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Para entrarmos este assunto, primeiro precisamos entender a escala maior natural. No
exemplo abaixo, temos a escala de dó maior:
Essa é formada por sete notas, e a distância entre cada uma dessas notas e a nota
seguinte pode ser de um tom ou meio. O intervalo de meio tom ocorre apenas entre o
III-IV graus e entre o VII e I. Vimos assim que a escala maior natural é formadas por T
T ST T T T ST, gerando os intervalos de 2M, 3M, 4J, 5J, 6M e 7M em relação à tônica
da escala.
Os modos gregos
Os modos gregos são uma espécie de inversões da escala maior. Se tocarmos a escala de
dó maior, a partir da nota dó, teremos o modo dó jônio, que nada mais é do que a
própria escala natural em seu estado fundamental (continuaremos com a configuração
de T T ST T T T ST). Se tocarmos essa mesma escala a partir do segundo grau, a nota
ré, teremos o modo ré dórico, e obteremos assim uma nova configuração de escala T ST
T T T ST T (e conseqüentemente novos intervalos) , conforme mostra a figura abaixo:
Se quisermos montar o modo de Dó Dórico, por exemplo, basta seguir esta seqüência de
intervalos T ST T T T ST T a partir da nota dó:
Outra maneira de pensar no dó dórico é você imaginar a escala de Bb maior natural
começando no segundo grau.
Veremos na tabela abaixo a seqüência dos sete modos da escala maior natural.
Para uma análise prática, podemos dividir estes 7 modos em 2 grupos, os modos
maiores e os menores. Os modos maiores possuem uma terça maior (3M) e os menores
uma terça menor (3m).
A escala maior natural é o modo jônio e a menor natural é o modo eólio. Usaremos estas
duas escalas para comparar as diferenças entre os modos:
O quadro acima mostra as diferenças entre os modos e as escalas naturais. Os intervalos
diferentes caracterizam a sonoridade de cada modo, estas são as famosas “notas
características”. Ex: A única diferença entre a escala de Sol maior (jônio) e Sol Lídio
vai ser a quarta aumentada, que vem a ser o dó# no modo de Sol Lídio, substituindo o
dó natural em Sol maior / jônio. Dizemos assim que a quarta aumentada é a nota
característica do modo lídio. O mesmo raciocínio vale para os outros modos, com um
pequeno porém para o lócrio, que vai apresentar duas notas diferentes da menor natural
(eólio). Consideramos estas duas notas características, porém a 5º possui maior
importância que a 2m.
Pegando a guitarra...
Transpor essa teoria para a guitarra é muito simples, e pode ser feita de várias maneiras.
Para guitarristas de rock/metal proponho utilizar sete “shapes” dos modos, cada um com
uma digitação começando com a tônica de um modo na 6ª corda. Os números indicados
são a digitação da mão esquerda que utilizo para tocar cada shapes:
Todos estes shapes são formados por 3 notas por corda, para facilitar a execução da
palhetada. Você pode optar por duas maneiras de palhetar estes shapes. A primeira é
alternando todas. A segunda é fazendo um sweep, cada vez que mudar de corda, para
aproveitar o sentido da palhetada.
A seguir veremos como estes modos ficam dispostos por todo o braço da guitarra,
utilizando a escala de dó maior como exemplo.
É importante ter na ponta dos dedos estes sete shapes e conseguir tocá-los com fluência
em todos os 12 tons.
Praticando...
O exercício que proponho para esta etapa, é tocar todos os modos sobre a nota dó (Dó
jônio, Dó dórico, Dó Frígio, Dó Lídio, Dó Mixolídio, Dó Eólio e Dó lócrio), começando
pela sexta corda. Localize a nota dó na sexta corda (casa 8), e toque o modo de dó jônio,
subindo e descendo a escala.
Agora toque o modo dó dórico, e em seqüência o frígio, lídio, mixolídio, eólio e lócrio.
Se você realmente quiser assimilar esta etapa, pratique em todos os 12 tons:
C – G – D – A – E – B – F# - Db – Ab – Eb – Bb – F
Lembre-se sempre de manter a clareza e definição das notas, assim como praticar com o
metrônomo.
