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COTIDIANO CRIATIVO

“Deus está nos detalhes” (G.Rosa)

Estamos mergulhados na cultura de resultados. Isso produz pessoas ansiosas,


irritáveis, frustradas, dependentes de algo ou de alguém que as sustente.
A existência inteira faz-se maquinal e rotineira; já não encontramos mais
“tempo” para desfrutar das atividades mais simples e humanas; e carecer de
tempo é carecer de história.
Vivemos uma quantidade de experiências rápidas, amontoadas, sem
possibilidade de avaliação... e vamos perdendo, pouco a pouco, a história
pessoal e comunitária.
Cada um de nós vive o seu cotidiano que começa com a toillete pessoal, o geito
como mora, o que come, o trabalho, as relações familiares, os amigos, o amor...
O cotidiano é rotineiro, convencional e, não raro, carregado de desencanto.
A maioria das pessoas vive restrita ao cotidiano com o anonimato que ele
envolve.
Mas, cada um de nós é também habitado pela imaginação.
Ela rompe as barreiras do cotidiano e permite dar saltos.
A imaginação é, por essência, fecunda; é o reino das probabilidades e possibilidades,
de si infinitas.
Imaginamos nova vida, nova casa, novo trabalho, novos prazeres, novos
relacionamentos, novo amor. A imaginação produz o caos na ordem
cotidiana.
Nos Exercícios Espirituais de S.Inácio, a imaginação é utilizada como um
poderoso meio para conseguir os frutos desejados em cada etapa.
Compreende-se que Inácio, bom conhecedor de si mesmo, cuidasse com esmêro
uma capacidade tão importante do ser humano e descobrisse em seu interior a
relação que tem a imaginação com o sentido da vida, com as intuições, com
os projetos existenciais...

De fato, a imaginação é uma força poderosa e complexa:


produz e reproduz imagens - conservando-as, combinando-as,
agrupando-as, impregnando-as de fortes senti-
mentos - cria símbolos, chega a tocar o mais profundo de nosso ser ...
e faz presente o que está ausente.
Com isso, ela libera um manancial de energias criativas e de
sentimentos que provocam uma
resposta pessoal.
Nessa perspectiva, a imaginação passa a ser o lugar onde se elabora a nossa sensibilidade mais profunda;
é o espaço contemplativo, onde a vida é “lida e saboreada” em todas as suas dimensões, onde cada
fato,
cada experiência, cada momento... mesmo os mais insignificantes, adquirem uma amplitude bem
maior.
Enfim, é o “espaço sagrado” onde Deus atua, atrai, move, provoca, desperta...

É da sabedoria de cada um articular o cotidiano com o imaginário.


Se alguém se entrega só ao imaginário, pode estar vivendo na pura ilusão,
voando pelas nuvens e esquecendo-se da terra.
Pode também negar a força sedutora do imaginário, sacralizar o cotidiano e
sepultar-se, vivo, dentro dele. Então se mostra pesado, desinteressado e
frustrado.
“Quando alguém sabe abrir-se ao dinamismo do imaginário e ao mesmo tempo
mantém os pés no chão, quando assume seu
cotidiano e o vivifica com injeções de novidade e de criação, então começa a
irradiar uma rara energia interior.
Dele sai força de expressão. Emerge a singularidade pessoal.
Há luz e brilho na vida, originalidade no que propõe e criatividade em suas práticas”.
(Boff)

A esta força denominamos de carisma, que significa a energia que tudo vitaliza,
que tudo penetra
para rejuvenescer...
É o carisma que nos desperta da letargia do cotidiano. E despertos
descobriremos que o cotidiano guarda segrêdos, novidades, energias ocultas que
sempre podem acordar e conferir novo sentido e brilho à vida.
Texto bíblico: Eclo. ll,10-28
“As grandes coisas devem começar pela
humildade, para que cresçam com bom
cimento” (S. Inácio).

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