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Notas sobre posse

“Entendo por exterioridade da propriedade o estado normal


externo da coisa, sobre a qual se cumpre o destino econômico de servir aos
homens. Este estado toma, segundo a diversidade das coisas, um aspecto
exterior diferente: para umas, confunde-se coma detenção ou posse física da
coisa; para outras, não. Certas coisas têm-se ordinariamente sob vigilância
pessoal, outras ficam sem proteção nem vigilância.
O lavrador deixa suas colheitas em pleno campo. O arquiteto
deixa em suas obras os materiais destinados à construção, porém ninguém trata
assim seus objetos preciosos, seus móveis, etc.; todos os fecham em sua casa.
O mesmo estado que, para as primeiras coisas é normal,
aparece para a segunda como anormal, como um estado no qual a exterioridade
da propriedade não se manifesta habitualmente com relação a essas coisas; de
onde resulta, a ser exata a nossa teoria, que a posse deve continuar para as
primeiras e cessar para as segundas. Aquele que acha uma coisa da primeira
categoria nesta condição, deve pensar que ela se acha ali pela vontade de seu
dono, ao passo que deve pensar o contrário, se achar em semelhante condição
uma coisa da segunda categoria.
No primeiro caso, se tomasse a coisa para remetê-la ao
possuidor, imiscuir-se-ia em uma relação de vontade estranha, visível; não é
assim no segundo caso, onde, pelo contrário, presta serviço ao possuidor,
recebendo a coisa e enviando-a. Desta maneira, o caráter jurídico da relação em
que esta coisa se acha para com o seu proprietário, torna-se visível em ambos os
casos. A posse, assim como a não posse, é visível e precisamente esta
visibilidade é de grande importância para a segurança. Com efeito, a segurança
da posse não repousa somente no elemento físico, isto é, em medidas de
segurança tomadas para protegê-la, como também no elemento moral e jurídico,
a saber, no receio de lesar os direitos de outrem, inspirado pelo senso jurídico ou
pela lei.” (Ihering, “Interditos possessórios”)

Clóvis Beviláqua, refutando emenda de LAFAYETTE ao seu


projeto (“posse consiste no poder de dispor fisicamente de uma coisa, com a
intenção de dono e de defendê-la contra agressões de terceiros”):

“Com relação ao poder físico, podemos afirmar que ele existe


em certos casos, e é desnecessário ou impossível em outros. Para as coisas que,
de ordinário, se guardam e podem ser defendidas, a posse importa em poder
físico; para outras, não.
Porém, mesmo para aquelas, o ponto de vista do poder físico é
exato, simplesmente porque tal modo de detenção constitui, a respeito dessas
coisas, a forma econômica normal da sua relação com a pessoa.”

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