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lempo Social; Rev. Sociol. USP, 8, Paulo, (2): 147-168, outubro de 1996. Trabalho e valor YVES SCHWARTZ RESUNO: As mudangas aivais no “mundo do trabalho" presentes também LINITERMOS Bara alér go espag0 fabri colocam interogag6es, © valor mercant o_o, trabalho € 0 ponto de partida mas n&o 0 unico para o entendimento de —Y#!eres mercantis, h valores ndc-mercantis, questdes como “centralidade" ou no do trabalho, redugao ou partilna do modernidad “rabalho" ¢ incenezas para a vida dos sujeltos trazidas por esias mudangas. “usos dramaticos Afinal, 0 que € 0 trabalho? Em que se constitui 0 valor? E considerando 0 desi", barreiras, trabalho como uma realidade complexa que se poderé meihor compreender circulagées, Os “cramaticos uso de si" nas diversas situagSes sociais ce trabaino que Seiten também s&o universos de valores, bem como apreender a existéncia de circulagdes = barreiras entre o trabatho mercaniil e outras formas de atividades. Isto permitiré que o politico seja tide como ago @ néo suomissao visto No haver forma canénica que representaria a exceléncia. as virtudes mesmas “do traball rata-se aqui de interrogar-se sobre o valor de mercado do trabalho? = Em parte, sem diivida. Mas nao diretamente isto, nem somente isto Pois abordar o trabalho unicamente a partir de seu estatuto de mercadoria, como este segmento da vida humana que é trocada por dinheiro, no é uma maneiraclara e fecunda de entrarno debate atual sobreo 5, oe “valor do trabalho” letania Crise ov travail, ace . Ja société salané Enquanto nos decénios precedentes esta forma do trabalho como mer- question. Gertimane cadoria foi relativamente estavel, aceitou-se mais ou menos como evidente Gedido pela Eations La ee a ispute. uma equivaléncia intuitiva entre, de um lado, 0 “trabalho”, e, de outro, um empre- e 80 remunerado, enquadrado por estatutos, convengGes, lugares identificadosde gy, eer negociagao ou de antagonismos a respeito dos termos desta troca. Universciade de Provence 147 148 Mas, de uns quinze anos para cé, 0s contomos desta equivaléncia se desagregam.¢ as referéncias se confundéin: nao ha mais-cantetido de atividade dominante (observe-se a ascensao em marcha dos" servigos", noc gue gbarca tudo). A forma salarial ¢ a grande empresa concentrada estao decrescendo”em relagao as dispersdes em pequenas unidades, aos deslocamentos, & ascensao do trabalho dito “independente”. As formas taylorianas do governo do trabalho tém tendéncia & declinar onde foram experimentadas hd alguns decénios, Mas isto nao cria novas homogeneidades Com efeito, estas formas podem insinuar-se em outros setores. E, de outro lado, as politicas hibridas que as sucedem no apresentam tendéncias clarase univocas. Elas autorizam um “jogo de ping-pong” indefinido entre aqueles que chamam a atengao sobre as verdadeiras mudangas no uso das atividades humanas ¢ aqueles que so, ndo sem razéo também, sensiveis ao retomno, se ‘nao do mesmo, até do pior (por meio dos reprocessamentos miltiplos e pela intensificaco de gestbes industriosas). Tempos de atividade, de estagios, de formasio, se misturam, assim como se misturam também o piiblico ¢ 0 privado. As temporalidades circunscritas, os lugares privilegiados, os quadros juridicos do trabalho —cf. a proliferagao dos contratos ditos “atipicos” —tomaram-se instéveis e complicam muito aquilo que se pode considerar o nosso conceito de “trabalho”. . A ascensao do desemprego na Europa, sobretudo, o leque continuo de situagdes entre o C.D. ¢ o desemprego dao um contomo crucial a esta nova perplexidade. Com esta diversificagao e esta exclusio em massa de Populagées situadas em setores urbanos desfavorecidos. doravante é compartilhada a consciéncia de um risco maior para nossas sociedades. Ea partir daf que surge hoje a questio do valor do trabalho. Nesta situagio indecisa e degradada. serdi preciso fazer tudo para voltar d situagdo anterior ~na qual nao havia muitas dividas sobre 0 que era “o trabalho” ~ ow em a modernidade nos da sinais sobre outras formas