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Autorresponsabilidade - um grande salto para o empoderamento pessoal.

Por Daniel Spinelli (Consultor e Diretor da PS Treinamento Empresarial)


daniel@pstreinamentoempresarial.com.br

Há décadas, o comportamento humano vem sendo estudado, entre outros aspectos,


sob a ótica das nossas crenças da relação entre nossos comportamentos e os
resultados que obtemos na vida. Diversos autores vêm apresentando suas abordagens
a esse tema o qual certamente merece uma atenção cuidadosa de pessoas
interessadas em entender esse importante processo que nos dá interessantes pistas
do nosso nível de controle sobre nossos resultados. Isso lhe interessa?

Pois é, para mim interessou bastante. Um


bom exemplo para abrirmos o tema é o
daquela pessoa que sempre joga na loteria e
deposita nessa probabilidade – que, diga-se
de passagem, é um tanto quanto baixa - suas
principais chances de realização de sonhos.
Conhece alguém assim? Infelizmente há um
enorme número de pessoas que têm a loteria
como seu plano A, e muitas vezes o único
plano, de projeto financeiro.

Esse exemplo nos leva ao que considero o cerne da questão: se acredito que os
resultados que obtenho são determinados por fatores externos (como sorte ou
destino) ou se são determinados pelas minhas habilidades (fatores internos).

Introdução ao Conceito de Lócus de Controle

Julian B. Rotter é um dos autores que mais pesquisou esse tema e desde a década de
50 vem apresentando uma série de estudos. Rotter propõe um interessante conceito
que facilita esse entendimento o qual ele batizou de “Expectativas Generalizadas do
Controle Interno e Externo Sobre o Reforço”, mais conhecida como Lócus de Controle.
Significando Local de Controle, resumidamente o conceito divide em duas
possibilidades relacionadas com “onde” acreditamos estar o controle sobre nossos
resultados:

Lócus de Controle Interno: Quando acreditamos que os resultados e recompensas que


obtemos, sejam eles satisfatórios ou não, são a consequência de nossos próprios
comportamentos, atributos e decisões.

Lócus de Controle Externo: Quando acreditamos que os resultados e recompensas que


obtemos são a consequência da ocorrência de fatores fora do nosso controle e que
nada ou pouco poderíamos ter feito para que fosse diferente.
Empoderamento

Obviamente, utilizamos diferentes Lócus de Controle conforme a característica da


situação com a qual nos deparamos. Mas, o mais importante desse conceito é que
quanto mais no Lócus Interno nos posicionamos, maior responsabilidade assumimos
sobre nossos resultados. Se nos sentimos mais responsáveis sobre um tema,
automaticamente temos mais controle sobre isto e se temos mais controle temos mais
poder. Nesse ponto você já deve ter concluído que o Lócus Interno é a mais sã das
opções. No entanto, pesquisas aplicadas mostram que a grande maioria das pessoas
atua predominantemente no Lócus Externo tolhendo significativamente seu controle
sobre os próprios resultados. Em 1959, Melvin Seeman, nos seus estudos sobre os
significados da alienação, relacionou pela primeira vez os temas empoderamento e
Lócus de Controle.

Outro dado importante em favor da relação entre empoderamento e o uso do Lócus


de Controle Interno vem do autor Wayne Stewart Jr. (1996) que lista o Lócus de
Controle como uma das quatro características mais importantes em Empreendedores
de Sucesso, definindo o Lócus Interno como uma “forte crença de que ele/ela controla
o seu próprio destino.”

Autopercepção

Mas para sermos mais pragmáticos vamos fazer uma reflexão calma e sincera para
perceber em qual Lócus de Controle você tem atuado mais no seu dia a dia e para que
identifique alguma oportunidade de aplicação desse conceito na sua vida.

• Quanto você pode estar atribuindo ao seu cônjuge a responsabilidade por problemas
de relacionamento?

• Quanto você pode estar colocando a responsabilidade por suas finanças em questões
macroeconômicas, aos altos preços dos bens de consumo ou a pessoas da sua família
que têm maus hábitos financeiros?

• E quanto do problema de relação com


um chefe ou subordinado você atribui
aos problemas de personalidade do
outro?

• E quanto às questões de falhas de


desempenho relacionadas a processo,
qualidade, prazo ou satisfação do cliente, você sabe apontar onde está o problema?
Consegue enxergar o quanto você pode fazer para solucioná-los?

• Considerando que uma das maiores contribuições que o conceito de Lócus de Controle
já deu foi para a área da saúde, pergunte-se (para checar suas crenças) o que tem

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causado a você alguma doença como problemas gástricos ou respiratórios, excesso de
peso, pressão alta, dores de cabeça ou gripes frequentes?

O ponto-chave é: enquanto o problema estiver fora de você, a solução também


estará. E se seu resultado não depende de você, a quem você está atribuindo o poder
de controlar os resultados da sua vida?

Ponto de Partida

Ao ter contato com esse conceito pela primeira vez, eu achava que atuava com o Lócus
de Controle Interno para a maioria das coisas na minha vida. Creio que não fui
profundo ou sincero o suficiente quando me analisei com perguntas como as que
coloquei acima. À medida que fui me observando, graças a ter entendido esse
conceito, pude perceber que na verdade meu Lócus predominante era o Externo e que
eu precisava rever algumas crenças e comportamentos se quisesse aumentar meu
poder de realização e ficar menos à deriva lamentando problemas.

Vale a pena perceber o porquê da maioria das pessoas ter uma forte tendência de ficar
mais no modus operandi do Lócus de Controle Externo. Há um benefício psicológico
quando não temos responsabilidade sobre os resultados. Diminuímos – muitas vezes
anulamos – nossas chances de sucesso mas, em contrapartida nos protegemos das
frustrações ou dos gastos energéticos nas mudanças que seriam necessárias para
obtermos resultados diferentes.

