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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE CIÊNCIA DA SAÚDE


CURSO DE FARMÁCIA

CHAPÉU-DE-COURO

MAUREEN LIANA LADEHOFF


PRISCILA MARTINS

Trabalho apresentado à disciplina de


Fitoterapia e Produtos Naturais, sob a
orientação da professora Silvana Nair Leite.
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ITAJAÍ (SC), junho 2002

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................................................................................. 03
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 04
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 05
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................06
3.1 Situação atual das plantas medicinais........................................................... 06
3.2 Importância do controle de qualidade...........................................................06
3.3 O gênero Echinodorus....................................................................................... 08
3.4 Aspectos de cultivo............................................................................................. 11
3.5 Propriedades medicinais e uso popular.........................................................11
3.6 Modos de preparo...............................................................................................12
3.7 Efeitos colaterais e contra-indicações............................................................ 12
4 METODOLOGIA.....................................................................................................13
4.1 Análise macroscópica.........................................................................................13
4.2 Análise microscópica......................................................................................... 13
4.3 Análise química...................................................................................................14
4.4 Identificação de flavonóides............................................................................. 14
4.5 Doseamento de flavonóides...............................................................................15
4.6 Identificação de taninos.....................................................................................15
4.7 Doseamento de taninos...................................................................................... 16
4.8 Identificação de alcalóides................................................................................ 16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................19
6 CONCLUSÃO............................................................................................................20
3

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 21
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Planta conhecida popularmente como chapéu-de-couro (Echinodorus


grandiflorus)........................................................................................................................09
Figura 2: Folha de chapéu-de-couro...................................................................................10
Figura 3: Marcas transparentes da folha de chapéu-de-couro em formatos ovais grandes 10
Figura 4: Chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli).......................13
Figura 5: Cromatografia revelada com NP/PEG................................................................ 19
Figura 6: Cromatografia revelada com anisaldeído sulfúrico............................................ 19
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1 INTRODUÇÃO

O uso de produtos fitoterápicos tem crescido muito, no mundo todo, sendo uma das
vantagens a economia para a população mais carente e a grande disponibilidade de plantas
medicinais. O grande consumo leva a uma preocupação em relação a produção e controle
de qualidade. No Brasil cerca de 80% da população usam como fonte de recurso
terapêutico produtos de origem natural, principalmente plantas medicinais (DI STASI,
1996).
As plantas de gênero Echinodorus são conhecidas popularmente por chapéu-de-
couro e são nativas do Brasil, encontradas em várzeas, a beira de lagoas e de represas
(TESKE & TRENTINI, 1995). As espécies de Echinodorus mais conhecidas são E.
grandiflorus e a E. macrophyllus.
Na medicina popular são indicadas para reumatismo, afecções cutâneas, doenças
renais e das vias urinárias, problemas do fígado, gripe, resfriado, sífilis e gota (TESKE &
TRENTINI, 1995 e OLIVEIRA & AKISUE, 1997).
As folhas de chapéu-de-couro são as partes da planta utilizadas na fitoterapia, sendo
muito atacadas por insetos, os quais perfuram e recortam o limbo foliar (KISSMANN,
1991).
Segundo DI STASI (1996), é importante a elaboração de estudos referentes ao
cultivo de espécies medicinais para a obtenção da matéria-prima sempre com as mesmas
características e sem afetar determinados ecossistemas.
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2 OBJETIVOS

Aprofundar os estudos sobre o chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus e


macrophyllus), verificando suas propriedades medicinais, composição química, indicações
e contra-indicações, contribuindo para seu correto uso na comunidade.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Situação atual das plantas medicinais

