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Do Sul
ANA CRISTINA
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Este trabalho tem como finalidade a obtenção parcial de nota da
disciplina de História ministrada pelo professor João Ribeiro do ano
de 2008.
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Paiaguás
ÍNDIOS GUAICURUS
Os guaicurus foram célebres cavaleiros que habitaram a região sul do Mato Grosso do Sul.
Eram ainda aguerridos dominadores dos campos e das vias navegáveis, sendo portanto, ao
mesmo tempos, hábeis canoeiros, como exímios cavaleiros.
Habitavam uma região somente enquanto houvesse caça em abundância. Desde que essa tornar-
se escassa, mudavam de residência, removendo com facilidade as esteiras que lhes serviam de
tendas. Eles foram os primeiros índios a terem contato com os espanhóis em 1535. Esse contato
e o conhecimento do cavalo (trazido pelos espanhóis), modificou todos os hábitos desse povo.
Ao contrário dos outros índios os guaicurus não ofendiam nem matavam as mulheres inimigas
que caiam prisioneiras e não agrediam as suas companheiras. Cada guerreiro deveria viver
sempre com uma única mulher, podendo, porém, trocá-la quantas vezes quisesse.
Para um guaicuru ser admitido como guerreiro, deveria dar uma prova de seu valor, resistindo
à dor. Para isso espetavam-no nas regiões mais delicadas. Todos os homens andavam nus e as
mulheres, usavam da cintura para baixo, uma tanga de peles e, para cima, pintavam-se como os
homens. Era o corte do cabelo que distinguia a classe dos guerreiros. Os jovens, traziam, à
cabeça, uma rede.
Assim, os índios Guaicuru estavam como que propensos a entrarem para a história não só por
sua própria constituição física, que maravilhou a quantos europeus os observavam na plenitude
do seu desempenho. Eles são descritos como guerreiros agigantados, muitíssimo bem
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proporcionados, que, nos diz, “duvido que haja na Europa povo algum que, em tantos e tantos,
possa comparar-se com estes bárbaros.
Guatós
Povo de lingua do tronco Macro-Jê. Foi considerado extinto por 40 anos, até que,
em 1977, foi reconhecido um grupo Guató na ilha Bela Vista do Norte. Vive no
Pantanal Mato-Grossense e disperso ao longo dos rios do médio e alto Paraguai,
São Lourenço e Capivara, no município de Corumbá (MS). Segundo a Funai, em
1989 eram 382 índios.
Kadiwéu
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de diversos outros povos indígenas, sobretudo aos Xamakôko, habitantes de
território paraguaio, sua mais importante fonte. Também fizeram cativos aos
brancos, portugueses ou espanhóis, brasileiros ou paraguaios, conforme registrou
a crônica histórica e a memória Kadiwéu. Os Mbayá mantiveram ainda uma
outra qualidade de relação, aquela que estabeleceram com os Terena (um
subgrupo dos então chamados Guaná ou Txané), sociedade também dividida em
estratos. Consentiam o casamento entre seus nobres e as mulheres de alta estirpe
Terena, adquirindo, por meio deste, o direito sobre as prestações de serviço,
sobretudo produtos agrícolas, advindos da produção deste último povo.
Na Guerra do Paraguai, escolheram lutar pelo Brasil, razão pela qual tiveram
suas terras reconhecidas, embora até hoje não estejam inteiramente garantidas.
A adoção de um vestuário "country" pelos homens Kadiwéu da atualidade revela
seu apego a um modo de vida apoiado no uso e criação de cavalos, de que ainda
mantêm rebanhos, embora bem menores que os do passado.
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freqüentemente famílias nucleares, dispostas em geral por grupos de parentes e obedecendo
preferencialmente uma regra matrilocal. São muito freqüentes os casamentos com os Terena.
Nessa época, apenas na aldeia Bodoquena, em 28 famílias nucleares um dos cônjuges era
Terena. Isto sem mencionar os que têm ancestrais desta última etnia.
As decisões políticas e de interesse geral do grupo estão fortemente centralizadas na figura do
capitão e seus assessores. O direito de chefia é hereditário. Hoje, tal direito é reconhecido como
"naturalmente" pertencente ao bisneto primogênito do Capitãozinho, um venerável líder do
passado. Contudo, as regras se flexibilizaram no sentido do sufrágio, no que diz respeito à
chefia. Os capitães, termo com que se referem ao chefe ou "cacique", atualmente são escolhidos
dentro do grupo e, no transcurso da sua história recente, vários capitães se sucederam em curtos
períodos. Estes nem sempre pertencem a "famílias de capitães" e, quando não pertencem, sua
posição política não altera seu status social. O capitão é assessorado por um conselho,
composto sobretudo por homens mais velhos e experientes. Cabe notar, entretanto, que é
igualmente forte o papel político de líderes jovens, que alcançaram prestígio sobretudo devido
ao seu grau de instrução (alguns deles possuem até o 2° grau escolar) e seu domínio da língua
portuguesa, muito útil nas negociações externas.
Arte. Os finos desenhos corporais realizados pelos Kadiwéu constituem-se em uma forma
notável da expressão de sua arte. Hábeis desenhistas estampam rostos com desenhos
minuciosos e simétricos, traçados com a tinta obtida da mistura de suco de jenipapo com pó de
carvão, aplicada com uma fina lasca de madeira ou taquara. No passado, a pintura corporal
marcava a diferença entre nobres, guerreiros e cativos.
