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HUMOR E JORNALISMO

ANÁLISE DO PROGRAMA CUSTE O QUE CUSTAR DA REDE


BANDEIRANTES DE TELEVISÃO

Suélen Delabari Nogueira

RESUMO: Este trabalho visa estudar a utilização do humor sarcástico e escrachado no


jornalismo. Tendo como objetivo a pesquisa sobre a origem do risível, no que o humor
afeta o tratamento de assuntos importantes e a forma com que são abordados os temas
no programa. Será feito a analise do programa, juntamente com o estudo bibliográfico
sobre o tema.

PALAVRAS-CHAVES: humor; jornalismo; programa; CQC.

INTRODUÇÃO
Com os avanços tecnológicos vimos que conceitos que antes eram utilizados hoje
começam a cair. Um deles é o conceito de jornalismo. Este trabalho irá analisar o
programa da Rede de Televisão Bandeirantes, Custe o Que Custar. O programa é de
criação do empresário Mario Pergolini e sua produtora 4K (quatro cabeças) criado em
1995.

O programa possui um humor bem estruturado, com piadas e a utilização de imagens


que ridicularizar os entrevistados de maneira bem humorada. O programa de fato
trouxe uma forma diferente de tratar assuntos divulgados pela imprensa.

Quando conheci o programa, já estava cursando jornalismo e foi ai que questionei a


forma de apresentação de fatos tão importantes e a possibilidade de uma mistura de
jornalismo e humor dar certo em um programa de televisão.

Como pesquisadora resolvi analisar o CQC, suas formas de abordagem, as


características do programa e analisar se o programa é humorístico com características
jornalísticas ou jornalístico com características humorísticas.

Os programas foram analisados aduas aleatoriamente. A pesquisa utiliza de ideias de


Henri Bergnson sobre as características do riso onde ele trata o riso como um fenômeno
social, por que quando se ri, ri-se com duas ou mais pessoas, sendo elas reais ou
imaginárias. Jan Bremmer e Herman Roodenburg que caracterizam o cômico também
como um fenômeno cultural social.

O HUMOR E O RISO
O humor pode ser compreendido como qualquer mensagem que provoque riso ou
sorriso. O riso caracteriza-se pelo ato de contrair os músculos faciais em consequência
de uma impressão de alegria ou zombaria. Já o sorriso é o ato de rir em silencio
maliciosamente realizando apenas um ligeiro movimento dos lábios e da face. Essa
mensagem pode ser transmitida através de gestos, palavras, textos, sons e imagem.

O humor recebeu uma definição concreta em 1682, pois ate então era considerada uma
disposição mental ou temperamental. O humor é definido de duas maneiras por Jan
Bremmer e Herman Roodenburg (2000). A primeira é baseada no Ensaio Sobre a
Liberdade da Graça e do Humor – 1709 de Lourde Shaftesburty que define humor como
comicidade e o considera agradável e menos intelectual que o chiste. A outra definição
é baseada em Voltaire que diz que o humor é uma disposição de espirito que em nossa
relação com os outros, pela manifestação exterior de pequenos defeitos, nos deixa
entrever uma natureza internamente positiva. Esse tipo de humor nasce de uma
inclinação benevolente. (PROPP,1992).

Foi nos anos pré-revolucionários, na Europa, que o humor começou a surgir. Através do
humor e da sátira é que o povo expunha suas opiniões contra os regimes repressivos e
sobre o cenário politico no qual viviam. Mas o humor não era só uma arma politica.

“Numa época de grande mudança social, enquanto uma sociedade


tradicional baseada em bens dava lugar a um confuso mundo novo,
marcado pela industrialização, pela urbanização e pela mobilidade
social, o humor popular preenchia uma gama de necessidades.
Proporcionava simples entretenimento, encorajava os alemães a
desopilar o fígado e lhes permitia explorar e negociar as instáveis
fronteiras do admirável mundo novo a volta deles.” (BREMMER;
ROODENBURG, 2000, p. 225)

Na Alemanha o humor ganhou forças e passou de entrenimento a um produto de massa.


Em Berlim ele passa a se manifestar na cena literária e artística, através do dialeto, da
caricatura, da arte, da cultura inferior e da alta cultura.
“O humor popular criava uma espécie de comunidade entre os
participantes, pois rir em conjunto significa comunicar-se entre si e
participar de uma mesma cultura. Assim sendo o humor ajudava a
construir um espaço publico, campo ou arena onde poderiam ser
discutidos os tipos de ideias, sejam elas politicas, sociais ou morais.”
(BREMMER, ROODENBURG, 2000, p. 228)

O riso é um fenômeno cultural social, segundo Bremmer e Roodenburg. Isto porque as


atitudes em relação a ele, a forma quando é praticado, os alvos e formatos se
transformam com o passar do tempo.

Já para Henri Bergson (2001) e Proop (1992), a comicidade esta ligada diretamente aos
seres humanos. Segundo eles é impossível rir da paisagem que nos cerca: florestas, rios,
montanhas e mares. Não é possível ter comicidade naquilo que não é humano.

