Вы находитесь на странице: 1из 138
‘A interetgio de magens née ‘Algrtmos rumirios = seqerels paris ‘die seca de lrentos ‘emai lings eonaénias ‘Assn soc do discus do Esade A peisea do Serico Sec ‘AutoCAD 2000 ena pti para deserts em 20 ‘AutoCAD 2004 aia pit para desentos em 2D ‘AutoCAD 2008 desenbario en 2D ‘AuloCADRI4~ gua price para desethis en 2D ‘uloCADR4~ gua prio para deserhos en SD ‘valngionurconal de coletivderes Cele 2 Calle A alee C (Cleal de rutin ede fore em cts eléticos Cle e Algebra Linear com Derve CCarcer=0 que vost pres saber =represeriagio,comunicagio & "Vsluacao de dads espacals CCertrocargeo: axpecosindamerias para Entemagem ‘astaxao Decal Uivesel -CDU CCorsounio em averertaexrtutl Deseno geuntico DDesenbo tenico meni Diognésco co mew fle de Lacs hikocas [Borers biscs de ftegrametn «sun langio peice Betomagreiome «cal Je came levomagratome par Engenbara eta « ‘que tice Betonca bse um enfogue volado 8 formétia Enger ce prtoclor cm LOTOSISO statist aplcada ds Chicas Socias aes para a Concern Biligica comnogSes de expermentacSo Fermmenin de core Frmenin de coe I Fortes desis Furdamentes de Carolia Findamentor de stemas irfllcos Gercio de anor Gramaica bisca do Latin eriieaca desseas drémicesInares Inui acoana ne Petuqus do Bras ttt Intligincin Arial intligtein Aafia foramentas ters Intoducto 3 Fnoenbara Intocucio 3 Engenharia: concels,feramentas¢ compartments Intodilo 3 Fa Nucbar ede Pariculas Elenertaes, Insoducto & Matemitica Inpodugio & QuiniaIrognica Experimental Inibodugio Teoria dos Grafs Inbodugio i Topelosia Geral Inoodugto ao Lakoratrio de Fisca aim prao portiguts = area, gua erature Le ranais Pai, pratique dea prononiation du raga Macteesutir dental Mental bso de Deer Téeneo Maple Materia 100 eects de guros Materia Franaasa eres da HP-12C Mattes esstemas de equacoes Ines Mirobiologa manual eas preteas Monibrement global tetado de ropriddes ras Nasagio ese aad [Noyoes ska de Geoneta Desriva ( popel do eclancenetugso de urea cede ‘lemocdica gona vegeta ~ procesument €anie Prins de combutso oping Promenades “exes et execs pour a case de Forgas Propreddes quis «tenclgs endo de ‘mando do poktho aso Quieica Bien tone aperentoe Redorso Reda oat Redes de Pe Tagucte amahora dance um les een Teachngin a deve way ~ rls emunicatias para rolesons de Lingus Isa do a Teenloga de guna rganincio a manuhira Teotefindamental do note deindicio ‘Toposraa conerperanen~Panretia “Trensmsso de evra alica Unde de ivormario:cneains ecompetindas Venta insti INTRODUGAO A ENGENHARIA CONCEITOS, FERRAMENTAS E COMPORTAMENTOS INTRODUGAO A ENGENHARIA ‘CONGEITOS, FERRAMENTAS E COMPORTAMENTOS. LUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Reitor Alvaro Toubes Prata ViceReitor Carlos Alberto Justo daSilva EDITORA DAUFSC Diretor Executivo Luiz Henrique de Araijo Dutra Conselho Editorial ‘Maria deLourdes Alves Borges (Presidente) Tone Ribeiro do Valle Jodo Pedro Assumpeéo Bastos Lute Corlos Cancelter de Oltvo ‘MariaCristina Marino Caivo Puulo Pinheiro Machado Rosana Céssia Kamita Sérgio Luiz Rodrigues Medeios Walter Antonio Bazzo Luiz Teixeira do Vale Pereira INTRODUGAO A ENGENHARIA CONCEITOS, FERRAMENTAS E COMPORTAMENTOS 2 edigao T° reimpressio Editora da UFSC Florianépolis 2009 (©2006 Weller Anno Buen ei Teed Vale Peira itera da UFSC (Campus Universitiio ~Tiindade ‘Caixa Posal 475, 88010-970 ~ Florandpois - SC. Fotes: (48) 3721-9408, 3721-9605 e 3721-9686 Fax: (48) 3721-9680 edtora@editorsutse br ‘wiwweditorautscbr Diegao editorial ecepa: Paulo Roberto da Siva Revisto técnico-editoi: ‘Aly VergésMaingué Exitoragao: Daniella Zatarian Revisio: iio César Ramos Ficha Catalogréfica (Catalogagao na forte pela Biblioteca Universtiia da Universtlade Federal de Santa Calarine) 364) Bazzo, Walter Antonio Introducso.A engenharia: conceitos, ferramentas @compor- tamnentos Walter Antonio Bazzo, Luiz Teixoira do Vale Pereira. 2. ed, ~ Frotiandpals : Ed. da UFSC, 2009, 270. il. Inclu bibliografia 1, Engenharia ~ Estudo e ensina. 2, Comunicagéo na Engenharia. 3. Conceitos. 4. Mercado de trabalho. 5. Engenharia — Orientagao profisional. I, Pereira, Lutz Teixeia do Vale. Il. Titula, cDU: 62 Ba 9785 37804555 “Todos 0¢ dros esevads. Nenhumna prte desta cre poder ser wproduzda, anquvasa ou tansmitda por quduer melo ou form sem revi permisio par esctto da Ealiera da UPSC. Impreso 20 Brasil SumArio CaPtruto 1 CHEGANDO A UNIVERSIDADE Alerta 20s iniciantes ‘Uma nova fase Por que estudar? Consideracées sobre um método de esto Condigdes para viabilizar 0 estudo ... Faves do estudo Outras recomendagées... Tarefas para complementacéo do aprendizado Capiruto 2 Comuntcacio: (O engenheiro e a comunicacéo Proce decomunagto Linguagem técnica... Artificios ausiliares da redlacio Eztrutura bésica de um relatério Outras partes componentes do trabalho .. Esrutura fsica do relatcrio técnica (Odesenho na comunica¢ao . Consideragées finais Tarofas para complementagio do aprendizado Cavirito 3 Onrcens DA en’ Consideracées preliminares, Sintese histérica Habilidade téenica: um diierencial humano A técnica fa eiferenca Surgimento da engenharia moderna Marcos historicos importantes Aengenharia nasce como profiss oficial Asprimeiras escolas de engenhavia Faios marcantes da ciéncia eda tecnologia. Inicio da engenharia no Bresl Tarefas para complementacéo do aprendizado Cariruio 4 © encenneino Engenharia e sociedade Engenheiro e sociedad Um alerta importante Engenheiro no mercado de trabalho engenheitoe 0 técnie0 Qualidades desejave's de um profissiona Per que varias engenharias? Processo de formagao profisional Asbases de um curso de engenharia ‘Taretas para complementagéo do aprendizado ... Capiriio 5 Pesquisa TecnoLocica ‘Bases da sociedade moderna Um pouco sobre as ciéncias Sobre a pesquisa tecnolégica Citncia tecnologia Ensino de engenharia, ciéncia tecnologia Método de pesquisa. Tipos de conhecimento ..... Processos do metodo de pesauisa Exemplo de um trabalho de engenharia Exemplo de um trabalho de pesquisa. Organizagao da pesquisa... ‘Tareias para compiementacao do aprendizaco... Cantruto 6 CrxaTavi ADE ‘Aarie da engenharia Oque 6 criatividade As bases da ctiajividlade Oprocesso erative... InformagGes complemeniares. ‘Abordagem de problemas em engenharia TTarefas para complementacao do aprendizado..... Espaco de sohugées de um problema 140 Banreiras que afetam a criatividede 143 “Técnicas de estimulo a criatvidade 146 Oaiitco eo percentivo 153 “Tarofas para complemeniagao do aprendizado 155 Cariruto 7 Movetos & SimuLacho 197 Modelagem 159 Oqueé modeler i 150 Modelose sue cassificagao 160 Valor dos mode0$..n... sone 165, Omodelo eo sistema fisico real. 166 Validade das hipdteses simplificativas 168 Para que servem os modelos. an O que simular 173 Tipos de simulagao 174 ‘Tarefas para complementac&o do aprendizado "180 Caviruto 8 Ormrzagho 181 ‘A procura por melhores solugoes 183 ‘Amelhor solucéo 185 Modelos de ofimizacio, 186 Métodosde otimizacio ... 187 ‘Otimizagao com uma variavel 191 ‘Otimizagao com lias ou mats variaveis 192 Exemplo de otimizacdo ~ problema do projti 194 ‘Tarefas para complementacio do aprendizado 198 Lo 9 Prosero. 199 ‘Aesséncia da enaenharia 201 ‘Como ser um bom projetista 202 Oaque € projeto? on. 202 Process de projet 204 ‘Aca cientieae arao tecnologia. 205 Fases do projeto zi 207 Identifcagio de wma necessidade 208 Definigao do problema... Coleta de informagoes Concepgao da solo Avaliagdo do projeto Especficaghoda solugio final Comunicago do projeto.. Capiruio 10 As encenu Areas de atuagéo profisional.. Aerondutica as Agrimensura Agronomia, Alimentos. Cartogratica Givi Blétrica Forestal Industial Matera Medanica etaliraica Ninas. Naval. Pesca sn Produgao ... Quimica... Sanitéria | Til ca aes ‘Taefas para complemeniagao do eprendizado Apnorce A SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES: 253 ‘ApeNoIce B ALGUMAS INFORMAGUES IMPORTANTES. 261 Lerrunts sucenioAs 269 APRESENTACAO Apresentar 0 livro Introdugdo a engenharia: concetos, ferramentas € comportamento, dos professores Baz20 e Teixeira é, antes de tudo, um exercicio de engerharia. Lendo, percebe-se a dimenséo que a ciéncia da engenharia tem no contexto da sociedade atual. Consegue-se mensurar a grandeza de se permitir que jovens aprendizes se moldem seguindo modelos que servirso de referéncia para o futuro. Tem-se a clareza da magnitude do trabalho desses dois grandes professores do Departamento de Engenharia Mecénica do Centro TTecnolégico da Universidade Federal de Santa Catarina, Ollvioé umaestrada muito bem pavimentada onde, em cada capitulo, oleitor aluno ou professor 6 apresentado ao caminho que deve ser seguido, entre 03 viadutos, pontes € ttineis que os jovens encontram ao cursar uma ‘graduuacéo em engenharia nas universidades brasileras, Felzes os estudantes de engenharia que podem dispor de um livro dessa ‘envergadura. Construido com base nos mais ricos paradiamas da educacéo, pode-se dizer que este livro se assemelha a um circuito integrado, que busca, ha menor dimenséo possivel, proporcionar inimeres interpretagoes - dando asas a todas as imaginacées. Deve-se reconhecer que, entre se introduzir na engenharia ¢ se tomar engenheiro, ha muitas etapas de um processo de transformacio que devem necessariamente ser percorridas. Este livro do Bazzo © do Teixeira mostra perfeltamente - como se fosse uma planta 'sométrica — 0 quanto integrado é ‘esse processo. O acoplamento dos temas, a intearacio das matérias e a multi ¢ interdisplinaridade so evidenciadas com leveza e propriedade, permitindo imaginar o percurso necessério para se tornar um engenheiro. 10 Incoucho AENGESARIA~CONCEOS,FERLANENEAS€ coMPERTIMETES Finalmente, pode-se dizer que Introdugdo & Engenharia: conceitos, ferramenias e comportamento é ur livro a set lido e sequido por todos que ‘gostam da engenharia e que entendem a importancia da acao de “engenheirar” Aviovaldo Bolan Professor do Departamento de Engenharia ‘Quimica e Engenharia de Alimentos Vice Rett da UFSC PrerAcio CARRUAGEM DE FOGO Embarcar num veiculo em movimento, que jé tem uma trajet6ria antiga € consolidada, que funciona como um sistema bem-estruturado, com personagens ocupando stias posicées nos assentos, nao ¢ to ffcil quanto parece. Filmes de aventura, desenhos animados e jogos raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de herdis e bandidos saltando de ‘um veiculo em movimento para outro. Mas na vida real as vezes nem alcancamos 0 veiculo. Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos equilibrarmos na sua carenagem, ‘ou dentro dele. Quando muito, chegamos e mal entendemos as regras do ogo, de onde vem o vefculo, como ele funciona, para onde vai, quuem ou 0 que © comanda, onde esta o manual de operacéo dos equipamentos de bordo. Enfim, temos de, com rapidez, embarcar, nos desembaracar dos rituais de chegada, pegar 0 “jeito da coisa’, entender a linguagem utilizada [4 dentro, as relagies de forgas e comegar ¢ colher os frutos da viagem, ou quem sabe até conitibuir para corrigit 0 trajeto em curso. E no comego nem temos direito a assentos, ficamos pendurados nos estribos, nas cordas de seguranca, sequrando nas maos dos mais experientes, tentando seguir algumas instrucées e conselhos esparsos vindos nao se sabe de onde. A cada curva, a cada iregularidade da pista ou mudanga de velocidade, rodopiamos feito folhas secas num vendaval. Para quem chega, tudo € novo, complexo, magico. A muito custo, com ‘tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, ‘novo pouco a pouco comega a ficar familiar. © complexo se transforma em algo instigante, um estimulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia magico w Inmoougo Lencewann — colts, remAENTAS € CONFEATANENOS revela-se um desafio A espera de solugtio. Mas nem tedos tém a sorte de compreender todo esse processo a tempo de usufruir 0s servicos de bordo, os beneficies da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da janela, Embarcar num curso de engenharia é quase isso. Tudo jé funciona, hé regras, técnicas, procedimentos, inguagem propria, posigées hierérquicas, historia, teorias, conceitos, relacces de interesses, enfim, um tabuleito repleto de pecas que dancam cumprindo papéis mais ou. menos bem cefinidos. 0 quadro parece jé estar pintado, crstalizado, emokluredo, tudo pronto, € 56 ‘nos basta aprecia-lo, compreende-lo, nos maravilhar com o seu esplencor. Engenhatia: eis uma profisao que € fruto do trabalho de mihares de pessoas que, ao Jongo dos tempos, estudaram, arriscaram, investiram anos de suas vidas, que se decepcionaram ¢ que exuitaram com os resuitados de suas solug6es, Mals que i880: esta é urna profissdo que precisa constantemente renovat seus arsenals de “mentes-de-obra” bem qualificadas, irrecuietas, criativas, dspostas a baialhar o a ultrapascar limites, cutiozas, A engenharia é um formidavel veiculo que se move e que, a cada nova eslagdo, arregimenta pilotos, passageiros, cclaboradores, entusiasias, citcos, todos vidos por fazer parte do cenditlo, chetos de esperenca, motivacao energia, mas também repletos de dtivdas, incertezas e medos. Afinal, eso embarcando numa “caruagem de fogo”, € muitos dos novos personagens que entram em cena s6 conhecem dela tracos caricatos que pouco ajudam a entencé-la, Por isso, como numa imaginéria catruagem de foga, quem nela embarea precisa passar por um ritual de adeptagao, para poder reconhecer © terreno, ocupar seuss espagos, colher bom proveito do passeio. Afinal, nao estamos falando de atividades profissionals num sentido genérico, de qualquer uma delas. Estamos falando da engenharia, justo a engenhatia, esta fascinante atividade humana. Ela mesma, que ¢ cheia de surpresas, suspenses, chividas, técnicas, experiéncias, solugces, teorlzagdes, enfim, de um conjunto incalculavel de conhecimentos que desafiam a nossa mente, e que, 2 cada novo problema, nos surpreendem e despertam novas idéias. Nessa profissdo ¢ como se, a cada virada de pagina, a eada gaveta aberta, a cada porta que se abre,a cada curva, um novo mundo fosse descortinado. As ‘écnicas de fabricacdo, 0 processo de obtencdo dos materiais, os fenémenos {isicos, os procedimentos mateméticos necossérios para o ealeulo da estrutura ‘ou.0s ensales em laboratcrio envolvidos, por exemplo, numa lata de refrigerate, na sola de um ténis ou na macaneta da porta de nossas casas revelam um Universo inteito de estudos, teorias, utas, acertos e desacertos. Paerkro 13 Para onde olharmos, 4 estaré a engenharia, vefculo que embala fantésticos sonhos da humanidade. Na roupa que vestimos, na comida que comemos, no livro que lemos, nos carros, no cinema, na televiséo, no consuliério médico, no show de nossa banda preferida, Id esta ela no palco dos acontecimentos, Introdugdo & engenharia: conceitos, ferramenias e comportamentos ¢ um texto que busca faciitar o embarque na carreita, abreviar o tempo de adaptacao, acelerar o processo de decantacéo da poeira, mostrar as possibilidades e os encantos da profisséo. ‘Mas nés nao pretendemos que ole sja um bote salva-vidas, uma porta de emergéncia, um lenitivo capaz de resolver qualquer disfuncéo do sistema, Buscamos, com este texto, oferecer uma contribuicao para o ensino de ‘engenharia no Brasil, visando aos recém-ingressos nas suas mais diversas habilitagoes. Sua origem romonta a 1986, quando proparamos uma primeira aposila para uma disciplina de introducao a engenharia. Ao longo desse tempo, © material original foi transformado num livio ~ que gerou varias edicées intimeras tiragens. A sua historia e transformagao agora num novo livro ~ basicamente com 0 mesmo propésito dos anteriores, mas com contetido aprimorado e viés epistemolégico diferente - revela antes de mais nada uma apostana sua pertinéncia pedagégicae téenicae na suaadequagae ao cendvio educacional brasileiro. Em linhas gerais, este livro abordaa esirutura, alguns limites, a trojetGria, 0s compromissos técnicos e sotiais e algumas ferramentas de trabalho da engenharia hoje praticada. Ou seja, buscamos ajudar a esclarecer quem é esta entidade desconcertante ~ a engenharia, carruagem movida pelo fogo do deus mitol6gico Prometeu -, tornando menos tduo e mais prazeroso 0 embarque na profissao. Walter Antonio Bazzo ‘wbazzo@eme.ufse.be Luiz Teixeira do Vale Pereira teixeira@eme.ulve-be Chegando a universidadé ALERTA AOS INICIANTES CCheaar & universidade representa um fato marcante na vidadle qualquer pessoa. E também um privilégio para quem desfruta dessa oportunidade, principalimente numa sociedade desigual, que nao oferece tal chance a todos. ‘Aexpeciativa de construir novos conhecimentos, novas formas de ver o mundo e-novas amizades renova as esperangas de um futuro melhor, acenando com novas possiilidades de vida ~ para sie para a sociedade, Parece nao haver duivida: a universidade, apesar de algumas deficiéncias, é um local onde as pessoas podem passar bons momentos de suas vidas, desde que participem com interesse das atividades por ela oferecidas. Mas para que isso ocorra, deve haver uma deciséo pessoal firme de aproveitar da melhor forma possivel a infra-estrutura da instituigéo. Conhecé- la.com profundidade, construir 0 seu futuro em conjunto com a comunidade académica e discutir as questdes relacionadas com a sociedade so atitudes ‘que ajudam sobremaneira a usuffuir as oportunidedes que a vida universitria torna disponivels, E elas nao sao poucas, estéo por toda parte e acontecem a todo © momento. Por isso é preciso estar atento para percebé-las ¢ disposto a avaliar as vaniagens de participar de algumas delas, depois de selecionar ‘aquelas que mais nos interessam. Vista gerale praca ceniral de um campus universtario Apenas aguardar que os professores apresentem conhecimentos previamente elaborados ¢ uma atitude mulio comodista e incompativel com 0s propositos maiores de uma formacéo universitaria, Além do mais, agindo desse modo, excelentes oportunidades de crescimento intolectual terao sido desperdicades. Até porque a aprendizagem é um processo, ou seja, € uma 18_Iwrncourio hsnattonain~ conceos, FERRAMENAS €cONFORTANEITOS alividade que demanda tempo, agéo ¢ dedicagao, ¢ por isso depende muito de cada individuo. ‘Aqualidade de um curso nao depende apenas los professores, de labora- tériosbem equipados, de boas bibliotecas e de salas de aula coniortave's. Depande muito da qualidede e da motivacéo do estudante que nele ingtessa. Maisaindal Depend de um clita geral —nainstituicao— que favoreca os estos, que estimiule a criatividade e que instigue o aormoramento intelecial. Para contribuir com este quadto ¢ fazer parte desse ambiente de constante erescimento, devemos, na qualidade de esudantes, participar atizamente do nosso processo de formna- Bo, que comeca justamente conhecendo e vivenciando a insituicio de ensino. ‘Tudo 0 que foi comentado anteriormente nao acontece sem que esteiamos motivados e disposios a participar de todo um prooesso de mudanca Caso cantréro, com toda honestidade, seria mais sensato e proveitoso procurat fazer outra coisa. Deve ser extrermamente frustrante estar na tuniversidade e levarasestuclos apenas com o intuito de receber um diploma, fundamentado ra perspectiva de futuramente ganhar altos saléties ~ 0 que é uma premissa falsa cu apenas pata agradar cs pals, que gostariam de ver ofiho diplomado numa universidade. Nestes casos, o melhor a fazer & realizar um exeme de consciéncia apurado— para confrontar desejos, vontades, sonhos e vealidade =, para nao nos arrependermos depots, Todas as profiss6es s4o honradas, oferecetn boas possibilidades de realizacdo pessoal e nem todas dependem, ppara 0 sou sticesso, que sejam trihados os caminhos de uma universidade. [Nao € objetivo central desta introdugao analisar com pormenores estas ponderagées, mas apenas chamar a alengéo para alguns aspecios relevantes da vida universitaria, Caso isso desperte algume ansiedadle ~a ponio de deixar ividas sobre esta escolha importantissima para o futuro -, recomendamos uma boa reflexaa a respeito do assunto, conversas com amigos, com pessoas mais experientes, ou mesmo urna consulta a uma orkentedor vocecional, Oqueesté escrito a seguir tem por objetivo ausiliar numa familiarizagio dentro desse novo e fascinanie ambiente, Na medida do possivel, o que esta aqui apresentado tenta respeitarasinimeras diferencas existentes entre aqueles que entraram na universidade, Mas, em linhas gerais, é enderecado especialmente a quem quer ter consciéncia do papel que representa perante a instituigao, a profissao e 0 contexto social em que vive UMA Nova FASE Muita coisa muda ao pasiarmos do ensino médio para universitirio. Talvez a forma de trabalhar os conhecimentos seja a mais importante dessas mudancas. Ciao 1 = Caccango A uinensinne 19 Por forca de uma tradicao do processo educacional, no ensino médio, com muita situagées, os estudlanies séo levados a desempenhar um papel muito passivo, sendo o professor o “‘comandante supremo” de tudo que acontece dentro da sala de aula. Se esse é de fato 0 caso ~ nao deveria ser tem nivel algum de nossa escolaridade -, dentro de uma universidade o cendtio € outro: 0 estudante agora deve buscar ser um agente ativo do processo educacional, passando a fazer parte da construcao de seus conhecimentos. Nesta nova fase, 0 estudante & cobrado a direcionar e programar com mais liberdade, autonomia e responsabiidade o seu aprendizado, dosando-o de acordo com suas potencialidades ou interesses Essa maior liberdade, entreianto, deve ser usufruidla progressivamente, ‘com maturidade e discernimento. Infelizmente, nao ¢ tac dificil encontrar estudantes que, em nome dessa liberdade, fogem do esforco exigido pelas loituras recomendadas, adiar ~ sem motives consisientes ~ a realizagéo de projetos, chegam tarde ou saem antes do final das aulas, ou mesmo deixam, de assisti-las. Isso representa, na realidade, uma inconseatiente falta de seriedade, incompativel com as atitudles de futuros profissionais que deverso retribuir esta oportunidade recebida da sociedad, Thstantlneos de un campus universitari Uma diferonca marcante entre 0 ensino médio ¢ © universit respeito a relagdo professor-aluno. Nesta nova fase 0 professor passa a ser ‘mais orientador do que fiscalizador. Ou pelo menos uma parcela maior deles age assim. Porém, logo percebemos que nem todos correspondem ao modelo ideal que consirufmos do mestre de ensino superior. Entretanto, o importante 6 aprendermosa enfrentar de forma madura estas questbes, prestando inclusive ConiribuigSes & instituicdo ao tentar resolver impasses & dificuldades que porventura possam aconiecer nestas relacoes. Com relagio & adaptacao goral & vida universitiria, devemos procurar nos colocar a par de intimeras novas situagdes com as quais nos deparamos, 20 Terrocucio | EIGEWAERK = CONTIG, FRAAENTAS E cmp: por exemplo, no tocante a aspectos de moradia, alimentacdo e assisténcia médica. Estes aspectos geralmente afetam mais aqueles que se deslocam de seus lugares de origem e '@n que se adaptar a novas situagoes. Como nem todos podem morar confortavelmente em acomodacdes individuais, omelhor € estar preparado para dividir espagos em reptblicas de estudantes ~ geralmente casas ou apartamentcs alugados por um grupo de pessoas ~, aspecto que exige, para se viver em hatmonia, um comportamento social minimamente equilibrado, com diviséo de responsabilidades e regras de convivéncia, Nestas condigées, as oportunidedes de disiragées ~ programas extra-estudos —aparecerao com mais freqiiéncia, padendo colocar em sequndo plano 0 processo central quie ¢ a dedicacao aos estuclos Tigeiea num teatra universiria cut canon 1 unvncionoe a Tudo 0 que foi comentado anteriormente é importante, porém 0 fundamental é fazer 0 melhor uso possivel dos contetidos académices que serao trabalhados durante a permanencia na universidade. Nospréximos itens abordamos algumas recomendagées que objelivam melhorer 0 rendimento nos estudos e, de forma geral, no aprendizado. Mas fica um alerta: ndo estamos propondo estabelecer uum roteiro rigido sobre a forma de estudar. Alids, isso seria incoerente com nessa proposta de trabalho, pols acreditamos na autonomia do estudante neste estagio da vida. Visamos, nna verdade, chamar a atencao para a importéncia do emprego de uma metodologia de trabalho que possa auxiliar a economizer tempo e poupar algum esforco e que, principalmente, resulte em estudos mais promissores. Esse problema ¢ menos sentido por aquoles que tém domiciio no local de estudo, que moram com a sua familia e que talvez por isso tenham uma vida social mais estabilizada. Aloume dose de perturbacao social ou mesmo ‘mudangas bruscas de ambiente pode parecer um aspecto ierclevante, mas se isso nao for tratado coma devida atencéo, pode prejudicar o ritmo de estudos, fazendo com que se tenha dificuldade para trabalhar prioridades. A sade fisica é fundamental para o pleno desenvolvimento das atividades intelectuais. Portanto, cuidados com alimentacao, repouso ¢ atividades fisicas devem ser constantes. Por isso, é importante que estejamos informados sobre assisténcia médica, odontol6gicae psicol6gica que a maioria das universidades oferece, para utiizé-ias em eventuais necessidades. Existern intimeres outres possibilidades e recursos dos quais a universidede dispée que. ao serem explotades, poderao oferecer inestimaveis oportunidades de crescimento intelaciual ou mesmo de ausilio pessoal em alguns momentos de dificuldade. Alguns exempios: éreas de lazer, atividedes desportivas, bibliote- cas, cursos extracurriculares, diret6rios académicos, laboratérios, moradia estu anti, promogées culturais, restaurantes do campus, farmacia, pronto-socoro. TT Restarante universe Mas ninguém deve se tludir: estas recomendagdes nao sto maaicas, néo podendo subsituir o esforgo e a dedicacio que no queremos ter. Além do mais, qualquer proposta de trabalho deve ser adapiada para cada interessado, respeitando as caracteristicas pessoais de cada individuo. De qualquer forma, acreditamos que, 20 empregar alguma metodalogia de estudo, E bem possivel que possamos aproveiter com muilo mais eficincia aquilo que a universidade oferece. Por Que EsTUDAR? Em muitas empresas modernas, actedita-se que a meia-vida dos conhecimentos de um engenheiro seja menor que dez anos, [sso significa ‘mais ou menos 0 seguinte: a metade de tudo que se aprende num curso de sgracuagio seré considerado conhecimento obsoleto em menos de urna décade, Supondo que essa projecio seja verdadeira, podemos concluit, portanto, que a aprendizagem nao ¢ estatica. Porisso, se estamos preocupados com o nosso 20 Tereonuclo A ENGIN = CNCETOS,FERUOEITS fCOMTORTAPENTOS. futuro profissional, devemos cuidar continuamente do nosso proceso de formagdo, e no apenas durante o curso de graduacéo. No ritmo om que tém evcluido a ciéncia e a tecnologia, estima-se que denizo de dez anos o montantede conhecimentos no mundo dobraré. Podemos ‘apostar iambem na seguinte previsdo: quem esié iniciando hoje um eurso de tengerharia ainda estara atuando como engenheiro dentro de 30 ou 40 anos. ‘A quentidade de conhecimentos nesse tempo — 6 de se esperar ~ deve ser bem maior que aquela atualmente dominada, sso sem contar que um profissional formado hoje, e ainda atuante no mercado de trabalho dentro de 30 anos, estaré as voltas com conhecimentos bastante diferentes dos trabalhados durante a sua formagao. Embora esses estimativas requeiram alguma reflexao, cle alguma forma elas corroboram a idéia de que o dominio € a menipulagéo da informacio sao habilidades necessArias para um profissional de futuro. Assim, nao ha outra sada: quem pretende ser um individuo ativo na sua maturidade profissional deve aprender, definitvamenie, a estudar com eficiéncia, Pera que isso aconteca, imaginamos que seja fundamental saber usar ‘adequadamente of recursos disponiveis para conseguir tim bom aprendizado, ‘Apenasessa perspectiva é deve servir de motivo para aprendermos a estudar. E disso que trataremos na continuidade deste capitulo. ConsIDERACOES SOBRE UM MéTODO DE ESTUDO ‘Atransicao do ensino médio pera um curso universitério exige do estudante uma série de alterages no seu comportamento, nem sempre fécels de serem postas em pratica. Entretano, algumas mudancas séo inevitéveis, pois na Universidade cada um deve assumir definivamente uma conduta responsével, conciiando a sua vida social com osestudos, o que nem sempreé facil de consegqi ‘Quito aspecto preliminar importante de ser registrado é que saber estudar no é inato, é algo que precise ser aprendicto, Dessa forma, devemos e podemos aprender a estudar. E isso tanto mais 6 necessério quanto mais nos conscientizamos de nosso pepel e de nossos compromissos como estudantes. Podemos dizer que deveriamos deixar a condicao de alunos ~ eniendenclo aluno como aquele que ¢ ensinada ~ ¢ passarmos definitivamente a ser estudantes — sendo estudante aquele que aprende e estuda porque quer, com motivagéo, com dedicagao, sob orientagao de alguém mais experiente ou como autodidata. A vida universitéria nos impée esta mudanca de condute, Estudar nao é apenas captar umm assunto, mas prineipalmente organizer na mente, com fluidez, continuidade e encadeamento l6gico,diversos t6picos, earn 1 Cocco vanessonor 23 formando uma postura critica e coerente, estabelecendo relacées enire 0 assunto aprendido e 0 mundo & nossa volta __ Nao devernos confundir aprender com estudat. Estudar é uma faculdade particular do ser humano; aprender é uma caracteristica dos seres vivos, que ‘© homem pratica desde que nasce, aprendendo a falar, a andar ou a usar ‘utenstlios. Oresultado de um estudo deve ser, necessariamente, a incorporacio de conhecimentos titels para a nossa vida, devendo, portanto, modificé-la continuamente. ‘O que preiendemos com esta proposta ¢ ay com esta proposta é apresentar uma metodologia de trabalho, visando a um melhor € mais sélido eprendizedo. A pei verdade, devemos ressaltar que o primeiro objetivo deste t6pico é desmitficar ‘aiidéia — ainda basiante arraigada no meio universitério ~de que possa existr uma maneira de estudar pouco ¢ aprender muito, cujo método dispense 0 trabalho que nao queremos ter. Outro ponto importante que procuramos deixar claro é curamos deixar claro €a impossibilidade de conciliar estudo com a falta absoluta de tempo para estudar. AS duas coisas, levadas ao pé da letra, s80 inconclidveis. Quem pretende efetivamente cestudar deve descobrir ou ctiar o seutempo para isso. E sempre vai ser possivel essa meta. Um bom comego para conseguirmos tempo é planejar com seriedade aquilo que temos de cumprit. Ponios importantes, como uma preparagao psicol6gica —condicao basica para viabilzar um estudo que culmine numa aprendizagem eficaz - e uma boa progremacio do tempo, para estudo, o trabalho ou o lazer so abordados ‘aqui como condig6es imprescindivels para aplicarmos esta ou qualquer outra técnica de estudo. Ti a aa Pina) ere Cas artes wn iat oneauais maitre een aren nenes scent snl iAormin O e o as partkularidedes de sobre o tema aoeeee re Seat rca Sei semua, e see ee ees ia cress sige ae Rol Sierra ee Sanonest, comportamentos distintos Estudo sem trabalho, sem esforco, € Servants dines (ue sence sen en ¢ iebrecaanonou Suey ote ssi Po eldait | 24 De forma geral, 0 estudo eficaz € um proceso que exige de exclusiva, nao devendo ser compar'ilhado com cutraatividade. Por esta razAo, recomendamos um verdade'to isolamento enquanto estudamos, intercalando pequenes intervalos de deseanso, para evitar 0 cansago prematuro, Isso no Inviabliza que em determinadas situacoes alguém possa ter bons rendimentos executando algumas tarefas académices ao mesmo tempo, por exemplo, em que ouve musica. Mas todo cuidado é pouco, No mais das vezes, as pessoas se iludem tentando imitar comportamentos, talvez adequados pata alguns, ‘mas que nao s4o apropriados nem proveitosos para outres. ConbicdES PARA VIABILIZAR 0 ESTUDO ‘Uma condigao basa para viablizar o estudo éa programacgo de tempo. Determinar o que fazer em cada momento é um excelente comeco pata um bbom estudo. Isso se justfica porque uma boa programacao vita confuses, indecisoes e adiamentos, que levam quase sempre a deixarmos de lado determinadas atividades em fevor de outras que nos sao aparentemente mais agradiveis ou eémodas. Para que no estudemos apenas 0 que mais nos agrada no momento, € sempre Importante fazer um bom planejamento. Evitamos assim deixar de lado assuntos que merecam mais dedicacéo, ou mesmo deixamos de estudar, com o pretexio de que outvas atividades exira- ensino também sao imporantes. Isso pode fazer com que 0 lazer acabe prevalecendo, prejudicando os estudos. Nao que o lazer n&o seja imporiante, ou que os estudos néo possaim ser uma atividade prazerosa. No primeito caso, devernos lembrar que se 0 nosso propésito é um processo de formagSo universitiria, esta meta dove estar sempre em desiaque, acupando nossas atencoes por grarde parte de nosso tempo. Em sequndo lugar. é bom nao perdermos de visia que estudes ber feitos, de forma sadia e competente © com motivacio, podem conferir tanto prazer quanto outas atividades que consideramos —taivez par convengao social - como hobby, laze, entretenimento, diversao... Uma programacéo deve contemplar, além dos tempos de sala de aula @ trabalho - monitoria, bolsa de iniciacéo cientifica, estégio, ou mesmo atividades fora da universidade -, poriodos de tempo de estudo extraclasse ‘bem dosados para cada matéria, de acordo com o grau de dificuldade de cada zssunta, avaliado pelo proprio estucante. Assim, por exempio, pocemos dedicar duas horas por noite nas tercas e quintas-foiras para estudar Fisica, ¢ uma hora em cada tarde das segundas e quartas-feiras para revisar as aulas de Quitnica, Cavinao 1 ~ Gresm00 A urssionoe 25 Tunes trabathando em um ‘grupo de iniciagSo centtica ‘Alunoe desenvolvende um prejeto om laboratério Para compatibilizar iso, sugerimos 0 preenchimento de um quadro de hordrios ~ como, por exemplo, 0 apresentado a seguir -, onde cada atividede a ser cumprida deve estar registrada, Na realidade, 0 importante na confeccao de um quattro de horétios para estudo e trabalho 6 que ele seja realistico. Se nao for assim, ele provavelmente no seré bem executado, E um horério nao cumprido nao é $6 ins, é também nocivo porque leva a pensar que se esié fazendo algo, quando de fato isso nao acontece. on [so [ee [ae | a | sex | sb tarde —— — noite Quadro de horérios para o planejamento as tarefas comaraie Um horério também nao pode ser rigido € inflexivel, devendo ser cortigido e adaptado constantemente, de acordo com as necessidades do period. Por exemplo: numa semana de provas, devemos dedicar um tempo maior as revisbes gerais - que integram os assuntes de uma mestna plina -, sem deixar de lado os impeescindiveis tempos a serem decicados as recomposigées das aulas, a0 esporte, ao lazer etc. 26. Inrroouclo Lercownan ~ coucros, remanerore €cowemTNoNeS Néo subestimar a validade do aproveitamento de pequenos periodos lives ¢ também uma sébia media. E s6 fazer as contas e verificar que estes tempos nao poem ser desperdicados. eras eae Ries: SS Sc. ee ae Ebastante comum que estudantes que tabatham para poder susteniar seus estudos tenham bom desempenho nos seus cursos. Isso se deve basicamente a dois fatores. O primeito é que, participando ativamente no custeio dos seus estudos, acabam por dar-thes muita imporiancia. O segundo é que, tendo que concilar estudo com trabalho, fatalmente terao que valorizar a0 méximo todo 0 seu tempo, pois sabem cue dificimente terao outra oportunidade para desenvolver uma tarofa. Dessa forma, esti automaticamente poneo em prética a racionalizagao do tempo. Entretanto, mesmo assim podemos melhorar ainda mais o rendimento, tomando precausées extras, como as aqui apresentadas. Um tiltimo ponto que queremos ressaltar é a dedicacio de tempo para descanso ¢ lazer, 0 que é essencial para a satide fisica e mental. E importante, para quem desenvoWve atividades inielectuais, também desenvolver em paralelo atividades que estimulem o sistema psicomotor, ou. entao cultivar lum passatempo em érea bastante diferente do trabalho usual: isso ajuda a descanser a menie das tarefas académices. Ao estudar, devemos lembrar também que aproveitar intensamente o tempo de estudo é uma forma de dar sentido as horas de lazer. Fases po EsTuDO Um curso de engenharia tem por objetivos, dente outros, estimular 2 ctiatividade, fornecer ferramental basico para que facamos frente aos problemas técnicos com os quais nos clepararemos na nossa profisséo, estimular a adotar uma postura critica e consciente para com a sociedade. Para alcancar esses objetivos devemos estar atentos, durante a nossa formacao, para uma série de recomendagées sobre como proceder para tirar co melhor proveito possivel dos estudos e trabalhos. Iso noslevard, logo cedo, a percebermos que sempre existem melhores maneiras de resolver problemas, sejam eles do tipo que forem. Cire 1 Cucinon & yavensnice 27 Nese item so sintetizadas algumas recomendagSes e propostas para ‘melhorer o desempenho nos estudos, oimizando procedimentos de trabalho. ‘As recomendagoes aqui contidas - na verdade um metodo de estudo —fazem parte de uma proposta maior de comportamento diante de situacbes novas com as quais o engenheiro quase sempre se depararé. Para isso, tecomendamos um bom aproveliamento das oportunidades que a escola oferece, poisnela pocemos treinar nossa capacidade de enfrentar e de construir solugées apropriadas e consistentes para resolver problemas. Preparasdo coptactio Processaments O método aqui trabalhado consiste em trés etapas de procedimentos ‘que esto presenies, de uma forma ou de outra, no ato de estudar. No quadro acima estéo indicadas estas etapas de estuda, Embora raramente essa Kigica de procedimentos seia percebida, 0 processo de esiuido acontece aproxima- damente dessa forma. Entendemos aqui estudo como um ato maior, privilégio do ser humano, através do qual intemalizamos saber e cultura levada, o quedifere desimplesmen- te aprender, que leva a acurnular conhecimentos préticos ¢ experiéncias novas. Um aspecto importante a ser ressaltado € que as recomendacées aqui colocadas tem como compromisso resumir procedimentos julgados aclequaclos para o estudo da engenharia. Imaginamos que, para outras Areas, outras tecomendagSes talvez sejam mais apropriadas para um bom processo de {ormagao profissional, Oestudo das ciencias ~ visando a formacao do engenheiro tem suis diferencas em relacioa outras areas, pois este profissional lidar, no seu dia-a-dia, mais com a tecnologia propriamente dita, com procedimentos © com aparatos téenicos do que com o processo cientifice, que ihe serve, sim, ‘como base e fundamento, mas nao necessariamente como propésito. Preparacao. Ha quem possa discordar das recomendacoes aqui contidas e até ter bom desempenho agindo de forma diferente. Mas, como regra geral, sugerimos que alguns cuidados com a preparacao sao Amportantissimos para se ter sucesso nos estudos, Desde a escolha de um bom ambiente - arejado, bem iluminado, silencioso e agradavel - até a preparacéo psicolégica, como condicao para viabilizar o estudo, devem ser cuidados. E raro encontrar alguém que consiga, compenetrar-se suficientemente a ponto de conseguir raciocinar ¢ refletir na medica necessatia para poder captar assuntos noves, estando em ambientes 28 Tincouc AenceMun CONCETOS,FERRANENTAS € COWPORTIMENTOS adversos. Quando estamos tentando trabalhar conhecimentos ~ que s&0 inéditos para nés ~ atrauds de livros didticos, que exigem atengéo exclusiva e alta dose de concentragae, 0 ambiente pode se tornat um ponto decisive ppara obtermos um bom rendimento, Nesse sentido, recomendamos que um ambiente com as caracterfsticas ‘acima descritas — além de outas que cada um julgar necessérias ~ deva ser sempre procurado. Todavia isso nem sempre é possivel. Por isio deve-se, como medida pratica, saber utilzar da melhor forma possivel 0 ambiente disponivel. Ainda quanto a utlizagao de um ambiente de estudo, sugerimos que 0 estucante esteja sentado, em posicéo eémoda, tendo em frente uma mesa para servir de apoio para livros, cadernos, lipis¢ todos os demais instrumentos necessérios para 0 tipo de assunto com que se esté lidando, © habito de estudar — de preferéncia nes mesmos loceis e horérios de costume -facilita em muito aaprendizagem, pois, por estarem varios aspectos sendo cumpridos automaticamente, tem-se menos barreiras a transpor, penmitindo maior concentragao naquilo que € novo, ou seja, 0 assunto em estuco, Além do mais, ja se deve ter preparado no local de costume toclo 0 material necessatio. Nao esquecer que o estudo de Historia, de Desenho ou de Mecénica dos Sdlidos exige, em principio, materiais diferentes. Ainda quanto & atitude psicoligica, lembramos que a perseveranca deve ser encarada como uma caracterisica importante para alcangarmos nossos objetives. Notadamente nos estudos sso ¢ verdade, pois nao podemossucumbir 20 primeico obstéculo, Devemes, isto sim, ao falhar uma ve2, procurar saber onde esta 0 ero e proveder @ uma nove teniativa, através de novo estudo ou novo enfoque, sempre que vislumbrarmos alguma possiblidade de sucesso, Para concluir este iter, vamos destacar tr@s observagves: + Causa maton. Dificilmente lograremos éxito efetivo e duradouro nas nossas atividades se néo estivermos convencidos de que 0 nosso trabalho de formacio nos estard colocando a servico de uma causa ‘maior, qual seja, a consecugio de nossas metas e a nossa integracio efetiva num papel social bem definido, + ConnectnewTos 1iire:s. Nao devemos partir do pressuposto de que ppossam existr conhecimentos instts. No curricula de um curso, todos ‘0s assuntos, a principio, tém um papel a cumprt, embora, as vezes, isso possa nao estar claro de pronto. A forma como os conhecimentos so trabalhados - algumas vezes com deficiéncias didéticas — ndo pode servir ce justficativa para que os consideremos desnecessatios, Clrtrwo 1 - Checatoo AuNvesoADe 29 + InTERESSE € DEDICAGAO. Devemos lembrar que, em cada assunto que ‘estamos estudando, a humanidade ja produzi ao menos um génio de importancia, e que issos6 pode seralcancado com um alo interesse ‘eledicacao desse individuo pela sua especialidade, aliado 20 trabalho de uma equipe que o ajudou a consinuir esse conhecimento, Carragho. Apés a preparacao, podemos iniciar a fase da captacao Normalmente confundida com o préprio estudo, esta ¢ a fase de consirugao dos conhecimentos. Porém, como estudar nao é apenas caplar, internalizar ‘ou construir novos saberes, enendemos 0 processo de estudo como algo mais amplo, que envolve os passos jé apontados nos itens anteriores. Estudar, assim, é trabalhar no sentido de sentir-se apto a fixar conhecimentos ¢ organizé-los na mente de forma légica ¢ duradoura; processar e construir conhecimentos de forma sistemtica e consistent A captacéo de conhecimentos se dé basicamente por iniciativade alguém interessacio em aprender algo, e que utlza para isso algama técnica de trabalho que possa leva-lo a alcancar seus objetivos. Intemaizacio de conhecimentos trabahados ‘por um professor em sala de aula trabalho de conhecimentos através de leituras e de reflerdes pesscais particinacio em experiéndas, observactes, Visitas técricas e ciscussées em grupo Embora convergentes para um mesmo fim, em cada uma desses formas cexistem particularidades que exigem maneiras de abordagem préprias para se ter 0 melhor aproveltamento possfvel. Uma coisa porém € imprescindivel ‘em qualquer caso: a atitude psicolégica favoravel, po's dela nasce a necessidade ‘041 motivagao para o estudo. Semisso, estudar nao tem significado e parecerd ‘um pesado fardo ind. Esta fase do processo de estudo pode ser identificada em termos gerais por tres formas, conforme sugerido a seguir. ettura ‘pucigso cbservasso 30. ImonuchoA MANA ~ CONES, FORUENTS ECWPORTNTOS ‘= Lerrura. Esia forma de captagao ¢ a que mais se confunde com 0 préprio processo de estudo; talvez por ser bastante acessivel e por permitir ao leitor constantes roflexées critica, garantindo o tempo necessdrio para uma boa assimilacao do assunto. Eis alguns pontos importantes a serem observadlos numa captacéo de conhecimentos pela loitura: para ler com aficiéneia ndo basta ser apenasalabetizado; devemos ter ainda predisposicéo, ambiente favordvel e motivacéo; a aplicacao de uma técnica de leitura compativel com o tema em_ ‘studo também é fundamental; através da leitura podemos trabalhar palavras, frases, idéias e formulas, registradas em anotagdes ¢ em. impressos em geral. ‘+ Avotcho. E outra forma bastante caracteristica de captacao de conheci- mentos, empregada por exemplo quando assistimos a uma aula ou palestra, ou participamos de um debate. Uma sugestao citi) para malhorar a construgao de conhecimentos com esta forma de captacko ¢constanterente nos interogartmos sobre o tema, Frocurando relacionar as idéias, interigando-as num todo ou com outros assuntos, Tanto é importante esta forma de captacio que muitas pessoas conseguem fixar melhor os assuntos de um texto quando o fazem em voz alta. [esse caso estao sendo usadas, simultaneamente, leitura e audicao, + Onservacio. E um meio préprio de travar contato com informagées para uma posterior constnigio de conhecimentos quando, por exemplo, darealizacdo de uma experiéncia, da visita a uma obra, aumia empresa ‘oua.um latoratorio. Se utlizada de forma sistomatica, e com cttétio, consttui ur itil instrumento de aprendizagem. Observar é entendido ‘aqui como um estcio do processo de estudo, quando pademos nos apropriar,intelectualmente, de informacées, fatos, fendmenos etc. que suigem no decorrer de um trabalho. Esta forma de captagio € especialmente relevanie nos esiuddos de engenharia porque estamos sompreientificanda sistemas, fendmencs fisioos, processos e varisveis para a execugio de nossas atividades. Laitura e partcipacso fom sala de ‘ula: cols ‘momentos importantes pareo, ‘aprencizado Ctr 1 = Cresco 4 wuversionoe 31 Carracao EM SALA DE AULA. Um dos momentos de estudo mats importantes que todos temos é 0 tempo em sala de aula, Por isso recomendamos que este periodo seja.aproveitado integralmente, de preferéncia através de uma participacao ativa. Nao devemos levar para casa diividas que podem sersenadasem sala de aula. 0 nao significa necessariamente esperar solugées prontas por parte dos professores, mas sim a busca de tespostas por todos 0s envolvidos no processo de consirugao do conhecimento: 0 aluno, os colegas e, obviamenie, 0 professor. Nao esquecer que ciividas séo lacunas ‘num campo de conhecimento, ¢ que estas certamente se avolumargo com © tempo, quando nao sanadas, pois o perfeito entendimento de outros assuntos ppodera ser prejudicado em funcao desta falhas. Um dos principais argumentos para justificar a dedicagao exclusiva ac assunto de uma aula é que ndo se pode conceber que alauém deixe de fazer outra coisa ~as vezes até mais atraenie, é verdade — para sontar-se em cadeiras normalmenie duras e desconfortaveis ¢ ficar ouvindo, sem aproveitar, explicacbes ¢ orientacées de alguém mais experiente e entendido no assunto. Usufruir a companhia de cologas com quem se partilham muitas expectativas € aproveitar o proprio ambiente de debates que proporcionam a construcéo do conhecimento é uma boa chance de aprender. Seria bastante incoerente que alguém nao aproveitasse estes momentos. (© que J8 sel sotre este assunto? ua a ligagio deste tplca com outros? (Qua esanincado rsico daquea equacBo? Entenci meso as expleases, ou apenas concert com elas? fu saberlareselversorino aquele problems? Para entender uma aula devemos compreender a sua organizagao ¢ objetivos, assimilando a idéia central da explanagéo do professor em cada assunio, E comum que ~ ao explicar uma materia - os professores déem uma idéia geral antecipada do que ser visto. A medida que 0 professor avanca com <8 sues explicagées, podemos nos perguntar constantemente se as estamos de feto entendendo, se compreendemos cs objetivos, as analogias, os conceitos Se tivermos condigSes de enfrentar com sucesso essas questbes, timo, estaremos aprendendo. Caso contrario, devemos redobrar a atencao e pedir novas explicacées ao professor ou mesmo aos demais participantes da aula, Captar ¢ anotar idéias com as préprias palavras ~ para andlise posterior ~ Mpienese entities Sendo uma pesquisa prescrita dessa forma, podemos também deteciar uma forte semelhanca entre os procedimentos necessarios para realizarmos ‘uma pesquisa cientifica ou um desenvolvimento tecnolégico. Desde a atitude pricolégica favoravel até © préprio método de trabalho a ser empregado, rmuitas semelhanges podem ser identificadas. Tantas sao elas que mais uma vvez lembramos a dificuldade de ciferenciarmos uma da outra A organizaceo das duas ¢ analoga, e 0 pesquisador é quem escolhera a metodologia apropriada de acordo com o tema e os objetivos pretendidos. ‘Acima de tudo, devemos planejare aplicar um método coerente e eficaz, pois ‘ele podera ser 0 responsavel pelo sucesso ou pelo fracasso do trabalho. ‘TiPOs DE CONHECIMENTO Numa pesquisa estéo presentes dois tipos de conhecimento, Em algum ‘momento, usamos tum conhecimento que podemos chamar de sensivel, sendo este utlizado para a absorcao out interalizagao do saber. Num outro momento, lusamos um conhecimento que podemos ideniificar como intelectual, sendo este empregado para 0 processamento das informacées e para as rellexdes necessérias. Alids, estamos constantemente usando as duas formas de conhecimento pera nos relacionarmes com © mundo & nossa volta ~ olhamos, ppercebemos, tocamos, cheiramos as coisas eas interpretamos, teorizamos sobre elas. Por exemplo, a cor, a consisténcia e o cheiro de uma iguaria de uma culinéria exéiia logo despertam em nés conjecturas a respeito do seu saber. O que significam estas duas formas de conhecimento? us Incoudo AENGEMARIA~ CONCTOS, RUAMENTAS E COMPOKTANTOS Definindo 0 conhecer comouma relagdo que se estabelece entre o sujeito da aco - 0 pesquisador - e 0 objeto conhecido, podemos identificar assim estas duas formas de conhecimento: -—Conhecimenta intelectual E equele que ee of quando 0 sujeito cognoscente se apropria de conceltos, rincpios les. Fle depende do ‘conhecimente sensivel, mas 0 transcende, Com 0 ieelecto podemes perceber mats profundamente a natureza das coisas, interpretando, Tummena ou um om <8 pelo ajeto cogroscente ‘gue ce apropria do cenhecimento = sire mcacoqse oe bles per exer, «sinindvduatdede, Shops Feresemce a'corde, _temporeidade au expatatdade. Com Cins'pcs to patmovargestige canhedreo ireetulepeames Gren tec e tonite staves de raconalmente para conceber, ug, asso sentdos, ‘alocnar saber wes de mundo PROCESSOS DO METODO DE PESQUISA ‘A aplicagao de um plano de agio consistente e realisico é sempre recomendavel, pois, conforme deixa ver a histéria, muites progressos da ciéncia e da tecnologia devem-se mais a ele e a uma equipe de trabalho do que a cérebros brilhantes. Porém, 0 plano de acao jamais poder substituir completamente © talento de quem o usa, pois a reflexao ¢ a criatividade do pesquisador sempre serao insubstiuivets. Proceder a uma pesquisa cientifica ow tecnolégica é realizar coneretamente uma investigacdo previamente planejada desenvolvida de acordo com metodologias apropriadas ao tema. Um método de trabalho é tum conjunto ordenado de procedimentos ~ ou processos ~, tomando como base principalmente o tipo de tarefa e os resultaclos pretendidos, Dos processos a seguir apresentados, alguns ou todos podem ser cempregedos numa pesauisa, ¢ nao necessariamente naquela ordem. _—- Processes do método de pesquise Observaco Pesquisa bibllogratica Hiptese ——-Experimentaggo——ndugto Deducio Anise e sitese Teoria Io 5 ~ Pesqusa TenoLectcn ug, Onsenvagho, O processo de observacéo consiste na aplicagéo dos sentidos para o exame cuidadoso e critico de um fendmeno. Durante este 1processo, sio registrados e analisados diferentes fatores e circunstancias que pparecem infiuenciar o fendmeno, sem nele inierferir, So também exerninadas as relacoes entre as diversas variavets envolvidas, num contexto natural, nao preparado pelo cbservador, embora escolhido e interpretado por ele. A observagio situa'se normaimente na fase inicial de uma pesquisa, mas continua por todo o seu desenrolar, A observagio é algo mais que a mera percepyao de fatos. No cotidiano ‘das pessoas, ela ¢ inteiramente passiva, assistematica e nac-intencional. Como parte integrante de uma pesquisa, requer na verdade a intencio de eonhecer © 0 interesse pelo que vamos observar, sendo, portanto, nevessério termos corhecimentes prévios sobre o tema. Observar nao é simplesmente ver, mas, antes de tudo, vigilar, examinar minuciosamente. Pesquisa BIBLroGRAFICA. Uma pesquisa nem sempre precisa ter como resultado final uma conclusdo original. Ela pode também ser um resumo de assunto. Aliés, é esta a principal forma de pesquisa dos estudantes, que realizam este trabalho através de um procedimento de investigacao denominado pesquisa bibliogréfica Presente em praticamente todos os trabalhos sejam eles cientificos ou tecnol6gicos -, a pesquisa bibliografica consiste na selecio, leitura e anélise de trabalhos que tratam do assunto de interesse. Através desta pesquisa tomamos conhecimento do tema e verificamos 0 que jd foi feito, na area, por ‘outros investigadores, Nao devemos nos iludir julgando que este tipo de pesquisa seja menos importante do.que outros, que envolvem diferentes procesios de investigacéo. ‘O que acontece, na realidade, é que grande parte das pesquisas, em qualquer area de conhecimento, ¢ iniciada exatamente com uma pesquisa bibliogréfica. Portanto, devemos aproveitar bem o tempo de formagao para aprender, exercitar ¢ aperfeigoar este tipo de atividade ‘Como normalmente ~ em fungao do volume ~ ndo podemos pretender realizar uma pesquisa bibliografica completa, o mais acertado ¢ fazer um trabalho baseado sob orientacdo de quem tem experiéncia no assunto. Além do mais, é muito mais realista uma selegdo bibliografica capaz de ser lida e analisaca no tempo dispontvel. Essa atividade hoje esté bastante facilitada com 0 advento da rede mundial de computadores, que toma disponivel uma infinidade de novas ‘ondbes. Podemos, através de computadores, acessar importantes bibliotecas 120___trrmoaucho A nazraann ~ concer, ‘em todo omundo, artigos de congresios, informagoes em ceniros de pesquisa ‘Mas € necessdio um cuidado adicional com essa facilidade toda: néo aceitar sem criticas qualquer informacdo que circule neste novo mundo da ‘comunicagao. Ela precisa ser checada, verificada e refletida, Nao fazendo isso, podemos estar colhendo informacées felsas, parciais ou truncadas que poderao ser extremamente prejudiciais a0 nosso trabalho de pesquisa. De qualquer forma, a pesquisa bibliografica € de suma importancia para o desenvolvimento de qualquer pesquisa, Através dela, ospesquisadores = baseados em seus procedimentos cientificos ou tecnolégicos ~ trabalham para o progresso da ciéncia e para o avanco das técnicas. O estudante, através desse importante processo de trabalho, treina passos no caminho da ciéncia, cenvidande esforgos com cardter deredescoberta e de conquista parasi proprio. Hipotese. Hipdtese é uma suposicéo proviséria, ou seja, é uma opinigo prévia do pesquisador em relagao a solugao do problema proposto. Tem como finalidade fixar uma diretriz de agao, estabelecendo metas, elementos e idéias que orientem a pesquisa na diresao da causa provavel, ou que faciltem a sua compreenséo e 0 seu desenvolvimento. uma tentativade resolver o problema Um exemplo: tentamos ligar 0 computador, mas ele nao liga. Temos ‘um problema em méos, que pode ser assim formulado. por que o computador nao funciona? Formulamos uma hipétese: nao ha energia elétrica na rede, \Verificames (experimeniamos) a hipétese, conterindo se a rede esta enerdizada, Se a hipstese for negada, formulamos outta ~ baseados em algum aitério -, a verificamos, até encontrar uma solucao. (Os passos seguintes da pesquisa podem confirmar ou negar as hipsteses ais, mas.até Ii clas jé tera 20 menos cumprido a sua fungao orientadora, Uma hipéiese estabelece uma relacao de causa e efeito entre alguns fendmenos, podendo se dar por dedugéo de resultados j4 conhecidos ou pela experiencia do pesquisador. stro 5 ~ Pesquisa Tecnica 121 Expertmentacio. Como nem sempre é possivel observar fenémenos, seja porque eles acontecem com pouca frequéncia ou porque as condicoes nas quais eles ocorram nao oferecem as variacées e a flexibilidade desojaveis, lem varies casos recorremos & experimentagao. Be 0 em iaboratbrie A experimentagao € um processo muito usado na engenharia, Consist, basicamente, num conjunto de procedimentos praticos aplicados com a finalidade de confirmar uma hip6tese, obter dados ou testar sistemas. Difere da observacio principalmente pelo fato de que neste processo séo alteradas, de forma intencional, as varidveis envolvidas no problema para verficar as conseqiincias ou as relagées existentes entre clas. Fazer uma experimentacao sigifica reproduzir fendmenos em condicbes previamente estabelecidas, com controle de varidveis. Uma experiéncia Cientifica ou teenologica — deve ser realizada segundo um planejamento prévio e nunca feta a esmo, na ientativa de descobrir aleatoriamente algo que nao se sabe o que é. Para ealizar uma experimentacao eficaz devemos tomar alguns cuidadlos bsicos, tais como: + Escouu oA apaneuiacen, Os equipamentos selecionados dover ser adequados ao tipo de trabalho a ser desenvolvido, e também ter resolucdo ~ menor unidade que pode ser medida com 0 aparelho ~ precisao ~ porcentagem de erro provavel ~ adequadas. A conveniencia de utlizagao, 0 uso correio ¢ 0 custodesequipamentos também so fatores importantes a considerar. + Méro00 be Ensaio. Os resultados obtidos em ensaios distintos sobre um mesmo tema deve ser comparaveis, ou seja, a experiencia deve ser realizada de forma a permifir a tepeticio dosresuiltados em. ‘qualquer lugar ou época. Numa pesquisa devemos cuidar especial 122_____trvnoeusfo& eremnanan = concEITO, EMANENTAS CONFCRTANENTS mente em distinguir quais sio as variéveis despreziveis e quais as relevantes nos ensaios, fazendo as simplificagées possiveis controlando os parametros efetivamente mais significativos. Inougko. A inducdo é uma forma de raciocinio enalitico ou de argumeniagao, consistindo num dos principais artificios do experimentalismo modemo, E um processo através do qual se parte de verdades particulares para concluir verdades universais, tendo como base a generalizacao de propriedades comuns a um determinado nimero de casos observados. E um proceso ampliader que normelmente culmina numa lei. Lei é uma proposigéo que estabelece uma relacao constanteentre as varidveis presentes num fendmeno, enunciada apés a confirmacao dos fatos mediante a experimentacéo. Um exemplo de raciocinio indutive, que pode auxiliar no seu eniendimento, € 0 seguinte: foi constatado que os maleriais A, Be C, todos metais, sto bons condutores de calor. Ora, se A, B e C sio bons condutores de calor e so metais, podemes concluir que todos os metais so bons condutores de calor. comes rs => Inucko — Pont E importante atentar para o fato de que as generalizagées das relacdes evem ser compativeis com os fendmenos estudados, e bem fundamentadas, para que néo cheguemos a conchisdes falsas. Depucko, O processo dle deducdo — raciocinio sintético ou silogismo ~ parte do geral pata o particular, explicitando verdades particulares contidas ‘em verdades universal. Naciéncia experimental, a dedugdo ocorre principalmente na fase final do processo de anélise. Ao examinar uma estrutura com problemas, um engenheito principia com as indugSes do diagnéstico. Apés 0 diagnéstico, conclui dedutivamente sobre qual a solugéo a adotat. Caviru 5 ~ Pesquisa ecousaica 123 Processo de Deducso Um exempio de provesso de dedugao € 0 seguinte: como sabemos que osmeiais sio condutores de eletricade, e sendto o cobre um metal, podemos deduzir que ele também conduz eletricidade Tal qual a inducéo, a deducéo ¢ uma forma de raciocinio ou de argumentacio, sendo portanto uma forma de reflexdo, ¢ nao apenas de pensamenio, O pensamenta € dispersivo e espontaneo, enquanto a reflexdo requer esforco e concentracdo intencionais AwAurse © Stnrese. A andlise é um processo metédico de tratamento de um problema, que implica a decomposicéo de um todo em suas partes. (Ou seja, é a separagdo do objeto de estudo em seus elementos constitutes. Dessa forma, podemos estudar mais facl e detalhadamente os seus elementos ‘componenies, ¢ conhecer melhor as elagées de causalidade. Com esse procedimento a pesquisa fica facilitada, pois € muito mais f4cl rabalhar com tépicos mais restritos do que com assuntos mais complexos. Neste ilimo caso, a inter-elagdo enire as diversas varidveis envolvidas, eas muitas vezes complexas relacoes de causa ¢ efeito, estabelecem fatores complicativos adicionais A sintese é a complementacao da analise, sendo a composicao geral das condlusées desta. Sintetizar consiste em reconstrir ou recompor os t6picos analisados numa sequéncia compacta e Kigica, Devemos, no entanto, ter um cuidado adicional na hora darreconstitiigéo do todo, para que nao facamos um somaiério simplista dos fenémenos analisados. As decorréncias e implicacbes das partes de um problema devemn ser pensadas com critica e ponderagao, tendo como base esiudos de suas conseqiiéncias globeis. Analise ¢ sintese s80 processos essenciais no estudo de problemas com- plexose estao quase sempre juntas, presentes numa investigaéo. Sao processos complementares, sendo a primeira sempre precedente, ¢ a sequrdla, conclusao. 