Até meados da década de 80 a indústria farmacêutica não valorizava nem investia


em extratos de plantas medicinais. Uma possível razão para o interesse em plantas
medicinais ter crescido, pode ser decorrente da maioria da população de baixo poder
aquisitivo fazer uso de plantas medicinais, uma vez que seu custo é baixo e este, aliado
com o aumento de estudos científicos, faz com que medicamentos de origem natural
apareçam cada vez mais no mercado (CECHINEL FILHO; MAGRO; YUNES, 1996).
Atualmente grande parte dos habitantes das cidades não conhece plantas
medicinais, não sabendo reconhecê-las, portanto, não tem noção do que está adquirindo.
Em virtude desta falta de conhecimento, muitas vezes as pessoas são enganadas pelos
comerciantes tanto voluntariamente como involuntariamente (DI STASI, 1996).
Conforme MANCINI (1995), poucos são os médicos no Brasil que indicam plantas
medicinais no tratamento de qualquer doença. Além disso, também são poucos os médicos
que acreditam na ação das plantas como medicamentos confiáveis. Essa falta de
confiabilidade é decorrente de que grande parte das bibliografias sobre plantas medicinais
vem da sabedoria popular, sendo que muitas vezes não possuem nenhuma base científica.

3.2 Importância do controle de qualidade

No Brasil praticamente não existe o cultivo de plantas medicinais. As espécies


vegetais de interesse são coletadas por mateiros que não sabem, na maioria das vezes,
identificar corretamente uma espécie vegetal e suas variedades e, muito menos, qual a
época ideal para a coleta. As plantas coletadas são secas de maneira precária, perdendo
muitas vezes seus princípios ativos. Continuando o processo, este material seco é vendido
a distribuidoras que o repassam a firmas que produzem extratos vegetais ou às farmácias. E
a grande maioria das empresas e farmácias não exercem o controle de qualidade dos
produtos adquiridos (DI STASI, 1996).
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O melhoramento de plantas medicinais relaciona-se tanto com a maior capacidade


de produção de princípios ativos, como com a maior resistência a condições climáticas
desfavoráveis e incidência de parasitas (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991).
Com o avanço da tecnologia, aliada ao estrondoso sucesso comercial e terapêutico
de alguns poucos produtos comerciais obtidos a partir de plantas, a indústria farmacêutica
foi estimulada a investir maciçamente no ramo, resultando em maior controle físico-
químico, clínico e toxicológico (IBIDEM).
Deve-se lembrar que o controle de qualidade de fitoterápicos não se verifica apenas
na análise do produto acabado, mas também na obtenção da espécie vegetal, desde sua
identificação, cultivo, colheita, armazenamento, até a forma farmacêutica final (DI STASI,
1996).
Dentre os fatores que podem influenciar na qualidade de uma planta medicinal, a
umidade é, talvez, a que possui maior relevância. Mas o primeiro passo para que uma
planta medicinal tenha os teores adequados de diferentes princípios ativos está na colheita,
esta deve ser feita na estação do ano apropriada e na hora certa, para que se tenha,
efetivamente, os componentes adequados para sua transformação em medicamento e não
em veneno (MANCINI, 1995).
A secagem do chapéu-de-couro é realizada por aquecimento em estufa com
circulação de ar. A temperatura pode ser controlada, podendo, então, o chapéu-de-couro
secar em estufa sem acarretar em destruição de seus princípios ativos, empregando-se de
35 a 40 ºC de temperatura (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991).
O material proveniente de plantas medicinais deve ser armazenado em áreas
separadas, bem ventiladas e equipadas de tal modo que permita proteção contra o
desenvolvimento de microorganismos, à entrada de insetos ou outros animais,
especialmente roedores. De preferência, devem ser armazenados em recipientes bem
fechados, ao abrigo da luz solar (O. M. S., 1993).
Os medicamentos, sejam quais forem seus rótulos, alopáticos, fitoterápicos ou
homeopáticos e, sejam quais forem as finalidades terapêuticas para que se designem,
necessitam ser realmente eficazes e confiáveis (MANCINI, 1995).
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3.3 O gênero Echinodorus

