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Identificação:
Estágio Supervisionado II
Semestre: 6º/2009
2. Descrição e Análise da Prática Profissional de Estágio
Ainda segundo essa autora, temos de pensar em nossa profissão como “uma
profissão que através de sua intervenção na realidade, de sua interlocução com os
movimentos sociais, com os setores organizados da sociedade civil, participa da
reconstrução do próprio tecido social” (MARTINELLI, 2006). Ou seja, somos
protagonistas de processos políticos, seja como profissionais ou como cidadãos,
participando da construção lenta e gradual de uma nova proposta de sociedade.
Como denomina Sarlo (1997, p.57), o assistente social precisa ter um “olhar
político” que nos permita “aguçar a percepção das diferenças como qualidades alternativas
e saber descobrir as tendências que questionam ou subvertem a ordem”. Conforme
relaciona Martinelli (2006), o “social”, palavra presente na denominação da nossa
profissão, não está ali por acaso, e sim, faz parte da nossa identidade. Sobre isso ela reitera:
É um social que é síntese de múltiplas determinações: políticas, econômicas,
históricas, culturais. Portanto, para bem realizar o nosso ofício, temos de intervir
de modo a alcançar esta gama de determinações, que estão presentes até mesmo
no menor ato de nossa vida cotidiana: no atendimento do plantão, na solicitação
do benefício, na visita domiciliar. Assim como estão presentes também no
trabalho com os movimentos sociais, com lideranças comunitárias, nas
negociações políticas (...) Em outras palavras, torna-se indispensável que
tenhamos um consistente projeto ético-político profissional (MARTINELLI,
2006).
O assistente social deve ter clara a importância dos elementos técnicos operativos
que compõem sua intervenção. Elaborar relatórios, pareceres, realizar entrevistas,
visitas domiciliares, investigação planejamento com grupo e comunidades são
elementos constitutivos do processo de trabalho. É preciso qualificar esse
processo, dando consistência a esses instrumentos (COUTO apud ZANETTI,
1992).
Sendo assim, subentende-se que o profissional assistente social deve pautar toda a
sua ação na questão dos direitos humanos, observando o uso da instrumentalidade de
acordo com as noções de cidadania preconizadas no código de ética, bem como as normas e
regulamentações da profissão.
Ainda de acordo com Diniz e Guillem (2005), foi na década de sessenta, com a
eclosão da critica social e política, responsável pelo desenvolvimento tecnológico e pelas
mudanças sócio-culturais que atingem a família, os valores e os costumes tradicionais em
geral, desencadeadoras de lutas por direitos civis e políticos, como as dos movimentos de
mulheres e negros, que as ciências humanas e sociais passaram a admitir a necessidade de
elaborar seus próprios códigos de ética.
Isso não significa que os adolescentes de famílias mais abastadas, classe social mais
alta, acesso à educação em tempo adequado de cor branca não cometam delitos. Os filhos e
filhas da elite também cometem delitos e também entram em conflito com a sociedade e
com a lei, mas dada a influência e o poder da família, não recebem o mesmo tratamento dos
filhos e filhas das classes mais baixas, sempre tendo uma forma de se safarem.
A exclusão social não é um fator exclusivo para que adolescentes venham a cometer
delitos. Há que se fazer esta separação, pois não significa que todo adolescente pobre é
autor de ato infracional e muito menos que todo adolescente de classe alta é exemplo de
conduta social. porém, as condições sócio-econômicas, a fragilização dos vínculos
familiares, a exclusão e o preconceito da sociedade, são fatores de risco, na medida em que
o adolescente pode vir a querer expressar de alguma forma, as vezes agressiva e ilícita, sua
revolta contra a sua condição. Assim podemos observar na seguinte afirmação:
São usados diferentes termos para designar ou se referir ao trabalho que se deseja
realizar com os adolescentes autores de atos infracionais. Como aponta Francischini e
Campos (2005), são chamados de “reinserção social, readaptação, ajustamento social,
integração à família e sociedade”, etc. O desafio para o município de Tuparendi e para
todos os demais municípios e instituições que apresentem essa demanda é ir para além da
simples responsabilização do adolescente pela transgressão cometida, pois as ações
precisam ser diferenciadas da idéia de cumprimento de pena.
