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INTRODUÇÃO
Finalizada a Segunda Guerra Mundial, ganhava força o debate entre trabalhadores e os dirigentes
conservadores na Inglaterra para a criação do Sistema Nacional de Saúde, a primeira experiência dessa
natureza no mundo capitalista. Em meio a este debate, Richard Doll e Bradford Hill observaram que a
crescente poluição urbana decorrente da ampliação da frota de automóveis circulando por Londres e demais
grandes cidades inglesas poderia ser a causa do aparecimento de câncer de pulmão na população. Com isso,
analisaram a distribuição do câncer de pulmão em guardas de trânsito, em comparação com aquela verificada
entre os demais trabalhadores. A ampliação do espectro de possíveis fatores de risco, conduziu aos clássicos
resultados dos estudos revelando a associação daquela neoplasia com o hábito de fumar.
Na Inglaterra dos anos 40, cerca de 80% dos homens adultos eram fumantes, hábito de vida então considerado como
sofisticado e de bom gosto. As contracapas de importantes revistas médicas daquele período apresentavam propaganda da
indústria do tabaco com pretensos diálogos nas quais os personagens centrais eram profissionais de saúde, como médicos e
enfermeiras, destacando suas preferências pelas diferentes marcas de cigarro, assim associadas à imagem de credibilidade e
aceitabilidade social daqueles profissionais (Koifman, 2005). Foram necessários mais 10 anos para que os trabalhos de Doll e
Hill convencessem o público e as autoridades de que o tabagismo era a mais importante causa da doença.
De doença rara no passado, o câncer do pulmão transformou-se na doença neoplásica mais comum e mais mortal, em
todo o mundo. É, hoje em dia, a principal
causa de morte por câncer entre os homens da América do Norte e da Europa; sua mortalidade vem
aumentando,significativamente, entre as populações da Ásia, da
América Latina e da África. Essa modificação no comportamento da doença foi observada a partir da década de 20,quando o
número de casos começou a crescer progressivamente,transformando-se em verdadeira epidemia mundial
nesse início do século XXI.
EPIDEMIOLOGIA
FATORES DE RISCO
-fumante passivo: risco de 1,2 a 1,5 maior que o não fumante quando este não é exposto ao fumo (UEHARA, 1998;
INCA2010);
-predisposição genética:
ETIOLOGIA
A maioria dos cânceres de pulmão é causada por carcinógenos e promotores tumorais inalados com a fumaça do cigarro.
A radiação é uma causa ambiental do câncer de pulmão. A exposição a altos níveis de radônio ou sob radioterapia torácica
apresentam maior incidência do que a normal de câncer de pulmão , em particular se forem fumantes.
CLASSIFICAÇÃO
-adenocarcinoma;
Atualmente, sabe-se que tanto o carcinoma escamoso quanto o carcinoma indiferenciado de pequenas células e o
adenocarcinoma estão relacionados com o tabagismo. A maioria dos carcinógenos ocupacionais dá origem a tumores do
pulmão com distribuição histológica semelhante àquela causada pela fumaça do tabaco.
(J Pneumol 2002;28(1):41-7)
Adenocarcinoma:
Grandes células: 4%
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado por meio da visualização da alteração pulmonar através de exames de imagem (RX de tórax ou
tomografia computadorizada) e coleta de material para análise microscópica (análise citológica do escarro, punção aspirativa
por agulha fina ou biópsia).
Não foi comprovada a efetividade de uma triagem como diagnóstico precoce em pessoas assintomáticas sob alto risco de
ter carcinoma pulmonar, por meio da citologia do escarro e Rx de tórax.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O crescimento local da neoplasia origina sinais e sintomas relacionados à invasão ou obstrução de estruturas adjacentes,
crescimento nos linfonodos regionais por disseminação linfática, crescimento em locais metastáticos distantes após
disseminação hematogênica e efeitos remotos dos produtos tumorais ( síndromes paraneoplásicas).
