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O Mundo Sensível, para Platão, tem sua causa no Mundo Inteligível, onde reside a
Verdade. O Mundo Inteligível é composto pelo Um e pela Díade, respectivamente
Princípio Formal e Princípio Material. O Um age sobre a Díade sem intermediários, por
participarem ambos da inteligibilidade. As Díades formam e causam as Formas Puras,
as Idéias, de caráter inteligível que moldará e dará causa à matéria informe e sensível
que experimentamos na corporeidade.
Segundo Platão, quem faz o intermediário entre a Forma Pura e sua contraparte material
no mundo sensível é o Demiurgo. É ele quem, do caos, faz surgir o cosmos sensível por
um simples ato de Amor ao Bem.(10)
Portanto, sendo o Mundo Sensível criado pelo Demiurgo a partir do Inteligível, tudo o
que é bom o é por participar do Bem em Si, tudo o que é belo o é, por participar do Belo
em Si e tudo o que é verdadeiro o é, por participar da Verdade em Si. E as Coisas em Si,
as Formas pelas quais as coisas são, estão no Mundo Inteligível, que participa do
Mundo Sensível dando-lhe realidade. Aquilo no Mundo Sensível que não tenha
contraparte no Mundo Inteligível é falso e inexistente, isto é, aquela margem de
irredutibilidade da matéria sensível, segundo Reale: “do irracional ao racional”.(11)
O Mundo das Formas Puras, ou das Idéias(12) e o próprio conceito de idéia sofreu
algumas modificações ao longo da obra de Platão. Em uma concepção mais socrática
em que uma Idéia representasse o que há de comum em todas as coisas de uma
determinada categoria, o Eidos acontece nas coisas e não se constitui um ente apartado:
não subsiste de forma autônoma independente das coisas. Podemos ver isso nos
diálogos de Platão até Menon, onde por influência notadamente socrática, a temática era
ética e humanística. A concepção de que as coisas participam de um Eidos definido e
independente, autônomo e transcendente que define e dá causalidade às coisas, tem sua
forma delineada a partir de Fédon e na Politéia. Szaif nos diz sobre isso:
A Teoria das Formas em Platão tenta dar conta de problemas dos mais variados
aspectos, a partir da concepção de um mundo supra-sensível que dá causa e existência
ao sensível. As dimensões dessa teoria abarcam a questão do Conhecimento, da
Psicologia, da Ética, da Política e da Estética.
Platão, para exemplificar o método a ser empreendido para a busca desse conhecimento
verdadeiro e como ele se dá a partir do intelecto humano, elabora duas alegorias em seu
livro A República: da Linha Dividida e da Caverna.
Três argumentos fundamentam em Platão a concepção de alma que ele nos legou: sua
origem hiperurânia que lhe confere lembrança e conhecimento das Idéias
(reminiscência); sua prevalência, devido à sua origem sobre o corpo; e sua imortalidade
por sua participação na Idéia da Vida.(13)