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Tintas
MÓDULO II
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Apesar de a pintura ser uma técnica bastante antiga, o grande avanço tecnológico
das tintas só ocorreu nos século XX, em decorrência do desenvolvimento de novos
polímeros (resinas), conforme mostrado a seguir.
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico neste setor tem sido intenso, não
só no que diz respeito a novos tipos de resina e de outras matérias-primas empregadas na
fabricação das tintas, mas, também, em relação a novos métodos de aplicação das mesmas.
Um outro aspecto importante a ressaltar é que as restrições impostas pelas leis ambientais
têm levado os fabricantes a desenvolver novas formulações de tintas com teores mais
baixos de compostos orgânicos voláteis que, como conseqüência, possuem teor de sólidos
mais alto. Ainda neste campo, pode-se mencionar as tintas em pó que, além de serem
isentas de solventes, apresentam excelentes características de proteção anticorrosiva, e as
tintas anticorrosivas solúveis em água, já disponíveis no mercado, com baixíssimo índice
de toxicidade. Ainda no campo da proteção anticorrosiva, novos equipamentos e métodos
de preparação de superfície menos agressivos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores
foram desenvolvidos. Por exemplo, o surgimento de equipamentos para limpeza de
superfícies metálicas por meio de hidrojateamento a hiperalta pressão (> 170 MPa, > 5.000
psi) é um exemplo típico neste sentido.
No que diz respeito aos equipamentos de aplicação de tintas, grandes avanços têm
sido realizados no sentido de se melhorar a produtividade e a qualidade da película final.
Neste campo pode-se mencionar a pintura eletrostática, para a qual foram desenvolvidos
2.1.2 Solventes
Os solventes são substâncias puras empregadas tanto para auxiliar na fabricação das
tintas, na solubilização da resina e no controle de viscosidade, como em sua aplicação.
Dentre o grande número de solventes utilizados na indústria de tintas, podemos citar:
Os diluentes são compostos elaborados com diferentes solventes utilizados para ajustar
a viscosidade de aplicação da tinta, em função do equipamento de aplicação. Normalmente,
são fornecidos junto com a tinta.
Apesar de os solventes serem substâncias voláteis, portanto não fazem parte da película
seca, muitos problemas durante a aplicação da tinta são decorrentes de um balanço
inadequado dos mesmos na formulação. Por exemplo, uma tinta que contenha um teor
excessivo de solventes de evaporação muito rápida pode ocasionara formação de overspray
na película, se aplicada por meio de pistola convencional, e um nivelamento deficiente. Ao
contrário, se for utilizada uma quantidade excessiva de solventes de evaporação muito
lenta, poderá ocorrer um retardamento na secagem da tinta e a retenção de solventes no
revestimento.
2.1.3 Aditivos
2.1.4 Pigmentos
Além dos pigmentos citados, existem outros tipos chamados funcionais porque não
se enquadram nos grupos anteriores. Como exemplo, podem-se mencionar o óxido cuproso
ou óxido de cobre (I), Cu2O, empregado nas tintas antiincrustantes, os pigmentos
fosforescentes, fluorescentes, perolados, etc., que são empregados para proporcionar efeitos
especiais à película de tinta.
Os pigmentos podem ser de natureza inorgânica ou orgânica. Os inorgânicos, por
sua vez, podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais estão disseminados pela crosta do
globo terrestre. Apresentam-se, em geral, sob forma microcristalina e por vezes associados
à sílica.Os sintéticos apresentam-se sob forma mais pura, rede cristalina mais regular e
tamanho de partícula mais uniforme. Os pigmentos inorgânicos, forma geral, possuem
melhor resistência à radiação solar, em especial aos raios ultravioleta, do que os orgânicos
que, por sua vez, para determinadas cores, possuem melhor resistência química do que os
inorgânicos. Entre os grupos importantes de pigmentos inorgânicos, podem-se destacar:
• Dióxido de titânio (TiO2)- dentre os pigmentos brancos esse é, sem dúvida alguma,
o mais utilizado pela indústria na fabricação de tintas de cor branca e daquelas de
tons claros em geral. Possui elevado poder de cobertura ou opacidade, quando
comparado a outros pigmentos brancos, decorrente do seu alto índice de refração e
do tamanho médio das partículas(≈0,3µm). Além disso, possui excelente resistência
química, exceto aos ácidos sulfúrico e fluorídrico concentrados. O dióxido de titânio
pode ser encontrado sob duas formas de estrutura cristalina: rutilo e anatásio. O
rutilo é o mais utilizado na fabricação de tintas, pois possui inúmeras vantagens em
relação ao anatásio, como índice de refração mais alto (rutilo = 2,71; anatásio =
2,55), o que lhe confere maior opacidade ou poder de cobertura (30-40%superior), e
melhor resistência à radiação solar.
