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O livro discute como novas coisas surgem a partir de outras coisas já existentes, explorando este tema em diversas áreas do conhecimento ao longo de 380 páginas. O autor defende que a criatividade requer conhecimento de metodologias e experiências prévias, e não deve ser mera improvisação. Ele também destaca a importância de considerar todos os sentidos humanos na criação de objetos, tendo criado um conjunto de "pré-livros" sensorialmente ricos para estimular crianças pequenas.
O livro discute como novas coisas surgem a partir de outras coisas já existentes, explorando este tema em diversas áreas do conhecimento ao longo de 380 páginas. O autor defende que a criatividade requer conhecimento de metodologias e experiências prévias, e não deve ser mera improvisação. Ele também destaca a importância de considerar todos os sentidos humanos na criação de objetos, tendo criado um conjunto de "pré-livros" sensorialmente ricos para estimular crianças pequenas.
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O livro discute como novas coisas surgem a partir de outras coisas já existentes, explorando este tema em diversas áreas do conhecimento ao longo de 380 páginas. O autor defende que a criatividade requer conhecimento de metodologias e experiências prévias, e não deve ser mera improvisação. Ele também destaca a importância de considerar todos os sentidos humanos na criação de objetos, tendo criado um conjunto de "pré-livros" sensorialmente ricos para estimular crianças pequenas.
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Las co|sas oascoo co|sas |J|4||. 5|uoO. ScO |cu|O. |c|||os |Oo|es. 1998. 380c.j Joseane Maria Parice Bufalo * Trata-se de um livro escrito por um artista plstico. uma obra dedicada especialmente aos designers 1 , no entanto, a maneira como o autor trabalha o tema estabelece um dilogo com os leitores de muitos campos do conhecimento. Sua leitura peculiar, pois tem uma organizao inovadora entre os seus con- tedos e o modo como so apresentados. Com formatos de letras em vrios tama- nhos, em vrios sentidos, e no obrigatoriamente como no cdigo de leitura oci- dental que se dispe da esquerda para a direita. Alm de muitas imagens em fotos, em desenhos tcnicos de projetos, fotomontagens, desenhos artsticos, imagens de sistema grfico de comunicao visual e esquemas. Dizendo assim, pode at parecer um receiturio ou um manual, mas no se trata disso, e sim, de um texto que nos leva a rememorar conhecimentos e a construir outros. Ao trabalhar desta maneira, o autor polariza com o nosso olhar treinado para as formas bidimensionais, que compe o universo da leitura e da escrita e prope um rompimento nessa forma de as pessoas verem o mundo, no sentido de enxer- garem dimenses novas, ou por vezes esquecidas, ou ainda no utilizadas nas cons- trues de projetos. O pano de fundo que permeia esta obra a questo da metodologia de proje- tos. E Munari aborda este assunto afirmando que necessrio ter conhecimentos sobre metodologia, enfatizando tambm, e no apenas, a utilizao da criatividade na construo de um objeto. Mas que ela no deva ser uma improvisao sem mtodo. Como parte desta metodologia, o autor debate nos diferentes campos do co- nhecimento com temas tais como: culinria, mobilirio, espaos pblicos e priva- dos, objetos de trabalho, objetos de decorao, brinquedos, jogos, livros, veculos, ruas e imagens em geral. |o|ossoa oo coc|o oa ooo ooo|c|a| oo Cao|oas o oootoaooa oa ||/|o|cao. ,obo|a|o_|.coo.b +. Lo||o|lo oo o|o aoto: aa Mooa|, o vooaoo|o oos|oo o caaz oo o,ota ob,otos coo |ooos oocossa|as, o ooo as ossoas ooo|ao cooa oooo slo boo o,otaoos. 29O |o-|os|os, v. +, o. + +9) - ,ao./ab. 2OO6 Assim, o assunto que apresentado neste livro bastante complexo; o autor o desenvolve em 380 pginas para dizer o que se poderia entender como bvio: As coisas nascem de outras coisas. Sim lgico! Mas no , pois o autor tem que expli- car isto atravs de diversas reas do conhecimento e de muitas atuaes profissio- nais. Munari ento, vai desenvolvendo suas idias a partir do seguinte pressuposto: quando se formula algo, ele nasce, por assim dizer, de objetos e de conhecimentos que j existem na trajetria da humanidade. um conhecimento coletivo que move as pessoas, mesmo que elas no se dem conta de tal perspectiva. Deste modo, o autor enfatiza no trabalho, como um todo, que necessrio humanizar as coisas e no coisificar a humanidade. Em um dos captulos deste livro, ele fundamenta essas idias, justificando que o responsvel pelo projeto deve