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INTERNATIONAL BIBLICAL SEMINARY.


INC.

BIBLIOLOGIA
A DOUTRINA DAS SAGRADAS
ESCRITURAS

Pastor
Ronaldo Batista Pereira
Bibliologia – 2

BIBLIOLOGIA - AS ESCRITURAS SAGRADAS.

Conteúdo

Unidade I – As Escrituras como livro.

Unidade II – As Escrituras e sua mensagem.

Unidade III – As Escrituras e sua estrutura.

Unidade IV – Como chegaram até nós as Escrituras.

Unidade V – A praticidade das Escrituras.

UNIDADE I – AS ESCRITURAS SAGRADAS COMO LIVRO.

Em 1983 foi declarado pelo presidente da mais poderosa nação da Terra, “o ano da Bíblia”. Isso
demonstra o valor dado a um empreendimento divino tão antigo, porém, sempre atual. A Bíblia é um
livro singular em sua mensagem, inspiração, ensinos, autoridade e atualidade. Ela também é um livro
ímpar, por ser a revelação de Deus a humanidade, mostrando a mesma o caminho de voltar para seu
criador. Todos aqueles que acharam este caminho, e experimentaram seu poder, concordam ser ela um
dos maiores presentes outorgados pelo Todo-Poderoso.

Que nós acerca dela possamos dizer como disse o salmista: “Desvenda os meus olhos, para que
eu contemple as maravilhas da tua lei”, Sl 119.18. “Pois a mensagem da Bíblia é a mensagem de Jesus
Cristo. É a história da salvação e redenção através de Cristo. É a história da vida, da paz e da
eternidade.” Quando Deus assim ao nos atender, possamos dizer como disse o profeta Jeremias:
“Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois
pelo teu nome sou chamado, ó Senhor, Deus dos Exércitos” Jr 15.16 (ARA).

1.1 – Definição

A palavra livro no nosso idioma tem origem grega no singular “biblos”, e a palavra “bíblia” é
plural de livro. Portanto, Bíblia é uma coleção de livros sagrados, uma verdadeira biblioteca divina
entregue ao homem. A Bíblia contém sessenta e seis livros ao todo, divididos em dois testamentos: 39
livros no Antigo Testamento (A.T.) que são fatos narrados antes de Jesus Cristo; e Novo Testamento
(N.T.) 27 livros, que são narrativas de Jesus em diante. Quando falamos em “livro” pensamos nos livros
que vemos modernamente encadernados, mas a Bíblia foi escrita originalmente de forma manual e em
“papiros” e “pergaminhos”. Somente pessoas ricas ou templos “sinagogas” podiam possuí-la por causa do
seu elevado custo. Imagine o peso, volume e custo que era levar o livro de Isaías ou Salmos. Hoje temos a
satisfação de carregar conosco de modo barato e cômodo toda biblioteca divina manualmente.

1.2 – Importância

(1) Revela Deus. O Ser humano só pode conhecer a Deus, a medida que conhece a sua Palavra.
Não existe outro caminho, certo irmão ao escrever a Bíblia toda a mão afirmou que: “Conhecemos a Deus
a medida que conhecemos sua Palavra”. Gênesis assim começa: “No princípio criou Deus os céus e a
terra”, Gn 1.1; mostrando ao homem o Deus trino e eterno “Elhoim”, o autor de toda esta maravilha que
chamamos natureza e universo. A Bíblia não tenta provar a existência de Deus, ela simplesmente o revela,
mostra seus planos, sua vontade, e a benção que advém em acatá-la.

(2) É alimento para a alma. Nada pode substituir a Palavra de Deus como alimento espiritual, Mt
4.4; pois tudo o que é oferecido, não passam de paliativos, não passam de arengas estéreis. Somente “a

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Bibliologia – 3

Palavra que sai da boca de Deus”, tem o poder de nutrir eficientemente a alma faminta, trazendo
crescimento e progresso espiritual, 1Pe 2.2.

(3) Bússola que orienta. A Bíblia é nossa bússola que nos orienta atravessar através do dia a dia, os
mares desta vida, de modo seguro e em triunfo, 2 Co 2.14; Rm 8.37; conduzindo-nos ao porto desejado, a
Jerusalém, ao Trono do Soberano celeste, Ap 21.3-6. Portanto, pela orientação das Santas Escrituras, não
ficamos perdidos a mercê do mundo ou do pecado, pois, temos a bússola de Deus - a sua Palavra escrita.

(4) Instrumento de Batalha. Os crentes salvos, são soldados alistados para a peleja de Deus, não
somos chamados para vencer, pois já “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou”, Rm
8.37. Mas, somos chamados a celebrar a vitória de Jesus Cristo, na cruz do Calvário e ressurreição dentre
os mortos em favor de todos os homens, tornando se Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos, Rm 14.9.
A Palavra de Deus é a nossa “espada do Espírito”, Ef 6.17, que unida a oração destruímos todo
conselho, altivez e conhecimento que se opõe a Deus, 2 Co 10.4-5. E foi através desta “espada” que o
diabo foi derrotado por Cristo na tentação no deserto, Mt 4.

(5) Conduz o obreiro a condição de aprovado. Somos grandemente abençoados quando ouvimos
a mensagem da Bíblia Sagrada sendo exposta, com sabedoria e unção do alto, é bálsamo para alma
solícita e atribulada. São dignos de nota, aqueles obreiros que, lutam para alcançarem a condição de
aprovados diante Deus, pregando com toda coragem, e, manejando com destreza a sua ferramenta de
trabalho, 2 Tm 2.15. Apolo era homem assim, At 18.24-25. É esta ferramenta, a Palavra de Deus, que nos
conduz a condição de aprovados, o pedreiro, carpinteiro, pintor, lenhador etc., procura manter suas
ferramentas de trabalho preparadas a rigor para o bom desempenho de sua profissão. Caso contrário, isso
afeta na dinâmica do serviço, caindo o rendimento do mesmo. Com sabedoria disse Salomão: “... o que
rachar lenha expõe-se ao perigo. Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se devem por
mais forças; mas a sabedoria é excelente para dirigir.” Ec 10.9-10.

1.2 – Sua composição maravilhosa.

A Bíblia não foi escrita ou compilada por um homem só. Ao contrário foi uma revelação
progressiva e milagrosa escrita por aproximadamente 40 homens, num período de 1500 anos
ou mais. Estes homens conquanto tivessem uma inspiração comum escreveram em tempos,
condições e eram de classe social diferente: eram reis, profetas, sacerdotes, apóstolos,
pastores, pescadores, etc... É aí que vemos o grande milagre.

1.4 – Seus nomes

(1) Bíblia

(2) Escrituras.
 João 5:39 - Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas
que de mim testificam.
 Romanos 15:4 - Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de
que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.

(3) Espada do Espírito.


 Efésios 6:17 - Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

(4) Lei do Senhor.


 Isaías 30:9 - Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do
SENHOR.

(5) Livro da Lei.


 Josué 1:8 - Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas
cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e,
então, prudentemente te conduzirás.

(6) Livros.

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Bibliologia – 4

 Daniel 9:2 - No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de
que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de
setenta anos.

(7) Palavra da Verdade


 Tiago 1:18 - Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos
como que primícias das suas criaturas.

(8) Palavra de Cristo.


 Colossenses 3:16 - Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos
mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com
gratidão, em vosso coração.

(9) Palavra de Deus.


 Lucas 11:28 - Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam!

(10) Verdade.
 João 17:17 - Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

1.1 – Seus símbolos

(1) Água que limpa.