• Alumínio (Al) - dentre os pigmentos metálicos, o alumínio é um dos mais
utilizados na fabricação de tintas, principalmente daquelas destinadas à proteção
anticorrosiva de superfícies metálicas. Possui altíssimo poder de cobertura e a sua
cor é bem característica do metal. Uma das propriedades mais importantes do
alumínio é o formato lamelar (em forma de placas) das partículas. No que diz
respeito ao aspecto de proteção anticorrosiva, os pigmentos com estrutura lamelar
a presença de pigmentos lamelares. Como pode ser observado, no caso daquela com
pigmentos lamelares, a água terá que percorrer um caminho muito maior para atingir o
substrato, em relação àquela com pigmentos não-lamelares. Em outras palavras, ma
estrutura lamelar do pigmento dificulta o acesso do eletrólito ao substrato.
- óxido de ferro micáceo: o óxido de ferro micáceo também possui a fórmula química
Fe2O3. Entretanto, ele difere do óxido anterior em vários aspectos.Trata-se de um óxido
cujas partículas têm formato lamelar, ou seja, em forma de placas. O termo micáceo,
inclusive, é utilizado para indicar a sua semelhança com a mica no que diz respeito à
estrutura das partículas. Além disso, possui cor cinza-chumbo e com aspecto cintilante. É
um pigmento bastante utilizado na fabricação de tintas anticorrosivas, principalmente das
intermediárias. A estrutura lamelar das partículas, a exemplo do que já foi descrito no caso
do alumínio, é uma propriedade bastante importante, em tintas anticorrosivas, pois confere
ao revestimento uma melhor resistência à penetração de eletrólito. Uma outra característica
importante deste pigmento é que ele contribui para melhorar a aderência mecânica entre as
demãos de tintas, pois, dependendo da concentração utilizada, a película pode apresentar
uma certa rugosidade superficial;
- óxidos de ferro preto e amarelo: os óxidos de ferro preto (Fe2O3) e amarelo (Fe2O3.
H2O) são utilizados como pigmentos opacificantes coloridos nas composições das tintas,
visando à obtenção de determinadas cores. Deve-se chamar a atenção para duas relações
utilizadas pelos fabricantes de tintas e que expressam a influência que exercem os
pigmentos sobre certas propriedades do revestimento de superfície. Essas relações são:
.P/B - relação entre quantidade de pigmento e veículo fixo, calculada em volume (pigment-
binder ratio);
Não se pode encerrar este item sem chamar a atenção para alguns mecanismos que
explicam o importante papel desempenhado pelos pigmentos na inibição da corrosão. Esses
mecanismos variam de acordo com as propriedades do pigmento, conforme detalhado a
seguir.
Como descrito anteriormente, as cargas são pigmentos que não conferem cor nem
opacidade às tintas, sendo empregadas tanto por motivos técnicos como econômicos. Em
sua maioria, são de origem mineral e dentre as mais importantes podem-se destacar:
A película que se forma sobre a base ou substrato (superfície na qual a tinta foi
aplicada) deve ser considerada de grande importância, pois, em razão de suas
características, um sistema de pintura anticorrosiva pode ou não apresentar desempenho
satisfatório.
Chama-se pintura a um conjunto de operações que visam a depositar, sobre uma
superfície, metálica ou não, uma película de viscosidade moderada, que tende a endurecer
com o tempo ou com a aplicação de meios auxiliares (p. ex., aquecimento).Essa película é
formada por vários constituintes, que podem ser orgânicos ou inorgânicos.
Forças mecânicas
Forças moleculares
Todos os sistemas fechados tendem para uma desordem molecular cada vez maior,
isto é, um aumento de entropia. Qualquer processo antagônico requer energia, que pode ser
traduzida pelas forças que se desenvolvem entre as moléculas. Tais forças, que têm função
definida na formação de película e influenciam o equilíbrio coesão-adesão, são:
Forças eletrostáticas. Todos os metais são cobertos por uma película de óxido de
maior ou menor espessura. Essas películas podem variar desde acidorresistentes, aderentes
e transparentes nos metais preciosos, passando por películas de óxido de alta resistência à
tensão como no alumínio, às películas de óxido solúveis em água como nos metais
alcalinos. Portanto, a adesão deve ocorrer entre uma película de revestimento e uma
película de óxido, e se pressupõe que se passa através de grupos polares. Na prática, esse
mosaico de óxido, que se estende ao longo da superfície dos metais, adsorve gases (ar e
vapor d'água). A eficiência com que um revestimento de superfície desloca esses
gases adsorvidos está diretamente relacionada a uma formulação bem equilibrada à base de
matérias-primas adequadas.
