Вы находитесь на странице: 1из 2

OS PILARES DE SUSTENÇÃO DA IGREJA – III

Pr. Irailton Melo de Souza


Irailton@yahoo.com.br

“E todos continuavam firmes (...) partindo o pão juntos...” – Atos 2.42

O texto acima nos apresenta o terceiro pilar de sustentação da igreja, A PARTILHA DO PÃO. Nas versões
tradicionais da Bíblia, lemos que os primeiros cristãos “perseveravam no partir do pão”.

Se a primeira imagem que nos chega à mente, quando lemos que os primeiros cristãos partiam o pão, é
de pessoas realizando uma refeição conjunta, a imagem está correta. Pois, segundo os costumes
judaicos, era com o partir do pão que as refeições do dia a dia começavam,.

Há quem defenda, porém, que esse partir do pão estivesse relacionado a um evento mais nobre: a
celebração da ceia do Senhor.

Wolfgang Simson, teólogo alemão dedicado ao estudo da igreja primitiva, não vê razões para dissociar
um evento de outro. Em seu livro “Casas que transformam o mundo - Igreja nos lares”, ele observa que,
para os primeiros cristãos, a ceia do Senhor era uma refeição substancial com significado simbólico.
Diferente do que se tornou para nós: uma refeição simbólica com um significado substancial. Para
Wolfgang Simson, portanto, distinguir um evento do outro não faz nenhum sentido, pelo menos quando
estivermos tratando da práxis cristã no primeiro século.

Confesso que tive certa dificuldade para aceitar os argumentos de Simson, mesmo lendo na minha Bíblia
que os primeiros cristãos “perseveravam no partir do pão”, explicitando a idéia de uma prática diária e
contínua.

Mas essa dificuldade logo foi superada quando me dei conta de estar pensando o cristianismo a partir
da minha ótica institucionalizada. Lembrei que tudo no cristianismo pós-século III virou instituição, até
mesmo o singelo ato de partir o pão com os irmãos. O cristianismo institucionalizado tem o poder
maléfico de transformar gestos simples em atos litúrgicos complexos e, pior, exclusivos. Pior, porque a
idéia que encerra a informação de que todos continuavam firmes, partindo o pão juntos é exatamente
de inclusividade e não de exclusividade.

O contexto sócio-cultural-religioso do Século I

O cristianismo nasceu cercado de paradigmas religiosos milenares que determinavam o comportamento


da sociedade e também a cultura.
Obedecendo à cultura da exclusividade, só era permitido participar da mesa de um judeu avaliado puro
outro judeu considerado puro. Não era preciso explicar nada; tudo estava culturalmente impregnado. A
mensagem era essa de geração a geração.

Há um livro que esclarece muito bem essa relação de exclusividade judaica e inclusividade cristã. Para
mim, um dos livros mais especiais que já li: “O Credo de Jesus – Crescimento espiritual. Amor a Deus e ao
Próximo”, de Scott Mcknigth, autoridade em Novo Testamento, mundialmente reconhecida.

“Só se for puro”

Em seu livro, Mcknigth mostra-nos a história de uma pessoa obediente à tradição, sentada à mesa de
qualquer judeu da época: “Você pode comer comigo, se for puro. Se for impuro, tome um banho e volte
amanhã à noite.”

Uma aberração, quando comparado a qualquer pessoa sentada à mesa de Jesus: “Puro ou impuro, você
pode comer comigo, e eu o purificarei”.

Conclusão: “A mesa de Jesus, ao invés de exigir pureza, ela produz pureza. Jesus escolhe a mesa como
lugar de inclusão e graça e não como espaço de exclusão ou de exceção.”

Era com esse sentimento de Jesus que os primeiros cristãos perseveravam no partiam o pão.

Posso visualizar os marginalizados recendo um pedaço de pão das mãos dos apóstolos, despidas de
preconceitos. Ouço-os perguntar: “Nós também podemos?” Ouço os apóstolos responderem: “Sim,
todos podemos”.

Eis o terceiro pilar de sustentação da igreja, A PARTILHA DO PÃO. Não como mero assistencialismo
social, como querem alguns; nem como evento litúrgico-institucional, como querem outros; mas como
proposta de inclusão, de inserção e de admissão, como quis Jesus.

A primeira coisa que acontece quando a comunhão é quebrada é o pão que deixa de ser partido entre
os irmãos. Assim, a igreja fica debilitada, podendo ir a óbito.

Se queremos que a igreja contemporânea prevaleça, precisamos aprender com os primeiros cristãos a
perseverar no partir do pão.

Вам также может понравиться