124 nrno0uco A exes ~CONCTOS,FERUNEITAS € COMFORTS Prosiems] (Anise se Diviso ‘Parkes fem partes separadas. Teorta. O termo teoriando é aqui empregado no sentido de oposigao 8 prética, mas para designar uma construcao intelectual resultante do trabalho filos6fico ou eieniifico Teoria é um conjunto de principios fundamentais que procura explicar, clucidar, interpretar ou unificar um dado dominio de fenémenos ou de conhecimentos. Estabelecer uma teoria implica necessariamente formular hipéteses dos fendmenas analisados. Assim, uma teoria s6 passa a fazer parte dos conhecimentos aceitos quando for comprovada a sua sustentagéo, de forma direta ou indleta, As teorias cientficas, podemos dizer, sao explicativas, conforme pode ser deduzido pelos sequintes exemplos: teoria da evolucdo, teoria da relatividede, teoria dos gases perfeites, teoria do big bang, teoria dos quanta; ‘cada uma deias procura explicar um fendmeno ou evento. EXEMPLO DE UM TRABALHO DE ENGENHARIA ‘Segue agora a descrigéo de um problema tipico de engenharia ~ que envolve alguns dos processos acima apresentados. Na figura a sequir esta esquiematizado © caso de um galpdo - com cobertura metélica — que teria ruido sob a agéo de uma forte rajada de vento. Chamado 2 estucar 0 caso, para identiticar a causa do colapso e emir um laudo técnica, um engenheiro poderia ter assumido posturas como as aqui apresentadas. Num primeiro momento, ele observaria a estrutura acidentada, analisandoas regides de ruptura, a diregio de incidéncia do vento, geometria geral da construgao e os materiais empregadosina obra, dentre outros aspectos. ‘Uma possibilidade seria imaginar que, em fungao de suas observacoes, ele formulou a hipétese de que a ruptura dos pilares de sustentacio teria ocorrido com uma earga de vento inferior & estabelecida em normas oficais. Ao conferir que o célculo estrutural do galpao foi bem realizado, oengenheiro Carrae 5 — Praqien eoveseres 125, formulou aseguinte hipétese mais especfica para justficar 0 colapso ocorrido: 0 ferro utilzado na armagao do concreto armado ¢ de baixa qualidade. Para verificar esta hipétese, foram retirados corpos de prova ~ pedacos de ferro da propria estrutura sinistrada — para a tealizacao de experiéncias em laboratério, Um desses testes, para verificar a maxima resistencia de ruptura do material, foi ensaiar os corpos de prova em uma maquina de tracéo. Nesta méquine, os corpos de prova so iracionados até a ruptura, sendo tragados, simultaneamente, diagramas tensio x deformacéo. Diagramas como esses ermitem conhecer 0 comportamento do material sob carga crescente. De posse desses daclos, o engenheiro pode conierira veracidade da sua hipstese. Comprovadaa hipétese, foi emitido um laudo técnico apresentando as causas do colapso do galpéo. Observasioe antlise “etage ands Hipétese Ferro da armacio dos Siares de eancreto fn resist Soutagao g Experimentacio_ Diagrama tensto- Comerse rupture nose | Deermacio Exemplo da um trabalho de engenharia 126 Inmoo0ho A NCAA OREO, RNASE cOMORMNETOS EXEMPLO DE UM TRABALHO DE PESQUISA Esté mostrado na figure abaixo um dispositive experimental desenwvolvido para o controle termico de componentes eletrOnicos operando em ambiente de microgravidade. © experimento é um sistema bifésico de bombeamento capilar que utilizou gua como uido de trabalho. Foi aplicado calor no evaporador capilar por meio de resistencias elétricas, tendo esie sido dissipado no condensador com o auxilio de ventiladores. O sistema possi um reservatdrio para o controle da temperatura de operagéo no evaporador capilar. As temperaturas foram medidas com 0 auxilio de termopares estrategicamente posicionados de forma a propiciar a anélise do ‘comporiamento termodindmico do sistema. Um microcontiolador ~ PC-104 ~ foi utlizado para aquisicao de sinais ¢ controle das potencias aplicadas 20 evaporador e reservatévio. Fm marco de 2006, este experimento foi testado a bordo da estacao espacial intemacional ~ International Space Station (ISS) ~ € foi qualiicado para uso espacial i Sistema bYsico de bembeamento copia, testada em ‘marge de 2006 a bordo do extagio espacial internacionel A descrigao sucinta do experimento acima, apesar de sugerir alguma complexidade, nao tem por intuito cobrir de mistério 0 mundo cientifico, insinuando que uma pesquisa seja algo inatingfvel. Ao contrario, a grande mensagem do texto é mostrar que cada pesquisa tem sua singularidade e que, portanto, para realiz4-la, o pesquisador tem de dominar terminologias, saber operar equipamentos especticos, consultar artigos pertinentes aotema, cenfim, deve especializar-se em determinada érea. ‘A comunicacao cientifica 6 quase sempre narrada em termos muitas vezes complexos, especificos, muito particulares, que sao desconhecidos do grande pablo ~ inclusive por profissionais experientes, Mas isso nao deve ser motivo de preocupacéo, pois, da mesma maneita como acontece com a * Cortesia: Laboratrio de Combustsce Engenharia de Sistemas Térmicos (LabCET). EMC! UFSC. Carino 5 Pescuen 1cxoscica 127 leitura de qualquer texto, 6 necessério um bom conhecimento da linguagem ‘écnica utlizada. Até porque, muitas vezes, esses cédigos $6 s40 mesmo compreendidos por especialistas no assunto. Tanto quanto para as pesquisas clentifica e tecnologica, para varios trabalhos comuns da engenharia a experimentacao é recurso fundamental Portanto,treinar esta tarefa 6 essencial para © sucesso profissional Orcanizacao Da PESQUISA [Nao hé mais quem possa defender a idéia de que o desenvolvimento da ciéncia ¢ da tecnologia depende estritamente do trabalhode genics. Houve, sim, uma época em que isso poderia ter aceitagao. Mas o fato € que mesmo 9s grandes génios da humanidade sempre estiveram assessorados acompanhados por equipes de abnegades auxiliares que os ajudavam a der corpo as suas criagdes; mesmo que fosse apenas contradizendo suas idéias, provocando assim motivagao para sobrepor as baneiras que se apresentavar, Mas hoje jd esté sacramentade @ idéia de que os desenvolvimentos s80 fortemente dependentes de um método de trabalho -em especial a tecnclogia ~ e da colaboragao entre grupos de pesquisadores. ‘A organizacao de uma pesquisa comeca pela escolha do tema, que nao nasce ao acaso:é fruto de um processo de selegio e de maturagéo que passa por muita letura, estudo reflexéo. Essa definigao também pode ser resultado dda sugestio de um otientador — como acontece em dissertacées de mestrado ou teses de doutorado--, sendo aindao processo corriqueiro de aparecimento de assuntos de trabalhos escolares. Mas € esperdvel que a experiencia do pesquisador 0 eve a um amadurecimento cientifico-teenolégico tal que, a partir de determinado momento, o capacite a fazer abordagens consistentes em determinadas éreas de conhecimento, Selecionado o assunto, devemos partir para a sua plena compreensic, ‘que $6 estara assegurada quando formos capazes de explicé-lo claramente a ‘outros, exemplificar com casos particulares, apresentar possiveis aplicacées dos resultados, desenvolver o tema e analisé-lo com propriedade e fluide. Umbom dominio do assunto pode ser conseguido através de pesquisas bibliogréficas ~ hoje bastante faciliadas com o advento da internet -, onde temos oportunidade de fazet os primeitos questionamentes, recortes e esclarecimentos do trabelho. ‘Ato continuo, o assunto deve ser convertido em problema, porque uma ‘Pesquisa s6 tem sentido quando temos um problema e partimos & procura de ‘uma solugéo para ele, Antes de estar formulado o problema nao hé o que 128. Inmooucho A uct ~ eee, HMAENTS € eDrPOrTANENTOS solucionat. E talver soja mais importante saber formular bem um problema do que resolvé-lo, até porque encontrar solugées para um problema mal formulado pode ser um trabalho completamente inti, ‘Vencidas essas eiapas iniciais, partimos para a confecgao do pleno da mente dita, que, logicamente, nado poderé ser rigido, mas alteragées de acordo com o andamento dos trabalhos. De uma forma geral, uma pesquisa seque os sequintes passos, em alauns casos nesta ordem, em outros, numa seqiiéncia diferente: + definicéo do tema; + pesquisa bibliografica, para verificar quais estudos foram realizados sobre 0 assunto e para colher dados; + delimitacao do assunto, com a definicao do enfoque a ser adotado; + definigéo dos objetivos a serem aleangados; *+ escolha do titulo da pesquisa: + justificativa da pesquisa, indicando as contribuigdes que o trabalho podera trazer; + formulagao do problema; + enunciado de hipéteses; + definicdo dos instrumentos necessérios aos trabalhos, + execugaodo plano de trabalho, que determine a forma de reaizagéo da pesquisa e a coleta e analise dos dados; + definigao do cronograma de desenvolvimento dos trabalhos, estabelecendo o orcamento necessario para a provisao de despesas com pessoal, materials, servicas ete.; ‘+ realizagao do trabalho propriamente dito; + discussio dos resultados obtidos; * conclusdo e observacées sobre o proieto: + confecgao de telatério Devers salientar ainda que 0s passos acima descritos nem sempre estaréo presentes numa pesquisa. Cabe ao pesquisadora deciséo sobre quais deles ~ e em que ordem — deverdo aparecer. Casruio 5 - Prguten eonoteica 129 Veritque em ciferentes fontes como est8o definidos os termes cnc © tecnologia. Treque idélas cobre esses concetos com seus coleges. Escrevo ‘agora @ sua pereapslo sobre estes temas, Junto com um ou dts col ‘ectojam deservowvendo ‘objetivec, quem 06 financa, quais ado 08 seus métodos de peaquiea e como rogictram 0: resultados abtides, 28, converse com professores de sua escola cue lume pesquiea. Procure saber quals sio 0: seus ‘presenter @ Glecutr exemploa de trabalhoe de engenharia referentes 6 19 ‘especialidade (eléties, mectnica, quimica, flerestal, metalurgia.). Tome como roferéncia 0 exemple mestrado neste capitulo, que contém um caso tipice da Engentara Civil. Procure exemplos, de proferénda om jerrals ¢ revistes, que possem ilustrar ‘cada um dor processor da um método de pesquisa (ooeervacto, hipstece, ‘experimentagio.). ‘inca tecnsags tim ume forts ges com a8 poten de deservivimento Ge pe Brac br wavs de ature canary sears ees mmacanbmos, cmos anconrs exe srpacte ro Brel de je, Dope, descreva tal situaggo com pelo menos 300 palavras. Ger . COrgenize um pequeno seminéro junto com seus colegas de turme pere lz de ums leitura atenta, procure estabelecer no minime dez atividedes {que complementer o aprendizade deste capitulo. na internet, selecione a0 menos cinco livros que, na sua epnido, pessam aprafundar as que:tées tratedac neste capitule.Discuta com colagas eu com profescores a portinéncia da cua propasta. Criatividade _ } ‘A PROCURA POR MELHORES SOLUGOES 0 trabalho do engenheiro é uma incessante procura pela reducdo de peso, custo, consumo... € pelo aumento do rendimento de sistemas, da sua produtividade, utlidade... Como sempre existem varias solucées para cada problema, o engenheito deve também estar apto aselecionara melhor dentre ‘las. Essa selegio nem sempre se dé por decisées puramente téenicas, nem ‘acontecem por passe de magica. Além do mais, um bom profissional jamais ‘staré safislto com o seu trabalho enquanto nao conseguir melhorar uma solugae até quanto Ihe for possivel. O procedimento utilizade para se chegar a estes objetivos é a otimizacao. Otimizagao € 0 proceso de procura por uma solugéo que fomeca 0 maximo beneficio segundo algum critério; ou seja, € a busca da melhor condigéo. Afirmamos que ¢ procura porque nem sempre a condigéo étima alcangada, embora o timo seja sempre uma meta. As vezes, restrigdes ‘econémicas, de tempo, de recursos técnicos ou mesmo de falta de conhecimento limitam essa busea pelo étimo. Por étimo entendemos 0 melhor possivel, ou seja, a melhor solicao para um problema ou a condigéo mais favorével de um pardmetro, que pode parecer de diferentes formas. Por exemplo, em algumas situacdes procuramos Por um maximo ~ como no caso de melhorar a produtividade na colheita de ‘gros numa plentagéo de soja -, € em outras, por um minimo - quando procuramos reduzir um custo ~ como no caso em que queremos reduzir os ‘gastos com transporte de frangos entre 0 avidrio eo abatedouro. Assim, 0 proceso de otimizagao em engenharia pode ser entendido como um procedimento de maximizar ou minimizar varidveis. 134 Inrooucio A ENGEWIRIA~ CONCHTES, FESRAMENTAS ECOMPORIAMENTOS Ha varias maneiras de aplicar isso que chamamos de arte, essa coisa que depend de inventividade, percepcao individual, sensibilidade, inti ‘motivacdo, acdo. Ha inclusive técnicas consaaradas que ajudam a liberacéio ou 0 desenvolvimento do lado artstico, aquilo que costumamos chamar criatividade, Podemos resumir assim: pare podermos solucionar de forma adequada asnossas questoes técnicas, devemos ter quantidade, qualidade e diversidade de idéias tite, e isso também pode ser conseguide com esforco, forga de vontade e a aplicagéo de alguns procedimentos ‘éenicos. Para a pratica da engenharia ainda sao necessérios experiéncia ~ 0 contato com o ‘mundo profisional é essencial parao desenvolvimento de uma boa engenharia =e bom senso, essa coisa eiérea que pode significar a aplicagio positiva da razao e do raciocinio a vida pratica IIE - fesse) « (aa) « pees ‘A engenharia moderna depende cada vez mais dos conhecimentos cientificos ¢ dos desenvolvimentos tecnoléaices. Os cursos de engenhari és-graduagées, seminarios, congressos e feiras estio ai para confirmar esta idéia. E quem quiser ser reconhecido como engenheiro deve buscar com afinco dorrinartécnicas, processos, conceitos e teorias de sua Sreade atuacéo. Porém a engenharia jamais vai prescindir do empirismo e, principalmente, de uma caracterstica altamente desejével para um bom desempenho profissional: a criatividede, cBrcia + tenia + arte + experiénda + bom senso O Que & criativiDaDE Definir ciatividade nao ¢ terefa simples. Mas podemos adiantar que criatividade ¢ uma propriedade bem humana e que todos possuem a capacidade de desenvoiver 0 seu potencial criativo. ave ¢ criatividade? Quem pode ser considerado criativo? De forma resumida, podemos dizer que a criatividade pode ser encontrada nas pessoas que geram idéias calcadas em caracteristices tais como novidadle, utiidade e simplicidade. Uma pessoa criativa também é aquela distinguida pela capecidade de sintetizar novas combinagées de idéias e conceitos enire formas comuns ¢ usuais. Seria como olhar para @ mesma coisa que os demais olham ever algo diferente, visualzé-la sob outro ponto de vista, num outro contexto, desempenhando uma nova funcio. ‘Cosma 6 ~ Crumivonoe 135 Artesanato primitive ~ estas, ‘erdmica © pontas Talves seja exatamente quando estamos preocupados em conceber solug6es para 0s nossos problemas que as idéias aflorem de forma mais significativa. Eneste momento que o engenheiro deve desenvolver eliberar a sua ctiafividade de forma mais intensa, para poder gerer quantidade, qualidade e diversidade de solugdes. Neste coniento ~ durante 0 desenvolvimento de lum projeto =, uma etapa em que a ctiatividade é particularmente importante 6a face da concepgio de solug6es, pois nesse momento quantidade, qualidade e diversidade de idéias serao de grande utilidade, Entietanto, nao obstante toda a importéncia da criatividade para a engenharla, este assunto raramente é tratado nos cursos formais coma énfase ‘merecida, Masnéo deverios esmorecer diante desse quadro, pois é importante sabermos que o bom desempenhona vida profissional dependeré muito dessa habilidade, Estarmos motivados para o aprendizado, exercitar constantemente aimaginacdo e nutrir uma certa dose de inconformismo com a situagao atual fazem parte do conjunto-motor que aciona a busca de novas soluges. Podemos partir de alguns principios: a) criatividade pode se entendida como a habilidade de criar idéias; b) criatividade pode ser aprendida e aperfeigoeda ec) uma forma de desenvolvermos 0 nosso potencial criativo € conhecer as barreiras que o afetam — para tentar evité-las — e aplicar técnicas reconhecidamente eficazes para ativa-lo. Além disso, saber como funciona o processo ciativo também gjuda a liberar a ctiatividade, Nos proximos itens varnos ciscutir um pouco estas questées. AAS BASES DA CRIATIVIDADE Hé um mito popular que diz que as idéias criativas surgem rapidamente com espontaneidade. Elas apareceriam como um raio, iluminando e energizando a mente de algumas pessoas privilagiadas. Assim teriam surgido grandes invencées, obtas-de-arie, descobertas cientificas, idéias geniais. 136 Inrn00ucSo A ENGEWURIA~ CONC, FEERAMENTAS ECOMPORTANENTOS Nao é bem assim, Salvo raras excegSes, as idéias nc aparecem apenes de lampejos méaicos e nem muito menos sao privilégios de uns poucos, que J teriam nascido com algum dom particular para inovar. Ativar 0 érebro na busca de idéias inovadoras: esta parece ser a chave que abre as portas do mundo ctiativo! Michelangedo (1475- 1564) e uma ce suas Inumeras obras ~ A criaca0 de Ado, parte os atrescos da Capela ‘cistina =, grande ciiagéo da Inventividade humana “Muitos aspectos tém relagio direta com o grau de criatividade de uma pessoa. Identificé-los e procurer ampliar as suas prOprias fronteiras é um excelente inicio para desenvolver a capacidade ciiativa. Em linhas gerais, podemos identificar quatro desses aspectos: conhecimento, esforgo exercido, aptidao e método empregado. CConhecmento Esforeo exercdo _Aptiddo—-Métozo emprecado ConneciMeNTos, Os conhecimentos constituem uma das mais signifi- cativas bases para a geracdo de solucées. Quanto maior 0 acervo de ‘conhecimentos, mais ampla serda fonte de informagSes; dessa forma, maiores serao as nossas chances de gerar idélas. Dentre os conhecimentos que o engenheiro deve possuir, os mais imporiantes para o processo do projeto sao os relacionados com sua formacao técnica, Mas nem todas as solugées de problemas de engenhatiaestao baseadas apenas nos aspectos técnicos. E comum que os problemas envelvam assuntos, por exemplo, das areas de economia, ecologia, adminsstracao, direto... Por isso, um ponto essencial para a criacdo é termos dominio de conhecimentos das mais diversas reas, pois, quanto mais amplo for o volume de conhecimentos, maior a bagagem de matéria-prima para gerar idéias. Usando uma metéfora, € como se a nessa mente fosse um calidoscépio: quanto mais elementos tivermos A disposicéo, mais combinagées de imagens podemos obter. Coonan 6 — Couronne 137 Imagens de un caldosespio, elementos Imagens de um ‘ealidoscépio, lementos iguais Fazendo um paralelo entre um engenheiro e um marceneiro, poder‘amos associat 0s conhecimentos daquele ao quadro de ferramentas deste. Quanto mais ferramentas estiverem dispontveis no quadro - ¢ melhor soubermos uusd-las ~ mais condic6es teremos para realizar um bom trabalho. Esrorco exercioo. Apenas com aaplicagao do.esforco pessoal é dificil ‘obter boas solucdes. Entretanto, este particular poderé complementaras demais caracteristicas. A perseveranga é um fator decisivo no processo de projeto, o's nao podemes sucumnbir ao primeiro obstéculo, Prosseguir no trabalho enquanto divisamos possibilidade de sucesso é uma das atitudes mais acertadas. Devemoslembrar que qualquer pessoa pode aumentar 0 seu esforco num trabalho até quando quiser. Conta-se que Thomas Alva Edison (1847-1931), quando j4 havia realizado cerca de setecentos experimentos, na tentativa de obter a lampada de iluminacéo elétrica, teria sido aconselhado por um dos seus auviliares a desistr, pois julgava jé ter sido provada a sua inviabilidade. Afinal, Edison estava esgotad, financeiramente abalado e as possiblidades de éxito pareciam cada vez mais remotas. Centenas de fracassos era uma dose excessiva de frustrag6es. Quvindo tal conselho, o inventor teria dito que estavano caminho certo, pois jé sabia centenes de formas de nao se construir um filamento incandescente duradouro. Ele imaginava que, porianto, jé estava bastante perto da solugéo. Aliés, dizia ele que “génio 6 1% de inspiragao e 99% de transpiragao” ‘Thomas Alve Edison © duns de suas 1.093 patentes: 9 primeira Tmpad de flamerto incandescente duradoure, produzida ‘em 1879, 20 Fondgrate (3877) 138 Iqnooucio A icnwanin = cote, FARMHEITAS €conMORARENCOS Apnipio. Embora soja contioverso afirmar que determinadas pessoas sejam “talhadas” para alguma profsséo, é mals ou menos um consenso afirmar ue umas parecem ter mais aptiddo que outras para certas atividades — afleismo, misica ou vendas, por exemplo. Apesar disso, podemos partir da premissa de que as aptidées de cada um so caracteristicas que tém intima relagao com a formacao eduicacional, com a cultura em que esta inserido, cde aspectos gereis de sua educagao familiar. ‘Aveta numa psta de patinacio je Wolfgang Amedeus Mozart (1756-1791) ~ um dos macres misicas de todos os tempos. ‘Nietismo © musica, dias tvidades que tembém exgem ‘bptido © treinamente, © tipo de educagao - aqui entendida no seu sentido mais amplo - que temos desde a infancia certamente é um fator primordial quo direciona o gosto, a sorsibilidade e a destreza que adquirimos pelas diversas alividades. Quem atua num campo em que tem “teconhecida aptidac”, étimo. pois isso oderd ter reflexes excelentes no seu trabalho. Se alguém, por gostar de delerminada érea, sempre se colocou como observador atento dos seus Tespectivos processos de solucao, certamente, mesmo sem alguns ‘conhecimentos cientificos para explicar 0 porqué do acontecimento de cerios fenémenos, podera fazer uso de seus prineipios para sclucionar problemas ‘em que eles aparecem, Um pedreiro, quando precise nivelar os azulejos numa parede, usa 0 Principio dos vasos comunicantes, provavelmente sem saber quais os fenémenos fisicos envoluidos no processo. Se esse individuo nunca tivesse se importado em observar outras pessoas irebalhando no seu campo de atividade, dificilmente poderia usar essa idéia para solucionar seu problema. A aptidio tem muito a ver com o aprendizado empitico. Merooo emprecapo. Um método é um caminho ao longo do qual podemos chegar ao ponto desejado. Isso implica intencionalidade e ‘movimento, caracteristices que evidenciam o carater dinamico de um método, No capftulo referente a pesquisa temnolégica é abordada a questao referente ‘A metodologia da pesquisa. Neste momento, basta lembrarmos que € importante o emprego de um método na procura de solucoes, pois isso pode auxiliar em muito a ctiatividade, despertando e sistematizando a busca ¢ economizando tempo com a eliminagéo de tarefas desnecessérias, Um méiodo Cire 6 = Curmmeoroe 139 também auxilia a busca em fontes de consulta — livros, revistas, jornais, catalogos, internet etc. -, realimentando 0 acetvo de conhecimentos do profissional René Descartes (1596-1650), ‘considerado um dos pals Ja fiosala modem, publicou, em 1657, como pretécio de uma obra, 0 Discurso sabve 9 metodo = fgura a aieita ~, sistematlzando as bases da céncia moderna processo CRIATIVO A maturagao de idéias € uma excelente ferramenta para melhorar a capacidade criativa. Isso acontece porcue normalmente uma idéia, no comero, 6 construida de forma superficial, tendo-se dela apenas uma definigao vaga ou uma imagem parcial; somente apds uma certa dose de maturacéo € reconstrucao ¢ que ela se torna cara e bem definida. O fato é que muitas das solugées mais criafivas surgem por meio de um processo lenioe intencional, que pode ser cuitivada e aprimorado pelo estucla € pela pratica, Eniretanto, mesmo que técnicas especificas sejam utilizadas para ativar 0 processo criativo, as idéias nao surgem apenas como resultado do esforco concentrado, da capacidade que temos de nos dedicarmos a um trabalho ou do emprego de técnicas eficientes. Em muitas situagdes, hé a necessidade de um afastamento do problema para um descanso mental e, em seguida, uma retomada dos trabalhos. Iso as vezes é necessério até para evitar a saturagao do pensamento, o que pode turvar a visdo de uma solucéo. Suraida a idéia, devemos revisé-la, para permitir generalizacdes, avaliagdes dos resultados e 0 seu aprimoramento. Durante todo esse provesso, um bom habito 6 anotar as idéias desenvolvidas. Em primeiro lugar porque idéias ndo registradas perdem-se com facilidade, e, uma vez esquecidas, dificimente podem ser recuperadas. Em segundo higar, porque anotacées padem ser de extrema utilidade para novos estudos, principalmente quando constatamos que apenas um ponto de partida pode desencadear toda uma outta linha de raciocinio. Em todos 0s esforgos feitos para gerar idéias € importante 0 registro. Uma idéia ¢ algo transitério; outros pensamentos tomamIhe rapidamente © 140 Imoouclo Lexcowwnn ~ costes, rananenras € cowomnenTos lugar. Acontece com certa freqiiéncia de nos entusiasmarmos com uma nova idéio € comeganmos logo e procurar possiveis aplicagbes, ou detalhar algumas de suas caracteristicas, esquecendo a idéia original. E fundamental, portanto, estarmos atentos @ rapidez com que costumamos esquecer das coisas. Apés algum tempo dominados pelo valor de uma idéia, pensando em suas possiveis aplicagdes, podemos esquecé-la ‘momentaneamente. Quando tentamos tecuperé-la, se nao a registramos, tudo que lembramos dela so, muitas vezes, apenas tragos vagos. O mais importante, a propria idéia, desapareceu. Quem j4 passou por essa experiencia enao quer que ela se repta sabe muiio bem que é sempre bom esiar de posse de um bloco de notas e um lépis, para registrar a criagéo t8o logo ela ocorra Esforco cencentrado Etapas 1cesso criativo, Ravisio das solusdes ‘Aiastamento do problema Em linhas gerais, podemes sinielizar 0 processo criativo através de alguns passos: preparagao, esforco concentrado, afastamento do problema, viséo da idéia, reviséo das solucées. Espaco DE SOLUGGES DE UM PROBLEMA Imaginemos que o campo de possiveis solugSes de um problema pudesse ser representado através de uma figura. Nessa figura, linhas fechadas vepresentariam fronteiras limitando um determinado volume de solugoes possiveis para um dado problema, que obedeceriam a determinados ‘ondicionantes. Alguns pontos representariam solugées particulares para esse problema. Nao que as solugoes estejam ja prontas em algum lugar, esperando para serem “capturadas”, “descobertas”. Esta representago que estamos propondo trata-se, € légico, apenas de um exercicio de imaginagdo, para nos ajudar a pensar sobre o assunto, 141 Representacio hipotétiea do espaco de solucées de um problema, Iimtado por Jcondicionantes Nao deve ser dificil perceber que nem todas as solugées ~ neste nosso exercicio - s8o possiveis num dado momento. Entendendo que esia figura Tepresente a situagao posta, podemos intuit que algumas restrigées de fato limitam a area real de trabalho, donde podemos concur que o universo efetivo de solugées disponiveis, para aquele problema hipotética ica delimitado pela tea de intersecao das fronteitas ali representadas. Isso acontece porque qualquer solicao que esteja fora do campo de conhecimentos do efigenheiro, que nao obedega as condicionantes reais impostes ao problema ou ainda que, por algum outro motive qualquer, sea sumariamente desconsiderada, no serd especificada, Da representacao desta figura podemes concluir que 0 espago de trabalho é geralmente amplo e que, para que possamos “alcangat” muitas das respostas, devemos dilatar tanto quanto possivel as fronteiras que limitam © campo de pesquisa por solugées. Porém isso nem sempre é facil. Aumentar 0 campo de conhecimentos é uma questio muito pessoal e normalmente depende mais de forca de vontade e decisio préprias do que de fetores externos. Qualquer pessoa pode aumentat ‘© seu nivel de conhecimentos até quanto Ihe for conveniente. Mas existem algumas restricdes, que tém infludncia muito forte no espaco de solucses, que nem sempre séo de responsabilidade direta do engenheira. Algumas dessas resttigdes s40 comeniadas a seauir. Uma das fiontelras indicadas na figura —a das condicionanies reais — resulta geralmente da fixagao das condicSes de entrada e de saida do problema. Exemplo: no projeto de uma méquina de lavar roupas, o estado inicial pode ser representado pelas roupas sujas e o estado final, pelas roupas limpas. Uma condicionante inescapavel, sem dlivida, é remover sujeira das roupas. 