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Transgênicos

Os organismos geneticamente modificados (OGMs), ou transgênicos, são aqueles que tiveram genes estranhos, de
qualquer outro ser vivo inseridos em seu código genético. O processo consiste na transferência de um ou mais
genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende
incorporar esta característica.

Pode-se, com essa tecnologia, inserir genes de porcos em seres humanos, de vírus ou bactérias em milho e assim
por diante.
Quase todos os países da Europa têm rejeitado os produtos transgênicos. Devido à pressão de grupos
ambientalistas e da população, os governos europeus proibiram sua comercialização e seu cultivo (quase 80% dos
europeus não querem consumir transgênicos).

As sementes transgênicas são patenteadas pelas empresas que as desenvolveram. Quando o agricultor compra
essas sementes, ele assina um contrato que o proíbe de replantá-las no ano seguinte (prática de guardar sementes,
tradicional da agricultura), comercializá-las, trocá-las ou passá-las adiante.

Os EUA, o Brasil e a Argentina concentram 80% da produção mundial de soja, na sua maioria exportada para a
Europa e para o Japão. Estes mercados consumidores têm visto no Brasil a única opção para a compra de grãos não
transgênicos.
São enormes as pressões que vêm sendo feitas sobre o governo brasileiro pelo lobby das indústrias e dos governos
americano e argentino e sobre os agricultores brasileiros, através de intensa propaganda da indústria, para que os
transgênicos sejam liberados e cultivados.

Ainda não existem normas apropriadas para avaliar os efeitos dos transgênicos na saúde do consumidor e no meio
ambiente e há sérios indícios de que eles sejam prejudiciais. Os próprios médicos e cientistas ainda têm muitas
dúvidas e divergências quanto aos riscos dessas espécies. Não existe um só estudo, no mundo inteiro, que prove
que eles sejam seguros.

Os produtos contendo transgênicos que estão nas prateleiras de alguns supermercados não são rotulados para que
o consumidor possa exercer o seu direito de escolha.

Transgênicos no Brasil

No Brasil, qualquer empresa (pública ou privada) que queira pesquisar, cultivar ou comercializar transgênicos, deve
atender às exigências de cinco órgãos: a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO), a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), o Ministério do
Meio Ambiente (MMA) e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conata).

A CTNBIO, órgão responsável por "emitir parecer técnico prévio conclusivo sobre registro, uso, transporte,
armazenamento, comercialização, consumo, liberação e descarte de produto contendo OGM ou derivados,
encaminhando-o ao órgão de fiscalização competente", estabelece uma série de normas para que seja autorizada a
liberação de transgênicos no meio ambiente (veja Instrução Normativa 03, de 13/11/1996). As exigências são
extensas e incluem: descrever o tamanho do experimento, em área ou volume, e sua localização; os motivos para a
escolha da área; as características da área que possam minimizar ou exacerbar efeitos indesejáveis (direção do
vento, lençol freático, proximidade de cursos d'água e áreas de proteção, etc.); a distribuição geográfica do
organismo parental no Brasil e no mundo; os genes introduzidos no organismo e quais as suas funções específicas;
descrição em detalhes do produto da expressão do gene e de seus possíveis efeitos para a saúde humana, animal e
ambiental; informações sobre a taxa de crescimento e sobrevivência, para comparação do OGM com o organismo
não modificado; etc.

Em seguida, há as exigências da ANVISA, do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente, que, em conjunto,


fornecem o chamado Registro Especial Temporário (RET), o qual se aplica a OGM com característica biocida, ou
seja, que eliminam bactérias, insetos, e outras pragas (e poderiam, eventualmente, ameaçar outras espécies que
não aquelas para que foram "programados").

Finalmente, o Conata estabelece critérios e procedimentos para licenciamento ambiental e exigência de Estudo de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para atividades e empreendimentos com OGM e seus derivados. A Resolução
regulamentando tais critérios, no entanto, ainda está para ser aprovada. A última proposta foi apresentada em
dezembro de 2001 (versão disponível no site do Conata) e deverá ser apreciada na próxima reunião ordinária do
Conata, prevista para 14/05/02. O EIA/RIMA pode ser solicitado pela CTNBIO, quando esta considerar que a
liberação proposta pode provocar efeito negativo ao meio ambiente.

"Com todas essas exigências, que são legítimas", diz Maria José Sampaio, pesquisadora da Embrapa, "é preciso
investir no desenvolvimento de metodologias de avaliação de impacto ambiental dos transgênicos, senão pouco
adianta a pesquisa e o desenvolvimento de novos cultivarem, já que é preciso também provar que eles não causam
danos à saúde humana e ao meio ambiente". Maria José coordena um grupo de trabalho na Embrapa, que está
elaborando uma proposta de desenvolvimento de protocolos de avaliação de impacto ambiental para três culturas
pesquisadas pela empresa: mamão, feijão e batata transgênicos, com resistência a vírus. A proposta está em fase
de finalização e deverá ser submetida em breve ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "Esperamos contar com
recursos do Fundo de Tecnologia e do Fundo de Agropecuária", afirma. Porém, ela reconhece que as dificuldades
são grandes, pois são necessários cerca de quatro anos para o desenvolvimento desses protocolos e os custos são
altos.

Os custos principais de tal projeto são relativos à infra-estrutura e procedimentos laboratoriais. "Infelizmente,
os laboratórios brasileiros não têm boas práticas instaladas para análise ambiental de transgênicos e grande parte
do investimento da Embrapa deverá ser feito em BPL (boas práticas laboratoriais)", afirma Maria José. A partir
do momento em que um novo cultivar é inventado, são precisos dois anos de testes obrigatórios para solicitar a
liberação no meio ambiente. Os protocolos para um tipo de cultivar podem ser adaptados a outros, mas há
diferenças importantes que precisam ser levadas em conta. Na área ambiental, as principais são: existência de
parentes silvestres (há, no Brasil, parentes silvestres do cultivar transgênico?) e tipo de polinização (aberta ou
não). "A soja, por exemplo, se autopoliniza e espalha, portanto muito pouco pólen, ao contrário do milho, cujo pólen
se espalha largamente", explica a pesquisadora. Segundo ela, as normas estabelecidas pela CTNBIO foram muito
bem estudadas e estão padronizadas internacionalmente. É preciso agora que se criem condições de atendê-las.
"As empresas multinacionais conseguem cumpri-las tranqüilamente; o Brasil, no entanto, tem dificuldades", daí a
importância de desenvolver metodologias de avaliação do impacto ambiental de transgênicos no país, para as
variedades aqui pesquisadas e criadas, na opinião de Maria José Sampaio.

Até agora, nenhum OGM foi autorizado para liberação no meio ambiente no Brasil. O processo da soja Roundup
Ready (resistente ao herbicida glifosato), da Monsanto, está tramitando desde 1998 e aguarda agora a decisão de
juízes do Tribunal Regional Federal, que já deveriam ter se pronunciado, mas ainda não o fizeram (sobre a
legislação de transgênicos no país, veja também reportagem nesta edição).

A avaliação do impacto ambiental de transgênicos no Brasil permanece com muitas questões a resolver. Não há
padrões estabelecidos e, por outro lado, as exigências para liberação de OGM no meio ambiente são grandes. Essa
situação, contudo, não é muito diferente em outros países. Na Europa, agora se começa a discutir uma
padronização para protocolos de Biossegurança. Nos EUA, existem diversos protocolos e os pedidos das empresas
são julgados por três agências (FDA, APHIS e EPA).

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