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A cultura e as culturas

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da história, o ser humano lida com um conjunto de símbolos, na sua maioria dados, isto
é, ele os encontra já em uso corrente na sociedade quando nasce e eles permanecem em
circulação após a sua morte, com alguns acréscimos, subtracções e alterações parciais das quais
pode ou não participar. Ele faz uso de alguns desses símbolos no decurso da sua vida, certas
vezes deliberadamente e na maioria das vezes espontaneamente, sendo que o propósito é fazer
uma construção dos acontecimentos que constituem a essência da sua vida, para se auto-orientar
no “curso das coisas experimentadas” J. Dewey citado por Geertz, C (1978:1).

É o conjunto de símbolos de que fizemos referência acima, que constitui a “cultura” é justamente
este o pano de fundo do presente trabalho. Nele fazemos uma abordagem dos elementos que
compõem a cultura, suas características, seus factores e outros elementos a ela ligados,
focalizando dentre vários aspectos, a diversidade cultural, razão da expressão “a cultura e as
culturas” que constitui o tema em estudo.

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A cultura e as culturas

1.1 METODOLOGIA

- Pesquisas bibliográficas.
- Buscas na Internet.
- Discussão em grupo.

1.2 OBJECTIVOS

1.2.1 Objectivo geral

• Estudar a cultura, sua diversidade, características, processos que nela ocorrem e os


factores que a influenciam.

1.2.2 Objectivos específicos

• Definir a cultura;
• Caracterizar a cultura;
• Indicar a sua importância e dos processos que a compõe para o homem.

2. Conceito de cultura e suas características


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2.1 A cultura

Ao longo da história, a cultura foi evoluindo significativamente, daí que podem se observar
diversos pontos de vista sobre este conceito, como podemos ver a seguir:

Edward B. Taylor1, define a cultura como um conjunto complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes e várias outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem
como membro de uma sociedade.

A cultura é também definida por Vinigi L. Grotanelli2 como sendo toda a actividade consciente e
deliberada do homem como ser racional e como membro de uma sociedade e o conjunto das
manifestações concretas que derivam daquela actividade.

Por seu turno, C. Geertz citado por Martinez (2007:43), define a cultura como sendo uma
estrutura de significados transmitidos historicamente, encarnados simbolicamente, para
comunicar e desenvolver o conhecimento humano e as atitudes para com a vida, uma lógica
informal da vida real e do sentido comum de uma sociedade, que funciona tambem como
controlo.

Do acima exposto podemos definir em linhas gerais a cultura como sendo o conjunto de usos,
costumes, hábitos, crenças e significados transmitidos historicamente, garantindo desta forma a
perpetuidade de um povo.

2.2 Caracteristicas da cultura

a) A cultura é simbólica
O símbolo é uma chave para a compreensão da cultura, pois ao tentar formular a cultura, faz se
por intermédio de uma linguagem que é iminentemente simbólica. Não só a linguagem verbal,
mas também os ritos de iniciação, as instituições culturais, as relações, os costumes e mais, são
considerados formas simbólicas.

b) A cultura é social

A cultura pertence à sociedade, representa uma conquista e um cúmulo de séculos, isto é, o


património cultural que a sociedade foi formando durante toda a sua história. A pessoa é formada
pela cultura e o seu comportamento é pautado pela cultura interiorizada. Neste sentido, nenhum
membro da sociedade é desprovido completamente de cultura, pois ele é uma criação da cultura
até certo ponto que antes de realizar o seu primeiro acto consciente, já tem uma conduta definida
que modela os seus comportamentos e processos intelectuais.

c) A cultura é estável e dinâmica

1
Citado por Martinez, Antropologia Cultural, Guia para o estudo, 5ª edição, 2007, pp41
2
Citado por Martinez idem pp42
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• A estabilidade cultural

A estabilidade cultural leva-nos a reflectir sobre a autenticidade cultural, tema que nos faz pensar
no conceito de cultura original, como se fosse uma entidade pura. O conceito de realidade
complexa que implicamos à cultura, torna dificil aceitar tal ideia, embora reconheçamos que na
cultura há sempre algo de estável, que de alguma maneira a protege dos inevitáveis processos de
mudança. Tomemos como exemplo a memória histórica comum, instituições, normas religiosas e
civís, língua, parentesco e território.

