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A violência escolar é uma ameaça às crianças. Bullying é uma palavra inglesa que
significa intimidação. Infelizmente, é uma palavra que está em moda devido aos
inúmeros casos de perseguição e agressões que se estão detectando nas escolas e
colégios, e que estão levando a muitos estudantes a viverem situações verdadeiramente
aterradoras.
O relatório é parte da campanha global Aprender sem medo, lançada também hoje. O
objetivo é promover um esforço mundial para erradicar a violência escolar. O estudo
também indicou que cerca de 1 milhão de crianças em todo o mundo sofrem algum tipo
de violência nas escolas por dia.
A campanha terá como foco as três principais formas de violência na escola: o castigo
corporal, a violência sexual e o bullying, fenômeno definido pelo estudo como "atitudes
agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por
um ou mais estudantes contra outro".
Cada país vai moldar a campanha de acordo com a realidade nacional. Comum em todo
o mundo, o bullying será o centro das ações no Brasil. Segundo a pesquisa, pelo menos
um terço dos estudantes do País afirmou estar envolvido nesse tipo de atitude, seja
como agressor ou como vítima. De acordo com o assessor de educação da Plan Brasil,
Charles Martins, o castigo corporal, apesar de ainda estar presente nas escolas
brasileiras, é mais repreendido do que o bullying.
"Nós identificamos que o bullying é hoje a prática mais presente. Com o conselho
tutelar e outras ações externas, o castigo corporal não acontece tão facilmente, já o
bullying tem implicações psicossociais nos indivíduos. Mas não se tem essa
consciência, é uma temática nova", explica o pesquisador.
O estudo aponta que as vítimas dessa prática perdem o interessem pela escola e passam
a faltar às aulas para evitar novas agressões. "Essas vítimas apresentam cinco vezes
mais probabilidade de sofrer depressão e, nos casos mais graves, estão sob um risco
maior de abuso de drogas e suicídio", diz o relatório.
Martins alerta que o comportamento não é tão fácil de ser identificado, mas pode ser
configurado como bullying quando as agressões verbais e emocionais se tornam
repetitivas. "O professor precisa identificar em sala de aula as crianças que têm um
padrão de vítima como timidez, problemas de rendimento e se tornam em alguns
momentos anti-sociais", indica.
"Ao final eles serão orientados a implementar na escola um comitê dos direitos das
crianças. Eles serão multiplicadores também em outras escolas", explica Martins. O
número de escolas ainda não está definido, pois dependerá de futuras parcerias.
Em pesquisa realizada em 2007 especificamente com escolas estaduais em São Paulo,
foram detectadas as seguintes conclusões (www.udemo.org.br), com relação à violência
contra pessoas, pela ordem, foram as mais freqüentes: briga entre alunos (acima de
80%) – isso reflete o que está acontecendo fora da escola; desacato a profissionais da
escola (também acima de 80%), porte ou consumo de bebidas alcoólicas (63%), tráfico
ou consumo de drogas (36%), invasão de estranhos (54%), ameaças de morte contra
profissionais da escola (30%) e porte ou uso de arma (14%).
A pesquisa também abrangeu a violência contra os bens materiais da escola, como (em
ordem de maior frequência): depredação, pichação, arrombamento, dano a veículo, furto
e explosão de bombas.
Livre, livre. Meus olhos seguirão ainda que meus pés parem. Estas foram as últimas
palavras que deixou escritas Jokin Zeberio, de 14 anos, antes de sucicidar-se, atirando-
se ao vazio com sua bicicleta, do alto da muralha de Hondarribia, Espanha, em setembro
de 2004. Jokin vinha sofrendo agressão de seus colegas havia anos. As contínuas
ameaças, humilhações, insultos, pancadas, surras, o fizeram sofrer e o levaram à morte.
O feito fez soar o alarme social político e educativo, e gerado muitos debates. Mas,
lamentavelmente, não freiaram o fenômeno. Os casos de bullying afloram e cada dia
detectamos que não são recentes nem raros.