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ESTUDO DE DEMANDAS, DIAGNÓSTICO COMPLETO, FORMULAÇÃO E

SELEÇÃO DE ALTERNATIVA – MUNICÍPIO DE ILHABELA


PRODUTO 3

Março/2011
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

Cliente:

CSAN – SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS


DE SÃO PAULO

Codificação: Revisão: Data de Emissão:

0872.RT.13.S.3903 00 Março/2011

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA


AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DA
SERRA DA MANTIQUEIRA, PARAÍBA DO SUL e LITORAL NORTE –
UGRHI’s 1, 2 e 3.

ESTUDO DE DEMANDAS, DIAGNÓSTICO COMPLETO, FORMULAÇÃO E


SELEÇÃO DE ALTERNATIVA –
MUNICÍPIO DE ILHABELA - PRODUTO 3

Emitido por: Local:

Consórcio PLANSAN 123 São Paulo - SP


SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

1 SUMÁRIO
2
3 1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 4
4 2. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO ...................................................................................... 5
5 2.1. HISTÓRICO MUNICIPAL ......................................................................................... 5
6 2.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS................................................................................... 6
7 2.2.1. Localização ...................................................................................................................6
8 2.2.2. Acessos .........................................................................................................................7
9 2.3. DADOS FÍSICOS ..................................................................................................... 7
10 2.3.1. Caracterização Física do Município ............................................................................7
11 2.3.2. Clima ..............................................................................................................................9
12 2.3.3. Unidades de Conservação ........................................................................................ 10
13 2.4. DADOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................................. 15
14 2.4.1. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano............................................................. 19
15 2.4.2. IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social .............................................. 19
16 2.4.3. Saúde .......................................................................................................................... 20
17 2.5. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................................................... 24
18 2.5.1. Lei Orgânica Municipal ............................................................................................. 24
19 2.5.2. Plano Diretor .............................................................................................................. 24
20 2.5.3. Decreto Estadual 49.215, 7 de dezembro de 2004 – Zoneamento Ecológico-
21 Econômico ................................................................................................................. 28
22 3. INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS .................................................... 32
23 3.1. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................. 33
24 3.1.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Água .......................................................... 33
25 3.1.2. Indicador de Qualidade de Água Distribuída .......................................................... 33
26 3.1.3. Indicador de Controle de Perdas ............................................................................. 33
27 3.1.4. Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água ......................... 34
28 3.2. INDICADORES DE ESGOTOS SANITÁRIOS PROPOSTOS ................................ 34
29 3.2.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Esgotos Sanitários................................... 34
30 3.2.2. Indicador de Tratamento de Esgotos ...................................................................... 35
31 3.2.3. Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento ...................................... 35
32 3.3. INDICADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS PROPOSTOS ..................................... 35
33 3.4. INDICADORES DE DRENAGEM PROPOSTOS.................................................... 44
34 3.4.1. Conceitos ................................................................................................................... 44
35 3.4.2. Cálculo do Indicador ................................................................................................. 47
36 4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICA E DE DEMANDAS ......................................................... 49
37 4.1. PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA ................................................................................ 49

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38 4.2. ESTUDO DE DEMANDAS DE ÁGUA E VAZÕES DE ESGOTO ............................ 50


39 4.2.1. Estudo de Demandas de Água ................................................................................. 50
40 4.2.2. Estudo de Vazões de Esgoto ................................................................................... 51
41 4.3. PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ......................................................... 51
42 4.3.1. Parâmetros de Cálculo .............................................................................................. 51
43 4.3.2. Projeção de Resíduos Sólidos Brutos .................................................................... 52
44 4.3.3. Reaproveitamento de Resíduos ............................................................................... 57
45 4.3.4. Projeção da Geração de Resíduos Não Reaproveitáveis ...................................... 61
46 5. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................... 64
47 5.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS ................................... 64
48 6. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................... 65
49 6.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS ................................... 65
50 7. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
51 RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................................................... 66
52 7.1. ALTERNATIVAS CONVENCIONAIS...................................................................... 66
53 7.1.1. Serviços de Limpeza Pública ................................................................................... 67
54 7.1.2. Resíduos Sólidos Domiciliares ................................................................................ 69
55 7.1.3. Resíduos Sólidos Inertes .......................................................................................... 91
56 7.1.4. Resíduos de Serviços de Saúde ............................................................................ 105
57 7.2. ALTERNATIVAS NÃO CONVENCIONAIS ........................................................... 111
58 7.2.1. Estudos Existentes .................................................................................................. 113
59 7.2.2. Considerações ......................................................................................................... 117
60 8. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA ....................................... 118
61 8.1. INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO .................................................................... 118
62 8.2. SITUAÇÃO DA DRENAGEM EM ILHABELA ...................................................... 127
63 8.4. A DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE ILHABELA ................................... 129
64 8.4.1. Principais Obras de Drenagem Existentes ........................................................... 129
65 8.4.2. Síntese dos Principais Problemas de Inundações .............................................. 130
66 8.4.3. Estudos e Projetos Existentes ............................................................................... 130
67 8.4.4. Medidas em andamento .......................................................................................... 130
68 8.5. ESTUDOS PARA PREVISÃO DAS VAZÕES COM PERÍODO DE RETORNO
69 DE CEM ANOS NAS BACIAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE ILHABELA ......... 130
70 8.5.1. Premissas ................................................................................................................. 130
71 8.5.2. Dados Básicos ......................................................................................................... 131
72 8.5.3. Resultados ............................................................................................................... 132
73 8.6. SUGESTÕES DE AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS ................................... 148
74 9. OBRAS, INTERVENÇÕES PROPOSTAS E ESTIMATIVA DE CUSTOS ...................... 151
75 9.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................... 151
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76 9.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ....................................................... 151


77 9.3. SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS........... 151
78 9.4. PROPOSIÇÕES – PROGRAMAS E AÇÕES NECESSÁRIAS ............................. 152
79 10. ANEXOS ........................................................................................................................ 172
80 10.1. ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL ............................................................... 172
81 10.2. ANEXO Ii – MODELAGEM HIDROLÓGICA ......................................................... 172
82

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83 1. APRESENTAÇÃO
84 Este relatório compõe o “Produto 3 – Estudo de Demandas, Diagnóstico Completo,
85 Formulação e Seleção de Alternativas do Município de Ilhabela” no âmbito do Contrato
86 CSAN No 001/SSE/2009, firmado entre a SECRETARIA DE SANEAMENTO E
87 ENERGIA - SSE e o CONSÓRCIO PLANSAN 123, constituído pelas empresas ETEP,
88 JNS e HAGAPLAN, tendo por objeto final a elaboração de Planos Integrados Regionais
89 de Saneamento Básico e Atividades de Apoio Técnico à Elaboração de Planos
90 Integrados Municipais de Saneamento Básico para as Unidades de Gerenciamento de
91 Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e Litoral Norte – UGRHIs 1,
92 2 e 3.
93

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94 2. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO

95 2 .1 . HISTÓRICO MUNICIPAL

96 O Município de Ilhabela localiza-se no Litoral Norte do Estado de São Paulo. Conforme


97 dados históricos da Prefeitura Municipal, “parte das ilhas que integram o arquipélago de
98 Ilhabela já era habitada muito antes da chegada dos primeiros europeus ao Brasil.
99 Pesquisas arqueológicas realizadas pelo Projeto Arqueológico de Ilhabela já
100 identificaram no território do município 14 sítios arqueológicos pré-coloniais, ou seja,
101 locais que foram ocupados por seres humanos antes de 1500.

102 Treze desses sítios – descobertos nas ilhas de São Sebastião, dos Búzios e da Vitória
103 – são o que os especialistas denominam „acampamentos concheiros‟; que foram
104 habitados – acredita-se que desde o ano 2000 antes de Cristo – por „homens
105 pescadores coletores do litoral‟, indígenas assim denominados porque não dominavam
106 a agricultura e nem a produção de cerâmica, vivendo apenas do que encontravam na
107 natureza, especialmente animais marinhos”.

108 De acordo com o Registro 2334 da Documentação Territorial do Brasil da Biblioteca


109 IBGE: “a ilha de São Sebastião, a maior da costa Brasileira foi descoberta e identificada
110 por Américo Vespúcio, a 20 de Janeiro de 1502, dando-lhe o nome do Santo do dia,
111 São Sebastião.

112 O povoamento, desta faixa litorânea, pelo elemento branco, iniciou-se em 1608,
113 contando como primeiros habitantes das terras que margeiam o canal de São
114 Sebastião, dos lados da ilha e do continente, com Diogo Unhote e João de Abreu que
115 vieram de Santos trazendo suas famílias para desenvolverem atividades agrícolas nas
116 terras que haviam recebido por concessão do Capitão-Mor da Capitania de São
117 Vicente.

118 O Padre Manoel Gomes Pereira Marzagão construiu na ilha de São Sebastião, em fins
119 do século XVIII, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Ajuda e Bom
120 Sucesso, formando-se, em pouco tempo, um povoado que ganhou o foro de Cidade e
121 Município, graças a um cidadão que se projetou na história da Província e da região: o
122 Capitão-Mor Julião de Moura Negrão.

123 A unidade político-administrativa compreendendo as ilhas de São Sebastião, Búzios,


124 Vitória e outras ilhotas, foi decretada por ordem do Governador da Província de São
125 Paulo, o Capitão-General Antônio José de França e Horta, em 1805, que a chamou de
126 Villa Bella da Princesa, em homenagem à Princesa da Beira.

127 Reduzido à condição de Distrito de Paz, em maio de 1934, foi incorporado ao Município
128 de São Sebastião e novamente elevado a Município em setembro do mesmo ano,
129 passando a denominar-se Formosa, em 1940, e quatro anos depois, Ilhabela.”

130

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131 Formação Administrativa

132 Sob a condição de Freguesia, foi criada por alvará de 20 de setembro de 1809,
133 subordinado à vila de São Sebastião. No ano seguinte, foi elevada à Vila com a
134 denominação de Vila Bela da Princesa, desmembrado da antiga Vila São Sebastião.
135 Foi elevada à condição de Cidade, em 1901. Voltou a ser Distrito de São Sebastião em
136 maio de 1934, e no mesmo ano, em dezembro, novamente passou para a categoria de
137 Município com a denominação de Vila Bela. Ainda passou por mudança de nome em
138 1938, para Formosa, e em 1944 assumiu o nome atual: Ilhabela, composta por três
139 distritos: Sede (porção central), Cambaquara (situada ao Sul do arquipélago) e
140 Paranabi (trecho voltado ao Oceano Atlântico), assim permanecendo até o presente.

141 2 .2 . LOCALIZAÇÃO E ACESSOS

142 2.2.1. Localização

143
144 Fonte: Base Cartográfica Digital 1:50.000 – Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos

145 No Litoral Norte, o Município de Ilhabela está localizado na Região Administrativa de


146 São José dos Campos. Limita-se a oeste com o Canal de São Sebastião e a leste com
147 o Oceano Atlântico. Encontra-se nas coordenadas 23º 48‟ 45” S e 45º 18‟ 45” W.

148
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149 2.2.2. Acessos

150 O acesso a Ilhabela é realizado via balsa, a partir da cidade de São Sebastião. De São
151 Paulo até a balsa são aproximadamente 200 km pelas Rodovias Imigrantes (SP-160) e
152 Dr. Manoel Hyppolito Rego (SP-055) ou pelas Rodovias Mogi-Bertioga (SP-098) e Dr.
153 Manoel Hyppolito Rego (SP-055).

154 2 .3 . DADOS FÍSICOS

155 2.3.1. Caracterização Física do Município

156 Ilhabela é um arquipélago cuja principal faixa contínua de terra é denominada Ilha de
157 São Sebastião. A distância entre a porção continental e a insular é, em média, de 3 km.
158 As ilhas que compõem o arquipélago de Ilhabela são: Ilha de São Sebastião, de
159 Búzios, da Vitória - as três maiores - e os Ilhotes da Serraria, da Sumítica, das Cabras,
160 dos Castelhanos, da Lagoa, das Galhetas, do Codó, da Figueira e da Prainha. Ao todo
161 são 348,3 km², 128 km de costa e 42 praias1.

162 Relevo, Solos e Geologia

163 Ilhabela tem relevo caracterizado por de planícies marinhas e por montanhas.

164 Nas planícies marinhas, as altitudes variam entre 0 e 20 metros, com declividades
165 menores que 2%.

166 Nas áreas montanhosas é característico o relevo de denudação, de topos aguçados,


167 que alcançam altitudes superiores a 900 metros com declividades superiores a 20%.

168 O solo, composto por sedimentos arenosos e areno-argilosos não consolidados, é


169 caracterizado por estruturas de cordões de regressão em superfície, sujeitas a
170 inundações periódicas, com lençol freático pouco profundo2.

171 Em relação à geologia, Ilhabela está situada sobre rochas plutônicas, principalmente
172 diques de composição cálcio-alcalinas e corpos circulares de composição alcalina e
173 kimberlítica.

174 Hidrografia / Sub-bacias

175 A UGRHI 3 foi dividida em 34 sub-bacias, e representam os principais corpos d‟água da


176 região. O mapa a seguir apresenta a distribuição das oito sub-bacias em Ilhabela.

1
Plano Gestor de Turismo – Estância Balneária de Ilhabela / 2005. Secretaria de Turismo e Fomento
2
Mapeamento de áreas de risco a escorregamento e inundação dos municípios de Ilhabela, Paraibuna, Poá, Cotia,
Jaboticabal e Dumont - Termo de Cooperação Técnica IG-CEDEC de 28/04/2006
7
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177
178 Fonte: Banco de Dados do CBH Litoral Norte
179
Nº Sub-bacia Área (km²)

27 Córrego do Jabaquara 18,9

28 Córrego Bicuíba 13,1

29 Córrego Ilhabela/ Cachoeira 12,3

30 Córrego Paquera/ Cego 49,8

31 Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade 38,3

32 Córrego Sepituba/ Ipiranga/ Boneti/ Enchovas/ Tocas 91,3

33 Córrego Manso, Engenheiro, Castelhano/ Cabeçuda 85,6

34 Córrego do Poço 29,2

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT
180

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181 Vegetação

182 O arquipélago possui uma das mais preciosas reservas biológicas do planeta, já que
183 grande parte de sua superfície é coberta por Mata Atlântica. Aproximadamente 85% de
184 sua área são protegidos pelo Parque Estadual de Ilhabela, criado por meio do Decreto
185 Estadual 9.414, de 1977. Trata-se de um ecossistema constituído por mangues,
186 restingas, praias e Floresta Ombrófila Densa.

187 Além disso, dos 15% do território não pertencentes ao Parque, somente 2% são
188 passíveis de ocupação.

189 2.3.2. Clima

190 Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura –


191 CEPAGRI (www.cpa.unicamp.br), o clima de Ilhabela é caracterizado por temperatura
192 média anual de 24,8°C, oscilando entre mínima média de 18,1°C e máxima média de
193 31,5°C. A precipitação média anual é de 1.507,4 mm.

194 A análise das precipitações foi elaborada com os dados do posto pluviométrico E2-012,
195 que apresenta um histórico maior de dados, e cuja localização está mais próxima à
196 área urbana de Ilhabela.

197 Segundo consulta ao banco de dados do Daee – Departamento de Águas e Energia


198 Elétrica, o posto pluviométrico de Ilhabela é o de prefixo E2-012, conforme quadro a
199 seguir:

Município Prefixo do Posto Nome Altitude Latitude Longitude Bacia


Vertente
Ilhabela E2-012 Ilhabela 10 m 23°47‟ 45°21‟ Atlântico
(LN)

200 Fonte: Daee – Departamento de Águas e Energia Elétrica

201 A figura a seguir possibilita uma análise temporal das características das chuvas,
202 apresentando a distribuição das mesmas ao longo do ano, bem como os períodos de
203 maior e menor ocorrência.

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204
205 Precipitação média mensal no período de 1943 a2004 – posto E2-012
206 (Fonte: Departamento de Águas e Energia Elétrica – Daee, acesso em 21 de setembro de 2010)

207 Por meio do gráfico acima é possível verificar uma variação sazonal da precipitação
208 média mensal com duas estações representativas: uma predominantemente seca e
209 outra predominantemente chuvosa.

210 O período mais chuvoso ocorre de outubro a abril, quando os índices de precipitação
211 média mensal são superiores a 107,8 mm, enquanto que o mais seco corresponde aos
212 meses de maio a setembro com destaque para junho, julho e agosto, que apresentam
213 médias menores que 76,2 mm.

214 Deve-se ressaltar que os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam os maiores
215 índices de precipitação, atingindo uma média de 215,8 mm e 194,4 mm e 204,8 mm,
216 respectivamente.

217 2.3.3. Unidades de Conservação

218 Os espaços territoriais especialmente protegidos consistem em porções do território –


219 nacional, estadual ou municipal – destacadas das demais áreas pelo Poder Público
220 mediante lei ou decreto, com vistas à proteção de valores relacionados com o meio
221 ambiente. Em face do interesse público envolvido, relativo ao direito de todos ao meio
222 ambiente ecologicamente equilibrado, esses espaços submetem-se a um regime
223 jurídico especial, de direito público, que impõe restrições ao uso do solo e dos outros
224 recursos naturais ali existentes.3

3
Conforme o art. 2º da Convenção sobre Diversidade Biológica, “área protegida significa uma área definida
geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos específicos de
conservação”.
10
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225 As Unidades de Conservação do Município de Ilhabela estão identificadas no quadro a


226 seguir:

UC Proteção Legal Área (ha.) Administração Municípios

Parque Estadual
Decr. Est. 9.414/77 27.025 IF Ilhabela
de Ilhabela

Tombamento da
Serra do Mar e Ubatuba, Caraguatatuba,
Res. Est. 40/85 1.300.000 Condephaat
de São Sebastião e Ilhabela
Paranapiacaba

Reserva da Conselho
Cerca de Ubatuba, Caraguatatuba,
Biosfera da Mata - Nacional da
35.000.000 São Sebastião e Ilhabela
Atlântica RBMA RBMA

APA Marinha do Decreto Estadual Ubatuba, Caraguatatuba,


- SMA
Litoral Norte 53.525/08 Ilhabela e São Sebastião

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT.

227 Unidades de Conservação de Proteção Integral

228 Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral, em níveis maiores ou menores,


229 de acordo com a caracterização de cada uma, é restrita a atividade humana, não se
230 admitindo a presença nem das populações tradicionais. Trata-se da forma mais
231 restritiva de proteção de áreas, o que indica maior fragilidade dos bens ambientais a
232 serem protegidos. Em Ilhabela este grupo de Unidades de Conservação é
233 representado pelo Parque Estadual de Ilhabela.

234 Parque Estadual de Ilhabela

235 Criado pelo Decreto Estadual 9.414, de 1977, tem cerca de 30.000 ha.

236 Tem como flora representativa Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), Restinga,
237 Manguezal e Campos de Altitude.

238 A fauna representativa do Parque é composta por: jaguatirica (Leopardus pardalis),


239 cuíca-lanosa (Caluromys lanatus), tatu-galinha (Dasypus novencinctus), rato-do-brejo
240 (Oxymycterus hispidus), papagaio-moleiro (Amazona farinosa), apuim-de-cauda-
241 amarela (Touit surdus) e jacutinga (Aburria jacutinga)4.

242 Unidades de Conservação de Uso Sustentável

243 As Unidades de Uso Sustentável têm por objetivo básico a compatibilização da


244 conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos

4
Unidades de conservação da natureza / Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Fundação Florestal
; organizador Luiz Roberto Numa de Oliveira ; textos Adriana Neves da Silva ... [et al.]. - - São Paulo : SMA, 2009
11
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245 naturais.5 Conceitualmente, “uso sustentável é a exploração do ambiente de maneira a


246 garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
247 mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente
248 justa e economicamente viável”.6

249 ANT Serra do Mar e de Paranapiacaba

250 Criada pela Resolução SC 40, de 1985, a ANT Serra do Mar e Paranapiacaba passa
251 por 47 municípios do Estado de São Paulo e possui 1.300.000 ha, cerca de 30.000 ha.
252 estão em Ilhabela.

253 A flora representativa é composta por Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa e
254 Campos de Altitude).

255 A fauna representativa do Parque Estadual da Serra do Mar é integrada por: onça-
256 pintada (Panthera onca), onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis),
257 capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), preá (Cavia aperea), paca (Cuniculus paca),
258 lontra (Lontra longicaudis), tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) e maria-leque
259 (Onychorhynchus coronatus).

260 Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RBMA

261 Com aproximadamente 35.000 ha, a RBMA abrange áreas de 15 estados brasileiros,
262 incluindo São Paulo, e busca harmonizar a relação entre a sociedade e o ambiente.

263 APA Marinha do Litoral Norte

264 De acordo com Decreto 53.525/08, em seu Artigo 1:

265 “Fica criada a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral


266 Norte (APA Marinha do Litoral Norte), com a finalidade de proteger,
267 ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais
268 da região, inclusive suas águas, bem como ordenar o turismo
269 recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o
270 desenvolvimento sustentável da região.”

271 De acordo com Artigo 2 “A APA Marinha do Litoral Norte será composta pelos
272 seguintes setores”

273 (...) II – Setor 2: Maembipe, situado no litoral do Município de


274 Ilhabela;

275 E em seu Artigo 5, “ficam assegurados na APA Marinha do Litoral Norte o uso e a
276 prática das seguintes atividades:

277 I - pesquisa científica;

5
Lei nº 9.985/2000, art. 7º, § 2º.
6
Lei nº 9.985/2000, art. 2º, XI.
12
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278 II - manejo sustentado de recursos marinhos;

279 III - pesca necessária à garantia da qualidade de vida das


280 comunidades tradicionais, bem como aquela de natureza amadora e
281 esportiva;

282 IV - moradia e extrativismo necessário à subsistência familiar;

283 V - ecoturismo, mergulho e demais formas de turismo


284 marítimo;

285 VI - educação ambiental relacionada à conservação da


286 biodiversidade;

287 VII - esportes náuticos”.

288

13
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289
290 Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – Fundação Florestal e BD do CBH Litoral Norte.

14
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291 2 .4 . DADOS SOCIOECONÔMICOS

292 Ilhabela tem 28.176 habitantes, distribuídos em uma área de 348,30 km², com
293 densidade de 80,90 hab./km². A maior parte da população vive em área urbana, com
294 taxa de urbanização de 99,31%. Nos feriados prolongados e temporada de férias, o
295 município recebe inúmeros turistas.

296 O índice de mortalidade infantil (18,06 / 1.000) e a mortalidade entre 15 e 34 anos


297 (159,52 / 100.000) encontram-se acima dos índices estaduais (12,56 / 1.000 e 120,75 /
298 100.000).

ESTADO DE
CARACTERIZAÇÃO ANO UNIDADE ILHABELA
SÃO PAULO

Demografia

População 2010 Hab. 28.176 41.252.160

Grau de Urbanização 2009 % 99,31 95,88

Taxa de Crescimento Anual 2010 %aa 3,11 1,10

Área 2010 km² 348,30 248.209,43

Densidade demográfica 2010 hab./km² 80,90 166,20

Mortalidade Infantil 2009 1/1000 18,06 12,48

1/100.000
Mortalidade entre 15 e 34 anos 2009 159,52 124,37
hab.

Educação

Taxa de analfabetismo (Pop de


2000 % 9,31 6,64
≥15anos)
299 Fonte: SEADE/2010

15
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300 Distribuição da População por Setor Censitário

301
302 Fonte: IBGE, 2000

303 Distribuição de Domicílios por Setor Censitário

304
305 Fonte: IBGE, 2000

16
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306 A tabela a seguir apresenta a evolução da população por faixa etária, de 1980 a 2000,
307 quando a população total praticamente triplicou neste período de 20 anos. Nota-se que
308 houve pequena redução da população idosa (acima de 60 anos), que contribui com
309 aproximadamente 6,37% da população total, diferente do ano de 1980 quando
310 representava 6,99% do total. A população com menos de 15 anos apresentou um
311 decréscimo significativo em relação ao total da população, no citado período, passando
312 de 40,84% (1980) para 28,92% do total em 2000.

Evolução da população por faixa etária – Ilhabela

Faixas Etárias 1980 1991 2000


0a4 1.209 1.559 2.068

5a9 1.038 1.552 1.944

10 a 14 915 1.473 1.989

15 a 19 797 1.393 2.222

20 a 24 686 1.417 2.188

25 a 29 550 1.276 1.970

30 a 34 506 1.059 1.792

35 a 39 413 876 1.620

40 a 44 353 665 1.261

45 a 49 292 516 1.011

50 a 54 242 442 785

55 a 59 201 363 580

60 a 64 169 291 455

65 a 69 142 217 332

70 a 74 111 157 256

75 a mais 119 181 279

População Total 7.743 13.437 20.752

Menos de 15 anos 40,84 34,11 28,92

Mais de 60 anos 6,99 6,3 6,37

Fonte: SEADE/2010

313 A evolução da população urbana e rural em Ilhabela e na Região Administrativa de


314 São José dos Campos é apresentada no quadro a seguir. Enquanto a população
315 urbana no município cresceu gradativamente, a população rural obteve seu pico em
316 1990 e 1995, com posterior redução nos anos seguintes, chegando em 2010, com 194
317 habitantes. A Região Administrativa de São José dos Campos tinha 151.407 pessoas
318 vivendo na área rural, em 1980, com redução na década seguinte, passando para
319 139.625 habitantes e, posteriormente, um pequeno crescimento, atingindo o montante
320 de 140.020 hab. em 2000, e nova redução em 2010, com 131.804 hab. Já a população
321 urbana na RA dobrou seu total de 1980 a 2010.

17
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Local 1980 1985 1990 1995 2000 2010


Evolução da População urbana
Ilhabela 7.515 9.746 12.550 16.349 20.506 27.982
RA de São José dos Campos 1.064.142 1.248.484 1.458.989 1.655.315 1.848.478 2.130.919
Evolução da população rural
Ilhabela 228 237 247 247 246 194
RA de São José dos Campos 151.407 146.503 139.625 139.736 140.020 131.804
Fonte: SEADE/2010

322 Em relação ao quantitativo de domicílios particulares, o estudo do IBGE apontava, em


323 2007, para a presença de 7.249 domicílios permanentes no município, sendo a grande
324 maioria (99%) localizada na área urbana. Em 65,08% das unidades familiares, os seus
325 responsáveis eram homens.
Domicílios particulares permanentes, População recenseada em domicílios particulares
permanentes e Média de moradores em domicílios particulares permanentes por situação do
domicílio - 2007
Domicílios particulares
Município Situação do domicílio
permanentes (Unidades)
Urbana 7.182
Ilhabela - SP
Rural 67
Fonte: IBGE/2010

Domicílios particulares permanentes, População recenseada em domicílios particulares


permanentes e Média de moradores em domicílios particulares permanentes por sexo da pessoa
responsável pelos domicílios - 2007
Sexo do responsável pelo
Município Domicílios (Unidades)
domicílio
Homens 4.718
Ilhabela - SP
Mulheres 2.509
Fonte: IBGE/2010

326 Uma importante característica do município é a grande presença de domicílios


327 particulares não ocupados, fato justificado pelo caráter turístico de Ilhabela.

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328
Domicílios recenseados por espécie de domicílio - 2007
Domicílios recenseados
Município Espécie do domicílio
(Unidades)
Particulares 11.710
Particulares - ocupados 7.250
Particulares - não ocupados 4.460
Particulares - não ocupados - fechados 22
Ilhabela - SP Particulares - não ocupados - de uso ocasional 3.515
Particulares - não ocupados - vagos 923
Coletivos 154
Coletivos - com moradores 54
Coletivos - sem moradores 100
Fonte: IBGE/2010

329 2.4.1. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

330 O IDH foi desenvolvido pela ONU - Organização das Nações Unidas - dentro do PNUD
331 – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Trata-se de uma medida de
332 comparação entre Municípios, Estados, Regiões e Países, com objetivo de medir o
333 grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este
334 índice é calculado com base em dados econômicos e sociais (expectativa de vida ao
335 nascer, educação e PIB per capita) e varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1
336 (desenvolvimento total).

337 Sendo assim, o IDHM se elevou de 0,691 (1980) para 0,781 (2000), mas apesar desta
338 elevação, passou da colocação de 291ª para a 307ª, dentre os municípios do Estado
339 de São Paulo. Ilhabela se encontra abaixo do IDH estadual, da ordem de 0,814.

Evolução do índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM


1980 1991 2000
Local
IDHM Posição IDHM Posição IDHM Posição

Ilhabela 0,691 291 0,718 315 0,781 307


Estado de São Paulo 0,728 - 0,973 - 0,814 -
Fonte: SEADE.

340 2.4.2. IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social

341 O Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS - “sintetiza a situação de cada


342 município do Estado no que diz respeito à riqueza, escolaridade e longevidade,
343 gerando uma tipologia que os classifica em 5 grupos” (SEADE).

19
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344 O Grupo 1 representa os “municípios com alto nível de riqueza e bons índices sociais”.
345 O Grupo 5 representa os “municípios mais desfavorecidos do estado, tanto em riqueza
346 como em indicadores sociais”.

347 O IPRS classifica Ilhabela como integrante do Grupo 1 “municípios com nível elevado
348 de riqueza e bons níveis nos indicadores sociais”, Seade/2006. No período de 2000 a
349 2006, houve avanços nos indicadores de longevidade, escolaridade e riqueza,
350 colocando o município em patamar superior às médias estaduais nos três critérios.

Evolução do Índice Paulista de Responsabilidade Social - IPRS


Escolaridade Longevidade Riqueza IPRS
Grupo
Local
2000

2002

2004

2006

2000

2002

2004

2006

2000

2002

2004

2006

2000
2002
2004
2006
Ilhabela 35 49 55 71 62 70 77 76 67 61 64 67 2 2 1 1
Estado /
SP
44 52 54 65 65 67 70 72 61 50 52 55 - - - -

Fonte: SEADE.

351 2.4.3. Saúde

352 Em relação à saúde da população, foi efetuada, em julho de 2010, busca de dados no
353 banco DATASUS on-line, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, que disponibiliza
354 dados estatísticos de saúde e permite a confecção de tabulações sobre as bases de
355 dados dos sistemas de Mortalidade e Internações Hospitalares do Sistema Único de
356 Saúde - SUS. De acordo com a publicação “Padrões de Potabilidade da Água”, editada
357 pelo Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, as doenças relacionadas com a água
358 foram divididas em quatro grupos, considerando-se as vias de transmissão e o ciclo do
359 agente, conforme quadro a seguir:

Grupos de Infecções Relacionados


Tipos
com a Água
Cólera, Febres tifóide e paratifóide, Shiguelose,
Amebíase, Diarreia e gastrenterite de origem infecciosa
I - Transmissão hídrica presumível, Outras doenças infecciosas intestinais, Outras
doenças bacterianas, Leptospirose não especificada,
Outras hepatites virais
II - Transmissão relacionada com a
Tracoma, Tifo exantemático
higiene
III - Transmissão baseada na água Esquistossomose
IV - Transmissão por inseto vetor que se
Dengue (dengue clássico)
procria na água

360 A tabela a seguir apresenta a Morbidade Hospitalar do SUS em Ilhabela, no período de


361 1995 a 2007 e a partir de 2008, conforme o grupo de infecções relacionadas com a
362 água.
20
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Morbidade Hospitalar do SUS - por local de residência


Grupos 1995-2007 A partir de 2008
I nd 6
II nd nd

III nd nd

IV nd nd

363 Fonte: DATASUS, 2010

364 Economia

365 A economia de Ilhabela baseia-se no Turismo, na prestação de Serviços e no


366 Comércio.

367 Conforme dados de SEADE para 2008, nas contratações com vínculo empregatício,
368 destacou-se a prestação de Serviços, com 71,98% do total, enquanto que a
369 Agropecuária apontou índice de 0,30%, baixa representatividade no município.

ESTADO DE
CARACTERIZAÇÃO ANO UNIDADE ILHABELA
SÃO PAULO

Finanças Públicas

Participação no PIB do Estado 2008 % 0,026275 100

Rend. Médio nos vínculos 2009 R$ 1.108,85 1.762,71


Empregatícios

Participação dos Vínculos


Empregatícios na Agropecuária 2009 % 0,25 3,08
no Total de Vínculos

Participação dos Vínculos


Empregatícios na Indústria no 2009 % 2,26 22,47
Total de Vínculos

Participação dos Vínculos


Empregatícios na Construção 2009 % 0,88 4,69
Civil no Total de Vínculos

Participação dos Vínculos


Empregatícios no Comércio no 2009 % 22,53 19,23
Total de Vínculos

Participação dos Vínculos


Empregatícios nos Serviços no 2009 % 74,09 50,53
Total de Vínculos

370 Fonte: SEADE/2010

21
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371
372 Fonte: SEADE/2010

373 Tanto o Produto Interno Bruto quanto a renda per capita obtiveram aumento no período
374 de 2003 a 2008, passando de R$ 98,42 milhões para R$ 263,55 milhões e R$ 4.619,04
375 para R$ 10.314,90, respectivamente.

Produto Interno Bruto – 2003/2008 - Município de Ilhabela

2003 2005 2006 2007 2008

A preços A preços A preços A preços A preços


Per Per Per Per Per
correntes correntes correntes correntes correntes
capita capita capita capita capita
(milhões (milhões (milhões (milhões (milhões
(R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
R$) R$) R$) R$) R$)

98,42 4.619,04 198,39 7.808,02 222,17 8.470,15 237,27 10.002,35 263,55 10.314,90

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2008 / SEADE

376 O Valor Adicionado alcançou os maiores números no setor de Serviços, representando


377 86,23% do total, seguido pela Indústria, com 11,57% e, por último, a Agropecuária, com
378 2,2%.

22
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379
Valor Adicionado Total, por Setores de Atividade Econômica, Produto Interno Bruto Total e per
capita a Preços Correntes / 2008
Valor Adicionado
Serviços PIB per
PIB (2)
Indústria Total Capita
Agropecuária (em milhões de reais) (em
Município (em (em (3)
(em milhões milhões de
milhões milhões (em
de reais) Administração reais)
de reais) Total (1) de reais) reais)
Pública

Ilhabela 5,37 28,34 58,97 211,27 244,98 263,55 10.314,90

Estado de
11.972,97 244.023,21 77.175,27 570.583,91 826.580,08 1.003.015,76 24.457,00
São Paulo

Fonte: Fundação SEADE; (1) Inclui o VA da Administração Pública; (2) O PIB do Município é estimado somando os
impostos ao VA total; (3) O PIB per capita foi calculado utilizando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE

380 Em 2009, os estabelecimentos de Serviços eram 397, seguidos dos estabelecimentos


381 Comerciais, 270 e as Indústrias, 20 estabelecimentos.

Número de Estabelecimentos – Comércio, Serviços e Indústria.

Estabelecimentos 1991 2000 2005 2006 2007 2008 2009

Comércio 67 158 252 240 255 257 270

Serviços 77 172 290 315 327 358 397

Indústria 13 9 13 11 13 17 20

Fonte: SEADE

382 O Município de Ilhabela não apontou produção significativa na Agricultura nem na


383 Silvicultura nos últimos anos, de acordo com dados de SEADE7. Já na Pecuária,
384 obteve maior representatividade o rebanho bovino, com 62 cabeças, seguido por
385 equinos (47), caprinos (16) e bubalinos (8). Consta, ainda, a produção de leite, com 37
386 mil litros e cerca de 45 cabeças de vacas ordenhadas.

387 Turismo

388 Além das muitas praias e ilhas, Ilhabela possui diversos pontos turísticos, sendo eles:
389 A Vila (centro com construções antigas), Igreja Matriz, Igreja Nossa Senhora D‟Ajuda,
390 Igreja do Bom Sucesso, a Câmara Municipal, Parque Jardim Tropical, Parque Estadual
391 de Ilhabela, Fazenda Engenho D'Água, Santuário Ecológico da Ilha das Cabras, Pico

7
Fundação SEADE/2007 (consulta 2010)
23
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392 de São Sebastião, Pedra do Sino, cachoeiras como a da Água Branca, das Tocas, do
393 Gato, da Laje, do Ribeirão, dos Três Tombos e Zabumba, além de inúmeras trilhas.

394 Os ventos fortes que sopram do canal de São Sebastião fizeram da Ilha a "capital da
395 vela e dos esportes náuticos". Em julho acontece a Semana da Vela. Além dos
396 velejadores, os mergulhadores também têm diversos atrativos em Ilhabela, devido às
397 águas calmas e cristalinas e 21 navios naufragados.

398 2 .5 . LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

399 No que diz respeito ao saneamento ambiental, o Município de Ilhabela tem a Lei
400 Orgânica, o Plano Diretor Municipal e o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral
401 Norte (Decreto 49.215/04).

402 2.5.1. Lei Orgânica Municipal

403 No que tange ao saneamento ambiental, a Lei Orgânica do Município de Ilhabela


404 prevê:

405 - serviços de abastecimento de água e esgotos sanitários;

406 - limpeza pública, coleta, seleção e destinação do lixo;

407 - execução e conservação de pavimentação, drenagem de águas das vias e


408 logradouros públicos;

409 - condições dignas de saneamento para a população;

410 - “implantar a coleta seletiva de lixo e desestimular a comercialização de produtos


411 descartáveis ou sem retorno”;

412 - “racionalizar a utilização dos recursos naturais”.

413 Os Capítulos 5 e 6 deste relatório tratam especificamente dos sistemas de água e


414 esgoto, o Capítulo 7 irá tratar das questões referentes aos resíduos e o Capítulo 8 da
415 drenagem urbana. As análises ali presentes servirão de base para futura discussão
416 destas questões.

