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1. Etapas do PPRA
2. Reconhecimento de Riscos
3. Avaliação de Riscos
4. Medidas de Controle
5. Nível de Ação
6. Monitoramento
7. Registro de Dados
COMENTÁRIOS:
O desenvolvimento do PPRA baseia-se no objetivo de um programa de
higiene ocupacional, que consiste no reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos ambientais existentes no ambiente de
trabalho.
A profundidade e a complexidade do PPRA dependerá da identificação de
riscos ambientais na fase de antecipação ou reconhecimento. Caso não
sejam identificados riscos ambientais, o PPRA se resumirá na fase de
antecipação dos riscos, do registro e divulgação dos dados encontrados.
Ao contrário do PCMSO que delega, prioritariamente, ao Médico do Trabalho
a função de coordenar a elaboração bem como sua implantação, o item
9.3.1.1 da NR 9 deixa totalmente livre sobre a questão da capacitação do
profissional responsável na elaboração do PPRA, ao citar "... SESMT ou por
pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes
de desenvolver o disposto nesta NR.
Segundo o item 9.3.1.1, o PPRA pode ser elaborado por qualquer profissional
do SESMT (ver NR 4) ou até mesmo qualquer pessoa à critério do
empregador.
Apesar do disposto no item 9.3.1.1, sugerimos, que na inexistência do
SESMT, este documento, de fundamental importância para a elaboração do
PCMSO, seja executado por um profissional de segurança (NR 4) contratado,
sob o risco de ser ter um documento de qualidade técnica duvidosa, que
poderá comprometer a empresa no caso de aparecimento de doenças
ocupacionais.
COMENTÁRIOS:
Em relação à fase caracterizada como antecipação, deve ser estudada a
modificação das instalações, a introdução de novos processos ou mudanças
dos existentes, a analise de projetos de novas instalações para se determinar
os riscos potenciais existentes no processo, incluindo as medidas de controle
para redução ou eliminação dos mesmos.
A fase de reconhecimento é caracterizada como a mais importante do
programa, pois a partir desse levantamento preliminar dos agentes ambientais
é que veremos a abrangência do PPRA. Nesta etapa deve-se entrevistar os
trabalhadores potencialmente expostos de modo a identificar as diferentes
formas em que possa ocorrer a exposição aos agentes ambientais.
Para facilitar o levantamento nas fases de reconhecimento, é elaborada uma
planilha onde consta todos os pontos mencionados no item 9.3.3 (ver
exemplo no comentário do item 9.3.4).
Deve ser feita uma tentativa de caracterização se a exposição aos agentes
ambientais acontece de forma habitual e permanente ou intermitente e até
mesmo eventual. Esta caracterização da exposição pode ser expressa na
forma de tempo horas/dia, minutos/hora.
9.3.4. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
COMENTÁRIOS:
Entende-se por avaliação quantitativa, o levantamento ambiental com
registros dos dados medidos com equipamentos específicos. Nem todos os
agentes ambientais podem ser avaliados quantitativamente, sugerimos a
leitura da NR 15 para maiores esclarecimentos sobre a forma de conduzir um
levantamento ambiental.
Alguns profissionais preferem iniciar a elaboração do PPRA pela fase de
monitoramento, pois entendem que isto facilitará a identificação de
trabalhadores efetivamente expostos aos agentes segundo os critérios
estabelecidos pela NR 15, isto, porém, não é a regra geral.
Lembramos que após a fase quantitativa o PPRA deverá ser revisado para
que sejam identificados neste documento somente aquelas funções que
tenham sido identificadas um nível de exposição acima do Nível de Ação
conforme definido no item 9.3.6 que será visto à seguir.
Para a realização da fase de avaliação quantitativa exige-se conhecimento
básico das diversas técnicas de medição instrumental, fundamentada nas
normas expedidas pela FUNDACENTRO ou NIOSH - National Institut for
Ocupational Safety and Health.
Também é importante seguir as instruções dos fabricantes relacionadas a
calibração dos instrumentos. Nesta fase utiliza-se com freqüência planilhas
especificas para cada tipo de risco (ruído, calor, poeira, gases e vapores,
fumos metálicos etc).
Abaixo apresentaremos alguns exemplos de tabelas que podem auxiliar na
organização do levantamento das informações e elaboração do relatório final
do PPRA.
COMENTÁRIOS:
A NR 15 no Anexo 11, apresenta uma lista de produtos químicos com índices
de LT, estabelecidos à partir da listagem de TLVR da ACGIH (1978)
adaptados para jornada de trabalho no Brasil, que na época era de 48 h. A
ACGIH publica anualmente uma lista atualizada destes parâmetros, alterando
e incluindo novos produtos.
Antes da criação do PPRA, existiam muitas dúvidas legais, sobre a validade
legal da utilização de parâmetros previstos em normas internacionais para
aqueles produtos que não faziam parte da listagem do Anexo 11 da NR15.
