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7O morto qualquer
Não encontra abrigo
Nestas palavras que correm
Como um rio seco.
O morto é o morto
Na indiferente substância
As plantas carnívoras
E as cabeças cortadas pela manhã.
O morto é o morto
Estendido como uma toalha de mesa ensangüentada
Ela agora se ergue gigantesca
Tomando as paredes da alma.
O morto é o morto
Tão frio como tudo aquilo que é frio
Duro e inflexível como as rochas
Daquela praia distante.
O morto é o morto
E a morte é a morte
Este sempre rubro que incendeia
O além de almas atormentadas.
Ode Carcomida
Morrer é simples
Uma ou duas rugas
O espelho pela manhã
Talvez um corte mínimo no dedo
A cabeça decapitada por um carrasco indiferente.
Morrer é simples
Como quem diz o não dito em tom algum
Para longe onde não mais haja
O rigor da sintaxe que se ergue
Intransponível como este muro em minha alma
Lacerada pelo assombro das horas vãs.