João 3:5 - Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no reino de Deus.
João 15:3 - Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;

(2) Alimento.
Jeremias 15:15-16 - Tu, ó SENHOR, o sabes; lembra-te de mim, ampara-me e vinga-me dos meus
perseguidores; não me deixes ser arrebatado, por causa da tua longanimidade; sabe que por amor de ti
tenho sofrido afrontas. Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria
para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos.
(3) Chuva que rega a terra.
Deuteronômio 32:2 - Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho,
como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva.
Isaías 55:10 - Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que
primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que
come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e
prosperará naquilo para que a designei.

(4) Espada do Espírito, Ef 6.17.


Efésios 6:17 - Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

(5) Espelho.
Tiago 1:23-25 - Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que
contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se
esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da
liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-
aventurado no que realizar.

(6) Fogo, Jr 23.29.


Jeremias 23:29 - Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?

(7) Lâmpada para os pés e luz para os caminhos.


Salmos 119:105 - Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.

(8) Martelo, Jr 23.29.


Jeremias 23:29 - Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?

(9) Orvalho sobre a relva, Dt 32.2.

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Deuteronômio 32:2 - Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho,
como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva.

(10) Semente, 1Pe 1.23; Lc 8.5-15.


1 Pedro 1:23 - pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível,
mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
Lc 8.5,13 - Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi
pisada, e as aves do céu a comeram. entendam. Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de
Deus.

UNIDADE II – A MENSAGEM DAS ESCRITURAS.

2.1 – Sua inspiração

(1) Definindo inspiração. Podemos definir inspiração como o sopro de Deus aspirado pelos
escritores sacros, de maneira que estes santos homens de Deus escreveram exatamente o necessário,
aquilo que Deus queria que escrevessem. Na linguagem de Pedro: “falaram movidos pelo Espírito
Santo”, 2Pe 1.21; e por causa desta inspiração sobrenatural que ela é sempre nova, apesar de tão antiga, é
por sua inspiração que homens se chegam a Deus, At 2.33-38; é por sua inspiração que ela contribui
formativamente, tanto em indivíduos, como nações inteiras. Pelo impacto produzido por ela, a conclusão
que se chega é que, ela é um livro incomum, é um livro escrito por homens inspirados por Deus.

(2) Inspiração plenária ou verbal. Cremos na “inspiração plenária” e também chamada de


“verbal”, isto é, todas as partes da Bíblia, são igualmente inspiradas, estudamos toda Bíblia, vivendo de
acordo com seus ensinos na esperança de chegar aos céus, Rm 8.24; pregamos todo o conselho de Deus,
ou seja, a Bíblia em sua inteireza, pois nossa convicção é: “Toda Escritura divinamente inspirada é
proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de
Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra” 1 Tm 3.16-17 (RC). Ela é a nossa regra
de fé!

2.2 – Sua autoridade

(1) O fato de sua inspiração. O que já comentamos, vide 2Tm 3.16; Rm 15.4.

(2) O fato de terem sido escolhidos homens santos e fiéis a Deus. Em cujo corações ardiam a
chama do fogo divino, dentre eles citamos Moisés, um príncipe legislador; Davi e Salomão, reis e poetas;
Isaías, um grande estadista; Amós, boiadeiro, um homem do campo; Paulo um intelectual e erudito;
Pedro, Tiago e João simples pescadores. Pedro escreveu: “Os homens santos de Deus falaram inspirados
pelo Espírito Santo”, 2 Pe 1.21.

(3) O fato de sua aceitação pelos antigos sua aceitação pelos antigos. Na verdade os escritores
bíblicos foram perseguidos, rejeitados e maltratados pelos seus compatriotas, quanto as suas mensagens
quando pregadas e escritas, não foram aceitas por sua geração, mas sendo os seus escritos preservados, e
suas profecias cumpridas, as gerações seguintes sob a liderança de reis e sacerdotes, aceitaram sua
autoridade divina, dando eles mesmos a sua aprovação, Jo 2.22: “Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre
os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de
Jesus”.

(4) O fato da autenticação de Cristo. Ele a citou, a cumpriu, a ensinou, utilizou-a em seus debates
etc. E depois de ressurreto assim se expressou: “Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas
coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que
dele se achava em todas as Escrituras” - Lc 24.26-27. Ainda hoje a rejeição da Palavra como no tempo
dos profetas, atesta sua autoridade divina, pois o mundo está engodado e mergulhado nas trevas
espirituais, mas por esta mesma Escritura que a rejeitam, os homens serão por ela [Cristo o verbo divino],
julgados, Jo 5.22.
João 12:48 – “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria
palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia”.

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Bibliologia – 6

2.3 – Seu tema central (Cristo)


Nos dias em que Cristo viveu, as Escrituras eram o Antigo Testamento somente, sendo
portanto, a Bíblia de seus dias. O registro que temos do seu relacionamento com ela é
interessante, e o que podemos perceber é que:

(1) O Senhor Jesus viveu e cumpriu a Lei e os Profetas: “Não penseis que vim revogar a
Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” - Mt 5.17.

(2) O Senhor Jesus estudou as mesmas. Isto o capacitou vencer as mais tremendas
tentações, Mt 4; o que também o possibilitou ensiná-las nas sinagogas, ou no mar da Galiléia e
por onde passava.

(3) O Senhor Jesus citou-a em seus ensinos. O Mestre Jesus, citou a Palavra de Deus
em: Seus ensinos públicos, tendo a mesma como base para eles, Mt 5.21; em debates com
líderes religiosos de sua época, Mt 22.35; quando ensinava seus discípulos em particular, Mt
24.15; Lc 24.26-27. Ouvimos a voz de Nosso Senhor, permeadas dessas citações, o que para
nós, é um exemplo por excelência.

(4) O Senhor Jesus é o assunto central de toda a Bíblia. A pessoa de d’Ele é anunciada e desejada
profeticamente no Antigo Testamento como Salvador e Messias do povo hebreu. O mesmo (Antigo
Testamento) trata da preparação de sua vinda; os Evangelhos falam da sua manifestação, são a sua
biografia escrita; as epístolas é a explanação e aplicação de seus ensinos pelos apóstolos à Igreja, e o
Apocalipse, a profecia de sua volta para reinar. O próprio Jesus disse aos seus opositores, que estudavam
o livro sagrado: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim” – Jo 5.39.

UNIDADE III – A ESTRUTURA DAS ESCRITURAS.

3.1 – Os autores

(1) Homens santos. Foram vários homens que receberam a revelação divina, mas todos
distinguiam-se em suas gerações como homens de Deus, santos e fiéis NAQUELE em que criam. E por
viverem uma vida de comunhão e santidade: Deus confiou-lhes a sua revelação, para que por meio deles
chegasse a toda humanidade, como podemos comprovar: “O qual, em outras gerações, não foi dado a
conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no
Espírito” – Ef 3.5. Em sua maioria eram homens comuns como nós; mas o que tornava-lhes receptores da
mensagem divina era sua experiência com o Espírito Santo. Ele quem os inspirou em 2 Pedro 1:21 diz:
“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.