12 Inmapigio A EAGEWIARA ~ COTES, FERAMENTAS COMPONENTS Ha outros tipos de condicionantes, que também sao reais, das quais 0 engenheito toma conhecimento atraves de administradores e clientes, provenientes, principalmente, das condigées de mercado. Como exemplo podemos citar as dimensGes da maquina ou 0 seu preco de venda, quedevern ser funcéo das possibilidades de comercializacao. No caso do eletrodoméstico citado, ndo adiantaria fabricé-lo, mesmo que pudesse apresentar alguma vantagem em termos de eficiéncia ou avango tecnolégico, com dimensies cima dasimpostas pelos clientes ¢ pelo mercado comprador, pois as vendas seriam, fatalmente, fracassadas. Ninguém compraria um equipamento que nao coubesse no seu local de utlizagao ou que nao fosse compativel com seu ‘orcamento. Entretanto, nem todas as condicionantes impostas devem ser automaticamente aceitas. Algumas vezes detectamos a incompatibilidade ou a inconsisténcia de algumas delas. Dentro de um determinado dominio de ‘conhecimentos pessoaise de um conjunio de preceitos éticos, devemos assumir ‘asolucéo mais viavel e coerente; As vezes isso pode provocat. inclusive, atitos com a hierarquia da empresa. Porianto, devemos estar preparados para defender com firmeza as nossas posicbes profissionais, pois 0 engenheiro deve ter a responsabilidade profissional de verificar se as condicionantes imposias so cabiveis ou inaceitévels Imaginemos, por exemplo, um engenheiro de uma empresa que tenha recebido a incumbéncia de projetar e construir um queimador industrial para geracao de calor — capaz de ser operat com qualquer tipo de residuos sélidos e que, ainda, tenha um custo de fabricagao 50% menor do que os equipamentos similares produzidos pela concorréncia, Apés répides andlises © engenheiro talvez perceba que esta é uma tarefa dificil - quem sabe impossivel - para ser desenvolvida num curto periodo de tempo ou com os recursos disponiveis. Telvez ele logo conclua que, para conseguir cumprit de alguma forma a tarefa, ouse queimam apenas alguns tipos de residuos sélides ‘011 se aumentam os custos de fabricacéo. E esta conclusao poderé coloca-lo em posigdo de ter de defender com firmeza a sua deciséo, tendo que convencer a direioria de que 0 empreendimento proposto nao ¢ viavel. H4 um outro tipo de condicionante - normalmente camuflado sob as ‘mais diversas formas — que dificulta sobremaneita o trabalho do engenheiro: ‘as condicionantes ficicias. ‘As condicionantes ficticias néo so decisdes explicitas. Sao o resultado de agir ~ automaticamente e sem jusificativa ~ como se algo tenha de ser feito de determinada maneira ou como se uma ceria possibilidade tivesse sido excluida. 0 fato de as condicionantes ficticias nao resultarem de Cetrno 6 = Cussinoroe 143 deliberagéo consciente constitui seu maior perigo, Muitas pessoas excluem possibilidades valiosas, levadas por uma proibicao inconsciente, muito embora nenhuma restrigao neste sentido conste do enunciado do problema. A melhor maneira de evitar es condicionantes ficticias € aumentarmos a atengao na anélise do problema, em especial com a sua formulacao e com a definicao das suas varisveis, CO 6) leem avaro Mowmertae faces aoe ioenec ue ser taro poor « @ eneys Forman pepe, unr ee idngulos eailsterse OO O) erctios A base de muitos quebra-cobecas, adivinhas, enigmas, charadas e jogos justamente contar com algumes condicionantesficticias que automaticamente assumimos durante a solucéo, sem que ninguém as tenha formulado explicitamente, Num projeto, algo semelhante as vezes acontece.- BARREIRAS QUE AFETAN A CRIATIVIDADE No texto acima apresentamos alguns dos aspectos basicos que teriam influéncia sigificativa na atividade criedora — conhecimento, estorco exercido, aptidao ¢ método empregado. Como nem todos nés somos iguais, apresentando as mesmas potencialidades em todas as éreas, podemos ¢ devemes usa arificios para contornar possivels problemas ou reforcar nossas habilidades. For exemplo, em caso de deficiéncia de um desses aspectos, podemos aplicar com mais intensidade outros, para que, no conjunto, cconsigamos éxito no trabalho. Quem tiver pouca aptidao ctiadora podera aumentar 0 seu esforco na procura de solugées ou empregar um método mais eficiente © chegar também a um bom resultado final Usando com intoneidader ‘diferentes 22 bases da cratividade, odemos aleancar 9 mesmo nivel de criacsa 144 Inmooucko A ENcNAUIA Cones, PERAMENTAS€ CoMrORTACEN ‘Algumas barreiras sempre estardo presentes entre o criador ~0 individuo ctiativo ~e uma solucéo final. Um bom comeco para aplicar a criatividade saber alguma coisa a respeito dos fatores que prejudicam a sua liberacdo; conhecendo-os, podemos procurar evité-los, © que pode melhorar a nossa capacidade de criar. Ultapassar essas barreiras é uma tarefa normalmente dificil, mas ndo impossival. Despender esforco pessoal ¢ educar a mente para fazer frente a ‘estas barretas parece sero inicio de todo este processo. Uma coisa é certa: a ciatividade pode ser aprimoradla através do estudo, da pratica e, ainda, através ‘do emprego de algumas técnicas reconhecidamente eficazes para tal ‘Alguns bloqueios que sufocam ou reduzem a criatividade estio listados na figura abaixo e comentados a seguir. Para que possamos pensar ciiativamente, é importante sabermos identificar e trabalhar cada uma das bameiras que fazem parte do nosso modo de agir ¢ pensar, € que muitas vezes nem nos aperceberios disso, edo de ete Preocupasto prematura com detahes Dependénds excessive des outros CConservadersme Motveso em excesso Reel promstura abi Satisfegio premature Fog funcional Hierro. Os habitos tomam a vida mais facil, pois criam rotina de procedimento, padrdes de reconhecimento, familiaridade com os objetos & nossa vota, Imaginemos por exemplo que, a cada vez que fssemes comer, fivéssemos a necessidade de imaginar uma forma de cortar 0s alimentos, de levé-los & boca, de mastigé-los, Ou termos de criar, a todo momento, uma maneira diferente de nos vestitmos, de caminhar ou de falar. Seria extremamente trablhoso, talvez invisvel Sepor um lado ter habitos é bom — por dscipinara mente e tomar automé- fica uma série de acdes -, por outro pode ser altamente prejudicial, pos pode fazer com que o fluxo de téias cosseo se iniciom somente as agdesde rotina, que exigem menos esforco, princpalmente mental Para manter um equilbrio, deveros avaliar com freqindia nossos habites, ce modo a fazermos deles aliados, e no empecilhos. Se os considerarmes benélicos, devemosutilzé-los e manté-os, Mas, quando alguns deles estiverem nos prejudicando, o melhor a fazer 6 descarté-los, quem sabe substituindo-os por outros mais saudavels & nosse atividade ctativa. Fixacho FUNCTIONAL. Psicélogos afirmam que, com freqiténcia, assumimos um Gnico uso para um produto, de acordo com a sua uitilizagéo original. Por exemplo, uma lampeda de filamento incandescente teve a finalidade primeira de ituminar um ambiente, mas pode também ser utiizada para aquecer uma cultura de bactérias, para sinalizar 0 funcionamento de uma méquina, como elemento de decoracéo, como objeto para tiro ao avo ‘ou como equipamento auxiliar para medir a altura de um edificio, Em indimeras situag6es, desde que livre da fixacao funcional, podemos utilizar um objeto para funcées diversas daquela para a qual ele foi mente projetado, Um pis é visto como um objeto para escrever, mas dificilmente como objeto para fixar uma porta, como combustivel ou como arma de detesa pessoal. PReocuacho PREMATURA com DETALiES. Um problema nao pode ser detalhado muito cedo, pois isso podera impedir que uma visdo ampla de suas potencialidades sejaliberada. Quando isso acontece, torna-se dificil originar idéias radicalmente diferentes. E preciso pensar em termos amplos, centrando as buscas em soluc6es gerais e deixando para mais tarde os detalhementes, “Tentativas de iniciarmes imediatamente o detalhamento da primeira suposta ‘boa ideia prejudicam a capacidade de pensar com liberdade. Vaguear imaginativamente sobre o problema é uma boa medida para encontrarmos solugées alternativas. O detalhamento prematuro é um sintoma de pessoas que no sio préticas. Devennéncra excessiva pos outros. Um ofuuscamento comum de acontecer - e que leva a redugéo do potencial da capacidade criadora - é 0 fato de nos deixarmos impressionar em demasia pelos conhecimentos ou ppelo julgamento de outros. Para vencer essa barieira, devernos constantemente procurar resolver pessoalmente os problemas. Esta dependéncia, no entanto, no significa que pessoas com mais experiencia e conhecimentos nao devam ser consultadas. Ao contratio, procurarmos informacées ¢ sugestées de individuos mais experientes ~ vendedores, clientes ou téenicos — tem 0 efeito, direto de aumentar os nossos conhecimentos e estimular a geragao de idéias. Morivagho em excrsso, A motivagio excessiva pode ofuscar a visio, estreitar 0 campo de observacao ereduzit a eficécia do processo solucionador. Isso pode levar & busca do perfeccionismo ou, entao, a fixacéo de obietivos muito dificeis de serem alcancados, 0 que conduzira & pouca ou nenhuma pprodugao. Sem ser levada ao exagero, a motivagio é um auxiliar decisivo na ‘busca de solucées. Mepo DE cRETICA. Muitas vezes 0 medo de criticas - oude desaprovacto poor parte de outros, ou mesmo de desapontamentos pessoais ~ pode ini 146. Inrsooughe A sneennatin co proposigéo de idéias. Infeliemente, quanto mais originais ¢ brilhantes forem as idéias, mais vulneraveis a critica elas serao. Uma rapida consulta a historia revela casos bastante eloatientes disso. A invencio da maquina téxtil ~ uma dasprecursoras da Revolugéo Incustial—foi curamente critieada na sua época. A invengéo da imprensa, 0s trabalhos especulativos de Leonardo da Vinci, a teoria da evolucao das espécies - de Charles Darwin ~e tantas outras idé revolucionérias so exemplos bastante fortes da vulnerabilidade dasnovidades. Constrvapontsmo, Nao fugir de idéias radicaimente usuais e consagradas é uma aiitude alta mente importante no processo criativo. Reprimir léias novas parece ser uma tendéncia natural do ser humano. O conservadorismo pode levar a rejeicdo prematura de idéias que um pouco mais tarde, em conseqiiéncia de pequenas alteragSes, podem revelar-se valiosas. Uma das qualidades do bom engenheiro ¢ dar oportunidades razodveis a todas as alternativas. Se as primeiras experiéncias com o “mais, pesado que 0 ar” fossem abandonadas, quanto do progresso que hoje a ewvilizagao conhece estaria hibernando! ‘Satisracho PRemaTuRA. Nos contentarmos com a primeira boa idéia ou com um aperfeicoamento apreciével da solucao atual € uma atitude comodista que inibe 0 nosso processo criative. Ficarmos ofuscades pela primeira resposta brilhante que tivermos cessa a busca de outras alternativas que poderdo ser valiosas. Isso leva a “sindrome da primeira solugéo” ~ sempre que encontramos uma solucéo para um problema, costumamos relaxar o esforco de trabalho, considerando a tarefa cumprida. Uma sugestio excelente ¢ procurer uma ‘segunda solugao, ou outras mais, mesmo depos de termos constido.a primeira, ReseicAo prematura. Como nio devemos adotar a primeira boa roposta surgida, também nao devemos rejeitar prematuramente qualquer idéia que nao pareca ser tao boa. Aquela que em um dado momento parece ser uma idéia pobre poderé servi, mais tarde, como pega-chave na solugio de um problema. ‘TécNICAS DE ESTIMULO A CRIATIVIDADE ‘Além des barreiras comentadas acima ~ que contribuem, de alguma forma, para inibir a criatwidade -, ha outras. Mas talvez 0 mais importante seja cada um descobriro que tolheo seu potencal criativo e procurartrabalhar para romper estas barreiras. Mas néo basta detectar quais séo elas. Pera ‘contomna-las € necessatio que facamos um esforco consciente - com disciplina e trabalho — para transpé-las. Deveriamos, de fato, elimind-las. Cairne 6 Crarroane 147 ‘Além disso, existem algumas técnicas de fc aplicagao - que nao so tinicas nem milagrosas -, que poderdo auxiliar muito no proceso criativo. A seguir séo apresentadas algumas delas. Para comecar a gerar solugdes é coum partirmos de uma concepgéo preliminar, mesmo que pobre, pois isso pode fornecer um importante auxilio nna geracio de novas idéias. Apés a definicao inicial do problema, algumas ‘écnicas estimulantes podem ser aplicadas para obtermos varias alternativas. Na figura abaixo esié representada graficamente a aplicacao da criatividade estimulada na solucdo de problemas Seqiiénca de solugéo para um proba ‘usando tecnicas que estimulam a crativade Para melhorarmosa nossa inventividade, devemos maximizaro nimero © a vatiedade das alternativas denire as quais poderemos selecionar as mais, favordvels. Hé varias atitudes que podemos tomar para nos auxiliar na tavefa de procurarmos solugdes criativas, como abaixo comentado: + aumentar cada vez mais os nossos conhecimentos; + fazermos uma tentativa consciente de eliminar as condicionantes © romper as barreiras que restringem a busca de alternatives; + exercer 0 esforco necessério na busca de solugées, pois ndo se atinge ‘© poder criador sem esforgo mental; + adotar uma atitud iva, fazendo perguntas persistentemente: + proauar idéias em problemas anélogos; + consultar outras pessoas engenheitos, técnicos, vendedores, clientes — para colher informagées e sugestées. C49 [== info existe © 60 | £5 espago ampliado para obter novas solucées deve ser aproveitado plenamente. Para ampliar este espago e evitar que a procura se processe de forma aleai6tia, trés procedimentos basicos podem ser utlizados: + Rereréncia. Tomar como referéncia o volume de produgio, a ulizagso @ 0s crtérios previamenie estabelecidos. A quantidade de produtos a scram fabricados, 0 tipo de utilizacio a que estardo submetidos ¢ os citérios que vedo utilzados para.a escolha da melhor solugéo servo ‘como orientacao ao projetista para delimitar a érea de procura des possiveis solugées, reruzindo a aleatoriedade da busca. + PaocuRa, Sistematizar aprocura. A sistematizacao da procura também tora 0 processo menos aleatério, Isso acontece porque passamnos organizer melhor nossas idéias, as indagacées e a prépria pesquisa, o que permite a combinagao de diversas solugées parciis altemativas. + Técutca. Utlizar técnicas que facilitem e estimulem a procura de solugées, Uma forma bastante eficaz de orientar a busca de solugbes =e maximizar o niimero e a variedade das alternativas - ¢ através, da utilzagao de técnicas estimulantes. Tas técnicas objetivam auxili na geragéo de idéias para a sohicéo do problema, abrindo frentes, para a imaginacao trabalhar liviemente, ativando e desenvolvendo a ciiatividade, Algumas delas sao vistas a seauit. Quebra da adaptacie psicclbgicn caixe-preta Inverss Fantasia Brainstorming Caixa morfoligies Empatia Analogia BrarnstorMine, O brainstorming talvez seja a técnica mais difundida e que traz os melhores resultados. E um termo inglés que significa “tempestade cerebral”. Pela larga utlizacdo deste termo no Brasil, vamos utilizar 0 termo no original, sem traducéo. Esta técnica pode ser aplicada em qualquer fase do desenvolvimento do projeto—na elaboracdo de uma solucao para um problema, na procura de rnomes para um novo produto a sar langado no mercado ou para desenvolver formas de embalar um novo produto. © brainstorming tem por objetivo estimular um grupo de pessoas ~ por evolucso. OrtmrzacKo por Turco. De forma geral, associamos este tipo de ctimizagao com 0 dia-a-dia das pessoas. Entretanto, este método também & empregado na engenharia. A intuigéo, de fato, fez parte do trabalho do engenheiro, pois, em muitas situacdes, ele esté as voltas com a decisao de quais pardmetros empregar, ou tem de combinar sistemas que cumprem diferentes fung6es, para compor o seu projeto. Enem sempre tem, para tomer tais decisées, outros instrumentos além do seu proprio julgamento. projeto em engenharia ~ que ¢ um processo criativo ~ ¢ altamente dependente da arte. Na érea técnica, a arte esté relacionada. por exemplo, ‘com a habilidade para ter boas solugSes ou para modelar sistemas ~ em forma fisica ou matematica -, mesmo que nao conhegamos uma justificativa ‘com base cientifica para explicar 0 problema. ‘OrimazagAo Por TeNTArivA, O projeto, conforme ja eniatizado, é um rocesso iterativo. E iniciado com um esboco preliminar da sokicéo - que normalmente é pobre ~ e, através de refinos e novas definigées, chega-se a um resultado final melhor que a proposta inicial. so € normal num projeto, 190 Tra0000%o AeNGENUAIR = CORES, EHUALENTAS# conmenaeNTCE pois usualmente a primeira alternativa nao 6 salisfatéia, senda necessérias rnovas tentativas para encontrar uma boa solugéo. Portanto, a otimizacdo, no sentida geral ~ e em particular a otimizagko. por tentativa ~ ¢ inerente a0 processo do projeto. Naturalmente que este forma de otimizagéo no deve ser confundida como uma busca a esmo, ne quel uma combinacao aleatéria de variivels & feita com o intuito de encontrar uma solucéo melhor. Todo o trabalho deve ser sistematico e baseaclo em hipsteses consistentes, mantendo sempre uma coeréncia no raciccinio, 0 que, aliés, é uma coracter'stica do engenheiro, ‘Tkentca crierca. A técnicade otimizagao gréfica consiste, basicamente, na ullizacéo de esquemas ou desenhos de um sistema fisico real na procura da melhor solucao para o problema em andlise Este instrumento de olimizagao, devido a sua caracterstica visual e grande facilidade de parmitir modificacées, 6 excelente auviliar na definigéo e formas, tamanhos, proporedes etc. Assim, podemos experimentar, através de representacoes graficas, a melhor disposigao ou o melhor uso de espacos. Um exemplo deste tipo de otimizagao esté esquematizade na figura abaixo, onde esiao representados elementos para melhorar a disposicao dos ‘méveis numa sala de trabalho. O processo consiste em dispar a mabslia no ambiente, num desenho em escala, de forma ase obter a melhor distibuicéo. Ever pare Cammario} [Mesa ‘grifica: arrenjor ose 93 move na citar cata fala para ater (Patan) [asi Sprovetaments [st eace Uma forma alternativa de aplicar esta técnica é desenhat a planta baiva da sala e recortar em papelao, em escala, os mévels que serdio dispostos no ambiente. Em segtida devem ser experimentadas varias combinagées até encontrarmos a melhor, Esta técnica constitui um bom meio de proceder a otimizacao por intuicao ou por tentativa. Mérovo anatirico, Esta ¢ a érea mais recente da otlmlzacée, sendo baseada no desenvolvimento matematico. Atteoria mateméiica da otimizagao, desenvolvida desde 1950, tem sido gradualmente aplicada a varias situacoes da engenharia, Um fato que muito - Cavinao 8 = Onvazacho 191 contribuiupara a evolugao desses processos de otimizacao—e a sua aplicagéio a situagées praticas - ¢ 0 desenvolvimento dos computadores, com a sua grande capacidade de armazenar iniormagoes e de realizar cdlculos com alta velocidade Dentre os ipos de otimizacao que usam a matemiética e que podem ser encontrados na literatira técnica especializada, estao: programacao linear e néo-linear, programago geométrica, programagao dinamica, método variacional, calculo diferencial, método analttco-arafico, teoria de controle, A seguir sao apresentados alguns métodos simples de otimizagao analitica, com o intuito de demonstrar as suas potencialidades e impor‘ancia nna engenharia Orimizacio com UMA VARIAVEL O caso mais simples de otimizacdo ocorre quando temos apenas uma variével envolvida. Podemos, entéo, representar o sistema a otimizar por urna fungéo que contém uma variavel independente x ¢ uma variavel dependente xy. Uma expresso matematica pata isso pode ser: y = f(x), onde x éa varidvel independente, que pode assumir, em principio, qualquer valor, e y éa variavel dependenie de x, ou seja, dependendo do valor que x assumir, teremos um. valor especifco para y. © processo de olimizacao, neste caso, resume-se a encontrar 0 valor limite de y, ou seja, 0 maximo valor de alguma quantidade deseidvel ou 0 minimo valor de uma caracteristica indesejavel Em todo processo de otimizacéo o critétio de escolha da melhor solucéo deve ser previamente especificado, pois em fungio dele é que determinaremos, ootimo, Um caso simples e corriqueiro de otimizacéo pode ser exemplificado através do processo de focalizagéo da imagem de um retroprojetor, onde 0 critério ~ variével dependente ~ é a nitidez da imagem, e a varidvel independente 6 a distancia entre as lentes do aparelho. Graficamente, este procedimento pode ser representado conforme mostrado na figura abaixo. Neste esquema podemos perceber a correlacdo que existe entre a tealidade e a representacéo grafico, pois enquanto as distincias nao esto adequadas, no estaremos com a focalizacao ottmizada, 192 Inromso A msrmann ~ cnceiee,rARANETAS & conronrENTEs Focalizagio de um ratroprojetor ‘Sendo o criterio ~ notadamente neste caso — fruto da decisao de alguém, que o determinaré com base nos préprios sentidos, os étimos obtides por diferentes pessoas poderéo néo coincidit. No quadro abaixo sio apreseniados exemplos tipicas de otimizacéo, conde equag6es contendo apenas uma varidvel independente podem epresentar adequadament 0s fenémenos deserites. Rapdez & auantidade de um trabalho realizado reco de um prodte @ rezeta resultante de sua Venda Temperatura ambente e sensacio de confor térmico Sintonizasio de uma estacio de rédio OrimizacAo COM DUAS OU MAIS VARIAVEIS No item anterior fot mostratlo um método de otimizacéo que envolve apenas uma variavel independente x. Embora em varios cases, na prética, © ‘comportamento de sistemas possa ser representado por uma curva somolhante {A proposta para 0 caso do retroprojeior, a realidade é que, nia maioria dos problemas, a situacao se apresenta mais complexa, exigindo representacces maieméticas mais elaboradas. Por exemplo, quando se trata de encontrar © menor custo para 0 desenvolvimento de modelos que representem @ melhor cortelagdo possivel com a situacao real, uma andlise revela, de pronto, que existem pelo menos ‘duas components essenciais envolvidas. Estas componentes sfa: 0 custo do desenvolvimento do medelo, que cresee com o aumento da exigéncia de Cuotaua 8 — Onmraca 198 perfeicho deste, ¢ 0 custo de sta aplicacéo, que diminui com a melhoria da correlacéo entre o modelo € 0 sistema fisico real. Na figura abaixo est representado graficamente este exemplo. Neste caso, apés estabelecer as relagGes matemeticas entre as variaveis envolvidas, devemos proceder a otimizacdo com a curva que representa 0 custo total. Hé aqui tima varivel de controle —0 grau de representatividade do modelo ~e duas varidveis dela deperclentes ~ os custos. Caso toa cust de Serregoamerto —_Otimizaton cor EEE custo ge ea oe EB So Sica timo CED > Corrlardo Modelo SFR Outro caso ocorre quando temos, por exemplo, dois critérios ‘comandados por uma tinica variével de controle, culjos pontos étimos particulares so diferentes. Isso acontece quando, em alguns aparelhos de televisdo, sintonizamos uma emissora, Para uma determinada posigéo da sintonia - através de um rastreamento automético ou manual -teremos urna boa imagem, porém um som tuim, Regulando para o melhor som, pioramios lum pouco a nitidez da imagem. Isso ocorre porque cada um dos critérios ~ imagem e som — tem o seu proprio ponto de timo. A melhor situacao estard localizada entre estes dois dtimos particulares. | Representacao | gratiea de. um | rocesso de | uimizagéo | regulagem de | uma televisao Sinton Quando vérios crtérios estdo presentes no processo de escolha da melhor solugdo, e estes sao contraditrios, devemos ponderar 0 peso relativo com que cada um doles vai ser considerado, Os pesos relativos ~ que em muitas, 194 WRoDU:AD AENGEIEIRA CONEENOS,RLANENASE CONFORTAMENTOS situagGes séo subjetivos — devem ser baseados, tanto guanto possivel, em itérios técnicos, tomando como referéncia, por exemplo: peso, custos de ‘aquisigioe manutengio, capacidade de produgéo, consumo, desempenho.. Um exemplo tipico desse processo de escolha da melhor solucdo é apresentado na tabele acima, onde esté representado um caso hipotético da escolha de um automovel para compra. Na coluna da esquerda esto lisiados varios crtérios selecionados como mais importantes, seguidos dos seus pesos relatives P, estabelecidos pelo responsével pela compra. Nas demais colunas encontram-se as notas IV - de 0 a 4~ para cada citerio e para cada solucio, soguidas do produto destas notas pelo peso do critério ~ P x N. Na tiltima linha ebaixo estéo registrados os somatérios dos produtos das notas pelo peso de cada solucao ~ cada tipo de automével. Aquele que odteve o maior rnimeto de pontos é a melhor solucAo para os crtérios escolhides e os pesos ponderados estabelecidas. No exemplo mostrado, 0 automével secomendado para a compra é 0 C. EXEMPLO DE OTIMIZAGAO ~ PROBLEMA DO PROJETIL ‘Um problema da Fisica, bastante conhecido e que consitui um exemplo de aplicacdo do conceito de maximos e minimos, € o do langamento de projéteis. E o problema da determinagao do Angulo de inclinagao de langamento de um projétil - com uma velocidade inicial V~ para que este aleance 0 chao a uma distancia horizontal maxima do ponto inicial. Carino 8 = Onmzacto 195 ‘A expresso apresentada na figura representa 0 modelo matemético idealizado da trajetéria do projéil. Naquela expresso nao é considerada a resistencia do ar ao movimento do projétil,e ¢ admitido que a aceleracéo da gravidade g ¢ constante, ou seja, é independente da altura y. Assim, para uma velocidade inicial V, a expresso apresenta trés variéveis, duas indepencentes ~ x e ae uma dependent y Eniretanto, neste caso, desejamos determinar a méxima distancia x, 0 que ooare quando y = 0. Portant, igelondo a expresso que apares na figura a 2210, ver xt) = Dt oka que, rearranjada, fornece x = 19a2V" cos? a _ sena2V? cosa _ sen2aV* 8 3 g Podemos notar, agora, que chegamos a uma equagao com uma variével independente ae uma dependente x, ou seja, para cada valor de ortemos um x comrespondente.. attra (y) Trajetéria de um projet Disténeia (2) ‘Como desejamos determinar 0 angulo étimo que fornece ~ para uma certa velocidade inicial V - a maior distancia, devemos derivar a funco com relagao a a, ¢ igualar a expressio resultante desta operagao a zero. Desta forma determinaremos o valor do angulo de inclinacéo do lancamento para ‘que x soja maximo, Derivando, vem: dx _ V? 2cos2a de 9 196. Innsooucho A etcennans - conto, Noun € ceHPOmUNEIOS Igvalando a 2010 a expresso acima, teremos que costa = 0, pois Ve g sé, naturalmente, diferentes de zero ~ g representa a aceleragdo da gravicade, e V, a velocidade inicial do projett. Para garantir que cos2« = 0, 2a deve ser igual a 72, ou um miiltiplo dele, ¢, conseqiientemente, @ = 45. Assim, 0 angulo otimo de inainagao para o lancamento, que fornece a maior distancia, é de 45°. ‘SowucAo ALTERNATIVA 1, O procedimento utilizado acima, para determinar o Angulo desejado, nadia mais é do que uma simulagéo matemstica, Uma série de testes experimentais poderia ser feita — em campo ou em laboratério - para chegatmos ao mesmo resultado. Neste caso, por exemplo com 0 aunilio de uma catapult, o projéti seria lancaclo sucossivas vezes, sempre com a mesma velocidad nicial,¢ com angules de inelinacéo diferentes. AAs distancias obtidas seriam anotadas para cada ensaio. A maior distancia x corespanderia o ngulo timo, Este procecimento também é um processo de procura da melhor situage, podendo ser classficado como otimizapao por tentative. ‘SowucAo aLreRNartva 2, Ume oulra forma de representayao domesino, fendmeno é explicada a seguir. Partindo da expressao senza? g podemes montar a tabela abaixo, que foi obtida atribuindo valores ~ de 10° em 10°~a varidvel a. Note-se que das duas tabelas seguintes podemos obter co valor de x multiplicando cada resultado pela constante Va. We ww we we wm (Bem) + om 064 087 099 098 087 ‘Analisando a tabela acima podemos notar que ocorrera um acréscimo de x para ium acxéseimo de craté 40°, Para 50° o valor de x é repetido, e pata 60° ocorre um decréscimo desta distancia. Portanto, hé um forte indicio de que © ponto étimo esteja entre 40” © 50°. Se refinarmos mais os acréscimos dentro desta feixa - por exempla cle urn em um grau —-paderemos determinar ‘corn maior precisao © ponto procurado. Caro 8 - Onmzscho 197 Valores de sen2e, com maior refine de a a a ae ae [ERR] 0,999 0,994 0.997 0,999 1,000 0,599 0,997 Deste procedimento numérico podemos concuir, também, que 0 angulo de langamento que fornece a maxima distancia é de 45°. E importante uma andlise deste raciocinio porque uma simulacao por computador 6 feita de maneira muito parecida com a acima desctta Com os valores registrados nas dutas tabelas acima podemos tracar 0 grSfico mosirado na figura abaixo. O conceito de derivada acima uiilizado talver possa ser entendido com co auxilio doraciocinio seguinte. O seu significado fisico é 0 Angulo da iangente curva num determinado ponto - ver figuras abaixo. Ao derivar uma fungao f.com relacho a uma variavel x, estaremos determinando a incinacéo da ‘curva num determinado ponto. adh ol | > a a [ret Se sro aco fe > 1 20-30" 40 50° 60a Ey Relagio entre ae x ‘Significede fsico de derivada Ao igualarmos a derivada a vero, estaremos especificando 0 valor da vativel x a no caso do projétil-para o qual a funcéo assume o maior ou ‘© menor valor — mximo ou minimo. Determinamos assim 0 valor de x para (que a tangente a curva seja horizontal Relaclone alguns equpementes, processes, eistemas ou produtos que, no seu node de ver, pederiem ser metherados em alguns aspectos ~ estétca, custo, aw, menutengto, rendimente, curablidade...E importante, para trar maior Proveto do excreico, que vocd esquematize modelos diagramsticos para Visvalzar melhor ca¢a problema (dentlique’ 92 pontos sitios do sua cidade em relaca0 a0 transite e, através ‘ds um modele co su prépria deallzacko, tente otimizar este processo, Deserhos e ezquemss podem ajudé-o na busca desta otimizacéo. ‘ha