No caso dos idosos que possuem o Passe Livre interestadual a situação é um pouco
diferente. Salienta-se, de acordo com constatações no campo de estágio, que é
relativamente mais simples e rápido a concessão do Passe Livre Estadual, aquele em que o
idoso pode viajar dentro do Rio Grande do Sul, do que o Passe Livre Interestadual, que
permite que o idoso viaje gratuitamente a outros estados do Brasil. Este último, além de ser
muito burocrático, tem uma significativa demora no deferimento do pedido, e os idosos
precisam aguardar longamente também pela sua renovação.
Este beneficio, no caso do idoso, é uma grande conquista social, pois este segmento
passa, no Brasil, por vários impedimentos sociais, em geral decorrentes de sua baixa renda.
O Passe Livre proporciona ao idoso que ele possa usufruir de viagens para onde desejar,
possibilidade que seria inviável se fosse preciso empenhar recursos financeiros próprios.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade
dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços
seletivos especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade
.§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados
10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com
a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65
(sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as
condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput
deste artigo.
Na forma em que se encontra estabelecido, de acordo com Costa e Brandão (2008),
o passe livre é muito contestado pelos empresários do transporte rodoviário por ônibus que,
não concordam em arcar com os gastos decorrentes do transporte gratuito dos idosos, “pois
só receberão o repasse das passagens fornecidas gratuitamente se comprovarem o
desequilíbrio financeiro dos contratos estabelecidos (...)”. Nesse ponto, existe um grande
movimento das empresas que desejam ser ressarcidas pelo Estado, em relação ao custeio
das passagens usadas pelos idosos.
Nesse clima de insatisfação por parte das empresas, não é difícil encontrar situações
de extremo desrespeito a esse direito dos idosos por parte das mesmas, contestando as leis,
negando o acesso ao idoso. Essas situações são freqüentemente relatadas pelos usuários que
procuram orientação da assistente social de como proceder nesses casos.
São muitos os idosos que empenharam os melhores anos de sua vida no trabalho,
contribuindo para o enriquecimento da nação, mas ao chegarem numa fase da vida em que
não é mais possível continuar trabalhando, não são tratados sujeitos úteis e sim como
objetos descartáveis, como aponta Coutinho (2003). O BPC é um beneficio assistencial,
prestado a quem necessitar da assistência social, independente de contribuição. Os idosos
que são o alvo desse beneficio fazem parte da estatística gigantesca de pessoas que na
juventude, não tiveram acesso ao trabalho informal.
Acredita-se que o BPC, no caso dos idosos especificamente, é importante para garantir a
sobrevivência das pessoas que não tem direito a uma aposentadoria por contribuição.
Porém, esta não pode ser a solução adotada pelos governos nas gerações futuras. Na
verdade, faz-se necessário instituir a obrigatoriedade rígida da Carteira de Trabalho
assinada, para que haja maior comprometimento dos patrões com seus empregados, e além
disso, uma maior flexibilização da contribuição para aqueles trabalhadores autônomos,
informais, cuja renda mal cobre as despesas cotidianas.
Assim, a perfeição seria atingida quando o direito a uma velhice segura e com o
mínimo de dignidade fosse estendido a todos os cidadãos. Poderíamos comemorar se fosse
estabelecida uma idade mínima universal e também uma renda mínima para todos os
cidadãos que não tem direito a uma renda autônoma nem a um benefício contributivo.
Por ser uma profissão que atua em constante interação com as políticas e
os direitos sociais, o Serviço Social não pode ficar alheio à tematização do
fenômeno do envelhecimento. E mais, não pode se abster do exame crítico do
significado e implicações contextuais desse fenômeno, visto que ele não se dá de
forma isolada. O envelhecimento é antes de tudo uma questão complexa
(PEREIRA, 2005).