• O dinamismo cultural

A cultura é dinamica pois no seu interior ocorrem mudanças, consideradas como fenómenos
despercebidas ou inconscientes. Trata se de mudanças que consideramos estruturais, pois é
próprio da cultura o movimento interno de funcionamento e crescimento, reformulando-se
constantemente. Neste sentido podemos afirmar que a cultura nunca é a mesma. Ela cresce e se
desenvolve como um ser vivo, que, se deixar de respirar morre. O funcionamento, o crescimento
e as mudanças acontecem em primeiro lugar por forças endógenas. Martinez (2007:51) afirma
que “Uma cultura abstracta, estática, repetitiva, sempre igual a sí mesma está chamada a
desaparecer.”

A cultura é dinâmica graças a mais outras causas. Existem forças exógenas na cultura que a
fazem mudar e transformar. A cultura se desenvolve com um movimento espiral, que, em cada
giro, vai encontrando elementos novos que pode incorporar na sua constituição.

A cultura é também dinâmica através de acção directa dos próprios membros da sociedade que
provocam mudanças conscientes: a cultura experimenta a mudança desejada e consciente.
Perante certas situações, os próprios membros da cultura acometem conscientemente as
mudanças.

d) A cultura é selectiva

A cultura é selectiva pois entre duas ou mais culturas pode-se dar um processo que se inicia com
a avaliação de novos elementos, terminando com a aceitação ou rejeição destes na cultura em
causa, como por exemplo a adopção de técnicas avançadas que implica necessariamente um
problema económico, fazendo com que as técnicas obsoletas sobrevivam ao lado das técnicas
avançadas.

e) A cultura é universal e regional

A cultura é universal, pois não existem seres humanos desprovidos de cultura, isto é, não há
povos sem cultura nem homens incultos.

Tendo essa universalidade podemo-nos referir aos aspectos que são comuns a todas as culturas e
que denominamos “universais culturais”. Tomemos como exemplo que todos os povos sentem as
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mesmas necessidades de subsistência, de alimentação, de defesa dos perigos da natureza e dos


animais, da comunicação com outros seres humanos, da satisfação das apetências sexuais, do
respeito, da amizade, da ordem social e outros.

Quando falamos de culturas regionais referimo-nos a formas diferentes de um mesmo fenómeno


cultural (culturas particulares). Nestas culturas iremos encontrar as várias instituições familiares,
sociais, políticas, económicas e religiosas.

f) A cultura é determinante e determinada

A cultura faz o homem. Ela se impõe aos individuos e estes pouco podem fazer no sentido de
fugir dos padrões culturais.

A cultura é determinada pelo homem, pois ele é o agente activo da própria cultura. As mudanças
culturais surgem do esforço adaptativo do homem frente à realidade que o cerca: o domínio do
meio ambiente, da sua própria sobrevivência, conforto e satisfação, seja no domínio da estética e
da inteligência.

g) A cultura tem um aspecto cognitivo

Neste aspecto destacam-se três significados que são:

• Significados operativos – a cultura dá nos a conhecer o significado de como agir ou da


maneira justa de agir.

• Significados cosmológicos – a partir da cultura podemos obter o significado do mundo


que nos rodeia, da natureza, do universo todo, da teologia, das crenças do povo, a sua
explicação ou respostas a questões de ordem diversa.

• Significados morais – a ética. Os significados dos valores, o que é desejável, não bom ou
não belo.

3. O dinamismo cultural e os processos de Enculturação, Aculturação, Inculturação,


Desculturação e os factores da cultura.

Como fizemos menção em linhas anteriores, o dinamismo cultural reside na ausência de


estaticidade, o que pressupõe que a cultura está em constante mudança, daí que se conclui que a
cultura “não é algo acabado ou definitivo mas sim algo em contínuo aperfeiçoamento” Martinez
(2007:59).

3.1 A Enculturação

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V.L Grottanelli define a enculturação como o processo através do qual todo o indivíduo obtém
do grupo social em que se insere todos os elementos necessários para a sua plena inserção social.

