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O filo CNIDÁRIO inclui os animais aquáticos de que fazem parte as hidras de água doce, as
medusas ou águas-vivas, que são normalmente oceânicas, e os corais e anémonas-do-mar. O filo era
também chamado Coelenterata (das palavras gregas "coela", o mesmo que "cela" ou "espaço vazio" e
"enteros", "intestino"), que originalmente incluía os pentes-do-mar, atualmente considerado um filo
separado, composto por animais também gelatinosos como as medusas, mas com algumas características
próprias.
O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por duas camadas de células - a epiderme,
no exterior, e a gastroderme no interior - com uma massa gelatinosa entre elas, chamada mesogleia e
aberto para o exterior. Por esta razão, diz-se que os cnidários são diploblásticos.
Ao redor da abertura, chamada arquêntero, os celenterados ostentam uma coroa de tentáculos com
células urticantes, os cnidócitos, capazes de ejetar um minúsculo espinho, o nematocisto que pode conter
uma toxina ou material mucoso. Estes "aparelhos" servem não só para se defenderem dos predadores, mas
também para imobilizarem uma presa, como um pequeno peixe, para se alimentarem.
O FILO CNIDÁRIA
São mais de 10.000 espécies, sendo no Brasil aproximadamente 470, todas elas dotadas de um
grau de organização e complexidade superior ao dos poríferos. Três diferenças são mais significativas entre
esses dois grupos. Os celenterados:
têm células com grau de diferenciação e de especialização maior que o verificado nos poríferos;
possuem um sistema digestivo, sendo os primeiros enterozoários.
são providos de sistema nervoso.
A maioria vive em ambientes marinhos, embora haja alguns exemplares de água doce. Muitos deles
formam colônias gigantescas, como os corais. Possuem cores e formas diversas e muito atraentes,
bastante apreciadas pelos mergulhadores. Algumas formas são livres, e se movimentam por jatopropulsão,
e outras são sésseis, como os pólipos.
Um dos celenterados mais conhecidos é a água-viva (Aurelia aurita), responsável por numerosos
casos de queimaduras em banhistas. Seu corpo contém mais de 95% de água, o que explica o seu nome.
Outro celenterado venenoso é a vespa marinha (Chironex fleckeri), encontrada no leito do mar, na costa da
Oceania. O contato da pele com esse animal pode matar um homem adulto em menos de 3 minutos.
Os recifes de corais são enormes colônias formadas por uma quantidade gigantesca de pequenos
animais fixos, que crescem e se desenvolvem uns sobre os outros. Os animais mais antigos, que ficam na
base da colônia, morrem e deixam a sua estrutura calcária, que serve de suporte para as gerações mais
jovens. Recifes de corais podem atingir dimensões de centenas de quilômetros. O maior dos recifes
conhecidos é a Grande Barreira de Coral, localizada na costa da Austrália, e que se estende por mais de
1.600 quilômetros!
Pólipos e medusas apresentam a mesma estrutura interna, com as duas camadas de células
(epiderme e gastroderme) e a mesogléia entre elas.
Por ação dos cnidoblastos, o celenterado paralisa a sua presa, que é recolhida pelos tentáculos até
a boca. Depois de sofrer digestão extracelular e intracelular, o alimento é distribuído por difusão para todas
as outras células do corpo.
Há um sistema nervoso rudimentar, formado por células que se interligam formando uma rede
nervosa. Essa rede está localizada logo abaixo da epiderme. O sistema nervoso dos celenterados é
chamado difuso ou reticular. Graças a esse sistema nervoso, os celenterados podem reagir adequadamente
aos estímulos ambientais, o que permite escapar de predadores e capturar as presas com maior facilidade e
eficiência.
Intersticial - são pequenas células encaixadas entre as células do epitélio muscular. Tem
capacidade totipotente, isto é origina qualquer outro tipo de célula.
Nervosa - são células estreitas não diferenciadas em axônio e dentritos, que se encontram na
base de ectoderme formando conjunto, uma rede junto a mesogléia.
Apresentam a ponta voltada para trás como os ganchos de um arpão. Desse modo eles ferem os
tecidos do inimigo e, voltados para trás mantém o filamento implantado na ferida.
MESOGLÉIA: é uma camada de aspecto gelatinoso constituído principalmente por água. Não
possui células próprias as células encontradas são elementos ectodérmicos deslocando para a endoderme
e vice-versa.