(2) Suas atividades. Por não serem as Escrituras Sagradas escritas por um único
homem, logicamente suas atividades eram diferentes. Contudo, sua composição é nos
maravilhosa, pois harmonizam-se perfeitamente e visam glorificar a Deus de forma exclusiva.
Porquanto, as Escrituras não encobrem falhas dos mais eminentes homens do passado.
Falemos de alguns homens e suas atividades:

Homens de Deus Atividades Livros Escritos


Moisés Nobre, pastor estadista, etc. O Pentateuco
Davi Pastor de ovelhas e rei. A maioria dos Salmos
Salomão Rei Provérbios, Eclesiastes, etc.
Jeremias Profeta Jeremias e Lamentações
Ezequiel Sacerdote Ezequiel
Daniel Estadista Daniel
Amós Boiadeiro Amós
Mateus Coletor de impostos Evangelho de Mateus
Lucas Médico Evangelho e Atos dos Apóstolos
João Pescador 1,2,3 João e Apocalipse

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Paulo Fariseu e Intelectual 13 cartas do Novo Testamento


Pedro Pescador 1 e 2 Pedro

(3) Chamados a escrever. Vários desses escritores sagrados escreveram não só sob inspiração divina,
mas sobre ordem divina: Ex 17.14; 34.27; Is 30.8; Ez 24.2; Jo 1.11.

A PALAVRA DE DEUS NA HISTÓRIA

Lei de
Pedras dos Escritos
Mandamentos Moisés
Apostólicos
Tradição oral
Históricos, Poéticos e Proféticos.

Época Época
Época Patriarcal Época Real Época Pós-exílica
Mosaica Cristã

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1700 a.C.
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3.2 – Divisão Geral. As Escrituras possuem uma divisão geral baseada em dois pactos: Antigo
Testamento e Novo Testamento.

3.3 – Divisão do Antigo Testamento. O Antigo Testamento possui 39 livros e é dividido em: Pentateuco,
que são os cinco livros da Lei de Moisés; Históricos, que são 12 livros que narram a história de Israel;
Poéticos, (cinco livros) onde estão registradas as poesias do povo hebreu; e finalmente Proféticos, que
estão divididos em duas partes: profetas maiores e menores. São assim chamados por tempo de ministério
e maior volume de registros. Nada tendo a ver com inspiração, pois toda a Escritura é divinamente
inspirada e proveitosa, 2Tm 3.16.

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Bibliologia – 8

3.4 – Divisão do Novo Testamento. O Novo Testamento é dividido em: quatro Evangelhos, que narram
a biografia de Jesus; um livro histórico que conta a história da Igreja; possui também 21 cartas explicando
os ensinos de Jesus, que por sua vez são divididas em: 13 epístolas paulinas e 8 universais ou gerais.

3.5 – Alguns detalhes (capítulos). “Os livros da Bíblia originalmente não eram divididos em capítulos e
versículos. A divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade
dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita em duas fases: o Antigo
Testamento em 1445 pelo Rabi Nathan; o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor
de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versdículos em 1555, sendo esta a
Vulgata Latina. O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que o Novo
Testamento tem 260 capítulos e 31.173 versículos. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após
a invenção do prelo; isso deu-se em 1452 em Mainz, Alemanha”. Bibliologia – EETAD

Gráfico do Antigo Testamento

V el ho
T estamento

O L iv ros L i vros L i vros


P en tateu co H is tóri co s P oéti co s P roféti co s

Os C i nc o Os D oz e Os Ci nc o Os 5 Os 12
Li vros d e L iv ros L i vros P rofeta s P rofeta s
Moi sé s m ai ores Men ore s

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Gráfico do Novo Testamento

N ovo
T estamento

Os Atos dos Epístolas O Apocalipse


Evangelhos Apóstolos

Os 4 Livros de 1 Livro sobre a Livro


Sobre a Vida Historia da Epístolas Epístolas Profético
de Jesus Igreja Primitiva Paulinas Gerais

21 Cartas

UNIDADE IV – COMO CHEGARAM ATÉ NÓS AS ESCRITURAS.

4.1 – Materiais antigos

As Escrituras Sagradas não caíram do céu, como alguns podem pensar. Mas foi inspirada, revelada por
Deus e escrita por santos homens de maneira gradual e evolutiva. Partes das Escrituras foram passadas
primeiro por tradição oral; antigamente os pais ensinavam aos filhos sobre as experiências dos
antepassados oralmente, como por exemplo: as histórias de Abraão e demais patriarcas. Segundo – por
revelação espiritual, principalmente as partes que dizem respeito à criação e proféticas. E finalmente
foram escritas as Palavras de Deus e outorgadas como um grandíssimo tesouro. Veja alguns materiais
antigos em que foram escritas as escrituras. (Vide gráfico da evolução do Antigo Testamento)

(1) Pedra, Ex 31.18; 34.1,28.

(2) Madeira, Is 30.8; Hc 2.2.

(3) Papiro

(4) Pergaminho

EVOLUÇÃO ESCRITA DO ANTIGO TESTAMENTO

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Bibliologia – 10

Proféticos e Poéticos

Livros Históricos
Escritos
Pentateuco
Tábuas da Lei

Tradição oral

Evolução Escrita do
Antigo Testamento

4.2 – Instrumentos antigos de escrita


(1) Tinta negra. Preparada a base de fuligem ou negro de fumo e cola diluídos em água.
(2) Penas feitas de capim ou bambu.

4.3 – Idiomas. Basicamente as Escrituras foram escritas em três idiomas: hebraico, aramaico algumas
partes e grego.

4.4 – As primeiras traduções (origens)

(1) A Septuaginta. Como conseqüência dos setenta anos de cativeiro na Babilônia, e em virtude da
forte influência do aramaico, a língua hebraica enfraqueceu-se. Todavia, fiéis à tradição de preservar os
oráculos em sua própria língua, os judeus não permitiam ainda fossem esses livros sagrados para outro
idioma. Alguns séculos mais tarde, porém, essa atitude exclusivista e ortodoxa teria de dar lugar a um
senso mais prático e liberal. Com o estabelecimento do império de Alexandre o Grande, a partir de 331
a.C., a língua grega popularizou-se ao ponto de tornar imprescindível que para ela se fizesse uma tradução
das Sagradas Escrituras. Segundo o Escritor Aresteas, a tradução grega foi feita por setenta e dois sábios
judeus (daí o nome Septuaginta), na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C., a pedido de Demétrio
Falario, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo. Concluída trinta e nove anos mais tarde, essa versão
assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar o mundo para o advento de Cristo, deveria
tornar conhecida de todos os povos a Palavra de Deus. Na Igreja primitiva, era essa a versão conhecida de
todos os crentes.

(2) A Hexapla. Nem todos os livros do Antigo Testamento, infelizmente, foram bem traduzidos na
“Septuaginta”, razão pela qual Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou versão de seis
colunas, contendo a Septuaginta e as três traduções gregas do Antigo Testamento efetuadas por Áquila do
Ponto, Teodoro de Éfeso e Símaco de Samaria, feitas respectivamente em 130, 160, e 218 d.C. Além
destas, constavam nas duas últimas colunas o texto hebraico e o mesmo texto em grego. Esta grandiosa
obra, constituída de cinqüenta volumes, perdeu-se provavelmente quando os sarracenos saquearam
Cesárea em 653 d.C.

(3) A Vulgata. Em 382 d.C., o bispo Damaso encarregou São Jerônimo de traduzir da
Septuaginta para o latim o livro dos Salmos e o Novo Testamento, o que ele fez em três anos e
meio. Mais tarde, um novo bispo assumia a direção da Igreja em Roma e percebia, com inveja,
a grande cultura e influência de Jerônimo. Este, perseguido e humilhado, se dirige a Belém, na
Terra Santa, e ali estuda e trabalha durante trinta e quatro anos na tradução de toda a Bíblia
para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda vinte e quatro livros de comentários bíblicos, um
conjunto de biografias de eremitas, duas histórias da igreja primitiva e diversos tratados. Mais
tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou conhecida por “Vulgata” (vulgar), sendo hoje usada pela Igreja

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Bibliologia – 11

Católica Romana como a autêntica versão das Escrituras em latim, apesar de muitos eruditos a
acharem pobre e até a acusarem de conter falhas graves.