As plantas do gênero Echinodorus são denominadas vulgarmente de chapéu-de-


couro (figura 1) devido a característica das folhas desta planta serem coriáceas, podendo
também serem chamadas de aguapé, chá-de-campanha, chá-do-pobre, chá-mineiro,
congonha-do-brejo, erva-do-brejo e erva-do-pântano. O gênero Echinodorus pertence a
família Alismataceae, e existem várias espécies, muitas delas polimorfas, o que dificulta a
identificação (KISSMANN, 1991 e OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991).
As sinonímias científicas do chapéu-de-couro são Alisma macrophyllus Kunth,
Alisma follicordatis-obtusis Plum, Alisma cordifolium L., Alisma bertiroanum Balbis
(OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991).
Segundo a FARMACOPÉIA BRASILEIRA (1929), a espécie Echinodorus
macrophyllus (Kunth) Mich. é inodora, possui sabor levemente amargo e é reconhecida
como possuidora de propriedades medicinais. Conforme KISSMANN (1991), a espécie
Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schlecht.) Mich. juntamente com outras espécies do
gênero, tem sido usada na medicina popular.
O Echinodorus macrophyllus caracteriza-se por apresentar folhas simples, ovais, de
base cordiforme e aguda ou acuminada no ápice (figura 2). Limbo inteiro, de cor verde-
escura, em geral com cerca de 20 a 40 cm de comprimento por 15 a 35 cm de largura na
região próxima à base, de superfície rugosa, áspera, pedatinérvea, com 11 a 13 nervuras
principais, salientes na página inferior. Pecíolo longo, coriáceo, medindo até 70 cm de
comprimento, sulcado longitudinalmente e provido de estrias longitudinais. O limbo
quando examinado contra luz, mostra minúsculos pontos transparentes (figura 3)
(OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991). No entanto, HAINES & HOLM-NIELSEN
(1994) utilizam a ausência de pontos transparentes no limbo entre outras características
para classificar a espécie Echinodorus macrophyllus.
Esta espécie caracteriza-se por conter saponinas, taninos, alcalóides, flavonóides,
terpenos, sais minerais, iodo, glicosídeos e resinas (SILVA JÚNIOR, 1998). Segundo
KOBAYASHI et al. (2000), três novos diterpenóides foram isolados nesta espécie:
chapecoderina A, B e C.
Já o Echinodorus grandiflorus caracteriza-se por apresentar folhas basais simples e
eretas, pecíolo cilíndrico, com 15 a 130 cm de comprimento por até 2 cm de espessura,
firme com tecido interno esponjoso e retendo água, com superfície estriada e levemente
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escabrosa, de cor verde. Limbo elíptico-ovalado, de base freqüentemente cordada, com 7 a


40 cm de comprimento, nervuras longitudinais curvas e proeminentes com abundantes
linhas transversais, pontuações transparentes, textura coriácea, superfície de cor verde
intensa, brilhante nas folhas novas (KISSMANN, 1991). As flores são brancas
hermafroditas, numerosas, dispostas em panículas verticiladas (CORRÊA JÚNIOR et al.,
1991). O caule é subterrâneo, o rizoma e os frutos são do tipo aquênio (KISSMANN,
1991). Esta espécie caracteriza-se por apresentar taninos, triterpenos e flavonóides (SILVA
JÚNIOR & BIAVATTI, 1997).
Em relação à biologia, trata-se de planta perene e tolera curtos períodos de seca,
durante a fase vegetativa produz rizomas, dos quais se originam novas plantas
(KISSMANN, 1991). O florescimento se dá principalmente durante a primavera e o verão
(CORRÊA JÚNIOR et al., 1991).

Figura 1: Planta conhecida popularmente como chapéu-de-couro (Echinodorus


grandiflorus).
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Figura 2: Folha de chapéu-de-couro.

Figura 3: Marcas transparentes da folha de chapéu-de-couro em formatos ovais grandes.


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3.4 Aspectos de cultivo

Quanto ao cultivo, o chapéu-de-couro desenvolve-se em locais úmidos, várzeas,


margens de rios, lagos e pântanos, em clima tropical e subtropical. Pode ser multiplicado
por sementes ou rebentos, os quais se formam nas hastes florais (MARTINS et al., 1995).
Em relação a ocorrência de insetos, segundo KISSMANN (1991), freqüentemente
encontra-se o limbo danificado por insetos, que o recortam.

