As obrigações de fazer são aquelas que se materializa no dever
que o devedor tem de exercer determinada conduta, ou seja, desenvolver determinado trabalho físico ou intelectual, de prestar um serviço em favor do credor.
OBJETO:
Qualquer comportamento humano, lícito e possível, do devedor
ou de terceiro à custa dele (devedor).
DIFERENÇAS ENTRE OBRIGAÇÕES DE DAR E
OBRIGAÇÕES DE FAZER:
1 – A O. de dar consiste na entrega de uma coisa para transferir
seu domínio, transferir o seu uso ou restituí-la a seu dono. A O. de fazer, no dever de exercer determinada conduta que pode ser física ou intelectual.
2 – A O. de dar implica na tradição da coisa e a O. de fazer, não.
3 – Na O. de dar, a pessoa do devedor fica em segundo plano, já
na O. de fazer, a pessoa do devedor é de extrema importância. 4 – Na O. de dar o erro sobre a pessoa do devedor não gera a anulação da obrigação. Mas na O. de fazer o erro sobre a pessoa do devedor pode anular a obrigação.
ESPÉCIES DA OBRIGAÇÃO DE FAZER:
INFUNGÍVEL: ART. 247
Ao credor só interessa que o devedor, pelas suas qualidades
pessoais, faça o serviço. A fama do devedor. Também é conhecida como obrigação personalíssima ou “intuitu personae”. São as circunstancias do caso e a vontade do credor que tornarão a obrigação infungível ou não. Neste caso a importância da obrigação esta na pessoa que irá exercer a conduta, e não na obrigação em si.
FUNGÍVEL: ART. 249
Neste tipo de obrigação de fazer, a prestação pode ser prestada
por qualquer pessoa que tenha condições de exercê-la. Ou seja, o serviço pode ser prestado, desde que sem prejuízo para o credor, por uma terceira pessoa e não necessariamente pela pessoa do devedor. O que importa é a obrigação em si e não a pessoa que irá exercê-la. CONSEQÜÊNCIA DO DESCUMPRIMENTO:
PELA IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO:
Sem culpa do devedor: a obrigação fica resolvida. Art. 248, 1ª
parte Com culpa do devedor: este responde por por perdas e danos. Art. 248, 2ª parte e 389.
PELA RECUSA DO DEVEDOR EM PRESTAR O SERVIÇO:
Se a obrigação de fazer é do tipo infungível, o devedor deve
indenizar perdas e danos. Art. 247. Se a obrigação de fazer é do tipo fungível, o credor tem a liberdade de mandar executar o serviço por terceiro à custa do devedor, ou pedir indenização das perdas e danos. Art. 249.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER:
CONCEITO:
É aquela que determina que o devedor deixe de executar
determinado ato em virtude de um contrato estabelecido entre as partes. Este tipo de obrigação se materializa na abstenção de um comportamento que normalmente poderia ser exercido não fosse o contrato entre as partes.
CONSEQÜÊNCIA DO DESCUMPRIMENTO:
Na impossibilidade de abstenção do ato sem culpa do devedor,
(força maior ou caso fortuito) fica a obrigação resolvida para as partes. Art. 250.
Sendo a falta de abstenção por culpa do devedor, o credor pode
exigir judicialmente que ele (devedor) desfaça o ato, sob pena de mandar desfazer à sua custa, e o credor ser ressarcido das perdas e danos.
Se for impossível desfazer o ato, a obrigação será resolvida em