Oxidação
. formação de um peróxido
que reagiria com outra dupla ligação de uma molécula próxima, dando início ao processo
de polimerização. Assim:
E da mesma forma
Têm-se agora presentes três radicais livres: RO', R' e OH' que podem reagir entre si
para formar novos produtos, que podem apresentar os seguintes tipos de moléculas:
Ativação térmica
As tintas, cujas películas são formadas por este mecanismo, são normalmente
fornecidas em dois ou mais componentes, tendo-se a resina e o agente de cura ou
endurecedor, que também é uma resina. No momento do uso, os componentes são
misturados em proporções adequadas, começando, então, a reagir quimicamente entre si. A
cura completa da película, em geral, ocorre dentro de sete a dez dias. As tintas cujas resinas
formam a película por este mecanismo são as epoxídicas e as poliuretânicas, sendo os
endurecedores mais usuais as poliaminas e poliamidas para as primeiras e os
poliisocianatos para as segundas.
Hidrólise
Coalescência
2.4.1 Barreira
Sabe-se que, para proteger catodicamente um metal, a ele deve-se ligar um outro
que lhe seja anódico, sendo o circuito completado pela presença do eletrólito. Como,
industrialmente, o metal que mais se procura proteger é o ferro (aço), pode-se supor que
tintas formuladas com altos teores de zinco, alumínio ou magnésio confiram proteção
Como já vimos, o veículo fixo é um dos principais constituintes das tintas, já que é
o responsável pela formação da película e, portanto, pela maioria das propriedades físico-
químicas da mesma. Como ele é formado por um ou mais tipos de resinas, as propriedades
finais da película dependem basicamente do tipo de resina empregada na formulação da
tinta. A seguir são apresentadas, em função do mecanismo de formação da película, as
características das principais resinas empregadas na fabricação de tintas.
Vinílicas
Do ponto de vista químico, as resinas vinílicas são aquelas que contêm na sua
estrutura o grupamento vinil (H2C=CH2). No campo da proteção anticorrosiva, as resinas
vinílicas de maior interesse são os copolímeros obtidos a partir dos monômeros cloreto e
acetato de vinila. As tintas vinílicas fabricadas com esses copolímeros destacam-se por sua
elevada resistência química a ácidos, álcalis e sais. Em atmosferas agressivas (marinha e
industrial) essas tintas têm-se constituído num dos principais revestimentos anticorrosivos.
Como desvantagem, elas apresentam baixa resistência térmica. Não é recomendável aplicá-
las em estruturas que ficarão sujeitas a temperaturas superiores a 70°C, sob risco de se ter a
degradação da resina com a liberação de ácido clorídrico. Quando expostas ao exterior
apresentam tendência ao gizamento (chalking).
No grupo das resinas vinílicas pode-se destacar ainda a resina de polivinilbutiral,
que é empregada na fabricação das chamadas tintas wash-primers. Essas tintas têm a
função de promover a aderência de sistemas de pintura sobre superfícies de aço
galvanizado e de alumínio. Elas são normalmente fornecidas em dois componentes (A e B):
o componente A contém a resina polivinilbutiral, tetroxicromato de zinco e álcoois e o
componente B, uma solução alcoólica com cerca de 3,5% de ácido fosfórico. Esses dois
componentes são misturados, por ocasião da aplicação, em proporções indicadas pelo
fabricante. O mecanismo de aderência dessa tinta, sobre os substratos de aço galvanizado,
envolve a reação entre o ácido fosfórico, o tetroxicromato de zinco e o zinco da superfície
Acrílicas
Borracha clorada
A borracha clorada é uma resina obtida por cloração da borracha natural Apresenta
um teor de cloro de cerca de 67% e é obtida em pó granular branco:
Óleos vegetais
As resinas epóxi ou epoxídicas são, sem dúvida alguma, dos mais importantes
veículos com que se conta atualmente para um efetivo combate aos problemas de corrosão.
Essa importância é derivada de suas boas propriedades de aderência e de resistência
química. Além disso, apresentam alta resistência à abrasão e ao impacto.