417 2.5.2. Plano Diretor

418 A Lei nº 421, de 2006, dispõe sobre a instituição do Plano Diretor de desenvolvimento
419 Socioambiental do Município de Ilhabela. No que tange ao saneamento ambiental, o
420 PD prevê:

421 - “apresentar projeto de saneamento que inclua sistema de tratamento de esgoto,


422 devidamente autorizado pelos órgãos competentes”;

423 - “no projeto construtivo contemplar as instalações de captação das águas pluviais em
424 instalação dos microrreservatórios temporários das águas de escoamento superficial,
425 com tratamento adequado”;
24
SECRETARIA DESANEAMENTO E
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426 - “contemplar no projeto construtivo a instalação de lixeiras diferenciadas para resíduos


427 recicláveis e não recicláveis”;

428 - “onde não houver, o Poder Público deverá promover a coleta e tratamento de
429 esgotos, em sistemas de sub-bacias hidrográficas”;

430 - “implantar infraestrutura sanitária adequada, saneamento ambiental e gerenciamento


431 de resíduos sólidos”;

432 - “atender 100% da demanda da população residente nas comunidades quanto aos
433 serviços de água e esgoto”;

434 - “implantação da coleta diferenciada de resíduos sólidos, acompanhada de educação


435 ambiental, voltada para a utilização da compostagem caseira dos resíduos orgânicos e
436 diminuição da produção de lixo reciclável e limpeza das praias”;

437 - “ficam proibidos os lançamentos de qualquer tipo de esgoto ou efluente in natura ou


438 sem tratamento secundário, nos moldes exigidos pela Cetesb ou outra agência de
439 controle ambiental, e qualquer tipo de esgoto que provoque danos à flora e fauna
440 aquática, bem como a vegetação marginal dos corpos de água que comprometam a
441 balneabilidade dos mares e praias de todo o território do arquipélago de Ilhabela”;

442 - “o poder público municipal ainda poderá propor parceria com o órgão ambiental
443 estadual para monitoramento da qualidade das águas continentais e marinhas no
444 município. Os índices de qualidade da água deverão ser divulgados na mídia local
445 dando visibilidade ao controle da qualidade ambiental”;

446 - “o atendimento às necessidades de abastecimento de água da população deverá ser


447 realizado por soluções localizadas em captações nas sub-bacias, bem como as
448 soluções para o sistema de esgotamento sanitário, através de parcerias entre Poder
449 Público Municipal, sociedade civil e instituições públicas ou privadas”;

450 - “o poder público local poderá instituir cobrança de taxa municipal para análise regular
451 dos efluentes”;

452 - “o Poder Público deverá promover a regularização das captações de água garantindo
453 abastecimento de água de boa qualidade a toda população”;

454 - “as captações de água para abastecimento da população, deverão estar de acordo
455 com as normas técnicas de conduta do governo federal e com a legislação municipal”;

456 - “todo projeto de uso e ocupação da terra deverá apresentar plano de tratamento de
457 esgoto, água servida, efluentes etc., previamente aprovado pelo órgão público
458 competente, atendendo as exigências do item anterior”;

459 - “os projetos de sistemas isolados de esgotamento sanitário, considerados de baixo


460 impacto poderão ser analisados pelo Sistema Municipal de Gestão do Planejamento e
461 Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Projetos de médio e alto impacto serão
462 analisados pelos órgãos estaduais competentes”;

25
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

463 - “programa de recuperação das matas ciliares”;

464 - “programa de monitoramento das águas continentais e marinhas”;

465 - “programa de recuperação e descontaminação dos cursos d‟água”;

466 - “promover um equilíbrio entre as capacidades dos recursos naturais e o atendimento


467 as necessidades humanas de moradia digna, água tratada, esgotamento sanitário e
468 limpeza pública”;

469 - “garantir o acesso de toda a população ao abastecimento domiciliar de água tratada”;

470 - “promover a eficiência e eficácia dos serviços públicos de saneamento básico”;

471 - “garantir a toda população do município o acesso a um sistema de coleta e tratamento


472 tecnologicamente correto e ambientalmente seguro dos esgotos, de acordo com as
473 características das zonas que habitam”;

474 - “promover uma gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos com vistas a minimizar
475 o impacto causado ao meio ambiente e proporcionar melhor qualidade no serviço”;

476 - “garantir a gestão integrada dos resíduos sólidos da construção civil dividindo as
477 responsabilidades da destinação final com os gerados”;

478 - “o Poder Executivo realizará a coleta e remoção do lixo domiciliar na frequência


479 compatível com as características peculiares do município e promoverá o
480 reaproveitamento integral da parcela reciclável, valorizando o aspecto ambiental,
481 econômico e social”;

482 - “a coleta, remoção e destinação final do lixo infectado e resíduos sólidos da


483 construção civil são de responsabilidade dos meios geradores, estando sujeitos a
484 orientação, regulamentação e fiscalização do Poder Executivo”;

485 - “O Sistema de Limpeza Urbana compreende: remoção e coleta do lixo domiciliar de


486 origem residencial e comercial, coleta e remoção do lixo público, oriundo das podas,
487 varredura, capina, roçada, limpeza de vias hídricas, limpeza de locais de feiras livres e
488 eventos municipais, em logradouros públicos, coleta e remoção de resíduos sólidos
489 patogênicos gerados pelos serviços de saúde, tratamento e destinação final dos
490 resíduos sólidos coletados, implemento à formação de cooperativas de reciclagem para
491 o gerenciamento e comercialização dos resíduos recicláveis e fiscalização do
492 cumprimento da legislação de limpeza urbana, da execução e do funcionamento das
493 instalações e sistemas internos públicos e particulares de limpeza”;

494 - “o poder público buscará contratações, convênios e parcerias para adotar tecnologias
495 apropriadas para o equacionamento da destinação final do lixo, considerando a
496 eliminação dos agravos da saúde individual e coletiva da população bem como ao
497 bem-estar público e ao meio ambiente”;

498 - “atenção especial aos riscos de contaminação a que está submetido o lençol freático
499 na área do vazadouro municipal de lixo da Água Branca, na forma de monitoramento
26
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RECURSOS HÍDRICOS

500 de acordo com as normas estabelecidas pela legislação nacional, mesmo que cessada
501 a disposição final de lixo naquele local”;

502 - “fica vedada a disposição final de resíduo sólido domiciliar em área do município de
503 Ilhabela”;

504 - “a taxa de limpeza pública e remoção de resíduo sólido será cobrada em função do
505 amplo funcionamento do Sistema de Limpeza Urbana, considerando-se o uso e as
506 características físicas dos imóveis, o tipo de lixo produzido, sendo o valor arrecadado
507 destinado exclusivamente ao custeio do sistema”;

508 - “o poder público promoverá a Educação Ambiental voltada especificamente para a


509 questão da produção dos resíduos sólidos; para o potencial de contaminação dos
510 corpos d‟água por efluentes domésticos e para a importância da filtração e tratamento
511 da água para melhoria da qualidade de vida e saúde da população e do meio
512 ambiente”;

513 - “a prestação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto é de competência do


514 Município que poderá exercê-la diretamente ou mediante concessão”;

515 - “estudo de viabilidades para encerramento, recuperação e readequação, da área de


516 disposição final dos resíduos sólidos no bairro da Água Branca”;

517 - “monitoramento do passivo ambiental, com tratamento de gases e líquidos percolados


518 na referida área”;

519 - “programa de educação ambiental baseado no principio da mudança de hábitos de


520 consumo para reduzir, reutilizar e reciclar o lixo produzido”;

521 - “plano integrado de gestão dos resíduos da construção civil com participação de
522 geradores e transportadores de acordo com a legislação ambiental vigente”;

523 - “beneficiamento e reaproveitamento dos resíduos da poda”;

524 - “transbordo e destinação final dos resíduos domiciliares e infectados fora do município
525 de Ilhabela”;

526 - “instituição de legislação especifica para a regulamentação do gerenciamento dos


527 resíduos sólidos urbanos de Ilhabela”.

528 Conforme citado no item anterior, os Capítulos 5 e 6 deste relatório tratam


529 especificamente dos sistemas de água e esgoto, o Capítulo 7 irá tratar das questões
530 referentes aos resíduos e o Capítulo 8 da drenagem urbana.

531 A Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, trata da disposição e tratamento correto
532 dos resíduos sólidos. Além disso, está para ser regulamentada a Lei Estadual de
533 resíduos sólidos.

534

27
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535 2.5.3. Decreto Estadual 49.215, 7 de dezembro de 2004 – Zoneamento


536 Ecológico-Econômico

537 O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambiente,
538 estabeleceu o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte, abrangendo os
539 municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. Este Decreto dispõe
540 sobre o Zoneamento do Litoral Norte, considerando a necessidade de promover o
541 ordenamento territorial e de disciplinar os usos e atividades de acordo com a
542 capacidade de suporte do ambiente, bem como de estabelecer as formas e os métodos
543 de manejo dos organismos aquáticos e os procedimentos relativos às atividades de
544 pesca e aqüicultura, de modo a resguardar a pesca artesanal. A importância desse
545 diploma legal está, ainda, no fato de fornecer os subsídios necessários à fiscalização e
546 ao licenciamento ambiental.

547 O zoneamento abrange uma área com 1.977 km² e “foi definido tendo em vista
548 constituir-se numa região caracterizada pela potencialidade turística e pela existência
549 de problemas ambientais relacionados com a especulação imobiliária, parcelamento
550 irregular do solo, pesca predatória, estruturas náuticas e atividades portuárias em
551 desconformidade com a conservação dos recursos marinhos”8.

552 O Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte foi dividido em dois zoneamentos


553 que se complementam: terrestre e marinho. Os quadros a seguir apresentam as
554 características de cada uma das zonas terrestres:

8
São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e
Educação Ambiental. Zoneamento Ecológico-Econômico - Litoral Norte São Paulo / Secretaria de Estado do Meio
Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental. - São Paulo: SMA/CPLEA,
2005, p 23.
28
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555

556

29
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557
558 Tem-se ainda, de acordo com o Art. 26 que “serão permitidos na Z4 OD
559 empreendimentos de turismo e lazer, parcelamentos e condomínios desde que
560 compatíveis com o Plano Diretor Municipal, observadas as diretrizes fixadas nos
561 Planos e Programas de Z4 OD, garantindo a distribuição e tratamento de água, coleta,
562 tratamento e destinação final dos efluentes líquidos e dos resíduos sólidos coletados”.

563 As zonas que compõem o zoneamento marinho são: Zona Marinha 1 – Z1M, Zona
564 Marinha 2 – Z2M e Sub Zona Z2ME, Zona Marinha 3 – Z3M, Zona Marinha 4 – Z4M e
565 Zona Marinha 5 – Z5M. Dentre essas zonas destacam-se as Z3M, Z4M e Z5M que
566 permitem “III – despejos de efluentes previamente submetidos a tratamento
567 secundário”.

30
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568
569 Fonte: Banco de Dados do CBH Litoral Norte
570

31
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571 3. INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS

572 A Lei Federal de Saneamento Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelece em seu


573 Artigo 19 que os diagnósticos da situação dos serviços públicos de saneamento básico
574 deverão utilizar sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e
575 socioeconômicos como forma de avaliar a evolução da eficiência das ações
576 programadas pelos planos municipais de saneamento básico.

577 Visando atender esse objetivo, a SSE – Secretaria de Saneamento e Energia sugeriu a
578 utilização, quando possível, do ISAm - Índice de Salubridade Ambiental modificado,
579 cujo cálculo é feito pela da média ponderada de indicadores específicos (vários deles
580 calculados a partir de outros indicadores):

581 ISAm = 0,25 lag + 0,25 les + 0,25 lrs + 0,05 lcv + 0,10 lrh + 0,05 ldr + 0,05 lse

582 Sendo que:

583 Iag: Indicador de Abastecimento de Água

584 Ies: Indicador de Esgotos Sanitários

585 Irs: Indicador de Resíduos Sólidos

586 Icv: Indicador de Controle de Vetores

587 Irh: Indicador de Recursos Hídricos

588 Idr: Indicador de Drenagem

589 Ise: Indicador Socioeconômico

590 Não obstante, no decorrer das atividades de obtenção de informações dos serviços de
591 saneamento básico, verificou-se a impossibilidade do cálculo completo do ISAm, tanto
592 pela indisponibilidade, como pela desatualização de alguns dados.

593 Os indicadores são ferramentas valiosas na formulação de uma base de referência


594 para avaliação da evolução da qualidade dos serviços de saneamento do município. No
595 entanto, não há ainda, na grande maioria dos municípios, uma rotina consolidada de
596 levantamento dos parâmetros necessários para determinação de indicadores.

597 Assim sendo, resolveu-se propor a adoção de determinados indicadores (sendo alguns
598 deles formadores dos componentes do ISAm) que apresentam facilidade de
599 procedimentos para rápida utilização. Com a implementação destes procedimentos,
600 poderão ser efetuadas adequações/revisões visando o atendimento dos objetivos
601 principais, qualquer que seja a avaliação dos serviços de saneamento básico.

602

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603 3.1. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

604 Os indicadores propostos para os serviços de abastecimento de água e de esgotos


605 sanitários seguem, de forma geral, a mesma concepção dos que compõem o ISAm,
606 com algumas alterações e inclusões. As alterações, quando ocorrem, referem-se às
607 fórmulas de cálculo dos indicadores.

608 3.1.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Água

609 Objetiva quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao


610 sistema de abastecimento de água. O período desejável para sua apuração é o anual.

611 Ica=[(Era+Dda)*100/Dt*(100-Pdfa+Pdda)]*100

612 Sendo que:

613 Ica: Indicador de Cobertura do Serviço de Água (%)

614 Era: economias residenciais ativas (ligadas ao sistema) (un.)

615 Dda: domicílios com disponibilidade de rede de água, mas não ativos (un.)

616 Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)

617 Pdfa: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)

618 Pdda: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)

619 3.1.2. Indicador de Qualidade de Água Distribuída

620 Avalia o atendimento da qualidade da água distribuída conforme a Portaria 518. A


621 frequência de apuração sugerida é mensal.

622 Iqa=100*(%Aad-49)/51

623 Em que:

624 Iqa: Indicador de Qualidade de Água Distribuída

625 %Aad: porcentagem de amostras consideradas adequadas no mês crítico do período


626 de atualização

627 3.1.3. Indicador de Controle de Perdas

628 Avalia valores de perda de água por ramal de distribuição, expressa em L/Ramal*Dia.
629 O período sugerido para apuração é mensal.

630 Icp=[(Ve-Vs)-Vc)/Laa]*100,

631 Em que:
33
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632 Icp: Indicador de Controle de Perdas (L/ramal*dia)

633 Ve: volume de água entregue (L/dia)

634 Vs: volume de água de uso social e operacional (L/dia)

635 Vc: volume de água de consumo (L/dia)

636 Laa: ligações ativas de água (un.)

637 3.1.4. Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água

638 Objetiva fornecer a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Água, a ser


639 avaliada anualmente.

640 Iua=Qp*100/CapETA

641 Iua: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Produção de Água (%)

642 Qp: vazão produzida (L/s)

643 CapETA: capacidade da ETA (L/s)

644 3.2. INDICADORES DE ESGOTOS SANITÁRIOS PROPOSTOS

645 3.2.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Esgotos Sanitários

646 Objetiva quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao


647 sistema de esgotos sanitários. O período desejável para sua apuração é o anual.

648 Ice=[(Ere+Dde)*100/Dt*(100-Pdfe+Pdde)]*100

649 Sendo que:

650 Ice: Indicador da Cobertura do Serviço de Esgoto (%)

651 Ere: economias residenciais ativas (ligadas) no sistema de esgoto (un.)

652 Dde: domicílios com disponibilidade do sistema, mas não ligados (un.)

653 Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)

654 Pdfe: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)

655 Pdde: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)

656

34
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657 3.2.2. Indicador de Tratamento de Esgotos

658 Quantifica, percentualmente, as economias residenciais ligadas à coleta, cujos esgotos


659 recebem tratamento. Seu período de apuração sugerido é anual.

660 Ite=EaETE*100/Eae

661 Em que:

662 Ite: Indicador de Tratamento de Esgotos

663 EaETE: economias residenciais ativas à ETE, ou seja, cujos esgotos recebem
664 tratamento (un.)

665 Eae: economias residenciais ativas à rede de esgotos (un.)

666 3.2.3. Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento

667 Avalia, percentualmente, a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Esgotos.


668 O período de apuração sugerido é anual.

669 Iue=Qt*100/CapETE

670 Sendo que:

671 Iue: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento de Esgotos (%)

672 Qt: vazão tratada (L/s)

673 CapETE: capacidade da ETE (L/s)

674 3.3. INDICADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS PROPOSTOS

675 A proposição dos indicadores de resíduos sólidos procurou levar em conta a


676 diversidade de aspectos e de tipos de resíduos que envolvem os serviços de limpeza
677 pública e de manejo de resíduos sólidos.

678 Além disso, propõe-se que, ao invés de se usar média aritmética para o cálculo do Irs –
679 Indicador de Resíduos Sólidos, seja promovida uma média ponderada dos indicadores,
680 por meio de pesos atribuídos de acordo com a sua importância para a comunidade, a
681 saúde pública e o meio ambiente.

682 Para a ponderação, sugere-se que sejam levados em conta os seguintes pesos
683 relativos a cada um dos indicadores que, através de sua somatória, totalizam 10.

684 Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: p=1,0;

685 Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: p=1,5;

35
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686 Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: p=1,0;

687 Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: p=1,0;

688 Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: p=2,0;

689 Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD: p=1,0;

690 Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: p=0,5;

691 Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: p=0,5;

692 Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: p=1,5;

693 Irs=(1,0*Ivm+1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+2,0*Iqr+1,0*Isr+0,5*Iri+0,5*Idi+1,5*Ids)/10

694 Caso, para este município, as informações necessárias para geração de quaisquer
695 indicadores não estejam disponíveis, seu peso deve ser deduzido do total para efeito
696 do cálculo do Irs.

697 A conceituação dos indicadores e a metodologia para a estimativa de seus valores


698 encontram-se apresentadas a seguir.

699 Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias

700 Este indicador quantifica as vias urbanas atendidas pelo serviço de varrição, tanto
701 manual quanto mecanizada, onde houver, sendo calculado com base no seguinte
702 critério:

703
704 Em que:

705 Ivm: Indicador do Serviço de Varrição das Vias

706 %Vm mín: % da km de varrição mínimo = 10% das vias urbanas


707 pavimentadas

708 %Vm max: % de km de varrição máximo = 100% das vias urbanas


709 pavimentadas

710 %Vm atual: % de km de varrição praticado em relação ao total das vias


711 urbanas pavimentadas

712 O Município de Ilha Bela, embora tenha o serviço de varrição de vias, não possui
713 registros da extensão total de vias pavimentadas, impossibilitando o cálculo deste
714 índice, o que levou a se deduzir o peso deste indicador do total para efeito do cálculo
715 do Irs.
36
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716 Icr – Indicador do Serviço de Coleta Regular

717 Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos
718 domiciliares, sendo calculado com base no seguinte critério:

719

720 sendo:

721 %Dcr = Porcentagem de domicílios atendidos

722 Duc = Total dos domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo

723 Dut = Total dos domicílios urbanos

724 Para o município em questão, a municipalidade comunicou que a coleta regular de lixo
725 se estende a 98% dos domicílios, abrangendo tanto a área urbana quanto a rural, o
726 que resulta numa porcentagem de domicílios atendidos (%Dcr) igual a 98.

727 A freqüência do serviço de coleta, é realizado diariamente na zona urbana e


728 semanalmente nos bairros rurais, tendo em vista a pequena dimensão da malha
729 urbana.

730
731

732 sendo:

733 %Dcr min ≤ 0

734 %Dcr max ≥ 90 (Valor para faixa de população de 20.001 até 100.000 habitantes)

735 Icr = 100 x (98-0) = 108

736 (90-0)

737 Sendo assim, os serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares deste município já
738 atingiram a universalização e o índice a ser considerado será Icr igual a 100.

739 Ics- Indicador do Serviço de Coleta Seletiva

740 Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta seletiva de resíduos sólidos
741 recicláveis, também denominada lixo seco, sendo calculado com base no seguinte
742 critério:

37
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743
744 Em que:

745 Ics: Indicador do Serviço de Coleta Seletiva

746 %CS mín: % dos domicílios coletados mínimo = 0% dos domicílios municipais

747 %CS Max: % dos domicílios coletados máximo = 100% dos domicílios
748 municipais

749 %CS atual: % dos domicílios municipais coletados em relação ao total dos
750 domicílios municipais

751 O Município de Ilha Bela conta com coleta seletiva domiciliar e abrange 100% do
752 município. Atualmente, a separação final e o reaproveitamento dos materiais recicláveis
753 oriundos da coleta seletiva porta a porta é realizado no Centro de Triagem.

754 Ics = 100 x (100 - 0) = 100

755 (100 – 0)

756 Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD

757 Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis


758 presentes nos resíduos sólidos domiciliares e deve sua importância à obrigatoriedade
759 ditada pela nova legislação federal referente à Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
760 sendo calculado com base no seguinte critério:

761

762 Em que:

763 Irr: Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos

764 %rr mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos


765 sólidos gerados no município

766 %rr máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos
767 sólidos gerados no município

768 %rr atual: % dos resíduos reaproveitados em relação ao total dos resíduos
769 sólidos gerados no município

38
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770 O reaproveitamento de resíduos recicláveis em Ilha Bela é feito por meio de triagem e
771 é coletado 100t/mês, representando 18,5% do total de resíduos sólidos gerado no
772 município, conforme cálculo abaixo:

773 Total de resíduos = (670+100+100+30) = 900t/mês

774 *670 corresponde à coleta domiciliar

775 * 100 corresponde à coleta seletiva

776 * 100 corresponde à coleta em locais de difícil acesso

777 * 30 corresponde à coleta de grandes geradores

778 %=900*0,6

779 %=540t/mês (representa 60% do total de resíduos)

780 Assim, a porcentagem de material da coleta seletiva é:

781 %=(100/540)*100

782 %=18,5%

783 Aplicando os critérios para o município em questão, obteve-se um Irr igual a 30,8.

784 Irr = 100 x (18,5 - 0) = 30,8

785 (60 - 0)

786 Iqr – Indicador da Destinação Final dos RSD

787 Este indicador, denominado de IQR - Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos é


788 normalmente utilizado pela CETESB para avaliar as condições dos sistemas de
789 disposição de resíduos sólidos domiciliares.

790 O índice IQR é apurado com base em informações coletadas nas inspeções de cada
791 unidade de disposição final e processadas a partir da aplicação de questionário
792 padronizado.

793 Em função de seus respectivos IQRs, as instalações são enquadradas como


794 inadequadas, controladas ou adequadas, conforme o quadro abaixo:

IQR Enquadramento
0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I)
6,1 a 8,0 Condições Controladas (C)
8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)

39
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795 O presente município até o ano de 2009 encaminhava seus resíduos sólidos
796 domiciliares para o Aterro Sanitário de Tremembé, localizado em Tremembé. Porém,
797 pelo fato de não ter sido citada nenhuma operação de transbordo que pudesse otimizar
798 esse transporte a longa distância e pela falta de informações mais precisas da
799 Prefeitura Municipal, deduz-se que a destinação dos resíduos sólidos domiciliares do
800 tipo “úmido” e dos demais detritos não reaproveitáveis atualmente esteja ocorrendo em
801 unidade localizada no próprio município, não tendo nenhuma nota no Inventário
802 Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares.

803 Como para o cálculo do Iqr - Indicador de Tratamento de Disposição Final de Resíduos
804 Sólidos - é calculado com base nos critérios apresentados no quadro a seguir e
805 baseado na nota do inventário, fica impossibilitado o cálculo deste índice, o que levou a
806 se deduzir o peso deste indicador do total para efeito do cálculo do Irs.

IQR Enquadramento Iqr


0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I) 0
6,1 a 8,0 Condições Controladas (C) Interpolar
8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A) 100

807 Salientamos que este enquadramento da CETESB foi anterior à instituição da Política
808 Nacional dos Resíduos Sólidos através da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de
809 2010, que passou a exigir que os rejeitos não reaproveitáveis dos resíduos sólidos
810 urbanos sejam destinados unicamente a aterros sanitários.

811 Isr – Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD

812 Este indicador demonstra a capacidade restante dos locais de disposição e a


813 necessidade de implantação de novas unidades de disposição de resíduos, sendo
814 calculado com base nos seguintes critérios:

815
816 Em que:

817 n = tempo em que o sistema ficará saturado (anos)

818 O nmín e o nmáx são fixados conforme quadro a seguir:

Faixa da População nmín Isr nmáx Isr


Até 20.000 hab. n≥1
20.001 a 50.000 hab. n≥2
≤0 0 100
De 50.001 a 200.000 hab n≥3
Maior que 200.000 hab n≥5

819

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820 Considerando que a vida útil do Aterro Controlado da Prefeitura Municipal está limitada
821 em 20 anos e a faixa de população é de 20.001 a 50.0000 habitantes seu Isr é igual a
822 100, conforme calculo abaixo:

823 Isr = 100 x (20 – 0) = 100

824 (2 - 0)

825 Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI

826 Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis


827 presentes na composição dos resíduos sólidos inertes e, embora também esteja
828 vinculado de certa forma à obrigatoriedade ditada pela nova legislação federal referente
829 à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, não tem a mesma importância do
830 reaproveitamento dos RSD, sendo calculado com base no seguinte critério:

831
832 Sendo que:

833 Iri Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos Inertes

834 %Ri mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos


835 sólidos inertes gerados no município

836 %Ri máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos
837 sólidos inertes gerados no município

838 %Ri atual: % dos resíduos inertes reaproveitados em relação ao total dos
839 resíduos sólidos inertes gerados no município

840 Considerando que o município em questão promove o reaproveitamento de resíduos


841 sólidos inertes como cascalho, esse reaproveitamento chega a ser em torno de
842 40m³/mês, mas não ha registros to total de resíduos inertes gerados, o que
843 impossibilita o cálculo deste índice, o que levou a se deduzir o peso deste indicador do
844 total para efeito do cálculo do Irs.

845 Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI

846 Este indicador possibilita avaliar as condições dos sistemas de disposição de resíduos
847 sólidos inertes que, embora ofereça menores riscos do que os relativos à destinação
848 dos RSD, se não forem bem operados podem gerar o assoreamento de drenagens e
849 acabarem sendo, em muitos casos, responsáveis por inundações localizadas, sendo
850 calculado com base no seguinte critério:

851
852 Em que:

41
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853 Idi: Indicador de Disposição Final de Resíduos Sólidos Inertes

854 IQI: Índice de qualidade de destinação de inertes, atribuído à forma/unidade


855 de destinação final utilizada pelo município para dispor seus resíduos sólidos
856 inertes e estimado de acordo com os seguintes critérios:

Operação da Unidade Condições IQI

Sem triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem inadequadas 0,00
superficial

Com triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem inadequadas 2,00
superficial

Com triagem prévia / com configuração topográfica / sem drenagem Controladas 4,00
superficial

Com triagem prévia / com configuração topográfica / com drenagem Controladas 6,00
superficial

Com triagem prévia / sem britagem / com reaproveitamento Adequadas 8,00

Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00

857 Caso o município troque de unidade e/ou procedimento ao longo do ano, seu IQI final
858 será a média dos IQIs das unidades e/ou procedimentos utilizados, ponderada pelo
859 número de meses em que ocorreu a efetiva destinação em cada um deles.

Operação da Unidade Condições IQI

Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00

860 Como a municipalidade em questão, para efeito da destinação final de seus rejeitos
861 não reaproveitáveis dos resíduos sólidos inertes, não está equipada com aterro de
862 inertes licenciado, aplicando-se os critérios obteve-se um Idi igual a 100.

863 . IQI = 10,00

864 . Idi = 10 x IQI = 100

865 Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS

866 Este indicador traduz as condições do manejo dos resíduos dos serviços de saúde,
867 desde sua forma de estocagem para conviver com baixas frequências de coleta até o
868 transporte, tratamento e disposição final dos rejeitos, sendo calculado com base no
869 seguinte critério:

870
871 Em que:
42
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RECURSOS HÍDRICOS

872 Ids: Indicador de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde

873 IQS: Índice de Qualidade de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde,


874 estimado de acordo com os seguintes critérios:

Operação da Unidade Condições IQS

Com baixa frequência e sem estocagem refrigerada / sem transporte Inadequadas 0,00
adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada
dos rejeitos tratados

Com baixa frequência e com estocagem refrigerada / sem transporte Inadequadas 2,00
adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada
dos rejeitos tratados

Com frequência adequada / sem transporte adequado / sem tratamento Controladas 4,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Com frequência adequada / com transporte adequado / sem tratamento Controladas 6,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento Adequadas 8,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento Adequadas 10,00
licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados

875 Caso o município troque de procedimento/unidade ao longo do ano, o seu IQS final
876 será a média dos IQSs dos procedimentos/unidades utilizados, ponderada pelo número
877 de meses em que ocorreu o efetivo manejo em cada um deles.

878 Os resíduos de serviços de saúde gerados no município, devido às suas características


879 patogênicas, são coletados e transportados pela empresa terceirizada Transpolix. O
880 tratamento e disposição final destes resíduos é também de responsabilidade da
881 empresa Transpolix, que foi contratada pela Prefeitura Municipal para a execução de
882 tais serviços.

883 Assim, não necessitando de adequação na forma de estocagem por ter frequência de
884 coleta adequada e com atendimento por empresas especializadas, as condições
885 operacionais da municipalidade se enquadram na seguinte classificação:

Operação da Unidade Condições IQS

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento Adequadas 10,00
licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados

886 Aplicado os critérios para o município em questão, obteve-se um Ids igual a 100.

887 . IQS = 10

43
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RECURSOS HÍDRICOS

888 . Ids = 10 x IQS = 100

889 Irs – Indicador de Resíduos Sólidos

890 O Irs – Indicador de Resíduos Sólidos calculado pela média ponderada dos indicadores
891 sugeridos, conduziu à seguinte pontuação para o município em questão:

892 Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: -

893 Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: 100

894 Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: 100

895 Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: 30,8

896 Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: -

897 Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final de RSD : 100

898 Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: -

899 Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: 100

900 Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: 100

901 Irs=(1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+1,0*Isr+0,5*Idi+1,5*Ids)/6,5

902 Irs=(1,5*100+1,0*100+1,0*30,8+1,0*100+0,5*100+1,5*100)/6,5 = 89,35

903 Com variação de 0 a 100, o indicador Irs apresenta o nível atual da qualidade dos
904 serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos urbanos no município.

905 Ao analisar seu valor, deve-se lembrar que ele não envolveu a totalidade dos sub-
906 indicadores que o compõem, pela indisponibilidade dos dados necessários.

907 Portanto, é recomendável que a municipalidade providencie tais dados para as futuras
908 atualizações, de modo a permitir o monitoramento da qualidade dos serviços
909 prestados.

910 3.4. INDICADORES DE DRENAGEM PROPOSTOS

911 3.4.1. Conceitos


912 Tomando-se como referência que o indicador deve englobar parâmetros mensuráveis,
913 de fácil e acessível aquisição e disponibilidade, e ser aderente aos conceitos de
914 drenagem, o primeiro aspecto será o da avaliação em separado dos subsistemas de
915 micro e macrodrenagem, lembrando que o primeiro refere-se à drenagem de
916 pavimentos que recebem as águas da chuva precipitada diretamente sobre ele e dos
917 lotes adjacentes, e o segundo considera os sistemas naturais e artificiais que
918 concentram os anteriores.

44
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RECURSOS HÍDRICOS

919 Assim, pode-se dizer que a microdrenagem é uma estrutura direta e obrigatoriamente
920 agregada ao serviço de pavimentação e deve sempre ser implantada em conjunto com
921 o mesmo, de forma a garantir seu desempenho em termos de segurança e de
922 condições de tráfego (trafegabilidade da via) e ainda sua conservação e durabilidade
923 (erosões, infiltrações etc.).
924 Tal divisão é importante porque na microdrenagem utilizam-se elementos estruturais
925 (guias, sarjetas, bocas-de-lobo, tubos de ligação, galerias e dissipadores), cujos
926 critérios de projeto são distintamente diferentes dos elementos utilizados na
927 macrodrenagem (galerias, canais, reservatórios de detenção, elevatórias e barragens),
928 notadamente quanto ao desempenho. Enquanto na microdrenagem admite-se como
929 critério de projeto as vazões decorrentes de eventos com período de retorno dois,
930 cinco, dez e até 25 anos, na macrodrenagem projeta-se tendo como referência os
931 eventos de 50 ou cem anos e até mesmo valores superiores.
932 Da mesma forma, as necessidades de operação e manutenção dos sistemas são
933 distintas, no que se refere a frequência de inspeções, capacidade dos equipamentos e
934 especialidade do pessoal para execução das tarefas de limpeza, desobstrução,
935 desassoreamento etc.
936 Quanto aos critérios de avaliação dos serviços devem ser consideradas as facetas:
937 institucionalização, porte/cobertura do serviço, eficiência técnica e gestão. A seguir,
938 explica-se cada uma delas:
939 Institucionalização (I)
940 A gestão da drenagem urbana é uma atividade da competência municipal e que tende
941 a compor o rol de serviços obrigatórios que o Executivo é obrigado a prestar, tornando-
942 se, nos dias atuais, de extrema importância nos grandes aglomerados urbanos. Desta
943 forma, sua institucionalização como serviço dentro da estrutura administrativa e
944 orçamentária indicará o grau de desenvolvimento da administração municipal com
945 relação ao setor. Assim, dentro deste critério, deve-se considerar os seguintes
946 aspectos que indicam o grau de envolvimento da estrutura do Município com a
947 implantação e gestão dos sistemas de micro e macrodrenagem:
MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM

Existência de padronização para Existência de plano diretor urbanístico com


projeto viário e drenagem pluvial tópicos relativos à drenagem
Serviço de verificação e análise de
Existência de plano diretor de drenagem
projetos de pavimentação e/ou
urbana
loteamentos
Legislação específica de uso e ocupação
Estrutura de inspeção e manutenção
do solo que trata de impermeabilização,
da drenagem
medidas mitigadoras e compensatórias
Monitoramento de cursos d‟água (nível e
Monitoramento de chuva
vazão)

Registro de incidentes envolvendo Registro de incidentes envolvendo a


microdrenagem macrodrenagem

948 Este indicador pode, a princípio, ser admitido como „seco‟, isto é, a existência ou
949 prática do quesito analisado implica na valoração do mesmo. Posteriormente, na

45
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RECURSOS HÍDRICOS

950 medida em que o índice for aperfeiçoado, o mesmo pode ser transformado em métrico
951 para considerar a qualidade do instrumento institucional adotado
952 Porte/Cobertura do Serviço (C)
953 Este critério considera o grau de abrangência relativo dos serviços de micro e
954 macrodrenagem no município, de forma a indicar se o mesmo é universalizado. Para o
955 caso da microdrenagem representa a extensão de ruas que têm o serviço de condução
956 de águas pluviais lançados sobre as mesmas de forma apropriada, através de guias,
957 sarjetas, estruturas de captação e galerias, em relação à extensão total de ruas na área
958 urbana.
959 No subsistema de macrodrenagem, o porte do serviço pode ser determinado por meio
960 da extensão dos elementos de macrodrenagem nos quais foram feitas intervenções em
961 relação à malha hídrica do município (até terceira ordem). Por intervenções entendem-
962 se as galerias-tronco, que reúnem vários subsistemas de microdrenagem e também os
963 elementos de drenagem naturais, como os rios e córregos; nos quais foram feitos
964 trabalhos de canalização, desassoreamento ou dragagem, retificação, revestimento
965 das margens, regularização, delimitação das áreas de APP, remoção de ocupações
966 irregulares nas várzeas etc.
967 Eficiência do Sistema (S)
968 Este critério pretende captar o grau de atendimento técnico, isto é, se o serviço atende
969 às expectativas quanto ao seu desempenho hidráulico em cada subsistema. A forma
970 de avaliação deve considerar o número de incidentes ocorridos com os sistemas em
971 relação ao número de dias chuvosos e à extensão dos mesmos.
972 A consideração de um critério de área inundada também pode ser feita, em uma
973 segunda etapa, quando estiverem disponíveis de forma ampla os cadastros eletrônicos
974 municipais e os sistemas de informatização de dados.
975 Eficiência da Gestão (G)
976 A gestão do serviço de drenagem urbana, tanto para micro como para macro, deve ser
977 mensurada em função da relação entre as atividades de operação e manutenção dos
978 componentes e o porte do serviço.

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM

Número de bocas-de-lobo limpas em Extensão de córregos


relação ao total de bocas-de-lobo limpos/desassoreados em relação ao total

Total de recursos gastos com


Extensão de galerias limpas em relação
macrodrenagem em relação ao total
ao total de bocas-de-lobo
alocado.

Total de recursos gastos com


microdrenagem em relação ao alocado
no orçamento anual para
microdrenagem

979
46
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RECURSOS HÍDRICOS

980 3.4.2. Cálculo do Indicador

981 O indicador deverá ser calculado anualmente, a partir de informações das atividades
982 realizadas no ano anterior. Os dados deverão ser tabulados em planilha apropriada, de
983 forma a permitir a auditoria externa, conforme o exemplo a seguir. O cálculo final do
984 indicador será a média aritmética dos indicadores de micro e macrodrenagem, com
985 resultado final entre [0-10].

C MICRODRENAGEM Valor

Existência de padronização para projeto viário e 0,5


I1 0,5
drenagem pluvial
Serviço de verificação e análise de projetos de 0,5
I2 0,5
Institucionalização

pavimentação e/ou loteamentos


I3 Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem 0,5 0,5
I4 Existência de monitoramento de chuva 0,5 0,5
0,5
I5 Registro de incidentes envolvendo microdrenagem 0,5

Extensão total de ruas com serviço de


C1 microdrenagem, em km (guias, sarjetas e bocas-de-
Cobertura

lobo)

C2 Extensão total de ruas do Município (km)

Numero de dias com incidentes na microdrenagem


S1
(alagamento de via até 30 cm, refluxo pelos PVs e Bls)
Eficiência

S2 Numero de dias com chuva no ano

G1 Número de bocas-de-lobo limpas

G2 Total de bocas-de-lobo

G3 Total de recursos gastos com microdrenagem


Gestão

Total alocado no orçamento anual para


G4
microdrenagem
986

47
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RECURSOS HÍDRICOS

987

C MACRODRENAGEM Valor

Existência de plano diretor urbanístico com tópicos 0,5


I1 0,5
relativos à drenagem

I2 Existência de plano diretor de drenagem urbana 0,5 0,5

Legislação específica de uso e ocupação do solo que 0,5


I3 trata de impermeabilização, medidas mitigadoras e 0,5
compensatórias
Institucionalização

Monitoramento de cursos d‟água (nível e 0,5


I4 0,5
vazão)

I5 Registro de Incidentes envolvendo a macrodrenagem 0,5 0,5

C1 Extensão de intervenções na rede hídrica do município


Cobertura

C2 Extensão da rede hídrica do município

Número de dias com incidentes na de macrodrenagem


S1 (transbordamento de córregos, derrubada de pontes,
solapamento de margem etc .Bls)
Eficiência

S2 Número de dias com chuva no ano

Total aplicado na limpeza de córregos / estruturas de


G1
macrodrenagem em geral
Gestão

G2 Total de recursos alocados para macrodrenagem

988

48
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RECURSOS HÍDRICOS

989 4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICA E DE DEMANDAS

990 4 .1 . PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA

991 O estudo demográfico no qual foram embasadas as proposições do presente Relatório,


992 foi elaborado a partir da revisão e ajustes das projeções de população e domicílios feita
993 pela Fundação Seade para a SABESP até 2025, considerando-se ainda os dados do
994 Censo de 2010, publicados pelo IBGE em novembro de 2010, bem como o
995 prolongamento destas projeções até 2040, para os municípios e distritos das Unidades
996 de Gerenciamento e Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e
997 Litoral Norte – UGRHIs 1, 2 e 3.