No único caso, dos vários que foram encaminhados à clinica de reabilitação, cujo
paciente está a mais de meio ano sem ingerir bebida alcoólica, a iniciativa do tratamento
partiu dele próprio, com o apoio da família. Por isso retrata-se ser fundamental que o
alcoolista reconheça que a dependência etílica existe, que é uma doença e que precisa de
ajuda. Este, sem dúvida, é o primeiro passo para recuperação. Além desse primeiro passo, o
alcoolista precisa do apoio de familiares e amigos durante o tratamento, e numa terceira
ocupação nessa lista de prioridades, precisa de uma equipe de saúde qualificada e preparada
para lidar com esse tipo de situação, que requer cuidado, paciência, tolerância, persistência
e muito diálogo.
O alcoolismo é uma das facetas de um “mundo social” de excluídos. Esta situação
em que se encontram essas pessoas, com certeza não foi criada ou escolhida por eles, mas
sim, eles foram empurrados para ela por uma sociedade onde não há lugar para todos,
conforme já salientava Castel (1998), quando diz que a sociedade atual é formada de
trabalhadores sem trabalho, não integrados e nem integráveis.
Nos três casos, as mulheres alcoolistas não admitem que são dependentes, e negam
o fato, por vergonha ou por receio das conseqüências disso, pois todas elas são mães. No
primeiro caso atendido, em conjunto com o Conselho Tutelar, verificou-se que a mulher, de
vinte e sete anos, solteira, está grávida e mesmo assim continua ingerindo bebida alcoólica,
podendo causar sérios prejuízos a formação do bebê.
No terceiro caso, a mãe alcoolista passa períodos longos fora de casa, prostituindo-
se. Os três filhos, o menor com apenas oito meses de idade, ficam sob o cuidado do avô e
de uma vizinha, pois o pai trabalha esporadicamente como auxiliar de pedreiro, porém
também é alcoolista, e usa o dinheiro para manter o vício. As crianças apresentam anemia,
e o mais velho tem evidenciado dificuldade de aprendizagem na escola. As brigas são
freqüentes, sendo que na última, a mulher segurava o bebê no colo enquanto ameaçava o
companheiro com uma faca.
Nos três casos, infelizmente, a ação profissional do Serviço Social foi apenas sócio-
emergencial, ou seja, foram auxiliados com alimentos, roupas, pagamento de despesas, etc.
Isso se deve, em parte, ao fato das mulheres negarem a sua dependência etílica e
mostrarem-se resistentes a qualquer medida de intervenção, por parte da equipe de saúde.
O ASEF e o OASF, grupos freqüentados por mulheres, tem que realizar as suas
atividades em locais emprestados ou inadequados, como na Creche Bruna Dallago,
localizada na Vila Progresso. Bem como o Grupo de Idosas, que precisa usar o Salão da
Comunidade Santa Rosa de Lima, da Vila Glória, o que gera transtornos com a busca de
chave, nos dias em que as pessoas da comunidade estão realizando a limpeza do salão ou
usando-o para as atividades costumeiras, ocasião em que as idosas precisam reunir-se do
lado de fora.
A versão dos gestores é de que houveram muitas reclamações por parte de muitos
usuários quanto ao tratamento dispensado a eles pela assistente social, o que ocasionou
muito descontentamento por parte das pessoas que precisam dos auxílios. Por isso os
gestores decidiram retirar a responsabilidade sobre os auxílios emergenciais da assistente
social e também o arquivo de Fichas Socioeconômicas da sala da mesma, transferindo esta
incumbência para a auxiliar administrativa.
Nessas eleições, o sucessor do atual prefeito Ivo Turra (PP), o então Secretário
Municipal de Saúde e Ação Social Olavo Pawlak, concorreu ao cargo de prefeito numa
coligação bastante peculiar entre Partido Progressista (PP), Partido dos Trabalhadores (PT),
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB), ou seja, os demais partidos mais expressivos de Tuparendi, tanto
financeiramente como em número de filiados a nível municipal, e a nível estadual, uma vez
que possuem a governadora Ieda Crusius e o Presidente da República, Luis Inácio Lula da
Silva.
O opositor, Itálico Cielo, concorreu pelo PDT apoiado apenas pelo PTB e PPS,
partidos menos expressivos a nível municipal e também nas outras duas esferas de governo.