sala de aula geralmente se constituem em locals nfo muito epropriedos Ga termos ergonomeos ou de leaute, Consicerando-se, alem de um usuétio, ih espacaista om otimizacSo, elabore um modelo ctimizaco desse amblente, ‘Soja enigente em relacio as silucées: nfo aceite a primeire imediatamente, Lombre-ze que 4 otimizacdo & uma constante procura, © trénsito configure uma qusetse caética om quase todo 0 pais. Operar Fomerdos pellatves parece ser inécuo. Nesmo admitindo isso como veréad (0 rendimente de qualquer equipamento ou proceso é sempre un dos Sbjathvor da otimizagao. Voce sabe que este rendimento é 2 relasap entre 0 {rabaihe ail e-o trabalho ideal. Procure matematizar tal definigo para varias ‘tuadies tpieas da engenhara, Escreva, em cinco linhas, com suas proprias palawas, uma expllcacio pare tas situasbes, ‘Tomar decisdes quando estamos ds voltas com iniimeras veridvels é algo Compleade que requer decisOes sonderadas. Neste texto foi epresentaco um ‘Sxermple para se tomar a decisse da compra de um carro. Procure um caso “imnilar e elabore uma estratégia para selecionar a melhor solugéo. Lemorar ‘aus apresentar o resukado desta sua elaboracéo mental para alguém ajuca 2h melhorar e analsar 0s resukacos! Depois da leitura deste capitulo procure estabelecer no minimo dez atvidades ‘que complementem o aprendzado deste essunto livros que, na sua opii8o, possam aprofundar as questoes tratodes neste ID) através de pesauises em biblotecas ¢ na internet, selecione a0 menos cinco taptula, Biscuta com colegas ou com professores a pertinéncia da sua proposta. Tear ¥ { be t — ‘A ESSENCIA DA ENGENHARIA Os engenheltos S40 por exceléncia identificadores, formuladores & solucionadores de problemas. A toda hora, em sua atividade profissional, estéio as voltas com informagdes que, devidamente reunidas, ordenadas ¢ trabalhadas, podem ser transformadas em resultades praticos ¢ tteis, Resolver problemas é uma atividade que sintetiza a importancia da engenhara, sercio vital para a sua tealizacao. Mas também é preciso identificar 0s problemas, encontyé-los, cri-los. Mais que isso, 6 essencial saber formular adequadamente as quesiOes para as quals vamos procurar construirresposias. Uma necessidade s6 vai ser um problema — tecnicamente resolvivel - depois de ter sido formalmente prescrito. Sem esse conjunto, pouco pode ser feito em termos praticos. denificar, formular e solucionar problemas ~ em engenharia ~ pode resultar na elaboracao de um novo produto, sistema ou processo, ou a sua melhoria. Por produto entendemos o resultado de qualquer acho humana ~ aqui entendida como a aco técnica, por exemplo uma garrafa pléstica, um chip, um sapato ou um manual de uso de uma calculadora cientifica, Provesso seria um conjunto de afividades concretas que visam & realizacao de algo — um produto, por exemplo. O termo sistema 6 aqui eniendido como uma combinagao completa de equipamentos, materiais, energia, informacdes de ordem econémica, técnica, social e pessoal necesséria para aleancar alguma meta especffica. Um sistema pode ser uma estagio de distribuigdo de energia elétrica, um processo para detectar falhas na solda em um vaso pressurizado, a producao de mudas em estufas — para fins de reflorestamento - otto levantamento das implicacbes da instalagio de uma bateria de rotores eélicos. Um grande sistema pode ser subdividido em subsistemas, que so conjuntos de componentes que cumprem fungées especificas no sistema global ‘Como ¢ que 0 engenheito soluciona os seus problemas? Projetando! E através do projeto que ele aplica de forma mais significativa os seus ‘conhecimentos técnicose cientificos, Na verdade, ao profetar, um engenheiro aplica mais que apenas conhecimentos formais especicos de sua area de atuagdo, Usa também conhecimentos econdmicos, éticos ¢ sociais, além de 202. ImoowsAe A EWHNANA corCENOS, ARMNUNIAS¢ CoHPORTANTTOE experiéncia e bom senso, Mais que isso! Dé vazao a sua imaginacio criadora na busca de algo novo que possa atender as necessidades da sociedade, Por isso, podemos considerar que 0 projelo é a esséncia da engenharia, Como SER UM BOM PROJETISTA Em alguma medida, para projetar, devemos identificar, formular e solucionar um problema, Da habilidacle de compor esses passos Vai depender ‘nosso sucesso a aco projetual ‘Além das qualidades registradas acima, para ser um bom projetista devemos também saber empregar dois processos muito importantes na elaboracao de um trabalho: analise e sintese, Ambes fazem parte de qualquer plano de pesquisa, scja ela ciontfica ou tecnolégica. A anilise envolve @ ivisao do sister fisico real em componentes mais simples, pata que possemos cestudlé-os separadamente com maior profundidade. Com o sistema fracionado ‘em subsistemas, podemos construir modelos teGricos de estudo de cada uma esses partes. E como se dissecéssemos 0 problema maior até identiicarmos ‘os fenémenos fundamentais envolvidos, Depois dessa investigacao mais detalhada, reunimos todas as conclusées propostas de solucao, sintetizando ‘uma composigao unificada dos resultados obtides. Temos entéio em méos uma solucdo alobal para o problema, uma tesposta conclusiva, Dificimente conseguimos sistematizar todas as nuengas que ume atividade de projeto envolve. Apenas lermos ot assistirmos a aulas sobre projeto nio nos garante uma boa forma¢ao na area. Vivenciat com dedicacao 8s tarelas propostas nos cursos formais, desenvolver os trabalhos sugeridos ‘por pessoas mais experienies e estar sempre em contato com leturas, as mais diversas, é uma boa orientagao para quem quer ser um bom projetisia Neste capitulo vamos trecar algumas orientacdes relativas ao processo de projeto em engenhatia. Aslinhas gerais aqui apresentadas - procedimentos comuns a maioria dos processos de solugéo de problemas — dever servir como orientagio para ‘trabalho dos profissionais da engenharia. Mas nao substituem nem apprética da aprendlizagem continua nem a experiéncia particular de cada um, que, julgamos, sio partes integrantes de um bom processo de projeto, O Que E prozeTo? Talver por parecer uma experiéncia humana téo corriqueira, presente no dia-a-cia das pessoas, nos mais diversos campos de atividades, todos nés nos Como 9 -Prowro 203 consideremos de algurma forma projtistas. Organizar uma festa para o final de semana, conceber a construcéo de uma prateleira para organizar livros ou preparar uma experiencia para uma fea de ciéncias sao exemplos de projetos, afinal, exigem experiéncia, bom senso, criatividade, habilidade, aco. Aqui n6s vamos falar de um outro tipo de projeto, mais téenico e que exige — além dos aspecios acima lembrados — técnica, regras e roteiro de acéo. Projeto - em engenharia ~ é uma atividade que envolve ciéncia e arte. Envolve também conhecimentos dos mais diversos assuntos do saber humano, © que implica experiéncia de quem 0 desenvolve, Nos (autores) pensamos assim: a ciéncia pode ser aprendida através do exercicio do uso de técnicas, da formagao baica e da realizagéo de cursos espectficas. Mas a arte precisa ser aprimorada com experiencia, dedicacao e forga de vontade pessoal. Deve ser exatamente por isso que a atividade de projetar tanto fascina, poisestimula © nosso desenvolvimento intelectual em varias éreas Projeto é um plano de execugao, é um planejamento para se akcangar objetivos dentro de metas de orcamento e tempo; ¢ 0 conjunto de atividades que precede a exccucao de um produto, sistema, processo ou servico. Poclemos realizar, por exemplo, um projeto de viabilidade econdmico-financeira, um ‘rojeto editorial, um projeto de um equipamento para extracdo de dleo de ‘mamona, um projeto de pesquisa ou um projeto de trabalho académico. Assim, projetar é estabelecer um conjunto de procedimentos & especificagées que, se postos em prética, resultam em algo concreto ou em lum conjunto de informagées. Portanto, 0 processo do projeto ¢ a aplicacao ‘especifica de uma metodolocia de trabalho & resolucdo de problemas, ‘Mas nao devemos confundir projetar com descobrit, nem tampouco pProjeto com invencéo, posto que séo coisas diferentes. Descoberta ou invencio podem estar presentes num projeto, mas néo fazem, necessariamente, parte dele. Descobrir ¢ ter a primeira visao 01 0 primeito conhecimento relacionado com algum assunto, O projeto é o produto de um plano e de um trabalho deliberadamente realizados para satisfazer alguma necessidade. O seu resultado é algo que nem sempre existu e, na verdade, constitai uma criacao. 204 Irtoncho A steen~ Contos, FEMUMEVTIS € COMPORNENIOS De forma geral podemos identificar dois tipos de projeto: + Povero PoR EvoLUGAO - €aquele que surge da adaptacio ou vatiagao de um projeto anterior. Eta variacdo pode ficarrestita, por exemplo, 3 forma ou as dimensées do produto, Este tipo de projeto pode surgir em resposta ao rapido desenvolvimento da tecnologia ou a descobertas cientificas recentes, que permite novas exploracoes tecnoldgicas. Com esse avango, tém-se cada vez mais condigdes de melhorar produtos existentes. Por se ter conhecimento do desempenho do sistema anterior, 0 projeto por evolucéo apresenta ‘menotes riscos de falhas, endo, entretanto, menores possibilidades de competicéo, por apesentar poucas novidades eo consumidor. + Pro3ero por movacio - é aquele que surge da aplicagéo de conhecimentos anteriormente nao experimentados Normalmente é uma resposta a uma descoberta cientiica, que gera um novo conjunto de conhecimentos téricos, cua ulizagao pode romper com praticas tuadicionais, Este tipo de projeto resulta em novos produtos que, por falta de conhecimento do desempenho de produtos andlogos, corre maior risco de apresentar erros PRrocesso DE PROJETO Um projeto nao comeca com um profissional postado a frente de um ‘computador ou de uma mesa, munido de papel, calculadora, manuais ot ‘outros utensflios, como imaginam aqueles que néo trabalham na érea, Os cAlculos, esquemas, esbocos, tomadas de decisoes etc. sao atividades deconentes de inimeras outras tarefas, algumas de ordem técnica, outras fruto de palpites, outras ainda ja determinadas anteriormente. Oprojeto também nao se encerra quando a respesta final do problema é proposta. A solucéo deve ser ainda comunicada, de forma clara, correta ¢ concisa. Por isso a comunicacao ¢ uma tarefa de mutta responsabilidade ¢ de ‘extrema importncia para a engenharia, (Inielizmente ha quem afirme ~ de maneira simplista e equivocada— que engenheiro nao precisa saber escrever!) sucesso do projeto tom forte gacdo com a adogao dem bom processo solucionador, como bons profissionais e professores de engenhatia reconhecer. Naturalmente que apenas 0 emprego de um bom metodo ¢e trabalho, por st 56, nio garante tal sucesso, ras é um fator determinante para isso. Embora em muites casos possa ser entendido como mais amplo e complexo, 0 processo de projeto pode ser esquematizado, simplificadamente, conforme o modelo diagramatico apresentado na figura seguinte. Caria 9 = Poorer 205, Tdenticagao de urna necessidade DDefnicdc do problema CColeta de informacdes Concepsio Aaliagio Eepecificardo oe solugio ‘corrunicagao Mesmo sem se dar conta disso, quem resolve um problema estaré executando esses passos. Eles nao estardo necessariamente naquela ordem, ‘ou nem mesmo precisam estar cronologicamente bem delimiiados, mas quase sempre poderao ser identificados. Nio obstante o fato de diferentes autores ¢ projetistas sugerirem abordagens diversas para este trabalho, acreditamos que a aplicaco de um método seja sempre vantajosa, Por iso, sugerimos que uma determinada linha de solucdo de problema seja aprendida e exercitada, porque sistematiza @ facilta o trabalho do engenheiro. As técnicas de projeto tém evoluido continuamente, sendo aprimoradas a partir deexperiéncias particulares. so explica por que néo existe um padréo Xinico ¢ abscluto para 0 processo de projeto e nem uma seqiiéncia de passos aceita universalmente. Acio cientirica € acho TEcNoLécrcA Na educagao formal universitéria aprende-se 0 método cientifico, identificado como sendo a progressao l6gica de eventos que conduzem solugao de problemas cientificos, E fundamental a aplicacéo de um método, € nao obrigatoriemente a obediéncia a um método fechado e ebsoluto, como se fosse um roteiro a ser empregaddo em qualquer caso. A sclugao de problemas de engenharia, embora semelhante para vérias situacbes, apresenta algumas ciferencas quando comparada a solucao de problemas cientificos. Uma comparagao entre essas duas agées pode ser esquematizada conforme mostrado na figure a seguir. 206 Toncoucio AeMcans wn CONITOS, ERRANENTS € COMPONTAMENTOS Estado da art Conhecimentos Necesstdade Curiosidade Vebilidade natise roduséo Prova ‘ago cientifica ¢iniciada com um conjunto de conhecimentos existentes, A curiosidade cienifica provocaa argo das leis da ciéncie e dos fendmenos danatueza em geral , como resultado desse questionamento, o centista formula hipdteses, que so submetidas & andlise ldgica © & experimentacao, que a ‘confirma ou rejeita. Se andlises e experimentagbes revelam a nao validade da hipotese formulada, ela pode ser refeita através de um processo iterative. Finalmente, quando a nova idéia 6 confirmada —satisfazendo a hipdtese original = dla € aceita como prova para trabalhos futuros da comunidade cientifica, @ ‘passa a fazer parte dos conhecimentos cientiicos dominados. A agéo tecnolégica é muito similar & cientiica. Esta atividade ¢ iniciada com o conhecimento do estado da arte, que inchui o conhecimento cienifico atual e 0 conjunto de inventos, componentes, maieriais e métodos de fabricagéo dominados, além das condigSes econémicas, mercadolégicas, ambiertais e socials. Antes de procurar dar amparo & curiosidade cientifica, este método visa a solucionar problemas préticos, que sao, nao raramente, ‘exprossos através cle fatores econdmicos. E importante ressaltar novamente que, apesar de uma preacupacao_ ‘com o kiero sempre estar presente, os novos tempos do comportamento social imputam aos projetistas outras varisveis importantes que estéo relacionadas a03 aspectos de ordem ambiental e social com bastante énfase, Este fator & extremamente cobrado hoje, principalmente pela ado de cidadaos que comecam cada vez mais a ter contato com as possibilidades de impactos ecologicos, como resuliado do uso de tecnologlas agresslves ao meto ambiente. ‘Quando uma necessidade ¢ identificada, deve ser conceitvalizeda como um modelo de pensamento. Alo continuo, a concepgao do projeto deve ser submetida a uma analise de viabilidade, quase sempre usando do artificio de iteragées sucessivas, até que um produto ou pracesso aceitavel soja conseguido, 0410 pioleto seja abandonado. Quando © projeto entra na fase de produgso e comercialzacao, ele inicia a competicao no mercado. O ciclo é entao fechadlo quando 0 produto é aceito como parte da tecnologia corrente e passa, pot sua ver, a fazer parte do estado da arte Curr 9 - Prosro 207 Fases po pROJETO Diversas fases compéem 0 processo solucionerlor de probkmas. Em cada uma delas, varias informacdes sao necessétias para que se alcence 0 sucesso do projeto, Fstas informagées so, basicamente, de dois tipos: gerais € especificas. As informagées gerais séo aquelas de conhecimento tanto dos engenheitos quanto dos leigos no assunto. Ja as informagoes especificas $80 as referentes a assntos técnicos periinentes ao projeto em pauta, Nestas, iiltimas € que se enquadram, por exemplo, informagées referentes as ptopriedades dos materiais, processos de fabricacéo, desempenho de sistemas anteriores ou técnicas experimentais, ¢ que podem ser encontradas em referéncias especializadas e em catélogos de febricantes. Além dessas informagées, outras podem ser necessArias para o bom andamento de um projeto. Embora de cunho especifico, estas informacées séo referentes a areas de conhecimentos nao tipicamente de engenharra, tals ‘como: estudo de mercado, financas, pessoal, ecol6gicas, socias ete. Em seu trabalho o engenheiro deve transformar as informacoes disponiveis, ¢ que a principio nao estio ordenadas ou selecionadas, numa saida titil para © processo do projet. Desde que armado das informagies necessérias, oengenheiro projetista — ou a equipe de projeto ~ inicia a operagéo de projeto através do uso de técnicas apropriadas e ferramentas computacionals ou experimentais. Neste estégio, pode ser necessario consiruir um modelo matematico e proceder a ‘uma simulagéo do funcionamento dos componenies, usando para isso um computador ou testes, apos a construcao de um protétipo. Embora o resultado final de um processo solucionador seja normalmente ‘um produto ou um sistema, muitos projetos podem objetivar a geracao de novas informacées. A propésito, muitas projetos, por nao demonstrarem viabilidade técnica, econémica ou apresentarem problemas de ordem social ambiental — hoje isso ¢ cada vez mais cobrado pela sociedade -, s40 interrompidos no transcorrer do seu desenvolvimento. Nestes casos, no minimo, ‘muitas informagées terdo sido geradlase, se forem adequadamente registradas, poderdo ser de grande valia no futuro, Por outro lado, é bom lembrar que nenhum projeto ¢ iniciado se néo estiverem garantidos 0s recursos financeitos e as questoes legals - com setores governamentais e érgaos fiscalizadores. Na realidade, raros s40 os problemas de engenharia que nao se complicam por consideragSes econémicas ou ‘questoes de prazo ou legisiacoes vigentes, diferenciadas para os diversos paises. Notmalmente uma solucdo ¢ aceita se apresenta possibilidades comerciais — 208 Tnanoouclo Lencemin~ conceros, femauanras €comocrneree isso para empresas privadas - ou uma relagéo custa/beneficio compensadora ~ quando o cliente é uma entidade paiblica, O resultado de um proieto nao tem vida infinita, ¢ em algum momento poderéocorrer o seu obsoletismo, que pode se dar quando algo novo e mais eficaz aparece para cumprit a mesma funcéo, ou as necessidades do consumidor mudam, As fases que compdem o processo do projeto s4o comeniadas no préximo item TDENTIFICAGAO DE UMA NECESSIDADE © pass intial do proceso de projeto é aR lentificacdo de uma necessidade, que pode surgi de muitas meneiras. © mais comum é renga ao prtara que surja da insalisiagao com a situacao presente, ou com a solucao atual. Essa tarefa Sues pode ser de vital importéncia peraa sociedlade, uma vez que a necessidade, usualmente, surge na 4nsia de redurir custos, aumentar a tao confiabilidade ou o desempenho de sistemas, ou, simplesmente, para satisfazer o pablico consumidor, que cansou de determinado omintacto produto ou mudou de habitos As vezes um projeto tem inicio quando o préprio projetista identifica uma necessidade ¢ decide abordé-la num trabalho. Mas isso nem sempre acontece, concerto spectcatodasohcis Durante a propria formagao do engenheiro, os problemas a serem resolvidos geralmente surgem por orientacéo de um professor, que indica um tomaa ser desenvolvido por um daterminado método, Nesta ocasiao se estara perfazendo um caminho que conduza aprendizagem do processo solucionador de problemas, e que mais tarde seré aplicado a situacées praticas. Porém, também na vida profissional, esta forma de aparecimento de problemas postos a sohicdo ¢ comum. O engenheiro de uma empresa estaré constantemente as voltas com a solucao de problemas que lhe serao aptesentades por outros profissionais. Apesar de que, quando 0 engenheiro tem a capacidade de estar corstantemente identificando necessidades, isso ser4 de grande valia nao s6 para a empresa na qual trabalha, mas para toda a sociedade. Carmo 9 _Prorto 209 Muitas organizacdes tém equipes de pesquisadores que estao encarregados de gerar idéias que sejam iiteis para as suas necessidades. Estas podem ser identificadas como resposia da entrada em operagao de equipamentos, servicos pessoais ou ainda de operagées comuns de venda. ‘Outras necessidades sé geradas por consultores externos, agentes de compras, agentes governamentais, associagoes de emprego, ou por atitudes ou decisées do publica em geral. ‘Ao contrario do que pode parecer a primeira vista, o reconhecimento de uma necessidade nao é um trabalho facil ou corriqueiro e constitui, na verdade, um ato altamente criativo engenbeiro deverd estar constantemente atento ao que acontece & sua volta para poder captar, com preciséo, aquilo que clama por uma solucio. Isto, por si s6, ja justificaria a importancia da engenharla perante a sociedade, posto que sao exatamente os seusprofssonais que transformam em realidade, pelos melhores meios disponiveis, novas estruturas, dispositivos, maquinas ¢ processos que contribuem para o homem se relacionar com 0 seu meio ambiente e viver com dignidade. Muites vezes, uma necessidade pode nao esiar evidente e se encontrar cofuscada por outra, exigindo, para a sua descoberta, um érduo trabalho, ou mesmo um vislumbramento. Por exemplo: o projeto de um automével mais seguro pode nascer da necessidade de se produzir um vefculo mais econdmico, ‘com menor nivel de nud intemo ou com menor possibiidade de causar poluicéo ‘ambiental; 0 projeto arquiteténico de umn edificio residencial pode, em funcio desuaslinhasarrojadas, apontar anecessidade de pesquisas de novos materais, novos métedlos de cAlculo e alternativas para economia de eneraia Derinicho 00 PROBLEMA Podemios estabelecer pelo menos uma | igenieacio de vn ncaa diferenga basica entre a identificacao de uma_ neserelade e a rmulagdo co provera, © SSeS problema ¢ mais especifico, objetivo, e diz respeito a uma questao concreta. A necessidade é mais geral e abrangente, indicando um tema omanee mais amplo. Se a necessidade for melhorar © escoamento de trélego num entroncamento entre rodovias, o problema poderé ser a pects os soucso construgao de um viaduto; se a necessidade for melhorar a seguranga contra incéndios em “comune eaten Ge nfmario ‘rarto 210 rrocucio \ exces ellficios, o problema poderd ser a construgao de escadas cle sequrangar se necessidadle for armazenar um produto quimico inflamavel, o problema poder ser a construgao de tanques exféricos, Um dos passos mais crticos do provesso sohicionador é a definicio di problema. Nao que identificar uma necessidacle seja tarefe fécil ou de meno importancia. Mas definir de forma clara e objetiva o problema a resolver ten um peso fundamental em todo o processo solucionaclor, pois & esta definig& ‘que vai otientat a resposta, que vai facilter ou complicar a busca de solugdes ue val empliar ou reduztt 0 universo de possiveis solucdes. Alem do mais, st © problema for inicialmente mal formulado, toclo o trabalho seguinte poderé ser indtl, por se ter resolvido algo sem utlidade. Uma analise critetiosa das condicionantes do problema também deve ser feita, para evitarlimitagSes desnecessérias, sem fundamentos lagicos, Este asso, portanto, requer uma profunda enélise, justificando, ainda, 0 processo de retroalimentacao, que consiste em volias sucessivas de uma determineda fose & sun precedente para reeveliacao e tomada de decisao, Néo se deve cometer 0 erro de confundir a solugio com 0 proprio probiema, Exe alerta é necessério porque é comum, 20 se tentar resolver algo, ficarmos as voltas com tentativas de aperfeicoar a situaco atual. Para ‘que isso ndo ocorra, stugerimos que o projeto seja iniciado pela formulacao nals clara possivel do problema. Dessa forma evitames também a tendéncia de nos emaranharmos, de inicio, com tentativas ce apresentar solucées que £6 deverdo ser tratadas mais adiante. Esca tendéncia de ficarmes presos pela solugéo atual pode ser mais ‘bem visualizada através de umainierpretacao do esquemaabaixo apresentado. E comum que se cometa 0 equivoco de dar voltas ao redor da solucdo ata, sem perceber que intimeras outras sohigbes poderiam, perfeitamente, cumprir 108 objetivos pretencidos. Tendéncia de ss pensar Sperfeigoamantos 8 solugio tua) "seun poten E sempre vantajoso detinir o problema da maneira mais ampla possivel ‘Sea definicéo for ermpla, emos matschance de encontrar solugoes nao corver- ionais ou néo-ustais. Um tratamento abrangente do problema pode tor _ Gino 9 - Prosto at conseqiléncias altamente gratificantes. Entretanto, ograu com que se vai alargar a formulacéo de um problema depende de fatores que muitas vezes esto fora do controle do projetista. A busca da formulacdo genérica pode conduzilo a um conflto direto com decisées do empregador ou cliente, ou pode, ainda, remetélopara éroas de responsabilidacle de outras pessoas numa crganizagio. E muito util nesta fase 0 uso do conceito da caixa-preia. Durante a formulacéo do problema, através deste conceito, apenas os estados inicial e final so importantes e, portanto, identificados. O que vai acontecer entre um estado e outro ~ ou seja, como vai ocorrer a transformacao das varidveis de entrada na resposta da saida ~ ¢ algo que se vai definir posteriormente A técnica da caixa-preta consiste em descansiderar, preliminarmente, 0 Process necessétio para transformar o estado inicial no estado final. Esta transformacao ¢ substtuda por uma caixa preta que, mais tarde, quando o problema ja estiversuficientemente definido, serd estudada e definida Estado inicial Caixa-preta Estado final repos Formulagio de ‘um probiema ‘usando a Roto de arame Em muitos casos, 0 grau de generalizacao na formulacéo do problema dependeré da sua importancia, dos limites de tempo ¢ recursos disponiveis e a posigdo do projetsia na hierarquia da empresa. Entretanto, 0 engenheito no pode furtar-se da responsabilidade da formulacio mais ampla possivel Isto 96 viré em seu benelicio e da propria sociedade. A definicao do problema envolve descrevé-lo pormenorizadamente, ‘especificando os seus estados formais - dados iniciais e caracteristicas finals do sistema e os objetivos a serem alcancadlos. A definigao também deve identificar © principais termos técnices e, em especial, as restrigbes impastas - condicio: nantes ~ além dos aitérios que sero utilizados para avallar o resultado final Estes criterios, obviamente, deverao estar definidcs antes que se tenha um con- junto de solucées provisérias, dente as quais vai ser escolhida a mais apropriada, Talvez o melhor procedimento nesta fase seja estabelecer uma definicao prévia do problema e, numa segunda iteracdo, depois de reunir varias informagées, defini-io mais precisamente. Com isto estaremos verificando, inclusive, se o problema é merecedor de atengao e, principalmente, evitando © téo prejudicial emaranhamento prematuro com minticias, 212 lrrocucio sexctMNRt~ CONCETES, FEIRAMENTAS € COMORES Sendo a formulagéo uma viséo ampla do problema, devemos, nesta fase, concentrar nessa atencao na identificago dos estados inicial e final. Num outro momento, teremos oportunidade para encontrar uma solucao, que consiste na busca de uma estruture materiel ou de informacées ~ na forma de sistemas ou subsisiemas - que viabilze a transiormacéo pretendida do estado inicial para o fina. ‘Um exemplo de come esta formulacéo pode ser ampliada é mostrado na figura a seguir, onde, usando a técnica da caixa-preta, s80 definidos os estados inicial ¢ final em ordem crescente de abrangencia, de 1 até 5. As linhas desse quacro nao identificam necessariamente os estado iniciale final de uma formulacae particular. Por exemplo, a situagao final 2 pode corresponder 0 estado inicial 1, ou 5, ou 3... A necessidade que gerou 0 problema ali formulado — em diversos gravs de amplitude -, foi a de tornar disponivel energia elétrica nas esidéncias de uma cidade. Podemos facilmente perceber que 0 grau de abrangéncia da formulagao cresce, e que a tiltima formulacéo permite outras sokicoes além da geracdo de energia através de uma usina hidrelétrica iui EE ales soe nso docamer Sel nts produce nage done! ace reine Seni eas thera ie dpi (égve represeda) ‘pera consumo Berens eee Gece sie Miltiolas formulagBes de um problema CoLeTa DE INFORMACGES A grande frustracéo que se tem ao efetuar o primeito projeto costuma ser fruio da escassez de informacées. Se a Area de atuacdo do projetista nao for exatamente a do projeto, ele tera pouco material sobre o trabalho a ser desenvolvido - referencias bibliogréficas, formulacdes andlogas, modelos, enderegos de fabricantes. Algo parecido acontece com principiantes na arte projetual, Porém, se houver coincidéncia, ee lerd muitas referencias e podera Carn § ~ Pronto 213 praticamente inci o trabalho esquematizando a solugao, ou desenvolvendo as informacoes disponive’s pertinentes. solucdo do problema. erik oon ‘As informacoes necessariasnum projeto normalmente séo diferentes daquelas associa das aos cursos académicos. Em geral, as informacdes contidas em livros textos nao S40 de emprego direto, poisa necessidade ¢ sempre de dados mais especificos do que os publicados na literatura técnica. Porém, sao eles que fornecem os conhecimentos basicos para o dominio dos fenémenos que compéem todoe qualquer problema. aentieao de ura recs Artigos publicados como resultados de pesquisa e desenvolvimento de consultotias governameniais e de instituios de pesquisa, catélogos de fabricantes, patentes, manuais e literatura técnica, pégines disponiveis na internet, em geral, s80 importantes fontes de consulta. Diseussées com espedialisias, internos ou externios & organizacéo a que pertence o projetista, também sio de grande valia Nesta fase devernos coletar informagoes de acordo com: + Davos oe errreaoa € saioa —levantamento dos pardmetrosdisponiveis ~antese apés a transformacao desejada, bem como das suas possiveis variagées. + ConcicioNaNTes DE ENTRADA E SAIDA —especificagao dos valores que podem assumir cada uma das varidveis de entrada e saida, como peso, volume e formato, por exemplo. + Cartérios ~ base de preferéncia a ser aplicada para avaliar 0 mérito relativo das varias solugées encontradas, 0 que orientara, ainda, a concepcéo do projeto; por exemplo, se ficar estabelecido que 0 principal critério € a sequranca, a procura de solucdes deverd ser ‘encaminhada neste sentido, * Umizacto - é importante que seja estimada com a