Cada modo possui um acorde característico, ou uma cadência de acordes que
representam sua sonoridade. Esta sonoridade pode ser obtida pela tríade da tônica do
modo, mais sua nota característica. Utilizaremos somente tríades nestes exemplos, mas
sinta-se à vontade para adicionar todas as extensões diatônicas que quiser.
Jônio
Dórico
O modo dórico possui uma sonoridade “jazzística”, um acorde menor com uma sexta
maior (nota característica) define o modo. Uma cadência bem comum mostrando a
sonoridade do dórico é um IIm – V. (cadência do inicio de Wave de Tom Jobim).
OBS: o acorde m6 isolado também pode ser encarado como o primeiro grau da escala
menor melódica.
Frígio
O modo frígio é um modo menor, com a segunda menor como nota característica. É
empregado com alguma freqüência no Heavy, como nas músicas Wherever I May
Roam do Metallica e Trust do Megadeth.
No caso acima temos Cm, que é terceiro grau da escala de Ab maior, e Db que vem a
ser o quarto grau desta escala. A tônica de Db, é uma segunda menor em relação a Cm,
caracterizando o frígio.
Lídio
O Lídio é o único modo que apresenta a quarta aumentada e uma quinta justa ao mesmo
tempo. Cadência comum deste modo é IV – V.
C é o quarto grau da escala de Sol Maior e D é o quinto grau. A terça maior do acorde
de D, a nota fá#, é uma quarta aumentada em relação ao acorde de C.
Mixolídio
O mixolídio é o quinto grau da escala maior natural. Uma cadência V – IIm é um bom
exemplo da sonoridade do mixolídio.
O acorde característico do modo mixolídio é o acorde dominante “7” (ex: C7) . Estes
acordes estão presentes em qualquer blues de tonalidade maior. Ex: Scuttle Buttin e
Pride and Joy do Stevie Ray Vaughan.
Eólio
Lócrio
O modo lócrio é o único modo que possui uma quinta diminuta, dando a este modo uma
sonoridade bem peculiar. No rock, o único exemplo que me vem na cabeça é a primeira
parte da música Painkiller, do Judas Priest. Podemos sentir a sonoridade do lócrio na
seqüência VIIIm(b5) - V.
O sétimo grau do campo harmônico de Db Maior é Cm(b5). Este acorde sozinho já gera
toda a sonoridade do modo lócrio, o outro acorde (Ab) foi colocado para não criar um
movimento de tensão – resolução.
Tocando...
Um erro freqüente dos estudantes é ficar preso ao “shape do modo”. Os shapes geram a
sonoridade do modo quando tocados sozinhos. Nesta parte do processo você já está
improvisando sobre uma harmonia, o que importa é a relação de cada nota que você
toca em relação ao(s) acorde(s) da harmonia.
Ex: as notas da escala de ré mixolídio (ré, mi, fa#, sol, la, si, dó), são as mesmas notas
que compõem a escala de dó lídio, que também são as mesmas de fa# lócrio. Estas notas
“funcionam” perfeitamente sobre todos os acordes do campo harmônico de Sol Maior
natural (G Am Bm C D Em F#m(b5)).
Portanto a grande jogada neste exercício é você “passear” pelo braço inteiro da guitarra,
utilizando todos os shapes dentro da escala.
A progressão abaixo mostra quatro centros tonais diferentes para improvisar numa unica
progressão harmônica (C Jônio, B Jônio, Bb Jônio e A Jônio). As escalas estão
indicadas pelas linhas pontilhadas. O Mesmo raciocínio seque para os outros exemplos.
Improvise sobre estas cadências, prestando muita atenção na hora de mudança de modo.
Evite saltos nestes momentos, prefira os graus conjuntos. Tente desenvolver suas idéias
nas modulações.
No início estas harmonias podem parecer muito difíceis e complexas para desenvolver
suas idéias musicais, mas vale sua perseverança e empenho para adquirir fluência nestas
situações. Há material para vários meses de estudo nestes exemplos.
Os shapes mostram cada uma das notas que compõem os acordes: a Tonica (T), terça
(3), quinta (5) e sétima (7).