aceitdveis de vida social? Dai a interrogaciio: “o trabalho tem um vaior?”, e suas derivadas Manutenc3o ou perda da “centralidade” do trabalho. redugio ou divisfio do “trabalho” etc. Mas podemos nos satisfazer com esta incerteza? O que é este “trabalho”, cujo valor é discutido hoje? O que é que se pensava, o que é que se pensa desta nocdo? Pode-se inscrever projetos na vida de nossos Contemporaneos com intuigdes vagas que, sem grande rigor, associam 0 trabalho acontetidos de atividade, a remuneragao, ao regime de salérios, aum estatuto ou um contrato de troca de prestagdes de servigo, a uma simples ocupagio de lugar num conjunto social? A resposta muito simples, politica voluntarista ou iluséria, Ba - 0 que € que constitui “valor” no trabalho? O que seria essencial, © cuja auséncia teria pesadas consequéncias, tanto para o individuo quanto Para o social? Ou entio, o que é que, equivocadamente, teria sido considerado como essencial e que nao mereceria mais sé-lo (tema da obsolescéncia do "SCHWARTZ, Yes, Trabalho e valor. Tempo Social Rew. Sociol, USP. $, Paulo, 8(2|: 147-158, outubro de 1996, “valor trabalho”)? Responder em poucas palavras a estas questées suporia uma Gefinigao clara do trabalho. Ora, do meu ponto de vista, esta definigdo é impossivel Sio testemunho disto, por exemplo, os confflitos entre especialistas Para datar a emergéncia do trabalho. Se interrogamos o historiador da ré-histéria, o trabalho, constitutivo da humanidade e portanto de seus valores Benéricos, comesou hé 2,5 milh6es de anos com a fabricagao em série, pelo : ; homo habilis, de um instrumental que transformou, para esta nova espécie biolégica, a significacao ¢ as exigéncias do que é 0 viver. E creio que o efgonomista que hoje sabe revelar, sob a marca taylorista aparentemente mais apetitiva e mais rigida, as mbltiplas micro-variabilidades e as estratégias de Sesto ajustadas a estas variabilidades, nao se sentiria tanto em pais estranho 20 analisar os tracos atualmente disponiveis da industria paleolitica Mas outros dirdo, no sem excelentes razdes, que o trabalho foi inventado no oriente médio entre 9000 a.C. e 8000 a.C., pelas primeiras Sociedades agricolas, organizando seus ciclos sociais, seu habitat, sua vida comum, em tomo das exigéncias daproduedo (Revolugio neolitica). Enfim, Sconomistas, sociélogos, historiadores reinvidicardo a generalizacao do regime de salatios (no século XIX, inicio do XX) para aconstrugio de um conceito Sbvio de trabalho: o tempo dedicado para o trabalho tracaria uma clara linha Ge demarcacao entre “trabalho” e “nao-trabalho”, entre a esfera do tempo “puiblico” e a esfera do tempo “privado” ou do tempo para si mesmo, € abriria © campo para os modelos de quantificagao e de medida do “valor” trabalho Outro indice desta situagio de indefinieo no pensamento sobre 0 trabalho: este laco. que julgo um tanto surpreendente, e além disto ulilizado duas vezes, entre a angustia ea invencao do trabalho. Assim, um dos grandes Especialistas franceses do neolitico, Jacques Cauvin, constatando a impoténcia Gas explicacées ditas “materialistas” para dar conta da ruptura prodigiosa do neolitico. 4 qual me referi acima, pensa que esta invenco do trabalho “oefeito compensatério de uma mal-estar existencial nunca experimentado”, As primeiras deusas-maes, as primeiras figuras que oravam levantando seus bragos para o céu, ao instaurar uma “topologia vertical”, assinalariam odesejo de transformar um “estado inicial de anguistia” (Cauvin, 1994, p, 100-101). que nfo nos enganemos; foi de uma vez por todas que se determinaram ai a humanidade e seus valores “E na revolugéo neolitica que se enraiza o estado presente da espécie humana |...] em sua prépria cultura e em suas estruturas mentais” (Cauvin, 1994, p. 13). Por esta razao, fica-se surpreso ao ver, soba: pluma de um ensafsta, num livro recente, (Dominique Meda) a mesmamaneira de imputar as tensdes Psfquicas ¢ ao “grande medo” existencial o investimento sobre e a centralidade do trabalho. 149

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