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Obrigação propter rem ou ob rem – é aquela obrigação que é gerada por um direito
real, ou seja, uma obrigação em razão da coisa. Exemplo: Tíssio tem direito real de
propriedade sobre um apartamento e em razão desse direito real ele tem a obrigação
pessoal de pagar a taxa de condomínio referente ao seu direito real de propriedade.
Ônus reais: são os tributos a serem pagos, ou seja, obrigações tributárias decorrentes
de um direito real de propriedade. Exemplo: pagamento do IPVA em decorrência do
direito de propriedade sobre um veículo.
Observação: há autores que fazem a distinção entre obrigação propter rem e ônus real
de forma diversa. Consideram que obrigação propter rem diz respeito tão somente as
obrigações de fazer e de não fazer por parte daquele que tem um direito real sobre a
coisa. Exemplo: o proprietário de um apartamento tem a obrigação de não mudar a
fachada do prédio em torno de sua janela (obrigação de não fazer). Já os ônus reais
diriam respeito tão somente às obrigações de dar, portanto os ônus reais é que
estariam as obrigações tanto de pagar a taxa condominial quanto a de pagar o
imposto referente ao direito real de propriedade sobre um bem.
Conclusões
Verificamos que o direito real e o direito pessoal estão fortemente imbricados (ligados)
apesar de que cada uma mantém a sua autonomia. Exemplo: o contrato de compra e
venda de uma casa é um direito pessoal (obrigacional). Ao ser transferido o domínio
sobre a casa ao comprador este passa a ter um direito real sobre a casa. Por sua vez
em razão desse direito real um novo proprietário da casa estará obrigado (direito
pessoal) a pagar as obrigações decorrentes de seus direitos reais.
Conceito: a ordem jurídica pátria não conceitua o que vem a ser o direito de
propriedade. Esta técnica doutrinária e legal (dogmática) é uma herança do
direito romano que também não oferecia o conceito de direito de
propriedade. Ao invés disso tanto a doutrina quanto o código definem a
propriedade a partir dos poderes – direitos – exercidos pelo titular do direito
de propriedade sobre a coisa material ou imaterial. Esses poderes direitos
são:
a) Jus utendi (direito de uso)
b) jus fruendi (direito de gozo ou fruição)
c) jus abutendi (direito de disposição)
d) jus vindicatio (direito de reivindicação)
Aquele que exerça todos os poderes direitos sobre uma coisa terá o direito
real de propriedade plena (poder pleno sobre a coisa - plena in rem
potestas). Caso o titular do direito real não exerça plenamente todos os
poderes direitos sobre uma determinada coisa corpórea ou incorpórea, mas
tão somente algum desses poderes diz-se que o mesmo exerce um direito
real sobre a coisa alheia (jus in re aliena - direito dobre a coisa alheia). São
direitos reais sobre a coisa alheia:
1. Direito real de uso e/ou fruição:
I. Enfiteuse;
II. Superfície;
III. Servidão;
IV. Usufruto;
V. Uso;
VI. Habitação;
2. Direito real de aquisição
I. Direito real do promitente comprador;
3. Direito real de garantia
I. Penhor;
II. Hipoteca;
III. Anticrese;
Características do direito de propriedade:
a) Absoluta:
O caráter absoluto no direito de propriedade significa que aquele
que exerce esse direito o exerce, com efeito, erga omnes, ou seja,
contra todos ou sobre todos. Devendo o seu direito ser
universalmente respeitado.
b) Exclusiva:
O caráter exclusivo da propriedade significa que apenas o seu titular
é que poderá exercê-lo. Mesmo nas situações nas quais se
configure um condomínio, esse caráter de exclusividade sobre a
fração do bem que lhe é de direito permanece.
c) Elástica:
O caráter elástico do direito real de propriedade significa que o
poder exercido sobre a coisa tanto pode ampliar-se quanto pode
restringir-se. Se o direito real é pleno tem-se a propriedade se o
direito real é limitado poderá ser a hipótese um direito real sobre a
coisa alheia. Exemplo: um pai tem o direito de propriedade plena
sobre um apartamento ele transfere esse direito real de propriedade
para o seu filho, ficando, não obstante com o direito real de usufruto
sobre o bem. Quando o filho se forma ele toma para si, de volta, a
propriedade ficando, novamente com o direito real de propriedade
plena.
d) Perpétua:
Caráter perpétuo no direito real de propriedade significa que o
mesmo não se exaure com seu exercício tal como ocorre no direito
obrigacional. O titular do direito real de propriedade apenas deixa de
sê-lo caso venha a alienar a coisa (vender ou doar), caso seja
desapropriado da coisa pelo poder público ou caso venha a falecer,
quando então todos os bens de sua propriedade serão transmitidos
automaticamente para os seus herdeiros (isto ocorre em razão do
principio da Saisine).