3.5 Propriedades medicinais e uso popular

As folhas são as partes utilizadas na fitoterapia e dentre as propriedades medicinais


atribuídas ao chapéu-de-couro salientam-se: atua no intestino delgado produzindo um
efeito laxativo, que está na dependência de sua ação sobre estimulante da bílis, age sobre
os rins e fígado melhorando os quadros reumáticos, aumenta o fluxo urinário e sua ação na
filtração glomerular e estimula a eliminação de ácido úrico (TESKE & TRENTINI, 1995 e
MARTINS et al., 1995). No Paraguai é utilizada como anti-hipertensiva (SIMÕES et al.,
1998).
A infusão das folhas é usada contra afecções da pele, dores, gripe, resfriados,
artrite, arteriosclerose, sífilis e gota. Aplicado externamente, é excelente contra dermatites.
Suas folhas também são utilizadas em gargarejos ou banhos respectivamente contra
inflamações da garganta e úlceras de caráter maligno, é útil ainda contra certas moléstias
da pele e do fígado, assim como dizem depuradora do sangue e eliminadora de ácido úrico
(CORRÊA, 1984).
Hoje em dia existem no mercado associações fitoterápicas com o chapéu-de-couro
indicadas como diuréticas, no tratamento de reumatismo e em problemas de pele (SIMÕES
et al., 1998 e LOPES et al., 2000).
Em Minas Gerais é fabricado um refrigerante a base de chapéu-de-couro (SIMÕES
et al., 1998). Conforme VARGA (1998), o mesmo refrigerante é produzido em Niterói
(RJ), sendo conhecido como "mineirinho". Este tipo de bebida regional possui um menor
custo, isto devido a facilidade de se obter um concentrado das folhas de chapéu-de-couro, e
possui um sabor agradável.
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3.6 Modos de preparo

O chapéu-de-couro pode ser utilizado como chá por infusão, 20 g de folhas verdes
por litro de água e com indicação de 3 a 4 xícaras por dia (MARTINS et al., 1995), por
decocção de suas folhas a 2%, tomar 1 xícara três vezes ao dia, em pó (cápsula) 300-600
mg três vezes ao dia e em tintura 20 a 30 gotas três vezes ao dia (TESKE & TRENTINI,
1995).

3.7 Efeitos colaterais e contra-indicações

LOPES et al. (2000), referindo-se a estudos toxicológicos de extratos aquosos


preparados de folhas de Echinodorus macrophyllus, constataram, através de análise
bioquímica do plasma, algumas alterações nas células hepáticas de ratos suíços, quando
utilizada dosagem maior que a recomendada para humanos após seis semanas de ingestão
contínua do extrato aquoso.
LOPES et al. (2000), comprovaram com este estudo que a espécie sendo utilizada
em altas dosagens é tóxica para as células hepáticas, porém, quando usada a dose diária
recomendada para humanos (23 mg/Kg), não possui nenhum efeito genotóxico relevante,
sendo esta erva segura para humanos.
O chapéu-de-couro não deve ser usado por pessoas com pressão arterial baixa, pois
seu uso prolongado baixa a pressão (IBIDEM).
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4 METODOLOGIA

4.1 Análise macroscópica

A análise macroscópica do chapéu-de-couro é realizada observando-se as folhas


(marcas transparentes) e as flores da planta em lupa.

4.2 Análise microscópica

A análise microscópica é feita através de cortes transversais das folhas do chapéu-


de-couro (figura 4) com o auxílio de uma lâmina de barbear. Para clarear os cortes
emprega-se solução de hipoclorito de sódio e as lâminas são observadas em microscópio
óptico em aumentos de 100 e 400 vezes.
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4.3 Análise química (LOPES & BREDA, 1999).

