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Na academia, jovens sarados, malham corpos suados para, mais tarde, gastarem suas
energias nas danças funks, consumirem celulares, bebidas energéticas, serem vistos
pelos olhares gulosos dos consumidores de corpos.
Nas vitrines das lojas e nos desfiles de modas, a exclusão dos corpos redondos e, na
produção de roupas, a exclusão dos “acima-do-peso”, relegados à marginalidade da
moda.
No IML, um corpo desconhecido, sem identificação, sem eira nem beira, sem velório,
sem túmulo, sem lágrima que o enterre. Sem família que o chore, ou que chora sem
saber dele ali. Exames de corpo-delito, exames de NDA, exames...
Aonde o corpo animado, aonde o corpo que contém alma, que se faz representante de
uma vida que manifesta a presença do humano que caminho ao encontro do amanhã?
Qual será o amanhã deste corpo sarado quando, velho, não tiver mais o vigor da carne
e só lhe sobrar lembranças, desejos vagos?
É necessário retomar a busca por um sentido pessoal para a existência, pela busca de
uma identidade pessoal que leve em consideração a continuidade de um projeto
existencial que fundamente os atos, que oriente a rota.
Não queimemos índios Galdinos só porque estão deitados à margem, debaixo daquelas
folhas de jornal.
A vida não é constituída de currículos, mas da essência humana.
A melhor imagem que podemos deixar é a maneira como vivemos a vida e, não, nos
títulos que penduramos na parede.