Grottanelli afirma ainda que a criança encontra ao nascer uma cultura já completamente
formulada e que vai assimilando-a lenta e inconscientemente ao longo do seu crescimento.

O processo de enculturação se desenrola durante todo o período de vida do indivíduo, é


exclusivamente humano e segundo M. Herskovits é semelhante a um tirocínio de instrução e
experiência vital. Este processo permite dentre vários aspectos a adaptação à vida social e
permite que o indivíduo se habitue aos modos de vida do seu grupo, aprendendo as suas formas
de comportamento.

A enculturação dá se segundo os seguintes passos:

1. Assimilação – neste passo dá se aquisição de comportamentos padronizados que a criança


observa à sua volta.

2. Conformação – é absorver o máximo de cultura e conformar o comportamento com ela;

3. Aprendizagem dos símbolos;

4. Aquisição de hábitos;

5. Interpenetração – processo pelo qual os fenómenos orgânicos, biológicos e psicológicos


se interpenetram e não é fácil distinguir até onde vão uns e outros. Todos eles tornam se
humanos.

6. Duração – o processo de enculturação estende-se por toda a vida do indivíduo e apresenta


variações e intensidades diversas.

a) Na infância, revestem-se de muita importância as primeiras experiências e contactos com


a cultura, os quais correspondem aos condicionamentos fundamentais tais como comer,
dormir, falar, etc.

b) Na idade adulta o processo torna-se mais consciente, podendo haver aceitação ou repulsa.

c) Na velhice raramente se aceita uma reformulação devido à cultura anteriormente


interiorizada que se encontra sob forma bastante consolidada (como algo cristalizado).
Tornando-se impermeável às novas sugestões.

7. Determinismo – o determinismo cultural pode ser explicado com base no comportamento


humano. Um indivíduo em idade adulta ao começar a fazer o uso das suas faculdades
mentais, o faz consoante a cultura aprendida. Este comportamento constitui a conduta
pessoal e consciente do indivíduo e não deixa de ser uma expressão da sua cultura.

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A cultura e as culturas

3.2 A Aculturação

Segundo Martinez (2007:79) em Psicologia o termo aculturação é usado no sentido que na


Antropologia se dá ao processo de enculturação. Em sociologia é usado no sentido de
socialização e na Pedagogia no sentido de educação ou condicionamento.

A aculturação teve várias designações provenientes de autores diversos, podendo-se destacar as


seguintes: empréstimo de culturas, disseminação cultural, transmissão cultural em marcha e
processo de mistura de culturas.

Segundo Ítalo Slignorelli3, a aculturação é um processo que conduz um indivíduo a assumir, em


tudo ou em parte, modos de cultura de um outro grupo. Desta definição deve-se pressupor o
contacto entre duas culturas, resultando influências e transformações mútuas.

Este processo constitui um dos factores da dinâmica cultural, pois do contacto entre duas
culturas, haverão elementos duma cultura que se irão integrar na outra através de processos de
mistura e fusão, surgindo como resultado uma nova síntese cultural e um novo padrão cultural do
comportamento.

3.3 A Desculturação

O termo desculturação deriva de “descultura”, o que por outras palavras significa “falta de
cultura”, porém, que não se subentenda que existam indivíduos sem cultura. Trata-se aqui duma
mera questão sintáctica. Com o termo desculturação, referimo-nos aos aspectos negativos da
dinâmica cultural, isto é, a subtracção e/ou destruição em diverso grau, do património cultural.

Causas

A desculturação pode ser originada por causas internas ou externas.

Causas internas: estas constituem a perda de vitalidade dos elementos duma cultura, de tal
maneira que, se não houver um processo regenerador esses elementos caem em desuso e
desaparecem. Podemos tomar como exemplo a mudança de certos hábitos familiares,
linguísticos, de divertir-se etc.

Causas externas: são as crises culturais que resultam dos contactos culturais. A dinâmica cultural
permite a selecção e a integração de novos elementos e o abandono de alguns traços culturais.