Nesse contexto, não é difícil identificar a razão do uso das cestas básicas em busca de mais
votos: O Partido Progressista permaneceu no poder por oito anos, ocasionando extremo
desgaste com a população e correndo sérios riscos de perder a prefeitura para o oponente,
que embora não tivesse experiência na gestão pública, é um sindicalista muito identificado
com causas populares, especialmente da parcela rural.
Além disso, nas eleições passadas a fiscalização e a Lei Eleitoral não era tão rígidas,
e de certa forma eram extremamente permissivas a sorrateira distribuição de alimentos nas
vilas da cidade e nas casas mais pobres do interior. Hoje, isso reverte em criminalização,
então, opta-se por uma distribuição mais velada, usando do ambiente institucional e do
amparo de uma assistente social.
Dessa forma, a assistente social ainda não passou, durante sua trajetória nesse
município, por um período de transição e de mudança de prefeito, e via de regra, sempre
seguiu uma linha de atuação inerente aos interesses daquele Programa de Governo, ou seja,
naquilo que o governo julgava ser a melhor opção para o município em termos de
assistência social.
Foi através da vitrine da saúde que o Partido Progressista “fabricou” seu sucessor,
Olavo Pawlak, até então um ilustre desconhecido. Na verdade, utilizaram-se da saúde para
galgar as escadarias da fama, e este aspecto foi largamente veiculado a campanha, na
medida em que estiveram presentes palavras como “gratidão”, insinuando que o povo
precisava ser grato a Olavo por ele ter “salvo suas vidas”, como se fosse um super herói.
Isso se deve ao pouco entendimento do povo sobre seus direitos, pois é amplamente
reconhecido que a saúde é um direito do cidadão, e seja lá quem for o gestor municipal,
recebe um salário para isso e não faz nada além da sua obrigação, visto que as pessoas
pagam impostos para custear a saúde pública. Portanto, não é nem um favor atender as
pessoas de forma satisfatória.
Porém, é justo lembrar que se Olavo usou da saúde para promover-se, Itálico Cielo
usou seu cargo eterno de Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, promovendo-se
através da construção da imagem de salvador da pátria. Sua estratégia de marketing era os
protestos públicos nas ruas, com atitudes de impacto, como por exemplo, dois agricultores
puxando uma carroça, além de queimar bandeiras do PT e fotos do Presidente Lula. Os
protestos não surtiram efeito prático, pois eram apenas manifestações isoladas num
município distante, dadas as imensas dimensões territoriais do Brasil, mas para o
trabalhador, oprimido e revoltado, é importante agarrar-se a um herói para continuar tendo
esperança que alguém vai resolver seus problemas. Tudo isso resultou na popularidade do
sindicalista, que assumirá a Prefeitura nos próximos quatro anos.
Quanto a Assistência Social, como a vitrine era a saúde, esta sempre foi uma
coadjuvante apagada no espetáculo, recebendo a indiferença dos gestores,
Notadamente, seja lá qual foi a lógica utilizada pelo povo para escolher o novo
prefeito, não foi a mesma adotada para a escolha dos representantes do Poder Legislativo.
A idéia de mudança abraçada pelo povo de Tuparendi na hora de votar no sindicalista
Cielo, não foi a mesma que a maioria dos eleitores usou para eleger os vereadores, afinal,
os quatro candidatos que concorriam a reeleição conseguiram uma votação bastante
expressiva. A novidade ficou por conta dos futuros vereadores Pereira, Dr. Helio Kerkoff,
Edemar Sanagiotto e Ajadir Sonza, de modo que a advogada Beate Petry marcou nessa
eleição o seu retorno a trajetória política do município.
Com certeza, só pelo fato do futuro prefeito estar desligado do poderoso bloco que
circundou nos últimos oito anos a administração do Partido Progressista, irá desmontar
estruturalmente o quadro de funcionários da Prefeitura Municipal e montar outro novinho
em folha, isso por si só já é uma tremenda mudança.
Em outro aspecto, governar com apenas três vereadores na Câmara será sem dúvida
um desafio enorme, que exigirá do nosso futuro prefeito um imenso jogo de cintura,
articulação política e será uma ótima oportunidade de exercitar-se o diálogo e o debate em
beneficio da coletividade, do município de Tuparendi.
