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CURSO DE AGRONOMIA
Araxá - MG
2010
1
JOSE RAMOS ZAGO
MAYARA FERREIRA DA TRINDADE
MARCOS DOMINGOS
PRISCILA FLAUSINO DA SILVA
VINICIUS ANDRE CARNEIRO
Araxá - MG
2010
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................5
2 IMPORTÂNCIA E DISTRIBUIÇÃO...........................................................................5
3ASPECTOSECONÔMICOS..........................................................................................6
4 VALOR NUTRITIVO...................................................................................................6
5 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA...........................................................................7
6 EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS...................................................................................10
6.1 Temperatura..............................................................................................................10
6.2 Umidade....................................................................................................................10
6.3 Ventos.......................................................................................................................11
6.4 Luz............................................................................................................................11
7 EXIGÊNCIAS EDÁFICAS........................................................................................11
8 PROPAGAÇÃO...........................................................................................................11
9 ESTUDOS PRÉVIOS..................................................................................................14
10.1 Plantio.....................................................................................................................15
11 MANEJO DA CULTURA........................................................................................17
3
11.1 Nutrição e Adubação..............................................................................................18
11.4 Irrigação..................................................................................................................23
12 PRAGAS E DOENÇAS............................................................................................24
12.1 Pragas......................................................................................................................24
12.1.2 Coleobrocas.........................................................................................................26
12.1.3 Cochonilhas.........................................................................................................26
12.1.4 Eriofiídeo-da-figueira..........................................................................................27
12.1.5 Cigarrinha-das-frutíferas.....................................................................................28
12.2 Doenças..................................................................................................................29
12.2.1 Ferrugem 17
12.2.2 Antracnose...........................................................................................................30
12.2.5 Nematóides..........................................................................................................32
13 COLHEITA E PÓS-COLHEITA..............................................................................33
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................34
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1 INTRODUÇÃO
A figueira é uma das espécies frutíferas com grande expansão mundial, pois
apesar de ser considerada uma espécie de clima temperado, apresenta boa adaptação a
uma grande quantidade de climas e solos, desde regiões frias do Hemisfério Norte até
regiões quentes, como o Nordeste Brasileiro.
2 IMPORTÂNCIA E DISTRIBUIÇÃO
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Em Minas Gerais, há cerca de 216 ha com figueiras, incluindo-se aí plantas
novas em formação e adultas em produção. As principais regiões produtoras estão
localizadas no Sul e Sudoeste do Estado. Prevê-se, para 1997 uma produção em torno
de 1200 t.
3 ASPECTOS ECONÔMICOS
4 VALOR NUTRITIVO
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5 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA
A figueira é uma das mais antigas espécies cultivadas. Há várias citações sobre a
figueira na Bíblia e em muitos países, a figueira é tida como símbolo de fertilidade e
fecundidade.
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pedúnculo suculento externo e as flores situadas em seu interior. A infrutescência é
botanicamente chamado "sicôno" ou "sincônio". Os primórdios florais formam-se
tipicamente na axila de cada folha, onde uma gema central vegetativa é acompanhada
por duas gemas florais. Algumas cultivares desenvolvem somente um figo por nó,
enquanto que outras desenvolvem frutas de ambas as gemas. O crescimento do figo, em
termos de peso ou diâmetro, segue uma curva sigmoidal dupla.
d) São Pedro (Ficus carica intermedia) – as figueiras do tipo São Pedro são
intermediárias entre as do tipo smyrna e comum. Os figos têm apenas flores femininas,
com estilo longo, mas enquanto as flores dos figos da primeira safra são
partenocárpicas, as da segunda safra não se desenvolvem até a maturidade sem o
estímulo da fecundação.
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com pedúnculo curto, coloração externa roxo-escura e na região interna da polpa, rosa-
violácea. As frutas podem ser destinadas tanto para o consumo "in natura" quanto para a
industrialização, na forma de doces em calda e cristalizados. Apesar de suas diversas
vantagens, apresenta a limitação de possuir um ostíolo muito aberto, com tendência e
rachaduras, favorecendo a ocorrência de doenças e pragas. Em outros países, a cultivar
Roxo de Valinhos apresenta vários sinônimos, tais como 'Nero', 'Corbo', 'Brown
Turkey', 'Granata', e 'San Pairo'.
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6 EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
É uma espécie com pouca exigência em frio para completar o repouso hibernal.
Nas regiões de clima seco, a estação seca ajuda induzir o repouso vegetativo,
complementando o efeito do frio.
6.1 Temperatura
A exigência em frio hibernal para quebra de dormência das gemas varia de 100 a
o
300 horas de frio (abaixo de 7,2 C). Apesar disso, há boa adaptação da figueira em
regiões de clima quente, com a vantagem adicional de poder-se produzir frutas durante
o ano todo, visto que a irrigação e a poda condicionam a frutificação. Nas regiões
quentes, as safras são maiores e os figos, mais doces.
o
A figueira tolera temperaturas de até 35 a 42 C. Já foi verificado que
o
temperaturas em torno de 40 C durante o período de amadurecimento das frutas
provocam maturação antecipada, com alteração na consistência da casca do fruto, que se
torna coriácea e dura. Em regiões de clima mais frio, há risco de danos por geadas
o
tardias, pois temperaturas no final do inverno entre –3 a –6 C podem matar os figos em
formação e os ramos mais herbáceos. Como alternativas para contornar os efeitos da
ocorrência de geadas tardias recomenda-se que a poda seja feita mais tardiamente (mês
de agosto, na região do Rio Grande do Sul) deixando-se de quatro a cinco gemas, ou
seja, três a quatro entre nós. Caso seja necessário devido à morte das brotações
terminais por ocorrência da geada durante a primavera, pode-se podar novamente,
retirando-se as partes danificadas pelo frio.
6.2 Umidade
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O emprego da cobertura morta do solo do pomar permite preservar a umidade do
solo, fundamental para o bom desenvolvimento da figueira. Em locais com
precipitações irregulares, pequenas estiagens são sentidas pelas plantas, causando a
queda das folhas, com prejuízos à produção. Neste caso a cultura deve ser irrigada. Por
outro lado, a alta umidade pode predispor as frutas ao ataque de doenças bem como
causar fendilhamento das frutas quando elas se encontram no estágio de maturação.
.3 Ventos
Geralmente, o vento não chega a causar prejuízos. Porém, ventos fortes, durante o
desenvolvimento das frutas, provocam danos mecânicos causados pelas batidas das
folhas. Nos locais muito sujeitos a ventos fortes, pode-se recomendar a instalação de
quebra-ventos.
6.4 Luz
7 EXIGÊNCIAS EDÁFICAS
8 PROPAGAÇÃO
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8.2 Propagação por Estaquia
Neste caso, o terreno para viveiro deverá ser bem drenado, com boa
disponibilidade de água para irrigação, livre de plantas invasoras (especialmente
tiririca e grama-seda) e, principalmente, isento de nematóides. Após o preparo do
terreno, deverão ser abertas as valas, com profundidade de 30 cm, espaçadas entre
si de 0,80 m. O plantio das estacas também pode ser feito em canteiros cobertos
com filme polietileno preto, reduzindo a ocorrência de invasoras, diminuindo a
perda de umidade do solo e aumentando a temperatura do substrato.
Caso as condições ambientais não sejam muito satisfatórias ao plantio das estacas
no viveiro, estas podem ser armazenadas. As estacas são mantidas em areia úmida, na
posição vertical, deixando apenas duas gemas acima do substrato. O período de
conservação é variável, mas de modo geral, as estacas podem ser conservadas por até 2-
3 semanas, quando mantidas na posição vertical.
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10 cm de comprimento. A muda será então, conduzida em haste única até atingir 40 a
60 cm de comprimento, sendo despontada no inverno seguinte nesse comprimento,
estando apta para ser comercializada e transplantada ao local definitivo.
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uma vez que o rendimento é considerado satisfatório, a formação paralela de mudas em
recipientes (sacos plásticos, vasos, entre outros) constitui-se numa prática muito
importante. A estaquia lenhosa em sacos plásticos, no período hibernal pode garantir a
substituição, no período de dezembro–janeiro, daquelas estacas que não vingaram,
plantando-se as mudas diretamente no campo e obtendo-se, com isso, uma maior
uniformização do estande final pretendido. Como recipiente, é recomendado o uso de
sacos plásticos pretos nas dimensões de 30 X 20 cm, com capacidade de 4 litros de
substrato.
9 ESTUDOS PRÉVIOS
Como em qualquer outra cultura, ao implantar-se uma área com figueiras, deve-
se fazer em primeiro lugar um levantamento de informações sobre o mercado, preços,
vias de acesso, distância ao mercado consumidor, atacadistas, etc. Se o objetivo for a
produção de fruta fresca, deve-se ter uma grande agilidade e facilidade de colocar o
produto no mercado preferencialmente no mesmo dia ou no máximo 24 horas após a
colheita, devido à grande perecibilidade dos figos maduros. Porém, quando o objetivo
for a produção de figos verdes, pode-se trabalhar com distâncias e prazos maiores, além
de ser possível a industrialização na propriedade. Também é importante verificar a
experiência de outros produtores na região, a adaptação da cultura no local e a
possibilidade de colocar a fruta em períodos de menor oferta e maior preço.
Uma vez feito este levantamento, deve-se partir para a escolha da área onde o
pomar será implantado. Preferencialmente, deve-se optar por áreas que:
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b) apresentem solos bem drenados e
bem providos de matéria orgânica;
f) tenha orientação para a face norte, mais iluminada e mais quente que a face sul
e a salvo dos ventos frios;
Deve-se evitar escolher terrenos muito íngremes, pois isto aumenta muito o custo
de produção e de implantação, implicando na necessidade de práticas que evitam a
erosão como curvas de nível, cordões de controle, terraços, plantio em curva de nível.
Para as áreas de pouco desnível até 5%, deve-se fazer o plantio do pomar em curvas de
nível, no sentido contrário à direção das águas.
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colocando metade do calcário indicado pela análise antes da aração e a outra metade
antes da gradagem, podendo ser esparramado manualmente ou usando implementos. A
quantidade a ser aplicada pode ser indicada pelo método de saturação de base ou pelo
método do Al, Ca e Mg trocáveis ou SMP. Estas operações devem ser feitas 03 (três)
meses antes do plantio.
A abertura das covas pode ser feita manualmente ou com o uso de sulcador
acoplado ao trator. Faz-se covas com cerca de 40 x 40 x 40 cm e, se possível, faz-se a
separação entre solo superficial e o solo das camadas mais profundas. Por ocasião do
plantio, a camada superficial, isto é, a proveniente das primeiras camadas até a
profundidade de 30cm, depois de bem misturada com os adubos, é usada para
preenchimento das covas, completando-se com terra raspada superficialmente ao redor.
O solo sub-superficial é utilizado para a construção de um cordão ou banqueta, do lado
de baixo da muda, cortando as águas. Esta operação deve ser feita, no mínimo, um mês
antes do plantio.
30g de K2O;
10.1 Plantio
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11 MANEJO DA CULTURA
As adubações de
cobertura deverão ter início
quando mais de 60% das plantas
estiverem com 3 ou mais pares
de folhas. Deve-se fazer esta
aplicação quando o solo estiver
úmido, distribuindo-se bem os
fertilizantes e manter um
intervalo entre aplicações entre
pelo menos 30 dias. Em geral,
faz-se quatro adubações de
cobertura: a) primeira, com 6-10
g N/planta; b) segunda, com 6-10
g N/planta; c) terceira, com 10-
15 g N/planta e 10-15 g K2O/planta e d) quarta, com 15 g N/planta e 15 g K2O/planta.
Na tabela 2, constam as épocas e quantidades das adubações de plantio e pós-plantio
recomendadas para a
ficicultura no sudoeste de
Minas Gerais.
A adubação de
crescimento e formação da
planta é feita de acordo com a
Tabela 3 também
recomendada para a
ficicultura na região Sudoeste
de Minas Gerais.
Anualmente, a figueira
perde as folhas, as frutas e os
ramos com as podas drásticas, o que requer a reposição dos nutrientes perdidos. Há
necessidade de uma ótima adubação anual para o bom desenvolvimento das plantas,
quando se visa uma boa produção de frutas de boa qualidade. Logo após a poda, faz-se
a adubação de manutenção.
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corrigir a acidez do solo, o corretivo constitui-se em importante fonte de cálcio e
magnésio.
N: 3,39%
P: 0,17% - 0,21%
K: 2,68% - 2,83%
S: 0,21%
B: 162ppm – 219ppm
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intervenções que são efetuados na planta, com o propósito de condicioná-la para umas
produtividades rápidas, elevadas e mais constantes ao longo dos anos.
o o
As operações de formação da planta prosseguem até o 4 ou 5 ano pós-plantio,
duplicando-se anualmente o número de ramos da planta. A planta é considerada
formada quando atinge 8 a 12 ramos por ramo inicial ou, no total, 24 a 36 ramos por
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planta. Em geral, em figueiras destinadas à produção de frutas
frescas, deixa-se um menor número de ramos, para favorecer o
tamanho e a qualidade dos figos. Em figueiras destinadas à
produção de frutas para indústria, deixa-se maior número de
ramos (Esquema 1).
Com o objetivo de acelerar ou retardar a época da colheita, a poda pode ser feita
de maio a novembro, respectivamente, conforme as condições climáticas e o
desenvolvimento da planta. A planta podada nestes períodos poderá ter sua atividade
afetada, porém há vantagens econômicas. Dependendo das condições climáticas e
tratos, a colheita tem início cerca de 4 a 5 meses após a poda de frutificação.
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mantém todo o solo do pomar descoberto, o que pode causar problemas de erosão e
perda de umidade de solo. O controle de invasoras por capina pode ser usado nos
primeiros anos e longe das plantas, porém, devido à superficialidade das raízes, pode
prejudicar as plantas. Uma das práticas recomendadas é fazer a cobertura morta na
linha, com o uso de capim triturado, bagaço de cana ou outro material disponível na
propriedade. Esta cobertura, além de controlar as invasoras, ajuda a manter a umidade
do solo em níveis favoráveis à planta.
11.4 Irrigação
12 PRAGAS E DOENÇAS
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reduzir a entrada de propágulos de doenças e pragas na área;
12.1 Pragas
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Estes produtos podem ser aplicados junto com a calda Bordalesa.
12.1.2 Coleobrocas
Estas brocas são larvas de coleópteros que abrem galerias nos ramos e troncos da
figueira. Causam a murcha e a seca dos ramos, folhas e frutos localizados acima da
região do ataque. Os troncos atacados podem apresentar feridas e galerias, mas em
todos os casos acabam secando e levando a planta ao definhamento e morte. As
principais espécies que se constituem pragas da figueira são:
Colobogaster cyanitaris
Marshallius bonelli
Trachyderes thoracicus
Teaniotes scalaris
12.1.3 Cochonilhas
Morganella longispina
Asterolecanium pustulans
O controle das cochonilhas deve ser feito no período de entressafra, após a poda
dos ramos, dada a dificuldade de se fazer o controle durante a brotação e a frutificação.
Como muitas cochonilhas se reproduzem de setembro a novembro, deve-se efetuar a
aplicação após o início da brotação. Devem ser feitas duas a quatro pulverizações com
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óleos emulsionáveis, juntamente com fosforados a cada 20 dias (por exemplo, Éxciton-
50CE ou Feniton-50CE (150 mt litros de água)).
São pequenos ácaros vermiformes que se desenvolvem nas gemas sobre as folhas
mais novas e entre as sépalas das flores. É vetor de uma virose denominada "mosaico da
figueira". Os sintomas resultantes diretamente da alimentação dos ácaros são a distorção
foliar, com leves clorosos de bronzeamento. A ocorrência é em rebolirás e as plantas
apresentam internódios curtos.
12.2 Doenças
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caiam prematuramente. Isso provoca o depauperamento da planta. Se o ataque se der
muito precocemente, pode impedir totalmente a frutificação.
Esta doença também é conhecida como podridão do fruto, pois pode causar a
formação de manchas necróticas e o apodrecimento dos frutos em estágio adiantado de
maturação, inutilizando-os ou reduzindo seu valor comercial.
Nas culturas onde é feito um bom controle da ferrugem, esta doença não
constitui problema. Após a colheita, deve-se fazer a imediata destruição, pelo fogo, de
todas as partes vegetativas atacadas pelo fungo. Além disso, podem-se fazer
pulverizações com fungicidas à base de Maneb a 0,2%, a cada 12 a 15 dias, reduzindo o
intervalo das aplicações em caso se chuvas e altas infestações.
Para evitar o ataque destes fungos, deve-se evitar ferir as frutas, em locais de
ocorrência de chuvas e altas temperaturas. Na colheita pode-se optar por colher figos
verdes para a indústria ou usar cultivares que apresentem o ostíolo mais fechado. A
execução sistemática das medidas fotossanitárias durante todo o ciclo da cultura diminui
a ocorrência desta doença. Quando colhe-se frutos para a mesa, deve-se fazer a colheita
o mais rápido possível, colhendo os frutos em estado "de vez".
12.2.5 Nematóides
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A figueira é parasitada por dois gêneros de nematóides que são: Meloidogyne
incognita, denominado nematóides das galhas e o Heterodera fici, denominado
nemetóide dos cistos. Este último não causa formação de galhas. Atualmente, os
nematóides são considerados o maior problema fitossanitário da ficicultura,
especialmente nas regiões tradicionais produtoras de figos.
d) áreas infestadas devem ser isoladas do resto do figueiral por meio de valetas
profundas. Devem-se arrancar as figueiras infestadas com o máximo do seu sistema
radicular queimar estas no local;
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Fenix. Estes produtos apresentam custo muito elevado de aplicação e, em culturas
perenes instaladas no campo, apenas reduz a população a um nível não-prujudicial.
Estes produtos, juntamente com o brometo de metila são bastante utilizados em
canteiros para a produção de mudas sadias;
13 COLHEITA E PÓS-COLHEITA
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A colheita deve ser feita
diariamente, procedendo-se
manualmente, e sendo realizada logo
pela manhã, nas horas mais frescas do
dia para evitar o seu rápido
dessecamento. Os figos maduros são
delicados e altamente perecíveis.
Os figos destinados para a mesa, devem ser colhidos "de vez", para poderem
chegar ao mercado sem deteriorarem. Este ponto é reconhecido quando o figo começa a
perder sua consistência dura, ganhando sua película a cor arroxeada para as variedades
roxas e a coloração verde-amarelada para as variedades brancas. O termo "de vez"
significa o estádio em quem o fruto atinge do ponto de maturação comercial.
O figo, quando utilizado pela indústria para a produção de figo em calda, figo
tipo Rami e doces para cortes, é colhido 20 a 30 dias antes do figo para a mesa e deve
ser colhido quando a cavidade central estiver completamente cheia. Em geral, obtém-se
rendimentos de 8 a 15kg/planta. Na região de Valinhos, é comum a prática da colheita
durante 6 meses do ano, utilizando cestos de bambu, dentro dos quais são
acondicionadas caixas pequenas com 32 frutos. Quando à comercialização, utilizam-se
caixas de madeira, dentro das quais são colocadas as caixas de papelão com 24 frutas
cada (3 caixas de papelão por caixa de madeira). A exportação de frutas para a Europa é
feita por via aérea. Para diversificar a colheita o produtor pode modificar a época de
poda ou utilizar a técnica de oleação. Esta técnica consiste em se tocar levemente, com
uma gota de óleo, o ostíolo ("olho") do figo em vias de amadurecer, a fim de acelerar a
sua maturação. Antigamente, usava-se o óleo de oliva, mas hoje são utilizados vários
óleos, tais como o de caroço de algodão, de milho e de soja. A operação é feita 10 a 15
29
dais antes da época normal de maturação e depois de dois dias, o figo começa a inchar.
Dentro de sete dias, completa a maturação para a colheita. Outra técnica para a
antecipação da colheita é a aplicação de Ethephon, que permite ao produtor colher
parceladamente sua produção. O Ethephon é aplicado no figo em jato dirigido com um
pequeno pulverizador manual, na dosagem de 250ppm. A fruta, para receber este
tratamento, deve estar de 15 a 20 dias da maturação natural, sendo que depois de 8 dias
ela pode ser colhida. As frutas pulverizadas fora do estágio adequado tendem a murchar.
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O ferimento da fruta madura possibilita a penetração de fungos. A ocorrência de
rachaduras no ostíolo é outro fator que leva à ocorrência de perdas após a colheita e a
embalagem de figos em períodos secos, o que reduz a incidência de rachaduras. As
injúrias devem ser evitadas durante a manipulação dos frutos, pois elas estimulam a
produção de etileno pelos tecidos injuriados, diminuindo o seu período de
armazenamento. Além desse efeito, tais danos facilitam a penetração de fungos que
depreciam a qualidade do figo. Os principais patógenos responsáveis pela deterioração
pós-colheita em figos são: Alternaria,
Aspergillus niger, Fusarium moliniforme,
Cladosporium e bactérias.
Esqu
ema3
31
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
no Estado de Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n.188,
p.43-44,
1997.
p. 56-66, 1985.
1988.205p.
Tabela de composição química dos alimentos. 8 ed. São Paulo: Atheneu, 1992.230p.
GUR, A. Plum. In: MONSELISE, S.P. (Ed.) CRC Handbook of fruit set and
development.
HAAG. H.P; OLIVEIRA, G.D. de; ROCHA, FILHO; J.V. de C.; SILVA, D.M.
Distúrbios
33
nutricionais em figueira ( Ficus carica L.) cultivada em solução nutritiva O solo,
Piracicaba,
v.71,n1,p.312-34,1979.
319p.
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