4.4 – Códices e manuscritos antigos. A partir do quarto século depois de Cristo, os livros cristãos
passaram a ser escritos em codex, palavra derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera na
qual se escrevia com um estilete metálico (stylus). Reunidos por um cordão que passava por orifícios
feitos no alto dos exemplares, à esquerda, os códices ficavam em forma de livro, portanto bem mais
práticos de serem manuseados que os antigos rolos. Os mais importantes códices bíblicos são:

(1) Sinaítico, produzido cerca de 325 d.C., contém todo o Antigo Testamento grego, além das
epístolas de Barnabé e parte do Pastor de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino
Tischendorf, em 1844, no mosteiro Santa Catarina, situado na encosta do Sinai. Tischendorf viu 129
páginas do manuscrito numa cesta de papel, para serem lançadas ao fogo. Percebendo o seu enorme valor,
levou-as para a Europa. Em 1859 voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada pelo seu
descobridor a Alexandre II, da Rússia, essa preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra pela
vultuosa quantia de cem mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933.

(2) Alexandrino, de meados do quarto século d.C., contém o Antigo Testamento grego e quase todo
o Novo, com omissões de 24 capítulos de Mateus, cerca de quatro de João e oito de 2 Coríntios. Contém
ainda a Primeira Epístola de Clemente de Roma e parte da Segunda. Está no Museu Britânico.

(3) Outros famosos códices são: o Vaticano do quarto século d.C., contém o Antigo e o Novo
Testamento, com omissões. Está na Biblioteca do Vaticano. O Efraemi, produzido por volta de 450 d.C.,
acha-se na Biblioteca Nacional de Paris. O Baza, encontrado por Teodoro Baza no mosteiro de Santo
Irineu, na França, em 1581, está vinculado ao quinto século d.C. e encontra-se atualmente na Biblioteca
de Cambridge, Inglaterra. O códice Washington, produzido nos séculos quarto e quinto d.C., acha-se no
Museu Freer, na capital dos Estados Unidos da América. Há, ainda, vários outros códices de menor
importância, expostos em museus e bibliotecas de várias partes do mundo. Somente de livros do Novo
Testamento, completos ou em fragmentos, conhecem-se hoje 156.

4.5 – Os rolos do Mar Morto

Em se tratando de manuscritos em rolos, o mais antigo e o mais importante de todos foi encontrado
casualmente em 1947 por um beduíno, numa bem dissimulada gruta nas proximidades de Jericó, junto ao
Mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém, revelou-se
pertencer ao terceiro século antes de Cristo. Contém o livro completo de Isaías e comentários de
Habacuque, além de outras importantes informações sobre a época em que foi escondido. É mais
conhecido como o Rolo do Mar Morto.

A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

4.6 – Período das traduções parciais

(1) “Venturoso”, ou “bem-aventurado”. A despeito de este título ter sido atribuído a D. Manuel
como o principal incentivador das grandes navegações, mais bem-aventurado que este rei português foi
um de seus antecessores, D. Diniz (1279-1325), por ter sido a primeira pessoa a traduzir para a língua
portuguesa o texto bíblico, tornando assim possível a futura grande navegação dos leitores da língua
portuguesa pelo imenso mar da Palavra de Deus. Grande conhecedor do latim clássico, e leitor da
Vulgata, D. Diniz resolveu enriquecer o português traduzindo as Sagradas Escrituras para o nosso idioma,
tomando como base a Vulgata Latina. Embora lhe faltasse perseverança e só conseguisse traduzir os vinte
primeiros capítulos do livro de Gênesis, esse seu esforço o colocou em uma posição historicamente
anterior a alguns dos primeiros tradutores da Bíblia para outros idiomas, como João Wycliff, por
exemplo, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o inglês.

(2) Fernão Lopes disse em seu curioso estilo de cronista do século XV, que D. João I (1385-1433),
um dos sucessores de D. Diniz no trono português, “fez grandes letrados tirar em linguagem os
Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as epístolas de S. Paulo, para aqueles que os ouvissem fossem mais
devotos acerca da lei de Deus”. (Crônica de D. João I, 2 a. Parte). Esses “grandes letrados” eram vários
padres que também se utilizaram da Vulgata Latina em seu trabalho de tradução.

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Bibliologia – 12

Enquanto esses padres trabalhavam, D. João I, também conhecedor do latim, traduziu o livro de
Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento traduzidos pelos padres. Seu sucessor, D. João II,
outro grande apoiador das traduções do texto bíblico, mandou gravar no seu cetro a parte final do
versículo 31 de Romanos 8: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” atestando assim o quanto os
soberanos portugueses reverenciavam a Bíblia.
Como nessa época a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram produzidos em forma
manuscrita, fazendo-se uso de folhas de pergaminho. Isso tornava sua circulação extremamente reduzida.
Por ser um trabalho lento e caro, era necessário que ou a Igreja Romana ou alguém muito rico assumisse
os custos do projeto. Ninguém mais indicado para isto do que os nobres e os reis.

(3) Outras figuras da monarquia de Portugal também realizaram traduções parciais da Bíblia. A
neta do rei D. João I e filha do Infante D. Pedro, a infanta D. Filipa, traduziu do francês os Evangelhos.
No século XV surgiram publicados em Lisboa o Evangelho de Mateus e porções dos demais Evangelhos,
um trabalho realizado pelo frei Bernardo de Alcobaça, que pertenceu à grande escola de tradutores
portugueses da Real Abadia de Alcobaça. Ele baseou suas traduções no Vulgata Latina.

(4) A primeira harmonia dos Evangelhos em língua portuguesa, preparada em 1495 pelo cronista
Valentim Fernandes, e intitulada De Vita Christi, teve os seus custos de publicação pagos pela rainha
Dona Leonora, esposa de D. João II. Cinco anos após o descobrimento do Brasil, D. Leonora mandou
também imprimir o livro de Atos dos Apóstolos e as epístolas universais de Tiago, Pedro, João e Judas,
que haviam sido traduzidos do latim vários anos antes por frei Bernardo de Brinega.
Em 1556 foi publicada em Lisboa uma gramática hebraica para estudantes portugueses. Ela trazia
em português, como texto básico, o livro de Obadias.

(5) Outras Traduções. Outras traduções em língua portuguesa, realizadas em Portugal, são dignas
de menção:

1 – Os quatro Evangelhos, traduzidos em elegante português pelo padre jesuíta Luiz


Brandão.

2 – No início do século XIX, o padre Antônio Ribeiro dos Santos traduziu os Evangelhos de
Mateus e Marcos, ainda hoje inéditos.
É fundamental salientar que todas essas obras sofreram ao longo dos séculos, implacável
perseguição da Igreja Romana, e de muitas delas só escaparam um ou dois exemplares, hoje raríssimos. A
Igreja Romana também amaldiçoou a todos os que conservassem consigo essas “traduções da Bíblia em
idioma vulgar”, conforme as denominavam.