ENDODERME: Limita a cavidade gástrica e tentáculos. É composta de uma camada de células
cilíndricas epitélio musculares, como aquelas da ectoderme. A maioria destas células apresentam flagelos,
sendo que muitas possuem vacúolo e citoplasma volumoso com funções nitidamente nutritivas, às vezes
emitem pseudópodes curtos para capturar pequenas partículas. Outras células comportam-se como células
glandulares, ocorrem em maior número em torno da boca e do disco basal onde secretam enzimas
digestivas que eliminadas na cavidade gastrovascular, vão agir sobre o alimento retido, fragmentando-o em
pequenas porções .Outras células comportam-se como células glandulares , ocorrem em maior numero em
torno da boca e do disco basal onde secretam enzimas digestivas que são eliminadas na cavidade
gastrovascular, vão agir sobre o alimento ai retido, fragmentando-o em pequenas porções. Células
intersticiais são células sensitivas e podem ocorrer na endoderme.
RESPIRAÇÃO: as trocas gasosas se dão através da superfície geral do organismo. Não há órgãos
respiratórios.
A maioria dos celenterados apresenta reprodução sexuada e assexuada, sendo grande o número
de espécies que apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a forma polipóide produz
assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produzem gametas de
cuja fusão resulta o zigoto.
A fecundação é externa na maioria dos celenterados, havendo espécies em que o encontro dos
gametas ocorre dentro da cavidade gástrica. Nos casos em que o desenvolvimento é indireto (todas as
espécies marinhas) o zigoto formado dá origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a larva se
fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo).
Nas espécies que apresentam apenas a forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente
originando novos pólipos. Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A
fecundação e as primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como
seqüência do processo, o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade
repete o ciclo.
CICLO DE VIDA
Dos ovos saem larvas pelágicas chamadas plânulas, em forma de pêra e completamente ciliadas
que, quando encontram um substrato apropriado, se fixam e se transformam em pólipos. Em alguns
celenterados, como os corais, a fase de pólipo é a fase definitiva. O corpo dos cnidários é basicamente um
saco formado por duas camadas de células - a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior - com uma
massa gelatinosa entre elas, chamada mesogleia e aberto para o exterior.
O filo Cnidária está dividido em quatro classes de organismos atuais e mais uma de fósseis:
Anthozoa
A diferença na forma corporal dos Scyphozoa e dos Anthozoa (medusa versus pólipo) pode ser
harmonizada se os antozoários derivaram dos estágio polipóide dos cifozoários.
OCTOCORAIS: Os alcionáceos coloniais ou corais macios, que são mais abundantes nos recifes do
Indo-Pacífico, em muitos aspectos são paralelos aos corais escleractinianos,quanto à massa cenenquimal
maciça que forma o substrato a partir do qual os pólipos individuais surgem. As colônias ramificadas e em
forma de bastão dos corais gorgonianos são adaptadas para explorar a coluna de água vertical enquanto
utilizam somente uma pequena área de substrato para a ligação. A sustentação flexível é proporcionada por
um bastão axial orgânico central e separa as espículas calcárias incrustadas no cenênquima.
Os penaltuláceos (que incluem as canetas do mar, as penas do mar e os amores perfeitos do mar)
são adaptados para a vida em fundos macios. Um pólipo grande e primário, que determina a forma da
colônia, não só proporciona ancoragem na areia como também age como substrato a partir do qual os
pequenos pólipos secundários surgem.
Scyphozoa
ORDENS:
Cubozoa
A classe Cubozoa, juntamente com a respectiva ordem cubomedusae é um grupo pouco estudado
do filo Cnidária, que inclui os animais vulgarmente chamados de cubozoários. Apesar das semelhanças
morfológicas do corpo, constituído por um sifão e numerosos tentáculos, os cubozoários não são
estritamente medusas (classe Scyphozoa). O grupo é típico do Oceano Pacífico e incluI alguns dos mais
venenosos animais existentes na atualidade, responsáveis pelo que se designa em medicina como
síndrome de Irukandji. O nome da classe refere-se ao aspecto visual dos sifões, que lembram um cubo (ao
contrário das medusas, que são circulares).
Os cubozoários, ao contrário das medusas que são animais planctônicos filtradores, são predadores
ativos, com capacidade de deslocação própria. Estudos preliminares realizados por cientistas da
Universidade de James Cook da Austrália demonstraram que os cubozoários não se limitam a acompanhar
as correntes oceânicas e podem percorrer cerca de um quilômetro em meia hora. Este modo de vida ativo
implica a necessidade de períodos de descanso, que os cubozoários realizam durante as noites que
passam assentes no fundo do mar.
Outra característica especial dos cubozoários é serem
dotados de visão. Têm 24 olhos agrupados em conjuntos de 6 e
dispostos nas 4 faces que compõem o sifão do cubozoário. Cada um
destes conjuntos tem dois tipos de olhos: fossas que detectam a luz
(semelhantes às observadas nos outros cnidários) e olhos
propriamente ditos, extremamente complexos e com a mesma
estrutura que o olho humano composto por lente, retina e córnea.
