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Neste texto o autor elabora uma comparação entre dois bairros, o da Madragoa

em Lisboa e o Raval em Barcelona, onde ele explora o conceito de rua como


um centro de diferenciação cultural, não deixando de analisar igualmente o
modo de subsistência dos velhos moradores dos bairros antigos, que tal como
ele diz na pág. 144, “interessa-me analisar as estratégias de subsistência dos
velhos moradores dos bairros antigos da cidade, ao lidar com o turbilhão de
mudanças urbanísticas, sociais e económicas que tendem a marginalizá-los
e/ou a expulsá-los.”

As comparações surgem das transformações urbanísticas que ambas as


cidades sofrem, este caracterizado pelos fluxos de pessoas e capitais, por
estilos de vida contrastantes e por interacções globais e cada um relacionado
com eventos realizados:

A intervenção no Raval relacionada com os Jogos Olimpicos de Barcelona em


1992 e as ruas do recinto da Expo 98 contrapostas às ruas da Madragoa.

As comparações iniciam-se com a Madragoa nos anos 1980, em que como se


pode ler na pág. 145, a rua era um espaço natural de interacção, tanto para
quem a visitava como para os próprios residentes, onde as relações sociais
descreviam-se como “sociabilidade de becos e cantinhos”, onde a apropriação
das ruas por parte dos seus vizinhos transformava o espaço público num
espaço semi-privado.

Passando para o Raval nos anos 1990 e inicio da época actual, nas zonas
menos afectadas pelas renovações urbanísticas e fluxos de população nova,
ainda se podia detectar um tipo similar de apropriação de rua como espaço
semiprivado.

No entanto, e tal como ocorre nos dias de hoje, predominam as relações


sociais anónimas, onde dificilmente se diferenciam os moradores residentes,
dos usuários quotidianos, dos transeuntes casuais.

Aqui o autor destaca o conceito de anonimato que já naquela altura se


começava a desenvolver e que sempre esteve associado ao conceito de
cidade.

Na Madragoa, nos finais do séc 19, devido ao aumento demográfico na zona


de Lisboa, provocado essencialmente por motivos migratórios, começou-se a
dar uma segmentação social do bairro, que acabou por se reflectir na sua
organização espacial, uma vez que as pessoas com mais recursos económicos
instalavam-se na zona Norte (em direcção à lapa), junto às partes altas da
encosta, enquanto que as pessoas com menos recursos se instalaram no
sentido do Rio Tejo, dando origem ao que actualmente designamos de bairro
típico e popular de Lisboa devido às varinas e pescadores.

Na actualidade e do ponto de vista social, existe uma grande incidência da


população idosa, observando-se que do ponto de vista das actividades
económicas as situações predominantes referem-se aos reformados,
domésticas, operários, trabalhadores dos transportes, comerciantes locais e
estudantes. É uma população de fracos recursos económicos, escolares e
profissionais.
Quanto ao Raval, desde finais do sec 18 era um bairro operário e industrial que
com a transferência das fábricas foi perdendo a centralidade e ganhando uma
crescente marginalização, acompanhada de uma progressiva degradação
urbanística, o que fez do Raval um bairro procurado por imigrantes que iam em
busca de casas com rendas baixas. Assim, no começo do séc XX já era um
bairro pobre, degradado e estigmatizado, tal como o autor indica na pág. 149,
passando a ser também conhecido como bairro Chinês (não devido aos
chineses que lá habitavam que eram muito poucos, mas devido a uma analogia
que fazemos de Chinatown. – estilo muito underground).
Portanto, teoricamente ambos passam por determinados processos de
gentrificação, mas as etnografias de cada um apontam para espaços de
encontro, lealdade de vizinhanças, formas associativas e actores sociais
extremamente diversos (pag.152).

Madragoa ainda permite ter o esperança Atletico Clube a organizar as Marchas


Populares mas no Raval isso já não se consegue pois ninguém se conhece e
as pessoas que lá habitam são recentes ou estão meramente de passagem.

Importante reter: As alterações que se devem fazer nas ruas para que haja
uma promoção da interacção entre os indivíduos que a frequentam, que se
torne cada vez mais um espaço de vivências, para que as pessoas vivam
grande parte das suas vidas na rua e não entre quatro paredes.

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