4.7 – Período das traduções completas

(1) Tradução de Almeida. Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de


traduzir pela primeira vez para o português o Antigo e o Novo Testamento. Nascido em 1628
em Torre de Tavares, nas proximidades de Lisboa, João Ferreira de Almeida, quando tinha
doze anos de idade, mudou-se para o sudeste da Ásia. Após viver dois anos na Batávia (atual
Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, Almeida partiu para Málaca, na Malásia, e lá através da
leitura de um folheto em espanhol acerca das diferenças da cristandade, converteu-se dp
catolicismo à fé evangélica. No ano seguinte começou a pregar o evangelho no Ceilão e em
muitos pontos da costa de Malabar.
Não tinha ele ainda dezessete anos de idade quando iniciou o trabalho de tradução da Bíblia
para o português, mas lamentavelmente ele perdeu o seu manuscrito e teve de reiniciar a
tradução em 1648.
Após conhecer o hebraico e o grego, Almeida pôde utilizar-se dos manuscritos dessas línguas,
calcando sua tradução no chamado Textus Receptus, do grupo bizantino. Durante esse
exaustivo e criterioso trabalho, ele também se serviu de traduções holandesa, francesa,
(tradução de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).
Em 1676, João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do Novo Testamento, e naquele mesmo ano
remeteu o manuscrito para ser impresso na Batávia; todavia, o lento trabalho de revisão a que a tradução
foi submetida levou Almeida a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã, Holanda. Finalmente,
em 1681 surgiu o primeiro Novo Testamento em português, trazendo no frontispício os seguintes dizeres,
que transcrevemos ispis litteris: “O Novo Testamento, isto he, Todos os Sacro Sanctos Livros e Escritos
Evangélicos e Apostólicos do Novo Concerto de Nosso Fiel Salvador e Redentor Iesu Cristo, agora

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Bibliologia – 13

traduzido em português por João Ferreira de Almeida, ministro e pregador do Sancto Evangelho. Com
todas as licenças necessárias. Em Amsterdam, por Viúva de J.V. Someren. Anno 1681”.
Milhares de erros foram detectados nesse Novo Testamento de Almeida, muitos deles
produzidos pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o texto português com a tradução
holandesa de 1637. O próprio Almeida identificou mais de dois mil erros nessa tradução, e
outro revisor, Ribeiro dos Santos, afirmou ter encontrado um número bem maior.
Logo Após a publicação do Novo Testamento, Almeida iniciou a tradução do Antigo, e ao
falecer, em 6 de agosto de 1691, ele havia traduzido até Ezequiel 41.21. Em 1748, o pastor
Jacobus op den Akker, de Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e cinco anos
depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em dois volumes.
Estava, portanto, concluído o inestimável trabalho de tradução da Bíblia por João Ferreira de
Almeida.
Apesar dos erros iniciais, ao longo dos anos eruditos evangélicos tem depurado a obra de
Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa.

(2) A Bíblia de Rahmeyer. Tradução completa da Bíblia, ainda hoje inédita, traduzida em
meados do século XVIII pelo comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa
durante 30 anos. O manuscrito dessa Bíblia se encontra na Biblioteca do Senado de
Hamburgo, Alemanha.

(3) Tradução de Figueiredo. Nascido em 1725, em Tomar, nas proximidades de Lisboa, o


padre Antônio Pereira de Figueiredo, partindo da Vulgata Latina, traduziu integralmente o Novo
e o Antigo Testamentos, gastando dezoito anos nessa laboriosa tarefa. A primeira edição do
Novo Testamento saiu em 1778, em seis volumes. Quanto ao Antigo, os dezessete volumes de
sua primeira edição foram 1783 a 1790. Em 1819 veio à luz a Bíblia completa de Figueiredo,
em sete volumes, e em 1821 ela foi publicada pela primeira vez em um volume único.
Figueiredo incluiu em sua tradução os chamados livros apócrifos que o Concílio de Trento
havia acrescentado aos livros canônicos em 8 de abril de 1546. Esse fato tem contribuído para
que a sua Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos países de fala
portuguesa.
Na condição de exímio filólogo e latinista, Figueiredo pôde utilizar-se de um estilo sublime e
grandiloqüente, e seu trabalho resultou em verdadeiro monumento da prosa portuguesa.
Porém, por não conhecer as línguas originais e ter-se baseado tão somente na Vulgata, sua
tradução não tem suplantado em preferência popular o texto de Almeida.

4.8 – A Bíblia no Brasil – Período das Traduções parciais.

(1) Nazaré. Em 1847 publicou-se, em São Luís do Maranhão, O Novo Testamento traduzido por
frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata. Este foi, portanto, o primeiro texto
bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução tornou-se famosa por trazer em seu prefácio pesadas acusações
contra as “Bíblias protestantes”, que, segundo os acusadores, estariam “falsificadas” e falavam “contra
Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom”.

(2) Primeira Edição Brasileira. Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e moral do Rio de
Janeiro publicou a que ficou conhecida como “A Primeira Edição Brasileira” do Novo Testamento de
Almeida. Essa versão foi revista por José Manoel Garcia, lente do Colégio D. Pedro II; pelo pastor
Alexandre Blackford, ministro do Evangelho no Rio de Janeiro.

(3) Harpa de Israel. “Harpa de Israel” foi o título que o notável hebraísta F. R. dos Santos
Saraiva deu à sua tradução do Livro dos Salmos, publicada em 1898.

(4) Em 1909, o padre Santana publicou sua tradução do Evangelho de Mateus, vertida
diretamente do grego. Três anos depois Basílio Teles publicou a tradução do Livro de Jó, com sangrias
poéticas. Em 1917 foi a vez de J.L. Assunção publicar O Novo Testamento, tradução baseada na Vulgata
Latina.

(5) Traduzido do velho idioma etíope por Esteves Pereira, O Livro de Amós surgiu isoladamente
no Brasil em 1917. Seis anos depois, J. Basílio Pereira publicou a tradução do Novo Testamento e dos
Salmos, ambos baseados na Vulgata. Por essa época surgiu no Brasil (infelizmente, sem indicação de

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Bibliologia – 14

data) a Lei de Moisés (o Pentateuco), edição belingüe hebraico-português, preparada pelo rabino Meir
Masiah Melamed.

(6) O padre Humberto Rohden foi o primeiro católico a traduzir no Brasil o Novo Testamento
diretamente do grego. Publicada pela instituição católico-romana Cruzada Boa Esperança, em 1930, essa
tradução, por estar baseada em textos considerados inferiores, sofreu severas críticas.

4.9 – A Bíblia no Brasil – Período das Traduções completas.

(1) Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil


patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português, baseada em manuscritos melhores que os
utilizados por Almeida. A comissão constituída para tal fim, composta de eruditos nas línguas originais e
no vernáculo, entre eles o gramático Eduardo Carlos Pereira, fez uso de ortografia correta e vocabulário
erudito. Publico em 1917, esse trabalho ficou conhecido como Tradução Brasileira. Apesar de ainda hoje
apreciadíssima por grande número de leitores, essa Bíblia não conseguiu se firmar-se no gosto do grande
público.

(2) Coube ao padre Matos Soares realizar a tradução mais popular da Bíblia entre os
católicos na atualidade. Publicada em 1930 e baseada na Vulgata, essa tradução possui nota
entre parêntesis defendendo os dogmas da Igreja Romana. Por esse motivo recebeu apoio
papal em 1932.

(3) Em 1943, as Sociedades Bíblicas Unidas encomendaram a um grupo de hebraístas,


helenistas e vernaculistas competentes uma revisão da tradução de Almeida. A comissão
melhorou a linguagem, a grafia de nomes próprios e o estilo da Bíblia de Almeida.

(4) Em 1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à


Pátria”. Esta entidade fez duas revisões no texto de Almeida, uma mais aprofundada, que deu
origem à Edição Revista e Atualizada no Brasil, e uma menos profunda, que conservou o
antigo nome “Corrigida”.