O item 9.3.5.1, ao permitir a utilização dos parâmetros da ACGIH, estabelece
uma coerência técnica e permite uma complementação da listagem
apresentada no Anexo 11. Vale ressaltar, porém, que a utilização dos
parâmetros da ACGIH, somente será possível, no caso da inexistência do
produto químico na listagem da NR 15. Caso contrário, existindo o LT do
produto, o mesmo deverá ser utilizado de acordo com os valores
estabelecidos na legislação brasileira.
No entendimento dos autores, caso venha ser utilizado os parâmetros de
TLVR da ACGIH, lembramos que o TLVR é aplicável para uma jornada de
trabalho de 40 h, desta forma deveriam ser adaptados para a jornada de
trabalho no Brasil que é de 44 h.
O item 9.3.5.1, permite que valores mais restritivos de LT sejam determinados
através de acordos ou convenções coletivas de trabalho.
COMENTÁRIOS:
A implantação das medidas de controle deve ser acompanhada de
treinamento sobre medidas preventivas, devendo ser divulgado os
procedimentos adotados e possíveis limitações do EPI, a responsabilidade
dos trabalhadores e o efeito à saúde da exposição aos agentes ambientais.
Medidas de caráter administrativo são, por exemplo:
a) Redução do tempo de exposição;
b) Adequação do ritmo de trabalho;
c) Ordem e limpeza;
d) Funcionamento de máquinas em períodos com menor número de
trabalhadores expostos entre outras.
As medidas de caráter coletivo são aquelas relacionadas a proteção do
ambiente de trabalho são elas:
a) Substituição de agentes químicos agressivos;
b) Adequação da ventilação industrial;
c) Implantar sistema de exaustão localizada;
d) Enclausuramento de atividades com produtos tóxicos entre outras.
Quando da adoção de EPI deve ser seguido todas as recomendações
mencionadas na NR-6. Os EPI também devem levar em consideração sua
eficácia e conforto quando utilizados para a atenuação dos riscos ambientais.
A aplicação prática do item 9.3.5.6, quanto à verificação da eficácia das
medidas de proteção, diz respeito, por exemplo, à elaboração de estudos de
freqüência para garantir que os protetores auriculares adquiridos pela
empresa, efetivamente, atenuam os níveis de ruídos presentes no ambiente
de trabalho.
Uma outra forma de verificar a eficácia das medidas de proteção, a que se
refere o item 9.3.5.6, diz respeito também ao acompanhamento médico
estabelecido pelo PCMSO. Caso seja constatada alguma evidência que
indique o aparecimento de doenças ocupacionais proveniente da exposição
aos riscos ambientais definidos nesta NR, teremos que avaliar dois aspectos:
a) O funcionário não utiliza de forma habitual e permanente o EPI, o que
caracteriza uma falha de inspeção diária dos supervisores e um descaso do
trabalhador com medidas preventivas da empresa, estando o mesmo sujeito
às punições previstas na lei;
b) O EPI não é adequado para minimizar os riscos ambientais na intensidade
e concentração existente no ambiente de trabalho, mesmo tendo o CA
(Certificado de Aprovação).
COMENTÁRIOS:
Esse é um dos pontos que podemos destacar como inovador nos termos
dessa NR já que trata-se de um limite de caráter preventivo, que quando
ultrapassado deverá desencadear medidas preventivas de maneira que as
exposições aos agentes ambientais não ultrapassem seus respectivos limites
de exposição.
Chamamos a atenção para que o leitor não confunda o Nível de Ação com o
Limite de Tolerância. Este último quando superado, requer medidas de
controle imediatas, enquanto que o Nível de Ação ficará restrito às ações de
ordem preventiva e atenção por parte do médico coordenador do PCMSO.
9.3.7. DO MONITORAMENTO
9.3.7.1 Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de
controle, deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a
um dado risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle,
sempre que necessário.
COMENTÁRIOS:
Monitoramento consiste numa avaliação quantitativa, sistemática e repetitiva
de um determinado risco incluindo muitas vezes uns estudos estatísticos dos
dados, tendo como finalidade a implementação de medidas corretivas quando
necessário.
Outro ponto de destaque é a articulação estreita com o PCMSO ( Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional) previsto na NR-7. Cada vez vem
mais vem ocorrendo um trabalho integrado entre os profissionais do SESMT,
envolvendo a engenharia de segurança e a medicina do trabalho.
4 Os dados quantitativos proveniente do levantamento ambiental servirá de
informação importante para que o médico coordenador do PCMSO
especifique os exames médicos do PCMSO.
Este aspecto integrado do PPRA com o PCMSO tem sido alvo de
fiscalização, pois muitos PCMSO tem sido elaborado sem uma articulação
direta com o PPRA, resultando em documentos incompletos e sem
consistência dentro dos princípios previstos na NR 7 e NR9.
COMENTÁRIOS:
O registro de dados refere-se ao documento base composta de relatórios de
antecipação ou de reconhecimento de risco, laudos técnicos de avaliação
quantitativa dos agentes ambientais, registros de treinamento entre outros.
O registro de dados deverá ser mantido por um período mínimo de 20 anos já
que este é o prazo para prescrições das ações cíveis conforme determina o
Art. 177 do Código de Processo Civil (CPC).