As mulheres Kadiwéu produzem, igualmente, belas peças de cerâmica: vasos de diversos
tamanho e formato, pratos também de diversos tamanhos e profundidade, animais, enfeites de
parede, entre outras peças criativas. Decoram-nas com padrões que lhes são distintos, que segue
a um repertório rico, mas fixo, de formas preenchidas com variadas cores. A matéria-prima de
seu trabalho encontram-na em barreiros especiais, que contêm o barro da consistência e
tonalidade ideais para a cerâmica durável. Os pigmentos para sua pintura são conseguidos de
areias dos mais variados tons, alguns dos detalhes sendo envernizados com a resina do pau-
santo.
Podemos também ver a arte Kadiwéu expressa nos cânticos das mulheres velhas, nas músicas
dos tocadores de flauta e tambor, e nas danças coletivas. Ritos. O indivíduo Kadiwéu recebe
um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos
funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal
de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o
funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente
próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo
e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente
adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e
se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de
consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra
traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os
quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os
descendentes de dois imedi seriam imedi entre si.
Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de
iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a
uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta
menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas
(o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher
da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão
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assimiladas pela menina.
O Navio, ou Etogo, é o ritual que os Kadiwéu consideram a expressão mais visível de sua
alteridade, pois, como dizem, é o que melhor mostra que eles são "índios mesmo". Realizado
em 1992, havia pelo menos cinqüenta anos que não vinha sendo encenado e não voltou a ser
repetido após essa data. A motivação imediata para a sua realização foi a necessidade de
mostrar a brancos, seus convidados, o ritual mais expressivo de sua identidade.
O Navio é um longo ritual. Faz referência à Guerra do Paraguai, notada, entre outros aspectos,
pela afixação, a cada lado da entrada do navio de tabocas que construíram para ser o espaço
ritual, de bandeiras estilizadas do Brasil e do Paraguai. O Navio mimetiza um navio de guerra,
tal como os que os Kadiwéu dizem ter visto, no passado, a percorrer o rio Paraguai.
O chefe do Navio é o personagem chamado Maxiotagi, ou o "Macho". Maxiotagi é um
personagem Xamakôko (embora o ator seja Kadiwéu), da etnia que foi a principal fonte de
cativos no passado. A sua função no ritual é ditar as ordens que condicionam as cenas do seu
desenvolvimento.
Maxiotagi, que é cego, tem seus companheiros, Ligecoge, "os Olhos do Macho", e
Lionigawanigi (Pequeno), que o auxiliam em suas atividades. Estes personagens se adornam
com paramentos engraçados. No Navio também há o Delegado, o Sargento (Jajentege), os
cabos e os escrivães (Nidikuna). E também Ixotece Gonibedona Gonibegi, ou "Dedo-no-Cu",
que se encarrega da "ronda". A regra máxima no Navio é não poder rir, sob pena de ser preso
e/ou pagar uma "fiança", cobrada, geralmente, em forma de gado a ser abatido na hora,
abastecendo o churrasco coletivo dos vários dias deste ritual.
No período ritual, a rotina da aldeia é totalmente modificada e todos se comportam como se
estivessem sob voz de comando, só agindo conforme as ordens do chefe. Durante o Navio,
todos os homens da aldeia são chamados de "soldados" e todas as mulheres, de paraguaias
(gaxianaxe), e representam presas de guerra. Há também um papel particular para as mulheres
velhas, que são no grupo quem guarda os cânticos sagrados. Essas mulheres, conhecedoras
únicas da linguagem dos cânticos, que os jovens não sabem traduzir, cantam à maneira de
repente sempre que um acontecimento importante advém ao grupo. Os seus cânticos recordam
fatos históricos e guardam a memória dos capitães e seus grandes feitos, além de comentar, com
base em sua história e cosmologia, os fatos atuais. As mulheres velhas cantam (ou "rezam") no
Navio para livrar os presos.
O momento ritual é preenchido também por danças masculinas (nabacenaganaga, ou "bate-
pau") e femininas, pela música entoada por seus instrumentos típicos, a flauta (natena) e o
tambor (goge), por brincadeiras e jogos (sobretudo os que demonstram o desempenho físico dos
homens, lembrando os godapoagenigi), e pela apresentação dos "bobos" (bobotegi). Estes são
personagens que não figuram só no Navio. Apresentam-se mascarados, o corpo também
dissimulado, irreconhecíveis, dançando suas "polcas" específicas, assustando as crianças a
quem pedem prendas.
Há também um Padre no Navio, que batiza como os padres dos cristãos e simula ritos de cura,
como o do nijienigi (o xamã Kadiwéu). O nijienigi é capaz de prever, com a ajuda das entidades
espirituais que o guiam, os acontecimentos vindouros. Por isso, no passado seu papel foi
fundamental nas estratégias guerreiras. Os nijienigi também curam e na aldeia ainda são
chamados a intervir em casos de doenças.
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Terenas
Bororos
Umotinas
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Subgrupo Bororo de língua da família Otukê, do tronco Macro-Jê. Eram
conhecidos como “barbados”, porque usavam barba, às vezes postiça - feita de
pêlos de macaco bugio ou de cabelos das mulheres da tribo. Vivem na Área
Indígena Umutina, no município de Barra dos Bugres no Mato grosso,
juntamente com os Paresí, Kayabí e Ñambikwára.
Parecis
http://www.pegue.com/indio/kadiweu.htm
http://www.funai.gov.br/
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