Em relação a comicidade, ela é contemplada em comunidade. Não seria possível


saboreá-la se nós estivéssemos sozinhos. O riso precisa de uma cumplicidade, de um
entendimento com os demais ridente, sejam reais ou imaginários.

Normalmente a comicidade é gerada a partir de um acontecimento acidental, ou seja,


que rompe com o esperado. Pode ser provocado natural ou artificialmente. Bérgson
(2001) cita como exemplo um homem que, correndo pela rua, tropeça, cai e os
transeuntes riem. Segundo o autor, eles riem é do fato deste homem ter-se sentado
involuntariamente no chão. A comicidade esta presente no mau jeito do homem e não
na mudança rápida de atitude.

O vicio cômico também é um fator que contribui para a comicidade. É ele que difere o
drama da comédia. Para o drama, os vícios são inseridos tão bem na personagem, que
esta se sobressai sobre eles. Já no caso da comédia, estes vícios têm mais destaque que a
própria personagem.

“O vicio cômico pode unir-se às pessoas tão intimamente quanto se


queira, mas nunca deixará de conservar existência independente e
simples; continua sendo personagem central, invisível e presente, do
qual as personagens de carne e osso ficam suspensas em cena”
(Bérgson, 2001, p.12)

Em alguns casos como o da caricatura, os defeitos físicos são os causadores do riso. A


expressão do rosto esta presente nos contornos que refletem o seu estado da alma. A
caricatura explora justamente isto. Sua arte é realçar um defeito e captar alguma
expressão emitida pelo rosto.

Propp (1992) afirma que os jovens estão mais propícios a rir que os mais velhos.
Existem pessoas que não riem, estas são taxadas como insensíveis, mas há também as
pessoas que por outros motivos são bloqueadas por uma regra religiosa ou pelo
sentimento de sofrimento e dor.

A veia humorística é um talento natural. Este fenômeno é positivo, pois esta ligada ao
amor à vida e à alegria de viver.

O NOVO ESTILO DE FAZER JORNALISMO

A televisão, como veiculo de massa, tem a imagem como principal característica. Esse
elemento capaz de manter o público postado por longo tempo diante dela faz com que o
telejornalismo utilize a imagem como um catalizador da audiência. O humor como
forma de expressão no jornalismo, começou sendo utilizado como ferramenta nas lutas
politicas, que eram a forma de explicar o ódio e rancores de momento contra algo ou
alguém.

A produção cômica no Brasil ganhou forças durante a transição da Monarquia para a


República. Nesse período aumenta a produção de sátiras. Era através da sátira política
que estas brigas políticas foram mostradas a sociedade. Nesse período a produção
humorística era baseada nos ódios e rancores da época.

Com a evolução tecnológica que atingiu a imprensa na última década do século XIX, a
representação cômica da vida nacional ganhou mais força com o surgimento de um
novo modelo de jornal, mais moderno e que refletia a alma popular, dando espaço para
as suas opiniões, conquistas e aspirações.

Na televisão o humor representa, aproximadamente, 50% (cinquenta por cento) da


programação, já que 90% (noventa por cento) da programação é direcionada para o
entretenimento. A informação deixou de ser o foco principal.
“Assim na televisão actual o paradigma dos espetáculos tende a
prevalecer sobre os outros na preparação das mensagens reais. Ate os
telejornais se tornam shows, com seus cenários futuristas, efeitos
especiais, linguagem enfática e apresentadores/apresentadoras
vedetas.” (JEAN-JACQUES JESPERS, 1998, p.74)

Jesper (1998) considera que, atualmente, há uma espetacularização no discurso


televisivo, pois o divertimento tem predominado entre as funções tradicionalmente
atribuídas à televisão que é informar, formar e divertir. Para o autor, este perfil se
encaixa bem na chamada televisão comercial que tem como objetivo entreter o publico
através dos produtos de consumo. Conforme o autor, alguns estudos mostram que na
busca pela informação.

CONCLUSÃO

Com base na analise do programa Custe o que Custar, pode-se afirmar que o mesmo é
do gênero humorístico, pois o foco de suas matérias é o humor, é provocar o riso no
público.

Conforme os estudos e analise de teóricos concluo que o programa possui em sua


predominância características de humor sobre os fatos mais importantes noticiados na
semana antecedente. Predonima em sua programação a sátira politica.

O CQC é a prova de que o humor pode ser informativo, acrescentando assim um


diferencial na programação televisiva brasileira que possui uma personalidade alegre.
REFERENCIAL

BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de telejornalismo: os


segredos da noticia na tv. 2. ed. Ver. Atual. Rio de janeiro, Campus, 2005

BERGSON, Henri. O riso: ensaio sobre a significância do cômico. Tradução de Ivone


Castilho Benedetti. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman. Uma história cultural do humor. Tradução


de Cynthia Azevedo e Paulo Soares. Rio de Janeiro, Record, 2000.

PROPP, Vladimir. Comicidade e riso. Tradução de aurora Fornoni Bernardi e Homero


Freitas de Andrade. São Paulo, Ática, 1992.

SALIBA, Elias Thomé. Raizes do riso: a representação humorística. São Paulo.


Companhia das Letras, 2002

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