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Locke e o Direito Natural

Quando se discute determinado assunto, surgem conflitos de ideias. Com o direito natural
como tema não seria diferente, o que é válido lembrar é que se faz necessário respeitar as
convicções das demais pessoas, mantendo assim o foco no assunto tratado.

O direito natural é questão muito instigante a ser trabalhada, e a hermenêutica do assunto é


diferente a cada pessoa, não sendo um assunto de compreensão exata.

Leo Strauss faz ampla defesa do direito natural em seu livro “Natural Right and History” (1953)
e defende que o abandono da crença no direito natural teria sido uma das causas do
surgimento dos Estados totalitários, nos quais se obedecem as leis apenas pelo fato de serem
leis, sem considerar o seu valor ético. Baseando se nisso fundamentou-se o seguinte
pensamento, no que tange a necessidade do direito natural, para que pense-se se o que esta
positivado é certo ou não, reservando-se ao direito de avaliar, ter opinião própria.

Acredita-se que “A ideia de direito natural significa a exigência de uma influência moral ideal
universal sobre a legislação positiva”¹. Percebe-se a necessidade de um em consonância a
outrem para ‘nortear’ o direito positivo, evitando-se assim que este se torne uma lei mecânica –
totalitária.

Explana-se – baseado no que aduz Brecht sobre os períodos de ascensão e declínio do direito
natural, que o direito natural existe sim, em todos os tempos, mas que, no entanto este passa
por períodos em que é mais difundido e outros em que cai na ‘escuridão’. Contrapõe-se assim
a ideia de que o direito natural não existe, essa forma de direito por engano é assim chamada,
porém seria a moral – “Conforme às regras éticas e dos bons costumes.”, “Conjunto dos
princípios e valores morais de conduta do homem.”² (Dic. Priberam)

Seguindo a fórmula de Stammler que diz “direito natural de conteúdo variável” (Bobbio,
Norberto 1997, pag. 25), uma segunda corrente de opiniões diz sim da existência do direito
natural, mas que, no entanto este é variável de acordo com cultura e sociedade, não sendo
assim universal.

L. Lombardi em artigo publicado em revista de juristas católicos sustenta que “por direito
natural, entende-se, hoje, uma doutrina ética espiritualista, portanto algo que é impróprio
chamar de direito como é impróprio chamar de natural”³, e ainda conclui que muitas confusões
e controvérsias inúteis seriam eliminadas, se o direito natural fosse definido como ética
pessoal. Isto leva a concluir que o que esta ressurgindo não é a teoria do direito natural mas
sim um senso crítico do que seria “um jus naturalismo tão impregnado de historicismo”4.

Surge em meio à discussão dúvidas a respeito de direito natural e direito consuetudinário, o


que pode corromper a interpretação, esclareça-se então:

Direito Natural nada mais é que o direito intrínseco a cada pessoa, sendo
ele “(...)permanente e eternamente válido, independente de legislação, de
convenção ou qualquer outro expediente imaginado pelo homem”5.(
GOUVEIA, 23 dez. 1998.)

Direito consuetudinário é "complexo de normas não escritas originárias dos usos e costumes
tradicionais dum povo, direito costumeiro" (Dic. Aurélio).

A diferença se contempla a partir do fato de que direito natural independe da vontade do


homem, e o direito consuetudinário surge dos costumes tradicionais.
Para afirmar o caráter universal do direito natural busca-se base em Bobbio quando este diz
que para Aristóteles o jus naturalismo possui duas características sendo uma delas a validade
universal – independe do lugar, tal como o fogo que queima do mesmo modo em qualquer
lugar: na Grécia como na Pérsia. Ainda se tratando de Aristóteles o direito positivo atuaria em
equidade ao direito natural, pois, este não atenderia todas as ações possíveis, cabendo confiar
as demais à lei positiva.

Para Santo Tomás de Aquino “A lei natural consta de um preceito único e genérico do qual a
razão deduz todos os outros. (...)consiste na máxima (...), que prega fazer o bem e evitar o
mal”6. Disse ainda que a lei positiva para ser válida deve também ser justa, isto é conformar-se
a lei natural.

Defende-se ainda que o direito natural realmente é intrínseco a cada pessoa e que este deve
coexistir um em complemento ao outro. Pois como Hobbes aduz, na falta de uma positivação
as pessoas só tem a intenção de observar tais preceitos, então como não tendo garantia que
os outros seguiram estas normas não estão obrigados a cumpri-las, o que gera uma
insegurança jurídica. Neste ponto se faz necessário a intervenção do direito positivo, pois, este
é indispensável para tornar ativas as obrigações.

A partir destas elucidações, e da leitura do texto base inclino-me a acreditar na existência do


direito natural e na sua importância e influência na positivação das leis, e na sua necessidade e
equidade ao direito positivo – para garantir a tal sua efetivação.

Acredito na imutabilidade do direito natural independente das variações do ordenamento da


vida social, como Kelsen afirma no livro Teoria Geral do Estado “o direito natural é norma
jurídica hipotética e fundamental da qual o direito positivo tem seu fundamento”, e não o
contrario. No entanto para se entender como são contemplados estes direitos em determinadas
sociedades, faz-se necessário um estudo sócio antropológico de cada cultura.

1 – Carlo Antoni, La restaurazione del diritto di natura, Veneza, Neri Pozza,sd, pp. 36-37, apud,
Bobbio, Norberto. 1997. p. 20. Ed. UNB.

2 – http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=moral

3 – L. Lombardi, “Sull’ espressione diritto natural”, em Justitia, XV, 1962, n° 1-2, pp. 56-80,
apud, Bobbio, Norberto. 1997. p. 26. Ed. UNB.

4 – Bobbio, Norberto. LOCKE E O DIREITO NATURAL. 1997. Ed. Universidade de Brasília.

5 – GOUVEIA, Alexandre Grassano F.. Direito Natural e Direito Positivo. Jus Navigandi,
Teresina, ano 3, n. 27, 23 dez. 1998.)

6 – Bobbio, Norberto. LOCKE E O DIREITO NATURAL. 1997.p. 38 e 40. Ed. Universidade de


Brasília.

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