Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Iam a conversar e passou por eles uma senhora, que Carlos reconheceu
logo por aquele andar de Deusa, aquela beleza única. Os olhos dele
fixaram-se nos dela. No dia seguinte,
Carlos voltou lá e viu-a logo, mas vinha acompanhada pelo marido. Nos
três dias seguintes, continuou a ir lá, mas nunca mais a vira. A Gouvarinho
visitou-o no Ramalhete com a desculpa de que seu filho estava doente.
Carlos ia-se aproximando dela e ela deixava. Entretanto, encontrou
Dâmaso, que lhe dera a notícia de um romance divino, estava muito feliz.
Dias depois, Carlos soube por Taveira que esse romance era com a tal
mulher brasileira, que tinha uma cadelinha. Eram os Castro Gomes!
Naquela época, se se é admirador da mulher, lisonjeia-se o marido. Carlos
ficou muito perturbado e combinou com Cruges irem a Sintra, para onde
fora a tal mulher.
Puseram-se então a caminho de Sintra, Carlos e o maestro Cruges. Este
ficou impressionado com o aspecto resplandecente de Carlos. Este estava
ansioso para ver aquela mulher, já estava a imaginar encontros.
Chegaram a Sintra e instalaram-se no “Nunes”. Carlos perguntou ao criado
pelo Sr. Dâmaso Salcede e ele disse-lhe que devia estar na Lawrence.
Quem encontraram no “Nunes” foi o Eusebiozinho, acompanhado por duas
espanholas e um senhor, que rapidamente foram apresentados. Eram a
Lola, a Concha e o
Palma. Eusebiozinho disse que as duas pertenciam ao Palma e Concha fez
um escândalo e foi-se embora furiosa. Por conselho de Palma,
Eusebiozinho foi-lhe pedir perdão e fizeram as pazes.
Carlos e Cruges foram até ao hotel da Lawrence e viram Alencar, que já
não os largava. Este contou a Carlos que viu um lindo cãozinho de luxo na
Lawrence e eles ouviram uma flauta, supostamente do Sr. Castro Gomes.
Foram os três até Seteais e quando voltaram Carlos soube por um
burriqueiro que a família Castro Gomes foi para o palácio. Ele avistou-os
de longe, mas logo depois soube que partiam para Lisboa, por vontade dela,
pois estava preocupada com a filha que lá deixaram. A Sra. era muito
madrugadora. Carlos não parava de pensar nela. Os três amigos jantaram
bacalhau feito por Alencar e seguiram para Lisboa.
Já em Lisboa, no Ramalhete, Carlos recebeu uma carta do Gouvarinho para
um jantar.
Dâmaso apareceu em casa de Carlos, aflito, pedindo-lhe que o
acompanhasse até à casa dos Castro Gomes, pois a pequena (de 6 anos)
estava doente e os pais tinham ido a Queluz.
Carlos foi com ele e ficou encantado com a beleza da menina. Chamava-se
Rosa (ou Rosicler, como o pai lhe chama) e a sua boneca, Cricri. A
decoração e certos retoques revelavam a mulher de gosto e de luxo, que era
a Castro Gomes. A menina pareceu gostar dele, ela estava bem.
Depois de saírem, Carlos quis saber desse romance do Dâmaso e este
contou-lho. Disse-lhe que o marido dela ia para o Brasil daqui a dias e que
ela ficava cá dois ou três meses. E como ele já era íntimo da casa… ia
aproveitar!
Carlos estava sozinho em casa quando apareceu o Ega, vestido de
Mefistófeles para o baile de máscaras. O Cohen expulsou-o de casa, à
frente de duas pessoas. Com certeza que descobriu que ele andava
envolvido com Raquel.
Ega agora queria desafiá-lo e matá-lo, mas Carlos sugeriu-lhe que não o
fizesse e com ele concordou Craft. Ega estava de rastos, gostava mesmo
dela e temia que Cohen a matasse. Em casa dele apareceu a Sra. Adélia, a
empregada dos Cohens, que lhe disse que Raquel tinha levado uma coça do
marido e que amanhã iriam para Inglaterra.
Já toda a Lisboa sabia do sucedido e Ega, triste, partiu para a quinta da
mãe, em Santa Apolónia.
Carlos foi ficando mais íntimo dos Gouvarinhos.
Afinal, Castro Gomes já não ia ao Brasil.
A Gouvarinho convidou Carlos para beberem chá lá em casa e acabaram
por dar um beijo.