998 O estudo demográfico completo para as UGRHIs 1, 2 e 3, ano a ano, é apresentado no


999 ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL.

1000 No entanto, o planejamento dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento


1001 sanitário foram elaborados com base nos dados de população fixa, população
1002 flutuante, domicílios permanentes e domicílios de uso ocasional fornecidos pela
1003 Unidade de Negócios Litoral Norte – RN da SABESP, apresentados nos quadros a
1004 seguir :

Ano
Município /Sistema
2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040
População Fixa
Ilhabela 25.827 26.651 29.713 32.602 35.474 38.160 40.915 43.296
Água Branca 22.329 23.055 25.683 28.117 30.513 32.725 34.974 36.884
Pombo 3.499 3.596 4.030 4.485 4.961 5.435 5.941 6.412
População Flutuante
Ilhabela 17.694 17.991 19.471 20.863 22.152 23.329 24.393 24.944
Água Branca 14.016 14.236 15.325 16.325 17.229 18.034 18.746 18.966
Pombo 3.678 3.755 4.146 4.538 4.923 5.295 5.648 5.977
População Total (Fixa+Flutuante)
Ilhabela 43.521 44.642 49.184 53.465 57.626 61.490 65.308 68.239
Água Branca 36.344 37.292 41.008 44.443 47.742 50.760 53.719 55.850
Pombo 7.177 7.350 8.176 9.023 9.884 10.730 11.589 12.389
População de Pico (Reveilon e Carnaval)
Ilhabela 59.476 60.920 67.108 73.002 78.712 84.036 89.208 93.103
Água Branca 49.262 50.462 55.462 60.139 64.617 68.729 72.688 75.447
Pombo 10.215 10.458 11.646 12.862 14.095 15.307 16.520 17.655
Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN –
Sabesp/Março/2011
1005

49
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RECURSOS HÍDRICOS

1006
Ano
Município /Sistema
2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040
Domicílios Permanentes
Ilhabela 8.283 8.532 9.848 11.214 12.592 13.941 15.227 16.419
Água Branca 7.119 7.331 8.445 9.594 10.743 11.857 12.906 13.868
Pombo 1.164 1.202 1.403 1.620 1.849 2.084 2.321 2.552
Domicílios de Uso Ocasional na Área de Projeto
Ilhabela 5.251 5.339 5.778 6.191 6.573 6.923 7.238 7.402
Água Branca 4.159 4.224 4.547 4.844 5.112 5.351 5.563 5.628
Pombo 1.092 1.114 1.230 1.347 1.461 1.571 1.676 1.774
Domicílios Totais na Área de Projeto
Ilhabela 13.533 13.871 15.626 17.405 19.165 20.864 22.465 23.821
Água Branca 11.278 11.555 12.993 14.438 15.855 17.208 18.469 19.496
Pombo 2.256 2.316 2.633 2.966 3.309 3.655 3.996 4.325
Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN –
Sabesp/março/2011
1007
Ano
Município /Sistema
2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040
Relação Pop. Fixa/Dom. Permanentes (hab./dom.)
Ilhabela 3,12 3,12 3,02 2,91 2,82 2,74 2,69 2,64
Água Branca 3,14 3,14 3,04 2,93 2,84 2,76 2,71 2,66
Pombo 3,01 2,99 2,87 2,77 2,68 2,61 2,56 2,51
Relação Pop. Flutuante/Dom. Ocasional e Vagos (hab./dom.)
Ilhabela 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37
Água Branca 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37
Pombo 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37
Relação Pop. Total/Dom. Total (hab./dom.)
Ilhabela 3,22 3,22 3,15 3,07 3,01 2,95 2,91 2,86
Água Branca 3,22 3,23 3,16 3,08 3,01 2,95 2,91 2,86
Pombo 3,18 3,17 3,11 3,04 2,99 2,94 2,90 2,86
Relação População de Pico/Dom. Total (hab./dom.)
Ilhabela 4,39 4,39 4,29 4,19 4,11 4,03 3,97 3,91
Água Branca 4,37 4,37 4,27 4,17 4,08 3,99 3,94 3,87
Pombo 4,53 4,52 4,42 4,34 4,26 4,19 4,13 4,08
Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN –
Sabesp/março/2011

1008 4 .2 . ESTUDO DE DEMANDAS DE ÁGUA E VAZÕES DE ESGOTO

1009 4.2.1. Estudo de Demandas de Água

1010 As demandas de água utilizadas no planejamento dos sistemas de abastecimento de


1011 água foram fornecidas pela Unidade de Negócios Litoral Norte – RN da SABESP. Os
1012 dados apresentados a seguir são referentes à evolução das vazões estimadas para o
1013 período de verão e para o restante do ano (cenários dirigidos):

1014
50
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RECURSOS HÍDRICOS

1015

Ano
Município /Sistema
2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040
ETAS: EVOLUÇÃO DA VAZÃO DA DE VERÃO (CENÁRIO DIRIGIDO)
Vazões de Verão (janeiro) [l/s]
Ilhabela 176,90 172,90 185,90 196,40 213,90 230,40 246,40 259,40
Água Branca 146,00 142,70 152,60 159,30 172,90 185,60 197,80 207,10
Pombo 30,90 30,20 33,30 37,10 41,00 44,80 48,70 52,30
ETAS EVOLUÇÃO DE VAZÕES RESTANTE DO ANO (CENÁRIO DIRIGIDO)
Restante do Ano (julho/Agosto) [l/s]
Ilhabela 116,00 111,20 119,30 126,10 137,40 148,10 158,40 166,80
Água Branca 98,80 95,00 101,80 106,50 115,80 124,50 132,70 139,10
Pombo 17,20 16,20 17,50 19,50 21,60 23,70 25,70 27,70
Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN - Sabesp

1016 4.2.2. Estudo de Vazões de Esgoto

1017 À semelhança das demandas de água, as vazões de esgoto dos sistemas de


1018 esgotamento sanitário do município foram fornecidas pela Unidade de Negócios Litoral
1019 Norte – RN da SABESP. A evolução das vazões até final de plano é apresentada no
1020 quadro a seguir:

ETE’s: EVOLUÇÃO DAS VAZÕES DE VERÃO [l/s]


Ano (Cenário Dirigido)
Município /Sistema Sistema de Esgotos
2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040
Ilhabela 7,50 17,30 117,30 156,50 175,30 195,50 209,80 221,50
Água Branca Itaquanduba 7,50 16,00 115,20 130,40 144,70 156,20 167,10 175,60
Praia do Pinto - 1,30 2,10 2,60 3,00 3,20 3,50 3,70
Siriuba - - - 2,10 2,40 2,60 2,70 2,90
Pombo Feiticeira/Portinho - - - 2,80 3,20 3,50 3,80 4,10
Ponta da Sela - - - - - 2,70 3,00 3,20
Praia Grande Curral - - - 18,60 22,10 24,50 26,70 28,80
Sistemas Isolados - - - - - 2,70 3,00 3,20
1021 Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN – Sabesp/março/2011

1022 4 .3 . PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

1023 4.3.1. Parâmetros de Cálculo

1024 O planejamento dos serviços de limpeza pública visa atingir os padrões de qualidade
1025 recomendáveis de limpeza das vias e logradouros públicos e assegurar a adequada
1026 destinação dos resíduos sólidos gerados.

1027 Como critério fundamental para o planejamento, tem-se a universalização do


1028 atendimento às comunidades locais, independentemente das dificuldades impostas
1029 pelas condições em que se encontram.

51
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

1030 Além deste critério, também foram adotados e até mesmo desenvolvidos - quando
1031 inexistiam - critérios para projeções de resíduos sólidos, conforme apresentado
1032 adiante.

1033 Assim, atualmente, tais critérios servem de orientadores do passo a passo para se
1034 atingirem as metas almejadas.

1035 Foram pesquisadas fontes existentes, as quais não respondiam satisfatoriamente às


1036 necessidades do plano, o que estimulou à elaboração de novas curvas de projeção,
1037 baseadas nos dados fornecidos pelos próprios municípios da região.

1038 A seguir, estão abordadas cada uma das fases de planejamento, que geraram as
1039 informações necessárias para a formulação das proposições.

1040 4.3.2. Projeção de Resíduos Sólidos Brutos

1041 A projeção dos resíduos sólidos brutos foi feita separadamente para resíduos sólidos
1042 domiciliares, resíduos sólidos inertes e resíduos de serviços de saúde, uma vez que
1043 cada um destes segmentos apresenta aspectos específicos, que afetam diretamente a
1044 geração de resíduos.

1045 Resíduos Sólidos Domiciliares

1046 A geração dos resíduos sólidos domiciliares está diretamente relacionada à população
1047 residente, exceção aos municípios com vocação turística, que ficam submetidos aos
1048 efeitos da sazonalidade decorrente da população flutuante.

1049 Neste caso, a projeção da geração de resíduos sólidos domiciliares se baseou na


1050 população residente nesses municípios.

1051 Os índices de crescimento da geração dos resíduos sólidos domiciliares foram


1052 extraídos por meio de uma curva construída com os pontos resultantes dos
1053 cruzamentos entre População e Geração Atuais, apresentada a seguir.

52
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1054

1055 Geração RSD = (População / 2.990,32)(1,258)

1056 Partindo de dados básicos da população e da geração de resíduos, referentes a 2010,


1057 foi elaborada uma curva de produção que por sua vez serviu como base de cálculo
1058 para o fator de ajuste.

1059

1060 Em que:

1061 fa: Fator de Ajuste (para ajustar os pontos à curva resultante)

1062 Pr: Produção real de resíduos sólidos em 2010

1063 Pc: Produção calculada para a população de 2010

1064 A projeção de resíduos sólidos domiciliares foi calculada aplicando a equação da curva
1065 de geração e o fator de ajuste, conforme segue:

1066

1067 Em que:

1068 Pp: Produção projetada de resíduos sólidos


53
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1069 Pc: Produção calculada

1070 fa: Fator de Ajuste

1071 Aplicando as populações projetadas foram obtidas as estimativas anuais de resíduos


1072 sólidos domiciliares brutos, conforme apresentado no quadro a seguir.

1073 Produção de Resíduos Sólidos Domésticos


Ano Produção (t/dia)
2010 49,94
2014 54,79
2018 59,57
2020 61,93
2025 67,93
2030 73,61
2035 79,38
2040 84,00

1074 Resíduos Sólidos Inertes

1075 A geração dos resíduos sólidos inertes também pode ser associada diretamente à
1076 evolução da população residente, cujo crescimento estimular a construção civil e a
1077 verticalização.

1078 Neste caso, a vocação turística dos municípios não tem grande influência, já que os
1079 turistas de temporada ficam alojados no complexo hoteleiro já existente ou em suas
1080 próprias casas de veraneio.

1081 Os índices de crescimento da geração dos resíduos sólidos inertes foram extraídos por
1082 meio de curvas construídas com os pontos resultantes dos cruzamentos entre
1083 População e Geração Atuais.

1084 Por se tratarem de resíduos cuja coleta nem sempre está sob controle das
1085 municipalidades, há pouca disponibilidade deste tipo de dado, o que obrigou a se
1086 extrair a seguinte curva de crescimento baseada nas três UGRHIs estudadas:

54
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1087

1088 Geração RCC = (População / 8.864,31)1,775

1089 Com os dados básicos de população e geração de 2010 utilizados para a montagem da
1090 curva e a geração através dela projetada para este mesmo ano, foi calculado do fator
1091 de ajuste.

1092 Considerando as populações projetadas foram obtidas as estimativas anuais de


1093 resíduos sólidos inertes, conforme apresentado no quadro a seguir.

1094 Produção de Resíduos Sólidos Inertes

Ano Produção RCC (t/dia)

2010 1,33
2014 1,50
2018 1,64
2020 1,71
2025 1,83
2030 1,92
2035 1,98
2040 2,01
1095

55
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1096 Resíduos de Serviços de Saúde

1097 A geração dos resíduos de serviços de saúde não é proporcional à população residente
1098 porque os habitantes de municípios menos equipados recorrem a municípios vizinhos
1099 melhor dotados de unidades de saúde.

1100 Porém, com raras exceções, os equipamentos de saúde apresentam maiores


1101 concentrações quanto maior for a população dos municípios, o que permite que se
1102 considere que os efeitos da polarização podem ser compensados pela concentração
1103 demográfica.

1104 Assim, optou-se por montar uma única curva para responder pela relação entre
1105 população e geração de RSS, conforme segue:

1106

1107 Geração RSS = (População / 3.140,947)1,697

1108 Com os dados básicos de população e geração de 2010 utilizados para a montagem da
1109 curva e a geração por meio dela projetada para este mesmo ano, foi calculado do fator
1110 de ajuste.

1111 Aplicado às populações projetadas ano a ano, foram obtidas as projeções anuais dos
1112 resíduos de serviços de saúde decorrentes da população recenseada de cada
1113 município, conforme apresentado no Quadro a seguir.

1114

56
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1115 Produção de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

Ano Produção RSS (kg/dia)

2010 41,43
2014 46,31
2018 50,51
2020 52,50
2025 56,10
2030 58,62
2035 60,33
2040 61,46

1116 4.3.3. Reaproveitamento de Resíduos

1117 O reaproveitamento dos resíduos sólidos passou a ser compromisso obrigatório das
1118 municipalidades após a Lei Federal 12.305 de 02/08/10, referente à Política Nacional
1119 dos Resíduos Sólidos.

1120 No entanto, este aspecto está focado apenas nos resíduos sólidos domiciliares e
1121 inertes já que, pelos riscos à saúde pública por sua patogenicidade, os resíduos de
1122 serviços de saúde não são recicláveis.

1123 Resíduos Sólidos Domiciliares


1124 A massa de resíduos sólidos domiciliares é formada por diversos componentes, como
1125 papéis, plásticos, metais, vidros, trapos, couros, borrachas, madeiras, terra, pedras e
1126 outros tipos de detritos, além da matéria orgânica presente nos restos de alimentos.
1127 Estes componentes têm apresentado participação variável ao passar dos anos,
1128 particularmente devido à evolução das embalagens, conforme pode ser observado no
1129 Quadro a seguir.
1130

57
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1131 Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Domésticos

Tipo de 1927 1957 1969 1976 1991 2010


Componentes
RSD (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Lixo Seco Papel/Papelão 13,40% 16,70% 29,20% 21,40% 13,87% 10,60%
Plástico Duro/Filme - - 1,90% 5,00% 11,47% 13,60%
Metal Ferroso 1,70% 2,23% 7,80% 3,90% 2,83% 1,40%
Metal Não Ferroso - - 0,10% 0,69% 0,40%
Vidros 0,90% 1,40% 2,60% 1,70% 1,69% 1,70%
Trapos/Couro/Borracha 1,50% 2, 70% 3,80% 2,90% 4,39% 2,60%
Subtotal 17,50% 20,33% 45,30% 35,00% 34,94% 30,30%
Lixo Úmido Matéria Orgânica 82,50% 76,00% 52,20% 62,70% 60,60% 62,90%
Madeira - - 2,40% 1,60% 0,75% 1,20%
Terra/Pedras - - - 0,70% 0,77% 2,10%
Diversos - 0,10% - - 1,23% 2,00%
Perdas - 3,57% 0,10% - 1,71% 1,50%
Subtotal 82,50% 79,67% 54,70% 65,00% 65,06% 69,70%
Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
1132 Fontes: Dados de 1927 a 1991: DOM São Paulo - 03/12/92
1133 Dados de 2010: PMSP/LIMPURB
1134 Por meio do quadro de composição gravimétrica dos RSD, nota-se que, nos idos de
1135 1927, havia uma predominância absoluta de embalagens de papel/papelão, metais
1136 ferrosos, vidros e uma ocorrência maior de matéria orgânica, talvez devido às piores
1137 condições de refrigeração da época.
1138 Ao longo dos anos, esses materiais usados nas embalagens foram substituídos
1139 principalmente por plásticos e, mais recentemente, por metais não ferrosos,
1140 sobressaindo-se o alumínio.
1141 Provavelmente, até para se adequar à nova legislação, os fabricantes de embalagens
1142 estão estudando materiais e formatos que possibilitem o máximo reaproveitamento,
1143 pois destiná-las adequadamente está ficando cada vez mais caro.
1144 Porém, é extremamente difícil se prever tais mudanças, isto porque estão relacionadas
1145 com o comportamento humano voltado para a compra e consumo dos produtos.
1146 Por essa razão, preferiu-se um posicionamento conservador e adotou-se que a atual
1147 composição gravimétrica da massa de resíduos sólidos domiciliares deverá persistir
1148 sem grandes alterações por todo o horizonte de projeto.
1149 Devido a essa diversidade, os índices de reaproveitamento variam de componente para
1150 componente, não só em relação às condições em que se encontram na massa de
1151 resíduos, mas também em função da sua aceitabilidade pelo mercado consumidor.
1152 Metas de reaproveitamento foram previamente definidas por tipo de material
1153 encontrado no lixo, conforme apresentado no Quadro de Reaproveitamento de
58
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1154 Resíduos Sólidos Domiciliares. Estas metas poderão ser alteradas a partir da
1155 regulamentação da nova legislação, posterior à conclusão deste plano.
1156 Reaproveitamento do Resíduos Sólidos Domiciliares
Metas de Reaproveitamento
Composição
Condição Mínima Condição Máxima Formas Atuais de
Componentes Gravimétrica
Reaproveitamento
(%) Índice Reaprovei- Índice Reaprovei-
(%) tamento (%) (%) tamento (%)
Papel/Papelão 9,60% 10,00% 0,96% 60,00% 5,76%
Embalagens
1,00% 30,00% 0,30% 90,00% 0,90%
Longa Vida
reciclagem,
Plástico Rígido 6,30% 30,00% 1,89% 90,00% 5,67% coprocessamento,
combustível sólido
Plástico Mole 6,70% 5,00% 0,34% 40,00% 2,68%
Embalagens
0,60% 30,00% 0,18% 90,00% 0,54%
PET
Metal Ferroso 1,40% 30,00% 0,42% 90,00% 1,26%
Metal Não
0,40% 30,00% 0,12% 90,00% 0,36% reciclagem
Ferroso
Vidros 1,70% 5,00% 0,09% 40,00% 0,68%
Isopor 0,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,08%
coprocessamento,
Trapos/Panos 2,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,88%
combustível sólido
Borracha 0,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,08%
Subtotal 30,30% 4,29% 18,89%
Matéria
62,90% 30,00% 18,87% 60,00% 37,74% compostagem,
Orgânica
combustível sólido
Madeira 1,20% 30,00% 0,36% 90,00% 1,08%
Terra/Pedras 2,10% 0,00% 0,00% 40,00% 0,84% britagem
Pilhas/Baterias 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -
Diversos 2,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -
Perdas 1,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -
Subtotal 69,70% 19,23% 39,66%
Total 100,00% 24% 59%

1157 Observando-se este quadro, nota-se que foram analisadas duas condições de
1158 disponibilidade dos materiais:

1159 - Condição Mínima: O lixo bruto chega à central de triagem sem separação prévia no
1160 local de sua geração e, portanto, sem ter sido recolhido separadamente pela coleta
1161 seletiva;

59
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1162 - Condição Máxima: O lixo é separado na origem em duas partes: lixo seco e lixo
1163 úmido, sendo recolhidas separadamente pelas coletas seletiva e regular, chegando
1164 à central de triagem sem estarem misturadas.

1165 Na condição mínima, estima-se que se consiga reaproveitar até no máximo 25% dos
1166 materiais, nas proporções indicadas no quadro enquanto que, na condição máxima,
1167 esse percentual pode atingir teoricamente até cerca de 60% do peso total dos resíduos.

1168 Com relação à aceitabilidade pelo mercado consumidor, com a instituição da nova
1169 legislação, que obriga a retirada dos materiais reaproveitáveis e limita a disposição
1170 apenas daqueles para os quais o reaproveitamento não é viável, acredita-se que
1171 haverá um maior desenvolvimento no setor de reciclagem, principalmente se houver
1172 incentivos governamentais para que isto aconteça.

1173 A progressão adotada para a implementação do reaproveitamento e colocação dos


1174 materiais é a seguir transcrita:

1175 - Ano 2011: faixa de 0 a 10%, com média anual de 5% de reaproveitamento;

1176 - Ano 2012: faixa de 10 a 20%, com média anual de 15% de reaproveitamento;

1177 - Ano 2013: faixa de 20 a 35%, com média anual de 27,5% de reaproveitamento;

1178 - Ano 2014: faixa de 35 a 60%, com média anual de 47,5% de reaproveitamento; e

1179 - Ano 2015 em diante: 60% de reaproveitamento.

1180 Com estas metas, atende-se o prazo fixado na legislação federal para a reciclagem
1181 máxima até o final dos próximos quatro anos. Este tempo foi disponibilizado para que
1182 os municípios e o mercado se adaptem à nova realidade.

1183 Resíduos Sólidos Inertes

1184 Ao contrário dos resíduos sólidos domiciliares, a massa de resíduos sólidos inertes é
1185 formada principalmente por entulhos da construção civil, nos quais normalmente se
1186 encontram presentes restos de concreto, tijolos, ladrilhos, azulejos, pedras, terra e
1187 ferragem.

1188 Com exceção à ferragem, que deve ser separada na origem para ser reaproveitada
1189 como aço, os demais detritos podem ser submetidos ao processo de britagem e, após
1190 triturados, resultam em material passível de ser utilizado pela própria construção civil
1191 como material de enchimento ou em outros tipos de serviços, como operação tapa-
1192 buracos em estradas de terra, dentre outros.

1193 Portanto, seu melhor reaproveitamento também está associado à estocagem nos locais
1194 de geração, não devendo ser agrupados em conjunto com outros tipos de resíduos,
1195 particularmente com matéria orgânica.

1196 Para efeito deste plano, antecipando a regulamentação da nova legislação, definiram-
1197 se metas de reaproveitamento do entulho selecionado, conforme apresentado abaixo:
60
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1198 - Ano 2011: faixa de 0 a 10%, com média anual de 5% de reaproveitamento;

1199 - Ano 2012: faixa de 10 a 20%, com média anual de 15% de reaproveitamento;

1200 - Ano 2013: faixa de 20 a 35%, com média anual de 27,5% de reaproveitamento;

1201 - Ano 2014: faixa de 35 a 60%, com média anual de 47,5% de reaproveitamento; e

1202 - Ano 2015 em diante: 60% de reaproveitamento.

1203 Com estas metas, atende-se o prazo fixado na legislação para a reciclagem máxima
1204 até o final dos próximos quatro anos. Este tempo será para que os municípios se
1205 adaptem para processar os materiais brutos gerados em seus territórios.

1206 4.3.4. Projeção da Geração de Resíduos Não Reaproveitáveis

1207 Deduzindo-se dos totais de resíduos brutos as quantidades de resíduos reaproveitáveis


1208 estimadas em função das metas pré-fixadas, obteve-se a projeção da geração de
1209 resíduos não reaproveitáveis.

1210 Este procedimento não foi aplicado aos resíduos de serviços de saúde que, pela sua
1211 patogenicidade, não podem ser reaproveitáveis.

1212 Resíduos Sólidos Domiciliares

1213 Extraindo essas parcelas progressivas da massa dos resíduos sólidos domiciliares
1214 brutos, obteve-se a evolução dos totais de rejeitos, que continuarão a ser dispostos em
1215 aterros sanitários, como orientação dada na nova legislação, conforme apresentada no
1216 quadro e figura a seguir
1217 Produção de Rejeitos de RSD

Ano Produção de Rejeitos (t/dia)

2010 49,94
2014 28,76
2018 23,83
2020 24,77
2025 27,17
2030 29,45
2035 31,75
2040 33,60

61
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60,00
Ilhabela
50,00
Produção de rejeitos

40,00
(ton/dia)

30,00

20,00

10,00

0,00
2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045
Ano
1218

1219 Observando-se este quadro, pode-se notar que há decréscimo apenas nos primeiros
1220 quatro anos até 2015, data em que deverá ter sido atingido o limite máximo de
1221 reaproveitamento dos materiais contidos nos resíduos domiciliares.

1222 Resíduos Sólidos Inertes

1223 A projeção dos resíduos sólidos inertes não reaproveitáveis encontra-se apresentada
1224 no quadro e figura a seguir.
1225 Produção de Rejeitos de RSI

Ano RCC Não Reaproveitáveis (t/dia)

2010 1,33
2014 0,79
2018 0,66
2020 0,68
2025 0,73
2030 0,77
2035 0,79
2040 0,81

62
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1,40 Ilhabela
1,20
rejeitos (ton/dia)
Produção de

1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
2005 2010 2015 2020 2025
Ano 2030 2035 2040 2045
1226

1227 Da mesma forma que para os resíduos sólidos domiciliares, o decréscimo é


1228 apresentado nos primeiros quatro anos até 2015, data da estabilização do limite
1229 máximo de reaproveitamento dos materiais contidos nos entulhos.

1230

63
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1231 5. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

1232 5.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS

1233 A seguir são apresentadas as intervenções propostas para o município de Ilhabela com
1234 a respectiva estimativa dos custos financeiros envolvidos:

Sistema de Abastecimento de Água


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
Ampliação do SAA Água Branca para 150l/s 2.016 R$ 15.400.000,00
Ampliação do SAA Água Branca para 200l/s 2.030 R$ 800.000,00
Ampliação do SAA Pombo 2.016 R$ 6.877.000,00
TOTAL R$ 23.077.000,00
1235

64
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1236 6. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

1237 6.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS

1238 O quadro seguinte apresenta as obras propostas para o município de Ilhabela, a


1239 previsão do ano de implantação e a respectiva estimativa de custos:

Sistema de Esgotamento Sanitário


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
SES Itaquanduba - Etapa 3A - Reversão Saco da Capela 2.012 R$ 6.603.124,00
Implantação SES Feiticeira 2.018 R$ 3.500.000,00
Implantação SES Região Norte 2.018 R$ 7.000.000,00
Implantação SES Região Sul 2.018 R$ 7.000.000,00
SES Itaquanduba - 3ª Etapa 2.016 R$ 3.948.999,00
SES Itaquanduba -4ª Etapa 2.016 R$ 8.571.000,00
TOTAL R$ 36.623.123,00
1240

65
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1241 7. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE


1242 RESÍDUOS SÓLIDOS

1243 7.1. ALTERNATIVAS CONVENCIONAIS

1244 As propostas, a seguir apresentadas, foram direcionadas particularmente aos serviços


1245 públicos e ao gerenciamento dos resíduos sólidos sob responsabilidade da
1246 Administração Municipal de Ilhabela, embora também incluam algumas abordagens
1247 sobre resíduos cuja responsabilidade costuma ser atribuída ao gerador.
1248 Além disso, foram norteadas segundo princípios fundamentais voltados principalmente
1249 à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, que têm ditado as
1250 ações no restante do mundo desenvolvido e que, recentemente passaram a se
1251 constituir exigência legal, quais sejam:
1252 - não geração de resíduos, sempre que possível;
1253 - minimização da geração de resíduos na fonte;
1254 - máximo reaproveitamento dos resíduos;
1255 - tratamento, quando procedente, para evitar a disposição "in bruto"; e
1256 - disposição final dos rejeitos em condições adequadas.
1257 Para seguir tais princípios, o plano está baseado principalmente nos seguintes
1258 fundamentos:
1259 - cooperação entre o poder público, o setor produtivo e a sociedade civil;
1260 - integração das ações nas áreas de saneamento, meio ambiente, saúde pública,
1261 ação social e administração;
1262 - participação sob forma de consórcios e/ou parcerias, para soluções regionais
1263 integradas;
1264 - participação efetiva da sociedade, em seus diversos níveis;
1265 - responsabilização dos geradores no gerenciamento dos seus resíduos sólidos;
1266 - regularidade e continuidade dos serviços de limpeza pública;
1267 - responsabilização pós-consumo dos fabricantes/distribuidores pelos produtos
1268 usados e/ou embalagens;
1269 - uso de matérias primas e insumos, bem como desenvolvimento de novos
1270 produtos, tecnologias e processos em consonância com este plano;
1271 - preferência por produtos decorrentes da reciclagem e/ou compostagem de
1272 resíduos.
1273 As proposições voltadas para o planejamento dos serviços de limpeza pública visam
1274 atingir os padrões mínimos recomendáveis de qualidade da limpeza de vias,
1275 logradouros e dispositivos públicos, além de assegurar a adequada destinação dos
1276 resíduos por eles gerados.

66
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1277 Com relação ao manejo dos resíduos sólidos, as proposições estão embasadas no
1278 cumprimento das regras e exigências preconizadas na nova Política Nacional dos
1279 Resíduos Sólidos, sob Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
1280 Todos os serviços de limpeza pública e de manejo de resíduos sólidos prevêem a
1281 universalização do atendimento às comunidades locais, independentemente das
1282 dificuldades impostas pelas condições em que se encontram.
1283 As propostas, a seguir formuladas, foram divididas em:
1284 - ações estruturais: quando envolvem a necessidade da execução de programas e/ou
1285 obras para implantação e/ou adequação de procedimentos e instalações
1286 - ações não estruturais: quando se referem a apenas adequações e/ou alterações nas
1287 atividades de gestão e planejamento.

1288 7.1.1. Serviços de Limpeza Pública

1289 Varrição Manual

1290 Minimização por meio da instalação de cestos em locais estratégicos

1291 Justificativa: O volume de resíduos recolhidos dos passeios e das sarjetas pela equipe
1292 de varrição costuma demonstrar a maior ou menor deficiência de disponibilidade de
1293 cestos de lixo nas vias e logradouros públicos.

1294 Objetivo: Melhorar as condições de limpeza das vias mais movimentadas por meio da
1295 implantação e/ou do reforço de cestos de lixo em pontos estratégicos e de divulgação
1296 junto à população, evitando que os resíduos sejam lançados nos passeios e sarjetas,
1297 acarretando uma maior dedicação da equipe de varrição manual e os custos adicionais
1298 decorrentes.

1299 A quantidade de cestos de lixo adicionais - e sua distribuição ao longo das vias e
1300 logradouros públicos - deverá ser objeto de estudo específico, que dará prioridade para
1301 as vias com maior intensidade de circulação de pedestres e veículos, para as rotas e
1302 pontos de parada do transporte coletivo, e para os pontos de concentração do tipo
1303 escolas e hospitais.

1304 Além desses trechos específicos, costuma-se recomendar para a área urbana de uma
1305 forma geral um cesto em cada esquina das interseções das vias, de modo que o
1306 munícipe se acostume a reter o detrito até atingir esses pontos.

1307 Além da disponibilização dos cestos, é de suma importância o seu devido


1308 esvaziamento pela própria equipe da varrição manual, de forma a deixá-los sempre
1309 aptos a receber os detritos.

1310

67
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1311 Manutenção de Áreas Verdes

1312 Mobilização de triturador móvel para facilitar o transporte e possibilitar o


1313 reaproveitamento

1314 Justificativa: Geralmente, os resíduos verdes decorrentes de serviços de poda e


1315 limpeza de parques e jardins são agrupados aos resíduos sólidos comuns ou
1316 conduzidos para um bota-fora, onde são descarregados e acumulados sem nenhum
1317 cuidado ambiental. Expostos às intempéries, estes resíduos transformados em matéria
1318 degradada, acabam se tornando habitat para vetores de doenças, como ratos, insetos
1319 e aves.

1320 Objetivo: Para este tipo de resíduo, formado em grande parte por galharia, o sistema
1321 de trituração confere uma granulometria que, além de ajudar na acomodação para
1322 transporte, também possibilita seu melhor reaproveitamento na compostagem ou em
1323 unidade de redução volumétrica e, em último caso, facilita sua disposição final em área
1324 de descarte.

1325 No caso da tecnologia de reaproveitamento por compostagem, os resíduos verdes


1326 costumam ser misturados ao lixo "úmido" também devidamente triturado. Na
1327 impossibilidade de seu reaproveitamento, os resíduos verdes devidamente triturados
1328 poderão ser direcionados diretamente para o aterro sanitário, pois não atrapalharão
1329 aos procedimentos de compactação devido à sua compatível granulometria, além de
1330 ajudar no processo de biodigestão por se tratarem de matéria orgânica.

1331 Limpeza pós feiras livres

1332 Disponibilização de contêineres para lixo seco e úmido em local estratégico

1333 Justificativa: Os resíduos sólidos originados da limpeza de feiras livres se compõem em


1334 grande parte de matéria orgânica, embora também sejam juntados detritos decorrentes
1335 da varrição, o que dificulta o reaproveitamento dos materiais.

1336 Objetivo: Evitar a mistura dos materiais na origem para que se consiga uma melhor
1337 eficiência no seu reaproveitamento, através da disponibilização de caixas estacionárias
1338 diferenciadas, para os lixos úmido e seco.

1339 Estas caixas, estanques e dotadas de tampa, deverão ser posicionadas antes da
1340 instalação das barracas e sempre em posição pré-definida, para auxiliar na sua
1341 identificação.

1342 Seu recolhimento e translado também deverá levar em conta o tipo de resíduo
1343 transportado e destinação especificada para o mesmo.

1344

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1345 7.1.2. Resíduos Sólidos Domiciliares

1346 Coleta e Translado

1347 Adequação dos veículos e equipamentos para coleta seletiva domiciliar

1348 Justificativa: Os resíduos sólidos domiciliares em sua forma bruta se apresentam com
1349 densidade média da ordem de 0,40 t/m3, ou seja, seu peso é quem dita o tipo de
1350 veículo coletor, delegando-se sua coleta ao caminhão coletor compactador que com
1351 seu dispositivo de compactação, atingir uma densidade superior a 0,60 t/m 3.

1352 No caso dos resíduos recolhidos pela coleta seletiva, por tratarem-se principalmente de
1353 embalagens vazias e isentas de matéria orgânica, sua densidade natural é muito mais
1354 baixa, ou seja, seu volume é que elege o tipo de veículo coletor, sendo mais
1355 recomendável o caminhão tipo baú ou gaiola, onde os resíduos são acomodados sem
1356 nenhum tipo de compactação.

1357 No caso dos municípios que já promovem a coleta seletiva, sua progressiva ampliação
1358 deverá ser acompanhada da adequação dos recursos, substituindo gradativamente
1359 caminhões coletores do tipo compactador por caminhões do tipo gaiola.

1360 Implantação de coleta de materiais reaproveitáveis por meio de postos de


1361 entrega voluntária (PEVs)

1362 Justificativa: Como a implantação da coleta seletiva domiciliar costuma ser programada
1363 por etapas, deixando os bairros mais afastados por último, um sistema de entrega
1364 voluntária pode já ir disseminando o conceito da separação dos lixos seco e úmido e
1365 estimulando a mobilização da população local.

1366 Objetivo: Além de se disciplinar a estocagem dos materiais nos próprios domicílios, um
1367 sistema dotado de equipamentos do tipo "PEV" estrategicamente posicionados em
1368 locais de grande afluxo, como supermercados, pode facilitar a entrega voluntária dos
1369 materiais reaproveitáveis pelos munícipes.

1370 Reaproveitamento e/ou Tratamento

1371 Disponibilização de central de triagem para reaproveitamento de materiais


1372 recicláveis

1373 Justificativa: Por princípio, os resíduos sólidos dos tipos lixo seco e úmido não devem
1374 chegar misturados a uma central de triagem, pois esta situação dificulta ou até mesmo
1375 impede que se consiga a eficiência desejada no reaproveitamento dos materiais.

1376 Portanto, a central de triagem deve ser projetada para receber os resíduos
1377 devidamente separados, de forma a facilitar o trabalho de separação na esteira de
1378 catação, inclusive melhorando a qualidade e valorizando o produto final.

1379 Objetivo: Por meio de uma edificação com piso impermeabilizado e dotado de sistema
1380 de drenagem superficial para impedir o contato direto dos resíduos com o solo,

69
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1381 devidamente equipada para a triagem e estocagem dos diversos tipos de materiais,
1382 obter-se o máximo reaproveitamento sem provocar impactos ambientais.

1383 Para municípios com baixa geração de resíduos, é recomendável que se componham
1384 sob forma de convênios e/ou consórcios para obter economias de escala e melhor
1385 poder de negociação na comercialização dos produtos.

1386 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a
1387 disponibilização de central de triagem:

1388 - Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso
1389 individual;

1390 - Regional – Litoral Norte: com o município destinando seus materiais recicláveis
1391 para unidade a ser disponibilizada no município de Caraguatatuba.

1392 A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados na sequência.

1393 Custos de Implantação

1394 A partir de dados de custos de implantação de centrais de triagem existentes de


1395 diferentes capacidades, foi elaborada curva de custo unitário, com a qual foram
1396 calculados os investimentos necessários para cada alternativa proposta.

1397
1398 Investimento Unitário = 3.558,9564x-0,4446
1399 onde;
1400 x é a capacidade em tonelada por ano

70
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1401 O investimento total para implantação da central de triagem foi calculado multiplicando
1402 o investimento unitário pela produção de anual de produtos recicláveis. O investimento
1403 total da Central de Triagem foi decomposto admitindo a seguinte composição:

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 72,0%
Inicial 72,0%
Equipamentos 28,0%
Fixos 22,0%
Móveis 6,0%
Total 100,0%

1404 Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança e esteira de catação, e


1405 móveis, como carrinhos e empilhadeira, considerando a vida útil dos primeiros igual à
1406 do plano e destes últimos de 10 anos.