A análise química dos componentes é feita através da trituração manual das folhas
secas. A secagem das folhas é feita em estufa com circulação de ar durante 24 horas a uma
temperatura de 40 ºC sendo assim assegurado que não é retirado os princípios ativos da
planta.
As folhas são colocadas em um erlenmeyer e deixadas em maceração ativa com 50
mL de metanol por 24 horas.
Posteriormente pelo processo de filtragem comum obtem-se os extratos das folhas e
estes são analisados pelo método de cromatografia de camada delgada – CCD. E com o
auxílio de uma micro-seringa de 20 µ L são feitos pontos na placa cromatográfica.
Para uma outra análise química é utilizado outro tipo de solvente, a água, onde as
plantas depois de trituradas são transferidas para um erlenmeyer com 100 mL de água
fervente e deixados por 5 horas, em seguida são filtrados por filtração comum e deixados
em banho-maria até que quase toda a água evapore.

4.4 Identificação de flavonóides (BIAVATTI & LEITE, 2001)

a) Extração genérica:
- Ferver em banho-maria por alguns minutos cerca de 2 g da droga com 40
mL de etanol 75%;
- Resfriar e filtrar por papel filtro umedecido em etanol 75%;
- Executar as reações a seguir:
b) Identificação genérica:
b.1) Reação oxalo-bórica:
- Preparar um resíduo a partir de 8 mL de extrato inicial;
- Juntar ao resíduo 3 mL de solução de ácido bórico 3% em etanol 75% e 1
mL de solução de ácido oxálico 10% em etanol 75%;
- Atritar e evaporar em banho-maria até secura e prolongar o aquecimento
por mais 5 minutos;
- Resfriar e juntar 5 mL de éter etílico;
- Observar na luz UV uma fluorescência amarelo-esverdeada.
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b.2) Reação de shinoda:


- Adicionar sobre cerca de 5 mL de filtrado em tubo de ensaio uma pitada de
Mgº;
- Juntar 0,5 – 1 mL de HCl;
- Observar desenvolvimento de coloração rósea a vermelha.

4.5 Doseamento de flavonóides (BIAVATTI & LEITE, 2001)

- Colocar em balão de fundo redondo de 100 mL 0,6 g da planta pulverizada


(250) com 1 mL de uma solução 0,5% de hexametilenotetramina R, 20 mL
de acetona R e 2 mL de HCl R1;
- Refluxar por 30 min. Filtrar a mistura por algodão para um balão
volumétrico de 100 mL. Refluxar o algodão e o resíduo de droga no balão
com 2 porções de 20 mL de acetona R por 10 min., e após resfriamento,
filtrar por algodão hidrófilo reunindo as extrações em balão volumétrico e
completando para 100 mL com acetona R;
- Tomar 20 mL desta solução em funil de separação, juntar 20 mL de água e
extrair com 1 porção de 15 mL e 3 porções de 10 mL de acetato de etila R;
- Lavar os extratos orgânicos reunidos em funil de separação com 2 porções
de 50 mL de água, transferir para balão volumétrico de 50 mL e completar o
volume com acetato de etila R;
- Tomar 10 mL da solução acima e juntar 1 mL de cloreto de alumínio R50 e
completar para 25 mL com uma solução de ácido acético glacial R 5% em
metanol R;
- Branco: Tomar 10 mL da solução acima e completar para 25 mL com uma
solução de ácido acético glacial R 5% em metanol R;
- Medir a absorbância da solução teste após 30 min. a 422 nm;
- Calcular a porcentagem de flavonóides pela expressão: A x 1,25 / m.

4.6 Identificação de taninos (BIAVATTI & LEITE, 2001)

a) Extração genérica:
- Colocar cerca de 2 g da droga tânica em erlenmeyer;
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- Adicionar cerca de 30 mL de água e ferver por 2 minutos;


- Filtrar por algodão e completar o filtrado para 40 mL com água.
b) Identificação genérica:
- Distribuir 12 mL do filtrado em 3 tubos de ensaio:
b.1) Adicionar 3 gotas de solução de gelatina a 2%. Reação positiva: turvação e
precipitação;
b.2) Adicionar 3 gotas de um extrato alcaloídico. Reação positiva: turvação e
precipitação;
b.3) Diluir o extrato do tubo com água (1:15) e adicionar FeCl3 2% e observar a
coloração azul = taninos hidrolisáveis ou gálicos, ou verde = taninos
condensados ou catéquicos.

