação de como resolver determinado problema. Esse conceito foi criado
e bem difundido, pois só existe interesse em desenvolver novas tecnologias se houver algum ganho financeiro em
troca.
Ela serve como ferramenta para disseminação da informação pois fica disponível após a publicação. Dessa forma,
serve como fonte de dados para os indicadores do grau de desenvolvimento tecnológico e econômico, identificando
mercados potenciais.
Estima-se que cerca de 80 % da tecnologia tem divulgação exclusiva por patentes. O restante tem publicação através
de outros meios, tais como artigos, periódicos e apresentações [3].
Para que se inicie o processo de patente, deve ser feito um pedido de patente ao INPI que contenha: o requerimento
(formulário preenchido), um relatório descritivo, reivindicações, desenhos (caso necessário), resumo e o
comprovante de pagamento das taxas pertinentes. Após essa etapa, deverá ser feito o depósito do pedido de patente
no INPI ou via correio. O exame preliminar leva 30 dias para cumprimento e o pedido aguarda publicação por até 18
meses em sigilo. Após a publicação, terceiros podem apresentar contestações ao exame.
O parecer do examinador pode ser o deferimento, exigências técnicas tais como formalidades ou reformulação do
quadro, ou até algum indicativo de deferimento. Caso não seja respondida a exigência, o pedido é arquivado de
forma definitiva. Vale ressaltar que o processo não pode ser indeferido em primeiro exame.
Pode haver recursos em todas as decisões em um prazo de 60 dias durante o processamento dos pedidos de patente,
a não ser em caso de arquivamento definitivo.
O pedido de patente pode se referir a mais de uma invenção, desde que unidos pelo mesmo conceito inventivo.
Pedido mãe e pedidos divididos não podem ir além do depósito original.
A vigência da patente é de 20 anos, porém existem alguns casos de exceção a sua proteção como os listados abaixo:
 Caso o produto não seja explorado de forma comercial e não haja prejuízo econômico ao inventor ou
depositante;
 Seja de finalidade experimental ou de pesquisa.
2.1 Diferença entre patente e segredo industrial
Pode-se citar como principal diferença entre patente e segredo industrial o fato de que na proteção por segredo, o
inventor ou depositante não é obrigado a revelar o know how, ou seja, o conhecimento técnico que lhe dá a
vantagem na concorrência para entrar em um mercado novo, para disputá-lo em condições favoráveis ou para uma
manutenção em seu mercado.
O que é priorizado é a falta de acesso por parte do público em geral ao conhecimento do modelo de produção de
uma empresa. O fato é que alguns concorrentes terão acesso a algumas informações relevantes a respeito do
produto, porém existem proteções formais na constituição brasileira, tal como o art. 195 da Lei 9.279/96, a repressão
penal à utilização ou divulgação não autorizada de segredo [4].
2.2 Modelo de utilidade
É todo objeto de uso prático, ou parte deste, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que
resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação [2]. Tais melhorias podem estar ligadas a
praticidade, comodidade e eficiência. O modelo de utilidade deve conter:
 Novidade: Quando ainda não é acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente por
descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio;
 Ato inventivo: Quando uma pessoa com nível de conhecimento suficiente para utilizar profissionalmente o
produto, não veja de maneira comum ou vulgar o estado da técnica;
 Melhoria funcional: Quando um objeto é modificado, visando fornecer comodidade, praticidade ou
eficiência à sua utilização;
 Aplicação industrial: Quando o objeto for capaz de ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo de
indústria.

3. O QUE NÃO É PATENTEÁVEL


As leis brasileiras excluem do patenteamento inventos considerados incompatíveis com a política industrial do país.
O art. 18 da Lei de Propriedade Industrial cita como não patenteável o que for contra a moral, bons costumes,
segurança, ordem e saúde públicas, matérias relativas à transformação do núcleo atômico e também todo ou parte de
seres vivos, exceto microorganismos transgênicos.
3.1 Não pode ser invenção ou modelo de utilidade
De acordo com o art. 10 da Lei de Propriedade Industrial, pode-se exemplificar como o que não pode ser invenção
ou modelo de utilidade alguns exemplos abaixo.
 Descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
 Esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de
sorteio e de fiscalização;
 Obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;
 Regras de jogo;
 Técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
aplicação no corpo humano ou animal.