(5) Em 1967, a Imprensa Bíblica Brasileira, criada em 1940, publicou a sua Edição
Revisada de Almeida, cotejada com os textos em hebraico e grego. Essa edição foi
posteriormente reeditada com ligeiras modificações.

(6) Mais recentemente, a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu e publicou a Bíblia na


Linguagem de Hoje (1988). O propósito básico desta tradução tem sido o de apresentar o texto
bíblico numa linguagem comum e corrente.

(7) Em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição Contemporânea da Bíblia Traduzida
por Almeida. Essa edição eliminou arcaísmos e ambigüidades do texto quase tricentenário de
Almeida, e preservou, sempre que possível, as excelências do texto que lhe serviu de base.

(8) Enquanto esta edição da Bíblia Thompson estava sendo preparada, uma comissão
constituída de eruditos em grego, hebraico, aramaico e português, coordenada pelo Ver. Luiz
Sayão, trabalhava em uma nova tradução das Escrituras para a língua portuguesa, sob o
patrocínio da Sociedade Bíblica Internacional.

(9) São, também dignas de referência: A Bíblia traduzida pelos monges de Meredsous
(1959); a Bíblia de Jerusalém, traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres
dominicanos), e editada no Brasil por Edições Paulinas em 1981, com notas, e a Edição
Integral da Bíblia, trabalho de diversos tradutores sob a coordenação de Ludovico Garmus,
editado por Editora Vozes e pelo Círculo do Livro, também com notas.

__________________________________
Nota do Autor: Redação feita por Abraão de Almeida e Jefferson Magno Costa; e Extraída da Bíblia
Thompson.

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Bibliologia – 15

UNIDADE V – A PRATICIDADE DAS ESCRITURAS

5.1 – A atualidade das Escrituras

(1) Sua mensagem é atual. Quem é aquele que cultiva a leitura de jornais e periódicos antigos?
Ninguém. Salvo, se estiver por algum motivo sendo efetuada alguma pesquisa. Porquanto, as informações
contidas nestes jornais ou periódicos são desatualizadas. Não há quem cultive este tipo de leitura, pois
que, temos necessidade de olharmos para o presente e futuro, se bem que precisamos conhecer nosso
passado. Não acontece assim com as Escrituras, porque elas tem o poder de serem como as misericórdias
do Senhor, sempre novas a cada manhã, Lm 3.23. Billy Graham disse ser a Bíblia, o livro mais atual do
que o jornal de amanhã.

(2) Seus mandamentos são atuais. Mais uma vez avistamos a marca divina na Bíblia, os seus
mandamentos ainda que tenham sido dados a apenas uma nação inicialmente, Ex 20, eles são registrados
como uma herança universal. Aquele que criou, e sustenta todas as coisas pelo seu eterno poder, deu-nos
as Escrituras como manual, para vivermos em conformidade com a sua vontade, e este manual não
envelhece. Quem conhece a história universal, sabe o impacto que a mesma tem causado nas gerações,
através de pregadores inflamados, santos homens de Deus que tendo sido iluminados, pregaram seus
mandamentos chocando o povo de sua época. E por expor esta revelação, muitos e muitos perderam a sua
vida na idade média.

(3) Suas promessas são atuais. Em linhas gerais, existem quatro tipos de promessas:
Primeiro, as que já tiveram seu fiel cumprimento no passado, por exemplo: acerca do nascimento, morte
e ressurreição de Cristo, a descida do Espírito Santo, e, várias outras profecias do Antigo Testamento.
Segundo, as que estão se cumprindo hoje, por exemplo, o retorno dos judeus, Ez 37; o renascimento do
poder romano em toda Europa, Ap 13.
Terceiro, promessas que estão condicionadas a nossa obediência, por exemplo: a promessa de
longevidade - condição: obediência aos pais, Ef 6.1-4; promessa de alcançar o desejo do coração -
condição: deleitar-se no Senhor, Sl 37.4.
Quarto, promessas que não são condicionadas a obediência humana, pois que são proféticas. Agora,
queremos destacar aqui aquele grupo de promessas que são para nossos dias. E a maioria delas estão
condicionadas a obediência constante. A salvação eterna, o perdão, a prosperidade, o batismo no Espírito
Santo, cura divina, etc.

O autor por certo estava num êxtase de inspiração quando escreveu:

De Deus mui firmes são as promessas


Mais firmes que as montanhas são.
Quando o socorro terrestre cessa,
Os de Deus não falharão!

De Deus mui firmes são as promessas


Falhando tudo, não falharão;
Se das estrelas o brilho cessa,
Mas as promessas brilharão!

(4) A infalibilidade e atualidade das profecias. Com base no sublime e santíssimo caráter de Deus,
qualquer um pode ter absoluta certeza do fiel cumprimento da sua Palavra. Nela encontramos a seguinte
afirmação de Cristo: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”, Mt 24.35.

5.2 – As Escrituras são aplicáveis no nosso dia a dia


Dentre as muitas coisas que a Bíblia Sagrada opera, naqueles que fazem dela o seu pão
espiritual de cada dia, destacaremos apenas três principais:

(1) Edificam nossa fé. No amanhecer de cada dia, ao abrir o par de olhos, o cristão sincero sabe da
luta que há de enfrentar para manter firme sua fé. Quando ouvimos o rádio, ou lemos o jornal, assistimos
o noticiário da televisão, no nosso viver diário, recebemos uma carga muito grande de informações
negativas. Como resistir vitoriosamente? O único elemento que edifica a fé, que ensina a andar em

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Bibliologia – 16

Espírito, que anula todo conselho que se levanta contra fé cristã, se chama Palavra de Deus, 2 Co 10.5.
Foi ela que Cristo usou contra satanás, Mt 4. Ela é e sempre será a arma em defesa nossa fé, Ef 6.17.

(2) Orienta-nos em nossas decisões. Seja qual for o nível de importância, pela Bíblia entendemos
que Deus se interessa por nós, e por intermédio dela, está pronto a dar-nos uma vida sábia. A exemplo
disso temos Provérbios, com orientações práticas para um viver bem sucedido, em todos os sentidos. Nos
Evangelhos o imortal Sermão do Monte, nos mostra a ética do reino dos céus, abraçada por seus
concidadãos. As epístolas estão permeadas de ensinos de teor diretivo, são conselhos que norteiam a vida
pessoal, devocional, familiar, estatal, etc. Felizes são todos aqueles que se deixam guiar, seja rico, seja
pobre, sejam líderes, sejam liderados, seja nobre, seja plebeu, seja criança, jovem ou adulto. A Bíblia é o
poder de Deus que ensina o homem a andar por fé, Rm 1.16; dependente de Deus, e como resultado disso,
um viver bem sucedido chegando aos céus: “Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás em
glória”, Sl 73.24. vide: Js 1.8; Rm 15.4; Sl 1.1-2.

(3) Consola-nos quando estamos em angústia. Ela é um livro amigo, companheiro nas angústias,
que nos consola nas noites tenebrosas desta vida. Ela é a vara e o cajado do nosso Sumo Pastor nos vales
da sombra da morte do nosso viver. Através dela temos promessa do consolador, o Espírito Santo, seja
qual for a dor em nossa alma, sabemos que ele foi enviado para estar conosco, Jo 15.26; 16.7; para ajudar-
nos em nossas fraquezas, intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis, Rm 8.26. A Bíblia nos
consola nas tribulações, nas perseguições, na doença, na morte, na traição. Sabemos que pelas Escrituras
temos esperança: “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela
paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” Rm 15.4. Vide Rm 8.31-39; 2Co 1.3-11.

5.3 – Experimentando o poder da Palavra

(1) A ausência de poder causa insatisfação. A Palavra de Deus no viver cristão opera de maneira
muito ampla. Ela vem de encontro as nossas necessidades preenchendo cada espaço vazio de nossa
vida. Infelizmente, existe um esgotamento espiritual em muitos, que estão desfalecidos, entorpecidos,
por falta de alimento nutritivo, a Palavra de Deus. E por causa disso, não conseguem se libertar das
amarras do pecado, são cristãos carnais, 1Co 3.1-2. Bem dizia D. L Moody: “ou a Bíblia te afasta do
pecado, ou pecado te afasta da Bíblia”. Em nossos dias muitos estão sedentos, dos rios d’águas
cristalinas, mas não há quem os conduza às águas tranqüilas. Porém, existem aqueles que, só se
alimentam quando vão ao culto, ou na Escola Dominical. O pior é, que quando vão, muitas vezes só
vêem miragens, nenhum oásis - morrem de vez. Pois o que vêem é encenação, é encenação, desabafo,
tristemunhos, musicalismo estéril e reprovado por Deus. Ai dos pastores! Ez34.

(2) Modalidades de poder da Palavra. É necessário conhecermos as Escrituras Sagradas, e


experimentarmos o seu poder em nossas vidas, Mt 22.29. Esse conhecimento e experiência protege-nos
de erros, pois ela é a Verdade, Jo 17.17. A Palavra de Deus tem o poder de dar luz e entendimento aos
simples, Sl 119.30; ela tem o poder de gerar fé, Rm 10.14; ela tem o poder de dar salvação, Rm 10.9-
10; ela tem poder para limpar o pecador, Jo 15.3; tem poder de regenerar, 1Pe 1.23, 1Tm 1.15; ela
concede vida espiritual, Sl 119.50,93; ela tem poder de dar um viver sábio, Rm 15.4; ela tem poder de
abrasar nosso íntimo, com o fogo santo do céu, Sl 39.3; Hb 4.12; ela tem o poder de nos afastar do
pecado, Sl 119.11; ela tem o poder de mostrar como experimentar: a boa, perfeita, e agradável vontade
de Deus, Rm 12.1-5; ela sustenta-nos como pão espiritual, Mt 4.4.

(3) Como experimentar o Poder da Palavra. Para que se experimente o poder da Palavra, em
primeiro lugar, é necessário desejá-la. Este desejo deve ser como de uma criancinha recém-nascida,
ansiando afetuosamente o leite materno, 1 Pe 2.1-2. Em segundo lugar, é necessário come-la. Se uma
pessoa diz estar com fome e não come, morrerá. Portanto, não adianta estar com desejo de ler a Bíblia,
dizer que a ama e, não a ler. Fatalmente enfraquecerá, se esgotará, vindo a morrer espiritualmente. A mãe
leva o bebê ao seio, mas quem faz força para sugar e engolir, é ele. Terceiro, para experimentar o poder
dela precisa-se de ouvir, ouvir, e ouvir muito mesmo! Quem assim o faz é bem aventurado, Ap 1.3.
Quarto, é necessário ler, Ap 1.3; quinto, examinar, Jo 5.39; sexto, meditar, Sl 1.1-2; sétimo, viver, praticar
a Palavra, Mt 7.24-27; oitavo, pregar para que o nosso semelhante venha crer, e ter vida de comunhão
com Deus, vida eterna, Mc 16.15; nono, ensinar, e ou discipular, Mt 28.18-20.

(4) Inimigos da leitura e estudo bíblico. Precisamos conhecer os inimigos que arruínam a vinha da
nossa comunhão com Deus, e sua Palavra. Esses inimigos são: homens, as raposas e raposinhas, que
roubam e comem nossas vides. Nos tempos bíblicos, ao plantar vinhas, eram feitas torres, para que no

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Bibliologia – 17

tempo da colheita, ou mesmo antes, ela ficasse sob vigilância, dependendo do poderio financeiro da
família, havia torres de trinta em trinta metros de distância entre as mesmas, e empregados para vigiarem-
na. Se não, os responsáveis em guardar a vinha, eram os da própria família. Em nossa vida, devemos ter a
nossa torre de vigia, e estarmos de olhos abertos, pois assim, recomendou nosso Senhor: “O que tendes
retende-o até que eu venha”, Ap 2.25; “Eis que venho sem demora, guarda o que tens, para que ninguém
tome a tua coroa” Ap 3.11.
Identifiquemos alguns dos nossos inimigos da vinha:
Cansaço. Este inimigo é aquele que nos deixa ocupados o tempo todo, e na hora da leitura bíblica
devocional, ou Escola Bíblica Dominical, alguém diz: Estou muito cansado, e não vou, ou não lerei. Isso
na maioria das vezes, é eliminado com planejamento e disciplina. Vença o cansaço, planeje um tempo de
leitura e estudo.
Distração. O cansaço excessivo gera distração, e essa distração impede a concentração desejável, para
um melhor aproveitamento. Por isso devemos escolher para nossa leitura, um horário em que nossa mente
esteja bem alerta, e um lugar tranqüilo. No momento de nossa leitura ou estudo, convém fazermos
perguntas acerca do texto, ou seja, sermos mais críticos, para um maior aproveitamento da leitura feita, e
termos uma melhor e maior nível de concentração. Por exemplo: O que este texto quer dizer? Quando
foi que aconteceu isso? Qual o lugar do acontecimento? Quem escreveu? Qual era sua intenção ao
escrever? Sob que circunstâncias escreveu? etc. A ansiedade, um ambiente impróprio, o cansaço, etc.
geram distração. No devocional, na Escola Dominical, culto ou em qualquer momento de leitura ou
exposição bíblica, nossa mente vagueia e passeia por lugares áridos: nos negócios, nas dívidas, nos
cheques sem fundos recebidos, ou a conta bancária para cobrir. Muitas das vezes o demônio está por trás
disso, devemos ter o discernimento, e repreender em nome de Jesus, levando a Cristo cativo todo
pensamento contrário, 2 Co 10.4-5. Na verdade o demônio odeia quando estamos em atitude devocional,
mas é nossa responsabilidade resisti-lo.
Desânimo. É falta de ânimo, preguiça. Muitos de nós temos a fraqueza de procrastinar decisões
importantes, por causa do desânimo. Exemplo: nosso compromisso devocional. Quantas vezes dizemos:
“Deixa pra depois”, “depois eu faço”, “agora não”. Não devemos adiar, mas, com desânimo ou ânimo,
devemos praticar nossa leitura devocional num ato de obediência, e não de sentimento. Existem também
dois fatores que podem causar o desânimo: primeiro, o demônio, sobre isso já falamos anteriormente;
segundo, o pecado, caso haja alguma área da sua vida que tenha problemas, confesse-a a Deus, e se
quiseres alguma orientação a mais procure seu pastor, ele é a pessoa indicada por Deus para ajudá-lo.
Deus lhe abençoará recompensando sua sinceridade, Pv 28.13; 1.23.
Planeje ler, estudar, testemunhar, ensinar, evangelizar, discipular. Não pense que isto, é só
para os pastores, e seus obreiros auxiliares. Todos nós fomos convocados a termos uma vida
de fé, e essa vida de fé, só é entendida e atendida através da leitura, estudo e obediência à
Palavra de Deus. Deixemos que ela toque em todas as áreas de nossa vida, ela é o próprio
toque de Deus!

5.4 – Planeje sua leitura e estudo bíblico.

(1) Planeje um tempo de leitura. Reserve diariamente um tempo de leitura e um horário


flexível de leitura ou estudo, mas que seja um fixo compromisso diário. Por exemplo: leia a
Bíblia 30 minutos por dia, no seu melhor horário, não importa que seja de manhã, tarde ou
noite, mas leia. O mais importante na leitura ou estudo é a qualidade e regularidade com que
se pratica.

(2) Planeje um lugar apropriado. Escolha um lugar apropriado para o momento de sua
devoção a Deus e leitura bíblica. Lugar tranqüilo onde você possa ficar a vontade a fim de que
não haja interrupções em sua leitura ou estudo.

(3) Comece orando a Deus. Se você irá ler o Livro de Deus, fale com Ele a respeito
disso, afinal de contas Ele é o autor por inspiração. O Deus Eterno está e estará ao seu lado, e
lhe dará a iluminação e entendimento necessários a sua mente e espírito.

(4) Compromisso. Faça um compromisso ou voto firme de leitura bíblica, se você abrir
exceções não perseverará. Considere aquele dia perdido, o dia em que você não a ler. Deseje
a Palavra como Jó mais do que o alimento para o seu corpo físico. E alimente com ela a sua
alma: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do
que o meu alimento” - Jó 23.12. Jeremias disse acerca de sua fome pela Palavra: “Achadas as

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Bibliologia – 18

tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo
teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos” - Jr 15.16.

(5) Planeje ler toda a Bíblia. É muito importante ler toda a Bíblia a fim de se ter um
conhecimento geral. Existem vários planos de leitura bíblica inclusive em algumas Bíblias.

(6) Marque textos importantes. Você poderá efetuar marcação de texto utilizando lápis de
cor. Marque de maneira organizada para que com o passar do tempo não venha perder o
sentido. Portanto, use cores de acordo com o assunto, por exemplo: passagens pintadas em
azul, passagens que falam sobre o céu e vida eterna; passagens em verde, promessas
(lembrando que a maioria das promessas sempre se exige condição); em vermelho, passagens
que contenham mandamentos, por exemplo: “orai sem cessar”. Em amarelo textos áureos
famosos, Jo 3.16; Sl 23.1. Estas são apenas algumas sugestões, você poderá organizar e
ampliar a seu próprio modo.

(7) Faça apontamentos. Escreva em sua Bíblia de maneira concisa, organizada e legível.
Estes apontamentos serão de grande valor para você. Ou então, organize um caderno ou
diário com registros do que você leu, o que Deus falou com você e o dia em que falou. Depois
de alguns meses ou anos apanhe este diário ou caderno, e observe o quanto você cresceu e
se desenvolveu na fé, conhecimento e comunhão com Deus.

5.5 – As Escrituras na família

(1) Oferece esperança para a família. Há muito que se diz, que a família, é o elemento mais
importante da sociedade: “A célula mater”. E na verdade é. Esta estrutura tão linda, tão rica,
infelizmente está cada vez mais desestruturada. Mas, até para isso, a Bíblia tem resposta. Ela é a fonte
sadia de saúde. E o que é uma família sadia? É uma família satisfeita, física, emocional, financeira,
educativa e acima de tudo, espiritualmente. Mas será que a Bíblia pode fazer isso? É claro que sim. A
dúvida demonstrada nessa pergunta, aponta nosso erro, nossa ignorância. Disse Jesus: “Errais, não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” Mt 22.29. O que Deus precisa é de fé, naquilo que Ele
pode e precisa fazer pôr nós. Essa fé não sentimento passageiro. E sim, um estilo de vida, Gl 5.21.

(2) Oferece disciplina. Na família onde cada membro desempenha o seu papel fielmente,
é uma família abençoada e próspera. A esposa sujeita-se ao marido no temor do Senhor Deus,
Ef 5.24-26; o marido trata a esposa amorosamente, Ef 5.25-28; os filhos obedecem e honram
aos pais, firmando-se na promessa divina de longevidade, Ef 6.1-3; e finalmente, onde os pais
não provocam a ira aos filhos, para que estes não desanimem, Ef 6.4. Esta é uma família
disciplinada segundo a Bíblia Sagrada. Concluímos que isso, é algo desejável, bíblico, e
agradável diante de Deus.

(3) Manual do culto doméstico. Outro fator importante é o culto doméstico, onde cada membro da
família participa, falando Salmos, cantando hinos e cânticos espirituais: salmodiando ao Senhor de
coração; “dando sempre graças, por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo:
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” Ef 5.20-21. Se não houver reunião doméstica em torno
da Bíblia para: leitura, oração e adoração. Fica árdua, fica penosa, a sujeição de todos os membros da
família uns aos outros “no temor do Senhor”. Pois, esta disciplina implica no sujeitar da esposa, no amar
do marido, no honrar dos filhos aos pais, e no não provocar dos pais aos filhos. Quando há a satisfação
desses requisitos, esta família é, ou torna-se invencível, bem aventurada, próspera, etc., Sl 128.1-6.

Bibliografia:

1. Myer Pearlman - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida.


2. James Braga - Como Estudar a Bíblia, Editora Vida.
3. Como Estudar a Bíblia Sozinho, Editora Betânia.
4. Anônio Gilberto – A Bíblia, Mensagem e Inspiração, CPAD.
5. Lições Bíblicas, Jovens e Adultos – CPAD, outubro de 1986.
6. Bíblia On Line – SBB.
7. Bíblia Thompsom – Editora Vida.

Pr. Ronaldo Batista Pereira


Bibliologia – 19

Questionário de Bibliogogia

1. A Bíblia Sagrada possui quantos livros?


2. De acordo com Rm 1.20 e Sl 19.1-6, Deus tem se revelado através dos tempos por meio de quê?
3. Por que devemos estudar a Bíblia?
4. De acordo com João 14.26, o Espírito Santo sempre faz-nos lembrar o quê?
5. A Bíblia é a revelação de Deus a humanidade? Se é ou não explique:
6. Quem é o autor da Bíblia por inspiração e seu fiel intérprete?
7. Qual ou quem é o assunto central das Escrituras Sagradas.
8. A Bíblia é o nosso livro devocional, assim sendo de que maneira devemos lê-lo? Explique:
9. Antigamente em que eram feitas as cópias das Escrituras e qual formato tinha?
10.Quais são as duas principais divisões da Bíblia?
11.Pesquise - O que significa a palavra testamento?
12.Como é dividido os 39 livros do Antigo Testamento?
13.Como é dividido os 27 livros do Novo Testamento?
14.Aponte 4 versões da Bíblia em português?
15.Qual é a teoria correta da inspiração das Escrituras?
16.de que maneira você pode explicar a existência da Bíblia, a ponto de chegar aos nossos dias?
17.Qual o fator que determina a harmonia e unidade da Bíblia?
18.Os escritores sagrados viviam longe um dos outros em circunstâncias diferentes, como
conseguiram escrever de maneira tão harmônica?
19. Pesquise – Por que a Bíblia católica possui livros a mais que a protestante?
20. Apesar de ser um livro antigo, o que faz a bíblia ter uma mensagem sempre atual?
21. Qual livro da Bíblia que trata da história da Igreja e quem é o seu autor?
22. Quais foram as línguas originais da Bíblia?
23. O período interbíblico porque é chamado assim?
24. Pesquise quantos e quais são os livros a mais na bíblia católica?
25. As Escrituras Sagradas são de particular interpretação? Como devemos interpreta-la? 2Pe 1.20.
RTFGVB54

IMPORTANTE:
Responda numa folha a parte e entregue imediatamente ao professor para avaliação e ser arquivado.

Pr. Ronaldo Batista Pereira

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