Вы находитесь на странице: 1из 2

ADIVINHAÇÕES DE SÃO JOÃO

O Barão de Studart reuniu uma série de adivinhações feitas na noite de São João, noite
de 23 de junho (Antologia do folclore brasileiro, 301–303):

1. "Em noite de São João, passa-se um ramo de manjericão na fogueira e atira-se ao


telhado; se na manhã seguinte o manjericão ainda está verde , o casamento é com moço.
Se murcha , é com velho." É reminiscência de tradição já antiga no tempo de Cristo. O
evangelho apócrifo de São José registra o episódio da escolha do ancião para esposo da
Virgem Maria. Doze velhos conduziram para o templo de lírios, símbolo da vida casta. O
enverdecimento vegetal ocorre sempre como símbolo as existência humana. Nas árvores
que representam os heróis nos contos populares há o emurchecimento, quando o
representado está morto ou em perigo de morte.

2. "Em Noite de São João faz-se pirão em três porções e se coloca uma na porta da rua,
outra sob o leito e a terceira na porta do quintal; se for encontrado o caroço de milho na
porta da rua, é sinal de próximo casamento, se sob o leito, o casamento é demorado, se
na porta do quintal, não há possibilidade de casamento". Na versão que conheço, a
porção que angura casamento imediato é a sob o leito.

3. "Em noite de São João , introduz-se numa bananeira uma faca, que ainda não tenha
servido; no dia seguinte aparecerá na faca a inicial da noiva ou do noivo."

4. "Em noite de São João põe-se uma bacia ou tigela com água, e olha-se para dentro; se
não houver visto a figura , é que se morrerá neste mesmo ano. Outros fazem a
experiência olhando para o fundo de uma cacimba." É a representação do reflexo como
alter ego, o duplo, a projeção da individualidade; seu desaparecimento importa na morte.

5. "Na noite de São João duas agulhas metidas na bacia d’água indicam casamento se as
agulha se ajuntarem."

6. "Em noite de São João , escrevem em papelitos os nomes de várias pessoas,


enrolando-se os papelitos, e se põem numa vasilha com água; o papel que amanhecer
desenrolado indicará o nome da noiva ou noivo". Era o oráculo das Pálices, com o templo
em Palica na Sicília perto de uma fonte sulfurosa. Os papéis sobrenadavam ou iam ao
fundo, ficavam abertos ou fechados, conforme o pedido do consulente. Os gêmeos Pálices
eram filhos de Júpiter e de Talia.

7. "Em noite de São João enche-se a boca de água e fica-se detrás da porta da rua. O
primeiro nome que se ouvir é o do noivo ou da noiva." É a tradição das vozes, que
herdamos de Portugal vestígios das consultas ao deus Hermes no templo da Acaica. Das
vozes em Portugal, Rodney Gallop registrou uma versão comuníssima no Brasil (Portugal,
75).

8. "Em noite de São João, tomam-se três pratos, um sem água, outro com água limpa, e
outro com água suja: quem faz a experiência aproxima-se com os olhos vendados e põe a
mão sobre um deles; o prato sem água não dá casamento, o de água suja indica que o
casamento será com um viúvo, e o de água limpa, com solteiro."

9. "Em noite de São João o experimentador, tendo jejuado no dia, escolhe bocados de
cada prato das refeições e guarda-os; à noite prepara uma mesa no quarto de dormir e
guarnece-a dos bocados guardados, como se esperasse algum conviva, dorme, e em
sonhos vê o noivo ou a noiva assentar-se à mesa." P. Saintyves (Les Contes de Perrault,
11-18) dá vários exemplos dessa tradição na França, Alemanha, Itália. Na Rússia dizia-se
gadanié, na França La Noufvaine de la Chandeleur. Grimm escrevera: "C’est une croyance
preque générale que la veille de la Saint André (30 novembre), de Noel ou du Nouvel na,
les filles peuvent invirter et voir leurs amants futurs." A cerimônia originar-se-a das
refeições fúnebres, repastos dedicados aos mortos (ausentes). Nos candomblés os orixás
servem-se invisivelmente, de alimentos privativos para cada um deles.

10. "Em noite de São João, põe-se uma moeda de vintém na fogueira e atira-se para dá-
la no dia seguinte, ao primeiro pobre que aparecer: o nome do pobre é o nome do noivo."

11. "Em noite de São João dão-se nós nas quatro pontas do lençol tendo-se previamente
escrito nelas os nomes de quatro pessoas queridas, mas os nós, sendo bem frouxosão ao
amanhecer o nó que estiver desmanchado indicará o nome do futuro esposo ou esposa."
Liga-se ao 6º oráculo dos Pálices.

12. "Em noite se S. João põe-se um pouco de clara de ovo num copo contendo água; no
dia seguinte aparece uma igreja (casamento) ou um navio (viagem próxima), etc., etc."
Em Portugal, ao pôr-se a clara no copo, diz-se: São João de Deus amado/ São João de
Deus querido/ deparai-me a minha sorte/ neste copinho de vidro.

13. "Em noite de São João passa-se sobre a fogueira um copo contendo água, mete-se no
copo sem que atinja a água um anel de aliança preso por um fio, e fica-se a segurar no
fio: tanto são as pancadas dadas pelo anel nas paredes do copo quantos os anos que o
experimentador terá de esperar por casamento." Alberto Faria (Revista da Academia
Brasileira de Letras, 140, 393-394) cita Amiano Marcelino que narrou o processo
adivinhatório dos astrólogos Hilócrio e Patrício usado para saber o nome do sucessor do
imperador valente (328-378). Sobre uma vasilha redonda gravaram as letras do alfabeto
e um anel preso a um fio ficou oscilando e tocando sucessivamente nos sinais. Resultou
Theod e Valente mandou matar quem tivesse o nome começando por estas letras.

14. "Para uma pessoa saber se está próximo a se casar, planta, três dias antes de São
João, três cabeças de alho; quantas cabeças de alho apareceram nascendo, no dia de São
João, tantos serão os anos de espera do casamento; se nenhuma aparecer é que a pessoa
não casará."

15. "Quem, na noite de São João, tirar numa pimenteira uma pimenta verde, casará com
moço se encarnada casará com velho." A ligação do santo com os cultos agrários, visível
pela insistência no desabrochar de flores, acresce a idéia de matrimônio, de união carnal.

Вам также может понравиться