3
Citado por Martinez idem, pp42
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A desculturação acontece de maneira imperceptível e lenta, afetando um ou outro traço cultural e


assim vai mudando o estilo de vida de uma comunidade. Na prática observamos o que já deixou
de pertencer à cultura actual de um povo, por exemplo, o uso do batuque fora do contexto ritual
de uma época, assume hoje significados diferentes e originais. Perdeu em parte ou na totalidade
o significado original.

3.4 A inculturação

O termo inculturação teve a sua origem no mundo religioso quando os Padres da África e da
Ásia mostraram que a mensagem evangélica não atingia a essência dos povos. Nestes termos,
verificou-se a necessidade de se buscar um conceito que exprimisse um processo que criasse uma
ligação entre a mensagem cristã e a cultura, tendo surgido primeiramente o termo encarnação, o
qual podia ser usado, por exemplo nos seguintes termos: “O Evangelho precisa de ser
encarnado nas culturas” Simbine Jr (2009:13).

Apenas entre 1974 e 19754 é que o vocábulo inculturação passou a fazer parte do mundo
religioso, sendo considerado como a “...encarnação da vida e da mensagem cristã em uma área
cultural concreta...”, não num sentido de mera adaptação de aspectos religiosos na cultura mas
sim que essa mensagem cristã seja um elemento activo e dinâmico, proporcionando a
transformação e recriação da cultura.

Pode-se entender a inculturação como um processo recíproco no qual há introdução de elementos


exteriores na cultura e vice-versa, como se pode notar na concepção de João Paulo II, segundo a
qual a inculturação é o processo pelo qual ocorre a “encarnação do evangelho nas culturas e
simultaneamente a introdução dos povos com as suas culturas na comunidade eclesial,
transmitindo-lhes os seus próprios valores, assumindo o que há de bom nas culturas e
renovando-as a partir de dentro.”

3.5 Os factores da cultura

Factores da cultura são elementos ou fenómenos que determinam a alteração de certos aspectos
inerentes à cultura.

Existem quatro factores da cultura que são:

• O homem – o homem como dinamizador da cultura influencia todos os processos


enculturação, inculturação, aculturação e desculturação, portanto ele é um dos factores da
cultura.

• A comunidade;

4
Ver Padre Rafael Simbine Júnior, Inculturação, O que é e como fazer, pp13
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• O meio ambiente;

• O tempo que actua sobre a formação da cultura.

4. A interação entre a cultura e a natureza, sociedade e a civilização

A essência de uma civilização é a cultura e a vida social, pois a civilização é um tipo de


comunidade ou sociedade humana que conseguiu um determinado nível de cultura. Esse nível
cultural é algo que não é individual, mas sim propriedade do grupo, daí que além de simples
interacção denota-se uma dependência da cultura na sociedade e da civilização na cultura.

A natureza por sua vez, interage com os restantes fenómenos por via da grande influência que
exerce na cultura, pois o homem, antes de ser um ser social é um ser biológico e possui, portanto
muitos aspectos dependentes da natureza, desde o seu surgimento, sobrevivência e evolução.

5. A cultura do simbólico e a cultura do material

Os sistemas simbólicos (mito, língua, arte, ciência) são tidos como instrumentos do
conhecimento e da construção do mundo dos objectos (mundo material).

Segundo Claude Levi-Strauss, os símbolos são os equivalentes significativos do significado.


Ainda de acordo com Levi-Strauss, os símbolos são mais reais do que aquilo que simbolizam, já
que o significante precede e determina o significado.

Os factores sociais são simbólicos e desta forma acultura é simbólica pois pode ser considerada
como um conjunto de sistemas simbólicos, como por exemplo a linguagem, as regras
matrimoniais, as relações económicas, a arte, a ciência, a religião, entre outros.

Deste modo Levi-Strauss considera que a explicação do símbolo pelo material é ilusória, sendo
necessário, portanto que nos instalemos na interpretação da cultura e abandonemos o
naturalismo. Por exemplo, o mito e o ritual não são para serem compreendidos em função do
real.

6. A identidade cultural

A identidade cultural é o conjunto de elementos (valores, princípios, atributos, etc) que tornam
uma determinada cultura única, permitindo deste modo a sua distinção entre várias.