Existem outros shapes para estes arpejos, porém as cinco ou seis maneiras mais comuns
e mais fáceis para digita-los são apresentadas nesta coluna. Em relação à digitação (mais
precisamente qual dedo utilizar para tocar cada nota), sinta-se a vontade para utilizar a
mais adequada para sua mão, pois cada um tem dedos de tamanhos e formas diferentes.
Vale lembrar que esses arpejos são formados por três terças, em seu estado
fundamental:
O exemplo acima mostra a tríade de lá menor, com repetição da nota da ponta uma
oitava abaixo. Pratique também as tríades maiores, aumentadas e diminutas e suas
“possíveis” inversões.
Este exemplo consiste na tríade com repetição das duas notas da ponta uma oitava
abaixo. Pratique também as tríades maiores, aumentadas e diminutas e suas “possíveis”
inversões.
Os dois exemplos acima são patterns do guitarrista Paul Gilbet para a utilização da
tríade. .
A escala também pode ser tocada com tappings e saltos de corda. Preste atenção para
abafar as cordas durante o salto. As notas indicadas com um T (tapping) devem ser
tocadas com a mão direita, e as indicadas com P (pull off) com ligados da mão
esquerda.
Este exemplo é um pattern interessante para o uso de tapping e salto, e exige muita
atenção para evitar que as notas fiquem soando depois dos saltos.
Para finalizar, acima temos o solo final da música Erotomania, do Dream Theater
(disco Awake). Este solo requer muita atenção para os saltos, as divisões em quintinas,
e deve ser tocado todo com Palm Mutting (abafado) na mão direita. A velocidade é de
aproximadamente 160 bpm.
A escala cromática pode assumir dois estados:
Abaixo segue o shape da escala cromática nas seis cordas da guitarra, partindo da nota
lá (5ª casa - 6ª corda). Execute sempre com palhetada alternada.
e-----------------------------------------1-2-3-4--I
b---------------------------------2-3-4-5----------I
g-------------------------2-3-4-5------------------I
d-----------------3-4-5-6--------------------------I
a---------4-5-6-7----------------------------------I
e-5-6-7-8------------------------------------------I
e-4-3-2-1------------------------------------------I
b---------5-4-3-2----------------------------------I
g-----------------5-4-3-2--------------------------I
d-------------------------6-5-4-3------------------I
a---------------------------------7-6-5-4----------I
e-----------------------------------------8-7-6-5--I
e----------7-8------7-8--13-12-------12-11-----------I
b-7-8-9-10-----9-10------------10-13-------13-10--10-I
g-----------------------------------------------12---I
d----------------------------------------------------I
a----------------------------------------------------I
e----------------------------------------------------I
e----------7-8------7-8--13-12-------17-16~----------I
b-7-8-9-10-----9-10------------10-13-----------------I
g----------------------------------------------------I
d----------------------------------------------------I
a----------------------------------------------------I
e----------------------------------------------------I
pois então, olha o cromatismo aí, ou o tema do seriado de tv tosca do Batman & Robin
(o pior é que legal).
O uso dessa escala é mais comum do que parece! Bom, depois desses exemplos não
poderia deixar de transcrever um riff do meu projeto instrumental chamado Extreme
fusion trio, onde utilizo o cromatismo em um riff hard rock, dobrado com o baixo. Este
riff deve ser tocado com 4 notas por tempo. Segue então a primeira parte:
The 5th Season – Extreme fusion Trio - executar com Lite Palm Muting
e---------------------------------------------------------------------
I
b---------------------------------------------------------------------
I
g--------------------------------------------7--------10-9-8----9-8-8-
I
d-----------------------------------7-8-9-10---10-9-8-------9-8-------
I
a---------5---------8-7-6-----7-6-6-----------------------------------
I
e-5-6-7-8---8-7-6-5-------7-6-----------------------------------------
I
e---------------------------------------------------------------------
I
b---------------------------------------------------------------------
I
g--------------------------------------------7--------10-9-8----9-8-8-
I
d-----------------------------------7-8-9-10---10-9-8-------9-8-------
I
a---------5---------8-7-6-----7-6-6-----------------------------------
I
e-5-6-7-8---8-7-6-5-------7-6-----------------------------------------
I
Exemplo 1:
e---------------------------------------------I
b---------------------------------------------I
g---------------------------------------------I
d---------------------------------------------I
a---------2-5-4-------------4-7-6-------------I
e-2-3-4-5-------3-0-4-5-6-7-------5-0-2-3-4-5-I
e-----------------------------I
b-----------------------------I
g-----------------------------I
d-----------------------------I
a-2-5-4-------------4-7-6-----I
e-------3-0-4-5-6-7-------5-0-I
Vai utiliza as notas Lá, Láb/Sol#, Sol, cromatizando entre as notas Lá e Sol com a nota
Sol# criando um riff animal com uma idéia simples. A dificuldade fica em 'swingar' a
idéia e tocar os harmônicos artificiais denotados como (H. A.).