As resinas epóxi são polímeros obtidos por condensação e podem ser preparadas
com estrutura e pesos moleculares predeterminados, obtendo-se resinas sólidas (pesos
moleculares acima de 900) e líquidas (pesos moleculares da ordem de 380).Elas possuem o
característico grupamento epoxídico:
As tintas epóxi sem solvente, resinas epóxi líquidas, juntamente com agentes
endurecedores ou de cura, têm sido usadas para aplicação sem solvente, permitindo a
obtenção de revestimentos de alta espessura de película e bastante resistentes aos agentes
químicos.
Resinas poliuretânicas
Os silicones são polímeros semi-orgânicos, que podem ser obtidos sob as formas de
fluidos, elastômeros e resinas. Os silicones têm um esqueleto inorgânico, alternando átomos
de oxigênio e silício, muito semelhante à sílica, e que é responsável pelo seu
comportamento inerte e pela resistência ao longo de uma larga faixa de temperaturas.
Completando a estrutura das polioxissiloxanas (silicones), têm-se vários tipos de radicais
orgânicos:
Nos casos de fluidos e elastômeros, esses radicais (R) sãona maioria grupos metila;
no caso de resinas, uma combinação de radicais metila e fenila. As polioxissiloxanas são
obtidas a partir das organoclorossilanas de fórmula geral RnSiCl4-n, onde R é um grupo
metila ou fenila, e se podem ter valores que variam de 0 a 3. O átomo de cloro das
organoclorossilanas reage facilmente com água formando o composto hidroxilado
correspondente:
R2SiCl2+ 2H2O ! R2Si(OH)2+ 2HCl
.composição física - os silicones são compatíveis com resinas alquídicas curtas e médias
em óleo, ésteres de epóxi, resinas amínicas, fenólicas solúveis em óleo, resinas cumarona-
ideno, acrílicos, etc., e podem ser com estas compostas por simples mistura física;
.composição química - aquecendo silicones com resinas orgânicas que têm oxidrilas livres,
podem-se formar compostos do tipo Si-O-C, de excelente resistência a agentes químicos,
sem maior prejuízo das outras qualidades inerentes aos silicones.
Silicato de etila
3. PROCESSOS DE PINTURA
Os processos para a aplicação de uma tinta sobre uma superfície são basicamente
quatro: imersão, aspersão por meio de pistola convencional ou por meio de pistola sem ar
(airless spray), a trincha, a rolo. Pode-se incluir, ainda, a aplicação eletrostática de
revestimentos à base de pós (powder coating).
3.1 Imersão
Imersão simples
3.2 Aspersão
.reservatórios - são tanques pressurizados, ou canecas, que contêm a tinta a ser aplicada.
3.3 Trincha
3.4 Rolo
4. ESQUEMAS DE PINTURA
A inspeção deve ter três fases distintas: a das tintas recebidas; a de limpeza e
aplicação; e a de manutenção ou de desempenho.
A inspeção das tintas recebidas é importante, pois vai evitar que tintas que não estão
em conformidade com as especificações sejam aplicadas, o que, certamente, levará a falhas
na proteção anticorrosiva. No laboratório, os ensaios mais comuns são:
a) sólidos por peso - indica o percentual de não-voláteis em peso existentes na tinta e serve
para mostrar a quantidade de solventes existentes na tinta;
b) sólidos por volume - indica o volume de sólidos existentes na tinta e serve como dado
para o cálculo do rendimento teórico de uma tinta, de acordo com a fórmula:
h) espessura por demão - indica o valor mínimo de espessura que se obtém ao se aplicar a
tinta por determinado processo;
1) brilho e cor.
" Para pesquisar: como são aplicados os seguintes testes de controle de qualidade de
uma tinta: poder de cobertura, aderência, viscosidade e natureza da resina?
A inspeção de aplicação deve ser efetuada para verificar se a tinta é aplicada dentro
dos melhores preceitos da técnica. Antes, entretanto, que a aplicação seja permitida, o
inspetor deve verificar se a tinta foi armazenada dentro da especificação do material e se o
prazo concedido para armazenagem não foi ultrapassado.