Ou seja, o Lócus Externo é uma forma inconsciente


que aprendemos em muitas experiências que já
passamos desde a nossa infância que, se o problema
não é meu, as coisas ficam mais leves para mim.
Uma ótima receita para ficarmos “quentinhos” na
nossa zona de conforto. O problema é que nosso
inconsciente começa a funcionar dessa maneira sem
nos consultar (nossa mente consciente) se estamos
de acordo com isso em cada caso. E vale para os dois casos, que quanto mais
utilizamos um Lócus de Controle (Externo ou Interno) mais solidificamos nossa
estrutura de crenças e consequentes comportamentos que implicam diretamente nas
expectativas que temos sobre os resultados dos nossos atos. Você acha que isto está
relacionado com motivação? Feather (1959), através de seus estudos concluiu que sim
quando afirmou que “a motivação é reduzida em tarefas baseadas em sorte quando
comparadas a tarefas baseadas em habilidade”. Outro pesquisador do tema, Albert
Shapero (1975), através de pesquisas realizadas com empresários e estudantes de
administração texanos e empresários italianos, identificou que a diferença marcante
encontrada em empreendedores de sucesso é seu alto índice de Lócus de Controle
Interno.

Aprendizagem
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Wyckoff e Sidowsky (1955) concluíram em seus estudos que o comportamento das
pessoas muda significativamente quando elas percebem que uma determinada
situação não é apenas uma questão de sorte.

Diferenças consistentes são encontradas nas pessoas à medida que elas tendem a
atribuir maior controle pessoal aos seus próprios resultados. Pesquisas mostram outra
diferença que surgiu entre pessoas orientadas pelo Lócus Externo e Interno: a
facilidade de identificação de estar sob uma circunstância cujos resultados dependem
da sorte ou do acaso. Quando usam o Lócus Interno, as pessoas identificam
rapidamente qual o nível de controle que têm sobre os desfecho de uma situação.
Com isso, gastam menos energia com a mesma, pois buscam rapidamente desenvolver
uma estratégia para potencializar seus resultados, enquanto que no Lócus Externo as
pessoas tendem a ficar muito mais tempo fazendo tentativas em algo que
absolutamente está fora do seu controle.

Isso nos leva a deduzir também que as pessoas de Lócus Interno também tendem a
aprender mais rápido, uma vez que trabalham com foco no resultado, desenvolvendo
constantes estratégias para conseguir o desfecho desejado.

Mudança

Com base na minha própria experiência, conhecer esse conceito e jogar essa luz na sua
forma de funcionar deve gerar autodescobertas bastante interessantes. Esse exercício
poderá ajudá-lo(a) a entender aspectos fundamentais que podem estar influenciando
em questões do dia a dia que o(a) preocupam ou roubam sua energia.

Trenqual (1981) trouxe uma comparação entre os caminhos da realização exitosa e da


não exitosa as quais cito sob a perspectiva do nosso tema em questão:

Respostas Resultados Cognitivos Efeitos na


Realização
Cognitivas Possíveis e Emocionais conduta
Atribuição do êxito ao Aumenta o sentimento Aumento do
CONDUTA DE
esforço pessoal, em positivo associado à comportamento
REALIZAÇÃO
oposição a fatores realização e à expectativa orientado à
EXITOSA
ambientais de êxito na tarefa realização
Diminuição na expectativa
CONDUTA DE Diminuição do
Atribuição da razão do de êxito na tarefa.
REALIZAÇÃO comportamento
fracasso à sorte ou à Aumenta o sentimento
NÃO orientado à
dificuldade da tarefa negativo associado à
EXISTOSA realização
realização
Quadro sobre Lócus de Controle e efeitos na conduta, adaptado de Morales (2004, p.46).

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Começando a Aplicar

Para finalizar cito uma sugestão de uma


forma prática para começar a aplicar
esse conceito em equipe numa reunião
de trabalho. Quando você perceber que
um tema chega num impasse e que se
começa a responsabilizar fatores
externos, pessoas não presentes ou
outras áreas da empresa, lance a
questão: “Mas o que nós podemos
fazer? Quais as ações e decisões estão
na nossa mão para solucionarmos essa
questão?”. Com isso você estará migrando para o Lócus de Controle Interno e
convidando o grupo a fazer o mesmo.

Espero com esse texto ter contribuído para seu desenvolvimento pessoal. Tenho boas
evidências de que nosso processo de empoderamento pessoal fica reforçado se passar
pela atenção em aplicar o Lócus de Controle Interno cada vez mais em nossas vidas.

Bibliografia:

Julian Rotter (1954, 1955, 1960, 1961 e 1965)

Morales, Sandro Afonso – Relação entre Competências e Tipos Psicológicos Junguianos nos
Empreendedores. Florianópolis, 2004. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.

Rotter, Julian - Generalized Expectancies for Internal Versus External Control of


Reinforcement. Monografia de 1966.

Seeman, Melvin - On the meaning of alienation. American Sociological Review, 1959.

Kiggundo, Moses N. - Managing Globalization in Developing Countries and Transition


Economies. Greenwood Publishing Group, 2002.

Stewart Jr., Wayne - Psicological Correlates of Entrepreneurship. Garland, 1996.

Wyckoff, L. B., & Sidowsky,J. G. - Probability discrimination in a motor task. Journal of


Experimental Psychology, 1955.

Shapero, Albert - The Displaced, Uncomfortable Entrepreneur” Psychology Today, November


1975.

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