4. ACORDOS INTERNACIONAIS
4.1 Convenção de Paris
Denominada como Convenção da União de Paris (CUP), foi assinada em 1883 dando origem ao atual Sistema
Internacional da Propriedade Industrial e, iniciando um processo de harmonização internacional dos sistemas
jurídicos nacionais, no que se refere a Propriedade Industrial. O Brasil foi um dos quatorze países signatários
originais.
Ao longo dos anos a CUP sofreu revisões periódicas como as de Bruxelas (1900), Washington (1911), Haia (1925),
Londres (1934), Lisboa (1958) e Estocolmo (1967). O número de países signatários aumentou ao longo dos anos,
totalizando 171 até 2007.
Um dos motivos principais de sua elaboração foi permitir uma flexibilização das legislações nacionais, desde que
fossem respeitados alguns princípios fundamentais, tais como alguns listados a seguir:
 Tratamento nacional: De acordo com o artigo 3° desta convenção, os domiciliados ou os que possuem
estabelecimentos industriais ou comerciais efetivos no território de um dos países membros da Convenção,
são equiparados aos nacionais do país onde foi requerida a patente;
 Prioridade unionista: De acordo com o artigo 4° desta convenção, o primeiro pedido de patente
depositado em um dos países membros serve de base para depósitos subseqüentes relacionados à mesma
matéria, efetuados pelo mesmo depositante ou seus sucessores legais.
 Territorialidade: Estabelece que a proteção conferida pelo estado através da patente tem validade somente
nos limites territoriais do país que a concede.
4.2 PCT
O Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes - PCT (Patent Cooperation Treaty) foi criado em 19 de junho de
1970 com a finalidade desenvolver o sistema de patentes e de transferência de tecnologia e tem como objetivo
simplificar, tornando mais eficaz e econômico, tanto para o usuário como para os órgãos governamentais
encarregados na administração do sistema de patentes, o procedimento a seguir, no caso de uma solicitação para
proteção patentária em vários países.
Uma das principais vantagens deste tratado para o usuário é que antes do início da fase nacional, o mesmo, já com
conhecimento do Relatório de Busca Internacional e da opinião escrita, poderá avaliar as possibilidades reais de
patenteabilidade do seu pedido, prosseguindo ou não com o mesmo. Esta avaliação é importante em vista dos gastos
de tramitação necessários nas respectivas fases nacionais [1].
4.3 TRIPS
Também conhecido como Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio
(ADPIC), foi concebido através de um conjunto de acordos assinados em 1994 no final da Rodada do Uruguai, que
culminou com a criação da Organização Mundial do Comércio.
Tem como objetivo reduzir distorções e obstáculos ao comércio internacional e levando em consideração a
necessidade de promover uma proteção eficaz e adequada dos direitos de propriedade intelectual e assegurar que as
medidas e procedimentos destinados a fazê-los respeitar não se tornem, por sua vez, obstáculos ao comércio
legítimo [5].
O acordo tenta regular e proteger diferentes bens imateriais no mundo. De um modo geral, ocorre uma mudança nos
institutos de propriedade intelectual, dando lhe outra interpretação, o que institui dois mecanismos básicos contra as
infrações à propriedade intelectual: a elevação do nível de proteção em todos os Estados membros e a garantia da
observação dos direitos de propriedade intelectual.
O prazo que os países membro tiveram para transição à ata de constituição foi de cinco anos, a contar de janeiro de
1995. A adesão total do Brasil foi em dezembro de 1999. Houve algumas mudanças significativas. Abaixo estão
relacionados alguns exemplos:
 A vigência da patente não será inferior a um prazo de 20 anos, contados a partir da data do depósito da
mesma;
 Não restrição de patentes a campos tecnológico (patentes de fármacos e produtos químicos) ou local de
fabricação;
 Mecanismo de solução de controvérsias;
 Inversão do ônus da prova; em contrafação de processo o acusado deve provar sua inocência e que usa
processo alternativo – artigo 42 da Lei de Propriedade Industrial.

5. CONCLUSÕES

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] INPI. www.inpi.gov.br. 2010.
[2] ABRANTES, Antônio Carlos Souza de. Fundamentos de Patentes - Parte I. São Paulo. Outubro, 2005.
[3] SILVA, Elizabeth Ferreira da.Introdução à propriedade intelectual. Rio de Janeiro. Junho, 2009.
[4] BARBOSA, Denis Borges. Do segredo industrial – 2002.
[5] TRIPS. Acordo sobre aspectos dos direitos sobre propriedade intelectual relacionados ao comércio. Brasília.
Dezembro, 1994.

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