Além disso, esta nova configuração no município afeta muitos outros setores,
indiretamente, pois estando o líder sindical Itálico Cielo ocupando pelos próximos quatro
anos o Gabinete do Prefeito Municipal, a pergunta que não quer calar é quem afinal, estará
habilitado para substituí-lo no Sindicato de Trabalhadores Rurais. Até pelo seu forte poder
de persuasão e de liderança dentro da entidade, Cielo sempre foi o cérebro do Sindicato, e é
difícil encontrar um nome igualmente relevante quanto o dele, sob o olhar da maioria dos
associados.
Há quem especule uma possível eleição sindical, como houve em 2005. Por outro lado, há
quem aposte num sucessor entre os discípulos de Cielo, o que é bem mais provável, que dê
continuidade as ações do então dirigente, e que dessa forma, o mesmo continue sendo o
cérebro da entidade. Não há como negar que o quadro social do Sindicato encontra-se
apreensivo e no mínimo, curioso para saber os rumos que a instituição sindical irá tomar.
3. Avaliação do processo pedagógico
Por fim, de acordo com a demanda trazida pelas próprias crianças e adolescentes,
ao serem indagadas sobre as melhorias que gostariam de ter no PETI, definiu-se que o
Projeto seria baseado na inclusão digital de crianças e adolescentes inseridos no
Programa, como uma ação da Jornada Ampliada.
Foi possível colaborar bastante, nas sugestões que foram aceitas, na melhoria do
atendimento dos usuários e também no que tange a construção de documentação do
Serviço Social, como estudos e pareceres sociais.
Com a visita de fiscalização do CFESS no campo de estágio, foram realizadas
algumas modificações no ambiente, entre elas, colocou-se no espaço uma mesa para as
estagiarias, porém, não é possível realizar atendimentos simultâneos mesmo assim,
devido a falta de privacidade do ambiente. Atender os usuários ao mesmo tempo
significaria constrangê-los, pois eles seriam obrigados a exporem as suas demandas na
presença de outro usuário. Assim, não foi possível colaborar no atendimento dos usuários
do Plantão Social.
3.3 Avaliação do Processo de Supervisão
Nas sextas feiras não há grupos e nem reuniões dos conselhos de direitos ou
setoriais, o que prejudicou também a participação nestes. Quanto às atividades que
poderiam ter sido aprofundadas durante esse semestre, verifica-se que a supervisora não
permite que sejam realizados contatos mais próximos com estas. Por exemplo, não foi
permitida nenhuma visita ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil durante esse
semestre. No dia 06 de outubro de 2008 as crianças e adolescentes do PETI foram para o
Centro Cívico e Cultural Antonio Carlos Borges e após fizeram um piquenique no
Parque de Santa Rosa, atividade na qual as demais estagiárias foram convidadas a
participar.
3.4 Auto-avaliação
A experiência de estágio não tem sido algo banal. Têm ocasionado mudanças de
opinião, de posição, conflitos internos, e com certeza deixará marcas profundas para a
formação profissional e também pessoal, na medida em que pensa-se que é impossível
separar uma coisa da outra.
A ética profissional não é nada mais do que uma forma de caráter. E caráter é
uma qualidade que se têm ou que não se têm, que se cultiva ou que não se cultiva.
Acredita-se que se está dando conta de todas as atribuições, papéis e obrigações
enquanto estagiária, porém, o conflito interno é uma constante.
Está sendo muito rica a experiência de estágio, justamente pelo fato de aprender
a tolerar, ter paciência, e não verbalizar as opiniões quando estas possam ser inoportunas.
Porém isso não significa que a opinião não exista. É a oportunidade de amadurecer os
pensamentos antes de socializá-los com as pessoas.
É essencial reconhecer que não só os usuários têm problemas, mas também todos
os seres humanos, que convivem conosco, inclusive nós mesmos. É uma habilidade
fundamental para o Serviço Social não julgar as pessoas pelos seus atos, mas isso não
quer dizer se omitir, fechar os olhos para eles. Quando ocorre uma violação de direitos,
uma irregularidade, as pessoas precisam ser responsabilizadas.