maior preciso possivel a utiizacéo que teré o sistema a ser projetado. Com este dado, podemos concentrar a procura considerando os aspectos relacionados com os custos de producéo utilizacdo. Se o sistema tiver uma pequena vida itil, pouca responsabilidade ou pequeno grau. de uilliacao, naturalmente que © projeto nao exigiré 0 mesmo traiamento que um outro em que estas caracteristicas necessiter de maior nivel de detalhamento. Entao, uma maior taxa de utilizagéo 214 InrRODUCAD ENGENHARIA JONES, FERUAMENEAS E COMFORARENTES implicaré um custo mais elevaclo - dos materiais empregedos, por exemplo — e 08 lucros 56 virgo em funcéo de uma utilzagao mais inlorsa ou mais duradoura, Exemplo: se a travessia de um ro s6 seré efeluada rares vezes num certo local, é evidente que a solugéo que minimizaré ocusto total -a soma dos custos de projeto, daconstrucao eda travessia ~ no serd uma ponte. Ao contrério, se mihares de pessoas tiverem que cruzar com freqiiéncia o rio naguele lugar, certamente que um barco a remo nao deve ser a melhor solueao. + Vouume De PRODUGAC ~ esta caracteristica teré forte influéncia na escalha do sistema de fabricacdo. Este fator terd uma importancia decisiva no custo final da prodcéo. Se apenas dez unidades de um determinado equipamento devem ser febricadas, os instrumentos para a sua producdo deverdo ser diferentes dos empregados no caso tem que ele fosse fabricado em larga escala, Podemos lembrar, por exemplo, que 0s pregos relativamente acessiveis dos equipamentos eletrénicos, hoje em dia, devem-se & utilzacdo de processes de fabricacao automatizados. Muitos componentas, devido ao sett grati de preciséo exigido e a0 tamanho reduzido, 36 tém podido set fabricados aracas a modemnos processos de producéo e montagem. ConcePcAo DA soLucho Um projeto é um precedimento muito individualizado, ndo havendo regras rigidas para se ensinar o set sucesso. Talve2 por isto, efi pots pouco se tem escrito sobre a fase da concep, que € 0 coragéo deste processo. Apés ter definido o problema e coletado asinformagSes necessérias parainicia 0 projeto, ena 4 ma neces ele 6 ions projetista pode se empenhar ativamente na (esr busca de solugées, sem, necessariamenie, Sra mos preocupar-se com detalhamentosde todas elas. Entretanto, em determinados casos pode ser omumessae vantajoso realizar um projeto preliminar, com 0 objetivo de formular uma primeira idéia de uma solugéo proposta, ou mesmo para esclarecer algumas caracteristicas desta solucao, Uma boa revisto bibliogrdfica, realizada na fase anterior, € 0 uso de métodos que estimulem a criatividade sdo de grande valia para a concepcao de solucées. Carino 9 = Prose 215 Nesia fase, s80 especificados os elementos, os mecanismos, 0s processos ou as configuracdes que resuliam no produto final, e que satisiazem necessidades identificadas. Talvez seja esta a fase mais atraente do processo do projeto, por permitir que coloquemos em pritica todo © nosso acervo de conhecimentos técnicos e cientificos, Ai também podemos, ce maneira mais intensa, dar vazdo & nossa imaginacao eriadora Em muitos casos, a fase da concepcdo envolve a formulacéo de um modelo, que pode ser analitico ou experimental. Em aigumas disciplinas de ‘um curso de engenharia, muita énfase tem sido dada ao desenvolvimento de ‘modelos analticos baseados em principios fisicos, deixando de fornecer a devida imporiancia aos modelos experimentais. O inverso também tem covorride. Néo devemos, no entanto, perder de vista sua Importancia para a vida profissional futura, pois ambos tém seus méritos. Raramente esta fase culmina com um conjunto de solugoes completas emutuamente exclidentes. Ao contrdtio, geralmente as solucées sao parciais a resposa final poderd ser uma combinagéo de diversas dela. ‘ConcepGso Ge um vereula urban, (comnts Pot tan de ene" OHCICTENSC) 216 Inrecoucko Aeneeme ‘Sao vitais para 0 bom desempenho desta fase os processos de analise € de sintese, Desmembrar cada possivel solucdo, elemento a elemento, e ‘ap6s rearranjé-las apropriadamente, é uma excelente forma de conseguirmos ter boas solugdes. Mas a solucéo final s6 poderé ser concluida apos a fase de avaliacio, quando esta sera otimizada e, posteriormente, detalhada para a especificagao final. Umaspecto que merece ser ressltado ¢ aimportncia das idéia simples, ‘que, ao contrario do que alguns imaginam, sio de muita utilidade pratica [Nao 36 por serem mais econdmicas de produzir e de usar ou por terem um funcionamento que inspira maior confianca. mas, também, pela satisfacdo ‘que trazem a quem as criou. O bom engenheiro nao se sente efetivamente satisfeito antes de otimizar e simplificar as suas idélas até onde for possivel Mecanismos, citcuitos, processos de fabricacéio, métodos de operacéo e manutencao sempre podem ser simplificados e otimizados. Umexemplo valioso da fase da concepcdo de um projeto de engenharia pode ser acompanhado através da figura anterior. Consiste aquele esquema nna especificagao preliminar de um veiculo urbano recreativo. AVALIACAO DO PROJETO © termo avaliacao 6 aqui usado no sentido de julgamento, e envolve uma anélise completa do projeto, Desta fase constam etre ao preiena calculos detalhados do desempenho do sistema, Em alguns casos, a avaliacao pode envolver extensos testes de simulacao com modelos experimentais, em escala reduzida ou tmplinda,ou de potdipos en temenhe a a Teena de un neste tno arate cancers Come o projeto é um processe iterativo, er muitas vezes erros cometidos so uma boa fonte de dados para trabalhos futures. Por isso omnasio devem ser devidamente registrados para consultas posteriores, pois um acerto ¢ dependente de outro nao tao preciso, ‘ou mesmo de um erro anterior, Nam processo de projeto catia etapa requer uma avaliacdo, sendo ‘comum que ~ para se considerat cumprida uma determinada fase - se recorra a um procedimento repetido de tentativas ou iteragées. A necessidade de voltar de uma fase paraa anterior, tentar outra vez, nao deve ser considerada como uma falha, pois 0 projeto é um ato crialivo e, como tal, é também o 217 resultado de um processo de maturacao. Por isso 0 projetista deve adquirir uma alta tolerdncia para falhas, akém de tenacidade e determinagao para conduzir o seu trabalho até 0 éxito, ‘A natureza iterativa do projeto conduz a melhores resultados técnicos, permitindo que se chegue a sistemas de desempenbos mais eficientes, com inimo peso ou custo, por exemplo. Através de um fluxograma, este processo pode ser esquematizado coniorme mostrado na préxima figura, _—sfeoneerste Ge scurso represertando Jo procaste erativa inchoate a soucto hat A avaliagdo 6 um importante procedimento para cada fase do projeto , mais especificamenie, quando se esié chegando ao seu final. Em geral, dois tipos de conferéncias séo utilizadas: a verificacéo matematica € a verificagao através do uso do que se convencionow chamar bom senso. A. verificagao matemética € realizada por meio de equagoes usadas em modelos analificos ou em programas computacionais apropriados. O bom senso, nada mais é do que experiéneia acumulada aliada a aplicaco de um método ‘empfrico confidvel na abordagem do problema, ESPECIFICACAO DA SOLUCAO FINAL Se a concepgéo foi aprovada na fase da avaliagao, eestando garantidassua viebilidade € exeqiibilidade, partimos para 0 projeto Dei podem detalhado, que objetiva estabelecer as espe cagées de engenharia da solugéo escolhica, definindo-a pormenorizadamente. crete Nesta fase ¢ preparado o memorial des- aritivo do projeto, que consiste na descricéo detalhiada das suas paries consiituintes. Um i puiieslal-Bas)) memorial costuma conter varios itens, confor- me sugerido na tabela abaixo. Mercia to ume neces (eta ce erermaes cts comuneate 218. Objetivos.funsDes e locaizaco de ada ura ‘das partes componentes do projeto CCaracterlticas bisieas da solugi final = Dropriedrtes dos materials especiicados Valores previstos rara os parametras @ vardvels ‘envoividas, com referéncia as particularidades '2 serem observadas quando da recencic de ‘materiais e componentes Detalhes construtvas # operacionsle Desenhos dotalhados de componentes, ‘stomac eubeitornas: Comunrcacho Do PROJETO propésite de um projeto é satistazer alguma necessidade especifica do cliente ou ‘consumidor. Assim, o projeto pronto deve ser apropriadamente comunicado, ou ele pode perder muito dojimpacto ou significéneia. Uma idéia, por melhor que seja, se no for bem comunicada, perdera muito do seu valor. A comunicagéo pode ser oral ou e Relatoriostécnicos, esquemas detalhados, lista- gens de programas computacionais e modelos icdnicos freqientemente fazer parte dotrabalho final de comunicagao do projeto, Sao comuns, emunego se we pacer ato & provera ee tomas ceneseio ance Espectcce eto ainda, rodadas de dislogos entre os projetisias e quem encomendou otrabalho. Deveros porianto encarar esta atividade como parte integrante do projeto. Uma atencao especial dove ser dada 20 relatéro final, pois, na maioria das vezes, € apenas esse resultado final 0 que ficaré de um trabalho, ¢ ele precisa historiar com preciso e careza tuclo © que foi realizado. Em linbas gerais, as seguintes informagdes costumam fazer parte das comunicagées dos tabalhos dos engenheiros: * MEMORIAL DESCRITIVO - contendo as caracteristicas basicas referenciacas no item especificagao da solugéo final Carne 9 ~ Proxro 219 + Mewontal DF CALCULO ~ apresentando os célkulos realizados para 0 dimensionamento; é recomendvel referenciar as normas utlizadas estes calculos; + USTA DE MATERIAIS — indicando os materials a serem empregados na produgao do sistema projetado, bem como quantidades e cespecificagdes comerciais; + caoNoGRAMA ~ apresentando os prazos de execucao do projeto ou da obra, ou de desembolso de recursos financeiros, objetivam estes ‘cronogramas mostrar a distribuicao, por exemplo, das atividades durante 0 desenrolar das operacées, ‘+ ORGAMENTO DO PROJETO ~ relacicnando os custos, para demonstrar © montante des recursos envolvidas na elaboracao do projeto eda obra; devern ser discriminados os custos com pesquisas, servigos especia- llzados de terceitos, consultorias técnicas, materiais ¢ equipamentos aciquiridos ou alugados, honorérios do projetsta - ou equipe ~ etc: viele) e|s |e L proparacto do terreno ‘estaauesmento taldrame “levantamente os tyotes : laje | | ebulagdo ce esgoto gua 6 elercidade abertures rebeco tehade ‘catamente pinturs Cronagiama geral ce execugeo de uma casa + turonmacdes ces — caracieristicas basicas da sohigSo proposta: especificegéo de detalhes construtivos; justficativas de métodos, técnicase procedimentosadotados; criténos utilizacos para os caleulos 220 Ieraougio A enon CONC, rmanetons conroRtNers de verificagéo; dados operacionais; necessidades de manutengic do sistema em operacao; simbologia, convengées e unidades adotadas. Muitas destas informacées compdem, na verdade, 0 memorial descritivo. INFORMACOES COMPLEMENTARES Cada projeto tem uma histéria particular, definida polas suas caracteristicas. Entretanto, quando um projeto ¢ iniciado, seja ele do tipo que for, uma seqiiéncia de eventos é desdobrada, formando um modelo que é ~ num sentido mais amplo - comum a todos os projetos. Essa estrutura formal ~ que ocorre no dia-a-dia da profisséo e que sintetiza as etapas basicas que compéem 0 processo de trabalho dos engenheiros — foi apresentada no item fases do projeto. Porém isso tudo nao encerra o trabalho. Uma série de outras tarefas deve ser ainda cumprida, o que depende de planejaments iais como: + Processo De pRopUGKO - é comum nesta fase a continuidade dos Irabalhos trocar de responsabilidade. Ume nova série de experigneias técnicas relativas a projetos de ferramentas, equipamentos, engenharia de producao e outros dados especifices eniram em jogo. Entretante, o projetista deve continuar © acompanhamento dos trabalhos, + DisrriBurcAo 00 PRCOLTO NO MERCADO CONSUMIDOR ~ nesta fase @ participacao do projetixa também costuma ser inditeta. E uma fase importante no planejamento, pois os requisitos de mercado poderao influenciar profundamente oprojeto, e devemos estar continuamente atentos a estes aspectos. O planejamento ce mercado é importante nesia fase, que envolve, basicamente, itens como projeto da embalagem, planejamento do sistema de armazenagem, atividades promocionais ¢ sistema de distribuigaa, + Consuno — esta preocupagéo esta presente em toda a atividade do projeto, injetando dados que influem diretamente no seu desentolar, {ais como manutencéo, seguranca, estética, vida ttl, economia de operagéo. + RETIRADA pO PRODLTO DO MERCADO — alguns sistemas sio projetados para uma vida predeterminada; outros, entretanto, nic oso. Quem os produz deve estar atento as necessidades co mercado e 20s novos lancamentos, para poder planejar a retirada do produto sem que isso cause traumas & organizagdo. Devemos considerar que existe - Coro 9 - Prose 221 lum certo capital empatado em instalagées, despesas com pessoal impostos, taxas, empréstimos, e que uma retirada repentina de um produto do mercado pode causar problemas, se nao for planejada, Oplanejamento da retirada do produto do mercado esta relacionado, normalmente, com a sua obsolescéncia oui término da vida iti JABORDAGEM DE PROBLEMAS EM ENGENHARIA erro mais comum do engenheiro inexperiente ¢ partir para a solugao antes mesmo de definir adequadamente o problema aser tesoluido. A definicao clara do problema, usualmente, requer um estudo aprofundado da situagso para determinar os elementos essenciais dle uma possivel solucao. O que € conhecido, o que se deseja conhecer ¢ todosos parmetros envolvidos devem set analisados para que uma idéia geral do processo seja bem compreendida. (O nao cumprimento desses requisitos pode comprometer implacavelmente 0 entendimento do problema e, conseqtientemente, a procura da solucio, E comum acontecer esse fendmeno com estudantes durante a vida académica 0 imediatismo em tentar buscar uma sclucao, nao interessando através de quais meios, geralmente conduz por caminho equivocados, Ne pressa de solucionar um problema, acabamos adotando aprimeira idéia como se fosse a tinica, e passamos ~ antes mesmo de termos formulado com clareza 1 questéio ~ a detalhamentos dela, como se nada mais fosse possivel em termos de propostas alternativas. Em muitos casos, esiamos muito preocupados em acompanhar o ritmo acelerado de cobrancas da vida académica, ¢ acabamos caindo facilmente no erro da busca de respostas imediatas, inclusive nas avaliagées formais. Mas € provado que, quando a preocupacéo dominante se baseia na absorgao e no entendimento dos assuntos, o bom desempenho nas avaliacdes é uma conseqiiéncia direta da nossa maneira de agi O projeto, apesar de as vezes ser confundido com a apresentacao escrita, agrafiea e esquemitica da resposta final, na realidade constitui a abordagem completa de um problema de engenharia. Nesse caso, 0 que se confunde como projeto é apenas o passo final do processo geral. Este passo nada mais, é do que a solugio colocada de forma clara, concisa e correta para a sua convenient comunicacao e impiementacao, Para uma grande parte dos problemas de engenharia nio se espera ‘uma solucéo original. Comumente as solucdes sao fundamentadas na coleta incessante de informacées disponiveis. Para isso, além de dominar a metadologia bésica comentada ao longo deste capitulo, devemos possuit 222 rso9ue20 1 excow conhecimentos ¢ enperiéncia, As informagées, sem contar as trabalhedlas em sala de aula, podem ser encontradas nos livros técnicos ou em dados anteriormente coleiados para a resolucio de determinados problemas. A interagéo com colegas da érea sempre produz excelentes resuitados, poistodo intercémbio é uma possivel fonte para gerar novas ideias. Dificimente os problemas que o engenheiro encontraré na prética poderdo ser resolvidos apenas com adaptacdes répidas dos problemas académicos que foram estuclados durante o curso universitério. Porém, écerto que as ferramentas utiizedas para buscar as informagées disponiveis e os conhecimentos necessatios - para serem transformados em possiveis solugbes ~ s40 trabalhadas em disciplinas formais nos diferentes campos de atuacéo da engenharia, E notério que aprendemos e sedimentamos melhor os conhecimentos exercitando as teorias através da prética da resolugao de problemas. 90 é verdade em qualquer caso, seja na resisténcia dos materiais, na teoria ‘letromagnética, na termodinamica, ouquem sabe no futebol. Em todasestes casos 03 fundementos so imprescindiveis; mas eles s6 ser80 dominados através da pratica constante. Nunca € demais repeiir que a resolugao de problemas proporciona a oportunidade de adquirir desenvoltura na aplicacéo dos embasamentos teéricos. E fundamental, para que isso aconteca, que criemos 0 hébito de estar sempre em contato direto com as aplicagdes, porém evitando conscientemenie 0 costume bastante nocivo de, ao abordar um problema, tentar resolvé-lo através do método imediatista de tentar ‘adivinhar’ rapidamenie uma solugéo. Este comportamento leva, normalmente, a solugoes pobres e incompletas. Para evitar esse tipo de comportamento na abordagem dee problemas, as recomendacées a seguir podem aux + Listar as informagées do enunciado do problema — anoté-les, de preferdncia com as préprias palavras, para os dados ficaram mais femiliares. + Listar © que deve ser determinado pela solugéo ~ muitas vezes, divagando desnecessatiamente, perdemos o rumo do problema + Elaborar esquemas que ajudem a visualizacio fisca da situacéo ~ 65 limites do sistema a ser abordado so fundamentais na procura da solugao. + Rolacionar as leis bsicas que regem o fenémeno e procurar associar © formulétio matemético que auxilie na solugao do problema, + Aplicar as hipéteses simplificativas que eliminam parémetros inelevantes para a solugao ~ maiores detalhes sobre hipéteses omao E70 223 simplifcativas sao discutidos na parte deste livro onde discomemos sobre modelos e simulacéo. + Antes de trabalhar com valores numéricos, resolver o problema algebricamente, para evitar ertos de calculo. + Estar sempre atento & coeréncia dimensional do problema; ao substituir 05 valotes numéricos, dar pteferéncia ao Sistema Internacional de Unidades * Conferir as respostas e revisar as hipdteses simplificativas para vetificar a sua validade. + Relacionar as respostas de acordo com as exigéndias do problema. Se a primeira vista este procedimento pode parecer desnecessatio e enfadonho, é bom saber que um método ordenado e légico, da mesma forma como aconiece na eleboracéo de um projeto, economiza tempo, reduz a possibilidade de erros e, © que é mais importante, permite uma percepcao mais clara de tudo 0 que esté envolvido na formulagdo e na sokicéo do problema 208 Inrropuclo A eveounnin~ concer, reAMnesTs €cenroMArENO® Converse com um engenhelro, de preferéncia da sua especiaidade, procurando saber quis foram os projetos ~e alguns de seus detelhes ~ que fle 6 deservolveu durante sv vida profissionel [Encare a sua préxima atividade escolar ~ em qualquer dsapina: Fisce, Desenho, Quimica, Céleulo.. ~ como se ela fosse um trabalne profissional. Desenvolvara pesqulsando © consirundo solugées vidve's © bem estudadss, ‘detalhando as suas principals carecteristicas © preparando um relatero corn uma bea apresentacso. Visite um laboratério de sua escols, ou ume empresa que atve na sua drea de ‘especielizagio, Pergunte eo encarregade do setor de projeto, ou e umn memoro dda equpe de projetistas, 0 que eles estbo desenvolvendo no momento, Procure fertender come eles Uobelhom. CConsulte algumas revstas técneas, ou mesme cetélogos de fatricantes, na sua rea de especialzagio, procurande perceber quale s30 08 assuntos que {tbo em destaque, quale £80 a8 novidades © o que os especelistes desses ‘reas imeginam para o futuro. Ne sua conceps8o, 0 que significa projeto em engenheria? Esiruture sua resposta com todas as informacées que voct puder relacionar, pare depo fazer a sintese desta definigdo. Esqueca aquele que Ihe fol apresentada no Ivro. LLembre-s0: tornar familar uma definigSo & um passo importente para edimontagso de um concclte, Depois de ume leture atenta, procure estabelecer no minime dex atividades que ‘complementem © aprendizado deste capitule ‘Avavés de pesquises em biblotecas & na internet, seleclone a0 menos cinco livros que, Fa sua epini8o, possam aprofundar as questées tratedes neste ‘capitate, Diccuta com eolegas ou com professores a pertinéncia de sua proposta. ¥ TRE: ‘Areas DE ATUACKO PROFISSIONAL Podemes dizer qué os niveis de atuacio da engenharia desenvolvem-se horizontal e verticaimente. No sentido vertical estao os varios nivels de aprofundamento da profissdo ¢ formas de nela atuar, como ja comentamos anteriormente. Os cursos de aperfeigoamento, de especializagéo e de pbs-graduacao definem, de alguma forma, a atuacao profissional atraves de algumas éreas de especializacao, Denire estas, muitas se notabilizaram de tal maneira que hoje sio consideradas ramos especiais da engenharia. Um exemplo ¢ a engemharia de seguranca, que nao se configura como uma area especifica, mas que pode ser alcancada como nivel de especializacéo por qualquer profissional da engenharia. Poderiam também ser enquadradas nesta situacao a bioengenharia e a engenharia nucleat. Um outro ponto que podemos ressaltar é a eventual existencia de sobreposicéo entre as competéncias dos profissionais engenheiros.de éreas diferentes. Isso acontece porque nem sempre os limites de atribuigbes de cada especialidade estio claramente definidos. Em elguns casos, acontecem inclusive interpretacées que tornam diibios estes limites. Entretanto, rnormalmente essas sobreposigées acontecem pelo dinamismo das profissées, ‘que constantemente evoluem no sentido da busca de novos conhecimentes, Exercer com profissionalismo e ética as suas atividades é a forma mais adequada para fazer frente a eventuais contlitos de interesse. Em relacéo as especializacées horizontais, ou seja. a cada érea de trabalho, podemos identified las conforme apresentado a seguir. Cada uma elas possui caracteristicas proprias e se ocupa de atividades de um ramo especifico de atuacéo. Nem todos os desdobramentes das especializacées esto aqui listados, até porque a dinimica de construgéo de novos conhecimentos iorna isso quase impessivel. AERONAUTICA Um engenheito de acrondutica trabalha com projeto, construgéo ¢ manutengao de avioes, helicopteros, satdlites, naves espaciais, plenadores, balbes, drigivets, foguetese instrumentos especticos para a aviacio. Ocupa- 32 também com a infra-esirutura aerondutica, especialmente no que diz respeito 228 ____tranooucho J ercemusut~ CONES, ERRANENTAS € CONFCRIINEATOS a construgdo de aeroportos e aos servigos de infra-estrutura aerondutica, como a fiscalizagio de servigos ligados ao tréfego aéreo. ‘Suas atividiades padem cobrir, por exemplo, servicos relativos ao projeto € 8 andlise das estruturas que compéem a aeronave - asa, fuselagern, trem de pouso, sistema de propulsao, materiais ~, 0 estudo aerodinamico, @ arquitetura interna da aeronave, 0 comportamento de v6o e os comespondentes processos de fabricagdo. Teste com seromocelo; Beroporte engenheiro aeronautico pode se especialzar, por exemplo, na area espacial, na manutengio preventiva e corretiva de aeronaves — sendo responsdvel por programas de inspecéo e reparos — ou no planejamento operacional de frota e infra-estrutura de apoio para vOos. Pode tambem trabalhar com projeto e pesquisa de materiais e processos empregados na construgéo e manutengao de aeronaves, ou em sistemas de aplicacdo aeroespacial, projetando, construindo e instalando sensores, motores e outtos instrumentos aeroespaciais. Para formar-se nesta area sa0 necessarios, dente outros, estudos em mecanica e estrutura de aeronaves, ciéncias dos materiais, aerodinamica, ‘meciinice e dinémica de vo, propulséo, mecénica celeste, sistemas de controle, aeroelasticidade, Estudo do unsee [pei seprceion | erodindmico even ide uma asa As presto arose ord de ataque Carrs 10 — As encemanas Na érea de ciéncias agrarias so oferecidos trés cursos de engenhavi: agricola, florestal e de pesca, além do curso de agronomia, cujo profssional nele formado recebe o diploma de engenheiro aarénomo. Oengenheiro agricola € o profissional que lida com a produgao agricola, sendo responsavel pela construcao de barragens, acudes, sistemas de irigacia, drenagem e de combate a erosio, armazenamento de produtos agricolas ¢ elas construgées rurais. Sao de sue competéncia trabalhos que envolvam energia, transporte, sistemas estruturais, equipamentos, maquinas, implementos etc. relativos a producdo agricola. Ele desempenha suas tarefas com vistas a um melhor uso do solo, preservagéo de mananciais ao controle de fatores que otimizem a producao. Pantacdo eirtigacéo agricola Algumas de suas atribuicées profissionais englobam: + necanizagio asicova ~ selecao, projeto e ensaio de maquinas, mplementos, componentes e conjuntos empregados nos processos de producéo utilizados no preparo do solo, plantio, cukivo, colheita, transporte ¢ manuseio de produos agricoles; * ENERSIZACAO RURAL ~ transiormacéo, distribuigao e utilizacdo de energia elétrica, aproveitamento de formas de energia ndo- convencionais, selecéo de geradores, motores e transformadores utlizados em instalagées elétricas rura + ENGENHARIA DE AGUA € SOLOS — inigagio, drenagem, recuperagao do solo e controle da erosao, planejamento de propriedades agricolas, planejamento e manejo de recursos hiricos; ConsrrucAo RURAL ~ construcGes para fins agricolas, para estocagem ‘dematéria-prima e processamento de produtos aaricolas, habitacdes rurais e agrovilas, obras de tratamenio de residuos organicos rurais © agroindustriis. * PROCESSAHENTO DE PRODUTOS AGRICOLAS —-gerenciamento da prodcéo degracs, frutas, lores, hortalicas, cames,letee derivados e da ctiagio de animais domésticos, sllvestres ou exoticos de importéncia agroindustrial 230 Inrooucio A encoun coveres, somaneinas € courenneroe Para se formar em engenhavia agricola estuda-se, dentre outros assuntos: topografa, sistemna de posicionamento global, geaprocessament, ftotecnia equipamentos e maquinas agricolas, meteorologia, zootecnia, manejo ¢ conservacio de solo, irigagao, hidrologia, ambiéncia e projetos de instalagies para animais, manejo de bacias hidrogréficas, drenagem ambiental, beneficiamento de ardos e sementes, gestdo ambiente. AGRIMENSURA O engenheiro agrimensor estuda, descreve, mede, define € divide spaces fisicos — como por exemplo propriedades imobilétias fomecendo subsidios para a reaiizacao de cbras civis. Desempenha suasatividades através de levantamentos topograticos, batimetricos, geodésicos e aerofotogrametricos para a viabilizacéo de loteamentos, miicleos habitacionais, sistemas de saneamento, irigagio e drenagem, obras visras, cidades, barragens,edificios, aeroporios, usinas hidreléiricas, linhas de transmissdo de energia ¢ de telecomunicacées. paisaismo. Para desempenhar suas funcoes, ele trabalha com tecnologias geoespaciais - geoprocessamento esensoriamenio remot ~ tratando imagens de satéltes para observar o terreno. Trabalha também com téenices de ‘mensuracao por sistemas de posicionamento GPS e equipamentos topograficos informatizades, além de servir-se de programas e equipamentos de informati Espago fist Jojo se [trabalho do engenha E também atribuicao do engenheiro agrimensor a concepcao, o projeto @ a olaboragao de empreendimentos que vise A criagao, organizagao, manutengao e atualzagéo de arquivos que contenham informagées geouréficas ou topograticas. Alguinas boas chancesde colocagao profssional no mercado de trabalho so as empresas privedas nes éteas de construcao civil, de hidreléticas e de esiradas, O engenheiro agrimensor é essencial como consullor de érgéos Corinne 10 ~ As encenanas 231 governameniais para atuar no procesto de reforma agrétia, que néo pode disperser seus présiimos nos levantementos fundidrios, Alguns t6picos especifices estudados num curso de graduagao em engenharia de agrimensura so: astronomia de campo, cartograiia, diteito e legislacao de terra, estradas, foiogrametria, geodésia, geologia, geoproces- samente, hidréulica, mecénica dos solos, posicionamento por satelites, saneamento basico, topografia, tracado de cidades, transportes. Acronomra O engenheiro agronomo exerce atividades que de forma direta ou indireta estao relacionadas a aqropecusitia, lidando com recursos naturais ~ Agua, solo e ar. E responsavel pela mecanizagio rural e pelo projeto de implementos agricolas. Ele também é responsdvel pelo melhoramento animal € vegetal, pela defesa sanitéria, e pela manipulacdo da quimica agricola. \Z Ordena mecenizads © beneficamento Industrial ce frutos Além disso, também trabalha com: + supervisio de construcées ¢ instalagées pata fins rurais; + imigacao e drenagem para fins agricolas, mecanizagao da agricultura’ + cultivo e a muliplicagdo de plantas ~ ftoiecnia; + fertiizantes e corretivos, processos de cultura e de utlizagao de solo, manejo dos recurscs naturais renova + tecnologia de transformacao de alimentos - acticar, amidos, dleos, laticinios, vinhos e destilados; ‘+ agropecuatia, desenvolvimento da criagio e do aperfeigoamento dos animais domésticos ~ zootecnia; + beneficiamento e conservacio dos produtas animais ¢ vegetais nutrigdo animal. 