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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL INFORMANDO O CONTATO COM SABÕES,
DETERGENTES, ÁLCALIS CÁUSTICOS E A EXPOSIÇÃO À UMIDADE, CONFORME
PREVISÃO NO ANEXO 10 DA NR 13 DA PORTARIA Nº 3.214/1978 . Nega -se
provimento ao agravo de instrumento que não logra desconstituir os fundamentos do
despacho que denegou seguimento ao recurso de revista. Agravo de Instrumento a
que se nega provimento.

* 
A C Ó R D Ã O
8ª Turma
MEA/msm/bm
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL INFORMANDO O CONTATO COM SABÕES,
DETERGENTES, ÁLCALIS CÁUSTICOS E A EXPOSIÇÃO À UMIDADE, CONFORME
PREVISÃO
NO ANEXO 10 DA NR 13 DA PORTARIA Nº 3.214/1978 . Nega -se provimento
ao
agravo de instrumento que não logra desconstituir os fundamentos do
despacho que denegou seguimento ao recurso de revista. Agravo de
Instrumento a que se nega provimento.
Vistos, relatad os e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento
em
Recurso de Revista n° TST -AIRR-1.758/2003 -403-04-40.0 , em que é
Agravante MASSA FALIDA DE SEHBE S.A. HOTÉIS E TURISMO e Agravada
MARIA ZOLMA GOMES MACHADO.
A Reclamada interpõe Agravo de Instrumento às fls. 2/7, contra o
despacho
de fls. 73/75, da 4ª Região, que negou seguimento ao seu Recurso de
Revista.
Contraminuta e contra -razões às fls. 84/93, respectivamente.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministé rio Público do Trabalho, de
acordo com o art. 83 do Regimento Interno do TST.
É o relatório.
V O T O
1 - CONHECIMENTO
Conheço do Agravo de Instrumento porque atendidos os pressupostos
legais
de admissibilidade.
2 MÉRITO
O Regional, pelo des pacho de fls. 72/75, denegou seguimento ao
Recurso
de Revista da Reclamada, consignando que o apelo não logra ultrapassar
a
barreira do art. 896 da CLT.
A Agravante, renovando os argumentos deduzidos em suas razões de
Revista,
pede o provimento do seu Agr avo de Instrumento.
Sem razão.
Com efeito, o Regional deu provimento ao Recurso Ordinário,
consignando o
seguinte:
Com base no laudo pericial, a sentença condenou a demandada ao
pagamento do adicional de insalubridade, em grau médio, com reflexos,
durante o período não prescrito, exceto por nove meses (fl. 230).
Inconformada, sustenta a recorrente que a atividade de camareira em
um
hotel não pode ser equiparado ao trabalho realizado em condições de
umidade excessiva. Salienta que a varredura de sanitários e retirada
de
lixo doméstico não pode ser equiparada ao trabalho em contato
permanente
com lixo urbano ou de trabalho em galerias e esgotos cloacais. Invoca
a OJ
nº 170 do TST. Cita jurisprudência.
A reclamante, por sua vez, não se conforma com a decisão que deixou
de
deferir o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo. Diz
que
na atividade de limpeza, em especial os banheiros, estava em contato
direto com agentes biológicos. Sustenta q ue a higienização de vasos
sanitários compõe o sistema de esgoto em sua fase inicial. Entende que
a
ausência de EPI eficaz caracteriza a insalubridade em grau máximo.
À análise.
A conclusão do perito no laudo complementar, após nova entrevista com
as
partes, é de que as atividades da reclamante, no período não
prescrito e
com exceção de nove meses em que trabalhou com luvas, caracterizavam -
se
como insalubres em grau médio em virtude do contato com agentes
químicos -
álcalis cáusticos e a exposição à umi dade - previstos no Anexo 10 da
NR 13
da Portaria 3214/78 (fl. 203).
Com efeito, o manuseio de produtos de limpeza tais como sabão,
detergentes e outros cujos componentes são álcalis cáusticos nas
atividades de limpeza gera insalubridade em grau médio, e specialmente
porque não há prova do fornecimento de luvas na maior parte do período
do
contrato de trabalho, exceto por nove meses (v. fls. 200 e 203 do
laudo
complementar). Mesmo que assistisse razão à demandada em relação ao
agente
umidade, a condenação ao adicional de insalubridade em grau médio
persistiria. Isso por que o perito referiu que a ação dos sabões e
detergentes utilizados na limpeza tem efeito desengordurante sobre a
pele,
aumentando sua permeabilidade e facilitando a penetração de diversos
agentes nocivos, além de causar lesões na pele e alterações no pH (fl.