-tosse;
-hemoptise;
-sibilos e estridor;
- dispnéia restritiva;
- sintomas de abscesso pulmonar: resultante da cavidade tumoral
- obstrução traqueal;
-paralisia do nervo simpático com Síndrome de Horner: enoftalmia, ptose, miose, perda ipsolateral da sudorese .
- derrame pleural;
- coração: dispnéia, tosse, pulso paradoxal, estase jugular e aumento da área cardíaca;
-suprarrenal;
- óssea;
- síndrome de Pancoast;
O tumor localizado no ápice pulmonar (Tumor de Pancoast) geralmente compromete o oitavo nervo cervical e os
primeiros nervos torácicos, levando à síndrome de Pancoast, que corresponde à presença de tumor no sulco superior de um
dos pulmões e dor no ombro correspondente, que se irradia para o braço. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado,
podendo existir crises em horários incomuns para o paciente. Uma pneumonia de repetição pode ser também um sintoma
inicial de câncer de pulmão (INCA2010).
ESTADIAMENTO
- indicação do prognóstico.
T- tamanho do tumor;
-exame físico;
-radiografias;
-TC;
-cintilografias ósseas;
Possibilita, na maioria dos casos, a obtenção do diagnóstico definitivo de malignidade bem como a distinção entre o
câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) daquele não de pequenas células.
-biópsia de linfonodo durante mediastinoscopia de amostra cirúrgica proveniente de ressecção cirúrgica definitiva;
ESTADIAMENTO
- indicação do prognóstico.
T- tamanho do tumor;
-exame físico;
-radiografias;
-TC;
-cintilografias ósseas;
Tratamento
Do ponto de vista terapêutico existem três alternativas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Estes métodos podem ser
associados para obter o melhor resultado. Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e removidos – estágios I e II, com
chance de cura de até 75% .Nos outros estágios, uma associação de quimioterapia e radioterapia, com eventual resgate
cirúrgico, é a abordagem que mostra os melhores resultados, com uma chance de cura de 30%.
No estágio IV, a quimioterapia é o tratamento de escolha, porém as chances de cura são extremamente reduzidas. Até o
momento não existe benefício comprovado com imunoterapia. Os pacientes operados se beneficiam de quimioterapia
complementar, dita adjuvante, que reduz as chances de reaparecimento da doença, com exceção naqueles cujo estadiamento
é inicial (IA e IB) (INCA,2008).
PROGNÓSTICO
A correlação entre incidência de câncer de pulmão e mortalidade resulta de uma média de taxa de sobrevida num
período de cinco (5) anos. A proporção dos pacientes que morrem da doença (taxa de mortalidade) é maior que 90%. Em
relação aos outros cânceres, têm havido relativamente poucas mudanças na sobrevida, a despeito de intensa investigação na
detecção precoce e de novos
métodos de terapia cirúrgica, radiação e novas drogas quimioterapêuticas.
Nos Estados Unidos, as taxas de sobrevida no período de cinco (5) anos para todos os casos de câncer de pulmão
foram: 6% de 1950 a 1954 e 13,4% no período de 1981 a 1987 (National Cancer Institute).
Taxas, estas, menores que as de quaisquer outros cânceres.
A redução na mortalidade, no próximo século,dependerá, primeiramente, da efetividade dos esforços para reduzir a
prevalência do tabagismo.
O estadiamento dos carcinomas não pequenas células é fator fundamental no prognóstico. À medida em que progredimos no
estadiamento, menor será a sobrevida em cinco(5) anos (Tabela III).
Tabela III - Sobrevida, em cinco (5) anos, nos
vários estadiamentos
I 60 a 85% Ia 60,7%
II 40 a 60% Ib 37,6%
IIIa abaixo 30% IIa 33,8%
IIIb IIb 23,4%
menos 5% IIIa 12,5%
IV IIIb 4,6%
IV 1,1%
A expressão oat cell ganhou importância na linguagem médica por ser um subtipo especial de câncer
pulmonar. As principais características são rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão
cerebral freqüente. Apesar do alto grau de resposta ao tratamento, apresenta baixo percentual de cura.