232 ____Inmnoousio Arcemuns = concen, renunenas &conrowmwenrcs que se estuda em agronomia? Biotecnologia, fotointerpretacéo, hidroponia, processamento de irutostropicais, topografia, zootecnia, anatoria e morfologia vegetal, bioquimice, taxonomia vegetal, entomologia agricola, genética e methoramento, meteorologia ¢ climatologia, microbiologia agricola, topatologia, maquinas agricoles, topograiia agricola, hidréulica agricola, construgées rurais, horticulture, irrigacéo e drenagem rural, nutricao animal, tecnologia de produtos agricolss,fruticultura, tecnologia de sementes, AuMentos (0 engenheito tecnélogo de alimentos é 0 profissional especializado na industrializagao de alimentos. Desempenha suas atividades visando & fabricacdo, conservacio, armazenamento, transporte e consume de produtos alimenticios, procurando aproveitar ao méximo as reservas da agricultura, da pecudtia e da pesca. Cuida do processamento das matérias-primas basicas come let, frutas, verduras, legumes, cereals carnes, por meiode esterilizagéo, desidratacéo, fermentacao, enlatamento, retrigeracao, congelamento etc, Ao acomparhar o processamento dos alimentos sob os aspectos cuimicas, fsicos, microbioldgicos, econdmicos ¢ industria, ele é capaz de garantir um bom aproveitamento das matérias-primas, proporcionando a manutengao das qualidades nutricionais dos produtos finals, Pata trabalhar nesia érea, é preciso conhecer bem os diferentes pos de alimentos (cares, frutas, hortaligas, laticinios, grdos...], @ sua composigéo (pioteinas, agicares, vitzminas ipios...),« bioquftmica des matérias-primas utlizadas (reacées endimaticas, respiracio, maturacdo, envelhecimento...), a microbiologia dos produtos (microorganisms, deterioracao...) @ as caracteristcas sensorias (aber, fentura, aroma, densidde..).Eprecso tambérn ‘sonheceras diversas técnicas e processos erivolvidos: beneficiamento {moagem, exiracao de polpas, sucos e dleos...), tratamento térmico (pasteurizacéo, esieriliagdo, congelamento, liofiizacao...), biotecnologia (fetmentacéo, ‘ratamenio enzimatico...), emprego de ingredientes e matértas-primes. 0 engenheiro teendlogo de alimentos também se dedica ao estudo da determinacao analttca das diferentes substancias nutritivas dos alimentos e suas propriedades, para conservacio e preparo de produtos vegetais e de origem nimal, Também estuda as intexicagées causadas por alimentos preparados ou armazenados de maneita inadequada. Em linhas gerias,elua naindGstiadle produtos alimenticios, nainelistia 4e insumos necessatios para o processamento dos produtos - matéria prima, equipamentos, ernbalagem, aditvos... -, além de estabolecimentos de ensino, bbancos, centios de pesquisa, empresas de se:vigos etc., onde desempenha, Coins 10 - Ae crmanis - 233 dentre outras, fungées na produgéo, no projeto de instalacées industriais e equipamentos ou na fiscalicacéo de alimentos e bebidas. Pode trabalhar também em laboratérios ou na fiscaizacdo, realizando anélises para empresas @ indtstrias de alimentos, elaborando e avaliando projetos ‘Alguns pontos estudados por este profissional, durante o seu curso de graduacio, sio: fendmenos de transporte, operacdes ¢ processos uni bioengenharia, refrigeracao, instalagoes e processos industrials. 25 fe. il e LE Bereficiamento do leite e producio de alimentos balanceados Carrocrarica 0 profissional da engenharia cartogréfica pesquisa e elabora processos e meios para definir o posicionamento espacial de superficies, apresentando em forma grafica seus resultados. Através de processos geodésicos ou asironémicos planeja, executa e supervisiona o levantamento e a enédlise de aspectos geograficos para a elaboracao de carias geograficas, carlograficas ‘ou mapas geograficos, especificando o posicionamento da regido. Seu trabalho tem ligacao direta com prefeituras, departamentos de estradas e rodagens e empresas que executam servicos em areas urbanas ¢ rurais, por exemplo para insialagéo de redes de gés, gua, esgolo, telecomu- nicagao ou energia elétrica. 0 engenheito cariografico tember realiza levantamentos topogréficos ~ métodos de estabelecimento de detalhes de acidentes qeoagraficos de uma regiao -, levantamentos batimétricos - levantamentos topograticos dos ‘oceanos, lagos e rios, usando para isso instrumentos actisticos como radares @ sonares ~ e levantamentos aerofotogramétricos ~ metodo de fotografias aéreas de reas que permite estabelecimento de mapas para anélise do solo, da vegetagao ¢ da fauna. Seus servigos também so usados na 234 Iirmocuclo A exGeWARn ~ cONCTeS,FEIAMENTAS E coMromTNTS Canton 10 Ae eucewuaeas 235 ‘aeronavegacio, na confeccao de cartas que orientam as atividades de pouso, trfego e 2onas de protecao a aeroportos. Medigdo com teodolito & fecdente coors: cartogrético ‘Além das disciplinas basicas comuns as demais éreas da engenhari num curso de engenharia cartogiafica so estudados, dentre outros assuntos: topogratia, geodésia, geologia, geofisica, fotogrametria, saneamento basico @ ambiental, projeto e produgéo de cartas e geografia Givi A engenharia civil tem um amplo espectro de atuacao. O profissional desta rea pode estudar, projetar, fiscalizar ou supervisionar trabalhos relacionados a pontes,tineis, bamragens, estradas, vias férreas, portos, canais, ‘ios, diques, drenagem, irrigacao, aeroportos, sistemas de transporte, abastecimento de dgua e saneamento, etc Em seu trabalho, um engenheito civil projeta e acompanba as etapas de obras civis. E para projetar fais obras, ele estuda as caracteristicas do solo, a incidéncia do venio, a finalidede de uso da construgéo, os materiais disponivels, os custos envolvidos. Como ele desenvoive o seu trabalho? Dimensionando e especificando estruturas, instalacdes elétricas, hidro- sanitarias e de gés, bem como 03 materiais a serem utilizados. Ou fazendo calculos de resistencia dos materiais empregados ou orcamentos de obras, ‘racando cronogramas fisicos e financeiras,fiscalizando obras. No seu dia-a- dia, soja no escrtério e no canteiro de obras — 0 local da construgo ~, chefia equipes, supervisiona prazos, custos ¢ 0 cumprimento das normas de seguranca. Mais especificamente, sao atribuigoes dos engenheltos civis: *+ execular trabalhos relacionados com a consitucéo de edlificios e a instalagao, funcionamento e conservacéo de redes hidrdulicas de distrbuicéo de Aqua ede coleta de esgoto, para os servigas de higiene © saneamento; + examinar projetos e realizar estudos necessérios para a determinacdo do local mais adequado para as construgées * caloular a natureza e o volume da circulacdo de ar, terra e égua: *+ examinar 0 solo € o subsolo, a fim de determminar os efeitos provave's, sobre as obras projetadas; + determinar 0 assentamento de alicerces, condutos ¢ encanamentos; + projetar estruturas de concreto, aco ou madeira: + estuclar undagoes, escavagoes, cbrasde estabilizagao ede contencao; + planejar e operar sistemas de transporte urbano de passageiros; * caloular as deformacées e tens6es, a forca da corrente hidréulica, os efeitos do vento e do calor, os desniveis eoutros fatores nas construgées; * examinar, provar, estabelecer planos, especificacdes e orcamentos de obras antigas e novas * escolher as méquinas para escavagéo e construcao, assim como os aparelhos para levantar carges; * elaborar o programa de trabalho e dirigir as operagdes a medida que a obra avanca: + adminisirar empresas construtoras na direcéo dos setores técnicos de pessoal, de execucéo de planejamentos, maquetes, protétipos, desenhos ete. rabamnos tipios da engennarie evi eonstrugio e prédios =I | residenciais a De forma geral, 0 engenheiro civil pode atuar nas construgio civil, de materiais de construcdo e indtstrias urbanas, além dos setores ja comentados anteriormente. Pode se especializar, por exemplo, em estruturas, fundagées, saneamento, mecdnica dos solos, transportes, infra- estrutura portustia e aeroportusria O que estuda um engenheito civil? Além das matérias bésicas, comuns a todos os cursos, estuda também solos, concreto, madeira, pontes, estabilidade estrutural, tracado de rodovias... 26 _twrsocucto 4 escrous- coneetOs, RRMA # CMMORAMENTOS A habilitacao engenharia civil desdobra-se em énfases tais como: cengenharia civil em goral, edificagées, construgao de rodovias, construcao de aeroportos, construgao de ferrovias, construgao de pontes € viaduios, construcdo de ttineis, mecéinica dos solos, obras sanitérias e hidraulicas. ETRICA Os engenheiros eletricistas ¢ eletrOnicos podem atuat, de forma geral, em indistiias de material elérico e eletrénica automobilstica, construgao Civil ou em qualquer indiistria na parte de projeto, instalacao e maniitencao de instalagSes elétricas. Ahabi tais como: .cio engenhoria erica enwelve campos especificos de atuago ‘+ ELETRICIDADE EM GERAL ~ geragdo, transmissio e distribuigéo de ‘energia, nos setores de hidrelétrica, subestaées e termoelétrica; ‘+ ELETRONICA DE POTENCIA ~ dispositivos eletrOnicos de poténcia, controle de motores, acionamento de maquinas elétricas, simulagdo digital de maquinas e conversores, + TaLecomuntcagies ~ sistemas de Audio e video, anienas e propagagao de ondas eletromagnéticas, microondas, telefonia analégica e digital, processamento analigico e digital de sinais, redes de comunicagoes, telecomunicacées por satelite: + conTRou © avTomacio ~ controle computacional de processos industriais, controle Sptico, robstica, inteligéncia artificial, planeja- mento e implantacao de processos de automacao industrial Torre de Jcomuricacio fe teste em um Imicroprecessador ‘Sto atribuicdes dos engenheitos eletricistas, dentre outras: * realizar pesquisas, e’aborar projetos e prestar assessoramento em problemas que envolvam méquinas e equipamentos elétricos, sistemas de protecdo e chaveamento, instrumentos elétricos de medida, sistemas de ihuminacao, transformadores; —_______ Gi 237 + elaborar, executar ¢ ditigir estudos e projetos para construcao, montagem ou manutencio de instalacées, aparelhos ¢ equipamentos eletrénicos; + claborar e executar projetos de sistemas de geracdo, transmisso € distibuigao de energia eletrica; + planejar ¢ implantar sistemas de microondas,telefonia, transmiss0 de informagies digitais - dados, imagens e sons ~ etc.; + na rea da eletnica, trabalhar em projetosde automagao e controle, rmicroprocessadores, computagéo, modes, terminais, microeletrénica, Cicuitos integrados, telecomunicagtes, periféricos; + exccutar e dirigir projetos de montagem e manutengao de video e audio. Em Inhas gerais, para se formar em engenharia elétrica sao necessarios estudos em: circuitos eléticos, eltromagnetismo, eletrinica, materiaiseléricos, converséo de energia, mictoeletronica e automacéo, controle digital, microondas, antenas e propagacao, transdutores e sistemas digits. Frorestat Oeengenheiroflorestal é um especialista no planejamento, na organizacéo nadiregao do.so racional dos recursos renovaves e seus derivados. Trebalha por exemplo com a producéo ¢ o aperleicoamento de sementes florestais, com madeiras e com a exploragéo racional e sustentével e a preservagéo dos recursos florestais e recursos naturals de uma forma geral. A produgao madeireira e sua industrializacéo, além da preocupacao com o paisagismo, 08 recursos hidricos a fauna, também so competéncias deste profissional Reflorestamanto |e provervacto ‘ambiental Uma dasmetas de seu trabalho implica a preservacao e a administracao de recursos florestais, pois ele planeja melhores maneiras de manter saudavel a natureza, Para tanto, planeja a exploragao racional das espécies nativas, faz 238 ___rao1cHo Aeicewne~ coca, fANENIAS €cOnroRUNNTOS 2 projetos de reflorestamento ¢ recuperecdo em Areas atingidas pela erosio, Utlizando conhecimentos de biologia, ecologiae de processos manufatureiros. Num curso de engenharia florestal sao estudados assuntos como: biotecnologia, celulose e papel, sistemas agroflorestais, biologia celular, anatomia, isiologia e morfologia vegetal, 2oologia, taxonemia, dendrologia, entomologaa florestal, microbiologia agricola, topogratia agricola, genética e melhoramenio, meteorologia ¢ dlimatologia florestal, manejo e conservagao da fauna sivesire, manejo flotestal ¢ de bacias hidrogréticas. Inpusteiat O engenheiro industrial ecompanha, operacionaliza e mantém uma linha de produgio, concentrando suas atividades na instalagao, operacao ¢ ‘manutengao de maquinas € equipamentos, no planejamento de processos ¢ de estnsturas de produgéo e nodesenvolvimento tecnologico. E umprofissional emninentemente prético, que acompanha diretamente os procestos industiais, ‘rabalhando em busca de uma maior produtividade e contole de qualidade. Planeja instalacées, cuida da seguranca, reposicdo e aquisicao de maquinas equipamentos. Enfim, supervisiona a produgéo, visando melhorat 0 desempenho de homens e maquinas numa linha de produgao. Tabalha também organizando e administrando a infra-estrutura industrial A engenharia industrial 6 uma habilitacao especifica derivada de qualquer uma das seis grandes éreas da engenharia, por exemplo: engenaria industrial mecénica, quimica, elétrica € metakingica. (forte relacionamento entre o engenheito industrial ¢ os operatios da linha de produgao estabelece a necessidade de algumes disciplinas que fazer parte do curso de formacao deste profissional. Dentre elas podemos citar: paicologia aplicada ao trabalho, reinamento ¢ relagdes humanas no trabalho, principios de ergonomia, orientacdo e sele;ao profissional, psicologia social das orgenizagées, chio de teica: atuagio do engenhelr ncusteat Corinno 4 = hs enccrns 239 Para se formar nesta rea, so necessirios estudos em vérios assuntos, dentre os quais podemos citar: economia, psicologia do trabalho, ergonomia, controle de qualidade, controle de seguranga, manuitencao de equipamentos, método de pesquisa operacional. Um engenheiro industrial pode trabalhar em vérios setores, dentre 0s quais estao: indkistria quimica, petroquimica, de base, farmacéutica, de alimentos, siderirgica, desempenhando fungdes que vao do projeto, administragéo, manutencéo, geréncia de producao, diregao das empresas, denitre outras. MATERIAIS O répido avanco no mundo tecnolégico implicou a necessidade de um profissional especializado em novas opcoes em termos de materials, para todas as éreas da atividade humana. Plistco, ceramica, sinterizados, hoje fazem parle dos produtos que utiizamos no nosso dia-a-dia, em casa, no escritério, nos laboratrios, nas industries. Com essa necessaria especializacho, varias atividades que até bem pouco tempo atras faziam parte, por exemplo, da engenharia mecanica ou da metalurgia passam agora a responsabilidad de engenharia de materiais, que prepara profssionais capecitados para atuar na area, engenheiro de materiais ¢ 0 profissional que trabalha no desenvolvimento de novos materiais ¢ novos produtos industriais para aplicagées tradicionais. Em esséncia, trabalha com ciéncia dos materiais, polimeros, cerémica, metals ¢ metalurgla do p6; estuda o desenvolvimento de processos de tratamento das matérias-primas, a fabricacéo ¢ o controle de qualidade de diversos produtos; prepara novas ligas metilicas e getencia a produgao. Pode se especializar em ceramica, metais ou polimercs. “imscaina} ates ee rae | lum corpo de = ener No desempenho de suas fungées, atta no desenvolvimento e na obtengdo de materiais, envolvendo pesquisa, preparagio, processamenio ¢ utilizagao, Para tal, procura associar caracteristicas vaniajosas 20s novos 240 materiais: peso reduzido, melhor resisténcia a altas temperatures ou a carregamentos externos, maior durabilidade, maior facilidade de trabalho ~ para a fabricacio de produtos -, melhor resisténcia ao atrito au a condigbes ambientais desfavoréveis. O engenheiro de materiais pode atuaar em empresas de fornecimento de matézias-primas, em indstias piblicas ¢ privadas, nas dreas de siderut ppetroquimica, automobilstica, elétrica, plastico, Pera formarse na area, deve-se estudar, dentre outros assuntos, caractetizacao dos materiais, quimica, estrutura da matéria, teorias de ‘composizéo, comportamento dos materiais, processos de fabricagéo, MecAnica Ao profissional da engenheria mecanica compete projetar motores, méquinas, instalagées, veiculos e outros produtos das indtstrias mecdnica: preparando e fiscalizando sua fabricagao, montagem, funcionamento ¢ manutengéo. Estuda a natureza dos materiais empregacos na construcéo de ‘maquinas, prevendo sous custos provaveis eos meios de produgao. Determina 0s provessos de fabricacao e inspeciona a parte técnica da producao; projeta sistemas de ar condiconado, calefacdo e refrigeracéo. © profissional desta area também tem como atribulgoes submeter & prova instalagSes mecanicas, para conferirsua seguranca e eficéncia,e verficar se correspondem as especificacées do projeto. Também assessora a inetalagio mecanica ¢ 0 funcionamento de industrias, colaborando com a administraco na observacéo dle leaislacdo e no comércio. Podtemos dividir a engenharia mecanica em trés grandes dasses: + MECANICA FesADA —que trata dos grandes elementos, como turbinas hidraulicas, guindastes, pontes rolantes etc., que normalmente sao fabticados unidadle por unidade; + pRODUGAO EM SERIE — produtos fabricados em grandes quantidades, geralmente em linhas automatizadas, como carros, geladeiras, maquinas de costura etc + MECANICA FINA — instrumentos € eauipamentos de grande nivel de preciséo, como impressoras para computadores, instrumentos de medigao, maquinas fotogeéficas etc. De forma geral, 0 engenheiro mecanico pode atuar nas industtias mecénica, automobilistica, téxil e em todasas indiistrias, na parte de projeto, instalagao, operagaio e manutengao. 241 Curtnno 10 - Ns me Alguns dos campos especitices de trabalho dos engenheitos mecénicos sho: engenharia mecénica em geral, manutengéo, méquinas ¢ ferramentas, motores, atmamentos, energia nuclear, calefacéo, ventilacao e refrigeracéo, Coma automagao crescente das linhas de produgéo e com 0 emprego cada vez maior do computador na engenharia, um novo campo de trabalho vem sendo aberto. Para atuar nesta nova area ha necessidade de um profissional com boa formagéo em mecénica e eletrénica. AA fusio destas duas Areas tem gerado cursos que levam o nome de mecatrénica ou controle € automagao. Profissionais desta nova érea sé0 responsdveis pelo projeto, operacdo e manutengéo de processos ¢ sistemas automatizados, quase sempre comandados por mictoprocessadores. Estes ‘cursos também podem derivar da engenharia elética frase Engenfar mecini Hiecatnica Ponte rolante pare movimentagio de cargas. ‘Avtomatizagio industrial cortesie faster Equipsmentos Incustrais La. MeTALORGICA A engenbaria metalirgica é um ramo tenico quese ocupa com o estudo dos materiais metalices, definindo a caracterizacho estnitural, as propriedades ‘mecanicas,o processamento da matéria-prima e ¢s procedimentos de produc. O profissional desta érea é responsdvel pelo processo de beneficiamento de minétios, para a sua transformagao em metas eligas metélicas. Para tanto, elabora¢ aplicamétodos para extra metais des minérios - usendo tratamentos quimicos e fisicos — @ para a sua transiormac4o em chapas, bobinas, vergalhdes, tarugos, perfis etc. E a partir desses produtos que diversos components vao ser fabricados, como parafusos, formas de bolo, capos de automéveis, chaves, aca. O enaenheiro metalurgista desempenha o seu trabalho operando na extragio, preparagéo, producéo e aproveitamento industrial de metais, além 242 de desenvolver técnicas para o combate A corrosao metalica ¢ estudar a ‘composigo e as propriedades dos metais para esiabelecer um bom controle de qualidade dos produtes. Zona defusio sae ster nan | _Froduo de ferro fund e de ago Também so airibuigées deste profissional: * estudar os problemas referentes & extragao, com o objetivo de determinar os processos para a obtengao da maior quantidacle e da melhor qualidade possivel de metais; + determiner as temperaturas, mistures e outras variéveis que devem ser observadas nas operecées; + procurar os meios de mebhorer as operacoes, visendo @ aumenter 0 rendimento em termos de metal recuperado e do volume de producao, diminuir 0 custo de producao e, conseqtieniemenie, aperfeicoar 0 produto em termos de durabilidade, custo, pureza e peso; + inspecionar a producéo de metais puros e ligas: * inspecionar o tratamento de minério para armazenamento, transporte e transformacéo — leminacdo, prensagem, trefllacao, estampagem, forjamento...; + dirigirandlises microscépicas, radiclégicas. espectroscépicas eoutras, para determinar as propriedades fisicas dos metais e das ligas, * estabelecer os processos mecénicos e de tratamento térmico necessérios & obtencio das propriedades desejadas. Um profissional da engenharia metaltirgica pode trabalhar em vatias reas, como indstias metalirgicas,sideningicas, automotivas, mineradoras, naval, mecdnica, quimica, insttuighes de pesquisa. A habiltacéo do engenheiro metalurgisia correspondem basicamente duas énfases no campo profissional: producéo de meiais ¢ tratamento de metals, oS __ Covina 10 ~ ences _ 243 Para se formar nesta étea deve-se estudar, dentre outros assuntos, estrutura da matéria, petrografia, mineralogia, fundicao, termodinamica metalirgica, corrosio dos metass, siderurgia. Minas AAs atividades do engenheiro de minas dizem respeito & prospecgao & pesquisa mineral, a lavra de mines, ao planejamento e a operagao de aproveitamento de recursos minerais, & captacao de agua subterrénea, a0 bbeneficiamento de minérios e & abertura de vias subterraneas - pocos, tineis, galerias. Para isso, ele utiliza diversos conhecimentos, em especial da geologia, da quimica, da fisica e de disciplinas técricas especificas que estuda durante seu curso de graduagao. E, portanto, um profissional preparado para pesquiser recursos minerais — ferro, alurinio, pedra, areta, agua mineral A prospeccdo € 0 estudo que visa & definigéo de regides adequadas para pesquisa mineral. A lavra de minas diz respeito & retirada de minério do meio ambiente ~ em jazidas minerais -, a céu aberto, subaquatica ou subierranea, Na deteccao de depésites de minério no sutsolo, por exemplo, 0 engenheiro de minas trabalha com técnicas como sismografia, sensoriamento remoto e sondagem. Na fase de pesquisa, planeja e executa o estudo dos bens minerais, objetivando a caracterizagio da reserva, da qualidade do minério e da viabilidade tecnoeconémica do aproveitamento dos recursos. Quando se ocupada do beneficiamento de minérios, trabalha com processos ‘como britagem, moagem e métodos de separacao. O engenheiro de minas desenvolve as atividades de prospeccio, pesquisa, planejamento ¢ a elaboragao de projetos e estudos pata 0 aproveitamento racional dos bens minerais juntamente com 0 geslogo, exercendo suas atividades basicamente em empresas de mineragéo. Quando trabalha na operagao de sistemas, 0 engerheiro de minas assume a responsabilidade pela execugdo da extragao e beneficiamento dos minérios. Também compete ao engenheito de minas estudar e planejar a captacao de Sguas subterranease a abertura de vias subterréneas, bem como emitir laudos geolbgico e geoléenico, quando trabalha com certografia, hidrologia, toposrafia. E habilitado também ao trabalho com explosives e para projetar e executar sistemas para capiacao de Agua subterranea Ahabiltacdodo engenheiro de minas retine algumas derivacées, como prospeccio e pesquisa mineral, lavra de minas, captagéo de Agua subterranca, beneficiamento de minérios e abertura de vias subterréneas. 244 ___tnrnooecto 4 omnes ages de) ExtracBo de carvio 2 cba aberto Para formar-se em engenharia de minas sao necessérios estudos em assuntos tais como: cristalografia, geoprocessamento, aerofotogramettia, sensoriamento remoto, geotecnia, hidrogeologia, mecAnica de solos e de rochas, desmonte de rochas, estabilidade de taludes, abertura de pogos € galerias, construcao de barragens, prospeccéo, lavra de minas, beneficiamento de minérios, cartografia, topografia Navat Oprofissional da engenharia naval ou oceénica elabora, executae ditige projetos de estruturas navaise ocednicas, preparando especificagses, desenhos, teenicas de execucao e outros procedimenios para possibiliar a construcao, montagem e manutenc4o dos equipamentos ¢ instalacSes projetadas. Para tal, envole-se com custos, dinémica estrutural, hidrodinamica de embarcagées, maquines maritimes, projetos de navios, tecnologia da construgéo naval, transporte interior, de cabotagem e intercontinental. Em seus projetos, o engenheito naval se preocupa com 0 comporiamento, da embarcacao ~ flutuadores, estabilizadores, poténcia necessétia para 0 sistema de propulsio, controle direcional ete. -, que garantiré seguranca eficiéncia ao sistema, Também se ocupa com aspectos relatives ao aproveitamento interno — disttibuicdo de pesos, tripulacio, arquitetura etc. A escolha dos materiais a secem empregados, a definicdo dos cortes de chapas, a especiicacao de soldas, dentre varios outros aspectos técnicos, também so sua responsabilidace. ‘Além de trabalhar com veiculos martimos ¢ fuvias, os engenheirosnaval @ oceénico também projetam, executam e mantém plataformas maritimas, instalagées portuérias e estruturas offshore, trabalham com processos de fabri- cago e com exploracao de recursos minerais do oceano, exploragae maritima de recursos biol6aicos - como pesca e criacao de animais marinhos ~ ou com cequipamentos para lazer e esporie nduticos. Profissionais desta érea podem se especializar em determinado tipo de embarcagéo, como belonaves, navios de Covina 10 = As encenusas 245 carga ou de transporte de passageitos. Em linhas gerais, atuam nas indistrias naval, mecdnica e urbana, trabalhando com projctos, inspecéo, manuiten¢ao, reparaco ou.com planejamento e gestao das operagoes marrtimasee portuaties. Navio de carga, estaieio ‘naval e overcraft 0 proceso de formagio de engenheiros navais ¢ oceénicos envolve estucdos em teoria de projeto de embarcacoes e sistemas ocednicos, hidrostatica, hidrodinémica, tecnologia de corstrucao de materiais, arquitetura naval maquinas maritimas e tecnologia mecanica. Pesca Oeengenheiro de pesca trabalha com técnicas de deteccéo e captura de cardumes e com a conservacao, supervisdo, planejamento, coordena¢éo, beneficiamento e a transformagao dos recursos naturals agiicolas, Executa suas atividades visando a uma boa utilizacdo das tiquezas bioléaicas dos mares, ambientes estuarinos, fluviais e lacustres. Trata também do desenvolvimento da tecnologia da pesca ¢ do projeto des equipamentos necesséiios a industrializacdo dos recursos pesqueiros. Mas, além de trabalhar com recursos naturals, preocupa-se também com o cultivo ¢ a exploracéo sustentavel desses recursos. ‘Trahira, produgio ¢ beneficoment® &e ‘rutos do mar 246 IWunoourto Aenoumain “Tem uma forte relagéo com a engenharia naval, mas dedica-se mais especificamente a concepcao e 20 aperfeicoamento das artes da pesca e de métodas e aparelhos de detecco ce pescado. Apés a captura, trabalha com métodos de transporte, armazenamento e industrializagso do pescado. (0 trabalho do engenheiro de pesca se desenvolve basicamente na aqiiiculture, no processamento de pescado, na pesquisa e produgso de alevinos, nas fazendas de criagao de petxes, frutos do mare ras em industrias pesqueitas, além das demais dreas gerais j4 comentadas em outras ‘modalidades de engenharia. O engenheiro ainda projeta fezendas marinhas, desenvolve equipamentos de pesca, beneficiamento e conservagao ds animais no alto mar e em terra (© que se estuda num cursode engenharia de pesca? Botanica e zoclogia aquatica, topografia, fotointerpretacao, limnologia, microbiologia, ‘oceanografia, navegacgio, manejo de bacias hidrograficas, aparelhos ¢ téenicas de pesca, aquicultura, méquinas e motores utilizados na pesca, instalagoes pesqueiras, meteorologia. Proougio A engenharia de producao ¢ uma habilitagao especifica associada as cengenhariatradicionais. Existem portanto cursos de engenharia de producéo elétrica, de produgéo civil, de produgdo mecénica ete. [Numa emprosa, a producao implica racionalizagéo e otimizacéo de pro- cessos, das matérias-primas empregadas ou da energia consumida, bem como melhor aproveitamento possivel do pessoal disponivel, O profissional responsével por garant: que se tena esta prodcio ofimizada e racionalizada, dentro dos niveis de qualidade exigidos, cuidando do bom balanceamento da linha de producao — que envolve métodose tempos de moniagem, alocacéo de pessoal, ferramentas, velocidades de trabalho etc. -, é 0 engenheiro de producéo. (© engenheiro de producao € responsével pelo planejamento, pela exeaugao e pelo controle da praducao, bem como pelo projeto do produto, pela fixagao da escala de producéo e pelo estabelecimento de programas de trabalho e prazos. E sua atribuicao gerenciar recursos humanos, financeiros ¢ materiais para aumentar a produtividade de uma empresa, aperieicoando 0 relacionamento entre homem e maquina. Podemos dizer que, em linhas gerais, um engenheiro de producio se dedica a0 projeto e gexéncia de sistemas que envolvem pessoas, materials, equioamentos e ambiente. Por englobar um conjunto maior de conhecimentes habilidades, este profissional consegue visualizar os problemas de forma global. Crotnno 10 = As evcrounas 247 Projeto oe arcaga de vabaho eficente & Ieiaute de abrica ‘Também so suas responsobilidades: + escolher a localizacho de indiistias, determinar o equipamento e 0 processo de manufatura, modificando habitos ndo recomendéveis de trabalho; + analisar as operagées ¢ introduzir modificacées no sentido de racionalizar 0 trabalho; “+ estidar custos operacionais¢ dedicar se ao estudo de tempos emétodos; + atuar como elemento de ligacéo entre o setor técnico e 0 setor administrativo de uma empresa; + cuidar da seguranca do proceso produtivo, da avaliagao econd- rmico-financeira da empresa e do leiaute das instalacies industriais; + planejar e programar compras, producao e distribuigéo dos produtos, + definirestratégias de controle de estoques. © aluno de engenharia de produgéo aprende matérias relacionadas & ‘economia, meioambiente, financas,etc.,além dos conhecimentos tecnalégicos ‘basicos da engenharia correspondente. Mais especificamente, alguns assuntos estudados num curso de engenharia de producao sao: controle de qualidade, materiais, sistemas e processos, métodos e tempos, geréncia de producao, organizacio do trabalho, ergonomia e seguranca do trabalho, administracao, pesquisa operacional, avaliagao de mercado, gestao da tecnologia, planejamento € controle de producao, esiatistica, projeto do produto e da fabrica. Em seu campo de formagio espectfica ~ ci ~ 0 engenheito de producdo pode trebalhar em areas coro: + oncragdes — distribuigao de produtos, controle de suprimentos. + pLanesamenTo ~ estratégico,financeiro, produtivo... + rimangas—controle financeiro e de custos, anélise de investimentos. + Locisrica - planejamento da produgio.e distribuicéo de produtos. ‘+ merxeTinc ~ planejamento do produto, mercados a atender.. 