Apesar desta complexidade, não está claro como é que estes
animais processam a informação adquirida pelos olhos, uma vez que
não possuem cérebro. Em vez de um sistema cognitivo central, têm
zonas de elevada densidade de nervos junto aos conjuntos de olhos,
que podem ser centros de processamento de informação. Para
justificar a evolução de um sistema visual tão elaborado foi sugerido
que os cubozoários procuram e caçam ativamente as suas presas,
que incluem pequenos caranguejos e peixes.
O tipo de presas que os cubozoários consomem é a explicação para o fato de terem desenvolvido
venenos tão tóxicos. Dada a sua constituição frágil, estes animais têm obrigatoriamente que matar a sua
presa depressa, para que esta não se debata e não tenha oportunidade de lhes provocar danos. O veneno
dos cubozoários é injetado nas presas através dos cnidócitos presentes nos tentáculos, que disparam ao
menor contacto. O tipo de toxina presente é ainda desconhecido e parece variar de espécie para espécie,
mas a sintomatologia associada a encontros com estes animais sugere que ataque o sistema nervoso
central. Todos os anos há centenas de pessoas na Austrália e outras regiões do Pacífico que sofrem de
encontros com cubozoários, alguns com conseqüências fatais. O animal não ataca deliberadamente o
Homem, mas o fato de serem transparentes e praticamente invisíveis para quem está desatento faz com
que os acidentes aconteçam. As vítimas descrevem um intenso mal estar, acompanhado por dores
lancinantes na área afetada, vômitos, náusea e tensão arterial extremamente elevada. Estes sintomas
foram descritos como síndrome de Irukandji (sendo Irukandji o nome de uma tribo de aborígines
australianos). Presentemente ainda não existe nenhum antídoto para esta toxina e a única ação que parece
resultar é a aplicação de vinagre nas zonas afetadas pelos tentáculos, o que impede o disparo dos
cnidócitos que permanecem fechados mas que em nada reduz o mal que já está feito. Alguns encontros
com cubozoários resultam, na melhor das hipóteses, em cicatrizes permanentes de cor vermelha na pele da
vítima.
Hydrozoa
HIDRA: Pequenos hidrozoário de água doce que medem de 0,25 a 2,5 cm de comprimento.
Possuem o corpo cilíndrico e oco, em uma das extremidades deste, está localizado o pé e na outra a boca,
rodeada de tentáculos. Este tipo de animal recebe o nome de pólipo simples. São notáveis por sua
capacidade de regeneração. Se uma hidra for cortada em vários pedaços, cada um deles se transforma em
um indivíduo completo.
No terço inferior da
hidra se eleva um divertículo da
parede que compreende as
duas camadas celulares. Este
broto cresce , e próximo de sua
extremidade aparece os
tentáculos, dispostos em
círculos, por evaginações dos
tecidos. A boca abre-se por
afastamento das células e assim constitui-se uma pequena hidra que comunica na base com a primeira.
Ordinariamente ela se separa estrangulando seu pé, indo fixar-se em qualquer lugar; mas quando os
alimentos faltam, os indivíduos não se separam e formam uma pequena colônia.
Conulata
Conulata é uma classe extinta de cnidários construtores de recifes. O grupo existiu entre os 550 a
200 milhões de anos atrás, entre os períodos geológicos Câmbrico e Triássico. As espécies dessa ordem
tinham a forma de um cone de sorvete e viviam aderidas a superfícies marinhas, hoje de depósitos
fossilíferos, localizados principalmente nas atuais bacias dos rios Amazonas e Paraná, ocupadas por água
salgada há milhões de anos.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DOS CNIDÁRIOS
Os esqueletos dos corais (Corallium rubrum) são usados nas industrias de bijuterias.
Os corais da ordem Mandreporária são os principais produtores dos recifes, crescendo e formando
massas cujas rigidez é suficiente para resistir ao impacto das do mar; além dos mesmos participam na
estruturação dos recifes outros celenterados e algas marinhas.
CONCLUSÃO
Concluímos que esse animais do filo Cnidária são bem conhecidos porque causam queimaduras e
irritações dolorosas na pele, e inclusive deste fato é que deriva o nome do filo, pois “cnid” vem do grego
knide que significa urtiga. Já o termo celenterado é devido ao fato de que estes animais são os primeiros a
apresentarem uma cavidade digestiva denominada de “coelentero”. Seus principais representantes são às
medusas (águas-vivas), os corais, as anêmonas-do-mar e as caravelas. E por fim, sua características
principais são: que são aquáticos de predominância marinha, podendo ser livre natantes ou fixos no fundo;
são os primeiros animais dotados de tecidos verdadeiros, como o sistema nervoso; não apresentam sistema
circulatório, nem respiratório, nem excretor. Vale ressaltar que o sistema digestivo é incompleto, sendo a
boca a única abertura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D. Zoologia dos Invertebrados. ed. São Paulo: Roca, 1996.
LAWTON, Graham. Armed and dangerous, New Scientist, 8 nov. 2003.