200).
Portanto, não procede a impugnação ao laudo pericial apresentado pela
demandada (fls. 215 -20) porquanto carente de prova capaz de infirmá -
lo.
Outrossim, o perito descreve que a r eclamante realizava a limpeza de
banheiros, quartos e corredores, lavando e espanando móveis para
assegurar
as condições de higiene; arrumava quartos e banheiros; trocava roupas
de
cama, além de retirar o lixo dos quartos e banheiros (fls. 174 e 199).
Embora refira que os trabalhos comuns de limpeza não implicam riscos
significativos e que as higienizações de peças sanitárias tais como
vasos,
pias, mictórios e outros similares não podem ser comparadas às
galerias e
tanques de esgoto (fls. 175 -6), tal não im pede o seu reconhecimento
pelo
juízo. Isso porque se entende que não há distinção entre as atividades
afetas à higienização de vasos sanitários e recolhimento de lixo de
banheiros e a função de coleta do lixo encontrado nas vias públicas,
adjetivado como urbano. O lixo, que no caso era o resultante dos
banheiros
do hotel e de uso público dos seus hóspedes, não deixou de ser nocivo
à
saúde pelo só fato de estar sendo coletado de banheiros de um hotel e
não
por garis, nas ruas. Ressalta -se que o perito constatou que não era
regular o fornecimento de luvas, sendo constatado o uso de apenas nove
pares de luva em todo o período não prescrito. Daí se depreende que a
reclamante não usava equipamentos de proteção para exercer essas
atividades. Ademais, a ex posição aos agentes biológicos é analisada
de
forma qualitativa de acordo com a situação ambiental específica. Tal
análise resulta na conclusão de que as atividades de limpeza de
sanitários expõem o trabalhador à manipulação com agentes biológicos
nocivos a saúde sujeitando -o ao contato com doenças transmissíveis por
germes e microorganismos, sendo, por conseguinte, idênticos aos
agentes
patológicos. Assim, como já dito, as atividades de recolhimento de
lixo e
higienização de banheiros sem prova da entrega e eficácia de EPI s é
insalubre, em grau máximo, nos termos da Portaria 3214/78, anexo 14,
da
NR 15.
Por conseguinte, dá -se provimento ao recurso da autora para condenar
a
reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo
durante todo o período não prescrito (estando o médio nele subsumido),
com
os reflexos já deferidos na sentença. (fls. 63/ 65, grifos nossos ).
Ora, se em duas instâncias ordinárias, que são soberanas na análise
da
prova, a Reclamada não logrou fazer prova da inexis tência de
insalubridade, não será nesta esfera extraordinária que logrará fazê -
lo,
uma vez que a Súmula 126 do TST impede tal revisão.
Ademais, a questão, tal como posta pelo TRT, não se equipara àquela
descrita na Orientação Jurisprudencial 4, II, da SBD I-1 desta Corte,
pois
a insalubridade, como se viu dos destaques feitos no acórdão regional,
foi
deferida em razão do contato da Autora com agentes químicos (sabões,
detergentes, álcalis cáusticos e a exposição à umidade, todos
previstos no
Anexo 10 da NR 13 da Portaria nº 3.214/1978 ) nocivos à sua saúde, sem
que
a trabalhadora fizesse uso de equipamento de proteção individual. Daí
a
incidência da Súmula 296, I, do TST para afastar a divergência
pretendida
e a suposta contrariedade à OJ 4, II, da SBDI -1 desta Corte.
Aliás, tal como posta a decisão do Regional, tem -se que o julgado
guarda
sintonia com o item I da referida OJ 4 da SBDI -1 do TST.
Por fim, n ão se divisa violação do art. 5º, II, da Constituiçã o
Federal, porquanto, o postulado da legalidade insculpido no referido
dispositivo mostra -se como norma constitucional correspondente a
princípio
geral do nosso ordenamento jurídico, pelo que a violação ao preceito
invocado não será direta e literal, como exige a alínea c do artigo
896
da CLT, em face da subjetividade que cerca o seu conceito (Súmula 636
do
STF).
Mantenho o despacho agravado.
Nego provimento ao Agravo de Instrumento.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministr os da Oitava Turma do Tribunal Superior do
Trabalho,
por unanimidade, negar provimento ao Agravo de Instrumento.
Brasília, 17 de setembro de 2008.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200 -2/2001)
MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO
Ministro Relat or


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