248, Inenooucho A enonwuth— COUT, PERLANENTG €COMPORTINIENTES Quimica O profissional desta dtea estuda processos de transformacao de materiais, ‘brutes - ern composicéo quimica e forma fisica - em produtos de uso industrial ¢ comercial. Para isso, combina conhecimentos técnicos e cientifices pera projetar, construir e operar sistemas de conversdo de matérias quimicas em rodutos finais, através de processos quimicos. bioléaicos e fisicos. ‘Também sao atribuigdes do engenheiro quimico: + elaborar métodos novos e aperfeigoados para a fabricagao de Produtos quimicos e outros prodtos sujeitos a tratamento quimico; + projetar e controlar a construgéo, a montagem e o funcionamento de instalagoes e fabricas onde se realiza 0 preparo oto tratemento qquimico; * estudar processos de producao empregados em induistrias ou laboratérios para verificar as diferentes etapas de operacéo, a viabilidade de producéo, aredugéo des custos e conseguirum melhor controle de qualidade; + melhorar e aperfeicoar os processos téenicos de extracao das ‘matérias-primas, sua transformacao e utilizacao; + responsabilizar-se pela fabricacéo de tintas, soluentes, reagentes, aménia, Acids, fésforos, foslatos, sécio, cerémicas, vidros, cimentos, plisticos, borrachas, fibras natura e sintéticas, papel, celulose etc.; + trabalhar na produgéo de derivados do petréleo ou em processos de destiagao do alcool. Corinne 10 ~ As excoeAnns 2a9 O engenheiro quimico participa do projeto da planta da fabrica e decide sobre 0 tipo de instalacao necessaria, fscalizando a montagem de instalagdes nnovas ou a modificacdo das existentes. Também inspeciona e coordena as. atividades dos trabalhadores encarregados de trituradores, misturadores, cubas, alambiques, reatores, evaporadores e outros sistemas, com o fim de garantit © tratamento quimico adequado dos materiais. Alguns dos campos de atuagao do engenheiro quimico sao as inctstrias Quimicas, petroliferas, petroquimicas, farmacos e quimica fina, de papel e calulose, fintase vernizes, cosméticos e perfumes, alimentos, bebidas, nas quais le desenvoive trabalhos de produgéo, controle, automagéa, ecompanhamento € otimizacao de processos. Dentre os assuntos estudados num curso de engenharia quimica constam: quimica organica e inorganica, 9. eletroquimica, corroséo, quimica analltica, cperagées unitérias, ‘SANITARIA © engenheito sanitarista ~ ou engenheiro sanitarista e ambiental — elabora, executa, projeta, opera e mantém obras civis relatives a instalagées de saneamento e ambientais. Especifica e prepara orcamentos de custo, Tecursos necessérios, tecnicas de execucao e outros dads, para assegurar a construcao, funcionamento, manutengao e reparos dos sistemas de abastecimento de Agua e sistemas de esgotos. Por isso, desempenha o importante papel de contribuir para a melhoria da qualidade ambiental ¢ Para um desenvolvimento sustentado. Esquema Dicleo de refine de Detréleo Sree — Age detevogers ‘Aad deprodutosqucos setae baud ontigedetgen tN Sistema de tatorerto de ‘gua preservacdo ambiental Mais especificamente, competem a este profissional trabalhos referentes «a: controle senitério do ambiente, avaliacéo de impactos ambientais, capiacao € distribuigdo de équa, tratamento de agua, esgoto e residuos = urbanos & industriais -, controle de polsigao, manejo de bacias hidrogréficas, drenagemn 250, Ihrronsclo A svcruain~ consiog, eanawenTa © conpoarnnenos urbana e rural, higiene e coniorto ambiental, bem como as obras civis relacionadas a estes sistemas. Num curso de engenharia sanitéria e ambiental, além das matérias de formagao geral, sho esiudados assuntos como: biologia, bioquimica, microbiologia, geologia, topografia, solos, construcao civil, hidrdulica, hidrologia, recursos hidticos, sistemas de abastecimento e tratamento de cefluentes, residuos sdlidos, planejamento e avaliacao de Impactosambientais, Téxrit Uma variagao da engenhatia quimica é a modalidade téxtil, cujos profissioneis 580 responsdvels pelos procedimentos referentes a indistia quimica de produtos téxteis e seus servieos afins e correlatos. O engenheito téxtil acompanha a fabricagao de tecidos cuidando da fiacéo, tecelagem, tinturaria, estamparia, acabamento e confeccao. Atua também na area de controle de qualidade de fios ¢ fibras ¢ na manutencao e construcéo de equipamentos, maquinas @ acesiérios t@xteis Este campo da engenhatiasedivide em duas reas: quimica e mecénica primeira se dedica a fabricagio de fos arificiais e sintéticos ¢ ac tralamento de fios naturais. Profissionais dessa modalidade administram as etapas de producéo industrial ~ fabricacao de fias, tecidos e roupas, o que inclui os procestos de finturaria e osiamparia,A segunda ~ meedinica - implica o projeto, a construgao, a montagem e 0 funcionamento de maquinas e acessdrios. Paratal, estuca a viabilidade técnica e econémica da implaniacao de indistrias ‘8xtcis, especificando 0 maquindtio e supervisionando a menutengéo da linha de producéo, Initia [oa Engenheiros téxteis abalham principalmente em indtistiias cu empresas de tecelagem, malhatias, fiacao, acabamento t2xtile produtos similares, além de outras instituicdes i comentadas em outras modalidades ~ institutos de pesquisa, universidades, laboratérios, bancos de investimento, Cire 10 As excoans 251 i ‘TAREFAS PARA COMPLEMENTACAO DO APRENDIZADO Faca uma pesquisa ra biblioteca de sua esco’a, ou via internet, e prepare um A pequeno artigo explicando o que ée com o que trabalha a encerharia de sua especiaidede Escreva um pequeno texto, com cerca de 100 palavras, explicando de forma clara por que voct esté estudando engenharia, Faca uma lista de personalidades pibicas, artistas, olticos ou escritores que tenham formagio em engenharia. Procure identificar quals es suas respectvas. areas de formagio e em que setor se encontram tabalhanda hoje, Se quiser avangar um pouco mais neste exertico, escreva para algum deles perguntando {qual Consetho eles poderlam Ihe dar para ter um bom cesempenho na profissso, Monte um arquivo contendo ofertas de emprego onde o engenheiro possa atvar, Sseparando-as por atividades por resiao Co pais. Atualze de vez em quando este arquivo, tentando percaber as tendencies do mercado. Procure enfatizar as Drincpais caracteristices que os anincios relevam como importante na conquista deste emprego. Sua universidade deve possuir diferentes cursos de engenharia. Faca um levan- ,,_ lamente de todos eles © depois, junto as suas coordenadoria, procure saber as ‘araceristcas mais marcances de cada um. Em seguida, situe-os dentro das, |) areas principals da engenharia e, com iso, dscuta as principas ‘ungées dos |_| refissicnais por eles formados. @) Denass da ienura deste captuio procure estabelecer no minime dez + atividades que complementem o aprendzado deste ascunto, [través de pesquisas em bibliotecas e na internet, selecione a0 menos cinco 7 ivros que, na sua opine, possam aprovurdar as questoes tratadas neste | capitulo. Ciscuta com colegas ou com professores a pertinéncia ca sua proposta. Arénpice A ‘Sistema Internacional, DE UnipApes Recras bE EMPREGO Do SI E de fundamental importancia 0 uso do Sistema Internacional de Unidades - SI - de acordo com suas regras. Quando do seu emprego, é comum que se cometam erros que podem, em algumas situagées, acarretar Interpretacoes completamente diferentes daquelas pretendidas. O engenhetto, ‘como qualquer profissional, deve ter ocuidado extremo de veriicarse onome, © simbolo ¢ a grafia das unidades estao em conformidade com as regras de ‘emprego do SI. Neste item é feita uma sintose das regras de uso do SI, apontando ‘alguns dos ertos frequentes cometidos quando do emprego de unidades. Se ‘os exemplos aqui apresentados forem assimilados, dificlmente outros erros serdo cometidos GRAFIA DOS NOMES DE UNIDADES a) Sempre que escritos por extenso, independente de derivarem de nomes préprios — de cientistas, por exemplo -, osnomes de unidades deve comegar com letra minéscula. A énica excegdo acontece com © grau Cekius. Exemplos: ampére, kelvin, newton. Isso se aplica apenas ao nome da unidade. A simbologia segue outras regras. ) 0 valor numérico de uma grandeza deve ser acompanhado da unidade escrita por extenso out representada pelo seu sfmbolo. Nunca devem ser misturadas as duas formas. Exemplos: 30 newtons por metro quadredo, € nao 30 newtons/'m*; 30 Nim, e nao 30. Nimetro auadrado. 254 Inreaouco J etext coustos, FeMANENTAS CoMPoaT MEETS ©) Quando as unidades so palavras simples, 0 seu plural é formado pela adigéo da letra no final. Exemplos: quilogramas, joules, farads, grays. Os prefixos SI nunca aparecem no plural. Exemplos: quilogramas, e nao quilosgramas; quilowatts, ¢ nao quiloswats. 4) Quando aparecem palavras compostas nas quais 0 elemento complementar da unidade nao é ligado por hifen, ambas recebern 8 no final. Exemplos: metros ctibicos, quilémetros quadrados, Em metro quadrado, metro é a unidade e quadrado, 0 elemento complementar €) Quando os termos séo compestos por multiplicagao, o s também & acrescentadlo ao final de cada um deles. Exemplos: ampetes-horas, newrons-meiros, watts-horas, Notar que neste caso as duas palavras sao unidades, quando usadas separadamente, ) Em unidades compestas por diviséo, na formagao do plural o s aparece apenas no numerador, permanecendo 0 denominador inalterado. Exemplos: quilémetros por hora, newtons por metro quadrado. @) Quando as palavras terminam com as letras s, x ou z nao recebem a letra s para formar o plural. Exernplos: 1 siemens, 10 siemens; 1 lux, 27 lux; 0,1 hertz, 720 quilohertz. h) Se a palavra for composta por unidade e elemento complementar, ligados através de hifen ou preposicdo, o elemento complementar nao leva o sna formacéo do plural. Exemplo: anos-Iuz cecbe! deaibole e eae ohmemetios * vate volte « quilogramaforss—auilogramacforea milmotr cities mllmatroseibieos. ‘etio por segundo metros porseaundo Artwwice A ~ Stren eemracions 9¢ UNDE 255 GRaFIA Dos simBoLos NNa lida com os simbolos é muito comum o aparecimento de graves erros, grande parte deles ocasionada pela falta de atongao. Cuidados maiores ‘uma consulia is principais regras podem facimente eliminar este problema, Estas regras sao: ‘@) Os simbolos so invariévels em qualquer citcunstancia. Eles nao admitem sde plural, ponto de abreviatura, sinais, letras ou qualquer acessério complementar. Exemplos: metro -> m, e nunca ms, mts, M, ms; watt — W, e nunca w, wts, Ws; quilOmetro por hora —> km/ h, e nunca KMIH, Km/H, Kin/h, Kms/hs. 1b) Quando existe duas unidades multiplicadas entre si, elas devern ser escritas das seguintes maneiras: newton vezes metro > Nm, Nm,Nm, ©) Quando uma unidade é constituida pela divisio de uma unidade por outra, deve-se utilizar a barra inclinada, o trago horizontal ou potenclas negativas. Exemplo: metro por segundo —> m/s, m.* ‘Nunca se deve repetir na mesma linha mais de uma barra inclinada, a néo ser com o emprego de parénteses. Exemplo: m/s, ms? ¢ nao miss 4) O prefixo 6 impresso sam espagamentos enire o seu simbolo e 0 simbolo da unidade. Exemplos: kd e no kJ, MW e nao M W. €) Quando um simbolo com prefixo tem expoente, este afeta o prefixo € a unidade, como se ambos estivessem entre parenteses. Exemplos: dm?=(10'm)=10°m%, mm?=(10%m)?=10°m*; em3=(102m)?= 108m? f) Nao sao admitidos prefixos compostos formados pela justaposicao de varios prefixes SI. Exemplos: 1 nm (um nanémetto) ¢ no 1 ‘mim (am milimicro metro}; 1 GW (um gigawatts) e nao 1 KMW (um quilomegawatts) 9) Os prefixos SI podem coexistir num simbolo compost por multiplicagao ou divisao. Exemplos: kQ.mA — quiloohm veres miliampere; kV/is > quilovalt por microssegundo; \1W/em? microwatt por centimetro quadrado. Fh) Os simbolos de uma mesma unidade podem coexistir num simbolo compesto por divisdo. Exemplos: kWi/h -> quilowatt-hora por hora; Qmméim > ohm vezes millmetro ao quadtado por metro. 1) Osimbolo é escrito no mesmo alinhamento do ntimero a que se refer. Exemplos: 1000 quilowatts -> 1000 kW; 350 pascals -» 350 Pa. 256 WTtooUCAO A encennanA coestas, FRRMENTAS € ConrOMNENTOS GRAFIA DE NUMEROS As regras a seguir nao se aplicam a ntimeros que no representam quontidades — como os de telefones, c6digos de identificagao e datas. a) Quando se trebalha com quantidades definidas, os niimeros deve. ser impressos em tipes redendos ~ romanos. Uma virgula deve separar a parte inteira daparte decimal. Quando o niimero é menor que um (1), deve-se colocar um zero & esquerda da virgula. Exemplos: 6 324 354,79 128 e nao 6.324.354,479.143; 0,375 e nao 375 ou 375. 1b) E recomendade, para facilitar a leitura de niimeros longos, que os algarismes - das partes inteira ¢ decimal ~ sejam agrupados de trés em trés, apart da virgla tanto para a esquerda como para a diteita. Pequenos espagos devem separar estes grupos de algarismos. Quando estes nuimeros se referirem a dinheiro, quantidades de mercadorias, bens ou servicos em documentos para fins fiscais, juridicos ou comerciais, para eximir a possibilidade de erros ou fraudes, devem ter pontos separendo os grupos de trés elgarismos. Exemplos: em se tratando de um custo, R$ 2.586.878,15, endo RS 2586 878, 15; em se tratando da quantidade de um bem, 5.346.000, @ nao 5 346 000. Deve-se tomar muito cuidado nes operagées matematicas, por mais simples que possam ser. O sinal de multiplicagao entre ntimeros deve sero sinal de vezes (x), Exemplo: 172x43, e nao 172.43. ©) Adivisio de um néimero por outro deve ser indicada por uma barra horizontal indinada ou por uma poténcia negativa. Em algumas situagées pode-se usar o sinal “+” para a divisao de ndmeros. Exomplos: (195/436)/4,53, e nao 195/436/4,53; 195/(436/4.53), e nao 195/436i4,53, PRONUNCIA DOS MULTIPLOS E SUBMULTIPLOS DECIMAIS DAS UNIDADES Na forma oral, os nomes dos miltiplos e submiitiplos decimais das Uunidades sao pronunciados por extenso, prevalecendo a silaba ténica da unidade. ‘As palavras quilometro, decimetro, centimetro e milimetro, consagradas pelo uso com o acento ténico deslocado para o prefixo, s80 as Ginicas excences a esta ogra. Os demais mtliplos decimais do metro devem ser pronunciados ‘om acento tOnico napeniiltima sleba (mé). Exemplo: megametro, micrometo ~ distinto do micrémetro, instrumento de medicdo -, nanometro ete. oisoice A ~ Sisews Insaco D€ UoADes 257 MoutrPLos € suaMOLTIPLOS ara expressar miltiplos e submiitiplos das unidades do SI, so utiizados 8 prefixos apresentados na tabela a seguir BE Ee Eee yota 1 10" 10° nano a 10” que zeta |Z) (Ronee to) pee | 10? ee) UE Ho (cee a x0!) tems |r 0 paces EG ee eee) RE res PE fo were) ROR) cen eto? aepte to gin SR) mm 108 yecte | yt mesa Mah micro 108 ALGUMAS TRANSFORMACOES DE UNIDADES: acre m 4,046 856 x 107 ‘alguelre do Norte mt 27235 salqusire GO, MG, ®) mt 48-400 aiquere paulista mt 24 200 angstiom 7 io” anosuz km 94801536 207 x 10!* are mv 10000 arrobe métrica ‘6 15,000 atmostera Pa sot 325 bar Pe act bari de petrsieo (EVA) co 0158 987 3 brace = 1828 6 swim wn 0,293 071 TY (unidede tériesinglesa) 3 1 055,056 258 Inomeoupke AeNcoWAuA ~ co\cHoe, RIAHENNAS € conroRDINERES rurer ‘alotia internacional caloria termoquimica Caloris /sequndo ‘avale-vapor (HP) ‘avalo-vapor métiice exvsle-vapor hore da ‘dna inajcentimetrs quadrade eletron-vot «9 galio (EUA) alo Inglés rau grau/sogundo HP = eletricidade Jerde gua brasitira gus martina eu terresre Nea Nira (avoirdupois) ra (ey bra/ps cibico Nra/pé quedrado ra/potegaca cibice Nora/potegada quadrats Nera forge vo tha martina 0293071 4,186 84 4,183 399 4105S 7457 735,497 2,604 5x 108 86.400 10” ot 602.177 33 x 10° 10” 137705 412 «10? 4546 0910? 1,788310° 1,748.3 10" 746,000 os1s4 6600 5559,7 4825s 4448 222 0453 5923 0,353 242 16,018.463 47,876912 27 679,904 6,894 75 10 4.448.222 10” 1982 mihafhors| rilimetro de qua ilimetro de mercro (mina) 16 (ria maritima /hora) ‘ong (avairdupois) ‘nga (roy) arse pe p&/segunde pélsequnéo 40 quacrado pire polegede polegada/seagundo olegad/sequndo ao quadredo poundal poundal-pé ‘ulate aullegrama forga:meto «ullograma-forca ‘ullograma-torca/centimatio quadrado quldmetrofhers aullowatt-nora otegoes/minuto (rpm) st) ‘slug/pé cdbico tonelaca tonelads curta tonelads longa torical watt ve reas 0.447 04 9,806 65 193,922 aprox Osta 444 2,834 952 7 » 107 3.8103 x 10° 3,085 677 x 10" (0308 601 01304 801 3,048 000 x 10° 1356 25,40 x10? 2540x107 2540x102 0,390 255 01214 20% 10% 9,806 65 9.80665 98 066,500 02977 778 3,600 x 10° 14502 515,317 882 1,000 x 10” 907,184 74 1016045 809 133,322 50282 1 260, Tferncoucko Aiennnia~cOnCEOS, FERANENTAS € conPeRTNeOs energia trabalho, quantidade de alr fuxo macnétice {orca frequéncle Indugio magnstica indutineie peters, fuxo energéico potencial etic, tensao elétrica pressto ‘quantidade de eletricidade, carga elétrca resleténci eétrica coulomb pog< siz 482 wWoim? kgs? WHA Kaimtts® 3s kgmts® WA ig.ni.wts? wm? kgs? Bi As VIA kghimtats® Apénpice B ALGUMAS INFORMACOES INPORTANTES Constanres FisIcas 6,022 57 x 107/mol 1,293 kg/m? _ 9,999 973 x 10? kg/m? 6 373,39 km 9,806 65 m/s? 3397 510° hg 27259 1108 hg 167339» 107g 8,314 4 I/(moLK) 6625 54x 10° 3p 2.997 9x10" mvs 331,36 m/s 5,98 10" kg 5,669 7 x 10° Wim'k* 262 rno0¢40 A EAGEWARIA ~ COICHTES, ERASERS € COMPONENTS ‘SINAIS E SiMBOLOS MATENATICOS x (BR) cvarme cocrnat (BN) orperional a | oe | | as 5 Bh eer an ee | [al et a Bh se a es a =| Geers owe erncotn — (BR)—rutomenor que (ie sioesacrnce (I) natrovigate vw eee ED ecciinn [vor tenetoceconuncs (BN) compte vere ‘ALFABETO GREGO SE - ee: a. ee MaremAtrca “Tida como uma das mais abstraias das ciéncias, a matemitica é, antes ‘de mais nada, uma linguagem universal. E também o mais forte instrumento- de atixiio no estudo das ciéncias exatas. Nao se concebe um engenheiro que Artvoice B — Nouns wronuctes ironies 263 rndo saiba usar modelos matemsticas na resolugio de seus problemas. Os ramos da matemética, basicamenie, sao os seguintes: Anrmérica. E a teoria matemética dos niimeros naturais. A aritmética constitu a base fundamental da matematica pura e aplicada. A palavra ‘vem do areao arithmetiké. Os ntimeros naturais surgiram junto com as primitivas atividades humanas de contagem e medide , com eles, os sistemas de numeracéo, que evoluiram até chegar ao atual sistema de ‘numeracdo posicional A.seors, E um prolongamento da aritmética, onde os niimeros sA0 representados por letras, fcitando a formulacao de suas propriedades gerais. Em sua parte clementar, a dlgebra 6 a teoria das equagées e dos sistemas de equagoes. Alcanca, ainda, o estudo das series antmeéticas, geométricas, harmbnicas, logaritmicas, das fracées continuas, dos nimeros complexos, da anilise vetorial e das matrizes. Nos dias de hoje, transformou-se no estudo de sistemas abstratos como os grupos, anéis e corpos, implicando uma algebrizacio crescente de toda a matemética. Geonerria, Dedica-se as propriedades do espaco. Exisiem iniimeras derivagSes da geometria em funcSo de seu alto graude desenvolvimento © suas especializacées. Esias derivagoes sao: geometria plana, solida, analitca, descrtiva, diferencial, algébrica, nao-eucliiana e projetiva ‘Segundo historiadores, os babilénios jé usavam a geometria entre 2000 2 1500.aC, como base para a mensuracao astronomica, Euclides, no ano 323 aC. escreveu os Elementos, onde estio estabelecidos os postulados bésicos da geometia TaiGoNOMETRIA. Calcadana geometria, mas associada & dlgebra, estudla as questées relativas as distancias e direcées, ulilzando as figuras geomeétricas, bem como as elagbes que elas mantém entre si. E dividida em plana e esférica: a esférica refere-se a problemas envolvendo tres dimensdes. Entre 600 a 500 a.C., Pitégoras demonstrou o teorema do ‘quadratlo da hipotenusa. ‘Aviuise. Parte nuclear da matemitica, tom como temas basicos 03 célculos diferencial e integral e, em particular, as equacdes diferencias, ou seja, aquelas que envoivem funcées e suas derivadas. Marewarica apuicapa, Inclui temas especificamente utilzados para a solugio de problemas praticos da fisica, da astronomia e outros, dando ‘origem a novas areas, como séries de Fourier, fungdes de Bessel, polinémios de Legendre, andlise combinatéria, calculo de probabilidades, estatistica.. 268 LiTR0uGH0 A eNGbMURIA ~ CONTE, eMRARERTAS © COAPORTNETOS Hoje em dia as técnicas de compuiagdo séo indispensiveis no uso da rmatemética, para extrair mais beneficios le sua aplicacao. Computadores aceleram em milhates de vezes of céleuios, fazendo com que os modelos mateméticos tenham a suacapacidacle de previsio aumentada. O mundo modemo ¢ invadido pdamatematica. Grandes conquista de diversos ramos da ciéncia e da tecnologia 80 dovidas ala. Dentre suas reas de aplicacao, a engenharia esté em primeira lugar, pois 0 conhecimento desta matéria é fundamental, por exemplo, para © célculo de arandes estruturas ¢ ca resisténcia dos materiais empregados, para pojetarcircuitos elétricos e eletréricos, para lancat ao espaco satéites e foguetes, ppara selecionar bombas de irigagao numa propriedade rural Aprendera dominara matemética néo é uma opcSe; é uma preocupagao fundamental para quer quer dispar de uma das ferramentas meis importantes e potentes para solucionar problemas de engenharia Fisica Através dos conhecimentes estudados na fisica, podernos compreender as propriedades de um sistema real, suas leis de funcionamento, demovimento, equilibrio, enfim, o seu comportamento quando diante de perturbagSes externas, como forcas gravitacionais, eletromagnéticas, centrifugas ou carregamentos. Um dos objetivos dos estudos da fisica é a formulacto do comportamento de natureza em linguagem matemética. Por muito tempo a fisica confundliu-se com as ciéncias da natureza € com diferentes ramos da técnica, Atualmente compreende os niveis de ‘organizacéo da matéria, excluidos 05 aspects quimicos e biologicos. (Osmétodos experimentais caracterizaram os primérdios da fisica. Muitos desenvolvimentos fisicos nasceram de experiéncias similares em outras areas. ‘Um exemploque ressalia esta afirmagio é ainvencao da pitha aétrica, nascida de experiéncias biol6gicas sobre a eletrcidade animal. Por outro lado, o potencial da fisica na criagéo de técnicas aprove'taveis por outras ciencias deu origem a fisica aplicada, de que resultaram, por ‘exemplo, as pesquisas sobre semicondutotes — voltadas para a aplicacao na eletiOnica =, sobre propriededles das peliculas finas aplicéveis em circuitos integrados, fitas magnéticas etc; e sobre fusdo nuclear controlada, buscando novas formas para a aplicacéo da energia. Afisca divide-se, basicamente, em experimental e teérica. A experimental 6 uma sondagem das propriedades da matéria, de seus movimentos transformagées, através de observagSes ¢ medidas de paréimetros relevantes. A teérica visa’ a incorporacao dos resultados experimentais em tearias Avineree B — Aucune nwoningses mromnes 265 consistentes, capazes de articular elementos novos a outros ja conhecidos, representantlo-os segundo estruturas ligicas abrangentes, que recorrem a ulm conjunto minimo de postulados e principios gerais. A fisica te6rica permite a previsdo de fenémenos ea formulacio de teorias dos instrumentos de medidas, ‘essenciais para o desenvolvimento do método experimental Afisica conta com cinco disciplinas gorais, que constituem a linguagem bbdsica para a descricdo e sistematizagao de todos os campos, englobando as ‘estruturas logicas e as técnicas matematicas - sempre presentes - para lidar ‘com as questées relacionadas com a massa, a carga elétrica e a energia, Uma répida apresentacéo destas disciplinas vem a seguir. MECANICA CLASSICA. Trata das leis do movimento da matériae relaciona as condigSes impostas pela massa e pelos agentes de movimento — forgas. Etetronasnentswo. Relacionada com as kis do movimento, depende das condigées impostas pela carga elétrica e por seus agentes ~ forcas ‘letromagnéticas, ‘Teamooinimtca. Estuda as leis gerais do comportamento da energia em nivel macroscpico, suas manifestagées sob a forma de calor e @ conversao deste em energia. MecAnica estaristica. Trata dos aspecios estatsticos do movimento, aplicando-os a sistemas constituidos por um numero grande de particuias materiais Mecauica QUANTICA, Trata das leis do movimento que prevalecem em dominios microscépicos, Os conhecimentos da fisica podem se dar em alguns campos, como os seguintes. Cosmotocia, Origem e evolugao do universo. AsTROFISICA. Evolticéo, processos de combustao e sintese dos elementos cestelares. Gravrracho. Leis gerais do movimento e suas relagbes com a massa inercial da matéria MecAnica Dos FLu100s. Propriedades gerals e leis do movimento de ‘gases e liquidos. (Onoas ELETROMAGHETICAS. Aspectos ondulatérios assoctalos a estados eletrizados da matéria Fisica noLecuas, ATOMICA € NUCLEAR. Propriedades gerais ¢estruturas ‘da materia e do movimento nos dominios molecular, atomico e nuclear, 266 Ierrocucio A ewcowana ~ conemoe, Raanena & conromusenot Estes campos de estudos também possuem suas particuleriza ainda mais os assuntos reativos as diversas éreas de aplicagao. Pode-se citar como exemplo a Mecanica dos Fluidos, que encerra em seu como hidostatica, hidrodindmica e camada limite escopo vrios setores, FORMULAS GEOMETRICAS | A rea) = 2 (oerimeto) = 23426 ‘Axbh/2ajab/2}seW =[65-34s-DXs-0)" onde s=(a#ec)2=semipermete atte Aa)nb eot(/n) ‘A=()P0 (0 em realenos) CComprimente do ace s=r6 Asbheab sero Pa2at2o Aan(atby2 Peasben|(1/seno)+(1/seng)) SarDen(cosecnvcosecy) pen? Paar Pisearsorsorys onde saab) 2esemiperinetro ivisées, o que Aréwrce B — Aucune nromacies neorrres 267 reabeCAlsleayed\eoo)") onde s=(a+b+c/2=semiperimeto A= tben)=n? t1800/n) Por tten)=2ar 800/n) Anno, paareyay veate Aadabtectoe) 1 7, Ax(ne/2)sen(2x/n)=(0e2 s0n(3609/0) P=2nrsenie/n)=2nr sen(1800/n) ‘rea sombreada=r(0-sen)/2 A=23b/3 ‘arco ABC=[b'+163")"/2+ HOi/Balog((L)I4e-+(0"+1607)"D h v=aen=abe sen vewrh ‘cea de superficie ateral=2arh 268 TerRo0uc%o AeNSeMURIA = CONCTCS,FRRANENEAS & cone: SS Ver helen free de superice otra 2ut=2etVsen0 vee Area de super lateral a ‘rea da superte lterat=pl=ptysen veans Volume da parte destacade=h?Crhy'3 ‘rea da superficie exters destacidas 2h veribay(erpys Aar(-2!) Vesta? -a0e0"/3 free da supertielteral=x(or = nary e(ea)” ( Vedeates3 ie $ ‘Area dori *Beraye LeITuRAS SUGERIDAS ADAMS, James L. Idéias criativas: como vencer seus bloquelos mentais, Rio de Janeiro: Ediouro, 1994, ALVES, Rubem A. Filosofia da ciéncia: uma introdugdo ao jogo e suas regras, 21. ‘ed, Sao Paulo: Brasiliense, 1995, BACK, Nelson. Metodologia de projeto de produios industria. Rio de Janeiro: ‘Guanabara Dois, 1983. (capitulos 2 e 11) 'BAZZO, Walter Antonio; LINSINGEN Iran von; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vele. Introdugéo acs estudos CTS (Ciéncia, Tecnologia e Sociedade). Macri: Organizacio dos Estados Ihero-americanos, 2003, 'BAZZO, Walter Antonio: PEREIRA, Luis Teixeira do Vale; LINSINGEN, Irian von. Eduardo Teenelégica: enfoques pata 0 ensino de engerharia, Florianépolis EDUFSC, 2000, BROCKMAN, John; MATSON, Katinka, Ae colsas aio assim: pequeno repertério Cientifico do mundo que nos cerca, So Paulo: Cia, das Letras, 1997, (CHASSOT, Aitico. cincia através dos tempos. So Paulo: Moderna, 1994. ECO, Umberto. Como se faz uma tose. Sao Paulo: Perspectiva, 1993. EINSTEIN, Albert. Como vejo.0 mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia. Sio Paulo: Cia. das Letras, 1995, GOLEMAN, Daniel; KAUFMAN, Paul: RAY, Michael. 0 espritocriaivo, So Paulo: Cite, 1998. HAZEN, Robert M: TREFIL, James. Saber ciéncia: do big bang & engenhavia _gonética, as bases para entender © mundo atual e o que virs depois. Séo Peulo: Cultura Editotes Associados, 1996. MACEDO, Ecison Flavio. Manual do profisional:introdugéo & teoria €& pritica das [profissbes do sistema Confea/Creas. Floranépolis: Recorde, 1997. 270, To01c}0 A eucawusi = CONES, EARAMENTAG € conoREOE MASI, Domenico de. Criatividade e grupos criativos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003, MORIN, Edgar. A cabega bem fetta. § ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2001. NORTHEDGE, Andrew. Téenicas para estudar com sucesso. Florianépolis: Ed. da UFSC, 1998, OECH, Roger von. Um “toc” na cuca. 12. ed. Si Paulo: Cultura Editores Associa- des, 1990, PIRSIG, Robert M. Zen e arte da menutengéo de motocicletas. 13.ed, Rio de Janei- +o: Paz e Terra, 2000. POSTMAN, Neil. Tecnopdlio: «rendigso da cultura & tecnologia. Séo Paulo: Livraria Nobel, 1994, PREDEBON, José. Critividade: abrindo o lado inovador da mente - um caminbo para o exercicio pratico dessa potencialidade, esquecida ou reprimida quando dei- xamos de ser criancas. $a0 Paulo: Atlas, 1997, RONAN, Colin A. Historia ilustrada da ciéncia, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. 4v, RUTHERFORD, F James; AHLGREN, Andrew. Ciencia para todos. Lisboa: Gradiva, 1995, SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos dem6nios: a ciéncia vista como uma vvela no escuro. Sao Paulo: Companhia das letras, 1996, SEABRA, Giovanni de Farias. Pesquisa cientfica: o método em questio. Brasilia: EdUnB, 2001 TELLES. Pedro Cattos da Silva. Historia da engenharia no Brasi: séculos XVI a XIX Rio de Janeire: Livros Téenicos ¢ Cientificos, 1984, TELLES, Pero Cattos da Silva. Historia da engenhario no Brasil: século ¥X. Rio de Janeiro: Livros Técnicos ¢ Cientificos, 1993. VICENTE, Kim. Homens ¢ méquinas: como a tecnologia pode revolucionar a vida cotidiana, Rio de Janeiro: Edioure, 2005.

Вам также может понравиться