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“OS LUSÍADAS”
Trabalho de análise da obra, realizado no âmbito
da disciplina de Língua Portuguesa
Retirado de “Camões Épico – Introdução à leitura de ‘Os Lusíadas’, Edições Sebenta, p.107”
1
Episódio que irá ser analisado
Diogo Henrique Antunes RamôaTurma: 11ºF Nº 14
Escola Secundária Carlos Amarante Página 2
CONTRATO DE LEITURA DE “OS LUSÍADAS” de 17
Directa);
vv.3, “férvidos amantes”: fervorosos
amantes;
vv.4, “A sustentar as damas, como devem”:
a terçar armas pelas damas, como era seu
dever, pois eram amantes deles e, nessa
Com lágrimas fermosas, e bastantes
época, amar significa servir;
A fazer que em socorro os deuses levem damas, lavadas em lágrimas de tristeza,
vv.7/8, “A fazer que em socorro os deuses
De todo o Céu, por rostos de alabastro, dirigem-se ao Duque de Lencastre.
levem /De todo o Céu”: suficientes para
Se vão todas ao Duque de Alencastro»
convocar todos os deuses dos céus;
vv.8, “Se vão”: pedir auxilio;
vv.8, “Alencastro”: Duque de Lencastre.
Poderosos duque, que apoiou os
Portugueses na Batalha de Aljubarrota,
ajudando-os na vitória.
vv.1/2, “militara / Cos Portugueses já
contra Castela”: o duque de Lencastre
casou em 1371 com D.Constança, filha de
«Era este Ingrês potente e militara
D.Pedro I de Castela, que morrera em
Cos Portugueses já contra Castela Este inglês era poderoso, e tinha sido
1368. Invocando direitos de sucessão,
Onde as forças magnânimas provara aliado dos Portugueses em Castela.
desembarcou na Corunha e teve o apoio
Dos companheiros, e benigna estrela Conhecera o valor dos seus aliados. E vira
47. Não menos nesta terra experimentara
de D.João I de Portugal. Depois de uma
em Portugal a força do amor: O próprio rei
guerra de desgaste, acordou-se que uma
Namorados afeitos, quando nela apaixonara-se de tal modo por uma sua
filha, D.Catarina, casaria com o herdeiro da
A filha viu, que o peito doma filha que a tomara por esposa.
Coroa Castelhana. Para firmar este acordo
Do forte rei, que por mulher a toma»
com Portugal, uma outra filha, D.Filipa,
casou-se com D.João I em 1387.
v.8, “forte rei”: D.João I
48. «Este, que socorrer-lhe não queria vv.1, “Este”: D.João I; O duque, que não se queria envolver em
Por não causar discórdias intestinas, vv.2, “discórdias intestinas”: divisões guerrilhas internas, disse-lhe: quando
internas;
Lhe diz: - «Quando o direito pretendia
vv.4, “Reino lá das terras iberinas”: reino
Do Reino lá das terras iberinas, disputei a coroa de Castela, vi nos
de Castela;
Nos Lusitanos vi tanta ousadia, Portugueses muita da valentia que eles
vv.6, “partes tão divinas”: altas qualidades;
Tanto primor e partes tão divinas, serão capazes de sustentar a vossa causa
vv.7, “eles sós”, só eles
Que eles sós poderiam, se não erro com valentia e mestria.
vv.8, “sustentar vossa parte”: defender a
Sustentar vossa parte a fogo e ferro;»
vossa causa
«E se, agravadas damas, sois servidas,
E, se assim quiserdes, mandarei
Por vós lhe mandarei embaixadores, vv.3, “discretas”: distintas, incomuns
embaixadores que, com cartas elegantes e
Que, por cartas discretas e polidas, vv.5, “encarecidas”: valorizadas, postas em
polidas, lhes dêem a conhecer as vossas
De vosso agravo os façam sabedores; relevo
49. Também, por vossa parte, encarecidas vv.6, “palavras d’afagos”: palavras de
queixas. Cada uma de vós escreverá outra
carta, contando as vossas lágrimas,
Com palavras d’afagos e d’amores carinho
encarecidas com palavras de carinho e de
Lhe sejam vossas lágrimas, que eu creio
amor. Penso que ali encontrareis apoio.
Que ali tereis socorro e forte esteio»
«Destarte as aconselha o duque desperto vv.1, “desperto”: experiente
Foi este o conselho dado. Logo o duque se
E logo lhe nomeia doze fortes; vv.2, “doze fortes”: doze cavaleiros
prontificou a nomear doze valentes, para
E por que cada dama um tenha certo valentes
que a cada uma delas coubesse um, em
Lhe manda que sobre eles lancem sortes, vv.3, “um tenha certo”: tenha um cavaleiro
50. Que elas só doze são; e descoberto determinado
sorte. Depois de sorteados os valentes,
cada uma enviaria uma carta ao seu
Qual a qual tem caído das consortes, vv.5, “descoberto”: determinado pelo
valente. Todas escrevem ao Rei, e o Duque
Cad’ ua escreve ao seu, por vários modos, sorteio
a todos escreve.
E todas a seu Rei, e o Duque a todos.» vv.6, “consortes”: as damas
51. «Já chega a Portugal o mensageiro, vv.1, “Já chega a Portugal o mensageiro”: O mensageiro chega a Portugal e todos se
Toda a corte alvoroça a novidade; o ilustre D.João I queria ser o 1º a alvoroçam com a novidade. O próprio rei
Quisera o Rei sublime ser o primeiro, desafrontar a honra das damas ofendidas queria ser o primeiro a bater-se, mas a
Mas não lho sofre a Régia majestade vv.4, “Mas não lho sofre a Régia dignidade real não o permite. Todos
Qualquer dos cortesãos aventureiros majestade”: mas não lho permite a queriam ir, mas felizes só os escolhidos.
Deseja ser, com férvida vontade, dignidade real
E só fica por bem-aventurado vv.7, “bem-aventurado”: feliz
Trava-se um duro combate e os Portugueses derrotaram todos os seus adversários. Dos soberbos nobres ingleses alguns
morreram e outros ficam gravemente feridos. E os doze são recebidos pelo Duque no seu palácio, onde lhes são oferecidas
festas e honrarias como prova de apreço e gratidão. E até regressarem “à doce e cara terra”, sempre terão a companhia das
doze damas, já reabilitadas e felizes.
Retirado de “Camões Épico – Introdução à leitura de ‘Os Lusíadas’, Edições Sebenta, p.107 - 108 ”