Durante três semanas, Carlos foi-se encontrando sempre com a condessa de
Gouvarinho (numa casa de uma tia dela) e começava a estar farto daqueles
beijos dela.
Ao pé do Grémio, Carlos viu Rosa a dizer-lhe adeus toda contente,
acompanhada de sua mãe, aquela mulher que realmente o encantara. Carlos
queria conhecê-la, estar com ela. Então, combinou com o Dâmaso que
levasse os Castro
Gomes de visita aos Olivais, a casa de Craft.
Houve uma corrida de cavalos no hipódromo. Os olhos de Carlos
procuravam a tal mulher, mas esta não foi ver a corrida.
Ega estava a escrever, em Celorico, “O Lodaçal”, para se vingar de Lisboa.
Dâmaso nunca mais disse nada a Carlos e falhara a visita aos Olivais.
Carlos reviu Clifford, um grande sportman que já não via há um ano.
Apareceu a condessa de Gouvarinho e disse-lhe que tinha de ir, no dia
seguinte, para o Porto e queria que ele fosse também. No fundo, ele não
queria ir. Mas afinal ela só queria uma
noite com ele, no hotel, em Santarém. Ele sentiu-se indignado.
Carlos apostou no cavalo “Vladimiro” e foi esse mesmo que ganhou.
Dâmaso contou a Carlos que o Castro Gomes já fora para o Brasil e que a
madame estava instalada no mesmo prédio que Cruges. Carlos acabou por
ceder e disse à condessa que ia com ela.
Carlos recebeu uma carta da mãe de Rosa a pedir-lhe que fosse a casa dela,
no dia seguinte de manhã, para ver um doente. Ele ficou radiante.
Carlos foi a casa dela, na Rua de São Francisco. Soube o seu nome, Maria
Eduarda e combinava com o seu, Carlos Eduardo. Era a governanta que
estava doente. A cadela dela chamava-se Niniche e ele também já tinha tido
uma com o mesmo nome. Ele foi ver Miss Sara, a governanta. Depois,
conversou com Maria e soube que afinal ela era Portuguesa. Tinham muitas
coisas em comum.
Já em casa dele, recebeu uma carta da Gouvarinho, ele já a detestava! E
estava decidido a não ir com ela a Santarém. Foi a Santa Apolónia a fim de
inventar uma desculpa e, por sorte sua, o marido resolveu acompanhá-la.
Dâmaso também partia de comboio, pois morreu o seu tio.
Carlos livrou-se assim dos importunos e durante semanas foi a casa de
Maria Eduarda com a desculpa de ver a doente. Falavam muito e davam-se
muito bem. Ela achava Dâmaso insuportável.
Até que um dia, este chegou a casa dela e estava lá Carlos. Dâmaso não
gostou muito de o ver lá, mas Carlos explicou-lhe que estava lá como
médico.
O Ega chegou ao Ramalhete, a fim de ficar uns dias. Anunciou a Carlos
que segunda-feira iam os dois jantar a casa da condessa de Gouvarinho,
pois ela tinha convidado.
Dâmaso contou ao Ega que Carlos andava metido com uma brasileira, de
quem Dâmaso gostava e lha apresentara.
A condessa estava amuada com Carlos, pois ele não lhe respondia às cartas.
Ela também já sabia da história com a brasileira, pelo Dâmaso. Carlos
explicou-lhe que só lá ia como médico. Às escondidas no gabinete, ela
beijou-o e combinou com ele encontrarem-se em casa da Titi, no dia
seguinte. Esteve com ela e depois foi a casa de Madame Gomes.
Maria pediu a Carlos que lhe arranjasse uma casa para ela alugar, no Verão.
Ele lembrou-se da casa de Craft, nos Olivais. Ela adorou a ideia e olhou-o
fixamente durante algum tempo. Ele confessou a adora e um romance voou
ali.
Ela contou-lhe que vivera sempre com a mãe e que tinha tido uma irmã,
mas morreu em pequena. No entanto, não se lembra.
Passado uns dias, Carlos chegou de Santa Olávia. Castro Gomes apareceu
de surpresa no Ramalhete e disse a Carlos que recebera uma carta anónima
a informá-lo que a sua mulher andava com Carlos da Maia, e que já toda a
Lisboa o sabia. Explicou então a Carlos que aquela senhora não era sua
mulher.
Simplesmente vive com ela há três anos. O seu verdadeiro nome é Madame
MacGren. A Rosa não é filha dele e Maria era uma mulher a quem ele
pagava.