1407 Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos
1408 a partir dos seguintes critérios:

1409 1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011;
1410 2. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano
1411 de 2011; e
1412 3. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10
1413 anos, considerando sua reposição ao término de sua vida útil.
1414 Custos do terreno

1415 Para o cálculo de área necessária para implantação de central de triagem foi elaborada
1416 curva com dados de área e capacidade de unidades existentes de diferentes
1417 dimensões.

71
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1418
1419 Área do Terreno = 9E-07x2 + 0,1013x + 793,95

1420 onde;

1421 x é igual à capacidade da Central de Triagem em tonelada por ano.

1422 Assim como para o Aterro Sanitário, o custo unitário da área de terreno foi estimado
1423 utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2,
1424 admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare.

1425 Custos de operação e manutenção

1426 Os custos operacionais de cada alternativa foram divididos nas seguintes


1427 componentes:

1428 Custo operacional da unidade; e


1429 Custo de Transporte

1430 Os custos operacionais unitários da Central de Triagem foram estimados, assim como
1431 os custos unitários de implantação, a partir de dados de unidades existentes.

72
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1432
1433 Custo Operacional Unitário = 4.529,5208 x-0,4446
1434 onde;
1435 x é a capacidade da Central de Triagem em tonelada por ano
1436 O custo operacional anual foi calculado multiplicando-se o custo operacional unitário
1437 obtido no ábaco pela produção de resíduos recicláveis de cada ano.
1438 Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de
1439 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a
1440 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até a
1441 Central de Triagem da alternativa simulada.
1442 Análise das alternativas para Central de Triagem
1443 Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela foram analisadas as
1444 alternativas de implantação de Central de Triagem Municipal e Central de Triagem
1445 Regional Litoral Norte.
1446 Para a alternativa de Central de Triagem Municipal, os cálculos dos custos de
1447 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de recicláveis
1448 apenas do município de Ilhabela.
1449 Para a alternativa de Central de Triagem Regional Litoral Norte, os cálculos dos custos
1450 de implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de
1451 recicláveis dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
1452 A partir do custo total de implantação de central de triagem regional, foi calculado o
1453 custo efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a
1454 produção de recicláveis do município e a produção total de recicláveis dos municípios
1455 atendidos pela Central de Triagem.

1456 Os quadros abaixo apresentam os custos de implantação e operação para as


1457 alternativas propostas.

1458
73
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1459 Quadro: Custos de Implantação de Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional


Custo
Produção Custo Custo do Efetivo Custo Total
Área do Custo Custo
de Unitário Terreno Parcela do do de Parcela do
Alternativa Terreno Unitário Efetivo da
Reciclados Município Terreno Implantação Município
(m²) 2
(R$/m ) (R$) (R$/ton) CT (R$)
(t/ano) (R$)
(R$)

Usina de Triagem Municipal 5.518,77 1.353,01 15.000,00 2.029,51 100,00% 2.029,51 77,21 426.129,63 100,00% 426.129,63

Usina de Triagem Regional 69.265,93 7.810,65 15.000,00 11.715,98 7,97% 933,47 25,07 1.736.789,78 7,97% 138.378,84

1460
1461 Quadro: Custos de Operação de Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional
Custo
Produção de Custo de Custo Efetivo
Produção de Unitário Parcela do
Alternativa Recicláveis - Operação - 30 de Operação -
Rejeitos (t/ano) Operacional Município
30 anos (t) anos (R$) 30 anos (R$)
(R$/t)

Usina de Triagem Municipal 5.518,77 97,09 126.100,27 12.243.531,71 100,00% 12.243.531,71

Usina de Triagem Regional 69.265,93 31,42 1.627.564,09 51.135.039,28 7,97% 4.074.187,54

1462
1463 Quadro: Custos de Transporte de Recicláveis para Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional
Produção de Custo Custo Total de
Alternativa Rejeitos em 30 Destino O-D Transporte
anos (t) (R$/t) (R$)
Usina de Triagem Municipal 126.100,27 Ilhabela 1,30 163.501,61

Usina de Triagem Regional 126.100,27 Caraguatatuba 15,56 1.962.120,20

1464
74
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1465 Para estimativa do valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a
1466 taxa de interesse de 12% ao ano, usualmente aplicada neste tipo de avaliação.

1467 Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente


1468 líquido, para as Alternativas Municipal e Regional Litoral Norte para a central de
1469 triagem de materiais recicláveis.
1470 Quadro: Alternativa Municipal
Descrição VPL
1.VPL do Custo Total 3.185.684,53

1.1. Custos de Investimento 439.041,80

. Terreno 2.029,51

. Obras Civis 306.813,33

Inicial 306.813,33

Por fase -

. Equipamentos 130.198,96

Fixos 93.748,52

Móveis 36.450,45

. Veículos -

1.2. Custos Operacionais 2.746.642,73

. Custo da unidade 2.710.447,09

. Custo de transporte(*) 36.195,64

1471
1472 Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte
Descrição VPL
1.VPL do Custo Total 1.495.445,69

1.1. Custos de Investimento 142.949,57

. Terreno 933,47

. Obras Civis 99.632,76

Inicial 99.632,76

Por fase -

. Equipamentos 42.383,33

Fixos 30.443,34

Móveis 11.939,99

. Veículos -

1.2. Custos Operacionais 1.352.496,12

. Custo da unidade 918.126,12

. Custo de transporte(*) 434.370,01

1473
75
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1474 Observando-se os resultados apresentados nesses quadros, nota-se que a Alternativa


1475 Regional é 53,0% menos onerosa que a Alternativa Municipal, fato este explicado em
1476 grande parte pela economia de escala proporcionada pela solução regionalizada que
1477 reúne um maior número de municípios.

1478 Portanto, a solução regionalizada para a central de triagem para reaproveitamento de


1479 materiais recicláveis deve ser considerada a melhor alternativa para o município de
1480 Ilhabela.

1481 A solução regionalizada proposta consiste na implantação de central de triagem no


1482 município de Caraguatatuba, atendendo aos municípios do Litoral Norte
1483 retromencionados.

1484 Disponibilização de usina de compostagem para reaproveitamento da matéria


1485 orgânica

1486 Justificativa: Da mesma forma como recomendado para a central de triagem, por
1487 princípio, os resíduos sólidos dos tipos lixo seco e úmido não devem chegar misturados
1488 a uma usina de compostagem, pois esta situação impede que se consiga a eficiência
1489 desejada no reaproveitamento da matéria orgânica, além de baixar a qualidade do
1490 composto resultante.

1491 Portanto, a usina de compostagem deve ser projetada para receber os resíduos que
1492 constituem o lixo úmido, devidamente separado daqueles que respondem pelo lixo
1493 seco, de forma a facilitar o processo, inclusive melhorando a qualidade e valorizando o
1494 produto final.

1495 Objetivo: Minimizar a quantidade de resíduos a serem aterrados por meio do


1496 reaproveitamento da fração orgânica presente no lixo doméstico por meio do processo
1497 clássico de compostagem.

1498 Embora, alguns municípios se situem em regiões com vocação agrícola, onde o
1499 composto resultante do processo pode ser aplicado como recondicionador de solos,
1500 experiências anteriores demonstraram que não é possível saber-se de antemão qual a
1501 receptividade junto aos potenciais consumidores locais.

1502 Portanto, é de máxima importância o incentivo do Poder Público às empresas


1503 processadoras e consumidoras de tal produto de modo a, reforçando o mercado
1504 regional, garantir sua colocação.

1505 Da mesma forma como se propôs para a central de triagem, para municípios com baixa
1506 geração de resíduos, é recomendável que se componham sob forma de convênios e/ou
1507 consórcios para obter economias de escala e melhor poder de negociação na
1508 comercialização dos produtos.

1509 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a
1510 disponibilização de usina de compostagem:

1511 - Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso
1512 individual;
76
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1513 - Regional – Litoral Norte: com o município destinando seus materiais orgânicos
1514 para unidade a ser instalada no município de Caraguatatuba.

1515 A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados abaixo.

1516 Custos de Implantação

1517 Os custos de implantação de Usina de Compostagem foram calculados a partir de


1518 curva de custo unitário, elaborada a partir de dados de usinas de compostagem de
1519 diferentes portes.

1520
1521 Investimento Unitário = y = 648,72x-0,16
1522 onde;
1523 x é a capacidade da usina em tonelada por ano
1524 O investimento total para implantação da usina de compostagem foi calculado
1525 multiplicando o investimento unitário pela produção de anual de matéria orgânica
1526 reaproveitável. O investimento total da Usina de Compostagem foi decomposto
1527 admitindo a seguinte composição:
Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 89,0%
Inicial 89,0%
Equipamentos 11,0%
Fixos 4,0%
Móveis 7,0%
Total 100,0%

77
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1528 Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança e esteira de catação, e


1529 móveis, como carrinhos e empilhadeira, considerando a vida útil dos primeiros igual à
1530 do plano e destes últimos de 10 anos.

1531 Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos
1532 a partir dos seguintes critérios:

1533 1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011;
1534 2. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano
1535 de 2011; e
1536 3. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10
1537 anos, considerando sua vida útil.
1538 Custos do terreno:

1539 Para o cálculo da área necessária para implantação de usina de compostagem foi
1540 elaborada curva com dados de área e capacidade de unidades de diferentes portes.

1541
1542 Área Necessária = 1,989√(Capacidade /0,0005)

1543 onde;

1544 x é igual à capacidade da Usina de Compostagem em tonelada por ano.

1545 Assim como para a Central de Triagem, custo unitário da área de terreno foi estimado
1546 utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2,
1547 admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare.

1548

78
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RECURSOS HÍDRICOS

1549 Custos de operação e manutenção

1550 Os custos operacionais de cada alternativa foram divididos nas seguintes


1551 componentes:

1552 Custo operacional da unidade; e


1553 Custo de Transporte

1554 Os custos operacionais unitários da Usina de Compostagem foram estimados, assim


1555 como os custos unitários de implantação, a partir de dados de unidades de diferentes
1556 portes.

1557
1558 Custo Operacional Unitário = 8,569x-0,16

1559 onde;

1560 x é a capacidade da Usina de Compostagem em tonelada por ano

1561 O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário obtido no
1562 ábaco pela produção de matéria orgânica reaproveitável de cada ano, obtendo-se o
1563 custo operacional anual.

1564 Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de


1565 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a
1566 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até a Usina
1567 de Compostagem da alternativa simulada.

1568 Análise das alternativas para Usina de Compostagem

1569 Para o município de Ilhabela foram analisadas as alternativas de implantação de Usina


1570 de Compostagem Municipal e Usina de Compostagem Regional Litoral Norte.

79
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RECURSOS HÍDRICOS

1571 Para a alternativa de Usina de Compostagem Municipal, os cálculos dos custos de


1572 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de matéria
1573 orgânica reaproveitável apenas do município de Ilhabela.

1574 Para a alternativa da utilização de Usina de Compostagem Regional Litoral Norte, os


1575 cálculos foram feitos considerando a produção de matéria orgânica dos municípios de
1576 Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

1577 A partir do custo total de implantação de usina de compostagem regional, foi calculado
1578 o custo efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a
1579 produção de matéria orgânica no município e a produção de matéria orgânica nas
1580 cidades atendidas pela Usina de Compostagem.

1581 Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as


1582 alternativas propostas.

1583

80
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RECURSOS HÍDRICOS

1584 Quadro: Custos de Implantação de Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional


Área do Área Custo Custo
Peso da Matéria Custo Custo Efetivo Custo de
para Parcela do Unitário de Efetivo de
Alternativa Orgânica em Unitário do Terreno Implantação
Compostagem Município Implantação Implantação
2040 (t/ano) (R$/m²) (R$) (R$)
(m²) (R$/t) (R$)

Usina de Compostagem Municipal 12.877,12 5.320,07 1,50 7.980,10 100,00% 159,64 2.055.699,95 2.055.699,95

Usina de Compostagem Regional - LN 161.620,51 18.979,90 1,50 2.268,34 7,97% 60,43 9.766.638,52 778.157,55

1585
1586 Quadro: Custos de Operação de Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional
Custo
Produção de Custo
Produção de Custo de Efetivo de
Matéria Unitário Parcela do
Alternativa Matéria Operação Operação
Orgânica em Operacional Município
Orgânica (t/ano) (R$) em 30 anos
30 anos (t) (R$/t)
(R$)

Usina de Compostagem Municipal 12.877,12 294.514,48 1,89 555.220,86 100,00% 555.220,86

Usina de Compostagem Regional - LN 161.620,51 3.801.471,09 1,26 4.781.040,24 7,97% 380.929,69

1587
1588 Quadro: Custos de Transporte de Recicláveis para Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional
Produção de Matéria Custo
Custo Total de
Alternativa Orgânica em 30 anos Destino O-D
Transporte (R$)
(t) (R$/t)
Usina de Compostagem Municipal 294.514,48 Ilhabela 1,30 381.867,48
Usina de Compostagem Regional - LN 294.514,48 Caraguatatuba 15,56 4.582.645,37

1589

81
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RECURSOS HÍDRICOS

1590 Para estimativa do valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a
1591 taxa de interesse de 12% ao ano, usualmente aplicada neste tipo de avaliação.

1592 Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as alternativas


1593 municipal e regional, para a usina de compostagem.
1594 Quadro: Alternativa Municipal
Descrição VPL
1.VPL do Custo Total 2.333.522,60

1.1. Custos de Investimento 2.124.929,22

. Terreno 7.980,10

. Obras Civis 1.829.572,96

Inicial 1.829.572,96

. Equipamentos 287.376,16

Fixos 82.228,00

Móveis 205.148,17

1.2. Custos Operacionais 208.593,38

. Custo da unidade 123.590,69

. Custo de transporte(*) 85.002,69

1595
1596 Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte
Descrição VPL
1.VPL do Custo Total 1.910.024,25

1.1. Custos de Investimento 803.610,94

. Terreno 2.268,34

. Obras Civis 692.560,22

Inicial 692.560,22

. Equipamentos 108.782,38

Fixos 31.126,30

Móveis 77.656,08

1.2. Custos Operacionais 1.106.413,32

. Custo da unidade 86.328,60

. Custo de transporte 1.020.084,72

1597 Ao analisar os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional é por
1598 volta de 20% menos onerosa que Alternativa Municipal, sendo esta diferença
1599 principalmente devido à economia de escala proporcionada pelas soluções conjuntas.

82
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RECURSOS HÍDRICOS

1600 Portanto, a solução regional para implantação da usina de compostagem pode ser
1601 considerada a melhor alternativa para o município de Ilhabela.

1602 A solução regional consiste na implantação de unidade no próprio município para uso
1603 conjunto com Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba.

1604 Disposição Final

1605 Disponibilização de aterro sanitário para a disposição de resíduos e/ou rejeitos


1606 em cumprimento às metas de reaproveitamento

1607 Justificativa: Embora rejeitado pela comunidade, um aterro sanitário implantado com
1608 todos os dispositivos recomendados pelas normas técnicas e legislações pertinentes e
1609 operado com todos os cuidados necessários, ainda é a solução tecnicamente aceitável
1610 mais econômica no território nacional.

1611 Para comprovar esta afirmação, basta tomar conhecimento do teor da Lei Federal
1612 12.305 de ago/10, que estabelece a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, em que o
1613 aterro sanitário é a forma recomendada para a disposição dos resíduos sólidos não-
1614 reaproveitáveis.

1615 Objetivo: Ofertar destinação final adequada aos resíduos sólidos não-reaproveitáveis
1616 e/ou rejeitos resultantes de processos de tratamento e/ou reaproveitamento, por meio
1617 de unidade própria e/ou regionalizada, de forma a melhorar a qualidade ambiental
1618 regional.

1619 Constituído por uma obra de engenharia, projetada e implantada com todos os
1620 cuidados ambientais, um aterro sanitário é enquadrado pela CETESB como "com
1621 condições adequadas".

1622 Dentre esses cuidados, devem ser citados o selo impermeabilizante da base para
1623 evitar o contato dos resíduos com o terreno natural, a drenagem do chorume e dos
1624 gases para eliminar a formação de bolsões e pressões neutras, a elevação do maciço
1625 conforme configuração preestabelecida para assegurar a estabilidade, a drenagem
1626 superficial para minimizar a penetração da água das chuvas e outros.

1627 Somando esses cuidados, merece ser salientado o fato de, por meio da compostagem
1628 ou processo similar, a massa a ser disposta no aterro, já chegar praticamente inerte,
1629 tornando a unidade ainda mais segura.

1630 Como alternativa, recomenda-se agregar a possibilidade de se codispor resíduos


1631 industriais compatíveis, cujo ônus adicional será um simples laboratório de controle de
1632 entrada, que dotará a unidade de um forte atrativo para novas plantas industriais.

1633 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas três alternativas para a
1634 disponibilização de aterro sanitário:

1635

83
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1636 Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso
1637 individual;

1638 - Regional Litoral Norte: com o município levando seus rejeitos para serem
1639 dispostos no município de Caraguatatuba, e;

1640 - Regional Médio Paraíba: com o município levando seus rejeitos para serem
1641 dispostos no município de Tremembé.

1642 A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados a seguir.

1643 Custos de investimento para aterros sanitários para resíduos sólidos urbanos:

1644 Para as alternativas propostas foram estimados os investimentos necessários para a


1645 sua implantação. Os custos apresentados foram estimados com base no custo médio
1646 de implantação de aterros sanitários de pequeno, médio e grande porte, obtidos em
1647 RIMA‟s existentes.

1648 A partir dos custos médios de implantação de ATS‟s de pequeno, médio e grande
1649 porte, foi elaborada curva de investimento unitário em função da capacidade, conforme
1650 apresentado a seguir.

1651
1652 Investimento Unitário = 3510,8 (capacidade)-0,386

1653 O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela produção
1654 de rejeitos de RSD acumulados em 30 anos. O investimento total do ATS foi
1655 decomposto admitindo a seguinte composição:

1656

84
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1657

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 81,0%
Inicial 10,6%
Por Etapas 70,4%
Equipamentos 8,0%
Fixos 0,4%
Móveis 7,6%
Veículos 11,0%
Total 100,0%

1658 As obras civis foram divididas em “inicial” e “por etapas”, considerando que os custos
1659 de implantação serão divididos por etapas com duração de 5 anos durante a vida útil
1660 do aterro sanitário.

1661 Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança rodoviária, e móveis, como
1662 trator, escavadeira, veículos etc., considerando a vida útil dos primeiros igual à do
1663 plano e destes últimos de 10 e de 5 anos.

1664 1. A parcela inicial das obras civis é considerada no ano de 2011;


1665 2. As fases das obras civis foram lançadas a cada 5 anos durante a vida útil do
1666 aterro;
1667 3. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano
1668 de 2011;
1669 4. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10
1670 anos, considerando sua vida útil; e
1671 5. Os custos de veículos foram lançados integralmente a cada 5 anos,
1672 considerando sua vida útil.
1673 Custos do terreno

1674 A área necessária para implantação do aterro sanitário foi calculada com base no
1675 critério apresentado no Plano da Bacia da UGRHI 02, conforme quadro abaixo:

População (hab) Área ATS (ha)


Até 20.000 hab 4
De 20.000 a 150.000 4 a 10

85
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1676

1677
1678 O custo unitário da área de terreno para implantação de Aterro Sanitário foi estimado
1679 utilizando como referencia o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2,
1680 de Dezembro de 2009 para o período de 2009 a 2012. O estudo apresenta a seguinte
1681 referencia de custo:

1682 Preço da terra no interior de São Paulo: R$ 10.000,00 – 20.000,00/hectare

1683 Desta forma, foi assumido o custo médio de R$15.000,00/hectare.

1684 Custos de operação e manutenção

1685 Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para um período de 30


1686 anos, equivalente ao prazo total do plano. No custo total de operação, foram
1687 considerados os seguintes componentes:

1688 Custo operacional da unidade;


1689 Custo de Transporte

1690 Os custos operacionais unitários foram obtidos utilizando a mesma metodologia dos
1691 custos de implantação do aterro, ou seja, foram levantados referencias de custos
1692 operacionais para aterros de diferentes capacidades e elaborada curva de custo
1693 operacional unitário em função da capacidade.

86
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1694
1695 Custo Operacional = 5,13 x 10(-13)x2 - 7,10 x 10(-06)x + 3,87

1696 onde;

1697 x = Capacidade Total em toneladas

1698 O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário obtido no
1699 ábaco pela produção de rejeitos de cada ano, obtendo-se o custo operacional anual.

1700 Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de


1701 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a
1702 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até o Aterro
1703 Sanitário da alternativa simulada.

1704 Análise das alternativas para aterro sanitário

1705 Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela foram analisadas as


1706 alternativas de implantação de Aterro Sanitário Municipal, Aterro Sanitário Regional
1707 Litoral Norte e Aterro Sanitário Regional Tremembé.

1708 Para a alternativa de Aterro Sanitário Municipal, os cálculos dos custos de implantação
1709 e custos de operação foram feitos considerando a produção de rejeitos apenas do
1710 município de Ilhabela.

1711 Para a alternativa de Aterro Sanitário Regional Litoral Norte, os cálculos dos custos de
1712 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de rejeitos
1713 dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

1714 Para a alternativa da disponibilização do Aterro Sanitário Regional em Tremembé,


1715 levou-se em conta a existência da unidade em operação da empresa Resincontrol,
1716 portanto, os cálculos foram feitos considerando a produção de todos os municípios das
1717 UGRHIs 1, 2 e 3 que já encaminham seus resíduos sólidos para este aterro e dos
87
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RECURSOS HÍDRICOS

1718 municípios que deverão passar a encaminhar a partir do encerramento dos seus
1719 aterros controlados municipais, conforme previsto pela SMA ao término da vigência de
1720 suas Licenças de Operação.

1721 A partir do custo total de implantação de aterro regional, foi calculado o custo efetivo
1722 para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a população do
1723 município e a população atendida pelo aterro.

1724 Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as


1725 alternativas propostas.

1726

88
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1727 Custos de Implantação de Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais


População Custo do Custo Custo Custo Efetivo
Área do Custo Produção de Custo de
Atendida Terreno Parcela do Efetivo do Unitário de de
Alternativa Aterro Unitário Rejeitos em Implantação
pelo Aterro Município Terreno Implantação Implantação
(ha) (R$/ha) (R$) 30 anos (t) (R$)
(hab) (R$) (R$/t) (R$)

Aterro Municipal 35.547,00 4,72 15.000,00 70.762,45 100,00% 70.762,45 326.713,70 26,12 8.533.060,86 8.533.060,86
Aterro Regional LN 335.496,00 18,56 15.000,00 278.416,26 7,70% 21.441,84 4.242.285,40 9,71 41.186.265,74 3.171.902,92
Aterro Regional
Tremembé 1.103.638,00 54,01 15.000,00 810.198,69 4,73% 38.331,73 6.905.584,64 8,04 55.548.862,18 2.628.101,09
1728
1729 Custos de Operação de Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais
Produção de Custo Unitário Custo Efetivo
Custo de Parcela do
Alternativa Rejeitos em 30 Operacional de Operação
Operação (R$) Município
anos (t) (R$/t) (R$)
Aterro Municipal 326.713,70 36,44 11.903.843,61 100,00% 11.903.843,61
Aterro Regional LN 4.242.285,40 17,81 75.564.551,28 7,70% 5.819.498,72
Aterro Regional
Tremembé 6.905.584,64 14,13 97.602.365,95 4,73% 4.617.716,26
1730
1731 Custos de Transporte de RSU para Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais

Produção de Rejeitos em Dist O-T Dist O-D Custo O-D Custo Total de
Alternativa Destino
30 anos (t) (km) (km) (R$/t) Transporte (R$)

Aterro Municipal 326.713,70 Ilhabela - 3 1,30 423.616,99


Aterro Regional LN 326.713,70 Caraguá - 36 15,56 5.083.665,23
Aterro Regional Tremembé 326.713,70 Resicontrol 36 140 76,07 24.853.111,44

1732
89
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RECURSOS HÍDRICOS

1733 Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a
1734 taxa de desconto de 12% ao ano, comumente adotada para tal tipo de avaliação.

1735 Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente


1736 líquido, para as alternativas municipal e regional de disposição final de resíduos sólidos
1737 urbanos em aterro sanitário.
1738 Quadro: Alternativa Municipal
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 10.182.590,05

1.1. Custos de Investimento R$ 6.268.705,30

. Terreno R$ 70.762,45

. Obras Civis R$ 3.141.800,26

Inicial R$ 904.504,45

Por fase R$ 2.237.295,80

. Equipamentos R$ 3.056.142,60

Fixos R$ 34.132,24

Móveis R$ 924.545,54

. Veículos R$ 2.097.464,82

1.2. Custos Operacionais R$ 3.913.884,75

. Custo da unidade R$ 3.779.389,24

. Custo de transporte(*) R$ 134.495,51

1739
1740 Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 5.827.096,22

1.1. Custos de Investimento R$ 2.325.336,46

. Terreno R$ 21.441,84

. Obras Civis R$ 1.167.867,61

Inicial R$ 336.221,71

Por fase R$ 831.645,90

. Equipamentos R$ 1.136.027,01

Fixos R$ 12.687,61

Móveis R$ 343.671,37

. Veículos R$ 779.668,03

1.2. Custos Operacionais R$ 3.501.759,76

. Custo da unidade R$ 1.887.730,68

. Custo de transporte R$ 1.614.029,07

1741
90
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1742 Quadro: Alternativa Regional Médio Paraíba


Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 11.371.853,44

1.1. Custos de Investimento R$ 1.947.238,82

. Terreno R$ 38.331,73

. Obras Civis R$ 967.644,41

Inicial R$ 278.578,72

Por fase R$ 689.065,70

. Equipamentos R$ 941.262,67

Fixos R$ 10.512,40

Móveis R$ 284.751,18

. Veículos R$ 645.999,09

1.2. Custos Operacionais R$ 9.424.614,62

. Custo da unidade R$ 1.533.921,07

. Custo de transporte R$ 7.890.693,55

1743 Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional


1744 do Litoral Norte é por volta de 40% menos onerosa que a Alternativa Municipal, sendo
1745 esta diferença principalmente devido à economia de escala proporcionada pelas
1746 soluções coletivas em relação às soluções individuais, e 50% menos onerosa que a
1747 alternativa regional de Tremembé, em função da economia de transporte.

1748 Portanto, além de se constituir recomendação da Política Nacional dos Resíduos


1749 Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305 de ago/10, a solução regionalizada para a
1750 disposição final dos rejeitos não-reaproveitáveis oriundos dos resíduos sólidos
1751 domiciliares deve ser considerada a melhor alternativa para o município de Ilhabela.

1752 A solução regionalizada pode ser entendida como a implantação de Aterro Sanitário no
1753 município de Caraguatatuba, que atenda aos municípios do Litoral Norte.

1754 7.1.3. Resíduos Sólidos Inertes

1755 Coleta e Translado

1756 Disponibilização de ecopontos e/ou caçambas para entrega de entulhos

1757 Justificativa: Para organizar a entrega de entulhos menos volumosos, que não
1758 justificam a contratação de empresas caçambeiras, propõe-se a implantação de
1759 ecopontos, que também deverão estar aptos a receber resíduos volumosos e
1760 especiais.

1761 Objetivo: Estimular a entrega voluntária destes tipos de resíduos de forma separada,
1762 facilitando o seu encaminhamento para destinações adequadas e evitando seu
1763 descarte irregular nos logradouros públicos.

91
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RECURSOS HÍDRICOS

1764 A divulgação da disponibilidade dos ecopontos deverá acompanhar a implantação de


1765 cada unidade, informando seu endereço, horário de funcionamento e procedimentos de
1766 entrega dos materiais.

1767 Como exemplo, um dos procedimentos a ser divulgado deverá ser a emissão do
1768 tíquete de recebimento do material, que servirá como comprovante para o coletor
1769 demonstrar a destinação adequada proporcionada ao material coletado no gerador.

1770 Outro aspecto merecedor de divulgação pública, caso venha a ser implantado, é o
1771 sistema de cobrança pelo serviço de destinação, cuja taxa ou tarifa deverá ser paga no
1772 ato da entrega dos materiais.

1773 Concomitantemente com a divulgação da entrada em operação de novos ecopontos, a


1774 situação requer reforço da fiscalização, pelo menos temporariamente, e a
1775 disponibilização de um sistema mais eficiente para recebimento de denúncia anônima
1776 dos descartes irregulares.

1777 Nas áreas rurais, os ecopontos poderão ser substituídos por caçambas estacionárias,
1778 tendo o cuidado de informar os tipos de resíduos a serem nelas descartados, para
1779 evitar que se misturem com os resíduos comuns.

1780 Reaproveitamento

1781 Disponibilização de central de triagem e britagem para trituração dos materiais


1782 reaproveitáveis, visando seu reaproveitamento e/ou comercialização

1783 Justificativa: Embora nem sempre sejam reaproveitados, os resíduos inertes -


1784 compostos principalmente por entulhos da construção civil - apresentam condições de
1785 máximo reaproveitamento.

1786 Objetivo: Maximizar o reaproveitamento dos resíduos sólidos inertes por meio de sua
1787 submissão a central de triagem e britagem.

1788 Numa fase inicial, os materiais componentes dos entulhos deverão ser separados e,
1789 em seguida, o concreto, os tijolos e os cacos cerâmicos serão submetidos à trituração
1790 com controle granulométrico, de modo a valorizar sua colocação como matéria prima.

1791 As ferragens, devidamente separadas do concreto, deverão ser direcionadas para


1792 sucateiros, enquanto as madeiras poderão ser encaminhadas para compostagem ou
1793 para o reaproveitamento como combustível, dado seu adequado poder calorífero.

1794 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a
1795 disponibilização de central de britagem:

1796 - Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso
1797 individual;

1798 - Regional – Litoral Norte: com o município levando seus entulhos limpos para
1799 serem processados numa unidade regional, a ser disponibilizada no município de
1800 Caraguatatuba.
92
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RECURSOS HÍDRICOS

1801 A metodologia e os valores utilizados nestas análises estão apresentados a seguir.

1802 Custos de Implantação

1803 Os custos de implantação de Central de Britagem foram estimados com base uma
1804 curva elaborada a partir de dados de unidades projetadas e existentes.

1805
1806 Investimento Unitário = 64866x-0,731
1807 onde;
1808 x = Capacidade em tonelada/ano

1809 O investimento total é calculado multiplicando o investimento unitário pela produção


1810 anual de resíduos sólidos inertes. O investimento total do CB é decomposto admitindo
1811 a seguinte composição:

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 40,0%
Inicial 40,0%
Equipamentos 60,0%
Fixos 44,0%
Móveis 16,0%
Total 100,0%

93
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RECURSOS HÍDRICOS

1812 Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil dos
1813 equipamentos móveis de 10 anos.

1814 Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos
1815 a partir dos seguintes critérios:

1816 1. A parcela das obras civis é considerada no ano de 2011;


1817 2. O investimento em equipamentos fixos é considerado integralmente no ano
1818 de 2011; e
1819 3. Os custos de equipamentos móveis são lançados integralmente a cada 10
1820 anos, considerando sua vida útil.
1821 Custos do terreno

1822 A área necessária para implantação de Central de Britagem foi calculada pela curva
1823 elaborada a partir de dados de capacidade e área de implantação de centrais de
1824 britagem de diferentes portes.

1825
1826 Área Necessária = -1E-08x2 + 0,0121x + 557,14

1827 Assim como para as demais unidades simuladas, o custo unitário da área de terreno foi
1828 estimado utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul –
1829 UGRHI 2, admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare.

1830 Custos de operação e manutenção

1831 Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para o período um ano,
1832 considerando as seguintes componentes:

1833 Custo operacional da unidade; e


1834 Custo de Transporte
94
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RECURSOS HÍDRICOS

1835 Assim como os custos de implantação, os custos operacionais unitários foram


1836 calculados a partir curva elaborada com base em custos simulados para unidades de
1837 diferentes portes.

1838
1839 Custo Operacional = 5668,6 x-0,73
1840 onde;
1841 x = Capacidade em toneladas/ano
1842 O custo operacional anual foi calculado multiplicando o custo operacional unitário pela
1843 produção de resíduos sólidos inertes reaproveitáveis em cada ano.
1844 Os custos de transporte utilizaram valores referencias para o uso de caminhões
1845 basculantes em R$/tonelada e a distância de transporte até a central de britagem
1846 municipal ou regional.
1847 Análise das alternativas para Central de Britagem
1848 Conforme anteriormente citado, para o município de Ilhabela foram analisadas as
1849 alternativas de implantação de Central de Britagem Municipal e Central de Britagem
1850 Regional Litoral Norte.
1851 Para a alternativa de Central de Britagem Municipal, os cálculos dos custos de
1852 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de resíduos
1853 inertes reaproveitáveis apenas do município.
1854 A Central de Britagem Regional Litoral Norte foi analisada atendendo aos municípios
1855 de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
1856 A partir do custo total de implantação da Central de Britagem Regional, foi calculado o
1857 custo efetivo para o município de Ilhabela, a partir da relação entre a produção de
1858 resíduos inertes reaproveitáveis do município e a produção de resíduos inertes
1859 reaproveitáveis dos municípios atendidos pela Central.

1860 Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as


1861 alternativas propostas.
95
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RECURSOS HÍDRICOS

1862 Quadro: Custos de Implantação de Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais

Produção de Custo Custo Custo Custo Total


Área do Custo
Inertes do Parcela do Efetivo do Unitário de de Parcela do Custo Efetivo
Alternativa Terreno Unitário
Reaproveitáveis Terreno Município Terreno Implantação Implantação Município do CT (R$)
(m²) (R$/m²)
(t/ano) (R$) (R$) (R$/t) (R$)

Central de Britagem Municipal 441,08 100,00% 43.680,29 100% 43.680,29


562,47 15.000,00 843,71 843,71 99,03

Central de Britagem Regional - LN 53.165,36 0,83% 1.211.187,13 0,8% 10.048,54


1.164,91 15.000,00 1.747,37 14,50 22,78
1863
1864 Quadro: Custos de Operação de Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais
Custo Custo de
Produção Custo Efetivo
Unitário Operacional Parcela do
Alternativa de Inertes de Operação
Operacional Anual Município
(t/ano) (R$/ano)
(R$/t) (R$/ano)

Central de Britagem Municipal 100,00% 3.068,13


441,08 6,96 3.068,13
Central de Britagem Regional -
0,83% 887,74
LN 53.165,36 2,01 107.002,91
1865
1866 Quadro: Custos de Transporte de Inertes para Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais
Produção de Custo Total de
Inertes Custo O-D Transporte
Alternativa Destino
Reaproveitáveis (R$/t)
em 30 anos (t) (R$/ano)

Central de Britagem Municipal 10.979,82 Ilhabela 1,30 14.236,44

Central de Britagem Regional - LN 10.979,82


Caraguatatuba 15,56 170.846,03
1867
96
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RECURSOS HÍDRICOS

1868 Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção,


1869 utilizou-se a taxa de desconto de 12% ao ano, comumente adotada para este
1870 tipo de avaliação.

1871 Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as


1872 alternativas municipal e regionais, para Central de Britagem de Inertes.
1873 Quadro: Alternativa Municipal
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 68.301,59

1.1. Custos de Investimento R$ 47.498,74

. Terreno R$ 843,71

. Obras Civis R$ 17.472,12

Inicial R$ 17.472,12

Por fase R$ -

. Equipamentos R$ 29.182,91

Fixos R$ 19.219,33

Móveis R$ 9.963,58

. Veículos R$ -

1.2. Custos Operacionais R$ 20.802,85

. Custo da unidade R$ 17.534,39

. Custo de transporte(*) R$ 3.268,46

1874
1875 Quadro: Alternativa Regional – Litoral Norte
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 55.307,47

1.1. Custos de Investimento R$ 10.747,37

. Terreno R$ 14,50

. Obras Civis R$ 4.019,42

Inicial R$ 4.019,42

Por fase R$ -

. Equipamentos R$ 6.713,45

Fixos R$ 4.421,36

Móveis R$ 2.292,10

. Veículos R$ -

1.2. Custos Operacionais R$ 44.560,11

. Custo da unidade R$ 5.336,51

. Custo de transporte R$ 39.223,60

1876
97
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RECURSOS HÍDRICOS

1877 Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa


1878 Regional é por volta de 20% menos onerosa que a Alternativa Municipal, sendo
1879 esta diferença devido à economia de escala proporcionada pelas soluções
1880 conjuntas.

1881 Portanto, considerando centrais fixas de britagem, a solução regional para o


1882 reaproveitamento dos resíduos sólidos inertes por meio de uma unidade
1883 localizada no próprio município pode ser considerada a melhor alternativa para
1884 o município de Ilhabela.

1885 Disposição Final

1886 Disponibilização de aterro de inertes para a disposição de rejeitos de RSI


1887 em cumprimento às metas de reaproveitamento

1888 Justificativa: Como a disposição de resíduos inertes é um processo simples de


1889 obra de terraplenagem, o investimento para sua implantação é
1890 significativamente inferior ao de um aterro sanitário, o que faz com que o custo
1891 de transporte acabe tendo maior representatividade no balanço final.
1892 Objetivo: Porém, mesmo se tratando de um processo mais simples, merece
1893 análise se a escolha da área obedece aos critérios técnico-ambientais e seu
1894 projeto de implantação está em consonância com os procedimentos técnicos
1895 pertinentes.
1896 Durante a sua operação, a configuração do aterro deve apresentar taludes e
1897 bermas para assegurar sua estabilidade e ser protegido de erosão por meio
1898 dos dispositivos de drenagem superficial.
1899 Além disso, é necessário monitorar a estabilidade do maciço, indicando
1900 qualquer indício de trinca ou de escorregamento, a tempo de ser devidamente
1901 solucionado antes de atingir as drenagens adjacentes e provocar seu
1902 assoreamento.
1903 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas
1904 alternativas para a disponibilização de aterro de inertes:
1905 - Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu
1906 uso individual; e
1907 - Regional – Litoral Norte: com o município levando seus resíduos sólidos
1908 inertes não-reaproveitáveis para serem processados numa unidade
1909 regional, a ser disponibilizada em Caraguatatuba.
1910 A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados na
1911 sequência.
1912 Custos de Implantação
1913 Os custos de implantação de aterro de inertes foram estimados com base na
1914 dedução dos itens não pertinentes com relação aos custos referentes a aterros
1915 sanitários, levando-se em conta que:

98
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RECURSOS HÍDRICOS

1916 a densidade do resíduos sólido inerte aterrado é de 1,5 t/m³, diferente da


1917 média de 0,8 t/m³ referente ao resíduo sólido domiciliar disposto no
1918 maciço; e
1919 o aterro de inertes não necessita de impermeabilização de base,
1920 sistemas de drenagem internos, estação de tratamento de efluentes,
1921 poços de monitoramento e outros tantos cuidados ambientais devido
1922 principalmente à presença do chorume e do biogás gerados nos aterros
1923 sanitários.
1924 Desta forma, admitiu-se que o custo unitário de implantação de um aterro de
1925 inertes é de 20% do custo unitário de implantação de um aterro sanitário de
1926 mesma dimensão.