4.7 Doseamento de taninos (BIAVATTI & LEITE, 2001)

- Juntar a 50 mL de uma solução aquosa 1:100 de droga, gota-a-gota, solução


de Cu(AcO)2 4% até que não haja mais precipitação de taninos;
- Filtrar então através de papel de filtro tarado previamente, de cinzas
conhecidas;
- Lavar o precipitado até que o filtrado dê reação negativa frente ao cobre;
- Secar o papel com tanato de cobre em estufa a 100 ºC até peso constante;
- A diferença entre a última pesagem e o peso do papel de filtro fornece o
peso do tanato de cobre;
- Em seguida, calcinar a 700 ºC o precipitado e o papel por 1 hora;
- Subtraindo-se o resíduo final do cadinho da cinza do papel, tem-se o peso
de cobre combinado com o tanino;
- Portanto, a nova diferença, entre o tanato de cobre e o óxido de cobre, nos
fornece o peso de tanino na tomada de amostra inicial;
- Calcular a porcentagem de taninos obtida para a planta.

4.8 Identificação de alcalóides (BIAVATTI & LEITE, 2001)

Processo A:
- Colocar 1 a 2 gramas de droga pulverizada num erlenmeyer de 125 mL;
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- Extrair à quente com 10 a 15 mL de ácido diluído 1 a 2% (clorídrico ou


sulfúrico) por alguns minutos;
- Filtrar o sobrenadante por algodão, recebendo o filtrado em funil de
separação;
- Repetir a extração mais duas vezes com 15 mL de ácido diluído e juntar os
extratos no funil;
- Alcalinizar a solução com amônia diluída;
- Extrair os alcalóides com uma porção de 20 mL de clorofórmio;
- Executar as reações de identificação genérica de precipitação.

Processo B:
- Colocar 1 a 2 gramas de droga pulverizada num erlenmeyer de 125 mL;
- Alcalinizar a droga com amônia diluída 10% de tal modo que a droga fique
umedecida (não encharcada);
- Juntar à droga 15 mL de clorofórmio e agitar por alguns minutos;
- Deixar em repouso e filtrar por algodão;
- Repetir a extração com mais duas porções de CHCl3;
- Executar as reações de identificação genérica de coloração e de
precipitação.

Processo C:
- Colocar 1 a 2 gramas de droga pulverizada num erlenmeyer de 125 mL e
juntar 20 mL de EtOH;
- Aquecer até fervura;
- Resfriar e filtrar o sobrenadante por algodão;
- Repetir a operação com mais duas porções de EtOH;
- Juntar os extratos e evaporar em banho-maria até secura;
- Redissolver o resíduo em HCl 2%;
- Alcalinizar com amônia diluída e extrair com clorofórmio em funil de
separação;
- Executar as reações de identificação genérica de coloração e de
precipitação.
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• Identificação genérica através de reações de precipitação:


- Evaporar o extrato clorofórmico em cápsula de porcelana;
- Redissolver o resíduo em 12 mL de ácido mineral diluído 1-2% triturando
com bastão de vidro e dividir a solução em 6 tubos de ensaio;
- Gotejar os reativos gerais de alcalóides (RGA): reativo de Wagner,
Bertrand, Dragendorff, Mayer, ácido pícrico e ácido tânico, entre outros.
19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise química dos componentes da planta foi realizada através da