Também antes da aplicação deve ser verificado se a superfície foi convenientemente
tratada, se a diluição da tinta foi corretamente efetuada e se houve perfeita homogeneização
para remoção do "fundo". A umidade relativa também deve ser verificada, pois acima de
85% a pintura com tintas convencionais não é aconselhável, da mesma forma que a
temperatura do substrato, que deve estar entre 10 e 50°C. Durante a aplicação, alguns
pontos importantes devem ser observados, como por exemplo:
a) que a aplicação da primeira demão de tinta de fundo seja efetuada o mais rápido
possível, após o preparo da superfície, para evitar oxidação e contaminação da mesma;
b) se a tinta for de dois componentes, não aplicá-la após o tempo de vida útil da mistura
(pot-life) ter sido ultrapassado.Deve-se verificar, ainda, se a proporção da mistura foi feita
conforme as instruções do fabricante;
c) que a viscosidade seja a ideal - se a diluição da tinta foi feita de acordo com o boletim
técnico do produto e se o diluente empregado é do mesmo fabricante da tinta;
h) que a película não seja porosa. Isto é verificado com o uso do detetor de porosidade
(Holiday detector), que aplica uma ddp entre o metal-base e a película. Caso se verifique
contato elétrico, comprova-se existência de porosidade.
Após a aplicação de cada demão de tinta a película deverá estar isenta de defeitos,
tais como: escorrimento, enrugamento, empolamento (bolhas), fendimento, corrosão,
crateras, porosidade, impregnação de abrasivo e de outros materiais sólidos (p.ex., pêlos
dos instrumentos de aplicação), descascamento, nivelamento deficiente (p.ex., casca de
laranja e marcas acentuadas de trincha), sangramento, overspray e excesso ou insuficiência
de espessura.
Após a pintura final, devem ser programadas inspeções periódicas de manutenção
visando manter sempre integral a película inicial de tinta. Três a seis meses depois de
Um revestimento por pintura pode deixar de exercer as suas funções básicas (p.ex.,
proteção anticorrosiva, sinalização e estética) por duas razões, a saber:
a) a vida útil do mesmo atingiu o seu limite máximo de durabilidade. Neste estágio,
recomenda-se, então, executar os serviços de manutenção na pintura para que se obtenha
novamente as propriedades desejadas;
Dentre as duas razões citadas, a segunda é realmente aquela que mais preocupa, pois
uma falha prematura, além de comprometer as funções do revestimento, acarreta sérios
prejuízos às empresas, tanto de natureza técnica (parada de equipamentos) como econômica
(gastos adicionais para se refazer o trabalho). Para minimizar os riscos de ocorrência de
falhas prematuras nos revestimentos por pintura, é importante considerar uma série de
fatores, como por exemplo:
.o projeto dos equipamentos e das estruturas metálicas: neste sentido é importante que
na fase de projeto dos mesmos, sempre que possível, sejam evitados, por exemplo, locais
que permitam a estagnação de água, a presença de frestas e de cantos vivos ou arestas
pontiagudas. Estes cuidados, além de contribuírem para aumentar a durabilidade dos
revestimentos, certamente acarretarão uma redução substancial nos custos inicial e de
manutenção da pintura;
.as condições prévias do substrato: por exemplo, é importante que os cordões de solda
sejam contínuos e bem acabados (livres de aspereza, de reentrâncias, etc.). Além disso, os
cordões de solda e as áreas adjacentes têm que estar isentas de respingos e de fluxo de
solda. As frestas, se existentes, devem ser adequadamente vedadas ou preenchidas, a fim de
evitar o desenvolvimento prematuro de corrosão dentro das mesmas;
.a preparação da superfície: esta é uma das etapas mais importantes para que um
revestimento por pintura apresente o desempenho esperado, principalmente no que diz
respeito ao aspecto da proteção anticorrosiva. Ela visa remover os contaminantes da
superfície (sais, produtos de corrosão, óleos, graxas, tintas velhas ou antigas, etc.), bem
como propiciar condições de aderência para os revestimentos por pintura;
.a especificação do esquema de pintura: é de suma importância que o esquema de pintura
seja especificado para resistir às condições de trabalho e de exposição das estruturas e dos
equipamentos. Por exemplo, um esquema de pintura alquídico pode proteger de forma
satisfatória uma estrutura metálica ou um equipamento numa atmosfera urbana. Entretanto,
se eles possuírem, por exemplo, regiões que permitam a estagnação de água, ou que
estejam sujeitos a esforços mecânicos (abrasão, impacto, etc.), certamente o esquema terá
que ser alterado para resistir a estas condições de exposição;
Na Tabela 24.3 apresentam-se alguns dos tipos de falha ou defeito mais comumente
observados nas tintas e nos revestimentos por pintura. Sempre que alguma falha ocorrer de
forma prematura é recomendável fazer um estudo para determinara(s) causa(s)
provável(eis) responsável(eis) pelo aparecimento da mesma. Com isso, podem-se evitar
problemas futuros de mesma natureza.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS