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CONTRATO DE LEITURA DE

“OS LUSÍADAS”
Trabalho de análise da obra, realizado no âmbito
da disciplina de Língua Portuguesa

Análise das estrofes XXXVIII à LCIX, do canto VI, da


magistral obra de Luís de Camões, “Os Lusíadas”.
Trabalho de Análise realizado por Diogo Ramôa, no
âmbito da disciplina de Língua Portuguesa.

Diogo Ramôa, 11ºF, Nº14


Maio 2011, 3º Período, Ano Lectivo 2010-2011
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Síntese Intercalar do Canto VI


Começa, no canto VI, o segundo ciclo épico da epopeia, com o regresso ao plano da viagem, que alternará com o plano dos
deuses, como havia acontecido no Canto I. Com efeito, depois dos festejos de despedida (banquetes, jogos e danças),
promovidos pelo Rei de Melinde procede-se à narração da parte final da viagem entre Melinde e Calecute. No entanto, Baco
não desarma. Desce ao fundo do mar, entra no palácio de Neptuno e consegue convencê-lo a promover uma reunião do
consílio dos deuses marinhos. Neptuno ordena a Tritão que convoque uma assembleia dos deuses marinhos, à semelhança do
que Júpiter fizera em relação a Mercúrio, no canto I. Reunido o consílio, “as deusas em riquíssimos estrados, os homens em
cadeiras de cristal”, Baco toma a si a palavra (estrofes 27 a 34) e consegue convencê-los da necessidade de destruir os
Portugueses antes que cheguem à Índia, tanto mais que são agora guiados por um piloto conhecedor desses mares, posto à sua
disposição pelo Rei de Melinde. E “porque as lágrimas já correndo a pares lhe saltaram dos olhos”, enfurecem-se os deuses e
ordenam a Éolo que “solte as fúrias dos ventos repugnantes, / Que não haja no mar mais navegantes ”.
E, enquanto tudo isto se passa no fundo do mar, navegam as naus “com vento sossegado, pelo tranquilo mar” (situação
simétrica à do primeiro concílio, no Canto I, estrofes 19-20), cumprindo o último troço da sua rota. Os marinheiros “vencidos
vêm do sono e mal despertos e, por isso, vão contando histórias para melhor contarem o tempo”. O marinheiro Lionardo, o
“firme namorado” (como melhor se verá no episódio da “Ilha dos Amores”) defende que “os melhores contos para passar o
tempo são os de amores”. Diferente é a opinião de Fernão Veloso, que entende não ser justo “tratar branduras em tamanha
aspereza”. Este está consciente da dureza da vida e do trabalho que os espera e, por isso, propõem-se em contar a história dos
“feitos grandes” dos Doze de Inglaterra1 (estrofes 43 a 69).

Retirado de “Camões Épico – Introdução à leitura de ‘Os Lusíadas’, Edições Sebenta, p.107”

1
Episódio que irá ser analisado
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Aná lise das estrofes XXXVIII – LCIX


Nº Estrofe Análise Linguística Explicação Estrofe
vv.1, “conselho”: Concílio dos Deuses
Marinhos;
vv.2, “a leda, lassa frota”: Alegre mas
cansada frota;
vv.6, “Do Eóo Hemispério está remota”:
quando a luz do hemisfério oriental está
remota
vv.5/6, “Era no tempo em que a luz do
Enquanto este conselho se fazia
dia/Do Eóo Hemispério está remota”:
No fundo aquoso, a leda, lassa frota, Enquanto no fundo do mar decorria o
perífrase, era de noite
Com vento sossegado prosseguia, consílio dos deuses marinhos, a alegre mas
vv.7/8, “Os do quarto da prima se
Pelo tranquilo mar, a longa rota. cansada frota prosseguia tranquilamente a
38. Era no tempo em que a luz do dia
deitavam,/Para o segundo os outros
sua rota. Era de noite, os vigias do quarto
despertavam”: Assiste-se ao render do
Do Eóo Hemispério está remota; de prima iam deitar-se, acordavam os que
quarto de prima. O dia de bordo divide-se
Os do quarto da prima se deitavam, iam fazer o 2º Turno.
em quartos de serviço. De quatro em
Para o segundo os outros despertavam.
quatro horas entram ao serviço novos
grupos de homens. O quarto de prima vai
das vinte as vinte e quatro horas. Aqui
acabava o quarto de prima e começava o
quarto de modorra (das 0 às 4 horas da
manhã), o que explicava o ar sonolento dos
nautas e a consequente necessidade de se
entreterem.
39. Vencidos vêm do sono e mal despertos; vv.3, “antenas”, verga onde se prende a Vêem os nautas sonolentos e mal
Bocejando, a miúdo se encostavam vela; acordados, bocejando e encostando-se às

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Pelas antenas, todos mal cobertos


vv.6,“estregando”: esfregando com as antenas das bordas, esfregando os olhos
Contra os agudos ares que assopravam;
mãos; que mal conseguem manter abertos,
Os olhos contra seu querer abertos;
vv.6, “estiravam”: espreguiçavam-se; espreguiçando-se e, tentando arranjar
Mas estregando, os membros estiravam.
vv.7, querem buscar remédios contra o remédios contra o sono, contam histórias
Remédios contra o sono buscar querem,
sono (Ordem Directa). uns aos outros.
Histórias contam, mil casos referem
vv.4, “Com que nos deixe o sono
carregado?”: que nos faça perder este
- «Com que milhor podemos (um dizia)
sono pesado;
Este tempo passar, que é tão pesado, Dizia um: como poderemos passar este
vv.5, “Lionardo”: referência a Leonardo
Senão com algum conto de alegria, tempo tão pesado, senão contando
Ribeiro, um verdadeiro tripulante. Este
Com que nos deixe o sono carregado?» histórias alegres, que nos façam perder o
40. Responde Lionardo, que trazia
volta a aparecer (Canto IX, estrofe 75)
sono? Responde Leonardo, um rapaz
numa situação semelhante à que Camões
Pensamentos de firme namorado: enamorado, que as melhores histórias que
narra na sua lírica [segundo Júlio Nogueira,
- «Que contos podemos ter milhores pode haver são as de amores.
um erudito das letras, de nacionalidade
Para passar o tempo que de amores?»
brasileira];
vv.8, “que de amores”: referente a contos.
vv.1, “Veloso”: referência a Fernão Veloso,
Fernão Veloso, marinheiro e narrador do
narrador do episódio que se segue (“Os
- «Não é (disse Veloso) cousa justa episódio que se segue (“Os Doze de
Doze de Inglaterra”);
Tratar branduras em tanta aspereza, Inglaterra”), dá a sua opinião: Histórias de
vv.2, “Tratar branduras”, conversar sobre
Que o trabalho do mar, que tanto custa, amor não são propícias da situação que
assuntos amáveis;
Não sofre amores nem delicadeza, vivemos; os trabalhos do mar não se
41. Antes de guerra férvida e robusta
vv.4, “delicadeza”, ternura, amabilidade;
harmonizam nem com amores nem com
vv.5, “robusta”: forte, rija;
A nossa história seja, pois dureza delicadezas. Contemos antes histórias de
vv.8, “Que o trabalho por vir mo está
Nossa vida há-de ser, segundo entendo, guerra, pois cruel será a nossa vida,
dizendo”: assim lho dizem os perigos pelos
Que o trabalho por vir mo está dizendo» segundo o mostram os trabalhos que nos
quais pressente que ainda terá que
esperam.
enfrentar.
42. Consentem nisto todos, e encomendam vv.4, “cousa fabulosa ou nova”: relatos Todos concordam e pedem a Veloso que
A Veloso que conte isto que aprova. fantasiosos, próprios dos romances de conte uma história. A eles diz que contará,

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cavalaria ou de assunto inventado de novo;


vv.7, “Dos nacidos direi na nossa terra”:
perífrase, dos Portugueses;
- «Contarei (disse) sem que me reprendam vv.8, “Doze de Inglaterra”: episódio
De contar cousa fabulosa ou nova; histórico, datado de 1390. A sua inclusão, e que não o acusem de contar uma história
E por que os que me ouvirem daqui numa invocação à história de Portugal, fabulosa; para que os que o ouvem
aprendam pode explicar-se pelo facto do herói da aprendam a praticar feitos semelhantes.
A fazer feitos grandes de alta prova, história, “o Magriço”, ser da família de D. Mas este vai falar de Portugueses, os Doze
Dos nacidos direi na nossa terra, Francisco Coutinho, vice-rei da Índia entre de Inglaterra.
E estes sejam os Doze de Inglaterra. 1561 e 1564, quando Camões estava em
Goa, e que nomeou o poeta como
provedor dos órfãos de Macau, o que este
agradeceu em poemas.
43. «No tempo que do Reino a rédea leve, vv.2, “João, filho de Pedro”: referência a D. No tempo em que reinava D. João I, depois
João, filho de Pedro, moderava, João I, filho bastardo de D. Pedro I; de feita a paz com a vizinha Castela, lá em
Despois que sossegado e livre o teve vv.2, “moderava”: refere-se à rédea do Inglaterra, onde a neve é perpétua, a
Do vizinho poder, que o molestava, governo; deusa da discórdia faz nascer um conflito
Lá na grande Inglaterra, que da neve vv.3/4, “Despois que sossegado e livre o que iria servir para dar lustre à nossa bela
Boreal sempre abunda, semeava teve / Do vizinho poder, que o molestava”: Lusitânia.
A fera Erínis, dura e má cizânia depois que teve o reino em paz e livre da
Que ilustre fosse a nossa Lusitânia» guerra com Castela;
vv.5, “que da neve Boreal sempre abunda”:
que tem sempre abundância das neves do
Norte
vv.7, “Erínis”: as três irmãs Grínias
(Megera, Alecto e Tisífone) eram
divindades infernais e maléficas, que
tinham por missão fazer o mal para vingar
os pecados humanos; os romanos
chamavam-lhe fúrias.

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vv.7, “cizânia”: discórdia


«Entre as damas gentis da corte inglesa
Entre as gentis damas da corte inglesa e
E nobres cortesãos, acaso um dia
vv.4, “ (Ou foi opinião, ou foi porfia) ”: ou alguns nobres cortesãos, levantou-se uma
Se levantou discórdia, em ira acesa
porque tinham das damas essa má opinião, acesa discussão. Os cortesãos, sem medir a
(Ou foi opinião, ou foi porfia).
44. Os cortesãos, a quem tão pouco pesa
ou por simples espírito de contradição; gravidade das palavras, dizem estar
vv.5, “a quem tão pouco pesa”: que pouco dispostos a provar que aquelas damas não
Soltar palavras graves de ousadia,
se importam; têm a dignidade nem a reputação exigidas
Dizem que provarão que honras e famas
para ocuparem tal posto …
Em tais damas não há pera ser damas;»
vv.1, “com lança e espada”: Uma das
modalidades do torneio; depois de
lançadas as lanças, os adversários
combatiam as espadas;
«E que se houver alguém, com lança e vv.2, “a parte sua”: a parte das damas
espada, ofendidas;
Que queira sustentar a parte sua, vv.3, “campo raso ou estacada”: os E que, se alguém quisesse bater-se à lança
Que eles, em campo raso ou estacada, torneios podiam-se realizar em campo e à espada por elas, eles lhes dariam a
45. Lhe darão feia infâmia ou morte crua aberto ou num espaço limitado por uma morte, em campo aberto. As damas,
A feminil fraqueza, pouco usada estaca de madeira intransponível; ofendidas mas sem forças para se baterem,
Ou nunca, a opróbrios tais, vendo-se nua vv.4, “feia infâmia ou morte crua”: ou pediram ajuda a aparentes e amigos.
De forças naturais convenientes, vencerão, infligindo-lhes a vergonha da
Socorro pede a amigos e parentes» derrota, ou matá-los-ão na luta;
vv.5, “feminil fraqueza”: fragilidade
feminina;
vv.6/7, “vendo-se nua / De forças naturais
convenientes”: sem força para tal duelo
46. Mas, como fossem grandes e possantes, vv.1/4, Mas, como os inimigos fossem Mas, como os inimigos das damas eram
No reino os inimigos não se atrevem grandes e possantes no reino, nem fidalgos muito poderosos em Inglaterra,
Nem parentes, nem férvidos amantes, parentes nem férvidos amantes se atrevem nem parentes nem amantes se ofereceram
A sustentar as damas, como devem. a sustentar as damas, como devem (Ordem para se baterem por esta nobre causa. As

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Directa);
vv.3, “férvidos amantes”: fervorosos
amantes;
vv.4, “A sustentar as damas, como devem”:
a terçar armas pelas damas, como era seu
dever, pois eram amantes deles e, nessa
Com lágrimas fermosas, e bastantes
época, amar significa servir;
A fazer que em socorro os deuses levem damas, lavadas em lágrimas de tristeza,
vv.7/8, “A fazer que em socorro os deuses
De todo o Céu, por rostos de alabastro, dirigem-se ao Duque de Lencastre.
levem /De todo o Céu”: suficientes para
Se vão todas ao Duque de Alencastro»
convocar todos os deuses dos céus;
vv.8, “Se vão”: pedir auxilio;
vv.8, “Alencastro”: Duque de Lencastre.
Poderosos duque, que apoiou os
Portugueses na Batalha de Aljubarrota,
ajudando-os na vitória.
vv.1/2, “militara / Cos Portugueses já
contra Castela”: o duque de Lencastre
casou em 1371 com D.Constança, filha de
«Era este Ingrês potente e militara
D.Pedro I de Castela, que morrera em
Cos Portugueses já contra Castela Este inglês era poderoso, e tinha sido
1368. Invocando direitos de sucessão,
Onde as forças magnânimas provara aliado dos Portugueses em Castela.
desembarcou na Corunha e teve o apoio
Dos companheiros, e benigna estrela Conhecera o valor dos seus aliados. E vira
47. Não menos nesta terra experimentara
de D.João I de Portugal. Depois de uma
em Portugal a força do amor: O próprio rei
guerra de desgaste, acordou-se que uma
Namorados afeitos, quando nela apaixonara-se de tal modo por uma sua
filha, D.Catarina, casaria com o herdeiro da
A filha viu, que o peito doma filha que a tomara por esposa.
Coroa Castelhana. Para firmar este acordo
Do forte rei, que por mulher a toma»
com Portugal, uma outra filha, D.Filipa,
casou-se com D.João I em 1387.
v.8, “forte rei”: D.João I
48. «Este, que socorrer-lhe não queria vv.1, “Este”: D.João I; O duque, que não se queria envolver em
Por não causar discórdias intestinas, vv.2, “discórdias intestinas”: divisões guerrilhas internas, disse-lhe: quando

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internas;
Lhe diz: - «Quando o direito pretendia
vv.4, “Reino lá das terras iberinas”: reino
Do Reino lá das terras iberinas, disputei a coroa de Castela, vi nos
de Castela;
Nos Lusitanos vi tanta ousadia, Portugueses muita da valentia que eles
vv.6, “partes tão divinas”: altas qualidades;
Tanto primor e partes tão divinas, serão capazes de sustentar a vossa causa
vv.7, “eles sós”, só eles
Que eles sós poderiam, se não erro com valentia e mestria.
vv.8, “sustentar vossa parte”: defender a
Sustentar vossa parte a fogo e ferro;»
vossa causa
«E se, agravadas damas, sois servidas,
E, se assim quiserdes, mandarei
Por vós lhe mandarei embaixadores, vv.3, “discretas”: distintas, incomuns
embaixadores que, com cartas elegantes e
Que, por cartas discretas e polidas, vv.5, “encarecidas”: valorizadas, postas em
polidas, lhes dêem a conhecer as vossas
De vosso agravo os façam sabedores; relevo
49. Também, por vossa parte, encarecidas vv.6, “palavras d’afagos”: palavras de
queixas. Cada uma de vós escreverá outra
carta, contando as vossas lágrimas,
Com palavras d’afagos e d’amores carinho
encarecidas com palavras de carinho e de
Lhe sejam vossas lágrimas, que eu creio
amor. Penso que ali encontrareis apoio.
Que ali tereis socorro e forte esteio»
«Destarte as aconselha o duque desperto vv.1, “desperto”: experiente
Foi este o conselho dado. Logo o duque se
E logo lhe nomeia doze fortes; vv.2, “doze fortes”: doze cavaleiros
prontificou a nomear doze valentes, para
E por que cada dama um tenha certo valentes
que a cada uma delas coubesse um, em
Lhe manda que sobre eles lancem sortes, vv.3, “um tenha certo”: tenha um cavaleiro
50. Que elas só doze são; e descoberto determinado
sorte. Depois de sorteados os valentes,
cada uma enviaria uma carta ao seu
Qual a qual tem caído das consortes, vv.5, “descoberto”: determinado pelo
valente. Todas escrevem ao Rei, e o Duque
Cad’ ua escreve ao seu, por vários modos, sorteio
a todos escreve.
E todas a seu Rei, e o Duque a todos.» vv.6, “consortes”: as damas
51. «Já chega a Portugal o mensageiro, vv.1, “Já chega a Portugal o mensageiro”: O mensageiro chega a Portugal e todos se
Toda a corte alvoroça a novidade; o ilustre D.João I queria ser o 1º a alvoroçam com a novidade. O próprio rei
Quisera o Rei sublime ser o primeiro, desafrontar a honra das damas ofendidas queria ser o primeiro a bater-se, mas a
Mas não lho sofre a Régia majestade vv.4, “Mas não lho sofre a Régia dignidade real não o permite. Todos
Qualquer dos cortesãos aventureiros majestade”: mas não lho permite a queriam ir, mas felizes só os escolhidos.
Deseja ser, com férvida vontade, dignidade real
E só fica por bem-aventurado vv.7, “bem-aventurado”: feliz

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Quem há vem pelo Duque nomeado.»


«Lá na leal cidade donde teve vv.1/4: Perífrase para Porto
Origem (como é fama) o nome eterno vv.3, “Portugal”: teve origem em Portus
De Portugal armar madeireiro leve Cale Na leal cidade onde teve origem o nome
Manda o que tem o leme do governo vv.3, “madeireiro leve”: navio de Portugal, manda o rei armar um navio.
52. Apercebem-se os doze, em tempo breve, vv.4: Perífrase, manda o rei Os doze cavaleiros lá se preparam, com
D’armas e roupas de uso mais moderno, vv.7, “letras e primores”, divisas, males, toda uma panóplia de utensílios bélicos.
De elmos, cimeiras, letras e primores, frases amorosas que se utilizavam nos
Cavalos, e concertos de mil cores.» torneios
«Já do seu Rei tomado têm licença,
Pera partir do Douro celebrado,
Aqueles que escolhidos por sentença Os escolhidos pelo Duque recebem
vv.4, “experimentado”: experiente
Foram do Duque Inglês experimentado. autorização para partir. Não existem
53. Não há na companhia diferença
vv.7, “Magriço”: Alvares Gonçalves
diferenças entre os cavaleiros, mas um
Coutinho, filho de um marechal da Terra
De cavaleiro, destro e esforçado; deles, o Magriço, dizia:
Mas um só, que Magriço se dizia,
Destarte fala à forte companhia:»
- «Fortíssimos consórcios, eu desejo
Há muito já de andar terras estranhas, vv.3, “Por ver mais águas que as do Douro
Por ver mais águas que as do Douro e Tejo, e Tejo”: para ver mais mundo do que
Caros colegas, há muito que desejo ver o
Várias gentes e leis e várias manhas. Portugal
mundo. Agora, que assim o posso, quero,
54. Agora que aparelho certo vejo, vv.4, “várias manhas”: vários costumes
se mo permitis, ir sozinho, por Terra e
(Pois que do mundo as cousas são vv.8, “Porque eu serei convosco em
prometo estar convosco em Inglaterra.
tamanhas) Inglaterra”: não deixarei de comparecer à
Quero, se me deixais, ir só por terra, hora marcada.
Porque eu serei convosco em Inglaterra»
55. - «E quando caso for que eu, impedido vv.2, “Por Quem das cousas é última Se eu, impedido pela morte, não estiver
Por Quem das cousas é última linha, linha”: Perífrase, morte convosco no prazo marcado, pouca falta
Não for convosco ao prazo instituído, vv.5, “Todos por mim fareis o que é farei, pois tudo fareis no meu lugar. Mas,
Pouca falta vos faz a falta minha: devido“: espírito de cavalaria, um por se não me engano, nada vai impedir que

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todos e todos por um.


Todos por mim fareis o que é devido.
vv.6, “se a verdade o espírito me adivinha”:
Mas, se a verdade o espírito me adivinha.
se é verdadeiro o meu pressentimento eu esteja lá convosco.
Rios montes, Fortuna e a sua enveja
vv.7, “Fortuna e a sua enveja”: Fortuna e
Não farão que eu convosco lá não seja.»
infortúnio
«Assi diz, e abraçados os amigos
vv.3/4, “antigos / Lugares que ganhara o
E tomada licença, enfim se parte.
pátrio Marte”: povoações que outrora
Passa Lião, Castela, vendo antigos Assim o diz, e abraça os amigos. Passa
foram conquistados pela força (marte)
Lugares que ganhara o pátrio Marte; Leão, Castela, Navarra, vê em França as
56. Navarra, cos altíssimos perigos
Portuguesa
cousas mais importantes e chega enfim ao
vv.7, “as cousas grandes”: monumentos ou
Do Perineu, que Espanha e Gália parte. grande empório de Flandres.
cidades mais importantes
Vistas, enfim, de França as cousas grandes,
vv.8, “Frandes”: Flandres
No grande empório foi parar de Frandes.»
«Ali chegado, ou fosse caso ou manha, vv.1, “manha”: astúcia, habilidade
Sem passar se deteve muitos dias. vv.2, “Sem passar”: sem embarcar para
Ali, por acaso ou astúcia, deteve-se por
Mas dos onze a ilustríssima companhia Inglaterra
muitos dias. Os seus colegas já
Cortam do Mar do Norte as ondas frias; vv.2, “muitos dias”: muito tempo
57. Chegados de Inglaterra à costa estranha, vv.6, “fazem todos vias”: todos se
desembarcaram e se dirigiram para
Londres, onde foram faustosamente
Pera Londres já fazem todos vias; encaminham
recebidos pelo rei e pelas damas.
Do Duque são com festas agasalhados vv.7, “festas agasalhados”: festivamente
E das damas servidos e animados.» recebidos e instalados
«Chega-se o prazo e dia assinalado
De entrar em campo já cos doze Ingleses,
vv.4, “elmos”: capacetes com viseira Chegou o dia do combate. Vestem-se os
Que pelo Rei já tinham segurado;
vv.4, “grevas”: parte da armadura que elmos, as grevas, os arneses. As damas já
Armam-se d’elmos, grevas e de arneses.
58. Já as damas têm por si, fulgente e armado,
cobre as pernas têm a força dos Portugueses para as
vv.4, “arneses”: armaduras completas defender; elas se vestem ricamente, de
O Mavorte feroz dos Portugueses;
vv.6, “Mavorte feroz”: espírito feroz cores vivas e com muitas jóias.
Vestem-se elas de cores e de sedas,
De ouro e jóias mil, ricas e ledas»
59. «Mas aquela a quem fora em sorte dado vv.5/6: aquele assunto na corte inglesa vai Só a dama que caiu em sorte ao Magriço

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Magriço, que não vinha, com tristeza


Se veste, por não ter quem nomeado conduzido de tal modo que as damas estava de negro, por não ter cavaleiro que
Seja seu cavaleiro nesta empresa; sejam consideradas vencedoras. se bata por ela, se bem que os outros onze
Bem que onze apregoam que acabado v.7/8: mesmo que faltem dois ou três dos apregoam que as damas sairão
Será o negócio assi na corte Inglesa, seus, a falta do Magriço não vai impedir a vencedoras, nem que faltem dois ou três
Que as damas vencedoras se conheçam, vitória da causa das damas guerreiros para lhes defender a sua honra.
Posto que dous ou três dos seus faleçam.»
vv.1, “sublime”: muito alto
«Já num sublime e púbrico teatro vv.1, “púbrico”: público
Numa alta tribuna assistia o rei e a sua
Se assenta o Rei Inglês, com toda a corte; vv.1, “teatro”: palanque, tribuna
corte. Os cavaleiros agrupavam-se aos
Estavam três e três e quatro e quatro, vv.2, “Rei Inglês”: referência a Ricardo II de
grupos de três e quatro, conforme o
Bem como a cada qual coubera em sorte; Inglaterra
60. Não são vistos do Sol, do Tejo ao Batro, vv.5, “Tejo ao Batro”: Perífrase, todo o
sorteado. Nunca se tivera visto cavaleiros
tão fortes, robustos e vigorosos como
De força, esforço e d‘animo mais forte, mundo
aqueles que se iriam bater contra os
Outros doze sair, como os Ingleses, v.5/7: Nunca em todo o mundo o sol viu
Portugueses.
No campo, contra os onze Portugueses.» cavaleiros tão vigorosos, fortes e valentes
como aqueles doze cavaleiros ingleses
«Mastigam os cavalos, escumando,
Os áureos freios, com feroz sembrante;
Estava o Sol nas armas rutilando, vv.5/6: O público dá-se conta de que não Os cavalos esperam ansiosos, o sol faz
Como em cristal ou rígido diamante; há igual número de guerreiros dos dois brilhar as armas. Nota-se a ausência do
61. Mas enxerga-se, num e noutro bando, lados Magriço, quando se começa a criar um
Partido desigual e dissonante vv.8, “geralmente”: colectivamente tumulto na arena.
Dos onze contra os doze; quando a gente
Começa a alvoraçar-se geralmente.»
62. «Viram todos o rosto aonde havia vv.1/2: o motivo que estava a provocar o Todos se voltam para o lugar onde o
A causa principal do reboliço: movimento de curiosidade. burburinho era mais forte. Eis que surge na
Eis entra um cavaleiro, que trazia vv.4, “ao bélico serviço”: armas e cavalo arena um cavaleiro já armado. Este dirige-
Armas, cavalo, ao bélico serviço; preparados para o torneio se ao rei, às damas e aos seus
Ao rei e às damas fala e logo se ia companheiros … Era o Magriço.

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Pera os onze, que este era o grão Magriço;


Abraça os companheiros, como amigos
A quem não falta, certo nos perigos.»
vv.2, “que”: valor temporal (= quando)
«A dama, como ouviu que este era aquele
vv.2, “seu nome e fama”: a sua reputação
Que vinha a defender seu nome e fama,
vv.3, “veste ali do animal de Hele”: veste o A dama, logo que ouviu a chegada do
Se alegra e veste ali do animal de Hele,
velo de ouro. Hele roubou ao seu pai o seu magriço, vestiu-se ali da cor da pele do
Que a gente bruta mais que virtude ama.
63. Já dão sinal, e o som da tuba impele
carneiro de pele de ouro e quis atravessar, velo de ouro, que a gente bruta preza mais
montada nele, o Helesponto. Foi para do que a virtude. As lutas dão o sinal,
Os belicosos ânimos, que inflama;
conquistar essa pele de ouro que se começou o duelo.
Picam d’esporas, largam rédeas logo,
organizou a expedição dos Argonautas.
Abaixam lanças, fere a terra fogo;
vv.4, Perífrase, a dama vestiu-se ricamente
«Dos cavalos o estrépito parece
Que faz que o chão debaixo todo treme;
vv.7: as armas que eram brancas tornam- O chão estremece sob o trépido dos
O coração no peito que estremece
se vermelhas, com o sangue que sobre elas cavalos, os corações estremecem; há quem
De quem os olha, se alvoroça e teme.
escorre não desça mas voe do cavalo, há quem
64. Qual do cavalo voa, que não dece;
vv.8: situação do cavaleiro que, dobrado geme com o cavalo na terra, quem pinte
Qual, co cavalo em terra dando, geme;
sobre si mesmo, já bate nas próprias ancas de sangue as armaduras, que vá açougados
Qual vermelhas as armas faz de brancas;
com o penacho do seu elmo as ancas com os penachos dos elmos.
Qual cos penachos do elmo açouta as
ancas.»
65. «Algum dali tomou perpétuo sono vv.1, “perpétuo sono”: eufemismo e Morrem alguns: Vê-se correr cavalos sem
E fez da vida ao fim breve intervalo; perífrase para morte donos e donos sem cavalos. O orgulho
Correndo, algum cavalo vai sem dono, vv.2, “fim”: morte. SIGNIFICADO: pequeno inglês é abatido, porque já dois ou três
E noutra parte o dono sem cavalo. intervalo entre a vida e a morte, ou porque estão fora de campo. Os que ainda
Caiu a soberba Inglesa de seu trono, morreram jovens ou porque as feridas combatiam encontraram mais do que a
Que dous ou três já fora vão do valo. recebidas eram tão grandes que causaram ditadura do adversário.
Os que de espada vêm fazer batalha, rapidamente a morte
Mais acham já que arnês, escudo e vv.6, “já fora vão do valo”: fora da
malha.» delimitação do campo.

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vv.7, os que combatem com a espada


vv.8, além das armas defensivas,
encontravam a bravura dos combatentes
«Gastar palavras em contar estremos
De golpes feros, cruas estocadas,
É desses gastadores, que sabemos, Gastar palavras para se descrever os golpes
vv.1/4: gastar palavras é próprio desses
Maus do tempo com fábulas sonhadas. que ali se deram é próprio daqueles que
66. Basta, por fim do caso, que entendemos
maus gastadores do tempo.
narram fantasias. Basta que se fique a
vv.3, “que sabemos”: que conhecemos
Que com finezas altas e afamadas, saber que os nossos ficaram com a vitória.
Cos nossos fica a palma da vitória
E as damas vencedoras e com glória.»
«Recolhe o Duque os doze vencedores,
Nos seus paços, com festas e alegria;
O duque de Lencastre recebeu no seu paço
Cozinheiros ocupa e caçadores, vv.1, “Recolhe”: aposenta, instala
os vencedores. As damas ordenam que se
Das damas e fermosa companhia, vv.3/4: as damas ocupam ao seu serviço
67. Que querem dar aos seus libertadores cozinheiros e caçadores
ofereçam aos seus libertadores banquetes
durante o tempo que ficarem em
Banquetes mil, cada hora e cada dia, vv.8, “doce e cara terra”: querida terra
Inglaterra.
Enquanto se detém em Inglaterra,
Até tornar à doce e cara terra.»
68. «Mas dizem que, contudo, o grão Magriço, vv.1, “grão”: grande Mas dizem que o Magriço se deixou ficar
Desejoso de ver as cousas grandes, vv.4, “Frandes”: Flandres por lá, prestou um serviço notável à
Lá se deixou ficar, onde um serviço, vv.3/4: o Magriço serviu o conde de condessa de Flandres e, como notável
Notável à condessa fez de Frandes, Flandres João “Sem Medo” que, em 1407 guerreiro, matou num torneio um francês.
E, como quem não era já noviço mandou assassinar o duque de Orleães,
Em todo trance onde tu, Marte, mandes, porque este difamara a sua condessa. Em
Um Francês mata em campo, que o 1411, João “Sem Medo” concedeu grandes
Destino privilégios à nação, incluindo com especial
Lá teve de Torcato e de Corvino.» atenção Álvaro Gonçalves Coutinho, o
Magriço.
vv.8: quem teve o destino foi o Magriço.

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Torcato e Corvino são romanos que


venceram gauleses em combates
singulares
vv.1: Referência a D.Álvaro Vaz de Almeida,
que mais tarde recebeu o título de Conde
«Outro também dos doze em Alemanha de Avranches.
Se lança e teve um fero desafio vv.3, “Germano enganoso”: alemão
Cum Germano enganoso, que, com manha manhoso Outro dos doze teve, na Alemanha, um
Não devida, o quis pôr no extremo fio.» vv.3/4, “com manha / Não devida”: combate cruel com um Alemão que,
69. Contando assi Veloso, já a companhia habilidade não permitida deslealmente, o queria matar. Os
Lhe pede que não faça tal desvio vv.4, “pôr no extremo fio”: eufemismo e companheiros pedem-lhe que continue a
Do caso de Magriço e vencimento, perífrase para matar falar do Magriço e do caso da Alemanha.
Nem deixe o de Alemanha em vv.6: Os ouvintes pedem ao narrador que
esquecimento. se continuem a narrar os feitos do
Magriço, sem deixar cair este em
esquecimento.

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Descriçã o do Episó dio dos “Doze de Inglaterra”


O episódio “Os Doze de Inglaterra” é um episódio cavalheiresco, no qual se narra uma história ocorrida no reinado de D.
João I. Com efeito, neste reinado, doze damas da corte inglesa sentiram-se gravemente lesadas na sua honra por doze nobres
terem declarado que elas nem sequer mereciam o nome de damas. Desafiavam ainda quem quisesse defender as damas
insultadas a enfrentá-los “com lança e espada”. As damas procuraram entre amigos e parentes alguém que as vingasse, mas
todos recusaram, receosos, com certeza, da importância e valentia dos inimigos Choravam já as damas a sua triste sorte,
quando decidiram pedir conselhos ao Duque de Lencastre, sogro de D. João I, que tinha combatido pelos Portugueses na
Guerra da Independência contra Castela. Conhecedor directo da ousadia das gentes de Portugal, logo lhes indica o nome de
doze valentes Portugueses seus amigos que estariam, com toda a certeza, dispostos a lutar e a morrer por elas. Através de um
mensageiro, cada dama manda uma carta ao defensor que lhe coube em sorte e outra ao Rei D. João I e, por sua vez, o Duque
de Lencastre a todos se dirige.
Chegadas as cartas, toda a corte se alvoroça. O próprio D. João I desejaria corresponder ao apelo das damas mas não lho
permite a sua condição de Rei. Muitos cortesãos se sentem indignados com a conduta afrontosa dos nobres ingleses e desejam
intervir na sua punição. Mas “só fica por bem-aventurado / Quem já vem ao pelo Duque nomeado.”
Partem então os Doze para Inglaterra, onze num navio saído do Douro e o mais valente, denominado “O Magriço”,
desejoso “de conhecer terras e águas estranhas, várias gentes e leis e várias manhas”, decide viajar por terra, prometendo, no
entanto, estar presente no momento próprio. Os onze desembarcavam em Londres, são muito bem acolhidos pelo Duque de
Lencastre e pelas damas ofendidas. No dia do torneio, tudo está preparado, mas o Magriço atrasa-se, para desespero dos seus
companheiros e, sobretudo, da dama que lhe coubera em sorte defender. À hora marcada, presentes o Rei inglês, toda a sua
corte e as damas ofendidas (com a que coubera o Magriço defender vestida de luto), é enorme a ansiedade. Dum lado, doze
cavaleiros ingleses; do outro, só onze. O descuidado Magriço atrasara-se imperdoavelmente. Mas, de repente, é grande o
alvoroço e toda a assistência olha para a entrada do recinto. É Magriço que chega, montado no seu cavalo, já vestido e pronto
para a luta. Renasce a esperança na sua dama, que se veste de arminho.
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Trava-se um duro combate e os Portugueses derrotaram todos os seus adversários. Dos soberbos nobres ingleses alguns
morreram e outros ficam gravemente feridos. E os doze são recebidos pelo Duque no seu palácio, onde lhes são oferecidas
festas e honrarias como prova de apreço e gratidão. E até regressarem “à doce e cara terra”, sempre terão a companhia das
doze damas, já reabilitadas e felizes.

Retirado de “Camões Épico – Introdução à leitura de ‘Os Lusíadas’, Edições Sebenta, p.107 - 108 ”

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