1927
1928 O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela
1929 produção de resíduos inertes não-reaproveitáveis em 30 anos. O investimento
1930 total do Aterro de Inertes foi decomposto admitindo a seguinte composição:
Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 84,5%
Inicial 16,0%
Por Etapas 68,5%
Equipamentos 4,5%
Fixos 0,5%
Móveis 4,0%
Veículos 11,0%
Total 100,0%

99
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RECURSOS HÍDRICOS

1931 As obras civis foram divididas em “inicial” e “por etapas”, considerando que os
1932 custos de implantação serão divididos por fases durante o prazo total do plano.
1933 Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil
1934 dos equipamentos móveis de 10 anos.
1935 Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram
1936 distribuídos ao longo do prazo de avaliação a partir dos seguintes critérios:
1937 1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011;
1938 2. As obras civis em etapas foram lançadas a cada 5 anos durante a
1939 vida útil do aterro;
1940 3. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente
1941 no ano de 2011;
1942 4. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a
1943 cada 10 anos, considerando sua vida útil; e
1944 5. Os custos de veículos foram lançados integralmente a cada 5 anos,
1945 considerando sua vida útil.
1946 Custos do terreno
1947 As instalações de apoio e a configuração do maciço para o aterro de inertes
1948 são similares aos dos aterros sanitários, portanto admitiu-se uma área mínima
1949 para implantação do aterro de inertes de 4 ha, similar ao aterro sanitário.
1950 Porém, como os aterros de inertes não necessitam de área para tratamento de
1951 gases e chorume, admitiu-se que a área necessária para implantação de aterro
1952 de inertes para população de 150.000 habitantes, é de 88% da área necessário
1953 para implantação de aterro sanitário.
1954
População (hab) Área ATI (ha)
Até 20.000 hab 4
De 20.000 a 150.000 4 a 8,8
1955

100
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RECURSOS HÍDRICOS

1956

1957
1958 O custo unitário da área de terreno para implantação de Aterro de Inertes foi o
1959 mesmo utilizado para Aterro Sanitário: R$15.000,00/hectare.

1960 Custos de operação e manutenção

1961 Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para um período


1962 de 30 anos, equivalente ao prazo do presente plano e portanto à vida útil do
1963 aterro de inertes. No custo total de operação, foram considerados os seguintes
1964 componentes:

1965 Custo operacional da unidade; e

1966 Custo de Transporte

1967 Os custos operacionais unitários do aterro de inertes foram estimados com


1968 base nos custos unitários operacionais de aterro sanitário. Por não
1969 necessitarem dos mesmos procedimentos exigidos na operação de aterro
1970 sanitário, considerou-se que os custos operacionais equivalem a 10% do custo
1971 operacional do aterro sanitário.

101
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RECURSOS HÍDRICOS

1972
1973 O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário
1974 obtido no ábaco pela produção de resíduos sólidos inertes não-reaproveitáveis
1975 de cada ano.
1976 Para o cálculo dos custos de transporte foram utilizados valores referencias de
1977 uso de caminhões basculantes em R$/tonelada e a distância de transporte até
1978 o aterro de inertes municipal ou regional.
1979 Análise das alternativas para Aterro de Inertes
1980 Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela, foram analisadas
1981 as alternativas de implantação de aterro de inertes municipal e aterro de inertes
1982 regional Litoral Norte.
1983 Para a alternativa de Aterro de Inertes Municipal, os cálculos dos custos de
1984 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de
1985 resíduos inertes não-reaproveitáveis apenas do município.
1986 Na alternativa de implantação de aterro de inertes Regional Litoral Norte, foi
1987 admitido que os municípios Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba
1988 encaminharão seus resíduos inertes não-reaproveitáveis para um ATI em
1989 Caraguatatuba.
1990 A partir do custo total de implantação de aterro de inertes, foi calculado o custo
1991 efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a
1992 produção de inertes não-reaproveitáveis do município e a produção de
1993 resíduos inertes não-reaproveitáveis dos municípios atendidos pelo aterro.
1994 Os quadros abaixo apresentam os custos de implantação e operação para as
1995 alternativas propostas.
1996

102
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1997 Quadro: Custos de Implantação de Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional

População Custo Produção de Custo Custo Efetivo


Área do Custo Custo do Custo de
Atendida Parcela do Efetivo do Inertes Não- Unitário de de
Alternativa Aterro Unitário Terreno Implantação
pelo Aterro Município Terreno reaproveitáveis Implantação Implantação
(ha) (R$/ha) (R$) (R$)
(hab) (R$) em 30 anos (t) (R$/t) (R$)

Aterro Municipal 35.547,00 4,88 15.000,00 73.137,79 100,00% 73.137,79 8.566,80 2,20 18.855,38 18.855,38

Aterro Regional - LN 335.496,00 15,16 15.000,00 227.395,52 0,80% 1.814,78 1.073.438,23 2,20 2.362.619,46 18.855,38

1998
1999 Quadro: Custos de Operação de Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional

Produção de Custo
Custo de Custo Efetivo
Inertes Não- Unitário Parcela do
Alternativa Operação de Operação
reaproveitáveis Operacional Município
em 30 anos (t) (R$) (R$/ano)
(R$/t)
Aterro Municipal 8.566,80 1,98 16.969,84 100,00% 16.969,84
Aterro Regional - LN 1.073.438,23 1,98 2.126.357,51 0,80% 16.969,84

2000
2001 Quadro: Custos de Transporte de RSI para Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional

Produção de Custo Total


Inertes Não- Custo O-D de
Alternativa Destino Transporte
reaproveitáveis (R$/t)
em 30 anos (t) (R$/ano)
Aterro Municipal 8.566,80 Ilhabela 1,30 11.107,71
Aterro Regional - LN 8.566,80 Caraguatatuba 15,56 133.299,37

103
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RECURSOS HÍDRICOS

2002 Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a
2003 taxa de desconto de 12% ao ano, usualmente adotada neste tipo de avaliação.
2004 Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as alternativas,
2005 municipal e regional, de disposição de resíduos inertes.
2006 Quadro: Alternativa Municipal
Descrição VPL (R$)
1.VPL do Custo Total 95.929,26

1.1. Custos de Investimento 86.769,20

. Terreno 73.137,79

. Obras Civis 7.827,16

Inicial 3.016,86

Por fase 4.810,29

. Equipamentos 5.804,25

Fixos 94,28

Móveis 1.075,24

. Veículos 4.634,74

1.2. Custos Operacionais 9.160,06

. Custo da unidade 5.536,26

. Custo de transporte(*) 3.623,79

2007
2008 Quadro: Alternativa Regional – Litoral Norte
Descrição VPL(R$)
1.VPL do Custo Total 64.642,61

1.1. Custos de Investimento 15.446,19

. Terreno 1.814,78

. Obras Civis 7.827,16

Inicial 3.016,86

Por fase 4.810,29

. Equipamentos 5.804,25

Fixos 94,28

Móveis 1.075,24

. Veículos 4.634,74

1.2. Custos Operacionais 49.196,43

. Custo da unidade 5.708,66

. Custo de transporte 43.487,77

104
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2009 Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional


2010 é cerca de 30% menos onerosa que as Alternativa Municipal.

2011 Portanto, a solução regional com Aterro de Inertes no município de Caraguatatuba para
2012 a disposição de resíduos sólidos inertes não-reaproveitáveis deve ser considerada a
2013 melhor alternativa para o município de Ilhabela.

2014 7.1.4. Resíduos de Serviços de Saúde

2015 Tratamento

2016 Disponibilização de unidade de tratamento de resíduos de serviços de saúde em


2017 regiões desprovidas deste serviço

2018 Justificativa: Na impossibilidade de contar com unidade de tratamento própria, os


2019 municípios são obrigados a recorrer a unidades externas, muitas vezes a distâncias
2020 muito grandes, o que resulta na redução da frequência de coleta para não encarecer
2021 demasiadamente o serviço.

2022 Objetivo: Cotejar os custos de se manter a unidade atual e os de se recorrer a outra


2023 unidade, mais próxima, para atendimento de forma regional.

2024 No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a
2025 disponibilização de unidade de tratamento para seus resíduos de serviços de saúde:

2026 - Regional Suzano: com o município levando seus resíduos de serviços de saúde
2027 para serem tratados numa unidade regional existente localizada no município de
2028 Suzano; e

2029 - Regional Jacareí: com o município levando seus resíduos de serviços de saúde
2030 para serem tratados na unidade atual, localizada no município de Jacareí.

2031 A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados abaixo.


2032 Custos de Implantação de Unidade de Tratamento de RSS
2033 Devido aos altos custos de tratamento deste tipo de resíduo, as distâncias de
2034 transporte passam a ser pouco significativas, resultando em áreas de influência
2035 bastante amplas, o que implica sempre em unidades voltadas ao atendimento regional.
2036 Por essa razão, os cálculos dos investimentos para implantação das alternativas
2037 propostas foram feitos utilizando como referencia duas unidades hipotéticas com
2038 capacidade de 1.095 t/ano e 2.190 t/ano.
2039 A unidade de tratamento de 1.095 t/ano, dotada de apenas um microondas, foi admitida
2040 como padrão mínimo, ou seja, mesmo se o conjunto de municípios apresentar geração
2041 total inferior a essa capacidade será atendido por uma unidade desse porte.
2042 Para a alternativa em que a produção de resíduos se apresentar entre 1.095 t/ano e
2043 2.190 t/ano, os custos de implantação foram interpolados, ou seja, ela terá seus
2044 equipamentos dobrados ou será dotada de equipamento de capacidade compatível. A

105
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2045 ilustração abaixo apresenta o custo unitário de implantação em função da capacidade


2046 da unidade de tratamento.

2047
2048 O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela produção
2049 anual de resíduos de serviços de saúde, admitindo 1.095 t/ano como a quantidade
2050 mínima. Para a alternativa de solução regional Jacareí, foi admitido o padrão máximo
2051 de 2.190 t/ano, já que é sabido que ela tem uma ampla área de influência mas não
2052 existem dados quantitativos dos municípios que encaminham seus resíduos para esta
2053 unidade.
2054 O investimento total da Unidade de Tratamento foi decomposto admitindo a seguinte
2055 composição:
Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%
Obras Civis 23,7%
Inicial 23,7%
Equipamentos 76,3%
Fixos 65,9%
Móveis 10,4%
Total 100,0%

2056 Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil dos
2057 equipamentos móveis de 10 anos.
2058 Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos
2059 a partir dos seguintes critérios:
106
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RECURSOS HÍDRICOS

2060 1. A parcela inicial das obras civis é considerada no ano de 2011;


2061 2. O investimento em equipamentos fixos é considerado integralmente no ano
2062 de 2011; e
2063 3. Os custos de equipamentos móveis são lançados integralmente a cada 10
2064 anos, considerando sua vida útil.
2065 Custos do terreno
2066 Para cada alternativa, foi admitida área necessária para a implantação da unidade de
2067 tratamento, utilizando os padrões mínimo e máximo como referência.

2068
2069
2070 Assim como para as outras unidades de tratamento e disposição de resíduos sólidos,
2071 foi assumido o custo médio de terreno de R$15.000,00/hectare.
2072 Custos de operação e manutenção
2073 Os custos operacionais da unidade de tratamento foram divididos em duas
2074 componentes:
2075 Custo operacional da unidade; e
2076 Custo de Transporte
2077 Os custos operacionais unitários foram obtidos utilizando a mesma metodologia dos
2078 custos de implantação da unidade de tratamento de RSS, ou seja, foram utilizados
2079 como referência os custos operacionais de duas unidades, adotadas como padrão
2080 mínimo e máximo.

107
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2081
2082 O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário pela
2083 produção de resíduos de serviços de saúde em cada ano, obtendo-se o custo
2084 operacional anual.
2085 Os custos de transporte utilizaram valores referenciais para o uso de caminhões
2086 coletores compactadores em R$/t.km e a distância de transporte até a unidade de
2087 tratamento.
2088 Análise das alternativas para Unidade de Tratamento de RSS
2089 Conforme já mencionado anteriormente, para o município de Ilhabela, foram
2090 analisadas as alternativas de utilização da unidade de tratamento existente no
2091 município de Jacareí, de propriedade da empresa ATT, e de utilização de unidade de
2092 tratamento existente no município de Suzano, de propriedade do Grupo Pioneira.
2093 Tanto para a alternativa utilização da unidade existente no município de Jacareí quanto
2094 para a alternativa de utilização da unidade existente no município de Suzano, foram
2095 admitidos os custos de implantação e operação análogos ao padrão máximo, pois é
2096 sabido que tal unidade opera com uma ampla área de influência, mas trata resíduos de
2097 municípios que extrapolam as UGRHI‟s 1, 2 e 3, impossibilitando o levantamento de
2098 seus dados para projeção de resíduos.
2099 Para as duas alternativas, foram calculados os custos totais de implantação da unidade
2100 de tratamento e, na sequencia, calculado o custo efetivo para o município de Ilhabela,
2101 a partir da relação entre a produção de resíduos sólidos de saúde no município e a
2102 produção de resíduos sólidos de saúde dos municípios atendidos pela unidade de
2103 tratamento.
2104 Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as
2105 alternativas propostas.
2106
108
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2107 Quadro: Custos de Implantação de Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano
Custo
Produção Área Custo Custo Custo
Custo Parcela Efetivo Custo de
de RSS do do Unitário de Efetivo de
Alternativa Unitário do do Implantação
em 2040 Aterro Terreno Implantação Implantação
(R$/ha) Município Terreno (R$)
(t/ano) (ha) (R$) (R$/t) (R$)
(R$)
Un. de Tratamento de RSS
Pioneira 705,81 0,24 15.000,00 3.600,00 3,18% 114,42 1.324,20 1.450.000,00 46.084,68
Un. de Tratamento de RSS ATT 1.349,58 0,19 15.000,00 2.909,15 1,66% 48,36 1.520,47 2.051.996,89 34.107,87
2108
2109 Quadro: Custos de Operação de Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano
Custo
Produção de Custo Unitário Custo de
Parcela do Efetivo de
Alternativa RSS em 2040 Operacional Operação
Município Operação
(t/ano) (R$/t) (R$)
(R$)
Un. de Tratamento de RSS Pioneira 705,81 600,00 423.485,29 3,18% 13.459,44
Un. de Tratamento de RSS ATT 1.349,58 689,08 929.966,45 1,66% 15.457,71
2110
2111 Quadro: Custos de Transporte de RSU para Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano

Custo Custo Total


Produção de de
Dist O-D Unitário de Custo O-D
Alternativa Rejeitos em 30 Destino Transporte
(km) Transporte (R$/t)
anos (t)
(R$/ton.km) (R$)
Un. de Tratamento de RSS Pioneira 5.381,30 Pioneira Suzano 160 0,2161 34,576 186.063,78
Un. de Tratamento de RSS ATT 5.381,30 Jacareí 130 0,2161 28,093 151.176,82
2112

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2113 Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a
2114 taxa de desconto de 12% ao ano, usualmente adotada para este tipo de avaliação.
2115 Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente
2116 líquido, para as alternativas de tratamento de resíduos sólidos de saúde estudadas.
2117 Quadro: Alternativa Regional – Suzano
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 160.274,11

1.1. Custos de Investimento R$ 54.299,19

. Terreno R$ 114,42

. Obras Civis R$ 10.922,07

Inicial R$ 10.922,07

. Equipamentos R$ 43.262,70

Fixos R$ 30.369,80

Móveis R$ 12.892,89

1.2. Custos Operacionais R$ 105.974,93

. Custo da unidade R$ 100.313,53

. Custo de transporte R$ 5.661,40

2118
2119 Quadro: Alternativa Regional – Jacareí
Descrição Un VPL
1.VPL do Custo Total 165.656,63

1.1. Custos de
Investimento R$ 40.151,20

. Terreno R$ 48,36

. Obras Civis R$ 8.083,56

Inicial R$ 8.083,56

. Equipamentos R$ 32.019,28

Fixos R$ 22.477,09

Móveis R$ 9.542,20

1.2. Custos Operacionais R$ 125.505,43

. Custo da unidade R$ 120.905,54

. Custo de transporte R$ 4.599,88

2120 Conforme apresentado nos quadros comparativos, a diferença dos custos de


2121 implantação e operação para um período de 30 anos é de 3%, entretanto, pela falta de
2122 informações dos municípios atendidos por estas unidades e, desta forma, impossibilitar

110
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2123 o cálculo da parcela do município, pode-se admitir que ambas as alternativas podem
2124 ser consideradas viáveis.

2125 Por outro lado, considerando que o município de Ilhabela já encaminha seus resíduos
2126 de serviços de saúde para a empresa ATT, em Jacareí, a proposição consiste na
2127 conservação desse procedimento nos cenários emergencial e de curto prazo.

2128 7.2. ALTERNATIVAS NÃO CONVENCIONAIS

2129 Neste item são abordadas alternativas não convencionais, como as de geração de
2130 energia elétrica e/ou vapor a partir da queima de resíduos sólidos urbanos (RSU) em
2131 instalações industriais especialmente previstas para tal.

2132 A implementação de UVE‟s (Unidades de Valorização Energética) deve considerar,


2133 desde a geração de resíduos, à ação integrada dos responsáveis pelo sistema de
2134 coleta e transporte de RSU com os responsáveis pela operação da UVE, de forma a
2135 realizar a segregação na fonte dos resíduos para fins de compostagem e de reciclagem
2136 de materiais, destinando-se os demais ao tratamento térmico com recuperação
2137 energética, de acordo com os planos de gerenciamento municipais. Assim serão
2138 alcançados níveis de gestão mais elevados, o reaproveitamento seguro e eficiente das
2139 frações recicláveis bem como a universalização dos serviços prestados.

2140 Dentro desta ótica, uma UVE também deverá receber resíduos orgânicos não
2141 contaminados (entrepostos hortifrutigranjeiros, feiras livres, centrais de preparação de
2142 refeições industriais, grandes restaurantes, supermercados e de serviços de poda) e
2143 também os reciclados na fonte (papéis, papelão, embalagens plásticas, vidros e
2144 metais) provenientes da coleta seletiva.

2145 A fração orgânica deverá ser encaminhada para a compostagem e os recicláveis serão
2146 adequadamente separados, enfardados e acondicionados para retorno ao mercado
2147 reciclador.

2148 Os resíduos remanescentes desses processos de reaproveitamento, juntamente com


2149 os resíduos não separados, serão encaminhados para a Unidade de Valorização
2150 Energética (UVE‟s), na qual será realizado o tratamento térmico, objetivando a redução
2151 de volume, massa e impactos ambientais, com a recuperação energética.

2152 A tecnologia presentemente selecionada para as UVE‟s previstas é a de incineração de


2153 resíduos, conhecida pelo termo “mass burning”. Esta tecnologia “mass burning”
2154 também permite a incineração de lodos de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs)
2155 e dos Resíduos dos Serviços de Saúde, em conjunto com os resíduos sólidos
2156 remanescentes.

2157 As escórias e cinzas oriundas do processo de tratamento térmico dos materiais, não
2158 aproveitados nos processos antecessores, serão destinados a aterros sanitários.

111
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RECURSOS HÍDRICOS

2159 A implementação de um sistema de valorização energética, atualmente é o que existe


2160 de mais moderno e amigável ambientalmente, apresentando inúmeras vantagens sobre
2161 os aterros como:

2162 Permite o tratamento de pilhas, baterias e outros materiais perigosos


2163 descartadas na massa de resíduos;

2164 Permite o tratamento de Lodos de ETE;

2165 Permite o tratamento de outros grupos de Resíduos de Serviços de Saúde, de


2166 uma forma realmente eficiente, e não somente dos patogênicos cuja separação
2167 é complexa e duvidosa, visando o tratamento em unidades individualizadas, de
2168 resultados muitas vezes questionáveis;

2169 Emissões, pela atual avanço tecnológico e exigências ambientais, extremamente


2170 baixas, ao contrário dos aterros que, segundo estudos desenvolvidos pela ONU,
2171 são os maiores contribuintes para o efeito estufa, além de não haver garantia
2172 quanto a impermeabilização das fundações, portanto de eficiência duvidosa;

2173 Operação de características industriais, garantida e perfeitamente controlada;

2174 Inexistência da geração de passivos ambientais, ao contrário dos aterros


2175 sanitários.

2176 Tecnologia dominada, não havendo imprevistos quanto a custos não previsíveis,
2177 portanto não avaliáveis.

2178 A UVE do Litoral Norte foi concebida para o atendimento dos seguintes municípios:

2179 Caraguatatuba

2180 Ilha Bela

2181 São Sebastião

2182 Ubatuba

2183 A seguir sintetiza-se em uma tabela a Projeção dos Rejeitos (RSD+RSS) estimados. E
2184 preciso ressaltar que além do considerado poderão ser agregados outros rejeitos como
2185 lodos de ETE.

2186 Projeção dos Rejeitos (RSD+RSS)


ANO (t/dia)
Litoral Norte 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
643,14 674,08 695,28 706,53 756,42 803,18 844,70

2187 A UVE compreende as seguintes unidades:


112
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2188 Unidade de Valorização Energética, que em face da inexistência de um pólo


2189 industrial significativo, foi prevista para ser implantada entre Caraguatatuba e
2190 São Sebastião, preferencialmente próximo ao local em estudo para a
2191 implantação de um Aterro Sanitário, de forma a receber os rejeitos finais. Esta
2192 posição deveria permitir que o local seja alcançado pela coleta primária tanto de
2193 São Sebastião e como de Caraguatatuba, enquanto que os resíduos de Ubatuba
2194 seriam aportados por um transporte secundário. Embasado na tabela síntese da
2195 projeção de resíduos a serem gerados no Litoral Norte, conforme anteriormente
2196 apresentado e considerando eventuais outros aportes, esta unidade deveria ter
2197 capacidade de processar, a partir de 2.020 cerca de 1.000 t/dia;

2198 Unidade de Transbordo em Ubatuba, com eventualmente transbordos parciais


2199 pontos estratégicos localizados ao longo do litoral, tanto de Ubatuba como de
2200 Caraguatatuba e São Sebastião (município polinucleado, linear, com extensão
2201 total de cerca de160 km);

2202 Com este aporte, os rejeitos finais (escória), a serem destinados à aterro seriam
2203 da ordem de 150 t/dia para cada etapa.

2204 7.2.1. Estudos Existentes

2205 EMAE-EMPRESA METROPOLITANA DE ÁGUA E ENERGIA

2206 Generalidades

2207 Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) gerados nos quatro (4) municípios que compõe o
2208 Litoral Norte (LN) são dispostos atualmente, em sua totalidade, diretamente em aterro,
2209 como coletados e sem nenhum tratamento prévio.

2210 O Litoral Norte, em função das barreiras impostas pela fragilidade ambiental da região,
2211 das áreas de proteção existentes, da direção de ventos, do uso e ocupação do solo,
2212 das legislações e outros fatores intervenientes, tem carência de espaços adequados
2213 para a implantação de aterros sanitários.

2214 Assim sendo a disposição dos RSU é feita em aterros localizados no Vale do Paraíba,
2215 o que requer um transporte, serra acima, em distâncias que chegam até 200 km da
2216 fonte da sua geração, portanto representando um ônus considerável nos orçamentos
2217 municipais, além de se constituir em um sério problema ambiental logístico.

2218 Verifica-se portanto, que a problemática da gestão dos resíduos sólidos urbanos
2219 transcende as fronteiras dos municípios envolvidos, necessitando, portanto, de um
2220 enfoque regional, que busque alternativas otimizadas e integradas para o conjunto dos
2221 municípios envolvidos.

2222 Sobrepondo-se a estes fatores tem-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
2223 12.305 de 02.08.10, e Decreto 7.404 de 23.12.10) e a Política Estadual de Resíduos
2224 Sólidos (Lei 12.300 de 16.03.2006, com Decreto 54.645 de 05.08.09), as quais

113
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2225 incentivam a adoção de medidas e formas de tratamento que minimizem a quantidade


2226 de resíduos a serem disposto em aterros, devendo constituir-se de “rejeitos”.

2227 Em face do exposto, há tempo o Governo do Estado de São Paulo vem se


2228 sensibilizando pela problemática existente, determinando a inclusão da área em pauta
2229 nos estudos que visavam o equacionamento dos RSU da Região Metropolitana da
2230 Baixada Santista (RMBS) (área igualmente crítica). Estes estudos ficaram ao encargo
2231 da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo que teve a
2232 colaboração da Secretaria do Meio Ambiente do Estado.

2233 O escopo era o desenvolvimento de estudos visando a proposição de uma solução


2234 alternativa aos aterros.

2235 Concepção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR)

2236 A solução recomendada foi a implementação de uma CTR que deverá abranger, desde
2237 a geração de resíduos, a ação integrada dos responsáveis pelo sistema de coleta e
2238 transporte de RSU com o responsáveis pela operação da CTR, de forma a realizar a
2239 segregação dos resíduos para fins de compostagem , reciclagem de materiais e
2240 tratamento térmico com recuperação energética, de acordo com os planos de
2241 gerenciamento municipais. Nesse prisma, busca-se integrar à proposta de
2242 aproveitamento energético a compostagem, e a reciclagem, com o objetivo maior de
2243 alcançar níveis de gestão de resíduos mais elevados.

2244 A CTR receberá também os resíduos orgânicos não contaminados (entrepostos


2245 hortifrutigranjeiros, feiras livres, restaurantes, hotéis, supermercados e de serviços de
2246 poda) e também passíveis de reciclagem (papéis, papelão, embalagens plásticas,
2247 vidros e metais provenientes da coleta seletiva).

2248 A fração orgânica acima enunciada será encaminhada para compostagem e os


2249 recicláveis serão adequadamente separados, enfardados e acondicionados para
2250 retorno ao mercado reciclador.

2251 Os resíduos remanescentes desses processos de reaproveitamento, juntamente com


2252 os resíduos não separados, serão encaminhados para a Unidade de Recuperação
2253 Energética (URE), na qual será realizado o tratamento térmico, objetivando a redução
2254 de volume, massa e impactos ambientais, e a recuperação energética.

2255 A tecnologia selecionada para a URE é a de incineração de resíduos, conhecida pelo


2256 termo “mass burning”.

2257 As escórias e cinzas oriundas do processo de tratamento térmico e os materiais não


2258 aproveitados nos processos antecessores serão destinados a aterros sanitários.

2259 No presente estágio dos estudos, o local de implantação da URE, não se encontra
2260 definido, devendo ser estabelecido pelos estudos em andamento que deverão analisar
2261 10 (dez) locais pré-selecionados, dos quais deverão apontar três, para escolha de uma
2262 como definitivo. Estima-se que o local da URE seja na baixada santista, próximo ao

114
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2263 parque fabril existente visando o suprimento de energia, na forma de vapor, água
2264 quente e/ou energia elétrica.

2265 A logística de transporte dos RSU do LN à baixada Santista, encontra-se igualmente


2266 em estudo, partindo-se da hipótese de se implantar, em algum ponto favorável do LN,
2267 uma unidade de transbordo para onde os resíduos seriam transportados e embarcados
2268 a seguir em barcaças de onde seguiriam ao local da URE.

2269 Modelagem do Negócio

2270 O modelo institucional proposto, estabelecido no Contrato de Programa da Empresa


2271 Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) com os municípios, regulado pela ARSESP,
2272 é o contrato de concessão na modalidade PPP (Parceria Público Privada) da SPE
2273 (Sociedade de Propósito Específico) com a EMAE. A SPE receberá os RSU dos
2274 municípios e fará o seu tratamento, gerando energia e outros produtos, tais como
2275 sucata ferrosa e Certificados de Redução de Emissões (CER), conhecidos como
2276 créditos de carbono, obtendo, a partir da valorização desses produtos (RSU, energia,
2277 sucata e CER), as receitas necessárias para o equilíbrio econômico do negócio.

2278 Estudos em Andamento

2279 Os seguintes estudos encontram-se em andamento:

2280 1 Estudos de caracterização gravimétrica e físico-químico dos RSU da Região


2281 Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) e Litoral Norte (LN) (em andamento
2282 com previsão de conclusão para JUN/11);

2283 2 Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica (EVTE) para implantação de Usina de


2284 Recuperação de Energia à partir de RSU, da RMBS e RN, compreendendo, de
2285 forma integrada, as instalações apropriadas para a recepção, separação para
2286 reciclagem, compostagem, acondicionamento e embalagem dos produtos
2287 oriundos desses processos (em andamento, com previsão de conclusão para
2288 ABR/11);

2289 Deverão ser contratados, em breve, o Estudo de Impactos Ambientais e respectivo


2290 Relatório (EIA/RIMA) para implantação da URE, da RMBS e LN.

2291 PM DE SÃO SEBASTIÃO - UNIDADE MECÂNICO-BIOLÓGICO

2292 O Processo

2293 A Prefeitura Municipal de São Sebastião se encontra no processo de lançamento de


2294 uma PPP – Parceria Público Privada visando a implantação de uma “Usina de Lixo”
2295 para a destinação dos seus Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).

2296 Essa PPP prevê que o empreendedor vencedor da licitação deverá:

115
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2297 a) Implantar e operar um sistema de tratamento e destinação final de RSU as suas


2298 expensas, participando o município apenas com a disponibilização do terreno
2299 para a implantação da Usina;

2300 b) Disponibilizar um prazo para o proposto de até 35 anos;

2301 c) Garantir ao município uma economia de pelo menos 26% nos gastos atuais para
2302 a atual destinação;

2303 d) Remover todo o lixo e recuperar a área do desativado lixão da Baleia (Costa Sul
2304 de São Sebastião), que se encontra ambientalmente degradada. A quantidade
2305 estocada é estimada em cerca de 350.000 t;

2306 A tecnologia escolhida, por licitação, foi o Processo Biológico - Mecânico, proposto pelo
2307 Consórcio Herrhof/GPI.

2308 Este processo compreende:

2309 a) Recepção dos resíduos;

2310 b) Moagem;

2311 c) Tratamento biológico pela decomposição aeróbia da Matéria Orgânica e a sua


2312 conseqüente secagem, em Fermentadores Aeróbios, cada com sete dias de
2313 detenção;

2314 d) Separação mecânica dos resíduos valorizáveis: sucata ferrosa, sucata não
2315 ferrosa, papel, plásticos, vidros, etc.

2316 e) Elaboração do CDR – Combustível Derivado de Resíduos;

2317 f) Comercialização do CDR.

2318 A Usina de Tratamento foi prevista para ter uma capacidade de processamento de 500
2319 t/dia (previsão da demanda para 2.015) visando atender as necessidades de
2320 Caraguatatuba, Ilha Bela, São Sebastião e Ubatuba, com a recepção das seguintes
2321 quantidades e resíduos;

2322 Geração Média de Resíduos (t/dia)


Cidade Lixo Poda Lodo ETE Outros Total
São Sebastião 100 10 10 10 130
Caraguatatuba 120 15 15 10 160
Ilha Bela 25 0 1 0 26
Ubatuba 100 10 10 5 125
Total 345 35 36 25 441

2323 Nota: Dados estimados até a finalização do empreendimento.


116
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2324 A instalação é prevista para ser efetuada em imóvel a ser cedido pela Prefeitura
2325 Municipal de São Sebastião, com cerca de 30.000 m2, desmembrado de uma área
2326 maior de cerca de 176.000 m2, localizado no Bairro do Jaraguá. O imóvel encontra-se
2327 em negociação com o poder público municipal, em processo amigável, por conta de
2328 impostos não quitados com o município.

2329 O investimento previsto é de R$ 150.000.000,00, mas acredita-se que as proposta


2330 devam a chegar à um máximo de R$ 120.000.000,00.

2331 Os estudos desenvolvidos indicaram que a taxa a ser cobrada da Prefeitura Municipal
2332 de São Sebastião é de cerca de R$ 114,00 / t, e para o material removido da Baleia de
2333 cerca de R$ 126,00 / t.

2334 Para o produto final (CDR) estima-se um preço de venda de cerca de R$ 70,00 / t.

2335 No momento se está em fase de audiências públicas, estando o Edital na Internet para
2336 Consulta Pública.

2337 7.2.2. Considerações

2338 Como principais considerações:

2339 a) De acordo com informações fornecidas, a capacidade fixada para a instalação


2340 foi de 500 t/dia, praticamente a atual geração do Litoral Norte. A questão que se
2341 põe é o crescimento da demanda em face do crescimento populacional e do
2342 aumento da geração da taxa “per capita”;

2343 b) Deve-se considerar que por ocasião da alta estação, a população flutuante dos
2344 municípios mais que dobra a população fixa. Desta forma este incremento
2345 sazonal deverá de alguma forma ser amortecido no processo;

2346 c) A garantia de participação dos municípios envolvidos no empreendimento, pois


2347 de acordo com informações prestadas só se dispõe no presente momento de
2348 uma carta de intenção, o que torna frágil as garantias de implantação do
2349 pretendido;

2350 d) O impacto no Plano de Negócios do empreendimento proposto pela implantação


2351 de um Aterro Sanitário em Caraguatatuba, cujo EIA - Rima encontra-se em
2352 análise na SMA - Secretaria de Meio Ambiente do Estado;

2353 e) Garantia de mercado para o CDR, á longo prazo, para que não se fique ao sabor
2354 do seu “humor”, garantindo assim o negócio, isto é, a destinação dos resíduos.

2355

117
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RECURSOS HÍDRICOS

2356 8. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

2357 8.1. INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO

2358 A gestão da drenagem urbana figura entre as atribuições municipais e compõe,


2359 juntamente com o abastecimento de água, a coleta e a recuperação da qualidade das
2360 águas servidas e o manejo e destinação dos resíduos sólidos, o conjunto de setores
2361 denominado saneamento básico.

2362 O uso urbano do solo, em suas diferentes formas, interfere com as condições naturais
2363 de escoamento das águas originadas da precipitação atmosférica passando a
2364 demandar um manejo apropriado, tanto em termos de manutenção das construções,
2365 ruas e demais equipamentos públicos, como de segurança geral das pessoas. Deve
2366 ser observado ainda que, do ponto de vista ambiental, a interferência antrópica na
2367 bacia hidrográfica deve ser sustentável, a custa de mecanismos de compensação e
2368 mitigação.

2369 Em face disto, as áreas urbanas demandam a institucionalização do conceito de gestão


2370 da drenagem urbana, que consiste na formação de um conhecimento composto pelo
2371 planejamento contínuo e atualizado das ações; pela implantação e operação de
2372 estruturas apropriadas; formação de um conjunto de regras e critérios para garantia de
2373 sua sustentabilidade; seu monitoramento e pela oficialização dentro da administração
2374 pública. Estes quesitos, que são detalhados adiante, contribuirão para a formação de
2375 uma política de gestão ambiental urbana, capaz de reduzir o conflito entre o uso do
2376 solo e a bacia hidrográfica.

2377 O termo gerenciamento da drenagem urbana se estabeleceu em função da


2378 constatação, inicialmente acadêmica, e em seguida prática, de que a alteração no
2379 escoamento natural das águas provenientes da precipitação deve ser controlada e
2380 monitorada de forma a viabilizar as ações e iniciativas para a sustentabilidade dos
2381 investimentos feitos no ambiente urbano.

2382 Tais alterações, provocadas principalmente, mas não apenas, pela impermeabilização
2383 dos solos, chegam a ser dramáticas e, em casos extremos verifica-se que as vazões
2384 máximas chegam a ser até seis ou sete vezes maiores que aquelas possíveis na
2385 mesma bacia em condições naturais, podendo causar extensas inundações em áreas
2386 ribeirinhas e consequentes prejuízos materiais, perdas de vida, interrupções no
2387 trânsito, disseminação de doenças de veiculação hídrica etc.

2388 A constatação de que as obras civis usualmente destinadas à eliminação ou mitigação


2389 destes problemas não se sustentam por si, sem a existência de outras ações de caráter
2390 não estrutural, deu então origem ao conceito de gerenciamento integrado, a ser
2391 praticado pelos diferentes agentes públicos e pela sociedade.

2392 Apesar da relevância da questão, verifica-se que os projetos de drenagem urbana


2393 seguem, em geral, conceitos ultrapassados de condutividade, sem levar em conta a

118
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RECURSOS HÍDRICOS

2394 bacia de drenagem a jusante, desprezando, portanto, o que se fala hoje como “impacto
2395 zero”.

2396 Assim, as intervenções pontuais correntes normalmente transferem o problema para


2397 jusante enquanto que, dentro dos novos conceitos, devem reduzir os impactos
2398 adversos da urbanização por meio de melhor planejamento da ocupação do solo, em
2399 harmonia com os processos naturais do ciclo hidrológico.

2400 Efeitos da Urbanização sobre a Bacia Hidrográfica

2401 Os fatores hidrológicos diretamente afetados pela urbanização são: o volume do


2402 escoamento superficial direto, os parâmetros de tempo do escoamento superficial e a
2403 vazão de pico das cheias. Esses efeitos são diretamente causados por alterações da
2404 cobertura do solo, modificações nos sistemas naturais de drenagem e as eliminações
2405 das várzeas.

2406 As alterações na cobertura do solo devido à urbanização caracterizam-se pela sua


2407 remoção num estágio inicial, quando se realizam os movimentos de terra, e
2408 posteriormente pela sua substituição por áreas construídas, pavimentadas ou com
2409 outro tipo de cobertura substancialmente diferente da original.

2410 A ruptura da cobertura do solo tende a deixá-lo exposto à ação das enxurradas,
2411 produzindo a erosão superficial e consequentemente o aumento do transporte sólido na
2412 bacia e sedimentação nos drenos principais, de menor declividade. As áreas
2413 construídas e pavimentadas aumentam gradativamente a impermeabilização dos solos
2414 da bacia, reduzindo sua capacidade natural de absorver as águas das chuvas, o que
2415 acelera o escoamento superficial direto.