Há muito ainda para melhorar, e espera-se que no estágio II o aprendizado possa ser
mais rico e que aprenda-se a controlar o senso de justiça, que muitas vezes, ao invés de
ajudar, acaba atrapalhando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Marcelo Alberto; BRANDÃO, Leonardo José Melo. O passe livre do idoso nas
linhas interestaduais e seu funcionamento no terminal rodoviário de Belo Horizonte.
RGP - Revista da Gestão Pública, volume 2, 1º semestre 2008.
HOBSBAWN, E. Era dos Extremos. O breve século XX: 1914-1991. Trad. De Marcos
Santarrita. Revisão técnica de Maria Célia Paoli. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
FOTOS
ANEXO IV
3. Diagnóstico
É uma minoria também que são assalariados, com Carteira de Trabalho regular e
uma situação estável de vida, comuns a classe média. Uma grande parcela da população
sobrevive do trabalho informal, isento de direitos sociais e sujeito a contingências, mas
que, entretanto, conseguem manter um certo padrão razoável de vida.
Visto que estas famílias não têm condições de prover, muitas vezes, a própria
sobrevivência e a aquisição de suprimentos básicos, como alimentação, vestuário e
medicamentos, os seus filhos, foco da discussão do presente projeto, não possuem a
mínima chance de freqüentar cursos que lhe proporcionem inclusão digital na atual
sociedade da informação.
4. Justificativa
De acordo com Sorj (2003), exclusão digital de jovens é um problema que vem
agravando-se na medida em que esse tipo de tecnologia vem sendo largamente utilizada e
expandida. O uso do computador e da Internet se tornou algo imprescindível na nossa
sociedade, de modo que é papel do assistente social buscar alternativas de inclusão das
crianças e adolescentes em vulnerabilidade social inseridos no PETI, que não possuem
condições de custear este serviço.
Para Almeida e Paula (2005), a exclusão social pode decorrer tanto pela falta de
um computador, como por não saber usá-lo, e ainda, pela ausência de um conhecimento
mínimo para lidar com essas tecnologias com as quais os cidadãos são confrontados
cotidianamente.
5. Objetivos
5. 1 Objetivo Geral
6. Referencial Teórico
Entretanto, desde que essa discussão entrou em voga através das Convenções nº.
138 e 182 da Organização Mundial do Trabalho – OIT, considera-se o trabalho infantil
prejudicial ao desenvolvimento saudável da criança e do adolescente, e uma violação de
seus direitos enquanto cidadãos. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 já proibia o
uso do trabalho infantil, e a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, reforçou essa
posição e ainda instituiu condições de proteção ao trabalhador adolescente.
Por estes motivos, a Jornada Ampliada precisa oferecer atrativos aos seus
freqüentadores, precisa ser um espaço estimulante, com atividades que as crianças e
adolescentes realmente gostem de fazer. Para o Unicef (2004), uma das razões mais
significativas para o abandono do Programa e o retorno às atividades de trabalho são as
Jornadas Ampliadas empobrecidas de tempo, recursos, monitores capacidados e
preparados para lidar com a realidade peculiar dos alunos e principalmente, a falta de
atividades diferenciadas, sejam elas lúdicas, artísticas, culturais, educativas, esportivas, e
inclusive de acesso a informática.
O Unicef (2004) aponta que 97,88% dos materiais e serviços oferecidos na
Jornada Ampliada pelos municípios se referem à alimentação, e apenas 16,53% dão
conta de ações relacionadas ao acesso a computadores, evidenciando uma articulação
limitada da Jornada Ampliada, realidade essa detectada em todo o país. A mesma Análise
Situacional do PETI (UNICEF, 2004), referia que 94,51% das atividades desenvolvidas
com crianças e adolescentes na Jornada Ampliada são ligadas à atividades esportivas,
seguidas de reforço escolar (94,14%), atividades de lazer e recreativa (92,20%), culturais
(86,34%), artísticas (85,28%), construção de cidadania (62, 32%). Apenas 18,78% das
atividades realizadas nos municípios referem-se ao acesso à informática, perdendo
apenas para as ações de iniciação ao trabalho (15,91%), que contrariam as regras do
Programa, porém, existem em alguns municípios brasileiros.