Exemplo 2:
b-----------------------------------------------I
g-----------------------------------------------I
d-----------------------------------------------I
a------------------H.A.-----------H.A.----------I
e-/-5-4-3-05-4-3--05-4-3-05-4-3--05-4-3-05-4-3--I
b-------------------------------I
g-------------------------------I
d-------------------------------I
a--H.A.-----------H.A.----------I
e-05-4-3-05-4-3--05-4-3-05-4-3--I segue
O cromatismo está presente em muitos outro exemplos musicais. Não são apenas os
guitarristas de rock que são famosos por usar cromatismos em suas frases e
composições. Sem procurar muito, encontramos cromatismos também na nossa música!
Nossa música? Não sabe do que estou falando? Então você precisa se 'antenar' mais na
nossa própria cultura! Estou falando do Choro, mais conhecido como chorinho, estilo
musical brasileiro que consagrou autores como Pixinguinha, Ernesto Nazaré, Waldir
Azevedo e inúmeros outros! Pepeu Gomes e Armandinho, super guitarristas brasileiros,
ajudaram a difundir o choro entre os 'metaleiros', interpretando de uma forma no
mínimo complicada composições como Brasileirinho, Tico- tico no fubá e outras. Como
mencionei, a forma cromática é encontrada em muitos exemplos, e é da peça
Brasileirinho de Waldir Azevedo que retiro nosso próximo exemplo.
Esse fragmento é a última frase da peça executada em semicolcheias, 4 notas por batida.
Exemplo 3:
e-------------------------------------------I
b-------------------------------------------I
g---------------5-6-6---6---6-7-8-9-9-8-9-8-I
d-7-7-6-7-6-7-9-------7---7-----------------I
a-------------------------------------------I
e-------------------------------------------I
e--------------------------9------------I
b-7-9-10-9-7---10-9-7---10---10---------I
g------------9--------9-----------------I
d---------------------------------2---2-I
a-------------------------------0---0---I
e---------------------------------------I
Este exemplo está na escala de Lá maior e utiliza o cromatismo para criar uma
sonoridade única. Tente extrair as notas não pertencentes à escala e você perceberá a
importância das notas que estão fora da tonalidade, representando o elemento
cromático.
O próximo exemplo é extraído da peça Tico-tico no fubá. Essa também é a última frase
da peça, da qual emprega novamente o elemento cromático, agora sobre a escala de Dó
maior também em 4 notas por batida (semicolcheia). Vejamos o exemplo:
Exemplo 4:
e---------------------------------------------I
b---------------3-1---1-5-----5-8-7-6-5-------I
g-5-4-3-2-1-2-4-----4-------5-----------7-5-4-I
d-------------------------5-------------------I
a---------------------------------------------I
e---------------------------------------------I
e-------------I
b-------------I
g-------------I
d-7-5-3-------I
a-------7-5-3-I
e-------------I
Bom pessoal é isso! Espero ter criado uma pequena ampliação de seu universo musical
com esses exemplos que utilizam cromatismo, principalmente os fragmentos retirados
de peças da música brasileira, particularmente, o Choro. Escute e estude temas
conhecidos de música brasileira, pois além de ser um excelente exercício técnico, faz
com que você conheça mais da música feita aqui! Tenho certeza que tocando clássicos
desse repertório você terá um grande diferencial na manga, e melhor ainda um
diferencial made in Brasil!