cromatografia de camada delgada – CCD, através deste método pôde-se verificar que
realmente existe uma variação nos constituintes químicos, a partir da fase móvel da placa
(acetato de etila / metanol / ácido acético / H2O), presentes nas folhas do chapéu-de-couro.
Em uma primeira cromatografia (figura 5) utilizou-se como revelador NP/PEG
(natural products – polyethylene glycol reagent), o qual possui como característica a
detecção principalmente de flavonóides e aloína, produzindo intensa fluorescência em UV-
365 nm (WAGNER et al., 1996).
Verificamos que esta técnica é muito superficial, pois deveria ter apresentado
fluorescência amarela (a qual indica presença de flavonóides), mas apresentou apenas uma
fluorescência laranja.
Então não se pode dizer com certeza a existência de variação destes componentes,
devido ao método utilizado não ser específico para a determinação quantitativa.
E para confirmar a presença de compostos apolares fez-se uma nova cromatografia
(figura 6) utilizando como revelador o anisaldeído sulfúrico, substância utilizada
principalmente para a revelação de compostos mais apolares, como terpenóides,
propilpropanóides, saponinas, além de princípios pungentes e amargos, os quais dão uma
coloração vermelha e violeta na placa (WAGNER et al., 1996).

Figura 5: Cromatografia revelada Figura 6: Cromatografia revelada


com NP/PEG. com anisaldeído sulfúrico.
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6 CONCLUSÃO

Através das observações realizadas por esta pesquisa pôde-se perceber que o estudo
sobre a planta conhecida como chapéu-de-couro teve importância significativa, pois esse é
um dos trabalhos pioneiros em relação a esta planta.
O uso constante de chapéu-de-couro faz com que, em pouco tempo, os efeitos
benéficos da planta sejam sentidos em todo o organismo. As manchas, cravos e espinhas
desaparecem da pele, a energia e o bem-estar voltam, o humor melhora. Isto acontece
porque as folhas desta planta brasileira fazem os rins, o fígado e os intestinos funcionarem
melhor, eliminando todas as toxinas que, permanecendo no corpo, comprometem a saúde.
Além disso, ela ainda tem boa atuação na depuração do sangue, o que a torna indicada
como remédio auxiliar no tratamento de artroses, do ácido úrico, do artritismo e das demais
formas de reumatismo. Poderoso anti-séptico das vias urinárias, o chá também é indicado
nos regimes de emagrecimento, já que além de ajudar na eliminação da água e da gordura,
fortalece os nervos e aumenta a energia.
Na colheita das folhas de chapéu-de-couro deve-se existir uma seleção, pois para a
produção de um medicamento fitoterápico de boa qualidade é necessário utilizar uma
matéria-prima uniforme, sem alterações na sua superfície foliar. Caso isto não ocorra este
medicamento estará com sua concentração de princípios ativos diminuída e/ou alterada,
resultando em um produto de efeito duvidoso.
O controle de qualidade possibilita a obtenção de exemplares de plantas com maior
teor e pureza das drogas biologicamente ativas. Isso é importante na fabricação dos
fitofármacos utilizados pela população, pois os princípios ativos é que são responsáveis
pelas propriedades de cada um dos medicamentos.
Sugere-se para um novo estudo, fazer a investigação científica das utilizações
medicinais do chapéu-de-couro, confirmando se a planta realmente possui atividades
antiinflamatórias, anti-hipertensivas, anti-reumáticas e diuréticas, para que a população
mais carente e até mesmo aquela que possui melhores condições financeiras façam uso
desta planta de forma segura.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01. BIAVATTI, M. W.; LEITE, S. N. Manual para a aula prática de farmacognosia. Itajaí: UNIVALI, 2001.

02. CECHINEL FILHO, V.; MAGRO, D. J.; YUNES, A. R. Importância dos estudos químicos e
farmacológicos de plantas medicinais brasileiras. Grifos, Florianópolis, a. 3, n. 2, p. 63-70, 1996.

03. CORRÊA JÚNIOR, C.; MING, L. C.; SCHEFEER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, condimentares
e aromáticas. Curitiba: EMATER, 1991.

04. CORRÊA, P. M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro:
Imprensa Nacional, 1984. v. 2.

05. DI STASI, L. C. L. C. (Org.). Plantas medicinais: arte e ciência, um guia de estudo interdisciplinar. São
Paulo: Universidade Estadual Paulista, 1996.

06. HAYNES, R. R.; HOLM-NIELSEN, B. L. Flora neotropica: the Alismataceae. New York: The New
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