Sendo assim, é possível concluir que as ações de inclusão digital para crianças e
adolescentes do PETI são atividades isoladas em uma minoria dos municípios que
possuem o Programa. Mas isso não significa que não seja importante, pelo contrário,
segundo o Unicef (2004) essa é uma das maiores carências das Jornadas Ampliadas.
A inclusão digital pode ser uma forma das famílias e das próprias crianças
romperem com a cultura de que o trabalho as enobrece. As pessoas em vulnerabilidade
social têm poucas condições, como afirma Sorj e Guedes (2005), de ultrapassar a
polaridade entre aqueles que possuem e aqueles que não possuem computador e Internet.
É nesse sentido que se fazem necessárias políticas públicas e projetos sociais que
contemplem essa demanda dessa parcela da população.
Takahashi (2005) afirma que “apenas 15% da população brasileira têm acesso a
computadores e a Internet regularmente, em casa, no trabalho, na escola ou em locais de
acesso coletivo”. Para este autor, a exclusão digital é só mais uma interface da velha e
conhecida exclusão social e econômica brasileira.
Em suma, a inclusão digital é justificada pela premissa de que todo o cidadão tem
direito à informação, como afirmam Ribeiro, Santos e Camargo (2004). Por isso,
parafraseando os autores, proporcionar acesso a cursos de informática para as crianças do
PETI é “alfabetizá-las digitalmente”.
7. Metodologia
O curso será realizado nos mesmos moldes do curso básico oferecido aos alunos
pagantes, ou seja, com carga horária de 50 horas, prestado aos sábados no turno da manhã,
com fornecimento dos certificados mediante freqüência e aproveitamento no curso. Com
isso pretende-se que os alunos atendidos pelo Projeto não sofram nenhum prejuízo ou
discriminação em relação aos alunos pagantes.
Em uma etapa precedente ao inicio do Projeto, será realizada reunião com os pais
para conversar a respeito do curso, justificar a sua importância e solicitar o apoio da
família, no que for possível, para estimular os filhos na realização do curso, bem como na
observação da freqüência e da pontualidade.
Ao final do curso será organizada uma solenidade de formatura para entrega dos
certificados, proporcionando um integração entre voluntários, alunos, parcerias e as
famílias das crianças e adolescentes.
8. Recursos
8.1 Humanos
8.2 Materiais
Atividades Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.
Planejamento do Χ
Projeto
Elaboração do Χ
Projeto
Tratativas e Χ
Busca de
Parcerias
Férias Χ
Conversa no Χ
PETI
Reunião com a Χ Χ Χ
família
Reunião com Χ Χ Χ
professores da
Escola Regular
Confecção do Χ
material
didático
Inicio do Curso Χ
Confecção das Χ
camisetas
Desenvolvimento Χ Χ Χ Χ
do Curso
Término do Χ Χ
Curso
Formatura Χ
Camiseta R$350,00
Pastinha R$250,00
Formatura/lanche R$200,00
11. Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Lílian Bilatti de; PAULA, Luiza Gonçalves de. O retrato da exclusão digital
na sociedade brasileira. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Vl. 2,
No. 1, pp. 55 a 67, 2005.
MAZZOTI, Alda Judith Alves. Repensando algumas questões sobre o trabalho infanto-
juvenil. In: Revista Brasileira de Educação. Jan – Abr nº19. Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação: São Paulo, 2002, p. 87 a 98.
NETO, Calixto Silva; CARVALHO, José Oscar Fontanini de. O programa de inclusão
digital do Governo Brasileiro: análise sob a perspectiva da intersecção entre ciência
da informação e interação humano computador. Revista Digital de Biblioteconomia e
Ciência da Informação, Campinas, v.5, n.2, p.25 a 52, jul/dez, 2007.
PASSERINO, Liliana M. MONTARDO, Sandra P. Inclusão Digital e Acessibilidade
Digital: Interfaces e Aproximações Conceituais. Trabalho apresentado ao Grupo de
Trabalho “Comunicação e Cibercultura”, do XVI Encontro da Compós, na UTP, em
Curitiba, PR, em junho de 2007.
SILVA, Nilce da. Espaço de Criação: Uma possibilidade de inclusão digital. Revista E-
Curriculum, v.1,nº 1, São Paulo: PUC/ SP, 2006.