2416 As principais modificações das características hidráulicas das calhas decorrem das
2417 obras de canalização. Estas, via de regra, envolvem retificações, ampliações de seções
2418 e revestimentos de leito ou, ainda, as substituições das depressões e dos pequenos
2419 leitos naturais por galerias. Os canais artificiais apresentam menor resistência ao
2420 escoamento e, consequentemente, maiores velocidades, o que resulta num efeito de
2421 redução dos tempos de concentração das bacias.

2422 Do exposto, verifica-se que a urbanização de uma bacia altera a sua resposta à
2423 ocorrência de chuvas. Os efeitos mais preponderantes são as reduções da infiltração e
2424 o tempo de trânsito das águas, que resultam em picos de vazão muito maiores em
2425 relação às condições anteriores à citada urbanização. São clássicos os exemplos que
2426 relacionam o crescimento das vazões máximas de cheias com a área urbanizada da
2427 bacia e a área servida por obras de drenagem. Há casos extremos em que os picos de
2428 cheia numa bacia urbanizada podem chegar a ser da ordem de seis vezes superiores
2429 ao pico da mesma bacia em condições naturais.

2430 Cabe frisar que o volume do escoamento superficial direto é primordialmente


2431 determinado pela quantidade de água precipitada, características de infiltração do solo,
2432 chuva antecedente, tipo de cobertura vegetal, superfície impermeável e retenção
2433 superficial. Já o tempo de trânsito das águas (que determina os parâmetros de tempo

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2434 do hidrograma do escoamento superficial direto) é função da declividade, rugosidade


2435 superficial do leito, comprimento de percurso e profundidade d‟água do canal.

2436 Portanto, os efeitos da urbanização na resposta hidrológica das bacias de drenagem


2437 devem ser analisados sob a ótica tanto do volume do escoamento superficial direto,
2438 quanto do tempo de trânsito das águas.

2439 O Conceito de Micro e Macrodrenagem

2440 O sistema de drenagem faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes


2441 em uma área urbana, assim como as redes de água, de esgotos sanitários, de cabos
2442 elétricos e telefônicos, além da iluminação pública, pavimentação de ruas, guias e
2443 passeios, parques e áreas de lazer, entre outros.

2444 Em relação a outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma


2445 particularidade: o escoamento das águas das tormentas sempre ocorrerá,
2446 independentemente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade
2447 desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão
2448 maiores ou menores.

2449 Outra característica, de certo modo única, do sistema de drenagem é a sua solicitação
2450 não permanente, isto é, durante e após a ocorrência de tormentas, contrastando com
2451 outros melhoramentos públicos que são essencialmente de uso contínuo.

2452 O sistema tradicional de drenagem urbana deve ser considerado como composto por
2453 dois sistemas distintos que devem ser planejados e projetados sob critérios
2454 diferenciados: o Sistema Inicial de Drenagem (Microdrenagem) e o Sistema de Final
2455 (Macrodrenagem).

2456 O Sistema de microdrenagem ou de drenagem inicial é aquele composto pelos


2457 pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas-de-lobo e rede de galerias de águas
2458 pluviais. Esse sistema é em geral dimensionado para o escoamento de vazões com
2459 alta frequência relativa, em geral de dois a dez anos de período de retorno. Quando
2460 bem projetado, e com manutenção adequada, praticamente elimina as inconveniências
2461 ou as interrupções das atividades urbanas que advém das inundações e das
2462 interferências de enxurradas.

2463 Já o sistema de macrodrenagem é constituído, por canais naturais ou artificiais


2464 (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados considerando
2465 eventos de referência de baixa frequência, da ordem de 25 a cem anos de período de
2466 retorno. O sistema de macrodrenagem contempla, assim, o que se pode denominar de
2467 tronco do sistema de condução das águas pluviais no meio urbano. Do seu
2468 funcionamento adequado depende a prevenção ou minimização dos danos às
2469 propriedades, à saúde e eventualmente perdas de vida das populações atingidas, seja
2470 em consequência direta das águas ou por doenças de veiculação hídrica.

2471 Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento superficial direto,


2472 tendo tradicionalmente como base o enfoque orientado para o aumento da

120
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2473 condutividade hidráulica do sistema de drenagem, isto é, da capacidade de transportar


2474 as águas para jusante.

2475 As tendências mais atuais desse controle, que já vêm sendo amplamente aplicadas ou
2476 preconizadas internacionalmente, passam a dar ênfase ao enfoque orientado para o
2477 controle na fonte, isto é, no momento da geração do escoamento superficial. Desta
2478 forma, objetiva-se a redução dos volumes escoados ainda na microdrenagem, com a
2479 utilização de equipamentos de compensação da impermeabilização, e que permitam a
2480 detenção, retenção e retardamento dos volumes precipitados e não infiltrados, de
2481 forma a reduzir a quantidade escoada. Este conceito avança na macrodrenagem para
2482 contemplar o armazenamento das águas por estruturas de detenção ou retenção. Esse
2483 enfoque é mais indicado a áreas urbanas ainda em desenvolvimento, podendo ser
2484 utilizado também em áreas de urbanização mais consolidadas desde que existam
2485 locais (superficiais ou subterrâneos) adequados para a implantação dos citados
2486 armazenamentos.

2487 Medidas Estruturais e Não Estruturais

2488 Em se tratando de técnicas de gestão da drenagem urbana frequentemente é feita uma


2489 distinção entre duas medidas que, na realidade são absolutamente indissociáveis: as
2490 estruturais e as não estruturais.

2491 As medidas estruturais ou obras são destinadas a desviar, deter, reduzir ou escoar com
2492 maior rapidez e menores níveis, as águas do escoamento superficial direto, evitando
2493 assim os danos e interrupções das atividades causadas pelas inundações. Envolvem,
2494 em sua maioria, obras hidráulicas de porte com aplicação maciça de recursos.

2495 As não estruturais são representadas, basicamente, por ações destinadas ao controle
2496 do uso e ocupação do solo (nas várzeas e nas bacias) ou à diminuição da
2497 vulnerabilidade dos ocupantes das áreas de risco dos efeitos das inundações, por meio
2498 da busca de maneiras para que estas populações passem a conviver de forma
2499 harmoniosa com as cheias. As medidas não estruturais envolvem, muitas vezes em
2500 mudanças de aspectos de natureza cultural, que impõem, para o sucesso da
2501 implantação das medidas, a implementação de programas de educação ambiental.

2502 A inexistência do suporte de medidas não estruturais é apontada, atualmente, como


2503 uma das maiores causas de problemas de drenagem nos centros mais desenvolvidos.
2504 A utilização balanceada de investimentos, tanto em medidas estruturais quanto não
2505 estruturais, pode minimizar significativamente os prejuízos causados pelas inundações.
2506 O quadro a seguir ilustra algumas das típicas medidas estruturais e não estruturais.

2507

121
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2508

Medidas Estruturais Medidas Não estruturais


Ampliação, modificação, retificação, revestimento, Reserva de área para lazer e atividades
canalização dos cursos d‟água naturais ou compatíveis para os espaços abertos
execução de galerias
Armazenamento ou desvio das águas a montante Controle do uso do solo fora da área de
da região sujeita a inundações inundação
Diques e muros Seguro inundação
Alterações em pontes e travessias Estruturas a prova de inundação
Bacias de retenção, detenção e amortecimento Sistema de Previsão, Antecipação e Alerta
Bacias de sedimentação Tratamento de taludes e áreas baixas
Wetlands e áreas de depuração natural Programa de manutenção e inspeção
Parques lineares Programa de ação emergencial
Repermeabilização e permeabilização artificial Manual de Drenagem
Relocação e demolição de estruturas Educação Ambiental

2509 Objetivos Modernos do Sistema de Drenagem Urbana

2510 Dentro do contexto de desenvolvimento global de uma região, os programas de


2511 drenagem urbana devem ser orientados, de maneira geral, pelos seguintes objetivos
2512 principais:

2513 reduzir a exposição da população e das propriedades aos riscos associados à


2514 ocorrência de inundações, como as enxurradas e escorregamento de encostas;

2515 reduzir sistematicamente o nível de danos causados pelas inundações;

2516 preservar as várzeas não urbanizadas numa condição que minimize as


2517 interferências com o escoamento das vazões de cheias, com a sua capacidade
2518 de armazenamento, com os ecossistemas aquáticos e terrestres de especial
2519 importância e com a interface entre as águas superficiais e subterrâneas;

2520 assegurar que as medidas corretivas sejam compatíveis com as metas e


2521 objetivos globais da região;

2522 minimizar os problemas de erosão e sedimentação;

2523 proteger a qualidade ambiental e o bem-estar social;

2524 promover a utilização das várzeas para atividades de lazer e contemplação;

2525 melhorar a qualidade ambiental, proporcionando uma convivência harmoniosa


2526 da população com o ciclo hidrológico e o meio ambiente.

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2527 Princípios da Gestão da Drenagem Urbana

2528 Os princípios que devem nortear os planos de gestão de drenagem urbana devem
2529 considerar que o sistema de drenagem é parte do sistema ambiental urbano e não
2530 pode ser encarado simplesmente como parte da infraestrutura urbana ou como um
2531 meio para alcançar metas e objetivos em termos mais abrangentes;

2532 Como a urbanização tem potencial para aumentar tanto o volume quanto as vazões do
2533 escoamento superficial direto, o impacto da ocupação de novas áreas deve ser
2534 analisado no contexto da bacia hidrográfica na qual estão inseridas, de modo a se
2535 efetuarem os ajustes necessários para minimizar e anular a criação de futuros
2536 problemas com inundações, sem falar nas suas correlações com a estabilidade dos
2537 terrenos, que é objeto específico da drenagem urbana.

2538 O estabelecimento prévio de metas e objetivos, nos cenários local, regional e nacional,
2539 é de grande valia na concepção das obras de drenagem e tem como meta melhorar a
2540 eficiência dos investimentos.

2541 A drenagem urbana consiste na administração de um espaço, uma vez que o volume
2542 de água presente em um dado instante, não pode ser comprimido ou diminuído, sendo
2543 portanto, uma demanda de espaço que deve ser considerada no processo de
2544 planejamento. Se o armazenamento natural é reduzido pela urbanização ou outros
2545 usos do solo sem as adequadas medidas compensatórias, as águas das enchentes
2546 buscarão outros espaços para seu trânsito, podendo atingir inevitavelmente locais em
2547 que isso não seja desejável.

2548 As várzeas dos rios e córregos são áreas de armazenamento natural e embora estejam
2549 com menor frequência sob as águas, fazem parte dos cursos naturais, tanto quanto a
2550 sua calha principal. Por esta razão, na geomorfologia, a várzea também recebe a
2551 denominação de leito maior ou secundário. As funções primárias de um curso d'água e
2552 de sua várzea associada são a coleta, armazenamento e veiculação das vazões de
2553 cheias. Essas funções não podem ser relegadas a um plano secundário em favor de
2554 outros usos que se possa imaginar para as várzeas, sem a adoção de medidas
2555 compensatórias normalmente onerosas. Respeitada essa restrição, as várzeas têm a
2556 potencialidade de contribuir para a melhoria da qualidade da água e do ar, a
2557 manutenção de espaços abertos, a preservação de ecossistemas importantes e
2558 acomodação de redes de sistemas urbanos adequadamente planejados.

2559 Ao tratar as águas do escoamento superficial direto de uma área urbana como recurso,
2560 ou quando se cogitar a utilização de bacias de detenção, deve ser dada atenção aos
2561 aspectos da qualidade dessas águas. Estes, por sua vez, estão relacionados com as
2562 práticas de limpeza das ruas, coleta e remoção de lixos e detritos urbanos, ligação
2563 clandestina de esgotos na rede de galerias, coleta e tratamento de esgoto e
2564 regulamentação do movimento de terras em áreas de desenvolvimento, tendo em vista
2565 o controle de erosão e, consequente, carga de sedimentos.

2566 As medidas de controle de poluição são parte integrante e indissociável de um plano de


2567 drenagem, pois o controle da poluição das águas é essencial para que sejam
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2568 alcançados os benefícios potenciais que podem oferecer os cursos d‟água urbanos e
2569 suas várzeas.

2570 O Plano Municipal de Drenagem Urbana

2571 As cheias nos cursos d‟água são fenômenos naturais que usualmente resultam no
2572 extravasamento dos seus leitos menores, invadindo a várzea (leitos maiores). Em
2573 áreas rurais, este extravasamento não ocasiona maiores danos. Em áreas urbanas,
2574 este fenômeno natural, de aumento sazonal das vazões e extravasamento dos
2575 córregos, causa as inundações que resultam em danos materiais, à saúde pública, e
2576 uma série de prejuízos à sociedade em casos mais sérios. Elas podem transformar as
2577 áreas afetadas em regiões degradadas, a ponto de não atrair novos investimentos,
2578 limitando o potencial de crescimento econômico-social.

2579 Ou seja, as inundações constituem-se em um grave problema econômico, social e de


2580 saúde pública que precisa ser equacionado dentro de uma perspectiva ampla, a partir
2581 de sólida base técnica, econômica, social e política. Esta necessidade de se encarar os
2582 problemas a partir de uma perspectiva abrangente se justifica uma vez que: tem se
2583 comprovado que intervenções localizadas nos sistemas de drenagem não têm sido
2584 eficazes no combate às inundações, muitas vezes transferindo-as de lugar. Ou seja,
2585 intervenções localizadas nas cabeceiras de uma bacia hidrográfica podem transferir as
2586 inundações para a sua parte mais baixa, a jusante, caso sejam feitas sem o devido
2587 cuidado.

2588 Por outro lado, o planejamento integrado na drenagem urbana, por bacia hidrográfica,
2589 considerando um amplo leque de medidas estruturais e não estruturais, tem resultado
2590 em um conjunto de medidas eficazes no combate as inundações. Este planejamento
2591 integrado é consubstanciado em um Plano Diretor de Drenagem que engloba: um
2592 plano de obras, um conjunto de medidas complementares, a sequência e a forma de
2593 implantação destas medidas correspondendo às expectativas da sociedade, integrando
2594 em um todo coerente os aspectos econômico-financeiros, sociais, de meio ambiente e
2595 políticos envolvidos, otimizando a alocação de recursos e viabilizando a implantação de
2596 um sistema de drenagem eficaz.

2597 Outra questão importante, que indica a necessidade premente de elaboração de um


2598 Plano Diretor de Drenagem Municipal, são as leis, decretos e portarias resultantes das
2599 Políticas de Recursos Hídricos Federal (lei 9433/97) e Estadual (lei 7663/91, decreto nº
2600 41258/96 e portaria DAEE nº 717/96). Estes diplomas legais, em fase de
2601 regulamentação e implementação, estabelecem diretrizes para ações que interfiram na
2602 qualidade e quantidade d‟água, submetendo as intervenções na drenagem urbana a
2603 outorga.

2604 Assim, um Plano Diretor de Drenagem, que atenda às novas diretrizes impostas por
2605 estes diplomas Federal e Estadual, constitui-se em uma garantia de atendimento dos
2606 objetivos e critérios neles expostos, facilitando a outorga das obras previstas. O
2607 atendimento a estes objetivos e critérios deverá também facilitar o acesso a verbas que
2608 devem originar-se da cobrança do uso dos recursos hídricos, que encontram em fase
2609 de implementação, nos níveis Estadual e Federal.
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2610 Outras duas características fundamentais a serem incorporadas nos planos municipais
2611 de drenagem são: aferição de metas e atualização progressiva. Na primeira objetiva-se
2612 criar mecanismos de avaliação do progresso do plano, tanto sob a ótica de seu avanço
2613 em termos de implantação como na eficácia de suas medidas. Na segunda pretende-se
2614 a introdução de um mecanismo de atualização periódica de forma a permitir que as
2615 ações preconizadas possam ser atualizadas em função de novas tecnologias, cujo
2616 surgimento é cada vez mais rápido.

2617 Etapas de Desenvolvimento do Plano de Drenagem

2618 Um Plano Diretor de Drenagem pode ser visto como uma sequência de duas etapas
2619 básicas: diagnóstico e plano de ação. Cada uma delas demanda uma série de
2620 atividades paralelas e complementares e cuja falta implicará em limitação dos
2621 resultados. Entretanto, considerando que os planos modernos englobam mecanismos
2622 de atualização e de aferição de resultados, o processo ainda assim permitirá a
2623 correção destas faltas e o alcance de soluções de qualidade.

2624 A Etapa de Diagnóstico compreende uma série de ações para que sejam determinadas
2625 as cargas e deficiências do sistema existente, tanto no nível da microdrenagem como
2626 no da macrodrenagem. Em outras palavras, esta etapa tem como produto o mapa de
2627 deficiências do sistema. Fazem parte desta etapa as seguintes atividades:

2628 a) Levantamentos de campo: dados físicos e socioeconômicos que possibilitem


2629 alcançar a qualidade técnica que torna um plano de drenagem consistente, o que
2630 contribui para o sucesso de sua implementação. Estes dados são analisados,
2631 consistidos e incorporados a um Sistema de Informações Geográficas (SIG), que
2632 é o instrumento de gerenciamento das informações coletadas e que fornecerá
2633 uma interface coerente para o desenvolvimento do plano e para a sua
2634 implementação. Os principais dados a serem levantados são os seguintes:

2635 cartografia, para a delimitação das bacias hidrográficas;

2636 fotos aéreas recentes, para a determinação do uso e ocupação do solo;

2637 cadastro do sistema de drenagem existente, com detalhe suficiente para a


2638 elaboração do plano, e levantamento das áreas inundáveis;

2639 planos e projetos existentes, em âmbito Municipal e Estadual (inclui a interface


2640 com os principais corpos d‟água receptores);

2641 dados socioeconômicos população atual e projetada para o horizonte do plano,


2642 custos dos insumos, custos para a avaliação econômica das alternativas
2643 estudadas etc..

2644 b) Levantamentos Institucionais: levantamento da legislação aplicável; ordenamento


2645 administrativo e financeiro no município; captação e observação das práticas
2646 municipais referentes à drenagem, tais como as rotinas de aprovação de
2647 construções e empreendimentos, pavimentação de vias, procedimentos de

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2648 inspeção e limpeza de ruas, bocas-de-lobo e galerias, desassoreamento e


2649 limpeza de córregos; registro de ocorrências envolvendo micro e macrodrenagem
2650 e demais componentes que revelem o grau de comprometimento da estrutura
2651 administrativa municipal com a questão da drenagem urbana.

2652 c) Estabelecimento do cenário: a partir dos dados cartográficos, de uso e ocupação


2653 do solo, socioeconômicos (regra atual), (população, custo dos insumos, prejuízos
2654 com as inundações etc.), são fixados o estágio atual de desenvolvimento da bacia
2655 hidrográfica e elaborados os cenários de desenvolvimento urbano para o
2656 horizonte de projeto do plano, estes horizontes nos planos de recursos hídricos
2657 costumam ser de dez a 40 anos. Com os cenários elaborados, utilizando os
2658 demais dados coletados, são efetuados os cálculos hidráulico/hidrológicos que,
2659 em conjunto com o levantamento de áreas inundáveis, permite identificar os
2660 principais problemas existentes e a antevisão de quais são as medidas que
2661 podem ser tomadas para a mitigação das inundações ocorrentes e que medidas
2662 preventivas podem ser tomadas nas áreas com desenvolvimento urbano
2663 acentuado.

2664 d) Estudo das alternativas: com base no diagnóstico, nos levantamentos de campo,
2665 considerando as diretrizes estabelecidas nas leis Estadual e Federal, além dos
2666 objetivos e critérios definidos especificamente para o plano, são desenvolvidos
2667 estudos de alternativas para a solução das inundações considerando medidas
2668 estruturais (canalização, reservatórios, substituição e melhoria de bueiros,
2669 pontilhões, entre outros, recanalização de áreas críticas etc.), e medidas não
2670 estruturais que tipicamente envolvem entre outras, o controle de uso do solo, a
2671 preservação da várzea, programas de inspeção e manutenção e educação
2672 ambiental.

2673 A segunda etapa compreende o Plano de Ação, cujo produto final contempla as
2674 diferentes formas de ataque a serem empregadas na gestão da drenagem urbana. Os
2675 passos a serem seguidos podem ser resumidos como:

2676 a) Comparação das alternativas e seleção do plano a implementar: as diferentes


2677 soluções possíveis para mitigação ou prevenção das inundações em cada bacia
2678 hidrográfica estudada são cotejadas, adotando-se como critérios de julgamento os
2679 custos de construção, os prejuízos evitados, o grau de prevenção dos danos, a
2680 intensidade de utilização das várzeas, a agressividade ao meio ambiente, o nível
2681 de atendimento à comunidade e o grau de atendimento geral dos objetivos.

2682 b) Documentação da alternativa: correspondente à alternativa selecionada, que


2683 indica as medidas estruturais e não estruturais propostas e a sua sequência de
2684 implantação. Também são sugeridos mecanismos econômico-financeiros e
2685 institucionais para a viabilização do Plano, como os projetos de lei e os planos de
2686 investimento.

2687 c) Indicadores e monitoramento do plano: considerando que a implantação do Plano


2688 é feita ao longo dos anos, o Sistema de Informações Geográficas constitui-se em
2689 um importante mecanismo de gerenciamento, pois permite a disposição de dados
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2690 e de suas atualizações, constituindo-se em uma base coerente para a contínua


2691 atualização e gerenciamento do desenvolvimento e da implantação do Plano. A
2692 proposição de indicadores apropriados para cada componente, micro e macro,
2693 também são fundamentais para o sucesso da proposição.

2694 8.2. SITUAÇÃO DA DRENAGEM EM ILHABELA

2695 No Litoral Norte, região onde está localizado o município de Ilhabela, os rios
2696 apresentam-se geralmente com pequena extensão do curso e pequeno volume de
2697 água, sucedendo-se curtos trechos de planície aos vales abruptos e quedas d‟água de
2698 regime torrencial na estação chuvosa.

2699 Durante as marés de enchente, o grande volume de água afluente, age no sentido de
2700 barrar cursos d'água. Já nas marés vazantes, ocorre o fenômeno inverso, havendo
2701 uma drenagem das águas dos córregos para o mar

2702 O município de Ilhabela está inserido nas Bacias Hidrográficas constituídas pelo
2703 Córrego do Jabaquara, Córrego Bicuíba, Córrego Ilhabela/Cachoeira, Córrego
2704 Paquera/Cego, Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade, Córrego Sepituba / Ipiranga/
2705 Boneti/ Enchovas/ Tocas, Córrego Manso/ Engenho/ Castelhano/ Cabeçuda e Córrego
2706 do Poço.

2707 Em que pese a pequena extensão dos cursos d‟água, que tem o oceano, bastante
2708 próximo, como receptor natural das águas provenientes dos escoamentos, há relatos
2709 de alagamentos nas ruas próximas a orla nos períodos de chuvas, especialmente por
2710 ocasião das marés altas; devido à concentração das águas pluviais que não encontram
2711 condições adequadas para seu escoamento.

2712 Diante desse quadro, o objetivo do presente trabalho é, inicialmente, definir e


2713 estabelecer uma priorização para realização de estudos técnicos e de levantamentos a
2714 serem realizados para que seja possível identificar e avaliar quantitativamente as
2715 causas e os efeitos dos alagamentos, inundações e deslizamentos. Na sequência, com
2716 base nos diagnósticos qualitativos já realizados e nas avaliações quantitativas dos
2717 prováveis resultados dos levantamentos, assim como, com embasamento nas
2718 determinações das vazões com tempo de recorrência de cem anos (probabilidade do
2719 evento natural igual a 1/100) dos principais cursos d‟água que atravessam as áreas
2720 urbanas dos municípios abrangidos pelo presente planejamento, o trabalho procurará
2721 definir qualitativamente e quantitativamente, de forma alternativa e com as
2722 aproximações possíveis, as medidas estruturais e não estruturais a serem
2723 desenvolvidas. O dimensionamento das medidas propostas somente poderá ser
2724 concretizado, após os competentes levantamentos de campo e com as respectivas
2725 quantificações das causas dos alagamentos, inundações e deslizamentos. A
2726 mencionada priorização deve ser elaborada com base nas necessidades identificadas
2727 pelos próprios municípios, que detêm as melhores condições de estabelecerem um
2728 escalonamento temporal para o atendimento às necessidades detectadas.

2729

127
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RECURSOS HÍDRICOS

2730 8.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

2731 O Plano de Manejo de Águas Pluviais tem como objetivo fornecer, para o município,
2732 subsídios técnicos e institucionais que permitam reduzir os impactos das inundações e
2733 criar as condições para uma gestão sustentável da drenagem urbana. Para tanto deve:

2734 - Determinar as principais áreas urbanas sob risco de alagamentos, inundações e


2735 deslizamentos de encostas, que sejam decorrentes de precipitações pluviométricas
2736 intensas;

2737 - Determinar as causas que concorrem para a existência de tais riscos;

2738 - Determinar qualitativamente e quantitativamente as correlações de causas e efeitos,


2739 tais como: intensidade de chuvas x escoamento superficial; escoamento superficial x
2740 níveis de águas nas ruas, sarjetas e cursos de água; intensidade de chuvas nas
2741 porções de montante das bacias urbanas x alagamentos e inundações a jusante;
2742 intensidade de chuvas que provoquem elevação dos níveis dos cursos de água nas
2743 porções de jusante das bacias urbanas, dificultando o escoamento das águas
2744 superficiais e causando remansos. As correlações quantitativas devem ser
2745 estabelecidas com base em medições existentes, ou quando não as houver, por
2746 meio de medições a serem realizadas com a utilização de sistemas apropriados a
2747 serem implantados. Isto é, considera-se parte fundamental dos sistemas de manejo,
2748 a implantação de equipamentos de medições de chuvas, de escoamentos
2749 superficiais e dos níveis de água associados;

2750 - Definir ações estruturais e não estruturais integradas ao Plano Diretor Municipal e ao
2751 sistema de saneamento da cidade, para a redução dos riscos de inundação, redução
2752 da erosão e melhoria da qualidade das águas superficiais;

2753 - Apresentar um plano de ação global e um plano de ação específico para cada bacia
2754 hidrográfica do município;

2755 - Definir as metas de melhorias a serem alcançadas e um plano de investimentos para


2756 se chegar a essas metas incluindo: orçamentos das medidas de controle propostas,
2757 estudos de benefício-custo, identificação de fontes de recursos e da capacidade de
2758 investimentos.

2759 O comportamento do escoamento superficial direto sofre alterações substanciais em


2760 decorrência do processo de urbanização de uma bacia, principalmente como
2761 consequência da impermeabilização da superfície, o que produz maiores picos de
2762 vazões. Com a ocupação e impermeabilização do solo ocorre o aumento dos picos e
2763 volumes de escoamento e, consequentemente, a erosão do solo. Com o
2764 desenvolvimento urbano desordenado, os impactos serão maiores devido ao
2765 assoreamento em canais e galerias e, em muitas situações, com a implantação de
2766 pontes com vãos insuficientes, diminuindo as capacidades dos cursos de água de
2767 permitirem o escoamento do excesso de vazão.

128
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RECURSOS HÍDRICOS

2768 Os problemas que dizem respeito ao controle de alagamentos e inundações são


2769 decorrentes da elevação dos picos das cheias, ocasionada tanto pela intensificação do
2770 volume do escoamento superficial direto (causado pelo aumento da densidade das
2771 construções e consequente impermeabilização da superfície), como pela diminuição
2772 dos tempos de concentração e de recessão. Esta diminuição é também oriunda do
2773 acréscimo na velocidade de escoamento devido à alteração do sistema de drenagem
2774 existente, exigida por este aumento da densidade de construções. Deve-se considerar
2775 ainda, o aparecimento de condições a jusante que impedem o escoamento das águas
2776 pluviais, ocasionando remansos e consequentes alagamentos a montante. Dentre
2777 estas condições pode-se citar: diminuição das seções de escoamento dos cursos
2778 d‟água devido a assoreamentos, muitas vezes provocados por lançamento de entulho e
2779 lixo no leito dos rios e córregos urbanos; estrangulamentos devido à implantação de
2780 pontes com vãos insuficientes; ocupação das margens dos cursos d‟água reduzindo
2781 drasticamente seu leito maior; curvas inadequadas nos cursos d‟água; geometria
2782 inadequada na foz; níveis d‟água elevados nos rios e córregos receptores provocando
2783 remansos. Um exemplo deste fato são as subidas do nível do próprio Rio Paraíba do
2784 Sul, que provocam remansos e inundações ao longo de vários de seus afluentes,
2785 muitos dos quais atravessam áreas urbanizadas, causando transtornos às populações
2786 que, por uma imperiosa questão econômica, habitam as várzeas marginais desses
2787 afluentes.

2788 Destacam-se também os problemas de controle de poluição diretamente relacionados


2789 à drenagem urbana que têm sua origem na deterioração da qualidade dos cursos
2790 receptores das águas pluviais. Além de elevar o volume do escoamento superficial
2791 direto, a impermeabilização da superfície também faz com que a recarga subterrânea,
2792 já reduzida pelo aumento do volume das águas servidas da densidade populacional,
2793 diminua ainda mais. Isso faz com que as vazões básicas sejam restringidas a níveis
2794 que podem chegar a comprometer a qualidade da água pluvial nestes cursos
2795 receptores, não bastasse o fato de que o aumento do volume das águas servidas, já é
2796 um fator de degradação da qualidade das águas pluviais.

2797 8.4. A DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE ILHABELA

2798 8.4.1. Principais Obras de Drenagem Existentes

2799 A macrodrenagem da área urbana do município corresponde à malha de drenagem


2800 natural formada pelos cursos d‟água que se localizam nos talvegues e fundos de vales.

2801 Com a expansão populacional da área urbana, crescem na mesma medida o número
2802 de domicílios, estabelecimentos comerciais, escolas, postos de saúde etc., que de
2803 maneira geral, configuram áreas impermeáveis. Dessa forma, as águas anteriormente
2804 absorvidas pelo solo são conduzidas para a malha de macrodrenagem, por meio das
2805 estruturas de microdrenagem do município, tornando mais rápido e elevado o
2806 escoamento superficial, e incrementando a vazão dos corpos d‟água.

129
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RECURSOS HÍDRICOS

2807 No caso de Ilhabela, a Prefeitura Municipal não possui cadastro técnico das estruturas
2808 e unidades que compõem o sistema de microdrenagem do município, impossibilitando
2809 uma descrição detalhada e uma análise crítica das instalações existentes.

2810 8.4.2. Síntese dos Principais Problemas de Inundações

2811 Os problemas de drenagem no município de Ilhabela restringem-se a alagamentos em


2812 áreas próximas a orla marítima. A causa dos mesmos é uma provável associação do
2813 efeito das subidas das marés com precipitações pluviométricas. As causas precisas e
2814 as áreas afetadas devem ser estudadas.

2815 8.4.3. Estudos e Projetos Existentes

2816 O trabalho Mapeamento de Áreas de Risco Associados a Escorregamentos e


2817 Inundações do Município de Ilhabela desenvolvido pelo Instituto Geológico – IG teve
2818 como propósito fornecer subsídios à Defesa Civil Estadual para a identificação e o
2819 gerenciamento das situações de risco relacionadas a escorregamentos e inundações
2820 em áreas residenciais do município.

2821 Neste, foi adotado uma abordagem que conjugasse a utilização de imagens de
2822 sensoriamento remoto de alta resolução e critérios simples para a setorização do risco,
2823 de forma a permitir um fácil entendimento por parte dos operadores de Planos
2824 Preventivos de Defesa Civil e uma rápida implementação de ações de prevenção e
2825 mitigação em áreas prioritárias. Os estudos foram realizados em 12 áreas-alvo
2826 definidas e indicadas previamente pela COMDEC de Ilhabela, onde foram identificadas
2827 situações de risco, com graus diferenciados quanto à probabilidade de ocorrência, à
2828 tipologia dos processos geodinâmicos envolvidos, e à severidade dos potenciais
2829 eventos, resultando na delimitação de 27 setores de risco, já mencionados no relatório
2830 anterior.

2831 8.4.4. Medidas em andamento

2832 Não foram relatados a existência de medidas estruturais ou não estruturais referentes
2833 aos sistemas de drenagem de Ilhabela, exceto os serviços rotineiros de manutenção
2834 executados pela Prefeitura Municipal e Defesa Civil.

2835 8.5. ESTUDOS PARA PREVISÃO DAS VAZÕES COM PERÍODO DE RETORNO
2836 DE CEM ANOS NAS BACIAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE ILHABELA

2837 8.5.1. Premissas

2838 Como não existem medições de vazão nos cursos d‟água naturais que cortam as áreas
2839 urbanas do município, o que é regra praticamente geral no Brasil, a estimativa das
2840 vazões nestas bacias foram efetuadas com o auxilio do modelo hidrológico CABC
2841 (FCTH, 2001), conforme descrito no Anexo III. Por meio desta técnica, a partir das
2842 precipitações intensas registradas historicamente em postos de observação da região,
2843 podem ser estimadas as vazões resultantes em diferentes pontos. Nessa Modelagem

130
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RECURSOS HÍDRICOS

2844 Hidrológica a área é dividida em sub-bacias para as quais se adotam parâmetros


2845 hidrológicos que permitem a separação do escoamento superficial direto.

2846 8.5.2. Dados Básicos

2847 a) Sub-bacias

2848 A partir da base cartográfica digital do Estado de São Paulo, escala 1:50.000, foram
2849 delimitadas as sub-bacias de interesse, por meio da seleção de pontos para os quais
2850 se tem interesse em determinar a vazão.

2851 b) Parâmetros Hidrológicos

2852 As chuvas intensas podem ser obtidas a partir do banco de equações que
2853 correlacionam Intensidade-Duração-Frequência desenvolvidos para o Estado de São
2854 Paulo por Martinez & Magni9, adotando-se o posto da cidade de Ubatuba cuja equação
2855 IDF é denominada SpUbatu7.idf. Para cada sub-bacia foram adotados: tempo de
2856 concentração e parâmetro de infiltração no solo (CN), referente ao terreno natural, e
2857 função da cobertura vegetal predominante.

2858 c) Áreas Impermeáveis

2859 Nas áreas urbanas, a área impermeável foi estimada a partir da relação entre a
2860 densidade de domicílios e o grau de impermeabilização obtido dos estudos referentes à
2861 ocupação do solo. Para tal, foi feita a projeção, para o horizonte de projeto, da
2862 densidade populacional e do número de domicílios, estimando-se o crescimento da
2863 mancha urbana por meio da correlação entre o número de domicílios atual e o
2864 projetado para o fim de plano.

2865 d) Período de Retorno

2866 Os projetos de drenagem são usualmente feitos considerando um determinado risco de


2867 falha, por meio da adoção, como critério de projeto, de um evento de chuva crítico, por
2868 exemplo, com probabilidade de ocorrência da ordem de 1:10, 1:50 ou 1:100. No jargão
2869 hidrológico, significa que são adotados períodos de retorno (Tr) de 15 a cem anos, o
2870 que implica no dimensionamento para eventos que, na série histórica de observações
2871 pluviométricas para o local, ocorreram em média uma vez a cada dez , 50 ou cem
2872 anos. Este risco, entretanto, não representa a proteção real da área em função de
2873 diversos fatores.

2874 A presença de canalizações, executadas em diversas etapas e diferentes épocas,


2875 cheias de singularidades que retardam o escoamento e permitem a retenção de
2876 detritos provenientes do aporte de lixo; a falta de previsão de acessos para
2877 manutenção e limpeza e, ainda, a interferência dos munícipes, por meio das alterações
2878 nos projetos de microdrenagem como a modificação das bocas-de-lobo e substituição

9
Martins, F. & Magni, N.L.G. – Equações de Chuvas Intensas no Estado de São Paulo, DAEE, 1999.

131
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RECURSOS HÍDRICOS

2879 das mesmas por grelhas, são alguns dos fatores que tornam o projeto e a obra
2880 resultante mais vulnerável, reduzindo seu grau de proteção.

2881 Considerando estes aspectos, a prática da engenharia de drenagem recomenda que


2882 sejam considerados, para áreas urbanas densamente povoadas, períodos de retorno
2883 elevados, da ordem de 50, e frequentemente, cem anos. Esta prática foi referendada
2884 pela adoção, por meio do Daee – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado
2885 de São Paulo, da vazão de cem anos de recorrência, como critério de outorga para
2886 intervenções em cursos d‟água naturais.

2887 É importante, entretanto, enfatizar-se a diferença entre os conceitos de período de


2888 retorno e risco. Entende-se por risco a probabilidade, a possibilidade de uma
2889 determinada obra vir a falhar pelo menos uma vez durante um determinado período.
2890 Esse conceito leva em conta que uma obra projetada para um período de retorno T
2891 expõe-se, todo o ano, a uma probabilidade 1/T de vir a falhar. É intuitivo que, ao longo
2892 de sua vida útil, essa obra terá um risco de falha maior do que 1/T, por ficar exposta,
2893 repetidamente, a essa probabilidade de insucesso.

2894 Por estas razões a prática internacional recomenda a análise dos sistemas de
2895 drenagem para períodos de retorno da ordem de cem anos, associado às medidas de
2896 sustentação, caracterizadas pela ação pontual de forma a compensar ou mitigar os
2897 impactos da impermeabilização e também de medidas não estruturais.

2898 8.5.3. Resultados

2899 Bacia B1.1 córrego São Sebastião/Frade

2900 a) Mapa das Sub-bacias

2901 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2902 bacia B1.1 do município de Ilhabela.