O elementos da identidade cultural são os usos, os costumes, os feixes de hábitos, as crenças, as


religiões, etc

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A identidade é anterior ao indivíduo e por isso este adere a ela sob pena de se tornar
desenraizado. É ela que promove os segmentos culturais que identificam um povo e que lhe
poderão dar uma força exterior e tem como objectivo proceder conscientemente à distinção entre
os grupos.

7. Erosão e permanência da identidade cultural

Com vista as peculiaridades que os diferentes povos buscam manter em seu lugar, percebe-se
que os sistemas de comunicação globalmente interligados, as imagens e influências da mídia, a
busca pela inserção no mercado mundial de estilos e a velocidade das informações, contribuem
para desvincular, descaracterizar e até desalojar as identidades culturais no espaço e no tempo.

A compressão de distâncias e das escalas temporais proporcionada pelas tecnologias, possibilita


a exposição das culturas locais a influências externas, dificultando a manutenção da identidade
cultural inacta ou o impedimento do seu enfraquecimento em virtude do bombardeamento e
infiltração de outras culturas.

O capitalismo e a globalização são os factores que contribuem em grande escala para a mitigação
das fronteiras culturais, possibilitando a homogenização das relações sociais e fazendo com que
as crenças e hábitos fiquem descaracterizados.

8. A totalidade cultural: Unidade, diversidade e etnicidade

Sobre este ponto, importa salientar que cada realidade cultural possui uma lógica própria, como
resultado de sua história particular. Toda a cultura tem seus critérios de organização e é daqui
onde se denota a diversidade, entretanto, nenhuma cultura está isolada, tomando em conta as
relações internas assim como externas. Assim tomando em conta os aspectos geográficos (os
grupos étnicos do mesmo país, por exemplo), a cultura é vista na totalidade.

É preciso focar também que a diversidade não significa negar a existência de características
comuns ou mesmo a existência de uma dimensão universal do ser humano. Ao se respeitar e
valorizar as diferenças étnicas e culturais, não implica obrigatoriamente em aderir aos valores do
outro, mas sim respetá-los como do outro, como expressão da diversidade que é em sí de todo o
ser humano

A etnicidade é um fenómeno social produzido e reproduzido ao longo do tempo, onde através da


socialização o indivíduo assimila os estilos de vida, as normas, e crenças da sua comunidade. A
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etnicidade é um aspecto central para a identidade de um indivíduo ou de um grupo, oferecendo


uma linha de continuidade com o passado, mantida viva através das práticas das tradições
culturais, não sendo estática nem imutável, mas variável e adaptável.

9. Conclusão

Do estudo feito sobre a cultura, conclui-se que a cultura é adquirida, isto é, ela não é transmitida
biologicamente mas sim o homem adquire os valores culturais na sociedade em que se encontra
inserido. A cultura é diversificada, vasta e muito complexa. Ninguém a pode conhecer na
totalidade nem mesmo viver ou cumprir na totalidade as exigências culturais, dada a sua
vastidão.

Todas as culturas são igualmente dignas. Nenhuma cultura é melhor ou superior à outra, existem
apenas características específicas que distinguem uma determinada cultura de tantas outras,
reforçando a identidade do grupo detentor da mesma. De igual modo que não existem indivíduos
sem cultura.

A cultura é dinâmica e o seu dinamismo é garantido pelo homem, muitas vezes de forma
inconsciente. Ela tem uma relação muito forte com a natureza, com o ambiente e com a
sociedade, porquanto ela é um factor social.

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BIBLIOGRAFIA

• Geertz, C. A interpretação das culturas, Rio de Janeiro, Zahar, 1978.

• Hall, Stuart, A identidade cultural da pós-modernidade, DP&A editora.

• Martinez, Francisco Lerma, Antropologia Cultural, Guia para o estudo, Paulinas


editorial, 5ª edição, Maputo, 2007.

• Simbine Jr, Rafael, Inculturação, O que é e como fazer, Paulinas editorial, Maputo,
2009.

• Web Missionary, A cultura e as culturas, Oficinas Officas ASA, 1ª Edição, Rio Tinto,
Portugal.

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