considerar todos os sentidos: Uma coisa que aprendi no Japo justamente esse aspecto de projetar que leva em conta todos os sentidos do observa- dor, pois quando ele se encontra perante o objeto ou o expe- rimenta, sente-o com todos os sentidos (p.373). Isto remete ao texto de Pasolini 2 Gennariello: a linguagem pedaggica das coisas, em que este faz toda uma argumentao sobre a influncia visual das coisas na formao das pessoas. Com as coisas aprende-se o autoritarismo e a represso. Pois no h dilogo, a relao inarticulada, fixa, incontestvel. Por isso, os dois autores, Munari e Pasolini, enfocam a necessidade de se trans- por a naturalidade apresentada pelas coisas, chamando a ateno para o modo como as pessoas so educadas pelo mundo em que vivem. Munari tambm chama a ateno para a necessidade de se ter conhecimentos especficos para as construes dos objetos, e exemplifico aqui com um dos temas trabalhados nesta obra: livros para as crianas que ainda no lem. Ele fala sobre as crianas, em especial as bem pequenas, e a partir de pesquisas cientficas sobre elas, que constri uma novidade para estas pessoas: os pr-livros. Os pr-livros compem uma coletnea de 12 livros em que todos tm o mes- mo tamanho e formato, como os volumes de uma enciclopdia que contm todo o saber ou, pelo menos, muitas e diferentes informaes (p.223-224). No entan- to, a grande riqueza dessa coleo que um livro diferente do outro, eles apre- sentam sensaes tteis, trmicas, sonoras, olfativas. Assim, estes pr-livros tm texturas, movimentos, cores, narrativas, sons e temperaturas. As mensagens destes livros so diferentes umas das outras: histrias a serem inventadas, histria natu- ral, geometria, ou ainda, um truque de mgica e uma fico cientfica. 2. |/SC|l|l, |. |. Js ,c.cs c'zcs. Slo |ao|o: 3as|||ooso, +99O. 29+ |o-|os|os, v. +, o. + +9) - ,ao./ab. 2OO6 O autor narra que ao deparar-se com o tema livro para as crianas bem peque- nas, verificou, atravs de pesquisas, que oferecer livros para esse pblico muito importante e diferente do que fazer um livro para quem j domina as letras, e que, para formular tais produtos, preciso fazer um levantamento de materiais disponveis no mercado. Assim, a partir de livros j existentes na sociedade, que valorizam quem domi- na o cdigo escrito e da composio de diversos materiais, elaboraram-se obras para as crianas verem. Mas pensar em elaborar um livro, por exemplo, para uma criana que ainda no l? Por que faz-lo, se os livros so para serem lidos? A que est, existem pessoas de pouca idade que ainda no tm essa dimenso, mas tm milhares de outras que so prprias das crianas e que os adultos podem no se dar conta. Eis alguns comentrios sobre os pr-livros: Um livro transparente. Quando fechado, v-se uma peque- na coroa de bolinhas amarelas; quando se abre, a pequena coroa decompe-se, as bolinhas separam-se e voam. Quan- do se fecha o livro reaparece a pequena coroa amarela. Um truque de mgica? (p.224). Um outro ponto fundamental deste livro Das coisas nascem coisas a questo da leitura de imagens. Isso uma discusso que o autor aborda o tempo todo. necessrio observar o que j existe no mundo para irmos alm dele. Pois para conseguir saber que de uma coisa possvel ver que nasce outra e qual esse percurso e o seu produto, necessrio um refinamento do olhar sobre vrios aspectos tericos e sob diversas perspectivas. Assim, ao destacar a explorao dos sentidos como aspecto fundamental da criao humana, Munari encerra o livro fazendo a seguinte observao: Se projetarmos algo que tenha tambm um bom sentido t- til, as pessoas sem perceber voltaro a usar aquele que um dos sentidos mais acurados. Se, alm disso, levarmos em conta os outros sentidos, as pessoas pouco a pouco iro se habituar experincia de que existem receptores sensoriais para co- nhecer o mundo em que vivemos. As crianas sabem disso bem e seu conhecimento inicial do mundo sensorial global. Tambm por essa razo projetei os pr-livros, para as crianas que ainda no sabem ler, mas que esto conhecendo o mundo com todos os sentidos, enquan- to os adultos esqueceram para que servem. (p. 374-375). a partir deste referencial, ou seja, atravs das sensaes e percepes que os sentidos impulsionam, que o autor prope a leitura do mundo. E nos faz exercitar 292 |o-|os|os, v. +, o. + +9) - ,ao./ab. 2OO6 o olhar para uma criatividade, que integra os elementos da natureza e as tecnologias nos tempos e nos espaos cotidianos. O que pode nos levar para alm da reprodu- o, exercitando a criao. Recebido em 20 de outubro de 2005 e aprovado em 03 de novembro de 2005.