2903

132
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RECURSOS HÍDRICOS

2906 b) Parâmetros das Sub-bacias

2907 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2908 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2909 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R3 N4 N5 1,492 1,492 0,00 0,00 65 0,611
R4 N5 N6 1,896 1,896 2,00 0,40 65 0,693
R5 N6 N7 0,167 0,167 14,00 2,80 65 0,285
R1 N1 N2 2,466 2,466 0,00 0,00 65 0,785
R2 N2 N3 0,401 0,401 8,00 1,60 65 0,371
R6 N8 N9 1,879 1,879 0,00 0,00 65 0,685
R7 N9 N10 0,204 0,204 6,00 1,20 65 0,255

2910 c) Resultados

2911 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2912 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R3 N4 N5 0,000 25,588 0,000 1,492 1,492 65,00 17,150 0,00 0,00
R4 N5 N6 25,588 56,653 1,492 1,896 3,388 65,49 16,722 2,00 0,40
R5 N6 N7 56,653 59,783 3,388 0,167 3,555 68,69 16,817 14,00 2,80
R1 N1 N2 0,000 38,232 0,000 2,466 2,466 68,69 15,503 0,00 0,00
R2 N2 N3 38,232 44,108 2,466 0,401 2,867 67,08 15,385 8,00 1,60
R6 N8 N9 0,000 30,434 0,000 1,879 1,879 67,08 16,197 0,00 0,00
R7 N9 N10 30,434 33,993 1,879 0,204 2,083 66,55 16,319 6,00 1,20
R3 N4 N5 0,000 25,588 0,000 1,492 1,492 65,00 17,150 0,00 0,00

2913 Bacia B1.2 córrego São Sebastião/Frade

2914 a) Mapa das Sub-bacias

2915 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2916 bacia B1.2 do município de Ilhabela.

2917

134
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RECURSOS HÍDRICOS

2920 b) Parâmetros das Sub-bacias

2921 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2922 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2923 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R10 N16 N17 7,212 7,212 0,00 0,00 65 1,343
R11 N17 N18 0,829 0,829 0,00 0,00 65 0,489
R12 N18 N19 0,379 0,379 4,00 0,80 65 0,326
R13 N19 N20 0,254 0,254 16,00 3,20 65 0,332
R2 N3 N4 1,512 1,512 2,00 0,20 65 0,615
R3 N4 N5 0,178 0,178 12,00 2,40 65 0,293
R5 N8 N9 0,159 0,159 0,00 0,00 65 0,225
R6 N9 N10 0,287 0,287 0,00 0,00 65 0,294
R8 N13 N14 0,488 0,488 1,00 0,20 65 0,349
R9 N14 N15 0,333 0,333 12,00 2,40 65 0,363
R1 N1 N2 2,818 2,818 0,00 0,00 65 0,839
R4 N6 N7 0,592 0,592 6,00 1,20 65 0,402
R7 N11 N12 1,092 1,092 2,00 0,40 65 0,522
R14 N21 N22 0,207 0,207 6,00 1,20 65 0,268

2924 c) Resultados

2925 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2926 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R10 N16 N17 0,000 88,357 0,000 7,212 7,212 65,00 12,251 0,00 0,00
R11 N17 N18 88,357 98,306 7,212 0,829 8,041 65,00 12,226 0,00 0,00
R12 N18 N19 98,306 102,284 8,041 0,379 8,420 66,02 12,148 4,00 0,80
R13 N19 N20 102,284 105,102 8,420 0,254 8,674 69,25 12,117 16,00 3,20
R2 N3 N4 0,000 26,298 0,000 1,512 1,512 65,46 17,393 2,00 0,20
R3 N4 N5 26,298 29,621 1,512 0,178 1,690 68,15 17,527 12,00 2,40
R5 N8 N9 0,000 3,372 0,000 0,159 0,159 68,15 21,210 0,00 0,00
R6 N9 N10 3,372 9,227 0,159 0,287 0,446 68,15 20,688 0,00 0,00
R8 N13 N14 0,000 9,578 0,000 0,488 0,488 65,24 19,627 1,00 0,20
R9 N14 N15 9,578 16,682 0,488 0,333 0,821 68,15 20,319 12,00 2,40
R1 N1 N2 0,000 42,971 0,000 2,818 2,818 68,15 15,249 0,00 0,00
R4 N6 N7 0,000 11,495 0,000 0,592 0,592 66,55 19,417 6,00 1,20
R7 N11 N12 0,000 19,924 0,000 1,092 1,092 65,49 18,245 2,00 0,40
R14 N21 N22 0,000 4,503 0,000 0,207 0,207 66,55 21,752 6,00 1,20

2927 Bacia B1.3 córrego São Sebastião/Frade

2928 a) Mapa das Sub-bacias

2929 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2930 bacia B1.3 do município de Ilhabela.
2931 136
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RECURSOS HÍDRICOS

2934 b) Parâmetros das Sub-bacias

2935 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2936 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2937 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R2 N3 N4 1,111 1,111 0,00 0,00 65 0,527
R3 N4 N5 0,552 0,552 0,00 0,00 65 0,376
R11 N20 N21 1,126 1,126 0,00 0,00 65 0,531
R12 N21 N22 0,283 0,283 0,00 0,00 65 0,273
R1 N1 N2 1,108 1,108 0,00 0,00 65 0,526
R4 N6 N7 0,959 0,959 0,00 0,00 65 0,490
R5 N8 N9 1,551 1,551 0,00 0,00 65 0,623
R6 N10 N11 1,117 1,117 0,00 0,00 65 0,528
R7 N12 N13 0,371 0,371 0,00 0,00 65 0,311
R8 N14 N15 0,443 0,443 0,00 0,00 65 0,333
R9 N16 N17 0,930 0,930 0,00 0,00 65 0,482
R10 N18 N19 0,324 0,324 0,00 0,00 65 0,297

2938 c) Resultados

2939 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2940 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R2 N3 N4 0,000 19,918 0,000 1,111 1,111 65,00 17,928 0,00 0,00
R3 N4 N5 19,918 29,943 1,111 0,552 1,663 65,00 18,005 0,00 0,00
R11 N20 N21 0,000 20,151 0,000 1,126 1,126 65,00 17,896 0,00 0,00
R12 N21 N22 20,151 24,995 1,126 0,283 1,409 65,00 17,740 0,00 0,00
R1 N1 N2 0,000 19,873 0,000 1,108 1,108 65,00 17,936 0,00 0,00
R4 N6 N7 0,000 17,421 0,000 0,959 0,959 65,00 18,166 0,00 0,00
R5 N8 N9 0,000 26,423 0,000 1,551 1,551 65,00 17,036 0,00 0,00
R6 N10 N11 0,000 20,016 0,000 1,117 1,117 65,00 17,920 0,00 0,00
R7 N12 N13 0,000 7,474 0,000 0,371 0,371 65,00 20,146 0,00 0,00
R8 N14 N15 0,000 8,752 0,000 0,443 0,443 65,00 19,755 0,00 0,00
R9 N16 N17 0,000 16,934 0,000 0,930 0,930 65,00 18,208 0,00 0,00
R10 N18 N19 0,000 6,594 0,000 0,324 0,324 65,00 20,353 0,00 0,00

2941 Bacia B2 Córrego Paquera/Cego

2942 a) Mapa das Sub-bacias

2943 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2944 bacia B2 do município de Ilhabela.

2945

138
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2948 b) Parâmetros das Sub-bacias

2949 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2950 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2951 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R24 N28 N87 3,307 3,307 0,00 0,00 65 0,909
R16 N87 N16 1,611 1,611 0,00 0,00 65 0,635
R22 N27 N16 4,101 4,101 2,00 0,40 65 0,390
R23 N16 N29 0,134 0,134 36,00 7,20 65 0,326
R27 N31 N32 9,121 9,121 0,00 0,00 65 1,510
R26 N30 N32 1,991 1,991 0,00 0,00 65 0,706
R28 N32 N29 0,176 0,176 40,00 8,00 65 0,398
R25 N29 N26 0,045 0,045 18,00 3,20 65 0,236
R37 N41 N40 7,179 7,179 0,00 0,00 65 1,340
R38 N40 N42 0,576 0,576 0,00 0,00 65 0,474
R36 N42 N61 1,000 1,000 6,00 1,20 65 0,500
R29 N33 N61 11,141 11,141 0,00 0,00 65 1,669
R17 N61 N26 0,681 0,681 18,00 3,60 65 0,526
R3 N26 N4 0,038 0,038 18,00 3,60 65 0,190
R72 N77 N78 0,541 0,541 14,00 2,40 65 0,438
R73 N78 N4 0,108 0,108 18,00 3,60 65 0,338
R21 N4 N34 0,000 0,000 18,00 3,60 65 0,000
R41 N46 N45 3,600 3,600 8,00 1,60 65 0,949
R40 N45 N35 0,485 0,485 40,00 8,00 65 0,529
R5 N51 N7 1,235 1,235 4,00 0,80 65 0,576
R52 N24 N57 0,215 0,215 6,00 1,20 65 0,237
R39 N43 N44 0,518 0,518 16,00 3,20 65 0,404
2952

140
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2953 c) Resultados

2954 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2955 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R24 N28 N87 0,000 48,872 0,000 3,307 3,307 65,00 14,778 0,00 0,00
R16 N87 N16 48,872 74,360 3,307 1,611 4,918 65,00 15,120 0,00 0,00
R22 N27 N16 0,000 77,737 0,000 4,101 4,101 65,49 18,956 2,00 0,40
R23 N16 N29 145,319 148,265 9,019 0,134 9,153 74,99 16,198 36,00 7,20
R27 N31 N32 0,000 104,707 0,000 9,121 9,121 74,99 11,480 0,00 0,00
R26 N30 N32 0,000 31,697 0,000 1,991 1,991 74,99 15,920 0,00 0,00
R28 N32 N29 127,386 129,702 11,112 0,176 11,288 76,21 11,490 40,00 8,00
R25 N29 N26 251,551 252,147 20,441 0,045 20,486 69,75 12,308 18,00 3,20
R37 N41 N40 0,000 88,120 0,000 7,179 7,179 69,75 12,275 0,00 0,00
R38 N40 N42 88,120 94,950 7,179 0,576 7,755 69,75 12,244 0,00 0,00
R36 N42 N61 94,950 107,409 7,755 1,000 8,755 66,55 12,268 6,00 1,20
R29 N33 N61 0,000 120,747 0,000 11,141 11,141 66,55 10,838 0,00 0,00
R17 N61 N26 219,242 226,161 19,896 0,681 20,577 69,80 10,991 18,00 3,60
R3 N26 N4 470,736 471,107 41,063 0,038 41,101 69,80 11,462 18,00 3,60
R72 N77 N78 0,000 10,916 0,000 0,541 0,541 68,64 20,177 14,00 2,40
R73 N78 N4 10,916 13,327 0,541 0,108 0,649 69,80 20,535 18,00 3,60
R21 N4 N34 478,964 478,964 41,750 0,000 41,750 69,80 11,472 18,00 3,60
R41 N46 N45 0,000 55,696 0,000 3,600 3,600 67,08 15,471 8,00 1,60
R40 N45 N35 55,696 65,137 3,600 0,485 4,085 76,21 15,946 40,00 8,00
R5 N51 N7 0,000 22,331 0,000 1,235 1,235 66,02 18,082 4,00 0,80
R52 N24 N57 0,000 4,744 0,000 0,215 0,215 66,55 22,063 6,00 1,20
R39 N43 N44 0,000 11,000 0,000 0,518 0,518 69,25 21,236 16,00 3,20

2956 Bacia B3 Córrego Ilhabela/Cachoeira

2957 a) Mapa das Sub-bacias

2958 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2959 bacia B3 do município de Ilhabela.

2960

141
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2963 b) Parâmetros das Sub-bacias

2964 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2965 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2966 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R5 N8 N9 1,810 1,810 0,00 0,00 65 0,673
R6 N9 N10 2,329 2,329 0,00 0,00 65 0,763
R7 N10 N11 0,403 0,403 8,00 1,60 65 0,387
R8 N11 N6 0,119 0,119 16,00 3,20 65 0,297
R3 N5 N6 0,314 0,314 6,00 1,20 65 0,318
R4 N6 N7 0,022 0,022 0,00 0,00 65 0,000
R11 N15 N16 1,804 1,804 0,00 0,00 65 0,672
R12 N16 N17 1,395 1,395 0,00 0,00 65 0,591
R13 N17 N18 0,624 0,624 4,00 0,80 65 0,441
R14 N18 N19 0,241 0,241 0,00 0,00 65 0,316
R9 N12 N13 0,574 0,574 0,00 0,00 65 0,379
R10 N13 N14 0,467 0,467 12,00 2,40 65 0,419
R1 N1 N2 0,268 0,268 0,00 0,00 65 0,301
R2 N3 N4 0,465 0,465 0,00 0,00 65 0,000
R15 N20 N21 0,444 0,444 0,00 0,00 65 0,333

2967 c) Resultados

2968 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2969 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R5 N8 N9 0,000 29,595 0,000 1,810 1,810 65,00 16,351 0,00 0,00
R6 N9 N10 29,595 64,988 1,810 2,329 4,139 65,00 15,701 0,00 0,00
R7 N10 N11 64,988 72,386 4,139 0,403 4,542 67,08 15,937 8,00 1,60
R8 N11 N6 72,386 74,666 4,542 0,119 4,661 69,25 16,019 16,00 3,20
R3 N5 N6 0,000 6,613 0,000 0,314 0,314 66,55 21,061 6,00 1,20
R4 N6 N7 80,426 80,678 4,975 0,022 4,997 66,55 16,145 0,00 0,00
R11 N15 N16 0,000 29,521 0,000 1,804 1,804 66,55 16,364 0,00 0,00
R12 N16 N17 29,521 53,724 1,804 1,395 3,199 66,55 16,794 0,00 0,00

143
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R13 N17 N18 53,724 65,480 3,199 0,624 3,823 66,02 17,128 4,00 0,80
R14 N18 N19 65,480 69,737 3,823 0,241 4,064 66,02 17,160 0,00 0,00
R9 N12 N13 0,000 10,821 0,000 0,574 0,574 66,02 18,853 0,00 0,00
R10 N13 N14 10,821 20,237 0,574 0,467 1,041 68,15 19,440 12,00 2,40
R1 N1 N2 0,000 5,438 0,000 0,268 0,268 68,15 20,292 0,00 0,00
R2 N3 N4 0,000 6,506 0,000 0,465 0,465 68,15 13,998 0,00 0,00
R15 N20 N21 0,000 8,771 0,000 0,444 0,444 68,15 19,755 0,00 0,00

2970 Bacia B4.1 Córrego Bicuíba

2971 a) Mapa das Sub-bacias

2972 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2973 bacia B4.1 do município de Ilhabela.

2974

144
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2977 b) Parâmetros das Sub-bacias

2978 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2979 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2980 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R1 N1 N2 2,263 2,263 0,00 0,00 65 0,752
R3 N4 N2 1,831 1,831 0,00 0,00 65 0,677
R2 N2 N3 0,628 0,628 4,00 0,80 65 0,424
R4 N5 N6 0,179 0,179 0,00 0,00 65 0,249
R5 N6 N7 0,254 0,254 10,00 2,00 65 0,291
R6 N8 N9 0,833 0,833 2,00 0,40 65 0,456
R7 N9 N10 0,245 0,245 2,00 0,40 65 0,261
R8 N11 N12 0,245 0,245 2,00 0,40 65 0,247
R9 N13 N14 0,324 0,324 1,00 0,20 65 0,289
R10 N15 N16 0,777 0,777 2,00 0,40 65 0,441

2981 c) Resultados

2982 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2983 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R1 N1 N2 0,000 35,420 0,000 2,263 2,263 65,00 15,652 0,00 0,00
R3 N4 N2 0,000 29,845 0,000 1,831 1,831 65,00 16,300 0,00 0,00
R2 N2 N3 64,404 76,096 4,094 0,628 4,722 66,02 16,115 4,00 0,80
R4 N5 N6 0,000 3,755 0,000 0,179 0,179 66,02 20,977 0,00 0,00
R5 N6 N7 3,755 9,383 0,179 0,254 0,433 67,62 21,671 10,00 2,00
R6 N8 N9 0,000 15,462 0,000 0,833 0,833 65,49 18,561 2,00 0,40
R7 N9 N10 15,462 19,735 0,833 0,245 1,078 65,49 18,307 2,00 0,40
R8 N11 N12 0,000 5,223 0,000 0,245 0,245 65,49 21,319 2,00 0,40
R9 N13 N14 0,000 6,689 0,000 0,324 0,324 65,24 20,646 1,00 0,20
R10 N15 N16 0,000 14,434 0,000 0,777 0,777 65,49 18,576 2,00 0,40

2984 Bacia B4.2 Córrego Bicuíba

2985 a) Mapa das Sub-bacias

2986 A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da
2987 bacia B4.2 do município de Ilhabela.

2988

146
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

2991 b) Parâmetros das Sub-bacias

2992 Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na


2993 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da
2994 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%.

Área do
Nome da Área
Nó Inicial Nó Final Mapa Aimp (%) Adir (%) CN TC
Bacia (km²)
(km²)
R12 N21 N22 1,542 1,542 0,00 0,00 0 0,000
R13 N22 N19 0,096 0,096 0,00 0,00 0 0,000
R10 N18 N19 0,422 0,422 0,00 0,00 65 0,000
R11 N19 N20 0,022 0,022 0,00 0,00 65 0,000
R4 N7 N8 0,859 0,859 0,00 0,00 65 0,463
R5 N8 N9 0,647 0,647 2,00 0,40 65 0,402
R1 N1 N2 0,530 0,530 0,00 0,00 65 0,364
R2 N3 N4 0,526 0,526 2,00 0,40 65 0,363
R3 N5 N6 0,206 0,206 0,00 0,00 65 0,140
R6 N10 N11 0,312 0,312 0,00 0,00 65 0,000
R7 N12 N13 0,151 0,151 0,00 0,00 65 0,000
R8 N14 N15 0,100 0,100 0,00 0,00 65 0,000
R9 N16 N17 0,178 0,178 0,00 0,00 65 0,000

2995 c) Resultados

2996 Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da
2997 simulação hidrológica realizada.

Nome Qmax Qmax Aacum Aacum


Nó Nó Abacia CN Qesp Aimp Adir
da Inicial Final Inicial Final
Inicial Final (km²) médio (m³/s/km²) (%) (%)
Bacia (m³/s) (m³/s) (km²) (km²)
R12 N21 N22 0,000 21,579 0,000 1,542 1,542 65,00 13,998 0,00 0,00
R13 N22 N19 21,579 22,923 1,542 0,096 1,638 65,00 13,998 0,00 0,00
R10 N18 N19 0,000 5,908 0,000 0,422 0,422 65,00 13,998 0,00 0,00
R11 N19 N20 28,831 29,139 2,060 0,022 2,082 65,00 13,998 0,00 0,00
R4 N7 N8 0,000 15,710 0,000 0,859 0,859 65,00 18,289 0,00 0,00
R5 N8 N9 15,710 27,695 0,859 0,647 1,506 65,49 18,390 2,00 0,40
R1 N1 N2 0,000 10,151 0,000 0,530 0,530 65,49 19,153 0,00 0,00
R2 N3 N4 0,000 10,270 0,000 0,526 0,526 65,49 19,524 2,00 0,40
R3 N5 N6 0,000 4,448 0,000 0,206 0,206 65,49 21,573 0,00 0,00
R6 N10 N11 0,000 4,363 0,000 0,312 0,312 65,49 13,998 0,00 0,00
R7 N12 N13 0,000 2,116 0,000 0,151 0,151 65,49 13,998 0,00 0,00
R8 N14 N15 0,000 1,398 0,000 0,100 0,100 65,49 13,998 0,00 0,00
R9 N16 N17 0,000 2,492 0,000 0,178 0,178 65,49 13,998 0,00 0,00

2998 8.6. SUGESTÕES DE AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS

2999 As sugestões a seguir, baseiam-se no diagnóstico realizado e sintetizado no item 8.4


3000 do presente relatório. Verificou-se, pelas informações obtidas, que o Município de
3001 Ilhabela vem, há várias décadas, implantando medidas de atenuação dos efeitos das
3002 enchentes e inundações. Entretanto, essas medidas não têm se revelado suficientes.
3003 Ou por subdimensionamento das estruturas implantadas, devido a critérios de
148
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

3004 avaliação das vazões insatisfatórios (galerias de águas pluviais ou canais em terra ou
3005 em concreto ou ainda vãos de pontes com seções de escoamento inferiores às
3006 necessidades) ou por falta de manutenção e operação adequadas (falta de
3007 desassoreamento e remoção de entulho e lixo de forma rotineira). Deve ser
3008 acrescentado que muitas vezes as vazões provenientes de chuvas intensas não têm
3009 condições de escoar satisfatoriamente devido ao nível d‟água do Rio Paraíba, o qual
3010 atinge valores que impedem a descarga natural dos afluentes que cortam as áreas
3011 urbanas, causando remansos e consequentes alagamentos e inundações.

3012 No item 8.4.2 foi apresentado os principais problemas de inundações no Município de


3013 Ilhabela. Com base nos mesmos e no relatado nos demais itens, pode-se, de maneira
3014 genérica, propor o desenvolvimento das seguintes ações estruturais e não estruturais,
3015 sempre de forma alternativa onde couber, para cada uma das bacias dos cursos d‟água
3016 que cortam a área urbana de Ilhabela:

3017 a) Intervenções estruturais diretas nos cursos d‟água que cortam as áreas urbanas;

3018 - levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior execução de


3019 desassoreamentos e remoção de lixo, entulho e vegetação do leito menor dos
3020 cursos de água;

3021 - levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação de obras de


3022 ampliação das travessias com seções insuficientes ou substituição das mesmas a
3023 fim de permitir o escoamento das vazões com tempo de recorrência de cem anos
3024 determinadas no item anterior;

3025 - levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação das obras de


3026 alargamento e/ou aprofundamento, com aumento das declividades, onde possível, e
3027 estabilização das margens nos estirões em que foram detectadas deficiências em
3028 relação a estes aspectos. Sempre que possível, o aumento da calha dos cursos
3029 d‟água deve ocorrer por alargamento da seção de escoamento;

3030 - levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação das obras


3031 referentes à contenção do escoamento superficial em excesso, tais como “piscinões”
3032 e barragens de regularização de vazões;

3033 - levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior execução das obras


3034 referentes à implantação de diques e correspondentes obras de bombeamento para
3035 proteção das áreas urbanizadas às margens do córrego que se encontram em cotas
3036 inferiores aos níveis de água provocados pelas vazões com tempo de recorrência de
3037 cem anos.

3038 b) Intervenções estruturais diretas com implantação de sistemas de microdrenagem


3039 onde ocorrem alagamentos.

3040 c) Intervenções não estruturais de acordo com o relacionado no item 8.1.

149
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3041 Especificamente para as regiões litorâneas, como é o caso de Ilhabela, deve-se


3042 considerar, no diagnóstico dos problemas da drenagem urbana, a combinação dos
3043 eventos pluviométricos com as marés locais. Este efeito, que tem origem na maré
3044 astronômica combinada também influenciada pelos efeitos meteorológicos, resulta na
3045 elevação dos niveis d´água próximos à foz das canalizações de drenagem, e tem como
3046 resultado o agravamento dos problemas de inundação.

3047 Para proposição de alternativas bem como projeto de obras de drenagem em regiões
3048 costeiras, o DAEE-SP recomenda a elaboração de estudos considerando estes efeitos
3049 combinados da forma:

3050 Vazões Tr 50 anos e Maré com permanência 98%

3051 Vazões Tr 100 anos sem o efeito de maré.

3052 O desenvolvimento destes estudos, em nível de projeto básico ou executivo deve ser
3053 realizado considerando:

3054 Base topográfica detalhada, escala 1:2.000 ou melhor;

3055 Estudos de amplitude e freqüência de marés, com nível referenciado ao local


3056 das intervenções;

3057 Consideração dos efeitos meteorológicos sobre a maré (ruído meteorológico);

3058 Estudo de alternativas que envolvam bacias de detenção, diques para áreas
3059 baixas e o uso de comportas.

3060 Também devem ser consideradas nestas alternativas a possibilidade de desocupação


3061 e criação de áreas de risco de inundação, no caso de glebas com ocupação irregular.

3062

150
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3063 9. OBRAS, INTERVENÇÕES PROPOSTAS E ESTIMATIVA DE CUSTOS

3064 9.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

3065 A seguir é apresentado um quadro resumo com as intervenções propostas para os


3066 sistemas de abastecimento de água de Ilhabela e a estimativa de custos:

Sistema de Abastecimento de Água


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
Ampliação do SAA Água Branca para 150l/s 2.016 R$ 15.400.000,00
Ampliação do SAA Água Branca para 200l/s 2.030 R$ 800.000,00
Ampliação do SAA Pombo 2.016 R$ 6.877.000,00
TOTAL R$ 23.077.000,00

3067 9.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

3068 As obras e intervenções propostas para os sistemas de esgotamento sanitário e os


3069 custos estimados são apresentados a seguir:

Sistema de Esgotamento Sanitário


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
SES Itaquanduba - Etapa 3A - Reversão Saco da Capela 2.012 R$ 6.603.124,00
Implantação SES Feiticeira 2.018 R$ 3.500.000,00
Implantação SES Região Norte 2.018 R$ 7.000.000,00
Implantação SES Região Sul 2.018 R$ 7.000.000,00
SES Itaquanduba - 3ª Etapa 2.016 R$ 3.948.999,00
SES Itaquanduba -4ª Etapa 2.016 R$ 8.571.000,00
TOTAL R$ 36.623.123,00

3070 9.3. SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

3071 Para estimativa de custos das proposições elaboradas, adotou-se critérios e custos
3072 referenciais obtidos em valores de mercado.

3073

151
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3074 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Curto Prazo – Médio Prazo –


Proposição Emergencial
2011-2014 2015-2019
70 unidades
Instalação de cestos em vias e logradouros públicos
R$ 14.000,00

Disponibilização de aterro sanitário regional em 1 unidade


Caraguatatuba R$ 2.325.337,00

Disponibilização de aterro de inertes regional em 1 unidade


Caraguatatuba R$ 15.447,00

Disponibilização de triturador móvel para resíduos 1 unidade


verdes R$ 70.000,00

Disponibilização de PEV‟s para materiais 5 unidades


reaproveitáveis R$ 2.000,00

Disponibilização de central de triagem regional em 1 unidade


Caraguatatuba para materiais recicláveis R$ 142.950,00

Disponibilização de usina de compostagem regional 1 unidade


em Caraguatatuba para matéria orgânica R$ 803.611,00
Disponibilização de veículos e equipamentos 2 unidade
adequados para coleta seletiva domiciliar, inclusive
reserva técnica R$ 90.000,00

Disponibilização de ecopontos e/ou caçambas para 5 unidades


entrega de entulhos R$ 25.000,00

Disponibilização de central de triagem e britagem 1 unidade


regional em Caraguatatuba para RSI R$ 10.748,00
5 unidades
Disponibilização de contêineres para feiras livres
R$ 5.000,00

3075 9.4. PROPOSIÇÕES – PROGRAMAS E AÇÕES NECESSÁRIAS

3076 Neste tópico são conceituados os planos, programas e ações considerados


3077 necessários para o cumprimento e manutenção das metas do Plano de Saneamento.

3078 Gestão de Resíduos Sólidos em Geral

3079 Formatar a gestão de forma integrada

3080 Justificativa: Atualmente, a gestão dos resíduos sólidos não engloba todos os tipos de
3081 resíduos, o que acaba por inviabilizar soluções técnicas e ambientais que poderiam
3082 resultar em redução de custos e/ou aumento de receitas públicas.

152
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3083 Objetivo: Permitir um equacionamento de forma integrada de todos os tipos de


3084 resíduos sólidos urbanos gerados no município em questão e, se for o caso, nos
3085 municípios consorciados, aproveitando todos os recursos disponibilizados para
3086 proporcionar a destinação ambientalmente mais adequada, pelo menor custo para
3087 todos os tipos de resíduos, independentemente se o gerador é público ou privado.

3088 O exemplo do benefício gerado pelo enfoque integrado para a gestão dos resíduos
3089 sólidos está ilustrado no quadro a seguir, no qual se pode notar que resíduos de
3090 natureza similar, mesmo que procedentes de fontes diversas podem ser submetidos a
3091 processos comuns para gerar produtos passíveis de reaproveitamento.

Resíduo Processo Reaproveitamento


RSD úmidos
Poda / galharia Compostagem Recondicionador de solo
Lodo de ETE
RCD selecionados Material de construção
RS Varrição Preparação Pavimento ecológico
Lodo de ETA Recuperação de Áreas

3092 Priorizar a natureza dos resíduos

3093 Justificativa: Atualmente, a gestão dos resíduos sólidos costuma estar mais focada
3094 para as economias resultantes de coleta conjunta, delegando para segundo plano a
3095 natureza dos mesmos, o que acaba por direcioná-los para destinações inconvenientes.

3096 Um exemplo desta situação é a utilização dos mesmos veículos da coleta domiciliar
3097 para o recolhimento dos resíduos resultantes do serviço de varrição manual,
3098 compostos principalmente por detritos inertes, direcionando-os para a mesma
3099 destinação final dos resíduos orgânicos.

3100 Objetivo: Direcionar os resíduos pela sua real vocação, evitando a inadequada
3101 aplicação dos recursos disponibilizados apenas para aperfeiçoar a forma de coleta.

3102 Limitar os serviços aos resíduos públicos dentro dos limites legais

3103 Justificativa: As municipalidades costumam prestar serviços à comunidade sem ter


3104 obrigação legal para fazê-lo, o que onera o sistema e consequentemente desviando
3105 verbas de outras áreas carentes.

3106 Essa forma de proceder está baseada na premissa de que é melhor prestar os serviços
3107 sem cobrar do que ver os resíduos sendo descartados irregularmente.

3108 Tal filosofia passa a ser questionada no momento em que a municipalidade decide
3109 partir para um sistema mais completo de gestão de resíduos sólidos, agregando formas
3110 de reaproveitamento e de tratamentos realmente adequados, que exigem diferentes
3111 níveis de investimentos e custos operacionais.

153
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3112 Objetivo: Direcionar as receitas públicas para a melhoria dos serviços municipais,
3113 exercendo apenas o controle das atividades dos prestadores de serviços dentro do
3114 município e cobrando pelos serviços de sua responsabilidade legal.

3115 Evidentemente que tal mudança de procedimento deverá ser devidamente respaldada
3116 por um programa de conscientização geral de que, assim procedendo, se estará
3117 efetuando a cobrança dos reais usuários, de forma a economizar recursos municipais
3118 para os serviços relacionados à coletividade.

3119 Implantar sistema de cobrança por taxa de limpeza pública

3120 Justificativa: Geralmente, os custos dos serviços de limpeza são cobertos pelos
3121 impostos que atendem ao orçamento municipal, o que não proporciona à população
3122 uma visão de sua aplicação direta em suas necessidades prioritárias.

3123 Esta forma de arrecadação não proporciona a devida visibilidade do valor arrecadado e
3124 nem da real aplicação das verbas arrecadadas, implicando em altos índices de
3125 inadimplência.

3126 Objetivo: Gerar arrecadação a partir dos efetivos consumidores dos serviços públicos,
3127 compatibilizando receitas e despesas, de forma a promover melhorias e inovações nos
3128 serviços de limpeza e destinação dos resíduos.

3129 Por essas razões, nos municípios onde foi implantado com critérios adequados e
3130 viáveis para as condições socioeconômicas da população, o sistema de cobrança por
3131 taxa de limpeza pública apresentou forte adesão, comprovada por baixos índices de
3132 inadimplência.

3133 Para a definição da taxa de limpeza, deve ser considerado o porte do município, já que
3134 sua complexidade aumenta proporcionalmente à quantidade de padrões urbanos
3135 existentes.

3136 Tais padrões costumam ser estabelecidos de acordo com a necessidade ou não dos
3137 serviços principais e, como exemplo, podem ser citados:

3138 - terreno sem habitação em via não pavimentada ou via pavimentada não varrida:
3139 não apresenta resíduos para a coleta domiciliar e nem tem sua via varrida;

3140 - terreno sem habitação em via pavimentada varrida: embora não apresente
3141 resíduos para a coleta domiciliar, conta com o serviços de varrição de vias com
3142 determinada frequência;

3143 - terreno com habitação em via não pavimentada ou via pavimentada não varrida:
3144 apesar de gerar resíduos para a coleta domiciliar, não tem sua via varrida; e

3145 - terreno com habitação em via pavimentada varrida: além de apresentar resíduos
3146 para a coleta domiciliar, também conta com o serviços de varrição de vias com
3147 determinada frequência.

154
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3148 Embora estes quatro padrões sejam apenas exemplos, que podem ainda ser
3149 subdivididos de acordo com as características socioeconômicas dos bairros onde estão
3150 localizados, eles demonstram o grau de complexidade a que está exposto o estudo
3151 para definição das taxas de limpeza.

3152 Fixar e cobrar tarifas por serviços prestados a terceiros

3153 Justificativa: Conforme citado anteriormente, as municipalidades costumam prestar


3154 serviços de destinação pelos quais não tem atribuição legal, sem a devida cobrança de
3155 tarifas específicas, o que onera o sistema e consome verbas necessárias para outros
3156 serviços essenciais.

3157 Como exemplos de tais serviços podem ser citados a limpeza e destinação de resíduos
3158 e/ou entulhos provenientes da limpeza de terrenos baldios particulares e a destinação
3159 final dos resíduos decorrentes da coleta de grandes geradores, executada por
3160 empresas ou caçambeiros.

3161 Objetivo: Gerar arrecadação a partir dos efetivos consumidores dos serviços públicos
3162 municipais, proporcionando recursos para melhorar as condições de limpeza e
3163 saneamento urbano e a qualidade ambiental da região atendida.

3164 Sob uma ótica de apoio ao desenvolvimento da iniciativa privada local, melhor será
3165 limitar os serviços públicos à destinação dos resíduos, deixando a prestação de
3166 serviços de limpeza de locais privados e de coleta dos resíduos ali gerados para
3167 empresas particulares, devidamente cadastradas e controladas pela municipalidade.

3168 Estimular a população a apoiar os programas ambientais

3169 Justificativa: Principalmente devido à influência da mídia, a população brasileira é


3170 considerada consumista, ou seja, consome sem necessidade, o que gera descarte de
3171 embalagens e materiais inservíveis acima do desejável.

3172 Por outro lado, essa mesma população não está suficientemente mobilizada para
3173 apoiar ações relacionadas ao reaproveitamento dos materiais descartados e nem a
3174 entender e aceitar novas formas de arrecadação relacionadas à gestão de resíduos.

3175 Objetivo: Provocar uma disseminação geral de conscientização ambiental, de forma a


3176 reforçar o apoio popular e a efetiva participação dos munícipes em ações
3177 modificadoras, que possam reduzir as necessidades públicas, e disciplinar os
3178 procedimentos relacionados à minimização de resíduos na origem, ao máximo
3179 reaproveitamento dos materiais descartados e à destinação adequada dos detritos a
3180 serem descartados.

3181 Acompanhando essa conscientização do ponto de vista ambiental, os programas


3182 também deverão levar esclarecimentos quanto às ações propostas, principalmente
3183 quando refletem mudanças nas responsabilidades e nas formas de arrecadação para
3184 fazer frente aos serviços prestados.

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3185 Efetuar e/ou ampliar convênios com outros municípios

3186 Justificativa: Em muitos casos, os municípios não apresentam geração de resíduos


3187 sólidos suficiente para equacionar sua separação e reaproveitamento e para destinar
3188 adequadamente os rejeitos resultantes, de forma ambientalmente correta e
3189 economicamente viável.

3190 Objetivo: Melhorar as condições de destinação final da região, conforme preconiza a


3191 Lei Nacional de Saneamento (11.445/07) por meio de soluções conjuntas, conforme
3192 recomenda a Lei Federal da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (12.305/10), é a
3193 melhor forma de promover corretamente a gestão dos resíduos, dentro de padrões de
3194 custos razoáveis, principalmente para municípios com menor geração.

3195 Tais soluções conjuntas podem ser desde centrais de triagem e pré-beneficiamento até
3196 usinas de compostagem, aterros sanitários ou mesmo usinas de lixo, onde é promovida
3197 a redução volumétrica com ou sem o reaproveitamento dos subprodutos.

3198 Essa proposição pretende priorizar as localidades regionais, cuja destinação final atual
3199 se mostrar ambientalmente inadequada, como lixões e/ou aterros controlados, ou for
3200 ambientalmente adequada, mas estiver com sua vida útil em vistas de se esgotar.

3201 Além da melhoria da qualidade regional, esta ação visa proporcionar uma otimização
3202 na aplicação de recursos em função da economia de escala e, conseqüentemente, a
3203 redução dos custos unitários e aumento da arrecadação para os municípios.

3204 Alguns municípios apresentam legislação que proíbe o recebimento de resíduos sólidos
3205 de outros municípios que, a princípio, impediria a aplicação desta proposição, mas,
3206 certamente, em vista a grande dimensão dos benefícios gerados para a coletividade, é
3207 considerado que esse empecilho atual possa ser contornado politicamente.

3208 Serviços de Limpeza Pública

3209 Varrição Manual

3210 Melhoria do Serviço por Meio da Adequação da Frequência em Função do Local

3211 Justificativa: os serviços de limpeza, e em especial, a varrição são objeto de avaliação


3212 permanente por parte dos munícipes já que, quando mal executados, deixam expostas
3213 as sujidades pelas vias e logradouros públicos.

3214 Por essa razão, as municipalidades costumam concentrar neles boa parte de seus
3215 recursos, mas nem sempre da forma mais recomendada, efetuando a varrição sem
3216 critério e com frequências muitas vezes desnecessárias.

3217 Objetivo: assegurar as condições de limpeza das vias e logradouros públicos,


3218 despendendo o mínimo recurso necessário, de sua alocação nos pontos e trechos que
3219 mais geram detritos nos pisos, calçadas e sarjetas.

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3220 Para isso, recomenda-se que o planejamento se inicie pela identificação desses pontos
3221 e trechos, por meio da vistoria de campo, serviço este também exigido para a locação
3222 dos cestos de lixo.

3223 Uma vez identificados estes locais, deverão ser observados os dias e horários em que
3224 ocorrem as maiores concentrações de pedestres e veículos, principais responsáveis
3225 pelo descarte de resíduos nas vias.

3226 Com estas duas informações, é possível definir a frequência da varrição manual por
3227 faixa horária e dia da semana e efetuar a programação das equipes de campo. Como
3228 as cidades estão sempre em mutação, esse planejamento também deverá ser
3229 dinâmico, devendo ser revisado a partir das observações trazidas pelos fiscais de
3230 varrição.

3231 Atendimento de Baixa Frequência por Meio de Mutirão

3232 Justificativa: com exceção dos corredores viários utilizados pelo transporte coletivo,
3233 onde costumam se concentrar também os estabelecimentos comerciais e de prestação
3234 de serviços, as vias de periferia normalmente não apresentam movimento significativo
3235 que exija uma varrição mais intensa.