Acrescentou ainda que iria partir nessa mesma noite para Madrid. Carlos
ficou chocado. Carlos estava decidido a enviar uma carta a Maria,
remetendo-lhe o preço dos dois meses que dormiu com ela. Carlos viu logo
que Dâmaso era o autor daquela carta.
Mudou de ideias e decidiu ir mesmo aos Olivais saber o porquê daquela
mentira. Mélanie disse-lhe que ela estava muito mal, pois já soubera que
Castro Gomes tinha contado tudo a Carlos. A senhora vivia agora das suas
jóias. Maria contou a história toda a Carlos. A culpa foi de sua mãe, ela
obrigou-a a fugir com outro homem. Mas depois ele morreu e deixou-lhe a
Rosa. Viu sua filha com fome e conhecera Castro Gomes. Ela estava
desesperada… Mas ela mentiu-lhe e Carlos não a perdoava. Ela ao início ia
dizer-lhe, só que ele não a deixou falar e falou logo em fugirem juntos. Ela
chorava, chorava… Até que ele a pediu em casamento e ela ficou muito,
muito feliz!
Carlos mudou-se uns tempos para os Olivais e Rosa ficou muito contente.
Maria contou a sua história toda a Carlos. Nasceu em Viena. A sua mãe era
prostituta e meteu-a num convento logo de pequena. Ficou triste quando
deixou o convento, mas mais ficou ao ir com sua mãe para Paris. Teve
medo daqueles homens e chegou Mac Gren e partiu com ele. Nasceu Rosa.
A sua mãe estava doente e ela deixava-se guiar pelas suas ideias. Mac Gren
morreu em batalha, Rosa tinha fome, a mãe estava doente e ela deixou-se
levar por Castro Gomes.
Ega sugeriu a Carlos que esperasse que Afonso da Maia morresse em paz e
só depois casasse com Maria para o avô não ter desgostos. Carlos achou
boa ideia.
Carlos apresentou Maria aos amigos e ela gostou daquelas festas de
amizade.
Ele dava lições a Rosa. Recebeu o jornal “A Corneta do Diabo” e leu um
artigo que só dizia mal dele, mal dele e de Maria.
Um sujeito na rua ficou assombrado ao ver Maria. Era o tio do Dâmaso, o
Guimarães, que foi muito amigo da mãe dela.
Carlos e Ega foram ter com Palma, o redactor do jornal, e pagaram-lhe para
ele dizer quem lhe pagou para escrever aquilo. Foi o Dâmaso!
Carlos queria um duelo e então mandou Cruges e o Ega e, então, mandou
Cruges e o Ega ir a casa do Dâmaso. Ou a dignidade ou a vida. Dâmaso
preferiu assinar um documento onde desmentia tudo e se humilhava a ele
próprio. Ega escreveu-o e Dâmaso passou-o a limpo. Lá confessava estar
bêbedo nessa altura e muitas outras vezes. Carlos leu a carta e deixou-a
com Ega.
Carlos e Maria regressaram a Lisboa. Afonso da Maia chegou no dia
seguinte.
Carlos e Ega estão decididos a fazer uma revista.
Ega viu Cohen e Dâmaso juntos e ficou furioso, decidiu então publicar a
carta humilhante de Dâmaso. Assim, Cohen viria que estava com um
bêbedo.
Dâmaso foi para Itália.
Carlos e Ega foram ver o sarau ao Teatro da Trindade.
Guimarães pediu a Alencar que lhe apresentasse Ega. Guimarães perguntou
ao Ega se o achava com cara de bêbedo, pois já tinha lido o artigo do
sobrinho em que dizia que aquilo de ser bêbedo era hereditário, de família e
Dâmaso disse-lhe que o Ega lhe obrigou a escrever aquilo. Ega justificou-
se e ficaram amigos.
Alencar e Cruges actuaram. Cruges como maestro e Alencar como poeta.
As pessoas adoraram, principalmente a poesia de Alencar sobre a
democracia e o sentimento.
Guimarães disse a Ega que foi íntimo da mãe de Carlos da Maia e que ela
lhe pediu que guardasse um cofre com papéis importantes. Ele pediu a Ega
que o entregasse a Carlos da Maia ou à irmã. Ega disse que Carlos não tem
irmã, mas Guimarães garantiu-lhe que tem, que é Maria Eduarda, que a viu
com ele no outro dia com ele no outro dia numa carruagem. Guimarães
contou-lhe a história toda dela e batia tudo certo. A sua mãe dissera-lhe que
o pai dela era um fidalgo austríaco, com quem casara na Madeira. Mas
Guimarães já a conhecia em Lisboa e sabia que era filha de Pedro da Maia.