3236 Objetivo: o serviço de varrição manual deve se estender às vias pavimentadas


3237 existentes em toda a área urbana para atender ao princípio da universalização,

3238 Neste caso, a proposição é o atendimento programado sob forma de mutirão, que
3239 percorre os bairros periféricos recolhendo principalmente as folhas caídas das árvores
3240 e as poucas sujidades, lançadas pela população local.

3241 Esta forma de promover a limpeza pode ser combinada com outros serviços, tais como
3242 a manutenção de vias e logradouros e de bocas-de-lobo e galerias, de modo a otimizar
3243 a aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados
3244 para transportar o ferramental e os resíduos resultantes.

3245 Seleção dos Resíduos para Reaproveitamento e/ou Redução de Custos de


3246 Destinação

3247 Justificativa: composição dos resíduos originários da varrição costuma ser bastante
3248 variável em função dos locais varridos; apresentando, em geral, restos de matéria
3249 orgânica, embalagens descartadas, produtos pós-consumo, folhas, terra, areia, poeira
3250 e outros detritos.

3251 Geralmente, as equipes de varrição manual acomodam esses resíduos num único saco
3252 que, após completado, é posicionado nas calçadas para posterior coleta pela equipe
3253 responsável pela coleta domiciliar, o que significa destiná-los para a mesma unidade
3254 utilizada para a disposição dos resíduos sólidos domiciliares.

3255 Objetivo: minimizar os custos de transporte e adequar a destinação final, por meio da
3256 seleção dos resíduos em central de triagem.

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3257 Mesmo chegando misturados, devido à menor ocorrência de matéria orgânica, sua
3258 triagem não apresenta a mesma dificuldade do lixo domiciliar bruto e pode resultar na
3259 possibilidade de reaproveitamento dos materiais passíveis de reciclagem ou mesmo de
3260 destinação menos nobre para os detritos inertes.

3261 Manutenção de Vias e Logradouros

3262 Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços

3263 Justificativa: em alguns municípios, a programação dos serviços de manutenção de


3264 vias e logradouros é feita de forma preestabelecida, resultando na aplicação
3265 desnecessária dos recursos em alguns locais e na deficiência em outros mais
3266 necessitados.

3267 Objetivo: ajustar a prestação do serviço em função das reais necessidades, detectadas
3268 por meio da fiscalização de campo.

3269 Por englobarem capina, roçada e raspagem, os serviços de manutenção de vias estão
3270 sujeitos às sazonalidades ditadas principalmente pelas chuvas, uma vez que elas
3271 estimulam o crescimento dos matos, e pelo carreamento de particulados [que],
3272 intensificam o assoreamento das sarjetas.

3273 Portanto, a melhor maneira de se identificar as reais necessidades e alocar os recursos


3274 nos pontos mais necessitados é, sem dúvida nenhuma, a informação da fiscalização de
3275 campo.

3276 Manutenção de Áreas Verdes

3277 Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços

3278 Justificativa: a programação dos serviços de manutenção de áreas verdes deve ser
3279 feita de forma preestabelecida, pois principalmente a poda das árvores deve obedecer
3280 às épocas recomendáveis, cujo não cumprimento pode resultar em danos aos
3281 espécimes podados.

3282 Porém, o mesmo não necessariamente precisa ser seguido para as gramíneas, que se
3283 não mantidas com certa frequência, acabam sendo dominadas por tiriricas e matos.

3284 Objetivo: ajustar a prestação do serviço de manutenção dos gramados em função das
3285 reais necessidades, detectadas por meio da fiscalização de campo.

3286 O crescimento de matos está associado à sazonalidade das chuvas, exigindo uma
3287 constante observação por parte da fiscalização de campo, de modo a extraí-los antes
3288 que acabem matando as espécies originais.

3289 Prestação dos Serviços por Mutirão:

3290 Justificativa: com exceção das áreas verdes localizadas nas regiões centrais, onde a
3291 população costuma descartar indevidamente detritos, as demais praças e canteiros
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3292 ficam mais sujeitas às sujidades de folhas caídas, não exigindo manutenção mais
3293 intensa.

3294 Objetivo: para atender ao princípio da universalização, o serviço de manutenção de


3295 áreas verdes deve se estender a todos esses logradouros existentes na área urbana.

3296 Para não encarecer demasiadamente tal serviço, propõe-se que esse atendimento seja
3297 programado sob forma de mutirão, cuja equipe percorre os bairros periféricos
3298 recolhendo principalmente as folhas caídas das árvores e as poucas sujidades
3299 lançadas pela população local.

3300 Esta forma de promover a limpeza pode ser combinado com outros serviços, tais como
3301 a varrição manual e a manutenção de bocas-de-lobo e galerias, de modo a otimizar a
3302 aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados para
3303 transportar o ferramental e os resíduos resultantes.

3304 Limpeza pós feiras livres

3305 Aperfeiçoar o Sistema de Limpeza Pós Feiras Livres

3306 Justificativa: os resíduos varridos das vias, onde foram realizadas feiras livres,
3307 costumam ser agrupados em um único monte e ficar aguardando no próprio passeio
3308 sua retirada pelos caminhões da coleta domiciliar.

3309 Assim, ficam inadequadamente expostos em via pública, gerando odores indesejáveis,
3310 estimulando a presença de vetores de doenças e aumentando o risco de serem
3311 carreados para os dispositivos de drenagem pelas águas da primeira chuva.

3312 Além disso, apesar de conterem grandes volumes de materiais recicláveis e de matéria
3313 orgânica, também não sofrem nenhum tipo de separação na origem, visando seu
3314 reaproveitamento por meio da reciclagem.

3315 Objetivo: evitar que os resíduos recolhidos fiquem inadequadamente expostos, gerando
3316 os problemas anteriormente descritos, e que sejam encaminhados para destinações
3317 incompatíveis com a sua natureza.

3318 Portanto, ao se criar uma condição de estocagem e coleta, por exemplo, por meio de
3319 contêineres plásticos e veículos coletores diferenciados, é possível armazenar e coletar
3320 o "lixo seco" separadamente do "lixo úmido", permitindo seu reaproveitamento por via
3321 dos processos de reciclagem e/ou compostagem.

3322 Lavagem Pós Varrição e Aplicação de Desinfetante nos Locais de Venda de


3323 Pescados

3324 Justificativa: algumas feiras livres, além de frutas, legumes e verduras, também
3325 apresentam a comercialização de pescados e frutos do mar, produtos estes que
3326 atingem o estágio de decomposição em breve intervalo de tempo, exalando fétidos
3327 odores nas redondezas.

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3328 Objetivo: evitar a exalação de maus odores decorrentes da decomposição de restos de


3329 pescados e frutos do mar, lançados pelos feirantes no pavimento das vias e meios-fios,
3330 por meio da lavagem com espargidor dorsal e/ou caminhão-pipa, imediatamente após a
3331 varrição manual.

3332 Este procedimento proporcionará o acabamento final da limpeza, deixando as vias e


3333 passeios isentos de detritos e de mau cheiro.

3334 Manutenção de bocas-de-lobo e galerias

3335 Cadastramento das Bocas-de-lobo em Sistema Georeferenciado para


3336 Planejamento com Base na Intensidade de Ocorrência de Detritos

3337 Justificativa: geralmente, o planejamento dos serviços de limpeza pública não conta
3338 com nenhuma ferramenta destinada a controlá-los e programá-los, o que acaba por
3339 torná-los menos eficientes e, até mesmo, mais onerosos.

3340 Objetivo: melhorar as condições de planejamento, operação e fiscalização dos serviços


3341 de limpeza pública, particularmente de manutenção de vias, bocas-de-lobo e galerias,
3342 identificando as reais necessidades e extraindo índices de produtividade, de modo a
3343 alocar melhor os recursos.

3344 Com os dados cadastrais da infraestrutura municipal lançados num sistema


3345 georreferenciado, é possível analisar o conjunto sob uma ótica estatística, identificando
3346 os locais com maior incidência e a sazonalidade das necessidades, adaptando-se a
3347 composição das equipes e adequando-se as periodicidades para cada serviço.

3348 Como resultado direto da aplicação deste moderno instrumento, prevê-se a melhoria da
3349 eficiência dos serviços prestados sem aumento dos custos operacionais, por meio da
3350 otimização da aplicação dos recursos humanos e materiais.

3351 Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços

3352 Justificativa: em alguns municípios, a programação dos serviços de manutenção de


3353 bocas-de-lobo e galerias é realizada de forma preestabelecida, o que nem sempre
3354 resulta na aplicação dos recursos nos locais mais necessitados.

3355 Objetivo: ajustar a prestação do serviço em função das reais necessidades, detectadas
3356 por meio da fiscalização de campo e, se possível, controladas pelo sistema
3357 georreferenciado.

3358 As necessidades de serviços de manutenção de bocas-de-lobo e galerias estão


3359 intimamente relacionadas à época das chuvas, ocasião em que ocorre o carreamento
3360 de materiais particulados e outros tipos de detritos pelas enxurradas provocadas pelas
3361 chuvas de maior intensidade.

3362 Portanto, a melhor maneira de se identificar as reais necessidades, e alocar os


3363 recursos nos dispositivos mais necessitados, é a vistoria sistemática e a transferência
3364 das informações obtidas pela fiscalização de campo.
160
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RECURSOS HÍDRICOS

3365 Prestação dos Serviços por Mutirão

3366 Justificativa: os dispositivos de drenagem superficial mais sujeitos ao acúmulo de


3367 sujidades são aqueles localizados nas regiões de maior movimento de pedestres e
3368 veículos e ao entupimento devido a terras, areias e poeiras são os posicionados nas
3369 cotas mais baixas das vias.

3370 Assim, com exceção das bocas-de-lobo e galerias localizadas nas regiões centrais,
3371 onde a população costuma descartar indevidamente detritos, os demais dispositivos se
3372 espalham por toda a área urbana.

3373 Objetivo: para atender ao princípio da universalização, o serviço de manutenção de


3374 dispositivos de drenagem superficial deve se estender a todos os logradouros
3375 existentes na área urbana.

3376 Porém, para otimizar a alocação de recursos para tal serviço, propõe-se que o
3377 atendimento seja programado sob forma de mutirão, cuja equipe percorre os bairros
3378 periféricos, visitando as bocas-de-lobo e galerias ali existentes e retirando os detritos
3379 nelas acumulados, de forma a deixá-las em perfeitas condições de operação
3380 principalmente para enfrentar as temporadas de grandes chuvas.

3381 Esta forma de promover a limpeza pode ser combinada com outros serviços, tais como
3382 a varrição manual e a manutenção de vias e logradouros, de modo a otimizar a
3383 aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados para
3384 transportar o ferramental e os resíduos resultantes.

3385 Resíduos Sólidos Domiciliares

3386 Minimização na Origem

3387 Programa de Educação Ambiental para Conscientização da População

3388 Justificativa: embora praticamente todos os serviços relacionados à limpeza pública e


3389 ao manejo dos resíduos sólidos possam ser sensivelmente melhorados por meio da
3390 colaboração da comunidade, a gestão dos resíduos sólidos domiciliares é, sem dúvida,
3391 a mais sensível a essa mudança de comportamento da população.

3392 Independentemente da classe social ou do nível de escolaridade, é comum serem


3393 observadas atitudes comportamentais inexplicáveis, totalmente incompatíveis com o
3394 grau de civilidade que se almeja.

3395 Objetivo: desenvolver um programa de educação ambiental que consiga reverter o


3396 cenário atual, conscientizando a população em geral de suas responsabilidades sociais
3397 com relação à gestão dos resíduos sólidos, incentivando desde a minimização na
3398 origem até a sua destinação de forma adequada.

3399 Recomenda-se que este programa se inicie pelas escolas, cujos alunos representam
3400 agentes multiplicadores junto às comunidades onde vivem e se propague por meio de
3401 lideranças identificadas nessas comunidades.
161
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RECURSOS HÍDRICOS

3402 Tal programa deverá ser objeto de projeto específico, a ser detalhado em função do
3403 porte dos municípios e das condições de adesão de sua população.

3404 Implantar Instrumentos de Incentivo a Consumidores de Recicláveis e de


3405 Composto Orgânico

3406 Justificativa: quando ocorre a separação para reaproveitamento, frequentemente os


3407 materiais são conduzidos para processamento externo por ainda não existir mercado
3408 consumidor consolidado na região, gerando empregos e impostos fora do município de
3409 origem.

3410 Objetivo: fixar formas de incentivo para o consumo de produtos fabricados a partir de
3411 resíduos reaproveitados, como materiais resultantes da reciclagem e da compostagem;
3412 propiciando um mercado consumidor estável e suficiente no município e/ou na região,
3413 atraindo novas plantas da indústria de reciclagem.

3414 O potencial de consumidores e as formas de incentivo deverão ser identificados e


3415 avaliados por meio de um estudo de mercado e de viabilidade econômico-financeira,
3416 que contemplará todos os custos de investimento e de operação envolvidos no
3417 sistema.

3418 Com estas medidas, além de se proporcionar mercado firme para os materiais
3419 potencialmente reaproveitáveis, também deverão ser gerados novos empregos e novas
3420 arrecadações para o município e/ou região.

3421 Estímulo ao Uso de Sacolas de Compras Para Evitar Levar Excesso de


3422 Embalagens para o Domicílio

3423 Justificativa: ao se efetuar a compra de produtos industrializados em estabelecimentos


3424 do tipo supermercado, eles costumam ser embalados em sacos plásticos descartáveis
3425 ou mesmo em caixas de papelão.

3426 Estes materiais, levados para as residências com o objetivo de organizar o transporte,
3427 representam resíduos sólidos serem descartados após seu devido esvaziamento.

3428 Objetivo: minimizar a quantidade de resíduos sólidos domiciliares por meio do uso de
3429 sacolas de compras não descartáveis passíveis, portanto, de serem reutilizadas em
3430 muitas outras compras.

3431 Vale salientar que pela nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei
3432 Federal 12.305 de ago/10, os fabricantes, distribuidores e vendedores, dentre os quais
3433 os estabelecimentos onde foram adquiridos os produtos são responsáveis pela
3434 destinação correta de seus produtos e embalagens.

3435 Portanto, ao substituir os sacos plásticos por sacolas não descartáveis, a população
3436 estará estimulando o sistema da logística reversa, por meio do qual esses
3437 responsáveis receberão de volta seus resíduos e terão de custear sua correta
3438 destinação.

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3439 Coleta e Translado

3440 Promover Junto à População a Separação dos Resíduos na Origem

3441 Justificativa: a separação do lixo bruto efetuada em central de triagem resulta em baixa
3442 eficiência, uma vez que o nível de aproveitamento dos materiais passíveis de serem
3443 reciclados, por terem entrado em contato com a fração orgânica, se reduz
3444 demasiadamente.

3445 Objetivo: orientar os munícipes sobre como proceder para a separação dos resíduos
3446 quanto à sua natureza, de forma a facilitar seu posterior manejo no processo de
3447 separação e a agregar qualidade aos produtos, tornando-os mais competitivos no
3448 mercado consumidor.

3449 Para isso, os resíduos deverão ser devidamente classificados em: "lixo seco",
3450 englobando principalmente as embalagens pós-consumo, "lixo úmido", composto da
3451 fração orgânica, e "resíduos especiais", tais como pilhas, baterias, lâmpadas
3452 fluorescentes e outros, que não devem ser conduzidos para as mesmas destinações
3453 dos anteriores.

3454 Além das formas distintas de se apresentar cada tipo de resíduo, também deverão ser
3455 divulgadas a forma e a frequência de coleta e/ou entrega voluntária dos mesmos.

3456 Padronização da Forma de Apresentação dos Resíduos Sólidos Domiciliares


3457 pelos Munícipes e Estabelecimentos

3458 Justificativa: a forma de apresentação dos resíduos sólidos domiciliares pode variar
3459 bastante, desde as tradicionais latas de lixo não descartáveis até os contêineres para
3460 condomínios.

3461 Embora todas sejam válidas, essa multiplicação de formas pode atrapalhar o sistema
3462 de coleta domiciliar, a ponto de exigir a especialização de veículos dotados de
3463 equipamentos para içamento para atender bairros com alto grau de verticalização.

3464 Objetivo: padronizar as formas de apresentação dos resíduos, de modo a permitir a


3465 máxima flexibilização dos veículos no ato da coleta e fixar e divulgar os dias e horários
3466 específicos para as coletas domiciliar regular e seletiva porta a porta.

3467 Além de não ser conveniente que os resíduos orgânicos sejam antecipadamente
3468 apresentados, para não ficarem expostos à ação de catadores e animais, é muito
3469 importante que os munícipes tenham conhecimento da programação do recolhimento
3470 dos materiais recicláveis, cuja frequência costuma ser bem mais baixa.

3471 Planejamento e Implantação de Coleta Seletiva Domiciliar para Melhorar Índice de


3472 Reaproveitamento dos Materiais

3473 Justificativa: quando já praticada, a coleta seletiva costuma ser bastante incipiente e
3474 recolhe uma quantidade irrisória de materiais recicláveis, o que delega à coleta

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3475 domiciliar a responsabilidade pelo recolhimento da grande maioria dos resíduos


3476 gerados pelos domicílios.

3477 Porém, por exigência da nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela
3478 Lei Federal 12.305 de ago/10, somente será permitida a disposição em aterro sanitário
3479 dos resíduos não reaproveitáveis, ou seja, os rejeitos.

3480 Assim, o que era uma iniciativa voluntária passou a ser uma obrigação das
3481 municipalidades, que deverão planejar e implantar sistemas de coleta seletiva
3482 realmente amplos e eficientes.

3483 Objetivo: minimizar o volume de resíduos sólidos domiciliares que, se submetidos à


3484 triagem em sua forma bruta, devido às condições de mistura com a fração orgânica,
3485 dificultam a separação e/ou reaproveitamento.

3486 Implantar Sistema de Captação de Materiais por Meio de Novos Procedimentos

3487 Justificativa: os descartes irregulares têm maior incidência em bairros de menor renda,
3488 onde os moradores, com pouco espaço e meios para armazená-los em seus próprios
3489 domicílios, raramente têm meios de locomoção adequados para conduzi-los até os
3490 PEVs disponibilizados pelo poder público.

3491 Objetivo: maximizar a quantidade de resíduos adequadamente recolhidos, de forma a


3492 minimizar o descarte irregular nas vias públicas, terrenos baldios, drenagens e corpos
3493 d'água, integrando a população de menor renda aos programas de preservação
3494 ambiental e de higiene pública.

3495 Como ação complementar à disponibilização dos bolsões, propõe-se estudar um novo
3496 sistema de captação de materiais passíveis de reciclagem mediante de procedimentos
3497 pouco convencionais, mas que já demonstraram bons resultados em outras localidades
3498 como, por exemplo, a troca dos materiais selecionados e limpos por vales de
3499 supermercados por meio de postos volantes com datas previamente divulgadas junto à
3500 população.

3501 Efetuar Cadastro dos Carroceiros Autônomos

3502 Justificativa: os carroceiros autônomos que realizam coleta de materiais recicláveis nos
3503 municípios não costumam ser cadastrados, o que dificulta o controle de suas atividades
3504 e a aplicação de penalidades no caso de infrações.

3505 É muito comum, o carroceiro retirar dos domicílios e/ou estabelecimentos junto dos
3506 materiais que lhe interessa outros tipos de resíduos inaproveitáveis, o que o leva a
3507 descartá-los no primeiro local público ou privado que encontrar, para aliviar o peso
3508 transportado.

3509 Objetivo: cadastrar o pessoal envolvido na coleta informal, de modo a exercer um maior
3510 controle sobre as suas atividades, os tipos de materiais recolhidos e a destinação dada
3511 a eles.

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3512 Além de facilitar a identificação de infratores, por exemplo, por meio de uma
3513 identificação visível para facilitar denúncias, também será possível orientar os
3514 munícipes do que entregar aos carroceiros, sem que parte dos materiais se transforme
3515 em descartes irregulares.

3516 Outro aspecto que, se houver interesse da municipalidade, pode ser mais bem
3517 conduzido é a circulação dos carroceiros pelas vias urbanas, como a proibição e/ou
3518 limitação de horários de maior trânsito, de modo a minimizar o nível de interferência
3519 com os veículos.

3520 Portanto, neste caso, não se trata de impor imposto sobre serviços ou qualquer outra
3521 taxa aos carroceiros, mas sim, impedir que tal atividade autônoma opere de forma
3522 totalmente clandestina e sem nenhum controle da municipalidade.

3523 Disciplinar a Atuação da Coleta de Grandes Geradores

3524 Justificativa: muitas vezes, as empresas que efetuam coleta em grandes geradores
3525 dos resíduos que excedem os limites, sob responsabilidade das municipalidades, não
3526 são cadastradas e não possuem licença para exercerem suas atividades, o que
3527 dificulta a atribuição de responsabilidades no caso de infrações.

3528 Competindo com preços de mercado, as empresas inidôneas apelam para a redução
3529 de seus custos operacionais por meio da minimização das distâncias de transporte,
3530 como forma de aumentar a rentabilidade.

3531 Objetivo: inibir o descarte irregular pelos caçambeiros, devido à facilidade de


3532 identificação por selo adesivo ou outro recurso, de forma a melhorar as condições de
3533 limpeza urbana e reduzir a necessidade de alocação de recursos para o recolhimento
3534 dos materiais das vias e logradouros públicos.

3535 Uma forma bastante utilizada, e recomendada para evitar o descarte dos resíduos em
3536 qualquer lugar, é a exigência da fiscalização municipal junto ao contratante da
3537 comprovação da adequada destinação por meio de um tíquete específico emitido pela
3538 unidade receptora, municipal e/ou privada, para a empresa coletora de grandes
3539 geradores.

3540 No caso da não apresentação do tíquete para a fiscalização municipal, a autuação


3541 recai sobre o gerador, como dita a legislação federal brasileira.

3542 Aprimorar Captação e Destinação de Resíduos Volumosos e Especiais

3543 Justificativa: quando a municipalidade não disponibiliza meios para a população


3544 descartar separadamente seus resíduos volumosos e/ou especiais, eles acabam sendo
3545 apresentados juntamente com o lixo comum e/ou com entulhos.

3546 Neste último caso, muitas vezes são recolhidos e descartados pelos próprios
3547 carroceiros em locais impróprios, obrigando a um novo recolhimento pela

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RECURSOS HÍDRICOS

3548 municipalidade e impedindo seu direcionamento para destinações ambientalmente


3549 adequadas.

3550 Objetivo: evitar que resíduos volumosos e/ou especiais, particularmente aqueles
3551 compostos por materiais perigosos, sejam descartados de forma irregular e/ou
3552 cheguem a unidades de triagem e/ou aterramento misturados com os demais resíduos.

3553 Conseguindo recolhê-los por meio de um procedimento organizado, é possível


3554 encaminhar boa parte dos resíduos para reciclagem e/ou outro tipo de
3555 reaproveitamento.

3556 Reaproveitamento e/ou Tratamento

3557 Realização de Levantamento Periódico da Composição Gravimétrica do Lixo

3558 Justificativa: geralmente, não se tem o necessário conhecimento da composição dos


3559 resíduos sólidos gerados nos domicílios e estabelecimentos dos municípios, o que
3560 dificulta o acompanhamento da eficiência da separação na origem, da coleta seletiva e
3561 da avaliação da viabilidade do seu reaproveitamento.

3562 A composição gravimétrica costuma variar bastante de bairro para bairro, alterando o
3563 desempenho da coleta seletiva e de outros processos de recolhimento de materiais.

3564 Objetivo: desenvolver a caracterização dos resíduos sólidos domiciliares gerados no


3565 município, para que se possa potencializar os benefícios do reaproveitamento pela
3566 reciclagem e compostagem, além do prolongamento da vida útil da unidade de
3567 destinação final.

3568 O plano de amostragem deverá considerar padrões representativos dos diversos


3569 bairros, de forma a permitir a análise da correlação entre a composição gravimétrica e
3570 o nível de renda da população local.

3571 Os resultados deverão subsidiar o estudo de mercado para colocação dos produtos
3572 resultantes, o planejamento da ampliação da coleta seletiva e o dimensionamento dos
3573 recursos necessários para a coleta e processamento dos resíduos passíveis de
3574 reaproveitamento.

3575 A execução da caracterização gravimétrica dos resíduos deverá seguir as


3576 especificações dos órgãos ambientais, apresentadas na norma técnica pertinente.

3577 Atestar e Divulgar a Qualidade do Composto como Recondicionador de Solos

3578 Justificativa: alguns municípios promovem a compostagem da matéria orgânica


3579 proveniente do lixo, mas, por não efetuar segregação prévia dos materiais, o composto
3580 é sempre de péssima qualidade, desinteressando o mercado consumidor.

3581 Objetivo: subsidiar a decisão de investir em usina de compostagem, tendo em vista a


3582 possibilidade de arrecadação de receitas e a economia de vida útil do aterro sanitário e,
3583 se necessário, promover incentivos aos consumidores locais.
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RECURSOS HÍDRICOS

3584 A partir da forma de apresentação dos resíduos e de sua coleta em separado como
3585 "lixo seco" e "lixo úmido", é possível obter uma fração orgânica isenta de detritos
3586 indesejáveis, que submetida a um processo de compostagem bem planejado, poderá
3587 ser transformada num material de boa qualidade.

3588 A qualidade desse composto deverá ser atestada por resultados de ensaios físico-
3589 químicos e bacteriológicos, em laboratório especializado, de amostras extraídas em
3590 campo, demonstrando suas reais propriedades.

3591 Materiais similares já demonstraram que não podem ser comparados com adubos, por
3592 não apresentarem todas as propriedades destes, mas que podem ser utilizados
3593 perfeitamente como recondicionadores de solos agricultáveis.

3594 Realização de Controle Qualitativo e Quantitativo de Produtos e Rejeitos para


3595 Acompanhamento da Eficiência do Reaproveitamento

3596 Justificativa: atualmente, são poucos os municípios que realizam algum tipo de
3597 reaproveitamento de seus resíduos sólidos e quase sempre estas iniciativas têm
3598 caráter de plano piloto, o que impede que se tenham dados e estatísticas consistentes
3599 sobre a eficiência dos processos utilizados.

3600 Objetivo: implantar e operar sistema de controle qualitativo e quantitativo capaz de


3601 avaliar a eficiência das diversas fases do processo de reaproveitamento dos resíduos,
3602 indicando em quais estágios merecem ser aplicados esforços para sua melhoria.

3603 Além de proporcionar uma visão das deficiências do processo, esta proposição
3604 também visa gerar informações consistentes para demonstrar o nível de atendimento à
3605 nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, consistindo numa preciosa ferramenta
3606 para o pleito de verbas disponibilizadas pelo programa do Governo Federal associado
3607 a essa nova legislação.

3608 Estímulo ao Crescimento do Mercado de Reciclados e Composto por Meio de


3609 Incentivos (Fiscais, Tributários e Outros) às Recicladoras e aos Consumidores
3610 Locais

3611 Justificativa: embora já esteja em vigor a Lei Federal 12.305 de ago/10, o


3612 reaproveitamento dos resíduos não depende apenas de sua separação na origem da
3613 coleta seletiva e do pré-beneficiamento, mas principalmente, de existir um mercado
3614 consumidor apto a absorver a totalidade dos materiais.

3615 Objetivo: criar mecanismos institucionais capazes de estimular o crescimento do


3616 mercado de recicláveis e de composto nos diversos níveis de Governo.

3617 Como exemplo em âmbito municipal, as empresas comprovadamente envolvidas neste


3618 ramo de negócios podem ser isentadas de tributos, tais como ISS, IPTU e outros por
3619 um determinado prazo, que permita sua consolidação econômico-financeira.

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RECURSOS HÍDRICOS

3620 Estímulos semelhantes podem ser oferecidos pelos Governos Estadual e Federal, de
3621 modo a permitir que tais empresas não enfrentem dificuldades na fase inicial de
3622 implantação e início de operação, sendo que estas mesmas regras também devem
3623 valer para os consumidores comprovados desses tipos de produtos.

3624 Equacionar a Destinação dos Resíduos Especiais

3625 Justificativa: além dos chamados resíduos sólidos domiciliares, os resíduos gerados
3626 nos domicílios e grandes geradores contêm materiais, cujo reaproveitamento está
3627 vinculado a processos mais complexos e onerosos.

3628 Objetivo: equacionar a gestão desses tipos de resíduos, segundo preconiza a nova
3629 Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305 de ago/10), por meio da
3630 chamada logística reversa, que significa providenciar vias de retorno desses materiais
3631 para os próprios geradores, sejam fabricantes, distribuidores ou simplesmente
3632 vendedores.

3633 Este processo já é realizado para alguns materiais e, como exemplo, podem-se citar os
3634 pneus usados e as embalagens de óleo lubrificante, para os quais já existe o
3635 compromisso de reciclagem gradativa pelos próprios fabricantes, o que obriga os
3636 respectivos distribuidores a recebê-los de volta ao término de sua vida útil.

3637 Com relação às pilhas e baterias, a Resolução CONAMA 257/99 estabelece os limites
3638 do que pode ser descartado como lixo comum e o que deve ser recolhido
3639 separadamente e conduzido para aterros industriais de resíduos perigosos.

3640 As lâmpadas fluorescentes, por emitirem vapores de mercúrio que podem contaminar o
3641 solo e as águas subterrâneas, e serem facilmente absorvidos pelos organismos vivos
3642 por meio da cadeia alimentar, também necessitam de tratamento em unidades
3643 específicas, como por exemplo, a empresa Apliquim, localizada em Paulínia.

3644 Portanto, na regulamentação da citada legislação, deverá ficar estabelecida a forma e a


3645 responsabilidade pelo retorno desses materiais até suas origens e, enquanto isso não
3646 ocorrer, recomenda-se estocá-los de forma adequada, para que não provoquem
3647 impactos à saúde pública e ao meio ambiente.

3648 Resíduos Sólidos Inertes

3649 Minimização na Origem

3650 Promover Campanha Educativa Contra Descartes Irregulares

3651 Justificativa: normalmente, a persistência de locais com descartes irregulares


3652 demonstra que a população ainda não está devidamente conscientizada de seus
3653 malefícios.

3654 Objetivo: minimizar os impactos advindos dos descartes irregulares, solicitando a


3655 colaboração dos munícipes quanto ao descarte adequado e à identificação dos
3656 infratores.
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RECURSOS HÍDRICOS

3657 Somente com a conscientização da necessidade de preservação do meio ambiente e


3658 da qualidade de vida, a população estará preparada para entender e agir contra os
3659 descartes irregulares.

3660 Uma boa campanha educativa, dirigida principalmente para os bairros onde ocorre a
3661 maioria das infrações, voltada para a mobilização dos munícipes quanto à rejeição dos
3662 descartes irregulares, a ponto de denunciá-los à municipalidade, poderá apresentar
3663 boas condições de sucesso.

3664 Orientação para Separação dos Materiais na Origem para Melhorar a Eficiência
3665 do Reaproveitamento

3666 Justificativa: os resíduos sólidos inertes, em sua grande maioria, é composto de:
3667 entulhos de obras e, como tal, contem diversos materiais, dentre os quais, concreto,
3668 tijolos, ladrilhos, azulejos, ferragens e madeiras.

3669 Embora todos sejam de alguma forma reaproveitáveis, por sempre se encontrarem
3670 misturados, dificultam muito o processo de separação para o reaproveitamento.

3671 Objetivo: estimular a separação dos entulhos na origem, de modo a propiciar o máximo
3672 reaproveitamento pelo mínimo custo.

3673 Para que isto seja possível, o esforço de orientação deverá ser dirigido para as
3674 empreiteiras que trabalham com demolições, construções de novas obras e reformas
3675 prediais.

3676 Um estímulo governamental para aquelas que comprovarem sua adesão a este
3677 programa de separação e reaproveitamento poderá coroar os esforços despendidos.

3678 Coleta e Translado

3679 Disciplinar a Atuação das Empresas Coletoras de Entulhos

3680 Justificativa: atualmente, as empresas coletoras de entulhos que atuam no município


3681 não são credenciadas, nem têm sua frota de caminhões cadastrada e licença para
3682 exercer suas atividades, o que dificulta a atribuição de responsabilidades no caso de
3683 infrações.

3684 Objetivo: melhorar o controle sobre o sistema privado de atendimento aos grandes
3685 geradores, facilitando a denúncia anônima por meio da identificação dos equipamentos
3686 e inibindo, com isso, os descartes irregulares.

3687 Este objetivo está condicionado ao credenciamento das empresas junto à


3688 municipalidade local, ao cadastramento dos veículos coletores e à emissão de licença
3689 para o exercício de suas atividades dentro dos limites municipais.

3690 Diferentemente dos carroceiros, os veículos destas empresas podem ser mobilizados
3691 para atuar também em outras localidades, não cabe a identificação por meio de
3692 adesivos e as denúncias anônimas deverão se referir ao número do registro da placa.
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RECURSOS HÍDRICOS

3693 Padronização das Informações Impressas nas Caçambas Estacionárias para


3694 Identificação das Empresas Responsáveis

3695 Justificativa: muitas vezes, os infratores pelo descarte irregular são flagrados em ação,
3696 mas não podem ser denunciados por falta de identificação.

3697 Objetivo: permitir a identificação dos responsáveis pela coleta e transporte das
3698 caçambas, por meio de inscrições padronizadas nos veículos transportadores e nas
3699 próprias caçambas.

3700 Essas inscrições devem ser compatíveis com os dados fornecidos para o
3701 cadastramento da empresa e obtenção da licença de operação pela municipalidade
3702 local.

3703 Reforçar Fiscalização e Denúncia Anônima de Descartes Irregulares

3704 Justificativa: embora costumem ser conhecidos e, às vezes, até mapeados os locais de
3705 maior incidência de descartes irregulares, sua persistência demonstra que o atual
3706 sistema de fiscalização não é suficiente para evitar essa atividade clandestina.

3707 Objetivo: o reforço da fiscalização e a implantação de sistema de denúncia anônima


3708 visam inibir o descarte irregular, melhorando as condições de limpeza urbana e
3709 reduzindo a necessidade de alocação de recursos para o recolhimento dos materiais
3710 das vias e logradouros públicos.

3711 Reaproveitamento

3712 Estímulo ao Crescimento do Mercado de Inertes Reciclados por Meio de


3713 Incentivos (Fiscais, Tributários e Outros) às Recicladoras e aos Consumidores
3714 Locais

3715 Justificativa: o reaproveitamento dos resíduos inertes não depende apenas de sua
3716 adequada triagem e britagem, mas principalmente, de existir um mercado consumidor
3717 apto a absorver a totalidade desses materiais.

3718 Objetivo: criar mecanismos institucionais capazes de estimular o crescimento do


3719 mercado de inertes reciclados nos diversos níveis de Governo.

3720 Como exemplo na esfera municipal, as empresas comprovadamente envolvidas neste


3721 ramo de negócio podem ser isentadas de tributos, tais como ISS, IPTU e outros por um
3722 determinado prazo, que permita sua consolidação econômico-financeira.

3723 Estímulos semelhantes podem ser oferecidos pelos Governos Estadual e Federal, de
3724 modo a permitir que tais empresas não enfrentem dificuldades na fase inicial de
3725 implantação e início de operação, sendo que estas mesmas regras também devem
3726 valer para os comprovadamente consumidores desses tipos de produtos.

3727

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SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

3728 Resíduos de Serviços de Saúde

3729 Minimização na Origem


3730 Avaliar Separação e Apresentação dos RSS na Origem
3731 Justificativa: apesar de alguns estabelecimentos de serviços de saúde já
3732 providenciarem a separação na origem e a adequada apresentação de seus resíduos
3733 sépticos, as unidades de tratamento ainda recebem muito lixo que não necessitaria
3734 desse tratamento mais radical e oneroso.
3735 Esse incremento de resíduos, originalmente não patogênicos, acaba contaminado
3736 pelos resíduos sépticos, aumentando desnecessariamente o volume a ser tratado e,
3737 consequentemente, maximizando os custos decorrentes.
3738 Objetivo: minimizar a quantidade gerada de resíduos sépticos, reduzindo os custos
3739 operacionais.
3740 Tratamento
3741 Acompanhamento pelo Município Gerador Sobre o Manejo de Seus Resíduos
3742 Desde a Coleta Até o Tratamento dos Resíduos
3743 Justificativa: muitos municípios consideram, que uma vez contratada uma empresa
3744 para tratar de seus resíduos de serviços de saúde, deixam de ser responsáveis pela
3745 gestão dos mesmos.
3746 Porém, na legislação brasileira, o gerador permanece como corresponsável pelos
3747 mesmos após sua inertização por micro-ondas ou autoclave e/ou sua destruição por
3748 incineração, até sua destinação final.
3749 Objetivo: orientar os municípios a acompanharem o processo de gestão de seus
3750 resíduos de serviços de saúde, desde a coleta até o seu tratamento, mediante
3751 solicitação de cópia do Certificado de Destinação de Resíduos Industriais – CADRI e
3752 da Licença de Operação – LO da unidade de tratamento dos resíduos.
3753 Disposição Final
3754 Acompanhamento pelo Município Gerador Sobre o Manejo de Seus Resíduos até
3755 a Disposição Final dos Rejeitos Pós-tratamento
3756 Justificativa: conforme já comentado em item anterior, muitos municípios consideram
3757 que deixam de ser responsáveis pela gestão de seus resíduos de serviços de saúde,
3758 após a contratação de uma empresa para assumi-la.
3759 Porém, conforme a legislação brasileira, o gerador permanece como corresponsável
3760 pelos mesmos até sua destinação final.
3761 Objetivo: orientar os municípios a acompanharem o processo de gestão de seus
3762 resíduos de serviços de saúde, até a disposição final em aterro sanitário, do produto
3763 pós-inertização ou das cinzas decorrentes de sua incineração, mediante solicitação de
3764 cópia do Certificado de Destinação de Resíduos Industriais – CADRI e da Licença de
3765 Operação – LO do aterro sanitário.
3766

171
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

3767 10. ANEXOS

3768 10.1. ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL

3769 10.2. ANEXO Ii – MODELAGEM HIDROLÓGICA

172
SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

10.1. ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL


SECRETARIA DESANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

10.2. ANEXO II – MODELAGEM HIDROLÓGICA

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