Ega ficou chocado, Carlos amante da irmã!
Guimarães deu-lhe a caixa e ia partir imediatamente para Paris. Ega não
sabia dizer aquilo a Carlos nem sabia se havia mesmo de dizê-lo!
Afonso da Maia
Caracterização Física
Como dizia Carlos: "lembrava um varã o esforçado das idas heró icas, um D. Duarte
Caracterização Psicológica
Provavelmente o personagem mais simpá tico do romance e aquele que o autor mais
valorizou.
Enquanto jovem adere aos ideais do Liberalismo e é obrigado, pelo seu pai, a sair de casa.
Instala-se em Inglaterra mas, falecido o pai, regressa a Lisboa para casar com Maria
Eduarda Runa.
Mais tarde, dedica a sua vida ao neto Carlos. Já velho passa o tempo em conversas com os
amigos, lendo com o seu gato – Reverendo Bonifá cio – aos pés, opinando sobre a
necessidade de renovaçã o do país.
Ama a natureza e o que é pobre e fraco. Tem altos e firmes princípios morais.
Morre de uma apoplexia, quando descobre os amores incestuosos dos seus netos.
Pedro da Maia
Caracterização Física
Era pequenino, face oval de "um trigueiro cálido", olhos belos – "assemelhavam-no a um
belo á rabe".
Valentia física.
Caracterização Psicológica
Tinha assiduamente crises de "melancolia negra que o traziam dias e dias, murcho,
amarelo, com as olheiras fundas e já velho".
Eça de Queiró s dá grande importâ ncia à vinculaçã o desta personagem ao ramo familiar
dos Runa e à sua semelhança psicoló gica com estes.
Apesar da robustez física, é de uma enorme cobardia moral (como demonstra a reacçã o do
suicídio face à fuga da mulher).
Carlos da Maia
Caracterização Física
Carlos era um belo e magnífico rapaz.
Era alto, bem constituído, de ombros largos, olhos negros, pele branca, cabelos negros e
ondulados. Tinha barba fina, castanha escura, pequena e aguçada no queixo. O bigode era
arqueado aos cantos da boca.
Como diz Eça, ele tinha uma fisionomia de "belo cavaleiro da Renascença".
Caracterização Psicológica
Carlos era culto, bem educado, de gostos requintados. Ao contrá rio do seu pai, é fruto de
uma educaçã o à Inglesa.
Nã o foi devido a esta mas falhou, em parte, por causa do meio onde se instalou – uma
sociedade parasita, ociosa, fú til e sem estímulos.
Mas também devido a aspectos hereditá rios – a fraqueza e a cobardia do pai, o egoísmo, o
futilidade e o espírito boémio da mãe.
Eça quis personificar em Carlos a idade da sua juventude, a que fez a Questã o Coimbrã e as
Conferências do Casino e que acabou no grupo dos Vencidos da Vida, de que Carlos é um
bom exemplo.
Maria Eduarda
Caracterização Física
Maria Eduarda era uma bela mulher: alta, loira, bem feita, sensual mas delicada, "com um
passo soberano de deusa", é "flor de uma civilizaçã o superior, faz relevo nesta multidã o de
mulheres miudinhas e morenas".
Era bastante simples na maneira de vestir, "divinamente bela, quase sempre de escuro,
com um curto decote onde resplandecia o incompará vel esplendor do seu colo"
Caracterização psicológica
Podemos verificar que, ao contrá rio das outras personagens femininas Maria Eduarda
nunca é criticada, Eça manteve sempre esta personagem à distâ ncia, a fim de possibilitar o
desenrolar de um desfecho dramá tico (esta personagem cumpre um papel de vítima
passiva).
Maria Eduarda é entã o delineada em poucos traços, o seu passado é quase desconhecido o
que contribui para o aumento e encanto que a envolve.
"Maria Eduarda! Era a primeira vez que Carlos ouvia o nome dela; e pareceu-lhe perfeito,
condizendo bem com a sua beleza serena."
Uma vez descoberta toda a verdade da sua origem, curiosamente, o seu comportamento
mantém-se afastado da crítica de costumes (o seu papel na intriga amorosa está
cumprido), e esta personagem afasta-se discretamente de "cena".
Maria Monforte
Caracterização Física
É extremamente bela e sensual. Tinha os cabelos loiros, "a testa curta e clá ssica, o colo
ebú rneo".
Caracterização Psicológica
É vítima da literatura româ ntica e daqui deriva o seu cará cter pobre, excêntrico e
excessivo.
Costumavam chamar-lhe negreira porque o seu pai levara, noutros tempos, cargas de
negros para o Brasil, Havana e Nova Orleães.
Apaixonou-se por Pedro e casou com ele. Desse casamento nasceram dois filhos.
Mais tarde foge com o napolitano, Tancredo, levando consigo a filha, Maria Eduarda, e
abandonando o marido - Pedro da Maia - e o filho - Carlos Eduardo.
Fê-lo por amor, nã o por maldade. Morto Tancredo, num duelo, leva uma vida dissipada e
morre quase na miséria.
João da Ega
Caracterização Física
Ega usava "um vidro entalado no olho", tinha "nariz adunco, pescoço esganiçado, punhos
tísicos, pernas de cegonha".
Caracterização Psicológica
Joã o da Ega é a projecçã o literá ria de Eça de Queiró s. É uma personagem contraditó ria. Por
um lado, româ ntico e sentimental, por outro, progressista e crítico, sarcá stico do Portugal
Constitucional.
Era o Mefistó feles de Celorico. Amigo íntimo de Carlos desde os tempos de Coimbra, onde
se formara em Direito (muito lentamente).
A mã e era uma rica viú va e beata que vivia ao pé de Celorico de Bastos, com a filha.
Boémio, excêntrico, exagerado, caricatural, anarquista sem Deus e sem moral.
Sofre também de diletantismo, concebe grandes projectos literá rios que nunca chega a
executar.
Terminado o curso, vem viver para Lisboa e torna-se amigo insepará vel de Carlos.
Como Carlos, também ele teve a sua grande paixã o - Raquel Cohen.
Ega, um falhado, corrompido pela sociedade, encarna a figura defensora dos valores da
escola realista por oposiçã o à româ ntica.
É ele que diz a verdade a Maria Eduarda e a acompanha quando esta parte para Paris
definitivamente.
Conde de Gouvarinho
Caracterização Física
Era ministro e par do Reino. Tinha um bigode encerado e uma pêra curta.
Caracterização Psicológica
Era voltado para o passado. Tem lapsos de memó ria e revela uma enorme falta de cultura.
Condessa de Gouvarinho
Caracterização Física
Cabelos crespos e ruivos, nariz petulante, olhos escuros e brilhantes, bem feita, pele clara,
fina e doce.
Caracterização Psicológica
Carlos deixa-a, acaba por perceber que ela é uma mulher sem qualquer interesse,
demasiado fú til.
Dâmaso Salcede
Caracterização Física
A ele e ao tio se devem, respectivamente, o início e o fim dos amores de Carlos com Maria
Eduarda.
Caracterização Psicológica
É dele a carta anó nima enviada a Castro Gomes, que revela o envolvimento de Maria
Eduarda com Carlos.
O seu cará cter é tã o baixo, que se retracta, a si pró prio, como um bêbado, só para evitar
bater-se em duelo com Carlos.
Sr. Guimarães
Caracterização Física
Caracterização Psicológica
Conheceu a mãe de Maria Eduarda, que lhe confiou um cofre contendo documentos que
identificavam a filha.
Alencar
Caracterização Física
Tomá s de Alencar era "muito alto, com uma face encaveirada, olhos encovados, e sob o
nariz aquilino, longos, espessos, româ nticos bigodes grisalhos".
Caracterização Psicológica
Era calvo, em toda a sua pessoa "havia alguma coisa de antiquado, de artificial e de
lú gubre".
É o poeta do ultra-romantismo.
Cruges
Caracterização Física
"De grenha crespa que lhe ondulava até à gola do jaquetã o", "olhinhos piscos" e nariz
espetado.
Caracterização Psicológica
Segundo Eça, "um diabo adoidado, maestro, pianista com uma pontinha de génio".
É desmotivado devido ao meio lisboeta - "Se eu fizesse uma boa ó pera, quem é que ma
representava".
Craft
É uma personagem com pouca importâ ncia para o desenrolar da acçã o, mas que
representa a formaçã o britâ nica, o protó tipo do que deve ser um homem.
Defende a arte pela arte, a arte como idealizaçã o do que há de melhor na natureza.
É culto e forte, de há bitos rígidos, "sentindo finamente, pensando com rectidã o".
Eusebiozinho
Também conhecido por Silveirinha, era o primogénito de uma das Silveiras - senhoras
ricas e beatas.
Amigo de infâ ncia de Carlos com quem brincava em Santa Olá via, levando pancada
continuamente, e com quem contrastava na educaçã o.